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Estado e desenvolvimento do processo de c1soes de caráter econômico-fi-

"hipertrofia do Poder Executivo", nanceiro dependeram, de forma


Planejamento em detrimento do Poder Legisla- acentuada, da interferência pla-
Econômico no Brasil tivo e, conseqüentemente, o sur- nificada do Estado. O Conselho
(1930-1970) gimento e fortalecimento de uma de Economia Nacional, estabele-
"tecnoestrutura estatal". cido pela Constituição de 1937,
Em suo análise, dois aspectos investia o Estado de novos atri-
Por Octávio lanni. Rio de Janei- apresentam-se relevantes e inter- buições econômicos. E, através da
ro, Civilização Brasileiro, 1971. dependentes: Coordenação da Mobilização Eco-
316 p. 1. 0 a compreensão do sistema nômica, órgão criado em 1942, o
econômico-político brasileiro de- Estado planejava o funcionamen-
pende da análise de duas de suas to e expansão das atividades eco-
manifestações importantes, ocor- nômicos. O problema siderúrgico
ridos no decorrer do processo his- mostro as proporções desta inter-
tórico: venção: em 1940 foi instituída
Estado e a) maior interferência do Estado uma Comissão Executivo do Pla-
Planejamento no economia; no Siderúrgico Nacional, com fi-
Economico no b) adoção de políticas governa- nalidade de implantar uma usina
Brasil(1930-1970) mentais cada vez mais complexàs siderúrgica. No ano seguinte,
assumindo a forma de políticas criou-se a Companhia Siderúrgica
<XTAVIO IANNI econômicas planificadas. Nacional que instalou a Usina de
2. 0 as políticas econômicas adoto- Volta Redonda.
das pelos diferentes governos, as~ No governo do General Dutra
cilam entre duas tendências prin- (1946-1950), os interesses eco-
cipais: nômicos e políticos de grupos con-
o) de caráter nacionalista, com servadores brasileiros e interesses
vistas à criação de um capitalis- estrangeiros, não se adequavam
mo nacional; a uma estrutura estatal de tipo
b) favorável à associação ao ca- intervencionisto. Foi assumido
pitalismo mundial, denominada uma orientação liberal pelo go-
1'estrotégia de desenvolvimento verno e, desorganizada a tecno-
dependente". estrutura nascente no período an-
A partir de 1930, o Estado pas- terior. Conseqüentemente, o po-
sou a intervir de formo cada vez der público reduziu suas funções
mais decisiva no conjunto da eco- econômicos e sua responsabilida-
nomia1 embora nem sempre sua de quanto ao desenvolvimento,
ação estivesse norteada por uma havendo intensa penetração de
política de desenvolvimento. Em capital estrangeiro.
O livro do professor Octávio grande porte, a reorganização Ao assumir o poder em 19 51 ,
lanni acrescento elementos im- administrativa foi resposta aos Vargas teve que enfrentar um
portantes poro o compreensão do problemas imediatos, gerados por Congresso francamente ontiinter-
prática do planejamento gover- crises econômicas e políticas. Foi vencionista. Apesar disto, o novo
namental no Brasil, tonto no ní- o caso, por exemplo, do governo governo Vargas (1951-1954) vol-
vel dos circunstâncias nacionais, Vargas (1930-45). A crise de tou a adotar sua política anterior.
quanto no de uma tendência ma- 1929, além dos efeitos depreciati- A tecnoestrutura desmantelado
nifesto no mundo capitalista, es- vos que causou no economia ca- articulou-se novamente, através
pecialmente o partir do crise de feeiro, permitiu que se vislumbras- da criação de órgãos de caráter
1929. sem os principais problemas bra- técnico-científico e, a planifica-
O autor analiso as relações en- sileiros e os limites de uma eco- ção estatal voltou a ser temo de
tre o Estado e a economia, no de- nomia dependente. Neste mo- debates. Inclusive, a criação da
correr dos anos de 1930 a 1970, mento, o sistema econômico di- Petrobrás exigiu todo um aparato
92 através das políticas econômicas versificou-se e surgiram novos (empresários nacionais e estran-
governamentais, isto é, busco as grupos sociais e políticos que im- geiros, militares, políticos, técni-
conexões últimas entre o poder puseram reformas no estrutura cos, administradores e economis-
político e o poder econômico. Pa- político-administrativo. Concomi- tas) que compunham a assessoria
ra isto, divide o seu estudo em tantemente à intervenção estatal, econômica do Poder Executivo.
seis fases distintas que se inter- esboçaram-se os primeiros traços No período governamental de
ligam conforme a tendência: Po- de uma tecnoestruturo oficial: o Juscelino Kubitschek (1956-1960}
líticos Econômicos Nacionalistas Conselho Federal de Comércio Ex- solidificaram-se, ainda mais, as
( 1930-45) e Liberal ( 1946-50); terior, criado em 1934, é conside-
Desenvolvimento e Capitalismo relações entre o Estado e a eco-
Nacional (1951-54); Industriali- rado o primeiro órgão brasileiro nomia. Nesta época, o planeja-
zação e Interdependência ( 1955- de Planejamento Governamental. mento já era uma prática incor-
60); Estado e Economia na Crise O planejamento( a serviço de porado pelo poder público. A
do Desenvolvimento ( 1961-64) e, uma político econômica, parece atuação do Estado garantia a ex-
afinal, Interdependência e Mo- ter sido adotado no Brasil, segun- pansão do capital .estrangeiro e
dernização ( 1964-.70). Demonstro do o autor, durante o 11 Guerra fortalecia, conseqi.ientemente, os
as condições do aparecimento e Mundial. Neste momento, as de- laços de dependência em relação
R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, 13(1) : 92-95, jan./mar. 1973
aos países hegemônicos do siste- sões de ca ráter econômico. Nã o Estudo sobre o
ma capitalista (em especial os Es- podemos esquecer, porém, outros
tados Unidos) . Pa ra a consecução aspec tos co mo, por e xemplo, as Proletariado Brasileiro
do plano de governo e solução de políticas salar ia is e ope rárias dos
prob lemas econômico-ad min istra- governos etc. O livro, em seu con- Por M . Vinhas. Rio de Janei-
tivos, tornou-se mais comple xo o junto, fo rnece elementos funda - ro, Civi lizaçã o Bra s ilei ra, 1970.
apa rato técnico de apoio ao Poder menta is para o ap rofund ame nto 279 p.
Executivo, aperfe içoando a capa- de pro blemas político-econôm ic os
cidade de inte rve nção do Estado. e soc iais . ~
Este fa to a cabou por desencadear
uma contradi çã o e ntre Exec utivo V alia Regina Costa Kato
(in f lue nciado pelos inte resses ur-
ba no- ind ustr iais) e Legis la ti vo (re-
presentan do os inte resses conse r-
vadores dos se tores agrá rios) . A
supe ração des te an tagon ismo e x i-
gi a a negação da " democ racia re-
presentativa" , o q ue só oco rre ria
em anos posteriores .
O governo João Goul art ( 196 1-
1964) al ém dos p roble mas econô-
micos, enf re ntou uma crise pol íti -
ca manifestada através da radica-
lização das posi ções dos partidos
de esquerda e direita . Na ve rda-
de, a adoção do Plano T rien al (e
outras medidas de planeja mento)
não resolve ra m a g rave cr ise eco-
nômica do momento. Po r não
contar com o a poio da s classes
conservadoras do Cong resso, o
Governo apelou pa ra as massas
populares como uma força de
pressão, o que levou o conflito
Executivo- Legislativo a o seu pon-
to mais alto.
O ano de 1964 marcou a supe- São escassas a~ pesqu isas a
ração desta contradição e a afi r- respeito da estrutura de classes no
mação das fo rtes prerrogativas do Brasi l. Devemos a Florestan Fer-
Executivo, regulamentadas atra- nandes, Octávio lanni , Fernand o
vés dos Atos Institucionais, prin- Henrique Cardoso e ou tros soció-
cipalmente o n. 0 5 e da C onstitui- logos, análises sobre o comporta -
ção de 1969. O controle dos con- mento de classe na sociedade
fl itos políticos e soc iais facilitou a atual. Poderíamos incluir o livro
execução da política planificada de M au rício Vinhas nesta re lação,
do governo Castelo Branco (e de apesar de um tratame nto dife-
seus sucessores) que" propiciou rente e de seu enfoque restrin-
às empresas privadas nacionais gi r-se à cl asse proletária .
e, principalmente multinacionais, N um e xtenso. levantamento
condições favoráveis de cresci- empírico a respeito do assunto, o
mento e ex pa nsão. autor p reocupa-se em ca racte ri-
A maneira pela qual o estado zar o proletaria do brasilei ro, ba - 93
interv.iu na economia ;·1o decorrer seando-se em pressupostos bás i-
dos anos de 1930 a 1970 revela cos, e salientando a análise mar-
que as políticas econômicas ado- x ista de classes.
tadas trouxera m conotações na- De ntro deste ponto de vista,
cionalistas e inte rna ci onalistas, proc ura mostrar a inconsistê ncia
segundo objetivavam a concreti- da idéia defendida po r muitos so-
zação de um capitalismo nacional ciólogos, economistas, teóricos po-
líticos etc., de que o proletar ia do
emancipado ou a supe ração do
estaria perde ndo sua importâ nc ia
subdesenvolvimento através da na atual fase de dese nvolv imento
associação ao capital inte rnacio- econômico, acrescenta ndo, pa ra
nal. tanto, informações novas e signi-
Estes são os aspectos que con- ficativas.
sideramos centrais, e xatamente Para ele, o proleta riado abran-
porque esclarecem a importância ge ria não só o operariado indus-
da estrutura de poder nas deci- tr ial u rbano, rnas todas as cama-
1\-esenha bibliográfica

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