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Diagnóstica
do E M
2012
3a. série
Linguagens, códigos
e suas
tecnologias
VOLUME 2
2.º SEMESTRE
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)
Aluno
ISBN 978-85-385-5759-3
CDU 373.5
Diretor-Superintendente Ilustração
Ruben Formighieri Eduardo Borges
Diretor-Geral Capa
Emerson Walter dos Santos Roberto Corban
Caro(a) Aluno(a)!
Esta avaliação objetiva diagnosticar as competências e habilidades que você desenvolveu até a presente etapa de sua
escolarização, bem como aproximá-lo(a) das exigências das provas oficiais ao final do Ensino Médio.
Por isso, as questões estão formatadas em cadernos, no estilo do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), distribuídas
por eixos de conteúdos.
©Shutterstock/Smit
feito antigamente, já foi descrita como “uma bebida
amarga para porcos”.
B) cerca de 90% do chocolate existente no mundo é
produzido na Europa.
C) apesar de o chocolate ter sido no passado uma bebi-
da, na maior parte da sua história ele é conhecido por
seu formato em barra e seu sabor doce.
D) em 1847, Joseph Fry descobriu que as sementes de
cacau derretidas na manteiga faziam uma bebida de-
liciosa, que ele batizou de Dutch cocoa.
E) a Nestlé foi a pioneira na comercialização de caixas
de chocolate.
Questão 2
When most of us hear the word chocolate, we picture
Sixth sense technology will
a bar, a box of bonbons, or a bunny. The verb that comes
to mind is probably “eat,” not “drink,” and the most revolutionize the world
invented ‘Sixth Sense / WUW ( Wear UR World)’ which On the face of it, as a society, we seem to be a little
is a wearable gestural, user friendly interface which links mixed-up when it comes to “graffiti”, as you call it if you
the physical world around us with digital information work in the local council’s cleansing department, or “street
and uses hand gestures to interact with them. He is a art” as you say if you’re the chap – and they do mainly
PhD student at MIT and he won the ‘Invention of the seem to be blokes – wielding the spray can.
Year 2009’ – by Popular Science. The device sees what But the confusion now runs deeper than those who
we see but it lets out information that we want to know spray and those who remove the paint. Great British
while viewing the object. It can project information on institutions have been polarised. Last week the might
any surface, be it a wall, table or any other object and of English law delivered its verdict at Southwark Crown
uses hand / arm movements to help us interact with Court where five members of the DPM graffiti crew
the projected information. The device brings us closer were jailed – one, Andrew Gillman, for two years – after
to reality and assists us in making right decisions by
admitting conspiracy to cause criminal damage costing
providing the relevant information, thereby, making the
the taxpayer at least £1m.
entire world a computer.
By contrast, just down the road, the riverside facade
Disponível em: <http://theviewspaper.net/sixth-sense-technology-will-revolutionize-the-world/>.
Acesso em: 23 fev. 2012. of Tate Modern had been covered in giant murals by six
urban artists with international reputations, including
Pranav Mistry, estudante de Ph.D. do Instituto de
Blu from Bologna, Faile from New York, and Sixeart
Tecnologia de Massachusetts, ganhou o prêmio
from Barcelona, in the first display of street art at a major
“Invenção do Ano de 2009” pela revista Popular Science museum.
por sua invenção Sixth Sense. De acordo com o artigo, Disponível em: <http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/art/features/graffiti-street-art-ndash-
A) a invenção de Mistry é uma interface que conecta o or-crime-868736.html>. Acesso em: 23 fev. 2012
mundo espiritual ao mundo físico ao nosso redor. O excerto acima foi retirado do jornal diário britânico The
B) a tecnologia Sixth Sense faz uso de um dispositivo Independent e trata da polêmica existente em torno do
que projeta informações em uma superfície espe- grafite, comumente definido como um tipo de inscrição
cífica, ajudando o usuário interagir com essas infor- feita em paredes. Uma das informações apresentadas é
mações. a de que
C) o dispositivo Sixth Sense conecta o mundo físico com A) o trabalho dos grafiteiros que foram presos na se-
informações digitais e usa gestos com as mãos para mana passada recebeu vários prêmios de uma gale-
interagir com elas. ria em Nova Iorque.
D) o prêmio rendeu a Pranav Mistry uma indicação ao B) o departamento de limpeza local multou os grafitei-
MIT. ros em um milhão de libras.
E) o Sixth Sense é um dispositivo capaz de ver o que nós C) uma das fachadas do Tate Modern foi coberta por
vemos, mas deixa de fora as informações que quere- murais de seis grafiteiros de reputação internacio-
mos depois de vermos o objeto.
nal.
Questão 3 D) a Corte Southwark Crown sentenciou os cinco mem-
bros da gangue de grafiteiros DPM a dois anos de
Graffiti: Street art – or crime? prisão.
A group of south London graffiti artists were jailed E) além de exigir o pagamento de uma multa por danos
last week for up to two years for defacing public property. à propriedade pública, a sociedade londrina quer a
Yet as they begin their sentences, their work is to be prisão dos grafiteiros por um período de dois anos
championed by a New York gallery. ou mais.
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Questão 4
What is the difference?
Cloning an animal, or any other
organism, refers to making an exact genetic
©Cartoonstock - www.cartoonStock.com
copy of that organism. The techniques used
to clone organisms are described
on this page.
Cloning a gene means
isolating an exact copy of a
single gene from the entire
genome of an organism.
Usually this involves
Human
genome copying the DNA sequence
of that gene into a smaller,
more accessible piece of
DNA, such as a plasmid. This
Gene of interest makes it easier to study the
isolated from genome function of the individual
gene in the laboratory.
Gene inserted
into plasmid
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O fragmento da reportagem ¿Los mensajes de texto afectan al desarrollo del lenguaje? apresenta os resultados de uma
investigação sobre a linguagem que, foi motivada
A) pela falta de textos que tratem do desenvolvimento da linguagem entre jovens.
B) pela necessidade de averiguar as consequências do uso de novas tecnologias.
C) pelo desacordo que o autor do texto tem em relação ao uso de novas tecnologias.
D) pelo consumo desenfreado de novas tecnologias de comunicação em massa.
E) pelo desprezo do jornal pelas mensagens de texto no universo contemporâneo.
Texto para as questões 9 e 10.
©Maitena Burundarena
MAITENA, Burundarena. Todas las mujeres alteradas. Barcelona: Debolsillo, 2008. p. 127.
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apreciação do mundo, aos amigos e às descobertas – uma B) da exaltação da necessidade de comprar considerada
possibilidade que os anos 60 trouxeram. Por outro lado, inerente à condição humana.
estão constantemente frustrados com a dificuldade para
C) do rechaço à influência da literatura na conformação
obter os símbolos que os ajudariam a construir a imagem
desejada de si mesmos.
de padrões de comportamento.
As coisas é espantosamente atual ao descrever o con- D) do condicionamento do leitor a partir da apresenta-
sumismo em todas as suas nuances. Veja este trecho: “No ção de informações em relação ao consumismo.
mundo deles, era quase regra desejar sempre mais do que E) da negação do padrão de comportamento da juven-
se podia comprar. Não eram eles que tinham decretado tude da década de 1960, marcado pelo consumo.
isso, era uma lei da civilização, um dado de fato, de que
a publicidade em geral, as revistas, a arte das vitrines, o Questão 16
espetáculo da rua, e até, sob certo aspecto, o conjunto das
produções comumente chamadas culturais eram as expres- Segundo Antônio Candido, na obra Literatura e socieda-
sões mais adequadas”. de, faz-se necessário perceber que a obra literária exerce
SILVA, Marleth. O consumismo como personagem literário. Gazeta do Povo. Disponível em: <http://
www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1222669&tit=O-consumismo-como- uma influência no meio social a que pertence e atua na
personagem-literario>. Acesso em: 19 fev. 2012. formação da sociedade que a engendrou. Nesse senti-
do, ao divulgar as ideias que permeiam o texto As coisas,
Questão 14
pode-se vislumbrar uma crítica à constituição identitária
contemporânea marcada, em essência,
Considerando que o consumismo é um processo típico
das sociedades capitalistas estimulado pelas campanhas A) pela necessidade de trabalhar cada vez mais.
publicitárias vinculadas principalmente nos meios de B) pela valorização de uma vida criativa.
comunicação, o texto apresentado objetiva C) pelo uso de meios de comunicação de massa.
A) criticar a influência dos meios de comunicação no D) pela imagem construída a partir dos produtos e mar-
que tange ao estímulo ao consumo. cas consumidos.
B) divulgar um produto cultural que tem como tema E) pelo ideal de vida da juventude da década de 1960.
central a questão do consumo na sociedade contem-
porânea. Questão 17
C) contestar uma determinada forma de atuação social
Estudo realizado em escolas públicas no Rio de Janei-
que privilegia a compra de produtos sem necessidade.
ro apontou índice de sedentarismo de 85% entre adoles-
D) informar sobre a constituição da sociedade na déca- centes do sexo masculino e de 94% nos do sexo feminino.
da de 1960, caracterizada pelo consumo. A participação em atividades físicas declina consideravel-
E) noticiar informações em relação ao consumismo mente com o crescimento, especialmente da adolescência
com a finalidade de mudar padrões de compor- para o adulto jovem. Alguns estudos identificam alguns
tamento. fatores de risco para o sedentarismo: pais inativos fisica-
mente, escolas sem atividades esportivas, sexo feminino,
Questão 15 residir em área urbana, TV no quarto da criança.
ALVES, João Guilherme Bezerra; MONTENEGRO, Fernanda Maria Ulisses,
OLIVEIRA, Fernando Antonio; ALVES, Roseane Victor. Prática de esportes durante a adolescência e
A resenha O consumismo como personagem literário atividade física de lazer na vida adulta. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. vol. 11, n. 5, set./
out. 2005. p. 292.
apresenta uma determinada visão da sociedade con-
temporânea marcada por relações de consumo que se Com base no estudo acima, conclui-se que
materializa textualmente por meio A) as meninas são mais sedentárias que os meninos
A) da apresentação das características e do enredo da devido ao hábito de assistirem à televisão por mais
obra As coisas, de Georges Perec. tempo.
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B) o sedentarismo dos pais não influencia os filhos, pois Assim, em Guitarrista, a figura é legível não tanto pela
pais inativos tendem a gerar filhos fisicamente ativos. semelhança de seus aspectos com a imagem reconhecível
de um guitarrista, mas pela relação entre as formas circu-
C) o fato de morar em áreas urbanas, que oportunizam
lares e as diagonais colocadas contra uma gelosia* retan-
maior número de locais para a prática de atividades
gular. A partir daí, lemos a cabeça (o cilindro do alto), os
físicas, pode contribuir para a diminuição do índice braços (as formas triangulares de ambos os lados) e uma
de sedentarismo entre os adolescentes. guitarra (os arcos que se repetem no centro). Conserva-se
D) a participação em atividades esportivas escolares ainda um grau decisivo e residual de semelhança – os co-
pode desenvolver habilidades e proporcionar diver- tovelos são pontudos e guitarras têm uma abertura circu-
são, criando bases para a atividade esportiva na vida lar no tampo da caixa de ressonância –, mas a disposição
adulta. desses elementos e sua distinção das formas retangulares,
num sistema de signos praticamente reduzido ao mínimo,
E) o tempo para a prática de atividades físicas é igual é que são cruciais.
tanto para adultos quanto para adolescentes, pois, *gelosia – Grade feitas de ripas de madeira cruzadas intervaladamente, que ocupa o vão de uma janela; rótula.
atualmente, os adolescentes também estão inseridos COTTINGTON, David. Cubismo. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. p. 42-43.
no mercado de trabalho.
Com base no texto e na Figura I, entende-se que o Cubismo
Questão 18 A) é uma técnica artística que evidencia o contraste cro-
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) foi um dos mático e o realismo das formas representadas.
pioneiros do Cubismo, uma proposta que transformou B) exprime uma busca por novas formas de representa-
não apenas a técnica da pintura, mas, sobretudo, a ma- ção da realidade.
neira de se olhar a realidade e as formas de representá-la. C) explora intensamente aspectos da sociedade, como
Leia o texto a seguir sobre sua obra Guitarrista, de 1910. as diferenças sociais e étnicas.
Centre Georges Pompidou/Fotógrafo Desconhecido
Questão 19
O ensino da gramática
Você está triste?
Não sei. Talvez.
Tristeza dá câncer, sabia?
Pensei que dava verruga no nariz.
Estou falando sério.
Ultimamente você vive falando sério.
Quando eu brincava você reclamava.
Nem tanto ao mar nem tanto a terra.
Você colocou vírgula depois de mar.
Estou falando, não estou escrevendo.
Mas na sua fala tinha uma vírgula depois de mar?
Não. Você está fazendo uma análise sintática e morfo-
PICASSO, Pablo. Guitarrista. 1910. 1 color. Óleo sobre tela, 100 x 73 cm. Coleções lógica da frase?
Mnam/Cci/Centre Georges Pompidou, Paris. Na frase há o uso da figura de sintaxe chamada elipse.
Chega. É por coisas assim que eu não quero mais viver Kent treme quando se aproxima da colega Lois Lane, por
com você. quem é apaixonado, e só se torna mais desinibido quan-
Porque eu sei gramática e você não? do veste a cueca por cima da calça e combate o crime
Entre outras coisas. com a capa de Super-Homem.
[...] [...]
FONSECA, Rubem. Axilas e outras histórias indecorosas. São Paulo: Nova Fronteira, 2011. Para os representantes dessa turma, o livro Quiet: the
Denominada brutalista por Alfredo Bosi, a estética de power of introverts in a world that can’t stop talking (algo
como Quietos: o poder dos introvertidos em um mundo que
Rubem Fonseca é marcada pela presença de uma socie-
não para de falar), da americana Susan Cain, é mensageiro
dade onde imperam a violência, o tecnicismo e o indivi-
de uma boa-nova. A obra, que chegará às livrarias brasi-
dualismo. No texto O ensino da gramática, tais caracterís-
leiras em maio pela Editora Agir, contraria um lugar-co-
ticas se materializam a partir mum, segundo o qual tímidos e introvertidos devem fazer
A) da temática em que se insere o texto – a questão da um esforço para deixar de ser o que são, como se tivessem
técnica – representada no uso da linguagem perti- uma doença. Para Susan Cain, é exatamente o oposto. Os
nente aos estudos literários. tímidos e os introvertidos mais bem-sucedidos são justa-
B) da dificuldade expressa entre os personagens narra- mente aqueles que transformam timidez e introversão em
dores em entenderem-se efetivamente, marcando o aliados ao longo da vida.
individualismo da sociedade. [...]
SPINACÉ, Natalia; ZIEMKIEWICZ, Nathalia. Timidez: como usá-la a seu favor. Revista Época. Disponível em:
C) do uso do discurso indireto livre, que demonstra a <http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/02/timidez-como-usa-la-seu-favor-trecho.html>.
Acesso em: 19 fev. 2012.
versatilidade dos personagens ao considerarem o fim
do relacionamento. Questão 20
D) da linguagem com marcas da oralidade que repro-
duzem a velocidade em que a discussão se esta- A reportagem Timidez: como usá-la a seu favor, publicada
belece. na Revista Época, aborda os resultados de uma pesqui-
E) da referência aos valores que a sociedade contempo- sa. Considerando que o autor precisa respeitar os fatos,
rânea preconiza, a saber, a saúde e o bem-estar. isentando-se de apresentar uma opinião em relação às
informações apresentadas, pois o papel de avaliação é
Texto para as questões 20 e 21.
do leitor, o fragmento da reportagem apresentada con-
Timidez: como usá-la a seu favor tribui para o desenvolvimento do senso crítico e da pró-
pria atuação do indivíduo em sociedade ao
Novas pesquisas mostram que os introvertidos podem ser mais
concentrados, mais criativos – e mais bem-sucedidos A) contrariar o senso comum que percebe a timidez
Eles estão em todos os lugares, na vida real e na fic- como uma faceta a ser reforçada no comportamento
ção, da literatura clássica à cultura pop. O introvertido de um indivíduo.
número um da literatura talvez seja Julien Sorel, protago-
B) destacar a influência que os produtos culturais – lite-
nista do romance O vermelho e o negro, do século XIX. Fã
ratura e revista em quadrinhos – desempenham na
de filosofia e de leituras religiosas, o personagem criado
pelo francês Henri-Marie Beyle, conhecido como Sten- formação de opinião.
dhal, leva centenas de páginas até conseguir se aproximar C) rechaçar o padrão de comportamento dos heróis juve-
de sua amada, Madame de Renal – uma paixão proibi- nis simbolizados pelo Super-Homem e por Julien Sorel.
da, pois ela é casada com o prefeito da fictícia cidade
D) divulgar uma obra que trata de uma pesquisa sobre
de Verrières. Na cultura pop, esse papel é exercido por
Clark Kent, habitante de outra cidade fictícia, Metró-
como tornar-se uma pessoa bem-sucedida.
polis, que ganha a vida como repórter do jornal Planeta E) apresentar fatos que revelam um novo ponto de vista
Diário. Criação do gigante dos quadrinhos DC Comics, sobre a introversão.
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– Eu é que não troco a minha cara. Apesar de feia, com essa pelo menos eu já estou acostumado. E, mesmo se fosse
para trocar, eu ia querer a cara de quem? É uma pergunta interessante. A cara de quem você gostaria de ter? Do Silvester
Stallone? Não. Acho que eu prefiro alguma coisa um pouco mais intelectual, Talvez do Woody Allen. Não, também não.
Eu nunca fiquei bem de óculos. Do Tom Cruise? Não. As fãs não iam me deixar em paz. Do BilI Gates? Bem, só se, junto
com a cara, viesse também seu saldo bancário. A verdade é que é muito difícil escolher uma nova cara.
– E tem outra – continuou meu amigo –, já imaginou ter a cara de outro homem ali, o tempo todo, encostadinha
em você? Cai fora, sô...
CARVALHO, Arthur. Tá com essa cara por quê?. Disponível em:<http://www.releituras.com/acarvalho_menu.asp>. Acesso em: 21 fev. 2012.
Texto II
Questão 27
África: fome e guerra
Em relação às ideias apresentadas nos dois textos sobre
Um continente assediado pela fome. Pelas estatísti- o desenvolvimento de conflitos, pode-se considerar que
cas recentes, as cifras desse flagelo não param de crescer, A) o Texto I apresenta uma situação hipotética em re-
tornando-se mais graves e mais preocupantes. A cada lação à influência do clima no desenvolvimento de
ano, 27 milhões de africanos, a maioria crianças, estão conflitos.
ameaçados de morrer de fome. Dos 800 milhões de ha-
B) o Texto II faz uma descrição da situação vivida por
bitantes, pelo menos 150 milhões vivem em debilitante
países africanos que corrobora as ideias apresentadas
escassez de alimentos. Os países mais atingidos pelo fla-
no Texto I.
gelo são: Etiópia, Somália, Sudão, Moçambique, Malavi,
Libéria e Angola. Além disso, são os mais atingidos por
C) os dois textos apresentam dados sobre a influência
do clima na manifestação de conflitos na África.
violentos conflitos internos, que ameaçam aumentar a
ruína. No fluxo do comércio mundial, no qual a África D) no Texto II, pode-se perceber a presença de dados
não tem condições de tomar parte, contribuem com mo- econômicos que contrariam as ideias defendidas no
destíssimos 1,5%. Texto I sobre a influência do clima.
ROSSI, Carlos. África: fome e guerra. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/humanities/history/1832853- E) ambos os textos divergem em relação ao tema, já
%C3%A1frica-fome-guerra/#ixzz1nDMdGujf>. Acesso em: 19 fev. 2012.
que o Texto I apresenta dados de uma investigação,
enquanto o Texto II descreve as dificuldades vividas
Questão 26
pelos africanos.
Para reconstruir o sentido de um texto, o leitor precisa Questão 28
estar atento aos recursos linguísticos e estéticos esco-
lhidos pelo autor. Nesse processo, o reconhecimento As atividades de luta representam uma necessidade
do uso das figuras de linguagem se converte em uma infantil manifestada principalmente entre os meninos sen-
importante ferramenta que amplia a expressividade do, na maioria das vezes, reprimidos e punidos. Contudo,
na Capoeira, essas questões são abordadas de forma hu-
da mensagem apresentada. No Texto I, uma das figu-
manizadora. O professor (mestre) age de modo dinâmico
ras de linguagem utilizada pelo autor é vindo com a proposta de fazer uso de jogos de lutas, per-
A) a elipse, haja vista que ele não explica o que é o fe- mitindo o contato corporal de forma organizada em con-
nômeno El niño – “Cientistas comprovam a relação dições seguras, possibilitando a liberação da agressividade
sem deixar de lado o reconhecimento do outro suprindo
entre o El Niño e a ocorrência de guerras civis em países
sua necessidade. Trabalha-se numa constante renovação
pobres”. na transmissão do ensino, com a expectativa de levar o
B) a gradação, pois demonstra como um fenômeno leva homem a ser melhor. Por meio de golpes e de outros movi-
a outro – “Do clima à fome. Da fome à guerra”. mentos específicos, a criança percebe seu corpo no espaço,
motivada pelo ritmo, pelo som das músicas e dos instru-
C) a metáfora, pois considera um fenômeno natural mentos e pela vibração das palmas.
como algo passível de ter gênero, “a atual seca é con- PAULA, Luiz Carlos de; CAMPOS, Luiz Antonio Silva. A capoeira na integração com a Educação Física
escolar na promoção do crescimento e desenvolvimento infantil além do aspecto motor.
sequência do fenômeno La Niña”. UNIUBE/Uberaba. UNIPAM/Patos de Minas. MG. 2008.p23
D) a antítese, ao contrapor as origens de dois fenôme- Com base no texto, constata-se que
nos climáticos – el Niño e La niña. A) a capoeira é uma manifestação violenta, mas que
E) o pleonasmo, pois repete várias vezes a ideia que o pode ser controlada nas aulas de Educação Física
clima influencia no surgimento de conflitos. com a condução correta por parte do professor.
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B) a capoeira é uma atividade motivadora que permite Trata-se mais uma vez, do espelho. Quando se pro-
a liberação da agressividade das crianças de maneira curam, no Chico de hoje, as canções de ontem, impõem-
controlada, organizada e segura, por meio de golpes -se uma frustração de contornos nostálgicos. A saudade
e outros movimentos específicos conduzidos pelo de uma época na qual o tipo de música feita por ele e
professor ou mestre durante as aulas de Educação seus colegas de geração, como Caetano Veloso e Gilberto
Gil, ocupavam um posto privilegiado na cultura brasi-
Física.
leira, funcionando como ponto de interseção de utopias
C) a capoeira é uma modalidade que pode ser trabalha- e terreno para a purgação dos malogros da classe média
da nas aulas de Educação Física apenas com meni- urbana.
nos, pois consegue controlar a agressividade dos ga- [...]
rotos pelos movimentos específicos conduzidos pelo “Ao longo dos anos 80, a MPB perdeu sua centrali-
professor ou mestre. dade”, resume Fernando de Barros e Silva, autor do livro
D) as meninas devem praticar a capoeira nas aulas de Chico Buarque (Publifolha). O próprio compositor já
Educação Física para, além de se defender, poderem afirmou que “a canção, como a conhecemos, é fenômeno
liberar a agressividade contra os meninos que pos- próprio de século passado”. Na esteira da sedimentação da
indústria cultural e da crescente democratização do con-
suem a luta desenvolvida desde a infância.
sumo, o modelo formatado por Noel Rosa nos anos 30,
E) o professor de Educação Física deve ser formado em e depois redesenhado pela bossa nova, tornou-se apenas
capoeira para poder ensinar os movimentos técnicos mais um entre tantos.
específicos, bem como os valores inerentes a ela: hu- [...]
manização e igualdade. Na reverência ao passado, o compositor não tira o
olho do futuro, em uma peleja sem derrotados. Como dis-
Questão 29 se Caetano Veloso certa vez, Chico arrasta a tradição, mas
anda para frente.
A música brasileira desenvolvida a partir da década de MOUTINHO, Marcelo. Chico versus Chico. Bravo. São Paulo: Abril, ago. 2011. p. 40 - 43.
1960 contava com autores e intérpretes que se torna-
De acordo com o texto, é correto afirmar que
ram referência tanto para a história como para a poé-
tica da música atual. Alguns nomes de artistas surgem A) o artista é figura isolada na produção musical a partir
como expoentes desse período e ainda demonstram da década de 1960 e sua aceitação e crítica mantêm-
sua arte com produções e lançamentos de CDs, entre -se constantes e favoráveis.
eles, pode-se citar Chico Buarque (Francisco Buarque de B) a obra atual desse compositor é mais exaltada do que
Hollanda, nascido no Rio de Janeiro, em 19 de junho de a realizada no século XX, pois esta foi rejeitada pelo
1944). público e pela crítica.
Leia trechos de uma reportagem que trata da obra desse C) a canção é colocada como algo estável na cultura
artista nos séculos XX e XXI: brasileira, principalmente as de Chico Buarque, que,
desde a década de 1980, segue repetindo os mesmos
Chico Versus Chico temas em suas composições.
A cada novo disco, um espelho se ergue diante de Chi- D) o artista mudou sua maneira de se expressar du-
co Buarque. Porém, como um Dorian Gray às avessas, é rante a vida e, por esse fato, sua genialidade criati-
a imagem do artista jovial e engajado da década de 1970 va é unânime para a crítica especializada e para o
que se reflete no aço. Nesse confronto consigo mesmo –
público.
promovida não pelo cantor, mas por parte do público e da
crítica –, o gongo costuma soar rápido: vitória por nocaute E) Chico Buarque é referência na MPB e sua obra atual
do Chico de outrora. recebe críticas por se mostrar diferente da produzida
[...] na década de 1970.
Textos para as questões 30 e 31. em várias partes do mundo, todas elas no Brasil. Venho,
em linha reta, de espanhóis e italianos. Dos espanhóis her-
Texto I dei a natural tentação do bravado*, que já me levou a pro-
A evidência curar colorir a vida com outras cores: céu feito de conhas
de metal roxo e abóbora, mar todo vermelho, e mulheres
Ainda que pasmem os leitores, ainda que não acredi- azuis, verdes ciclames. Dos italianos que, tradicionalmen-
tem e passem, doravante, a chamar este escritor de men- te, dão para engraxates ou artistas, eu consegui conciliar as
tiroso e fátuo, a verdade é que, certo dia que não adianta duas qualidades, emprestando um brilho novo ao humor
precisar, entraram num restaurante de luxo, que não me nativo. Posso dizer que todo o País já riu de mim, embora
interessa dizer qual seja, um ratinho gordo e catita e um poucos tenham rido do que é meu.”
enorme tigre de olhar estriado e grandes bigodes ferozes. FERNANDEZ, Millor. Supermercado Millôr. Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_bio.asp>.
Acesso em: 21 fev. 2012.
Entraram e, como sucede nas histórias deste tipo, ninguém
se espantou, muito menos o garçom do restaurante. Era *bravado – expressão usada para se referir a uma pretensa valentia,
apenas mais um par de fregueses. Entrados os dois, rati- a uma falsa coragem.
nho e tigre, escolheram uma mesa e se sentaram. O gar-
çom andou de lá pra cá e de cá pra lá, como fazem todos Questão 30
os garçons durante meia hora, na preliminar de atender
fregueses, mas, afinal, atendeu-os, já que não lhe restava Com base no título e no enredo do Texto I, pode-se con-
outra possibilidade, pois, por mais que faça um garçom, siderar que entre eles se estabelece
acaba mesmo tendo que atender seus fregueses. Chegou,
A) uma correspondência, pois o jantar do ratinho com
pois o garçom e perguntou ao ratinho o que desejava co-
mer. Disse o ratinho, numa segurança de conhecedor: um tigre é uma evidência de que o felino não estava
– Primeiro você me traga Roquefort aublinnis. Depois, faminto.
Couer de baratta filet roti à la broche pommes dauphine. B) uma contradição, afinal, nas fábulas, os ratos e os ti-
Em seguida, Medaillon lagartiche foie gras de Strasbourg. E, gres não podem ser amigos.
como sobremesa, me traga um Parfait de biscuit estraguèe
C) um contrassenso, pois os ratos não conhecem a culiná-
avec cerises jubilée. Café. Beberei, durante o jantar, um La-
ffite Porcherrie Rotschild 1934.
ria francesa, o que compromete a coerência do texto.
– Muito bem – disse o garçom. E, dirigindo-se ao tigre D) um equívoco, pois a fábula não apresenta nenhuma
– E o senhor, que vai querer? moral explícita em relação ao episódio descrito.
– Ele não quer nada – disse o ratinho. E) uma sátira, uma vez que o ratinho possui conheci-
– Nada? – tornou o garçom – Não tem apetite?
mentos sofisticados em relação ao cardápio.
– Apetite? Que apetite? – rosnou o ratinho enraiveci-
do – Deixa de ser idiota, seu idiota! Então você acha que se
Questão 31
ele estivesse com fome eu ia andar ao lado dele?
Moral: É necessário manter a lógica mesmo na fantasia.
Considere o trecho do Texto II – Autobiografia de mim
FERNANDES, Millor. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1964. p. 89.
mesmo à maneira de mim próprio –, das características
Texto II mencionadas nesse texto, materializam-se textualmente
Supermercado Millôr no Texto I
A) a tenacidade em lutar por seus ideais – Dou um boi
ANO I – Nº. 1 pra não entrar numa briga. Dou uma boiada pra sair
(Autobiografia de mim mesmo à maneira dela – expressa na audácia do ratinho.
de mim próprio) B) a busca pelo reconhecimento – Aos quinze (anos) já
“[...] Dou um boi pra não entrar numa briga. Dou era famoso em várias partes do mundo – ao mencio-
uma boiada pra sair dela... Aos quinze (anos) já era famoso nar o cardápio em francês.
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Avaliação Diagnóstica EM 2012
C) o novo brilho ao humor nativo – ao escrever uma fá- de olhos, que eu não vejo e eles veem. Que relação exis-
bula com personagens já reconhecidos pelo público, te entre minhas ideias e meu nariz? Para mim, nenhuma.
mas a partir da realidade local. Eu não penso com o nariz, nem me ocupo com o nariz,
quando penso. Mas os outros? Os outros que não podem
D) a tentação do bravado – expressa pela naturalidade ver dentro de mim minhas ideias e veem de fora o meu
da descrição de um jantar entre um ratinho e um tigre. nariz? Para os outros, as minhas ideias e o meu nariz têm
E) a insatisfação perante a crítica – Posso dizer que todo tanta relação, que se aquelas, digamos, fossem muito sérias
o País já riu de mim – expressa na moral da história e este, por sua forma, muito esquisito, começariam a rir.
narrada. PIRANDELLO, Luigi. Uno, nessuno e centomila. In: FABRIS, Annateresa. Identidades virtuais. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2004. p. 154.
Textos para as questões 32, 33 e 34.
Questão 32
Texto I
A análise das ideias defendidas no texto Uno, nessuno e
centomila, evidencia que o texto está centrado na dis-
cussão sobre
A) a dificuldade de o personagem-narrador se fazer en-
tender por seu interlocutor.
B) a necessidade de adequar a imagem externa de acor-
do com as ideias que o indivíduo tem.
C) a falta de consideração que as pessoas têm pelo as-
pecto físico atualmente.
D) a percepção de como a imagem externa pode influen-
ciar a forma pela qual as pessoas julgam os demais.
E) o elogio das características físicas do narrador-per-
sonagem que menospreza a imagem que os outros
fazem dele.
GUERRA, Cristina. Retratos. 1989-1997. Fotógrafo: Marcelo Zocchio. In: FABRIS, Annateresa. Identidades
virtuais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. p. 142. Questão 33
Wilhelm-Hack-Museum/Fotógrafo Desconhecido
Questão 34
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Avaliação Diagnóstica EM 2012
so, eles usam foguetes e o raio leise. Ninguém me diga que as terríveis baixas da Segunda Guerra Mundial, ficavam
a Hungria não usou o raio laser em cinquenta e quatro, liberados para outras tarefas).
quando eles davam de 11 a 8 e 19 a 15 e 48 a 0 em quem SCLIAR, Moacir. A linguagem médica. In: Folha de S.Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
br/livrariadafolha/1052130-leia-trecho-de-folha-explica-a-linguagem-medica.shtml>.
aparecesse, eles não facilitavam. Disse seu Góes, que não Acesso em: 19 fev. 2012.
esteve nessa Copa, aliás não esteve em Copa nenhuma,
mas esteve com Pongó que o primo esteve nessa Copa, que Ao refletir sobre as características da linguagem médica
eles vinham lá de baixo do campo parecendo uns cavalos, no fragmento apresentado, Scliar toca em uma questão
tudo falando hurunguês e dando aqueles passes de joelho de gênero, evidenciando
empedrado, situque-situque. A) a falta de preparo das mulheres para atuar na medicina.
RIBEIRO, João Ubaldo. Já podeis da pátria filhos. In: Livro de histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
p. 59. B) o preconceito em relação aos homens que não são
bons cuidadores.
O título do texto – Já podeis da pátria filhos – remete ao
primeiro verso do Hino da Independência do Brasil, le- C) as práticas sexistas em relação ao exercício da medi-
cina por mulheres.
vando o leitor a inferir que o fragmento de texto apre-
sentado refere-se ao contexto nacional, pois faz uma D) a falta de opção para as mulheres no mercado de tra-
reflexão de cunho político a partir balho.
A) do futebol, considerado um dos ícones da cultura E) a inexistência de preconceito na antiga União Sovié-
brasileira. tica em relação às mulheres.
B) dos estrangeiros e seus hábitos alimentares. Questão 38
C) da pobreza a que o narrador do texto está submetido.
D) da imaginação do narrador que acredita no uso de A produção de arte contemporânea conta com propos-
raio laser na Copa de 1954. tas artísticas que incluem instalações e performances. Um
dos artistas que inovou e promoveu discussões sobre arte
E) da ignorância do narrador que afirma que os jogado-
pelas suas performances foi o alemão Joseph Beuys (1921-
res falavam hurunguês. 1986). Em sua primeira mostra individual para uma galeria
Questão 37
privada, Beuys entrou com uma lebre morta no colo, rosto
coberto com mel e pó de ouro e visitou a exposição co-
mentando com o animal sobre as obras dispostas nas pa-
O encontro médico-paciente
redes. Por três horas as pessoas puderam observar a mo-
Mas a linguagem médica não é feita só de palavras. Há vimentação do artista, mesmo sem ouvir o que ele dizia.
uma comunicação não verbal, que começa já no ambiente. Esta performance intitulada Como Explicar Desenhos a uma
Suponhamos que alguém esteja doente e vá procurar um Lebre Morta, e realizada em 26 de novembro de 1965, na
médico. Ou médica: a presença da mulher na profissão galeria Schmela de Düsseldorf, Alemanha, além de gerar
é cada vez mais frequente, o que, aliás, representa uma opiniões controversas sobre a arte, demonstrou que a arte
mudança. Durante milênios, a atividade médica era uma
contemporânea vem buscando novas propostas de inte-
coisa quase exclusivamente masculina. Claro, havia partei-
ração com o público, bem como novas possibilidades de
ras, mas sua atividade era considerada auxiliar. E, quando
as mulheres começaram a se diplomar medicina, iam em compreensão dos próprios caminhos da arte. Além disso,
geral para certas especialidades, como pediatria e gineco- as intenções do artista podem conter aspectos simbólicos,
logia (cirurgia, por exemplo, nem pensar). Uma curiosa como em rituais, conforme apresenta Gisele Kato em re-
exceção, mas ainda não isenta de preconceito, ocorreu na portagem (Bravo, set. 2010, p. 40) sobre uma mostra desse
finada União Soviética. Lá, dava-se preferência às mulhe- artista realizada em 2010 em São Paulo: “o mel para reme-
res nas escolas de medicina, sob o argumento de que seu ter à sociedade organizada das abelhas, tida por ele como
perfil psicológico tornava-as mais aptas a cuidar de pes- um exemplo, e o ouro por simbolizar o poder e a conexão
soas (além disso, os homens, que andavam em falta após com o Sol. A própria lebre, presente na maioria de suas
peças, também carrega diversos significados implícitos. termos tão ásperos e convincentes que, com lágrimas nos
Na mitologia grega, estava ligada à deusa da beleza e do olhos, ele reconheceu sua culpa, se arrependeu sincero, e
amor, Afrodite, e, no cristianismo, representa a ressurrei- durante muito tempo se aplicou em disparar apenas sobre
ção.” Desta forma, estas manifestações artísticas exigem os outros meninos.
Dedicado anos depois às Forças Armadas, na Segunda
um olhar mais atento e disposto a análise para a constru-
Guerra Mundial, Davi foi promovido até general e conde-
ção de sentido e significado para o observador, apesar de corado com as cruzes mais altas por matar sozinho trinta e
o próprio artista considerar que “Toda pessoa é um artista”, seis homens, e mais tarde degradado e fuzilado por deixar
em seu dito mais famoso (segundo comentário de Gisele escapar com vida um Pombo mensageiro do inimigo.
Kato na mesma reportagem). MONTERROSO, Augusto. A ovelha negra e outras fábulas. Rio de Janeiro: Record, 1983. p. 71.
Tendo a obra de Beuys como exemplo, pode-se colocar Augusto Monterroso, contista contemporâneo, reinventa
que, em uma performance, o artista um signo há muito conhecido na história ocidental – a do
A) articula ideias, sentimentos e conceitos na arte con- jovem Davi que, em uma luta desigual, vence o gigante
temporânea. ao atirar uma pedrada em seus olhos. No entanto, o conto
B) reúne diferentes artistas na reprodução de visões de apresentado é uma crítica aos valores dos novos heróis
arte do século XIX. contemporâneos e, por extensão, à sociedade em que es-
C) explora os limites da arte, embora seja facilmente tão inseridos. Tal reflexão se estabelece por meio da apre-
compreendida pelo público. sentação de uma contradição expressa no fragmento
D) expõe o artista fisicamente na obra apenas em espa- A) “Era uma vez um menino chamado Davi N., cuja pon-
ços públicos. taria e habilidade no manejo da atiradeira desperta-
vam tanta inveja e admiração entre seus amigos da
E) reforça a cultura de massa na qual a produção indus-
vizinhança e da escola.”
trial é predominante.
B) “Quando os pais de Davi se aperceberam desse cos-
Questão 39 tume do seu bom filho se alarmaram muito, lhe per-
guntaram o que é que era aquilo, e denegriram a sua
A funda de Davi conduta com termos tão ásperos e convincentes [...].”
Era uma vez um menino chamado Davi N., cuja pon- C) “Cansado do tedioso tiro ao alvo que praticava dis-
taria e habilidade no manejo da atiradeira despertavam parando pedrouços contra latas vazias e pedaços de
tanta inveja e admiração entre seus amigos da vizinhança garrafa, Davi descobriu um dia que era muito mais
e da escola, que viam nele – e, assim, comentavam entre si divertido exercer contra os pássaros a habilidade com
quando os pais não podiam escutar – um novo Davi. que Deus o tinha dotado, [...].”
O tempo passou.
Cansado do tedioso tiro ao alvo que praticava dispa- D) “[...] de modo que dali em diante a exercitou contra
rando pedrouços contra latas vazias e pedaços de garrafa, todos os que se punham ao seu alcance, em espe-
Davi descobriu um dia que era muito mais divertido exer- cial contra Pardais, Cotovias, Rouxinóis e Pintassilgos,
cer contra os pássaros a habilidade com que Deus o tinha cujos corpinhos sangrentos caíam suavemente sobre
dotado, de modo que dali em diante a exercitou contra a grama, com o coração ainda agitado pelo susto e a
todos os que se punham ao seu alcance, em especial contra violência da pedrada.
Pardais, Cotovias, Rouxinóis e Pintassilgos, cujos corpi-
E) “Dedicado anos depois às Forças Armadas, na Segun-
nhos sangrentos caíam suavemente sobre a grama, com o
coração ainda agitado pelo susto e a violência da pedrada. da Guerra Mundial Davi foi promovido até general e
Davi corria alegre até eles e os enterrava cristãmente. condecorado com as cruzes mais altas por matar so-
Quando os pais de Davi se aperceberam desse costume zinho trinta e seis homens, e mais tarde degradado
do seu bom filho se alarmaram muito, lhe perguntaram o e fuzilado por deixar escapar com vida um Pombo
que é que era aquilo, e denegriram a sua conduta com mensageiro do inimigo.”
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Questão 40 Questão 41
©Wikimedia Commons/Sanjo
Casino da Póvoa
O escritor brasileiro Rubem Fonseca, 86, venceu o
Prêmio Literário Casino da Póvoa, anunciado nesta ma-
nhã durante o 13.º encontro literário Correntes D’Escritas,
na Póvoa de Varzim, em Portugal.
Convidado especial da edição, o escritor venceu os
finalistas Teolinda Gersão, Maria Teresa Horta, Hélia
Correia, Yvette Centeno, Enrique Vila-Matas, Leonardo
Padura, Inês Pedrosa e Mário Cláudio. Figura I
Segundo o jornal “Público”, em seu discurso de agra- Teatro kabuki
decimento, o escritor recitou de memória “O Melro” e O teatro kabuki é um espetáculo tradicional e popu-
sonetos de Camões. lar japonês. A palavra kabuki pode ser traduzida como a
“Amo a língua portuguesa, é uma língua lindíssima”, arte de cantar e dançar. Sua apresentação busca o exagero
disse Fonseca. “Adoro poesia. Lembrei-me de Camões. como uma forma de torná-lo fantástico ou com aspectos
Vocês me permitem que eu leia Camões?” de sobrenatural. Nesse sentido, as cores e o requinte dos
Fonseca, que recebeu 20 mil euros pelo prêmio, será trajes; a quantidade de adereços; a maquiagem estilizada;
ainda condecorado com a Medalha de Mérito Cultural a precisão, a movimentação e interpretação bem definida
pelo secretário de Estado da Cultura (cargo equivalente ao dos atores, até como se fossem estátuas; o som bem mar-
de ministro), Francisco José Viegas. cado pelo uso de matracas e também por instrumentos de
RUBEM Fonseca vence Prêmio Literário Casino da Póvoa. In: Folha de S.Paulo. Disponível em: <http://www1. corda como o shamisen, possuem uma grande importân-
folha.uol.com.br/ilustrada/1052548-rubem-fonseca-vence-premio-literario-casino-da-povoa.shtml>. cia. Todos os recursos resultam em um choque visual para
Acesso em: 19 fev. 2012.
expressar a força, a perfeição, os sentimentos em cada uma
Nessa notícia, o jornalista privilegiou algumas infor- das atuações dos atores e no seu conjunto.
mações, destacando alguns dados sobre o prêmio e o O kabuki, para os japoneses, é uma arte dedicada para
autor. Considere que tais subsídios contribuem para a a gente comum, diferente de outros espetáculos desen-
volvidos para a aristocracia. Em sua origem, século XVI,
construção de sentidos e evidenciam que
mulheres também atuavam, mas, desde o século XVII,
A) o autor premiado buscou abrilhantar a literatura do ele é encenado somente por homens, inclusive os papéis
país que lhe concedeu o prêmio, recitando Camões. femininos, o que exigiu o desenvolvimento e a especiali-
B) o valor dado no Prêmio Literário Casino da Póvoa era zação de atores para esta modalidade cênica. Tendo como
público inicialmente os mercadores, sua beleza ampliou
menos significativo que a condecoração oferecida ao
sua popularidade e ele se tornou uma expressão artística
ganhador. duradoura.
C) o objetivo do texto é divulgar a literatura brasileira Disponível em: <http://www.culturajaponesa.com.br/htm/kabuki.html>. Acesso em: 2 mar. 2012.
por meio do escritor Rubem Fonseca. Sobre o kabuki, pode-se afirmar que
D) a linguagem formal usada no texto contrapõe-se ao A) consiste em arte cênica japonesa dedicada original-
uso das aspas para citar a fala de Rubem Fonseca. mente à aristocracia que se tornou popular ao valori-
E) a função social da notícia – divulgar a literatura por- zar principalmente a simplicidade de recursos.
tuguesa – ocorre por meio da apresentação do autor B) é um espetáculo que, pelo exagero de recursos visuais e
português: Camões. interpretativos, busca a expressividade de sentimentos.
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Avaliação Diagnóstica EM 2012
Questão 44
A cultura brasileira recebeu contribuições e influências da cultura africana. Pode-se constatar essa presença, popula-
ridade e força em aspectos da culinária, da língua, da religião, das artes. Leia o texto a seguir:
Instrumentos musicais africanos
O Continente africano vive em pauta na mídia e, na maioria das vezes, por seus problemas sociais, econômicos, polí-
ticos, conflitos entre grupos separatistas, diversas doenças, entre outros aspectos negativos. No entanto, pouco se destaca
sobre a pluralidade cultural que o povo desse continente apresenta, contribuindo com elementos culturais em várias ou-
tras nações do mundo, e fortemente ligados ao Brasil. As principais características dos africanos são a musicalidade e suas
danças compostas por diferentes ritmos e instrumentos. A criatividade proporcionou a criação de vários instrumentos
musicais, entre eles podemos destacar: afoxé, agogô, berimbau, caxixi, cuíca, kora, reco-reco, tambores.
FRANCISCO, Wagner de Cerqueira. Instrumentos musicais africanos. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/instrumentos-musicais-africanos.htm>. Acesso em: 23 fev. 2012.
Com base no texto, pode-se afirmar que a contribuição da musicalidade da cultura africana na constituição da música
brasileira
A) manteve-se na reprodução da pluralidade de rituais religiosos.
B) destaca-se na presença e na elitização de ritmos regionais.
C) explora a diversidade rítmica e a criatividade dos instrumentos.
D) valoriza as danças que exprimem os conflitos sociais atuais divulgados na mídia .
E) privilegia o Brasil mostrando-se presente apenas em nosso país.
Questão 45
Narcisismo no “Face”
Cuidado! Quem tem muitos amigos no “Face” pode ter uma personalidade narcísica. Personalidade narcísica não é
alguém que se ama muito, é alguém muito carente. [...]
Em 1979, o historiador americano Christopher Lasch (1932-94) publicava seu best-seller acadêmico “A cultura do
narcisismo”, um livro essencial para pensarmos o comportamento no final de século 20. Ali, o autor identificava o traço
narcísico de nossa era: carência, adolescência tardia, incapacidade de assumir a paternidade ou maternidade, pavor do
envelhecimento, enfim, uma alma ridiculamente infantil num corpo de adulto.
O Facebook é a plataforma ideal para autopromoção delirante e inflação do ego via aceitação de um número gigan-
tesco de “amigos” irreais. O doutor Viv Vignoles, catedrático da Universidade de Sussex, no Reino Unido, afirma que,
nos EUA, o narcisismo já era marca da juventude desde os anos 80, muito antes do “Face”. Portanto, a “culpa” não é dele.
Ele é apenas uma ferramenta do narcisismo generalizado.
PONDÉ, Luiz Felipe. Narcisismo no “Face”. Folha de S.Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/37302-narcisismo-no-quotfacequot.shtml>. Acesso em: 16 abr. 2012.
Ao tratar do uso do Facebook, o autor busca consolidar sua opinião em relação à sociedade contemporânea marca-
da, segundo ele, por uma cultura narcísica. Entre os tipos de recursos mobilizados pelo autor para persuadir o leitor,
destaca(m)-se, nesse texto,
A) as relações de causa e consequência, apresentando o resultado ou efeito do uso intensivo do Facebook.
B) o raciocínio lógico, descrevendo como se constituem as plataformas de autopromoção do Facebook.
C) o argumento de autoridade, usando citação/paráfrase de fonte confiável, a fim de consolidar as ideias apresentadas.
D) o argumento de provas concretas, apresentando dados estatísticos que comprovam como se constitui a sociedade narcísica.
E) o argumento baseado no senso comum, descrevendo as crenças populares em relação ao uso das ferramentas de
comunicação midiática.
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A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B
C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C
D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D
E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E
24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B
C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C
D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D
E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E
2000.39147