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UCSAL – UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS


CURSO ECONOMIA

EDNA MARIA CERQUEIRA

EXPANSÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO EM SALVADOR

SALVADOR,
2012
EDNA MARIA CERQUEIRA

EXPANSÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO EM SALVADOR

Artigo apresentado à UCSAL – Universidade


Católica de Salvador, como pré-requisito para o
Curso de Economia.

Orientador: Profº Gildo

SALVADOR,
2012
RESUMO

Este artigo faz uma breve análise do crescimento imobiliário na cidade de Salvador-
Ba na atualidade. As questões sócio-ambientais é um dos principais fatores que
implica no desenvolvimento do setor imobiliário, por esse motivo neste estudo
também é feito uma referência aos impactos ambientais provocados pelo
crescimento imobiliário. Demonstra-se ainda os efeitos dos consórcios e
financiamentos imobiliários e a presença de empresas da construção civil de outros
estados e investidores estrangeiros que escolheram Salvador e as perspectivas do
setor imobiliário para o futuro. O mercado imobiliário da cidade de Salvador-Ba vem
apresentando um crescimento acelerado nunca visto em épocas anteriores, esse é
um processo contínuo, fruto da estabilidade econômica que o país vem
apresentando nos últimos anos. A metodologia empregada para a realização deste
estudo foi pesquisa bibliográfica a partir de livros, artigos e dissertações publicados
em sites na internet.

Palavras-chave: Crescimento imobiliário. Fatores. Salvador. Investimentos.


ABSTRACT

This article is a brief analysis of the real estate growth in the city of Salvador-Ba
today. Socio-environmental issues is one of the main factors that imply the
development of real estate, that is why this study is also made a reference to the
environmental impacts caused by the real estate growth. Also demonstrates the
effects of the consortia and mortgages and the presence of construction companies
of other States and foreign investors that have chosen Salvador and prospects of
real estate for the future The real estate market in the city of Salvador-Ba has been
showing rapid growth never seen in previous times, this is a continuous process, the
fruit of economic stability that the country has in recent years. The methodology
employed in this study was from bibliographic search books, articles, and
dissertations published on internet sites.

Keywords: real estate Growth. Factors. Salvador. Investments.


1 INTRODUÇÃO

O mercado imobiliário da cidade de Salvador nos últimos anos vem


apresentando um crescimento acelerado nunca visto antes, este parece ser um
processo contínuo e duradouro, fruto da estabilidade econômica que o país se
encontra, e que vem gerando esta estabilidade.

O objetivo geral deste estudo foi o de analisar o crescimento imobiliário na


cidade de Salvador na atualidade, e os impactos sobre a economia, demonstrando e
analisando o “boom” imobiliário na cidade.

Observa-se que o mercado imobiliário foi aquecido a partir da facilidade de


crédito imobiliário, consórcio e financiamentos que se tornam cada vez mais fácil a
aquisição de um imóvel.

O tema aqui abordado é de grande relevância, pois, apenas na década de 80,


com a implantação do Pólo Petroquímico, Salvador passou por um período de
grande demanda de imóveis, e na atualidade, o setor imobiliário, juntamente com a
construção civil vem demonstrando um crescimento econômico, onde a geração de
emprego e renda vêm despertando interesse de professores e acadêmicos.
2 O MERCADO BRASILEIRO IMOBILIÁRIO

2.1 HISTÓRICO

O início da expansão urbana no processo não é relativamente é


contemporâneo. Essa ação teve seu início partir de um conjunto de transformações
estruturais na economia e na sociedade brasileira nos anos 30, mas apenas na
década de 1970 é que dados censitários apresentaram uma população urbana
superior à rural.

As cidades já existiam como parte da paisagem social do país desde os


tempos da colônia e do Império, embora apresentassem limitadas extensões
demográficas. Na República Velha, com a grande expansão da economia cafeeira, e
com o início da industrialização, alargaram-se as relações mercantis entre as
diversas regiões brasileiras, e começaram a se intensificar as migrações,
principalmente as internacionais. Estas, fortemente financiadas pelo Estado,
impunham limites à expansão dos deslocamentos populacionais internos - que
começavam a dirigir-se, prioritariamente, para os Estados onde a economia mais se
expandia, ou seja, São Paulo e Rio de Janeiro.

Esses arquipélagos regionais, fundamentalmente articulados em torno das


atividades agrícolas, mantinham um sistema de cidades polarizadas, geralmente,
pelas capitais dos Estados. A população urbana distribuía-se pelos diferentes
sistemas regionais de cidades, fundamentalmente litorâneos e fortemente
concentrados na região Sudeste. Somente então, a partir da República Velha, é que
esses arquipélagos regionais começaram a articular-se, nacionalmente, dentro de
um processo de integração mercantil comandado pelo complexo da economia
cafeeira capitalista.

A partir dos anos 30 e 40, a urbanização incorporou-se às profundas


transformações estruturais por que passavam a sociedade e a economia brasileira.
Ela assume, de fato, uma dimensão estrutural: não é só o território que acelera o
seu processo de urbanização, mas é a própria sociedade brasileira que se
transforma cada vez mais em urbana. Essa grande transformação urbana
acompanhará o acelerado processo de industrialização da economia brasileira, que
tem como marco inicial mais importante a segunda metade da década de 50,
quando vai-se tornando cada vez mais intensa com a expansão dos sistemas de
transportes e dos meios de comunicação de massas. Essa grande transformação
deve ser entendida como a construção irreversível da hegemonia do urbano, não só
como o locus privilegiado das atividades econômicas mais relevantes e da
população, mas também como difusora dos novos padrões de relações sociais -
inclusive as de produção - e estilos de vida.

O Brasil arcaico, desarticulava-se até mesmo nas regiões de expansão da


fronteira agrícola, onde, rapidamente, a economia camponesa cedia lugar ao grande
capital. Essa grande mudança da sociedade brasileira, na segunda metade do
século 20, incorporava como um dos seus principais vetores de transformação o
chamado "grande ciclo de expansão das migrações internas". As migrações internas
faziam o elo maior entre as mudanças estruturais por que passavam a sociedade e a
economia brasileira e a aceleração do processo de urbanização (BRITO; HORTA,
2002).

Essa tendência a um crescente aumento no grau de urbanização não


constituiu uma novidade histórica. Os países capitalistas de primeira geração - como
a Inglaterra - e os de segunda geração - como os do continente europeu, os Estados
Unidos e o Japão - apresentaram, todos, a mesma tendência, ou seja, uma maciça
transferência da população do campo para as cidades, chegando a graus de
urbanização que variam entre 85,0% a 95,0%.

No Brasil, a grande novidade, foi a aceleração do processo de urbanização,


que era superior à dos países capitalistas mais avançados. Apenas na segunda
metade do século 20, foi que a população urbana passou de 19 milhões para 138
milhões, multiplicando-se 7,3 vezes, com uma taxa média anual de crescimento de
4,1%. Ou seja, a cada ano, em média, nessa última metade de século, 2.378.291
habitantes eram acrescidos à população urbana.

No auge da expansão urbana, as altas taxas de fecundidade ainda tiveram


grande importância para esse excepcional crescimento demográfico, pois somente a
partir da segunda metade da década de 60, quando ela se acelera e se generaliza,
há o declínio dos níveis de fecundidade. Contudo, a maior parte do crescimento
demográfico urbano deve ser explicada pelo intenso fluxo migratório rural-urbano,
dentro do contexto do grande ciclo de expansão das migrações internas. Somente
entre 1960 e o final dos anos 80, o auge do ciclo, estima-se que saíram do campo
em direção às cidades quase 43 milhões de pessoas - total que inclui o chamado
"efeito indireto da migração", ou seja, os filhos tidos pelos migrantes rurais nas
cidades. Trata-se de um deslocamento populacional gigantesco, num breve espaço
de tempo, o que bem qualifica a dimensão das grandes transformações pelas quais
passava a sociedade brasileira (CARVALHO; GARCIA, 2003).

Em geral, a migração interna - e não só a rural-urbana - representa um dos


elos mais relevantes entre as grandes transformações estruturais e a grande
transformação urbana. O intenso crescimento da economia urbano-industrial - que
se deu depois do Plano de Metas e se estendeu até o final dos anos 70 - foi, do
ponto de vista espacial e social, extremamente desequilibrado. Muito concentrado no
Estado do Rio de Janeiro e, mais ainda, em São Paulo, o desenvolvimento da
economia ampliou os desequilíbrios regionais, inclusive entre a cidade e o campo,
uma vez que este não conseguia gerar o número de empregos que atendesse ao
crescimento da sua força de trabalho. As migrações internas redistribuíam a
população do campo para as cidades, entre os Estados e as diferentes regiões do
Brasil, inclusive onde se expandia a fronteira agrícola. Mas elas se dirigiam,
principalmente, para as regiões metropolitanas, muito especialmente as do Sudeste
- e, principalmente, a de São Paulo. Apesar do grande crescimento da economia e
da oferta de empregos até o final da década de 70, as migrações internas, frutos dos
desequilíbrios econômicos e sociais nas regiões de origem, acabavam por
reproduzi-los nas regiões de destino.

Essa maciça redistribuição da população favorável às cidades e, em


destaque, às cidades metropolitanas, contribuiu para definir um novo perfil para a
sociedade brasileira. Desde a sua criação, no início dos anos 70, até os dias atuais,
as regiões metropolitanas sofreram inúmeras transformações, com a incorporação
de novos municípios. Como essa decisão é da competência das Assembléias
Legislativas, freqüentemente a delimitação de uma região metropolitana obedece
muito mais a critérios políticos do que aos sociais, econômicos e demográficos.

Com o propósito de analisar mais fidedignamente a realidade dos


aglomerados metropolitanos, neste artigo será utilizado o estudo desenvolvido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, e do conjunto formado pelo Núcleo
de Economia Social, Urbana e Regional/Instituto de Economia da Universidade de
Campinas - Nesur/IE-Unicamp e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE, no qual foram identificados os grupos de cidades que realmente constituíam o
verdadeiro aglomerado metropolitano (IPEA/IBGE/NESUR, 1999). Para definir o
espaço urbano que realmente pudesse ser considerado um aglomerado
metropolitano, foram empregados indicadores demográficos e econômicos, assim
como dos fluxos de bens e serviços.

Segundo Marques (2007), no ano de 1964, o mercado imobiliário brasileiro


era completamente desregulamentado, e a pessoa que o adquiria não tinha
nenhuma garantia na relação de compra e venda de imóveis. Devido a grande
desorganização neste setor surgiu a necessidade da criação de um dispositivo que
regulamentasse essa relação. . Assim no mês d dezembro deste mesmo ano foi
promulgada a Lei 4.591, que apresentou dispositivos de regulação.

De acordo com o mesmo autor,

O principal instrumento de disciplinamento para o mercado naquela


oportunidade foi a figura do “Memorial de Incorporação”, que trazia todas as
informações relativas ao futuro empreendimento bem como informações
jurídicas e contábeis da empresa e sócios. Este instrumento foi capaz, ao
longo das décadas, de tornar a relação de compra e venda mais estável.
(MARQUES, 2007, p. 01)

Com o mercado imobiliário regulamentado o governo criou mecanismos de


financiamento para produção e venda de imóveis, o que levou no ano de 1966 à
criação do Banco Nacional de Habitação, o conhecido BNH. Este foi um momento
de crescimento para o mercado imobiliário, porque a produção buscou atender a
todas as camadas sociais, com financiamentos em larga escala. Assim, até os anos
80 o mercado trabalhou bem, mas, quando a economia apresentou traços de
estagnação, e com o aumento da inflação, o mercado imobiliário começou a ficar
desorganizado. As tentativas para solucionar tais problemas foram em vão, assim,
no ano de 1986 o BNH foi extinto.

Com o desaparecimento do BNH os produtores de imóveis assim como os


compradores se viram desorientados. As questões surgidas desde o período do
BNH, deixaram traumas para os adquirentes de imóveis que não conseguiam pagar
as suas dívidas, uma vez que os contratos daquela época previam renegociação da
dívida vaso houvesse resíduos ao final do período de amortização. Deste modo,
com o cenário econômico apresentando uma inflação galopante, as mensalidades
acabavam por nem cobrir sequer as amortizações e em outros casos a amortização
era negativa, o que significava que: os adquirentes pagavam as parcelas, mas não
conseguiam diminuir a dívida. Isso traumatizou sobremaneira o mercado imobiliário,
principalmente os compradores. (MARQUES, 2007).

Deste modo, o setor imobiliário foi se encolhendo e se desorganizando,


passando a necessitar de mecanismos próprios para afrontar a situação, sendo o
financiamento direto aos compradores a melhor solução deste período. Nos anos de
1990 e 2003, basicamente não existiu fontes de recursos oficiais para financiamento
ou produção de imóveis. Esse também foi um momento de queda na renda da
população, o que levou a piorar a crise do setor imobiliário.

Nesse período também os construtores se desviaram do seu papel, de


produzir imóveis, e passaram a atuar como bancos financiando OS seus clientes em
36 e até 40 meses. (MARQUES, 2007, p. 03).

Os bancos desmobilizaram suas estruturas, pois não tinham nenhum


interesse nesse mercado, já que as taxas de juros muito altas não
favoreciam esses financiamentos de longo prazo. Os corretores
direcionaram seus esforços para vendas diretas (mais ágeis, sem
burocracia) e os compradores com os financiamentos bancários da época
aprovaram o novo método. Para o mercado imobiliário, seria uma maravilha
se a população tivesse renda suficiente para pagar os imóveis nos prazos
em que se iniciaram os planos diretos (36 a 40 me4ses). Porém, estes
prazos foram ficando cada vez mais elásticos e o retorno destes
investimentos começou a inviabilizar os negócios para o construtor, além de
sufocar o comprador, pois como essa modalidade na nossa cidade prevê
taxas de juros pós-fixada mais correção pelo Índice Imobiliária da
Construção Civil INCC, o financiamento mais longo (80 meses), que se
iniciava com uma prestação pagável, a partir de meados do contrato tinha
uma parcela que dava um salto tornando muito difícil a vida do comprador.

Constatou-se, no entanto, que os longos financiamentos diretos eram


inviáveis, assim surgiu à necessidade de encontrar nova solução. O espaço jurídico
passou a ser reformulado e, com a promulgação da Lei 10.931, do mês de agosto de
2004, foram apresentadas as condições para o novo tempo do mercado imobiliário.

Esta Lei criou regras para estimular e assegurar o mercado. Assim surgiu a
Alienação Fiduciária, que faz referência ao para o produtor e o Patrimônio de
Afetação, que é uma segurança para o comprador.
Para Marques (2007, p. 03),

[...] esta Lei foi um divisor de água na retomada dos financiamentos


bancários, pois ela pavimentou o caminho, criando um ambiente jurídico
equilibrado, o que permitiu aos agentes financeiros, construtores e
compradores toda segurança jurídica de que necessitava o mercado.
Podemos mencionar ainda que a criação do Patrimônio de Afetação dentro
da Lei é de vital importância, pois separa a escrituração contábil de um
empreendimento imobiliário do restante dos negócios da empresa. Este
instrumento, embora não seja obrigatório para todas as incorporações da
empresa, quando uma delas tem financiamento à produção é uma exigência
do banco que a financiou. Com isto, tanto os compradores como os agentes
financeiros podem ter total controle das ações, já que a essência do
Patrimônio de Afetação é “todos os recursos destinados aquele
empreendimento somente poderão ser aplicados ali”, não permitindo o
desvio dos recursos para outro local, evitando assim problemas
semelhantes aos que aconteceram com a ENCOL. (MARQUES, 2007, p.
04).

Todo este estímulo mais a obrigatoriedade dos agentes financeiros em


empregar recursos da caderneta de poupança, sob pena de serem remunerados a
80% da TR, e mais o crescimento da economia brasileira, apresentando baixa na
inflação e queda nas taxas de juros, trouxe para o mercado imobiliário grande
volume de recursos, criando uma saudável concorrência entre os bancos que
vislumbraram também a possibilidade de fidelidade dos clientes compradores de
imóveis por um longo período.

Aliado a tudo isso, as mudanças nos contratos de financiamento com os


bancos, que na atualidade apresentam regras mais claras, dentre estas, a de que
não existe resíduos ao final do período de amortização, em certas modalidades o
cliente pode optar por um contrato com prestações pré-definidas em 20 anos,
alavancaram o mercado imobiliário nos últimos tempos.

A tendência à concentração populacional nos grandes aglomerados


metropolitanos já era bastante nítida nos anos 70 e 80, como resultado do fantástico
fluxo migratório verificado no período. Em 1970, contabilizava-se uma população de
cerca de 93 milhões de habitantes para o país e aproximadamente um terço desse
total tinha como residência municípios pertencentes às aglomerações
metropolitanas. Considerando-se somente a população urbana, essa proporção
chega a quase 50%. Levando em conta que foi somente na década de 60 que a
população urbana superou a rural, pode-se afirmar que a transformação urbana no
Brasil foi tão acelerada que fez coincidir, no tempo, a urbanização e a
metropolização.

Como conseqüência dessa característica estrutural marcante da sociedade


brasileira, no final do século passado um terço de sua população residia nos
aglomerados metropolitanos selecionados. Quanto à população urbana - cuja
metade já era metropolitana em 1970 - há um relativo declínio. No final do século,
apesar de ter mais do que dobrado nas três últimas décadas, passando de 25
milhões para 56 milhões, a participação relativa da população metropolitana no total
da população urbana passa para 41,0%. Essa redução foi resultante do
redirecionamento de parte das migrações internas, depois de 1980, para as cidades
médias não metropolitanas (BRITO; HORTA, 2002).

Os dados reafirmam a grande especificidade do processo de urbanização no


Brasil - a simultaneidade da urbanização com a metropolização - acrescentando
ainda uma nova característica: dentro dos aglomerados metropolitanos, há uma
notável tendência a um maior crescimento dos municípios periféricos em relação às
capitais. Isso pode ser melhor observado quando se utiliza como indicador a
contribuição relativa do núcleo, ou das capitais, para o crescimento absoluto dos
aglomerados metropolitanos.

O CRESCIMENTO IMOBILIÁRIO DA CIDADE DO SALVADOR

Historicamente, o povoamento na cidade do Salvador começou pelo centro da


cidade. Nos anos de 1940 e 1950 o crescimento populacional foi significativo e suas
causas são observadas, em parte, a partir das migrações principalmente as
provenientes do interior da Bahia, que substituiu as habitações transformando-as em
locais de atividades comerciais ocasionando o deslocamento da população de alta
renda para a orla marítima, já que as áreas próximas a Baía de Todos os Santos
encontravam-se povoadas.

De acordo com Carvalho e Pereira (2006), esse crescimento provocou


grandes transformações no ambiente costeiro que foi suprimido por vias, praças, rios
canalizados, e habitações (condomínios fechados e protegidos da classe média alta)
acarretando o aumento da área urbana, modificação da paisagem e diversos
impactos ambientais na orla Atlântica de Salvador.

Ainda segundo os autores acima citados, nessa fase, comprometida com uma
modernização excludente e com os interesses do capital imobiliário, a Prefeitura
Municipal de Salvador – PMS (Carvalho e Pereira, 2006), que detinha a maioria das
terras do município, transferiu sua propriedade para (algumas poucas) mãos
privadas, através da Lei da Reforma Urbana (1968). A partir de então se estruturou
ao longo de três décadas um mercado imobiliário nos moldes capitalistas, colocando
a área da Avenida Octávio Mangabeira em um patamar de um dos metros
quadrados mais caros da cidade e uma pressão crescente sobre a ocupação da
terra (BRANDÃO, 1978; FERNANDES, 2004).

Aliado a isso, o governo municipal erradicou invasões populares localizadas


na orla Atlântica, área reservada ao turismo, numa outra estratégia de crescimento
para a cidade.

De acordo com dados da SEPLAN (2003), no começo da década de 70, a


cidade ocupava o equivalente a 30% do território do município. Com a implantação
dos parques industriais e a construção de grandes avenidas a malha urbana sofreu
um grande aumento. Exemplo disso é a construção das avenidas Octávio
Mangabeira e a Luís Viana dentre outras.

A intensidade deste crescimento levou a uma descentralização das


atividades, a predominância dos processos informais de criação do espaço urbano,
e vem provocando um desequilíbrio ecológico e muitos impactos ambientais, dentre
os quais, desmatamento, esgotos e resíduos sólidos domésticos e industriais,
contaminação do rio, aterro e degradação do manguezal, extinção de espécies
animais e vegetais, aumento de temperatura, dentre outros.

Em seu traçado urbano, Salvador pode ser observada como uma cidade
atípica, pois nela se encontram vales, morros, encostas e poucas áreas planas.
Essa pluralidade topográfica, que embora rica em uma beleza natural ímpar, lhe traz
graves transtornos do ponto de vista da organização e ocupação do solo.

A sua forma triangular e a sua posição geográfica, fez com que a cidade fosse
se expandindo mais para os lados norte e nordeste, e a partir dos anos 70, quando
se apresenta a industrialização do Estado da Bahia, a partir da criação e
implantação do pólo petroquímico, houve um forte crescimento na demanda
habitacional, mas não nas regiões próximas ao centro da cidade, mas nas suas
áreas metropolitanas, ativando a utilização dos terrenos periféricos, invasões de
terrenos públicos e privados, ampliando e surgindo assim, novas zonas de favelas e
conflitos.

Neste cenário, é que atualmente se observa o mercado imobiliário que vem


crescendo em ritmo acelerado. O luxo, a segurança, o conforto são atrativos para
quem deseja e pode morar em condomínios de alto padrão na capital baiana.

Segundo Walter Barreto Jr., presidente da Associação dos Dirigentes de


Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), o mercado imobiliário de
Salvador, está concentrado em um só lugar, isso leva a uma diminuição da
necessidade de deslocamento das pessoas, o se mostra como um benefício para o
trânsito da cidade.

Ainda segundo dados da Ademi-Ba existe um crescimento de 200,78% dos


negócios imobiliários no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período
do ano passado.

Para Cláudio Silva, superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do


Solo – SUCOM, de janeiro a julho de 2007, o órgão liberou 1.313.970,73 m² de
licença para a construção e ampliação na cidade. No período de agosto de 2007 a
fevereiro de 2008, foram liberadas 1.293.463,23 m². Já no período de março a
setembro de 2008, esse número quase triplicou, foram liberadas 3.475.287,97 m².

[...]. (Época, 17/03/ 2008, p. 102).

Outra questão levantada foi a construção de novos empreendimentos na


região da avenida Paralela. “Os condomínios de alto padrão nessa região fazem
com que esses moradores utilizem mais de um carro, provocando dessa forma um
grande impacto ambiental. Esses empreendimentos vão saturar a avenida”,

No dia 17 de julho de 2008, o A Tarde on line publicou os crescentes números


de apartamentos e salas dos novos empreendimentos na região da Paralela e
Tancredo Neves. Segundo o site,
Cinco mil e quinhentos apartamentos, 780 salas na Paralela e mais 30 mil
pessoas morando na avenida Paralela somente nos próximos quatro anos. Na
Tancredo Neves, 2 mil apartamentos, 2,2 mil salas e 8 mil novos habitantes. Ao
todo, 15 mil novos empregos nas duas vias mais valorizadas da cidade. A projeção é
da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-Ba).

O site da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros- Fisenge ,


publicou em 29 de setembro de 2008, um artigo sobre “O Boom Imobiliário e os
Desafios na Construção de uma Cidade Sustentável”. O trecho abaixo, relata a
escolha na construção de empreendimentos na avenida Paralela.

A avenida Luis Viana Filho, conhecida como Paralela, é o caso mais


emblemático. Esta área foi escolhida pelo grande capital imobiliário para construção
de “condomínios verticais” com áreas de lazer, cinemas, centros comerciais, parques
etc, cujo principal mote da propaganda veiculada nos meios de comunicação é a
garantia de ambiente saudável para os futuros privilegiados proprietários. A grande
contradição deste processo é que, para construir estes “paraísos urbanos”, é
necessário desmatar a última reserva de Mata Atlântica da nossa cidade e tornar um
caos o trânsito de pessoas e veículos nas vias próximas a estes empreendimentos.

A descontinuidade administrativa, a exploração imobiliária, o brutal aumento


populacional, a pressão habitacional, a inescrupulosa demagogia, a
inexistência de legislação urbana condizente levaram-na a um crescimento
disforme, indisciplinado, desempenhado o poder público a função de mero
expectador, distante e impotente, desse desenfreado desenvolver.
(FERRAZ, 1991, p. 48).

Especialistas acreditam que esse novo dinamismo esperado para o setor


daqui em diante ocorre, sobretudo, devido a vários fatores, entre os quais,
destacam-se:

 retomada dos financiamentos imobiliários pelos bancos privados;


 queda dos juros, e
 redução do IPI de alguns materiais de construção civil.
Alguns outros fatores, de ordem local, têm ajudado a fomentar ainda mais o
mercado imobiliário. São eles:

 aumento de clientes estrangeiros no Litoral Norte;


 instalação de novas empresas no Estado;
 liberação do gabarito em alguns trechos da orla da cidade prevista no
seu Plano Diretor de

Somando-se tudo isso, o que se constata que depois de uma crise que abalou
o segmento imobiliário no ano de 2003 (quando foram comercializadas apenas 1,8
mil unidades na cidade) a meta de ultrapassar as vendas de 4 mil unidades este ano
não apenas representa um recorde no setor como significa, muito provavelmente,
um impacto considerável na economia baiana.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final deste breve estudo observa-se que a cidade de Salvador há mais de


três anos vêm sendo placo de uma fase de grande crescimento do setor imobiliário,
com vários empreendimentos em construção por toda a cidade. O aquecimento
deste mercado vem das facilidades, como crédito imobiliário, consórcios e
financiamentos que tornam cada vez mais fácil a aquisição de um imóvel.

O processo da expansão da cidade de Salvador foi intensificado de forma


acelerada a partir do ano de 1970.

O cenário positivo do setor imobiliário ocorre devido ao crescimento da


economia, a ampliação de crédito e prazo no país, além do aumento do poder
aquisitivo das classes C e D, que entraram neste mercado. Os incrementos do setor
empresarial também foi um fator que favoreceu esse crescimento.
REFERÊNCIAS

BRITO, F.; HORTA, C. A urbanização recente no Brasil e as aglomerações


metropolitanas. Cedeplar - IUSSP, 2002

CARVALHO, J.A.M.; GARCIA, R.A. Estimativas decenais e qüinqüenais de


saldos migratórios e taxas líquidas de migração do Brasil, por situação de
domicílio, sexo e idade, segundo unidade da federação e macrorregião, entre
1960 e 1990 e estimativas de emigrantes internacionais do período 1985/1990.
Belo Horizonte: Cedeplar/UFMG, 2003. Disponível em:
<http://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/migracao/index.html.

COSTA, H.S.M. Natureza e mercado imobiliário na redistribuição da população


metropolitana: notas a partir do Eixo-Sul de Belo Horizonte. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 14., Anais... Caxambu, Abep, 2004.

IPEA/IBGE/NESUR. Caracterização e tendências da rede urbana no Brasil.


Campinas: IE/Unicamp, 1999

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