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1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
3. COMPOSIÇÃO DA CELULOSE............................................................................. 6
3.2. Hemicelulose.................................................................................................... 9
3.3. Lignina.............................................................................................................. 9
5.5. Depuração...................................................................................................... 21
6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 29
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1. INTRODUÇÃO
2. HISTÓRIA DA CELULOSE
A humanidade sempre buscou por se expressar, e para isso, utilizou
diversos tipos de materiais e superfícies: couro, barro, rochas, ossos, pedra, madeira
e argila, por exemplo. Podemos ver isso através de pinturas e inscrições em rochas
e cavernas ao redor do mundo, e que datam de 60 mil anos. Porém, com o avanço
de sua capacidade cognitiva e do domínio dos instrumentos, o homem desenvolveu
tecnologias que possibilitaram a criação de materiais mais refinados com a
finalidade de se expressar.
Um exemplo disso é o papiro, que era utilizado no Egito há cerca de 3.700 a.
C. O papiro é feito a partir do caule de uma planta chamada Cyperus papyrus, que
era muito encontrada às margens do Rio Nilo.
Outro exemplo disso são os pergaminhos, utilizados pelos persas
aproximadamente 200 a. C. no reinado de Eumenes II de Pérgamo. O pergaminho
era feito de peles de animais tratadas.
Por volta do século V, na região da América Central, os povos asteca e maia
também desenvolveram seus suportes para escrita. Eram feitos a partir do vidoeiro e
da casca da figueira, que eram chamados de huun e amate, respectivamente.
O papiro e o amate se diferem do papel que conhecemos hoje, apesar de
ambos serem feitos de fibras vegetais, pois a sua produção mantem as fibras
inteiras, sem a separação da celulose. Por esse fator, eles são similares às fibras
têxteis.
O papel como conhecemos hoje tem origem na China, datado a partir de 105
d. C. inventado por Ts’aiLun.
3. COMPOSIÇÃO DA CELULOSE
Chamamos de lignocelulósicos os materiais fibrosos que formam matrizes
complexas de constituição celulósica. A celulose é um polímero rígido de glicose,
hemicelulose, pectinas e outras gomas. É adicionada a lignina, que pode ser
considerada uma cobertura de resina. Os materiais lignocelulósicos são
encontrados na biomassa vegetal. É chamado de biomassa vegetal: florestas,
produtos agrícolas, gramíneas com alto rendimento de fibras (como bambu, sisal,
juta, rami), resíduos agroindustriais (bagaço de cana de açúcar, palha de milho,
palha de arroz).
Os componentes de materiais lignocelulósicos são classificados em dois
grupos:
1. Principais componentes da parede celular:
Celulose;
Hemicelulose;
Lignina.
2. Outros Componentes:
São os outros componentes que não constituem a parece celular. São
classificados da seguinte forma:
Materiais solúveis em água (não extrativos): compostos
inorgânicos (com teor inferior a 1%) e pectinas;
Materiais solúveis em solventes orgânicos (extrativos): terpenos, e
derivados, graxas, ceras e fenóis.
Podemos ver na tabela 1 a composição dos lignocelulósicos.
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Celulose 40-50
Hemicelulose 25-35
Lignina 15-25
MADEIRA MADEIRA
BAGAÇO PALHA DE
CONSTITUINTES DURA MOLE
DE CANA MILHO
EUCALIPTUS PINUS
Celulose 34-48 40-45 30-39 45
Hemicelulose 20-25 10-13 24-30 35
Lignina 20-29 26-34 18-22 15
Cinzas 0,3-1,2 0,2-0,8 1-4 45
Comprimento da fibra (mm) 0,7-1,6 2,7-3,6 1,0-2,0 -
Diâmetro da fibra (um) 20-40 32-43 14-28 -
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3.1. Celulose
É um polímero linear da glicose, com alta massa molecular, insolúvel em
água e é o principal componente da parede celular da biomassa vegetal.
Uma molécula de celulose pode ter áreas com configuração ordenada, rígida
e inflexível em sua estrutura (celulose cristalina) e outras áreas de estrutura flexíveis
(celulose amorfa). (CASTRO, 2009). Essas diferenças são responsáveis por
mudanças de físicas, que podem ser observadas na molécula de celulose. Por
exemplo: absorção da água e inchamento da molécula de celulose é de
responsabilidade da área amorfa da molécula.
3.2. Hemicelulose
A hemicelulose é um grupo de polissacarídeos, formado por vários tipos de
açúcares solúveis em álcali. Também está localizado na parede celular da biomassa
vegetal.
Podemos ver na tabela 3 as principais diferenças entre uma molécula de
celulose e uma de hemicelulose.
CELULOSE HEMICELULOSE
3.3. Lignina
A lignina é um polifenol que não tem estrutura cristalina e é considerado um
polímero amorfo, que sua estrutura principal provém da polimerização iniciada por
enzimas. É considerada um dos materiais mais resistentes da natureza. A
associação da lignina à celulose e a hemicelulose impede a degradação das
mesmas, ou seja, a lignina confere firmeza e rigidez ao conjunto de fibras de
celulose.
PROCESSO pH
Ácido 1,0 - 3,0
Bissulfito 4,5
Neutro 6,0 - 8,0
Alcalino 11,0 - 14,010
Organosolv Organosulfônicos11
Tabela 6: Comparação dos processos de separação dos componentes dos materiais lignocelulósicos
1. Ineficaz
1. Irradiação de raios 2.Ineficaz, podem provocar
gama 2.Tratamento reações entre os produtos
a vapor (tratamento secundários oriundos da
Físico térmico) 3.Explosão com fração hemicelulósica e a
vapor (aquecimento e complexa lignina-celulose.
rápida descompressão 3.Efetivo, promove a
do material) separação integral dos três
componentes poliméricos.
Parcialmente efetivo.
Necessita de processos
Utiliza a ação de micro- complementares de
organismos selecionados deslignificação, devido à
capazes de promover a baixa velocidade de
Biotecnológico
deslignificação dos degradação do material
materiais (períodos da ordem de 4
lignocelulósicos. meses). Processo ainda
em fase experimental
(nível de bancada)12
5.1. Descascamento
A madeira pode ser processada com ou sem casca. As cascas possuem um
teor de fibras relativamente pequeno e afetam negativamente as propriedades do
produto. Isso significa que essa etapa tem a finalidade de reduzir a quantidade de
reagentes no processamento da madeira e facilitar a etapa de lavagem e
peneiração.
Os descascadores utilizados industrialmente são:
Descascador a tambor (Descascador de bolsa);
Descascador de anel (Descascador de corte);
Descascador hidráulico (Descascador de faca).
Podemos ver os descascadores nas figuras a seguir. A figura 7 representa
um descascador a tambor.
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5.2. Picagem
Nessa etapa do processo as toras são reduzidas a fragmentos. Essa
redução é necessária para facilitar a penetração do licor no cozimento. Isso ocorre
porque as paredes celulares são permeáveis. Os cavacos também são mais fáceis
de transportar.
5.3. Classificação
Após a picagem, os cavacos são classificados de acordo com as dimensões
padrões para o processamento. Os cavacos maiores retornam para a picagem, e os
finos podem ser processados separadamente ou então são queimados na caldeira.
5.4. Cozimento
Também chamado de digestão da madeira. Processa em vasos de pressão
ou biodigestor e pode ser efetuado em regime de batelada ou contínuo.
Quando é no processo batelada, o aquecimento é feito com um programa
pré-determinado onde a temperatura é elevada gradativamente, por 50 a 90
minutos, até atingir 170°C. Isso permite que o licor impregne nos cavacos. Sendo
mantido nessa temperatura por cerca de 60 a 120 minutos para completar as
reações de cozimento.
Após o cozimento, o conteúdo é descarregado sob pressão em tanques,
onde os cavacos amolecidos são desintegrados em fibras, os vapores resultantes
são condensados em trocadores de calor onde água é aquecida para lavagem da
polpa. (KLOCK)
Quando se trata do processo contínuo, os cavacos passam por um vaso
com vapor onde ar e outras substâncias são retiradas. Os cavacos pré-aquecidos e
o licor de cozimentos entram no digestor contínuo, onde se move através de uma
zona de temperatura intermediária (115° - 120º) para permitir uma penetração ideal
do licor nos cavacos.
Conforme a massa de cavacos se move através do vaso de cozimento, a
mistura é aquecida até a temperatura de cozimento, por circulação forçada do licor,
através do trocador de calor ou por injeção de calor e é mantida nessa temperatura
de 60 a 120 minutos.
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5.5. Depuração
A massa cozida é transferida para o sistema de depuração, que separa os
materiais estranhos às fibras (como pequenos palitos). O material é transferido para
filtros lavadores, para que a massa seja lavada, para que todos os solúveis sejam
separados das fibras de celulose. A celulose então é encaminhada para o
branqueamento ou para a fabricação do papel Kraft. O material filtrado recebe o
nome de licor negro e é transferido para o sistema de recuperação.
A composição básica do licor negro é: 16% de sólidos; 37,4 g/L de Na2CO3 +
NaOH; 7,4 g/L de Na2S; 1,6 g/L de Na2SO4 e 63,5 de NaOH (total).
combustível, pois é muito rico em material orgânico. Após a queima sobra apenas a
parte inorgânica que será enviada para o processo de 14 caustificação, onde ocorre
a calcinação e é recuperada a soda cáustica. (CASTRO, 2009)
Essa evaporação é necessária para que o licor entre na caldeira de
recuperação em condições que possibilitem sua combustão.
Nas figuras 11 e 12 podemos ver os esquemas que demonstram a natureza
cíclica da etapa de recuperação do processo Kraft.
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derretimento. Da solubilização do fundido resta o licor verde, que adquire essa cor
graças aos sais ferrosos formados. O licor verde é rico em carbonato de sódio e
sulfeto de sódio.
Podemos ver a caldeira de recuperação na figura 14.
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5.7. Branqueamento
É a etapa de purificação da celulose, pois dependendo do grau de cozimento
efetuado a pasta ainda pode ter 5% de lignina. O teor de lignina presente é o
responsável pela tonalidade da polpa. A polpa varia entre marrom e cinza. A
remoção da lignina é necessária para se obter a celulose pura e também para dar
um aspecto de brancura elevado, o que proporciona uma alta qualidade no produto
final.
Branquear a celulose é levar a fibra ao seu estado natural de alvura que é o
branco. (CASTRO, 2009)
A remoção da lignina é feita em vários estágios, por razões técnicas e
econômicas, e também, para se conseguir o grau de brancura desejado.
Um maior grau de alvura com menor degradação da fibra pode ser
alcançado, ao se aplicar quantidades menores de reagentes de branqueamento em
várias etapas, com lavagens intermediárias. Os principais agentes de
branqueamento e a simbologia das etapas de branqueamento são descritos na
Tabela 7.
Oxigênio O Oxigênio
Ozônio Z Ozônio
Hidróxido de Sódio e
Extração Oxidativa EO
Oxigênio
Extração Alcalina Hidróxido de Sódio e
EP
com Peróxido Hidrogênio
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Extração Alcalina
Tem a função de remover os componentes coloridos da pasta celulósica,
que é solubilizada em álcali após o tratamento oxidante. Nesse estágio se consegue
uma remoção da lignina clorada maior, o que aumenta a alvura da pasta nos
estágios seguintes e os deixa mais estáveis, o que faz com que se use menos
reagente nos processos posteriores.
Hipoclorito de Sódio
É usado nos estágios intermediários ou finais de branqueamento. É nesse
ponto do processo que se dá o inicio do branqueamento das fibras.
Dióxido de Cloro
É utilizado por várias indústrias como o ultimo estágio de branqueamento da
pasta celulósica e permite obter celulose com diferentes graus de alvura. Isso se dá
pelo fato desse agente oxidar a lignina e preservar a celulose.
6. BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, A. C. C. D. Universidade federal de Lavras. Composição
Química Monomérica da Lignina da Madeira de Eucalyptus spp. para a
Produção de Carvão Vegetal, 2015. Disponivel em:
<http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/9689/2/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Compo
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na%20da%20madeira%20de%20Eucalyptus%20spp.%20para%20produ%C3%A7%
C3%A3o%20de%20carv%C3%A3o%20vegetal.pdf>. Acesso em: 10 Setembro
2017.
CASTRO, G. Academia. Introdução aos Processos de Produção de
Celulose e Papel. Disponivel em:
<https://www.academia.edu/10097596/Celulose_Papel>. Acesso em: 10 Setembro
2017.
CASTRO, H. F. D. Universidade de São Paulo. Escola de Engenharia de
Lorena - EEL, 2009. Disponivel em:
<https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840556/434/apostila4papelecelulose
.pdf>. Acesso em: 07 Outubro 2017.
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