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EVA MARIA LAKATOS MARINA DE ANDRADE MARCONI Of ym | ols | TEXTOL Fundamentos de Metodologia Cientifica 3° Edigdo Revista e Ampliada SAO PAULO EDITORA ATLASS.A, - 1994 1985 by EDITORA ATLAS S.A. ua Conselheiro Nébias, 1284 (Campos Ellsios) 2aixa Postal 7186 ~ Tel.: (011) 221-9144 (PABX) 1203 S40 Paulo (SP) od. 1985; 3* tiagom ~ 1988; 2. ed. 1990; 3. ed, 1991 ;3# tiragem — 1994 SBN 85-224-0714.2 mpresso no BrasilPrinted in Brazit depésito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n? 1.825, de 20 de dezembro de 1907. “ODOS OS DIREITOS RESERVADOS ~ E proibida a reprodugao ‘total ou parcial, de qualquer arma ou por qualquer meio, salva com autorizecéo, por escrito, do Exitor.. Sapa: Paulo Ferreira Leite Dados Internactonals de Catalogagéo na Publicagso (CIP) (Cémara Brasiletra do Livro, SP, Brasil) Lakatos, Eva Maria. Fundamenios de metodokgia cientfica / Eva Maria Lakatos, Marina de Andrade Marconi, --3. ed, rev. @ ampl,- - Sao Paulo: Atas, 1991. Bibliografia, ISBN 85-224.0714-2 1, Ciéncia ~ Metodologia 2. Pesquisa ~ Metodologia |. Marconi, Marina de Andrade. I. Titulo, CDD-501,8, 91-1928 001,42 Indes para catdiogo slstomiico: Método cientifico 501.8, Metodologia cientfica 501.8 Metodologia da pesquisa 001.42 Pesquisa : Metodologia 001.42 Cléncia e conhecimento cientifico 3.1 0 CONHECIMENTO CIENTIFICO E OUTROS TIPOS DE CCNHECIMENTO Ao se falar em conhecimento cientifico, o primeiro passo consiste em diferencié-lo de outros tipos de conhecimento existentes. Para tal, analisemos uma situa¢ao histérica, que pode servir de exemplo, Desde a Antiguidade, até aos nossos dias, um camponés, mesmo iletrado e/ou des- provido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a épaca da co- Iheita, a necessidade da utilizagio de adubos, as providEncias a serem tomadas para a Wipsew> Valorativo <> s1yp>4: Racional Inspiracional —» $2 barn peg) Sistemético Sistemético Nio verificsvel Nao verificével Infalivel Infalfvel Exato Exato 3.13... CONHECIMENTO POPULAR O conhecimento popular é valorativo por exceléacia, pois se fundamenta numa se~ lego operada com base em estados de Animo e emogées: como 0 conhecimento implica ume dualidade de realidades, isto €, de um lado 0 sujeito cognoscente e, de outro, 0 ob- Jeto conhecido, ¢ este € possuido, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do suj to impregnam o objeto conhecido. FE também reflexivo, mas, estando limitado pela fami- | liaridade com o objeto, nfo pode ser reduzido @ uma formulagio geral. A caracteristica | de assistemditico bascia-se na “organizacio” particular das experiéncias préprias do su- | jeito cognoscente, ¢ nfo em uma sistematizagio das idéias, na procura de uma formu- | Taco geral que explique os fendmenos observados, aspecto que dificulta a transmissiio, | de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. F verificdvel, visto que est limitado 20 | Ambito da vida diéria e diz respeito Squilo que se pode perceber no dia-a-dia, Finalmen- | te € falfvel c inexato, pois se conforma com a aparéncia e com o que se ouviu dizer a | respeito do objeto, Em outras palavras, nfo permite a formulacdo de hipteses sobre a | exiséneia de fonémenos situados além das pereepedes objetivas, 2. CONHECIMENTO FILOSOFICO. conhecimento filosélico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipé- teses, que nao poderio ser submetidas & observacio: “as hipcteses filoséficas baseiam- se na experiéneia, portanto, este conhecimento emerge da experiéncia ¢ no da experi- ‘mentago” (Tryjillo, 1974:12); por este motivo, o conhecimento filoséfico € ndo veri- Jicdvel, j& que 0s enunciados das hipéteses filosdficas, 20 contrario do que ocorre no campo da ciéncia, nao podem ser confirmados nem refutados. E racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Tem a caractertstica de sistemAtico, pois suas hipéteses ¢ enunciados visam a uma representacio coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendé-la em sua totalidade. Por titimo, & in- Jfaltvel e exato, j& que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definigao do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim ‘como suas hipdteses, nfo so submetides ao decisivo teste da observacdo (experimen- acdc). Portanto, o conhecimento filos6fico € caracterizado pelo esforco da razio pura Te para questionar os problemas humanos e poder discemnir entre o certo ¢ o errado, uni- camente recorrendo as luzes da prdpria razao humana. Assim, se o conhecimento cienti- fico abrange fatos concretos, positives, ¢ fendmenos perceptiveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observacéo, o objeto de andlise da filosofia sto idéias, relagdes conceptuais, exigéncias Igicas que nao sio redutiveis a realidades materiais e, por essa razio, nfo so passfveis de observaco sensorial direta ou indireta (por instruments), como a que é exigida pela cigncia experimental. O mé- todo por exceléncia da cigncia € o experimental: ela caminha apoiada nos fatos reais € concretos, afirmando somente aquilo que € autorizado pela experimentacao, Ao contré- rio, a filosofia emprega “o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiéncia, e-néo exige confirmagao experimental, mas somente coeréncia Iggica"” (Ruiz, 1979:110). O-procedimento;cientifico leva a circunscrever,.delimitar, fragmentar e analisar 0 que se constitui’o'objeto da pesquisa, atingindo segmentos da realidade, ao passo que a filosofia encontra-se sempre A procura do que é inais geral, in- teressando-se pela formulagdo de uma concep¢i0-unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder as grandes indagacdes do espirito humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e hammonizem as conclusées da ciéncia. 3.1.3.3 CONHECIMENTO RELIGIOSO O conhecimento réligioso, isto é, teoldgico, apéia-se em doutrinas que contém pro- posigdes sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracio- nal) e, por esse motivo, tais verdades so consideradas infalfveis e indiscutiveis (exa- tas); 6 um conhecimento sistemdtico do mundo (origem, significado, finalidade ¢ desti- no) como obra de um criador divino; suas evidéncias nao so verificadas: est sempre implicita uma atitude de 6 perante um conhecimento revelado. Assim, 0 conhecimento religioso ou teoldgico parte do principio de que as “verdades” tratadas sio infalfveis ¢ indiscutiveis, por consistirem em “revelagbes” da divindade (sobrenatural). A adeséo das pessoas passa 2 ser um ato de £8, pois a visio sistemftica do mundo € interpretada como decorrente do ato de un criador divino, cujas evidéncias no s4o postas em diivi- da nem sequer verificdveis. A postura dos tedlogos e cientistas diante da teoria da evo~ lucio das espécies, particularmente do Homem, demonstra as abordagens diversas: de tum lado, as posiges dos te6logos fondamentam-se nos ensinamentos de textos sagra~ dos; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos concretos capazes de com- provar (ou refutar) suas hipéteses. Na realidade; vai-se mais longe. Se o fundamento do conhecimento cientifico consiste na evidéncia dos fatos observados ¢ experimentalmen- te Controlados, eo do conhecimento filos6fico ¢ de seus enunciados, na evidéncia I6gi- ca, fazendo com que em ambos os modos de conhecer deve a evidéncia resultar da pes- guisa dos fatos ou da andlise dos contetidos dos enunciados, no caso do conhecimento teoldgico 0 fiel nfo se detém nelas & procura de evidéncia, pois a toma da causa primei- 7, ou seja, da revelagdo divina, 79 3.1.3.4 CONHECIMENTO CIENTIFICO Finalmente, 0 conhecimento civntfficu € real (factual) porque lida com ocoutucias ou fatos, isto 6, com toda “forma de existéncia que se manifesta de algum modo” (Tru jillo, 1974:14), Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposigses ou hipd- teses tém sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiéncia e no apenas pela razio, como ocorre no conhecimento filoséfico. 5 sistemdtico, j& que se trata de ‘um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e néo conheci- mentos dispersos e desconexos. Possui a caracteristica da verificabilidade, a tal ponto ‘que as afirmagées (hipéteses) que no podem ser comprovadas néo pertencem ao ambito da ciéncia, Constitui-se em conhecimento falivel, em virtude de no ser definitivo, ab- soluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposigdes ¢ 0 de- senvolvimento de técnicas podem reformular 0 acervo de teoria existente. ‘Apesar da separagio “‘metodol6gica”” entre os tipos de conhecimento popular, fi- oséfico, religioso ¢ cientifico, no processo de.apreensao da realidade do objeto, o su- jeito cognoscente pode penetrar nas diversss freas: ao estudar 0 homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de conclusées sobre sua atuacao na sociedade, baseada no senso ‘comum ou na experiéncia cotidiana; pode-se analisé-lo como um ser biolgico, verifi- cando, através de investigagio experimental, as relacGes existentes entre determinados refs e suas FungSes; pode-se questioné-lo quanto & sua origem e destino, assim como guanto a sua liberdade; finalmente, pode-se observé-lo como ser criado pela divindade, sua imagem ¢ semelhanca, ¢ meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados. Por sua vez, estas formas de comhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voliado, por exemplo, 2o estudo da fisica, pode ser crente praticante de de- terminada religiao, estar filiado @ um sistema filoséfico ¢, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum. 3.2 CONCEITO DE CIENCIA Diversos autores tentaram definir o que se entende por ciéncia. Consideramos mais precisa a definicdo de Trujillo Ferrari, expressa em seu livro Metodologia da ciéncia, Entendemos por ciéncia uma sistematizagio de conhecimentos, um conjunto de proposigées logicamente correlacionadas sobre 0 comportamento de certos fenémenos que se deseja estudar: “A ciéncia é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemético conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido & verificagao” (1974:8). As ciéncias possuem: 2) Objetivo ou finalidade, Preocupagdo em distinguir a caracteristica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos. b) Fungio. Aperfeigoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relacdo do homem com o seu mundo, ©) Objeto, Subdividide em: © material, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verifi- car, de modo geral; © formal, o enfoque especial, em face das diversas cincias que possuem ‘o mesmo objeto materia. 3.3. CLASSIFICACAO E DIVISAO DA CIENCIA ‘A complexidade do universo ¢ a diversidade de fenémenos que nele se manifestam, lindas A necessidade do homem de estudé-los para poder entendé-los ¢ explicé-los, le- ‘varam a0 surgimento de diversos ramos de estudo e ciéncias espectficas. Estas necessi- tam de uma classificago, quer de acordé com sua ordem de complexidade, quer de acordo com seu contetido: objeto ou temas, diferenga de enunciados ¢ metodolégia em- pregada, Lésia FORMS ee Fisica narus <—— << coi Biologia © outras FACTUAIS Antropologia Cultural Dire SOCIAIS eal} CIENCIAS Paltica Psicologia Social Sociologia LITERATURA RECOMENDADA ANDER-EGG, Ezequiel. Introduccién a las técnicas de investigacién social: para tra- bajadores Sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. Parte J, Capitulo 1. BARBOSA FILHO, Manuel. Intraducdo 4 pesquisa: métodos, técnicas e instrumentos, 2, ed. Rio de Janciro: Livros Técnicos e Cientificos, 1980. Parte 1, Capitulos 1 ¢ 2. BUNGE, Mério. La ciencia, su método y st filosofia. Buenos Aires: Siglo Veinte, 1974a, Capftulo 1, 81 BUNGE, Métiv. La investigacton cientifica: su estrategia y su tilosolia. 9. ed. Barcelo- nai Ariel, 1976, Parte 1, Capftulo 1, Parte IT, Capitulo 9, CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino, Metodologia cientffica: para uso dos estudantes universitérios, 2, ed. S80 Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. Parte 1, Capitulo 1. COHEN, Morris, NAGEL, Emest. datroducctén a la ldgica y al método clenttfc ed, Buenos Aires: Amorrortu, 1971. v. 2. Capitulo 2, Item 5. GALLIANO, A. Guilherme (Org.). O método cientfc Harper & Row do Brasit, 1977. Capitulo 1. GOODE, William J., HATT, Paul K. Métadas em pesquisa social, 2, ed, So Paulo: Nacional, 1968. Capitulos 1,2, 34. HEGENBERG, Leénidas, Explicagées cientfficas: intsodugdo 2 filosofia da ciéncia. 2 ed. Sao Paulo: E.P.U./EDUSP, 1973. Capitulo 2. HIRANO, Sedi (Org.). Pesquisa social; projeto e planejamento, Sao Paulo: T. A. Quei- ror, 1979. Parte T, Capftulo 1. : KOCHE, José Carlos. Fividamentos de metodologia cientffica, 3, ed. Caxias do Sul: UCS; Porto Alegre: EST, 1979, Capitulos 1 e 2. MORGENBESSER, Sidnéy (Org.). Filosofia da ciéncia. 3. ed. So Paulo: Culuix, 1979. Capitulo 1. Z NAGEL, Bmest, La estructura de la ciencia: problemas de la légica de Ia investigacién cientifica, 3. ed. Buenos Aires: Paidés, 1978, Capitulo 1 NERICL, Imideo Giuseppe. Introduedo a lgica. 5. ed. Sio Paulo: Nobel, 1978. Parte IL, Capituto 10. PARDINAS, Felipe, Metodologia y réenicas de investigacién en ciencias sociales. Mé- xico: Siglo Veinteuno, 1969, Capitulo 2 RUIZ, Joao Alvaro. Metodologia cientffica: guia para eficiéncia nos estudos. Sio Pau- Jo: Atlas, 1979. Capitulos 4, 5 e 6, SOUZA, Alulsio José Maria de ct al. Iniciagdo 4 ldgica e @ metodologia da ciéneia Sao Paulo: Cultrix, 1976. Capftulo 1. TRUIILLO FERRARI, Alfonse. Metodofogia da ciéncia. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974. Capftulo 1 - 2 teotia € pritica. So Paulo: 82

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