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DOENÇAS MENTAIS E O QI - UM OLHAR PREVENTIVO

Atenção:

(1) Este não é um estudo científico;


(2) O autor não é médico nem psiquiatra;
(3) A pesquisa feita com os voluntários não é clínica nem estruturada;
(4) As conclusões aqui expostas não são definitivas, mas sugerem campos relevantes de pesquisa.

As desordens mentais afetam um número considerável de pessoas no mundo.


Enquanto algumas ocorrem pontual ou esporadicamente, outras são por vezes
permanentemente debilitantes, como a esquizofrenia severa. Ainda que alguns pensem
ser uma raridade, os problemas mentais atingem até 65% da população mundial,
sendo os mais comuns as fobias, abuso de substâncias químicas e os transtornos
afetivos como a depressão. A esquizofrenia, sendo uma desordem mental cuja causa
pode ser relacionada a diversos fatores (muitos incertos e apenas caracterizados em
clínica), acaba sendo de difícil diagnóstico, tratamento e mesmo reabilitação [1]. O QI,
mais do que medição de inteligência, ajudou a mostrar que muitas doenças mentais se
concentram em populações dos extremos das curvas de distribuição.

Além das chances maiores de sofrimento com doenças cardíacas, câncer e


diabetes que as pessoas com predisposição a distúrbios mentais tem, sua longevidade
pode ser de até 20 anos a menos que a média. Como membro da Mensa e com
histórico familiar dessas desordens (vó, mãe e tio portadores de esquizofrenia), acho
interessante a discussão do tema com dois objetivos principais: 1) com base nos
pontos positivos do alto QI, ajudar a melhorar a qualidade de vida de pessoas com
baixo a alto QI, no que diz à vida psicossocial, à cognição e à prevenção de psicoses e
situações negativas sociais; 2) estudar prevenções e amenizadores das doenças
mentais e compartilhar com os Mensans e com quem estiver interessado, já que o
desconhecimento sobre essas doenças é grande ainda mesmo no meio acadêmico [2].

FATORES DE RISCO

Antes da manifestação das doenças mentais há diversos fatores sociais


conhecidos como fase pré-mórbida: o comportamento social prévio à manifestação
intensa do distúrbio. Alguns desses fatores são: o relacionamento da pessoa com
amigos durante a adolescência até o início da vida adulta, namoros, existência de
relações sexuais, casamentos e uniões afetivas. Estudos mostram [1] que a frequência
desses fatores antes da doença podem dar indicativos de como será a vida social do
doente durante o distúrbio e influir diretamente na quantidade de recaídas e
hospitalizações que uma pessoa pode ter. Se você está na flor da idade e quer prevenir
doenças mentais, experimente se envolver com as pessoas ao isolamento. O modo
como nos relacionamos com as pessoas nessa fase de infância-adolescência pode
impactar muito nas habilidades sociais diante de uma psicose. Não há estudos
suficientes para afirmar, mas se sua interação social na adolescência foi bem ruim e
até hoje essa habilidade é impactada e causa mal-estar, é interessante o uso de
terapia e técnicas de autoconhecimento e interação social - inclusive o sexual, como
mostram diversas correlações em estudos.

Figura 1 - Em grupos de dezenas de pessoas submetidas à questão “você se considera inteligente?”,


tivemos os resultados acima para as populações de (1) Mensans, (2) pessoas sem altas habilidades/sem
déficit cognitivo/sem distúrbios mentais e (3) esquizofrênicos/bipolares/borderlines.

A prevenção para diversos transtornos mentais pode ser feito com a


identificação de fatores pré-mórbidos, conhecidos como fatores de vulnerabilidade. Um
desses fatores é a maconha durante a adolescência, caso haja predisposição genética,
como podemos ver a seguir.

Estudos mostram que a maconha pode adiantar a manifestação psicótica em


certas pessoas em até 2,7 anos em média [3]. Apesar da quantidade pequena de
estudos do uso de maconha durante a esquizofrenia e os surtos psicóticos, há poucos
indícios relatando a melhora social de pacientes quando submetidos ao tratamento
convencional conjunto ao uso de maconha [4]. Um segundo fator de risco comentado
na literatura é o trauma de infância, seja ele físico ou psicológico - embora faltem
estudos que especifiquem o que pode ser ou não considerado trauma. Os traumas
mais comuns associados ao fator de risco são: maus tratos físicos e psicologicamente
severos, abuso sexual, divórcio conturbado ou perda de pai/mãe, abuso de substâncias
químicas pelos pais e pobreza extrema [5]. Ter parentes próximos com transtornos
mentais também se categoriza no estudo analisado como sendo um trauma, sendo
considerados piores os traumas onde há uma ausência afetiva por parte dos pais.

O terceiro fator mais citado em relação ao risco de desenvolvimento de


transtornos mentais é a derrota social. A derrota social é um fenômeno que ocorre,
por exemplo, na migração onde o migrante sofre preconceito por suas origens, ou
diante do confronto em guerras ou mesmo longos processos judiciais. Essas “derrotas”
podem ocasionar em danos psicossociais para os “derrotados”, causando depressão e
recolhimento nessas pessoas - inclusive em relação ao ato sexual. A diminuição da
exposição social pode gerar fobias e mesmo esquizofrenia, quando associado a todos
os outros fatores genéticos e ambientais relevantes. Outros fatores muito citados são:
nutrição da mãe durante o período de gravidez, baixos níveis de vitamina D durante a
gravidez e infância, o ato de fumar (principalmente relacionado à depressão), baixo QI
na fase pré-mórbida e cognição social.

Figura 2 - Renda mensal de (1) Mensans, (2) pessoas sem altas habilidades/sem déficit cognitivo/sem
distúrbios mentais e (3) esquizofrênicos/bipolares/borderlines.

Em relação ao QI, alguns estudos citam que estar dois desvios padrões abaixo
da média implica em oito vezes mais chances de desenvolver esquizofrenia e doenças
psicóticas e que portadores de doenças mentais e de maior QI tendem a ter menos
efeitos negativos provenientes da doença [6]. Essa é uma área com poucos estudos, e
todos os estudos pesquisados demonstram que a relação entre QI e sintomas de
transtornos mentais não é linear. Relacionada ao QI está a cognição social, a
capacidade de perceber, interpretar e processar informações sociais. Como essa área
envolve ainda outros fatores emocionais, campo de dificuldade prática de pesquisa,
torna-se também muito pouco pesquisada.
PREVENÇÃO

Diversos estudos têm sido feitos na busca de prevenção dos distúrbios mentais.
Entre atitudes preventivas está o consumo de gordura poliinsaturada ômega 3. Estudos
mostram que o consumo de ômega 3 por diversas semanas fez com que pacientes
passassem de um grupo considerado de “alto risco” para “risco médio”, conforme [7][9],
sendo usado em tratamentos para depressão e transtorno bipolar [8]. Sobre a
maconha, as pesquisas recomendam que seu uso seja evitado diante dos fatores
psicossociais e genéticos mencionados. Exercícios físicos, quando realizados de
maneira adequada em relação à intensidade e duração, também se mostraram úteis
aos grupos de riscos de desenvolvimento de transtornos mentais e psicoses. Os
exercícios físicos diminuem principalmente a apatia, letargia e isolamento social e
reduzir risco de alucinações auditivas em pessoas com tendências à psicose [10] [11].

O fato de diversas pessoas não terem o controle de si mesmos devido ao amplo


espectro de desordens mentais mostra que o fato é muito relevante. Fatores como
cuidado consigo mesmo são hábitos saudáveis que preventivamente podem nos ajudar
caso passemos por problemas mentais. O suporte de amigos e família aos grupos de
risco deve ser intenso. O acúmulo de muitas experiências adversas pode resultar em
sérios danos psicológicos. É interessante notar (isso pode ser pesquisado na internet)
sobre uma coisa pouco comentada: a relação dos pacientes com suas imagens,
pensamentos e vozes internas. A maioria relata uma relação de subordinação: talvez
reflexo de sua sensação de incapacidade diante da vida.

Figura 3 - Perguntados se teriam algum tipo de trauma, os gráficos acima apresentam as respostas de
(1) Mensans, (2) pessoas sem altas habilidades/sem déficit cognitivo/sem distúrbios mentais e (3)
esquizofrênicos/bipolares/borderlines.
Tabela 1 - Fatores psicossociais de risco e fatores protetivos (OMS).

A prevenção de distúrbios mentais deveria ser uma prioridade dos governos. De


acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde de 2004, 450 milhões de
pessoas sofriam com distúrbios mentais. Diversos homicídios são causados
anualmente por pessoas com condições psiquiátricas adversas. Além de políticas
públicas, podemos realmente atuar na sociedade para diminuir o risco de doenças
mentais como auxiliar em programas contra a pobreza e a fome; ajudar na integração
de refugiados; buscar ao máximo interações sociais positivas; participação social,
notadamente com crianças e jovens em situação diversa de risco; tolerância social;
redes de auxílio social na comunidade. Outros fatores protetivos podem ser
encontrados na Tabela 1.

Figura 4 - Prática de esportes/exercícios físicos de (1) Mensans, (2) pessoas sem altas habilidades/sem
déficit cognitivo/sem distúrbios mentais e (3) esquizofrênicos/bipolares/borderlines.

Em relação aos nossos próprios valores, adotando uma visão mais humana e
em total concordância com a sintomatologia e os estudos médicos citados, é possível
questionar se a nossa crítica, a nossa hostilidade e a nossa intromissão na vida dos
outros está sendo algo realmente positivo. Muitos estudos mostram que a
subordinação às pessoas e receber quantidade alta de crítica em pacientes
psiquiátricos se relaciona com o comportamento diante das vozes, por exemplo, no
caso das psicoses. Se sabemos, com os milhares de estudos, que as desvantagens
sociais e educacionais, a fome, a exploração, a discriminação, o abuso infantil são tão
correntes como estágios pré-mórbidos de esquizofrenia, ansiedade, depressão e abuso
de drogas, [12] o que estamos esperando para fazer nossa parte nesses assuntos? Se
a pobreza aparece em tantas pesquisas como um fator de risco para doenças que
acometem até 65% da população mundial, será que não vale a pena revermos nossos
esforços para erradicação da pobreza?
Figuras 5 -

[1] Social competence in Schizophrenia: premorbid adjustment, social skill and domains
of functioning
[2] Schizophrenia: From Prediction to Prevention
[3] A review of vulnerability and risks for schizophrenia: Beyond the two hit hypothesis
[4] Neurocognitive function of heavy cannabis using Schizophrenia Patients
[5] Catechol-O-methyltransferase (COMT) genotype moderates the effects of childhood
trauma on cognition and symptoms in schizophrenia.
[6] Schizophrenia patients with High Intelligence: A clinically-distincted type of
Schizophrenia?
[7] A multicentre randomized controlled trial of omega-3 fatty acids and cognitive-
behavioral case management for patients at ultra high risk of schizophrenia and other
psychotic disorders.
[8] Omega− 3 fatty acids for bipolar disorder
[9] Fish oil as a management component for mood disorders – an evolving signal
[10] Exercise and Wellbeing: A Review of Mental and Physical Health Benefits
Associated with Physical Activity
[11] Exercise, Health and Mental Health
[12] Time for evaluation of early intervention and prevention in major psychiatric
disorders

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