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BIBLIOGRAFIA SOBRE NELSON RODRIGUES

MAGALDI, Sábato. Nelson Rodrigues: dramaturgia e encenações. 2 ed. São Paulo:


Perspectiva, 2010. (Estudos, 98)

LINS, Ronaldo Lima. O teatro de Nelson Rodrigues: uma realidade em agonia. Rio de
Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1975.
MARTUSCELLO, Carmine. O teatro de Nelson Rodrigues: uma leitura psicanalítica.
São Paulo: Siciliano, 1993.

LOPES, Ângela Leite. Nelson Rodrigues: trágico então moderno. Rio de Janeiro:
Editora da UFRJ, 1993.
MELLO E SOUZA, Claudio et al (org.). Nelson Rodrigues. Rio de Janeiro: Bem-te-vi,
2008.

[reúne 14 peças gráficas, facsímile do cartaz da peça Toda Nudez Será Castigada,
facsímile do programa original da peça Beijo no Asfalto, um DVD contendo entrevista
de Nelson Rodrigues feita por seu amigo Otto Lara Resende, em 1977, e depoimentos
inéditos do autor dados ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro em 1967,
vasta iconografia, bibliografia, cronologia, entrevista da atriz Fernanda Montenegro, e
textos assinados por Sábato Magaldi, Bárbara Heliodora, Arnaldo Jabor, Armando
Nogueira e Cláudio Mello e Souza Acompanha DVD contendo: Depoimento para a
posteridade, realizado pelo escritor e teatrólogo Nelson Rodrigues nos estúdios do
Museu da Imagem e do Som, no dia 30 de julho de 1967, tendo como entrevistadores
Fausto Wolff, Hélio Pellegrino, José Lino Grünewald, Otto Lara Resende, Ricardo
Cravo e Walmir Ayala -- Nelson Rodrigues entrevistado por Otto Lara Resende, 1977
Filmografia]
VI

O maestro sacode a batuta,


E lânguida e triste a música rompe... Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé de um muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...

Prossegue a música, e eis na minha infância


De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...

Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância


Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)

Atiro-a de encontro à minha infância e ela


Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...

Todo o teatro é um muro branco de música


Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...

E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,


Donde há arvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...

E a música cessa como um muro que desaba,


A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...
Os Comediantes, 1943
Cenário e focos de luz

“[…]

ALAÍDE (para Lúcia) – Diz ou não diz?


LÚCIA (com certa relutância) – O que eu disse, mamãe, é que a senhora… transpira
muito. Demais! Pronto! (para Alaíde) Viu como eu disse?
D. LÍGIA (abanando-se com mais força) – Mas, minha filha! Você teve coragem…
Oh! Lúcia!
ALAÍDE (na sua cólera) – Mas não foi só isso!
[…]
ALAÍDE (cruel) – E aquela história, ‘aquilo’ que você disse?
D. LÍGIA (levantando um dos braços e abanando na altura das axilas) – Chega,
Alaíde! Chega! Uma filha, meu Deus!
LÚCIA – Aquilo o quê?
PEDRO (ajoelhado) – Deixe ela dizer, D. Lígia. Está tão interessante!
ALAÍDE (agressiva) – Não se lembra?
LÚCIA (resoluta) – Agora me lembro! Eu também falei, mamãe, que quando a senhora
começa a transpirar – a senhora é minha mãe – mas eu não posso! Não está em mim.
Tenho que sair de perto!

[…]” (RODRIGUES, 2012, p. __ )


No programa de estreia de Vestido de Noiva, em 1943, o grupo “Os Comediantes”
apresentava a peça como “tragédia de Nelson Rodrigues”. No fragmento acima
transcrito, no entanto, extraído do princípio do Terceito Ato da peça, há algo que parece
destoar do gênero trágico. Retomando a definição clássica de tragédia, reflita sobre a
dimensão trágica da peça rodrigueana, procurando problematizar a designação de
“tragédia”usada no programa de estreia.

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