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JOÃO DO RIO
(PAULO DARRIÍTo)
RELIGIÕES NO RIO
DO AUCTOR
AS
RELIGIÕES NO RIO
« Cecy est u n l i v r e de bonne foy. »
(Mo.NTAIGNE.)
H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR
RIO-DE-JANEIRO PARIS
1906
f- f
3â
A religião? Um mysterioso sentimento, mixto de
terror e de esperança, a symbolisação lugubre ou
alegre de um poder que não temos e almejamos ter,
o desconhecido avassallador, o equivoco, o medo,
a perversidade...
O Rio, como todas as cidades nestes tempos de
irreverência, tem em cada rua um templo e em cada
homem uma crença diversa.
Ao ler os grandes diários, imagina a gente que
está ríum paiz essencialmente catholico, onde al-
guns mathematicos são positivistas. Entretanto, a
cidade pullula de religiões. Basta parar em qualquer
esquina, interrogar. A diversidade dos cultos espan-
tar-vos-á. São swendeborgeanos, pagãos litterarios,
phgsiolatras, defensores de dogmas exóticos, auc-
tores de reformas da Vida, reveladores do Futuro,
amantes do Diabo, bebedores de sangue, descen-
dentes da rainha de Sabá, judeus, schismaticos, espi-
ritas, babalãos de Lagos, mulheres que respeitam o
oceano, todos os cultos, todas as crenças, todas as
forças do Susto. Quem atravez a calma do semblante
lhes adivinhará as tragédias da alma? Quem no
seu andar tranqidllo de homens sem paixões irá des-
cobrir os reveladores de ritos novos, os mágicos, os
nevropathas, os delirantes, ospossuidos de Satanaz,
os mystagogos da Morte, do Mar e do Arco-íris?
Quem poderá perceber, ao conversar com estas crea-
turas, a lucta fratricida por causa da interpretação
da Bíblia, a lucta que faz mil religiões á espera de
Jesus, cuja reapparição está marcada para qualquer
destes dias, e á espera do Anti-Ckristo, que talvez
ande por ahi? Quem imaginará cavalheiros distin-
ctos em intimidade comas almas desencarnadas, quem
desvendará a conversa com os anjos nas cJiombergas
fétidas ?
Elles vão por ahi, papas, prophetas, crentes e
reveladores, orgulhosos cada um do seu culto, o
uniço que é a Verdade. Falai-lhes boamente, sem
a tènção de aggredil-os, e elles se confessarão, —
porque só numa cousa é impossível ao homem :
enganar o seu semelhante, na fé.
Foi o que fiz na reportagem a que a « Gazeta
de Noticias >| emprestou uma tão larga hospitali-
dade e um tão grande rindo; foi este o meu esforço:
levantar um pouco o mysterio das crenças nesta
cidade.
Não é um trabalho completo. Longe disso. Cada
uma dessas religiões daria farta messe para um
volume de revelações. Eu apenas entrevi a bondade,
o mal e o bizarro dos cultos, mas tão convencido e
com tal desejo de ser exacto que bem pôde servir
de epigraphe a este livro a phrase de Montaigne :
.TOAO DO RIO.
AS
RELIGIÕES NO RIO
OS FEITICEIROS
q u a n d o l h e s e n t r e g a a n a v a l h a , d e m o d o q u e não só
a a r t e p e r d e m u i t a s das suas phases c u r i o s a s como-
as h i s t o r i a s são a d u l t e r a d a s e e s q u e c i d a s .
— T a m b é m a g o r a n ã o é p r e c i s o s a b e r o Saú
Ilauin. N e g r o só o l h a n d o e sabendo o n o m e d a pes-
soa pôde f a z e r m a l , d i z Antônio.
Os orixás são e m g e r a l p o l y g a m o s . N e s s a s casas
das r u a s c e n t r a e s de u m a g r a n d e c i d a d e , h a h o m e n s
que v i v e m r o d e a d o s de m u l h e r e s , e c a d a n o i t e , c o m o
nos sertões d a África, o l e i t o d o babaloxàs é o c c u -
p a d o p o r u m a das esposas. N ã o h a ciúmes, a m a i s
velha annuncia quem a deve substituir, e todas t r a -
b a l h a m p a r a a t r a n q u i l l i d a d e do p a i . Oloô-Teté, u m
v e l h o q u e t e m n o v e n t a annos no mínimo, a i n d a con-
s e r v a a c o m p a n h e i r a n a s d e l i c i a s do h y m e n e u , e os
m a i s s a c u d i d o s t r a n s f o r m a m as f i l h a s d e s a n t o e m
h u r i s de s e r r a l h o s .
Os alufás t ê m u m r i t o d i v e r s o . São m a h o m e t a n o s
c o m u m f u n d o de m y s t i c i s m o . Q u a s i t o d o s dão p a r a
e s t u d a r a religião, e os próprios m a l a n d r o s q u e l h e
u s u r p a m o t i t u l o s a b e m m a i s que os orixás.
L o g o depois do suma o u b a p t i s m o c d a c i r c u m e i -
são o u liola, os alufás h a b i l i t a m - s e á l e i t u r a d o
Alkorão. A s u a obrigação é o kissium, a p r e c e .
R e z a m ao t o m a r b a n h o , l a v a n d o a p o n t a dos dedos,
os pés e o n a r i z , r e z a m de m a n h ã , r e z a m ao pôr d o
sol. E u os v i , r e t i n t o s , c o m a c a r a r e l u z e n t e e n t r e
as barbas b r a n c a s , f a z e n d o o aluma gariba, q u a n d o o
c r e s c e n t e l u n a r a p p a r e c i a n o céo. P a r a essas p r e c e s ,
v e s t e m o abadá, u m a túnica b r a n c a de m a n g a s p e r -
d i d a s , e n t e r r a m n a cabeça u m filá v e r m e l h o , d o n d e
pende u m a f a i x a b r a n c a , e, á n o i t e , o kissium con-
t i n u a , sentados elles e m p o l l e de c a r n e i r o o u do t i g r e .
6 AS RELIGIÕES NO RIO
— Só os alufás r i c o s s e n t a m - s e e m p e l l e s d e
t i g r e , diz-nos Antônio.
Essas c r e a t u r a s c o n t a m á n o i t e o rosário o u
tessubá, t ê m o p r e c e i t o d e n ã o c o m e r c a r n e d e
p o r c o , e s c r e v e m as orações n u m a s t a b o a s , as até,
com tinta feita de arroz queimado, e j e j u a m como
os j u d e u s q u a r e n t a d i a s afio,só t o m a n d o refeição d e
m a d r u g a d a e a o pôr do s o l .
G e n t e d e c e r i m o n i a l , d e p o i s d o assumy, n ã o h a
f e s t a m a i s i m p o r t a n t e c o m o a do ramadan, e m q u e
t r o c a m o saká o u p r e s e n t e s mútuos. T a n t o a s u a
administração r e l i g i o s a c o m o a j u d i c i a r i a estão p o r
i n t e i r o i n d e p e n d e n t e s d a t e r r a e m que v i v e m .
H a e m v a r i a s t r i b u s vigários g e r a e s o u ladamos
o b e d e c e n d o a o lemamo, o b i s p o , e a p a r t e j u d i c i a r i a
está a c a r g o dos alikaly, J u i z e s , sagabamo, i m m e -
d i a t o s de j u i z e s , e assivajiú, m e s t r e de c e r i m o n i a s .
P a r a s e r alufà é p r e c i s o g r a n d e e s t u d o , e esses
p r e t o s que se fingem sérios, q u e se c a s a m c o m g r a -
v i d a d e , não d e i x a m t a m b é m d e f a z e r amiirè c o m t r e s
e quatro mulheres.
— Q u a n d o o j o v e n alvfá t e r m i n a o s e u e x a m e ,
os o u t r o s d a n ç a m o opa-mma e c o n d u z e m o i n i c i a d o
a c a v a l l o pelas r u a s , p a r a s i g n i f i c a r o t r i u m p h o .
— M a s essas p a s s e i a t a s são impossíveis a q u i ,
brado eu.
— N ã o são. A s c e r i m o n i a s r e a l i s a m - s e s e m p r e n a s
estações dos subúrbios, e m l o g a r e s a f a s t a d o s , e os
alufás v e s t e m as suas r o u p a s b r a n c a s e o s e u g o r r o
vermelho.
N a t u r a l m e n t e Antônio fez-me c o n h e c e r os alufás :
— A l i k a l i , o lemano a c t u a l , u m p r e t o de p e r n a s t o r t a s ,
m o r a d o r á r u a Barão de S. F e l i x , q u e i n c u t e r e s p e i t o
NO MUNDO DOS FEITIÇOS 7
O loó-ré, xa-la-rè
Camura-ridè
O loô-ré, xa-la-rè
Camurá-ridé
A recordação de u m facto t r i s t e — a m o r t e de
uma r a p a r i g a que fòra á Bahia fazer santo — deu-
me animo e curiosidade para estudar u m dos mais
bárbaros e inexplicáveis costumes dos fetiches do
Rio.
Fazer sancto é a renda d i r e c t a dos baba/oxás, mas
ser filha de sancto é sacrificar a liberdade, escravi-
sar-se, sofírer, delirar.
Os transeuntes honestos, que passeiam na rua com
indiíferença, não i m a g i n a m siquer as scenas de S a l -
petrière africana passadas por tráz das rótulas sujas.
A s yanò abundam nesta Babel da crença, cruzam-
se com a gente diariamente, sorriem aos soldados
ébrios nos postibulos baratos, mercadejam doces nas
praças, ás portas dos estabelecimentos commerciaes,
f o r n e c e m ao Hospicio a sua quota de loucura, propa-
gam a hystería entre as senhoras honestas e as
cocoltes, e x p l o r a m e são exploradas, v i v e m da cren-
dice e alimentam o caftismo inconsciente. As yauô
são as demoniacas e as grandes farcistas da raça
preta, as obsedadas e as delirantes. A historia de
cada uma dellas, quando não 6 uma sinistra panto-
14 AS RELIGIÕES NO RIO
Maria Mu cangue
Lava roupa de sinhá,
Lava camisa de chita.
Não é de da, c de yáyá.
« AS IAUÕ »
continuava a turba.
(( A S IAÜÕ » 23
— N ã o q u e i m o u , não q u e i m o u , e l l e é g r a n d e , f e z
Antônio.
E u a b r i r a os o l h o s p a r a v e r , p a r a s e n t i r b e m o
mvsterio da inaudita selvageria. Havia uma hora, a
n e g r a dançava s e m p a r a r ; p e l a s u a f a c e o d e n d ê
quente e s c o r r i a benéfico a o s sanctos. D e r e p e n t e ,
porém, e l l a e s t a c o u , c a h i u d e j o e l h o s , d e u u m
grande grito.
— Emim oiá bonmim ! b r a d o u .
— E'o n o m e d e l i a , o s a n t o disse p e l a sua b o c c a
o n o m e que v a i t e r .
A sala r e b e n t o u n u m delírio i n f e r n a l . O babaloxá
g r i t a v a , c o m os o l h o s a r r e g a l a d o s , p a l a v r a s g u t -
turaes.
— Que d i z e l l e ?
— Que é grande, que v e j a m como é grande!
C r e a t u r a s r o j a v a m - s e aos pés d o p a i , b e i j a n d o -
l h e s os d e d o s ; n e g r a s u i v a v a m , c o m as m ã o s e m p o -
ladas de b a t e r p a l m a s ; d o u s o u t r e s p r e t o s aos sons
dos xequerês s a c u d i a m - s e e m danças c o m o s a n c t o , e
a yauò r e v i r a v a os o l h o s , i d i o t a , c o m o se a c c o r d a s s e
de u m a g r a n d e e e s t r a n h a moléstia.
— Q u e v a i e l l a f a z e r a g o r a , D e u s d e misericór-
dia ! m u r m u r e i s a h i n d o .
— V a i t r a b a l h a r , pagar no f i m de tres mezes a
sua obrigação, ochú meta, d a r d i n h e i r o a p a i d e
santo, g a n h a r d i n h e i r o . . .
— S e m p r e o d i n h e i r o ! fiz eu o l h a n d o a v e l h a c a -
saria.
Antônio p a r o u e d i s s e :
— N ã o se e n g a n a V . S.
E l i m p a n d o o suor do r o s t o , o n e g r o c o n c l u i u c o m
esta reflexão p r o f u n d a :
-24 AS RELIGIÕES NO RIO
•i
O FEITIÇO 29
T i v e e m m ã o s , c o m s u s t o e pezar, fios l o n g o s de .§
calbellos de s e n h o r a s q u e e u r e s p e i t a v a e c o n t i n u a - l i
r e i a r e s p e i t a r n a s f e s t a s e n o s b a i l e s , c o m o as l i
deusas d o C o n f o r t o e d a H o n e s t i d a d e . U m babaloxá I I
da c o s t a d a Guiné g u a r d o u - m e dous d i a s ás suas o r j H
dens p a r a a c o m p a n h a l - o aos l o g a r e s o n d e h a v i a ser-9
viço, e e u o v i e n t r a r m y s t e r i o s a m e n t e e m casas d e f l
Botafogo e da Tijuca, onde, d u r a n t e o i n v e r n o ha §
recepções e conversationes ás 5 d a t a r d e c o m o e m r
P a r i z e n o s palácios de Itália. A l g u n s p r e t o s , b e - i j
bendo c o m m i g o , i n f o r m a v a m - m e q u e t u d o e r a em- \
bromação p a r a v i v e r , e, n o u t r o d i a , t i l b u r y s para-B
v a m á porta, cavalheiros saltavam, pelo c o r r e d o r b
e s t r e i t o d e s f i l a v a u m r e s u m o d a nossa s o c i e d a d e ,
desde os h o m e n s d e posição ás p r o s t i t u t a s d e r r a n -
cadas, c o m e s c a l a p e l a s c r e a d a s p a r t i c u l a r e s . D e d
uma vez mostraram-me o r e t r a t o de u m a menina J
que e u j u l g o h o n e s t a .
— M a s p a r a q u e isso ?
— Ella quer casar c o m este.
E r a a p h o t o g r a p h i a de u m a d v o g a d o .
— E vocês?
— C o m o não q u e r d a r m a i s d i n h e i r o , o s e r v i - .
c i n h o está p a r a d o . A p e q u e n a já d e u t r e z e n t o s e
cincoenta.
Tremi romanticamente p o r aquella ingenuidade
que se p e r d i a n o s poços d o c r i m e á p r o c u r a d o
Amor...
M a s esse caso é c o m m u m . E n c o n t r e i p a p e l i n h o s
e s c r i p t o s e m c u r s i v o i n g l e z , p u r o Coração d e Jesus,
cartões b i l h e t e s , pedaços d e s e d a p a r a m i s t e r e s q u e
a m o r a l i d a d e não pôde d e s v e n d a r . E l l e s d i z i a m os
n o m e s c o m reticências, s o r r i n d o , e e u a c a b e i h u m i l -
O FEITIÇO 35
Anu-ha, a o ry au od â
San-ná elê-o ou baba
Locá-aló.
50 AS RELIGIÕES NO RIO
gredo.
— O segredo ?
— O segredo é um ovo de papagaio. Y . S. já vi
um ovo de papagaio? Nunca! E' difficil. E quem vi
um ovo desses, arrisca-se a ficar cego. O ovo em afri-
cano chama-se éiu, o papagaio odidé. E' o ovo qu
guardam dentro de uma cuia ou ybadú. O iniciad
fica inteiramente nú, senta-se na esteira, e o velh.
babalaô indaga se é de seu gosto fazer o i f f a . Se I
resposta for affirmativa, lavam-se quarenta e douL
caroços de dendê com diversas hervas, e nessa n
agua o babalaô novo toma banho.
Depois raspa-se-lhe a carapínha, guardando-apara
o grande despacho, pinta-se-lhe o craneo com giz
faz-se a matança.
— Todos os animaes?
— Todos cáem ao golpe das navalhas afiadas, o
sangue enche os alguidares, escorre pela casa, mas
ninguém sabe, porque lá dentro, de vivos, só ha os
dous babalaôs e o acolyto. O primeiro sacrifício é
para exü. Mistura-se o sangue do gallo com tabatinga,
fórma-se um boneco recheiadocom os pés, o fígado,
o coração e a cabeça dos bichos mettem-se era
forma de olhos, nariz e bocca, quatro busios e está feito
OS NOVOS FEITIÇOS DE SANIN 51
•2 pessoa e orações.
— E para fazer u m casal b r i g a r ?
— Cabeça de macaco, aranha e uma faca nova.
— E para amarral-os por toda a v i d a ?
O negro pensou, olhando-me fixamente :
56 AS RELIGIÕES NO RIO
O amor por p r i n c i p i o
E a o r d e m por base.
O progresso por fim.
g r a m m a do c a n d i d a t o p o s i t i v i s t a , p r o t e s t a n d o c o n t
as l o t e r i a s , e x i g i n d o o r e g i s t r o c i v i l , a abolição
o p p o n d o - s c ás u n i v e r s i d a d e s . . .
— Já n e s s e t e m p o ?
— Os a r t i g o s f o r a m p u b l i c a d o s n a Gazeta ae
Noticias e fizeram q u e o i m p e r a d o r se oppuzesse
á idéa, a c o n s e l h a n d o a o m i n i s t r o q u e r e f o r m a s s e i
o e n s i n o p o r o u t r o q u a l q u e r m e i o q u e não fosse 3
as u n i v e r s i d a d e s .
O m e u v e l h o a m i g o a n d o u a l g u n s passos p e l o f u -
t u r o bosque sagrado. Acompanhei-o.
Ouvia-se lá d e n t r o o som múltiplo d e u m a orches-
tra. Raros retardatarios entravam.
— Neste anno também, continuou c o m calma,
u m a c i r c u l a r i n s t i t u i u o s u b s i d i o s a c e r d o t a l , o que ]
deu l o g a r á r e t i r a d a de B e n j a m i n Constant, e foram i
c o n f e r i d o s os p r i m e i r o s s a c r a m e n t o s aos filhos d e
M i g u e l L e m o s , T e i x e i r a M e n d e s e do D r . C o e l h o B a r - í
reto.
— H o j e esses s a c r a m e n t o s são c o m m u n s ?
— C o m o os do matrimônio, e m g r a n d e n u m e r o .
— A r u p t u r a c o m L a f f i t e deu-se l o g o d e p o i s ?
— E m 1 8 8 3 . L e m o s ficou o único responsável do
p o s i t i v i s m o n o B r a s i l , c o n t i n u a n d o a i n g e r i r - s e naíij
v i d a p u b l i c a d a s u a pátria.
— M a s este templo como foi feito ?
— O A p o s t o l a d o d e i x o u a sede d a r u a N o v a d
O u v i d o r p a r a a r u a do L a v r a d i o . A m u d a n ç a d e t e r - f
m i n o u o lançamento d e u m empréstimo e m 1 8 9 1
p a r a a construcção do t e m p l o , n o q u e m u i t o c o n c o r -
r e r a m P e r e i r a Reis, O t t e r o , Rufino d e Almeida, De-
c i o V i l l a r e s . A inauguração f o i e m 1 8 9 4 , e a i g r e j a >•
custou 2 5 0 contos.
A E G R E J A POSITIVISTA 65
OS MARONITAS
I 1
•j
74 AS RELIGIÕES NO RIO
as d a r u a d a Alfândega, d o S e n h o r d o s P a s s o s , d o
íuncio e dos subúrbios. A t o t a l i d a d e a i n d a i g n o r a o
Étartuguez.
R Conversei c o m alguns maronitas, sempre de uma
ij m a b i l i d a d e p e n e t r a n t e . U m d e l l e s , d a n d o - m e a sa-
I .sfação d a s u a p r o s a t o r r e n c i a l , f a l i o u c o m o u m
; s t r a t e g i s t a d a g u e r r a r u s s o - j a p o n e z a . Esse h o m e m
ão f a l l a v a , r e d i g i a u m a r t i g o d e j o r n a l c o m a r h e t o -
i ica e m p o l a d a q u e f e z a d e l i c i a d o s nossos p a i s e
I i n d a h o j e é a força do j o r n a l i s m o dogmático. E u
uvia-o de lábios e n t r e a b e r t o s .
E — Se a justiça d e Deus não d e s a p p a r e c e u , se a
ida h u m a n a d e c o r r e d o s d e s e j o s d a d i v i n d a d e , é
ossivel c r e r q u e os j a p o n e z e s p o s s a m v e n c e r ?
— O h ! mão!
E u respondera, como no theatro, mas estava i n -
eressado p o r esses o r g a n i s m o s s i m p l e s , c r e a d o s n a
h a m m a de u m a crença inabalável, desses r o m a n t i -
os do O r i e n t e .
Todos são f e i t o s d e e x a g g e r o , d e e n t h u s i a s m o , d e
:
| i m o r e d e illusão. Os dous j o r n a e s s y r i o s t ê m os
itulos s y m b o l i c o s e e x t r e m o s : — A Justiça, A
^unazão. Os h o m e n s n a t u r a l m e n t e p e r d e m o l i m i t e d o
:atural. N u m a o u t r a casa e m q u e s o u r e c e b i d o , u m
u""|çordo c a v a l h e i r o p r e o c c u p a - s e c o m o p r o b l e m a d a
o olonização.
— A colonização s y r i a , d i z , é a m e l h o r p a r a o
i 3rasil. Os b r a s i l e i r o s a i n d a não a c o m p r e h e n d e r a m .
,{) s y r i o não é só o c o m m e r c i a n t e , é t a m b é m a g r i -
u l t o r , operário. D e s p r e z a m - n o s ? E s t e paiz não vê
. ||ue comnosco, p o v o t r a n q u i l l o e dócil, não p o d e r i a
l a v e r complicações diplomáticas? Os hespanhóes, os
f )ortuguezes, os i t a l i a n o s e n r i q u e c e m , p a r t e m , p e d e m
76 AS RELIGIÕES NO RIO
i r o c o n t a d o c o m o u m bonbon. Os h o m e n s f a l a m
m p r e , as m u l h e r e s o l h a m c o m os seus líquidos o l h o s
sondaveis e p o r t o d a s essas casas ha, inseparável
ia v i d a , o m y s t e r i o d a religião, n o a m o r que a s
nulheres, a l g u m a s i n e f f a v e l m e n t e b e l l a s , p r o p o r c i o -
tam, nos negócios, n a s idéas e n a s refeições. Q u a n d o
i m m a r o n i t a e n f e r m a , a p r i m e i r a cousa que f a z é
mamar u m p a d r e p a r a s e c o n f e s s a r ; q u a n d o u m
íegocio v a i m a l , aconselha-se c o m o s a c e r d o t e , s<>
asa pelo s e u r i t o , o único v e r d a d e i r o , e t r a b a l h a n d o
iara v i v e r , f u n d a i r m a n d a d e s , c o l l e g i o s e p e n s a e m
•dificar c a p e l l a s .
De 1 9 0 0 d a t a a fundação d a I r m a n d a d e M a r o n i t a 7
m s t e r i o r a o u t r a s d u a s que se d e s f i z e r a m . F o r a m
sócios f u n d a d o r e s : D i e b A i c a l , A r s a n i u s M a n d u r ,
> a l e p T o y a m , Seba P r e o d C u r i , M i g u e l C a r m o , A c l e
vliguel, JoãoFacad, Antônio Nicoloã, Antônio K a i r u r ,
3 i c h a r a B u e r i , G a b r i e l R a n i e , Salbab, José C h a l h u b
i B i c h a r a D u e r . B r e v e m e n t e abrirá as suas p o r t a s o
çollegio dos J o v e n s S } r i o s .
r
A p e s a r d a permissão p a r a d i z e r m i s s a e m todas as
i g r e j a s c a t h o l i c a s e d e c e l e b r a r e m aos d o m i n g o s n a
<• Saúde e e m C a s c a d u r a , já c o m p r a r a m o t e r r e n o n a
ma do S e n h o r dos Passos p a r a e d i f i c a r a c a p e l l a ma-
ronita, e a p r o p a g a n d a s e f a z m e s m o e n t r e o s
syrios o r t h o d o x o s e m a h o m e t a n o s , p o r q u e u m a
ordem d o P a p a l h e s i n d i c a que p e l a b o n d a d e
façam v o l t a r á crença única a s o v e l h a s t r e s m a -
lhadas.
A c t u a l m e n t e h a t r e s p a d r e s m a r o n i t a s e m S. P a u l o
e q u a t r o no R i o , os R e v s . P e d r o A b i g a e d i , P e d r o
Zaghi, Luiz T r a h e L u i z Chidiak. A n d a m todos d e
b a r b a c e r r a d a , u s a m óculos e são s u a v e m e n t e e r u d i t o s .
78 AS RELIGIÕES NO RIO
1
OS MARONITAS 79
a desdobrar a belleza u t i l da v i d a p h y s i o l a t r a .
A iniciação dá entrada na U n i v e r s i d a d e Ortholo-
gica resumida no hierophante, a qual se i n t i t u l a
Maçonaria - f - Catholica. A Maçonaria catholica
divide-se em lojas, cujo conjuncto, em tres gráos,
constitue o respectivo templo. Os aspirantes r e p r e -
sentam as lojas, o templo só pôde ser representado
pelo hierophante ou por u m areopagita.
— Onde esse templo?
— Os p h y s i o l a t r a s , os que p r a t i c a m a magia
ortbologica, não p r e c i s a m de local determinado. São
os novos homens, fazem excursões pelos prados,
montes e lagos em F r a t e r i a s Estheticas, Philosophi-
cas ou Orthologicas, conforme o gráo do ludambulos.
— Ludambulos?
— U m a palavra da l i n g u a u n i v e r s a l !
— 0 volapuck? O esperanlo?
— Não, uma l i n g u a inventada por mim, o Al-tà.
— Mas que v e m a ser o Al-tá?
— Applicando a Orthologia (ou Lógica U n i v e r s a l )
aos factos da Linguagem, verifica-se que os elemen-
tos phoneticos, sons e intonações (ou consoantes e
vogaes) são por toda a parte idênticos. Deduz-se que
são oriundos das mesmas impressões e resultantes
das mesmas aptidões expressionaes. Collocando em
synese, descobre-se que os sons, que e x p r i m e m
relações, formam uma escala semitonal, como a da
musica, e composta de treze notas, ou graves prima-
rias como todas as escalas, aliás : — U (grave funda-
.•Â mental) A (dominante e g e r a t r i z ) e | (sensível supe-
rior) estabelecem todas as relações synésicas :
84 AS RELIGIÕES NO RIO
u A I (e U)
Gênese Mégaphorêma Métaphorcma
Origem Crescimento Transformação
Passado Presente Futuro
Corpo Espaço Movimento
Sentir Pensar Agir
Oppressão Libertação Aspiração
Escuro A m are 11o Rubro e Branco
etc. etc. etc.
Q u a n t o á s Intonações, e s s a s f o r m a m t r e s teclas,
d o n d e t r e s e s c a l a s , t a m b é m , analógicas m a s d i s -
tinctas :
H (geratriz)
F
a
'5
O
—
r(brando)
L
Lh
S
d
4> z
N
Nh
A p p l i c a n d o a S y n é s e o r t h o l o g i c a ás T e c l a s o r a e s
como se fez relativamente aos Sons, temos :
Erostergia
Detalhando, emfim, o v a l o r f r a c c i o n a l d o s phonê-
m a s e m g e r a l , o b t e m - s e , p o r d e d u c ç à o lógica,
expressão natural;—de q u a l q u e r espécie d e i m p r e s -
são : — s e n s a c i o n a l , e m o c i o n a l o u a c c i o n a l . . . e a
OS PHYSIOLATRAS
— Foi.
— E desde quando pensa na reforma?
— Desde a edade de cinco annos, em que aprendia
ler sósinho. Só porém em 1884 é que cheguei aos
resultados práticos em Cataguazes.
— E brasileiro ?
1
OS PHYSIOLATRAS
Physiolatria
I renhaás 11 1/2.
« Q u e m é a q u e l l e s u b l i m e LIC-UR, c e r c a d o de
A m o r e s e d e H a r m o n i a s , e c u j a presença d e Luz
d i s s i p a e d i s s o l v e os t e n e b r o s o s e estúpidos NÜROS
•corruptores?!...
(( E' o SAN-A'R. ..
Á
<( E i l - o , s o r r i d e n t e e v i c t o r i o s o !... v i c t o r i o s o da
própria M o r t e !
« E i l - o s u b l i m e q u e n o s a p o n t a o F u t u r o , onde
f u l g u r a t a m b é m a nossa s u p r e m a V i c t o r i a !
<( A s s i m c o m o e l l e a n n u l l o u a corrupção dos M o r -
t o s , n o s q u a d r o s telephenicos d o Espaço s i d e r a l ,
nós t a m b é m a n n u l l a r e m o s a corrupção d o s V i v o s
•decadentes, q u e são de mais n a superfície d o P l a -
neta!... »
D e mais'! os q u e são d e m a i s ! e u a l l i d e n t r o e s -
t a v a d e m a i s ! Então a b r i a p o r t a , s a h i , o l h a n d o
p a r a t r a z , a t e r r a d o d o san-ár, dos nuros, d e s c i
agarrado aos balaustres d a escada e quando sentei
n a s o l e i r a d a p o r t a , f a t i g a d o , c o m o cérebro v a z i o ,
s e n t i q u e s u a v a e q u e m e a r d i a m as faces...
No o u t r o d i a e n c o n t r e i o p h y s i o l a t r a Magnus
.acompanhado d e vários i n i c i a d o s .
— V o u f u n d a r u m a U n i v e r s i d a d e n o L y c ê o de
A r t e s e O f f i c i o s . N ã o d e i x e d e i r a s s i s t i r ás c o n f e -
rência preparatórias.
— M a s h o n t e m , h o n t e m q u e fizeram vocês ?
H o u v e u m a pausa.
— Meditámos até d e m a n h ã á b e i r a d a S a b e d o r i a
para que a Sabedoria viesse.
E Magnus Sondhal, com u m volume de Nietzsche
d e b a i x o do braço, s e g u i o c o m os i n i c i a d o s p e l a r u a
aifóra, c o m o se fosse u m s e r n a t u r a l . . .
O MOVIMENTO EVANGÉLICO
À IGREJA FLUMINENSE
E u t r o u x e a salvação
Dos a l t o s céos l o u v o r ,
E' l i v r e o m e u perdão,
E' g r a n d e o m e u a m o r .
Â--
A IGREJA PRESBYTERTANA
— A l g u n s . V e n h a vêr.
Entrámos na bibliotheca de Álvaro Reis, uma sala*
confortável, f o r r a d a de altas estantes de canella. Poflí
toda a parte, em ordem, l i v r o s , papeis, brochura»
cartas, photographias.
— V e j a . A q u i no R i o temos o Presbiteriano e W
Puritano. Ha em S. Paulo a Revista das Missôe
Nacionaes, em A r a q u a t y o Evangelista, o Desper-
tador em Rio Claro, a Vida em Florianópolis e tíi
Século no N a t a l .
— E com tantos j o r n a e s os senhores não viveram
em g u e r r a constante?
— Contra quem?
— Contra as outras i g r e j a s , os baptistas, os me-m
thodistas... U m j o r n a l só basta para fazer a discor
d i a ; dez j o r n a e s fazem o conílicto u n i v e r s a l !
— Não, fez o meu i n t e r l o c u t o r a s o r r i r , não. Rei:
completa harmonia. A I g r e j a Fluminense já existi
quando começámos a nossa campanha. As relaçõe;
conservam-se cordiaes. O pastor Santos m i n i s t r
aqui a palavra de Deus sempre que é convidado. E
quanto o templo esteve em construcção, a I g r
F l u m i n e n s e p e r m i t t i u - n o s o uso da sua v a s t a salapa
o nosso serviço religioso. Com os methodistas e b
ptistas a mesma cordialidade existe. Os pastor
de lá f a l i a m no nosso púlpito, como nós falíamos n«
seus.
Depois, com t r i s t e z a :
— Talvez e n t r e os de casa não existisse essa h
monia ha bem pouco tempo... E' bem simples. Ni
u l t i m a reunião do Synodo P r e s b y t e r i a n o houve u
scisâo que sereílectiu f r a n c a m e n t e na i g r e j a do R i
U m membro do concilio imaginou que a maçona:
A IGREJA PRESBYTERIANA 113
s e g u n d o a ordenação de D e u s , n o e s t a d o s a n t o do
matrimônio? Obedecel-o-ás, servil-o-ás, honral-o-ás I
A I G R E J A METHODISTA 11"
:
I ;nhado diante de Deus e das pessoas aqui presentes,
i t i n e r a n t e s , p r e s b y t e r o s i t i n e r a n t e s , prégadores su-
p r a - n u m e r a r i o s , l o c a e s , e x h o r t a d o r e s , economos,
depositários...
— P a r a cada d i s t r i c t o ; na cidade propriamente
h a apenas os prégadores l o c a e s e os e c o n o m o s que
t r a t a m das questões financeiras, u m a j u n t a d e sete
m e m b r o s , q u e a c t u a l m e n t e é c o m p o s t a dos Srs.
J o a q u i m Dias, João M e d e i r o s , M a n u e l E s t e v e s de
A l m e i d a , José P i n t o de C a s t r o , Antônio J o a q u i m e
Elesbão Sampaio.
— H a vários j o r n a e s m e t h o d i s t a s ?
— A Revistada Eschola Dominical, e m S. P a u l o ;
O Expositor Christão, órgão d a conferência a n n u a l
brasileira, dirigido pelos Srs. K e n n e d y e Guilherme
d a C o s t a ; O Juvenil, O Testemunho. C o m o as o u t r a s
i g r e j a s evangélicas, a M e t h o d i s t a t e m s o c i e d a d e s
i n t e r n a s que a p r o p a g a m ; a S o c i e d a d e Missionária
das S e n h o r a s no E s t r a n g e i r o , a S o c i e d a d e d e M i s -
sões D o m e s t i c a s d a s Senhoras...
— A liga Epworth...
— A l i g a E p w o r t h é u m m e i o de graça c o m o o
c u l t o , a oração, as escolas d o m i n i c a e s , as f e s t a s do
amor. Temos 34 ligas E p w o r t h . A s ligas organisam-
se e m nossas congregações p a r a a p r o m o ç ã o d a p i e -
d a d e e l e a l d a d e á nossa i g r e j a e n t r e a m o c i d a d e ,
p a r a a s u a instrucção n a B i b l i a , n a l i t t e r a t u r a christã,
no t r a b a l h o missionário d a i g r e j a .
A j u n t a compõe-se de u m b i s p o , s e i s p r e g a d o r e s
i t i n e r a n t e s e seis l e i g o s , s e n d o t o d o s e l e i t e s de q u a t r o
e m q u a t r o a n n o s p e l a conferência g e r a l , sob a no-
m e a ç ã o d a commissão p e r m a n e n t e d a s l i g a s E p w o r t h .
A s l i g a s l o c a e s estão sob a direcção do p a s t o r e d a
conferência t r i m e n s a l .
A I G R E J A METHODISTA 121
— M a s o meio da propaganda?
E' quasi todo l i t t e r a r i o ; a l i g a é propriamente
diffusão da l i t t e r a t u r a evangélica.
O mais admirável e n t r e os methodistas é o
achinismo, o funccionamento da sua i g r e j a .
— Que é governada p o r conferências, póde-se
izer. Ha conferências da i g r e j a , mensaes, t r i m e n -
aes, districtaes, annuaes e geraes de quatro em
uatro annos.
Nessa occasião, Jovelino Camargo oíFereceu-me
afé, e sorvendo o n e c t a r precioso, eu i n d a g u e i :
— Muitos casamentos na capella do Cattete ?
— Alguns. P a r a esses actos os pastores procuram
empre os templos mais bellos.
— Ha m u i t a gente que acredita o vosso casa-
mento uma válvula que a nossa lei não permitte...
— Mas é absolutamente falso, é uma calumnia
ormidavel. Os evangelistas r e s p e i t a m antes de tudo
. lei do paiz em que estão. A totalidade dos nossos
•astores não casam sem v e r antes a certidão do
Itcto c i v i l . A h ! meu caro, a calumnia t e m corrido,
• ps pedidos são freqüentes aos ministros evangélicos
s- tara a realização do casamento de pessoas divor-
iadas, mas nós nos furtamos sempre; e ainda este
nez O Tacker, Álvaro dos Reis, Antônio Marques e
^ranklin do Nascimento fizeram publico pelos j o r -
laes que não podiam lançar a benção religiosa sobre
íenhum casal que não tenha antes contraindo m a t r i -
nonio.
Os meus companheiros K e n n e d y e Guilherme da
Gosta commentaram esse manifesto que o momento
exigia. Nós temos uma l e i que nos inhibe esse
crime. Quer vêr?
122 AS RELIGIÕES NO RIO
p a r a onde i a !
A IGREJA METHODISTA 123
e m q u e se d i v i d e o q u e o v u l g o g e r a l m e n t e cham;
p r o t e s t a n t i s m o , é u m a d a s m u i t a s d i v e r g e n t e s inter
pretações dos E v a n g e l h o s .
H a seis séculos c h a m a v a - s e a n a b a p t i s t a .
S e i t a a n t i q u i s s i m a , c o m g r a n d e s soluções de con- i :
t i n u i d a d e , d e s a p p a r e c e n d o m u i t a v e z n a h i s t o r i a sol
o m a r t y r i o das perseguições, s e m d e i x a r documen-
tos, m a s n u n c a d e t o d o se p e r d e u .
H o j e , c o m o as o u t r a s s e i t a s q u e a s s e g u r a m s e r as
únicas e v e r d a d e i r a s i n t e r p r e t e s d a B i b l i a , o sei;
foco p r i n c i p a l são os E s t a d o s U n i d o s , m a s o mundo
está c h e i o d e a n a b a p t i s t a s e u m magnífico serviço
de p r o p a g a n d a n a C h i n a , n o Japão, n a África, n
Itália, n o México e n o B r a s i l a u g m e n t a d i a r i a m e n t e
o n u m e r o de a d e p t o s .
O m o v i m e n t o d a s missões é tão i n t e n s o que a
t e m u m j o r n a l i n f o r m a t i v o : The Yorking Mission
Journal.
Isso não i m p e d e q u e a controvérsia os seleccione
e q u e a c r i t i c a os d i v i d a . N o s E s t a d o s U n i d o s a
i g r e j a está d i v i d i d a e m b a p t i s t a s christãos, n o v o s
b a p t i s t a s , b a p t i s t a s r i g o r o s o s , b a p t i s t a s separados,
baptistas liberaes, baptistas livres, anabaptistas
b a p t i s t a s , creanças b a p t i s t a s g e r a e s , b a p t i s t a s p a r t i -
c u l a r e s , b a p t i s t a s escossezes, b a p t i s t a s n o v a c o m m u -
nhão g e r a l , b a p t i s t a s n e g r o s , b a p t i s t a s d o braço d e
f e r r o , b a p t i s t a s d o sétimo d i a e b a p t i s t a s p a c i f i c o s . o:
A o s b a p t i s t a s d a q u i , p a c i f i c o s , christãos e m i s t u - i ;
r a d o s , b e m se pôde c h a m a r : — do braço d e f e r r o , |
desde q u e braço s i g n i f i q u e a decisão e a força c o m o i
que a r r e d a m as n u v e n s d a L u z . A h i s t o r i a d a i g r e j a
do R i o c o m e ç a e m 1 8 8 4 c o m a c h e g a d a d o S r . e d a
Sra. B a g b y .
OS BAPTISTAS 127
\
128 AS RELIGIÕES NO RIO
Oh! Se-e-e-nhor!.
OS B A P T I S T A S 129
Oh! Se-e-e-nhor!
— Onde vai?
— Por ahi, passear, vêr.
— Pois venha commigo á Associação, agora. São
' horas, estão funccionando as aulas. Venha e terá
una impressão do que é o centro do evangelismo no
Brasil.
E. sahimos pelas ruas pouco illuminadas, em que
chuva miúda punha um véo de nevoas.
A Associação não é nem uma igreja nem uma
ciedade mundana, embora possua característicos
)rofanos e seculares : éa casa dos moços, o segundo
ar que suppre as necessidades intellectuaes com b i -
-oi bliotheca, cursos, aulas, conferências; mantém a socia-
bilidade da juventude em salões de diversões, desen-
i volve-lhe o physico com gymnasticas, jogos athleti-
cos, passeios, pic-nics e, conjunctamente, lhe faz
sentira necessidade da religião. Ha nessa instituição
de fonte ingleza o desejo de um equilíbrio, a vontade
de crear o moço symetrico, o desenvolvimento har-
monioso, num ser vivo, da intelligencia, do physico,
da natureza social e da alma.
O homem nas grandes cidades perde-se. A Asso-
ciação ampara-o, serve-lhe de escola, de club, de
a l a r , de templo, dá-lhe banho, conversas moraes,
úping-pong, danças, aulas nocturnas, ensina-lhe a
Bíblia, põe-lhe á disposição os jornaes do mundo,
•b fal-o assistir a conferências sobre assumptos diver-
i sos. 0 moço deixa o lar paterno e, emquanto por
sua vez não forma outro lar, fica nesse ambiente de
honestidade, não só se tornando o typo admirável
do equilíbrio, como preservando das avarias e dos
soffrimentos a prole futura.
A Associação é o conforto, a paz e broquelda
140 AS RELIGIÕES NO RIO
u r a p o m o g r a p h i c a , o leão d o j o g o e a l o b a d a l a s -
6i-ivia. E, p o r i s t o , s a l v o s p o r C h r i s t o , serão m a i o r e s
imanhã e m a i s f o r t e s .
S e n h o r ! p a r e c i a u m a conversão! A p e r t e i - l h e a m ã o ,
leixei-o j o g a n d o ping-pong, d e s c i os dous a n d a r e s .
•ia r u a v e n t a v a u m a c h u v a f r i a e p e n e t r a n t e . A l o b a ,
i lascívia, a p a n t h e r a , a p o r n o g r a p h i a , o leão, o
ogo, a e t e r n a v i d a ! Q u a n t o s n e s t e m u n d o se s a l -
/aram dos a n i m a e s s y m b o l i c o s n a g r a n d e b a n a l i d a d e
la existência, q u a n t o s ?
Como apertasse a c h u v a , embrulhei-me mais no
paletot, a t r a v e s s e i as r u a s e s c u r a s r e c o r d a n d o a
apparição q u e fizera r e c u a r o D a n t e até lá dove"l
wl tace.
M a s s e m g r i t a r e s e m v e r o v u l t o d a salvação,
porque t a l v e z a t i v e s s e d e i x a d o n o salão d e d i v e r t i -
mentos, n a d o c e paz d a q u e l l a s a l m a s f o r t e s e t r a n -
quillas.
IRMÃOS E ADVENTISTAS
versículo 6.
— E o pastor, quem é ?
— Reconhecemos como único pastor a Jesuslt
Christo. Leia S. João, capitulo 10, versículos 11
et 16. O governo da igreja está ao cuidado doe
anciãos ou mais velhos, que fazem esse serviço sen
outra remuneração que não sejam o respeito e a honra •
da igreja. Leia os Actos... Como não nos achamos
auctorizados pelas escripturas, não celebramos casa-
mentos, reconhecemos o instituído pelas potestades
legalmente constituídas, a quem
cer. desde que não contrariem as determinações de
Deus. Leia a Epístola aos Romanos versículos 1 a 6.
Naturalmente cuidamos dos pobres e dos enfermos,
fazendo collectas e seguindo o ensino das Escrip-
turas. Veja a Epístola aos Corinthios.
— Como se pratica o culto?
— No primeiro dia da semana congregamo-nos
para celebrar a festa da Paschoa christã, ou a ceia
do Senhor, ás 11 da manhã com pão e vinho. Nessa
occasião adoramos a Deus, entoando hymnos elend'
as Escripturas, interpretando-as e edificando a alma
com muitos outros dons do Espirito Santo. Basta ler
a este respeito S. Paulo o os Actos e o Evangelhi
segundo S. Matheus. Reunimon-os também aos
domingos das 5 1/2 ás 6 1/2 da tarde para estudar
as Escripturas. Das 6 1/2 ás 7 1/2 préga-se o
Evangelho.
IRMÃOS E ADVENTISTAS 145
o M e s s i a s p r o m e t t i d o , só p o r e l l e se obtém a salvação
A s pessoas s a l v a s o b s e r v a m os dez mandamentos,
i n c l u s i v e o 4°, c e l e b r a m a s a n t a c e i a do Senhor, en.
connexão c o m o a c t o d e h u m i l d a d e p r a t i c a d o poi
Jesus C h r i s t o , crêem n a resurreição, q u e os mortos
d o r m e m até esse m o m e n t o , c o n f o r m e as palavra;
do S a l v a d o r e m S. João...
— A resurreição ?
— S i m , a dos j u s t o s far-se-á n a s e g u n d a vind,
de C h r i s t o , a dos Ímpios m i l a n n o s depois, c o m u n
g r a n d e f o g o q u e os queimará e purificará a t e r r a !
— Então não é tão c e d o ?...
— I n f e l i z m e n t e , p a r e c e . N ó s f a z e m o s o bem
t e m o s u m a missão m e d i c a , q u e e n v i a f a c u l t a t i v o s a
t o d a a p a r t e d o m u n d o , f u n d a m o s sanatórios, e.
c r e n d o que a educação i n t e l l e c t u a l não b a s t a , conse
g u i m o s escolas i n d u s t r i a e s .
A' semelhança d o c h r i s t i a n i s m o nos t e m p o s apos-
tólicos o a d v e n t i s m o t o m o u u m rápido i n c r e m e n t o
elevando-se o n u m e r o de c r e n t e s a 8 0 . 0 0 0 , segunde
as p r o p h e c i a s s a g r a d a s .
— E a o b r a no B r a s i l ?
— A o b r a n o B r a s i l c o m e ç o u e m 1 8 9 3 , contandí
h o j e u m n u m e r o d e m e m b r o s l e i g o s d e 8 0 0 a 90C
e s p a l h a d o s n a m a i o r i a pelos E s t a d o s d e Paraná
S a n t a C a t h a r i n a , R i o G r a n d e d o S u l , c o n t a n d o o sei
c o r p o e c c l e s i a s t i c o : t r e s p r e g a d o r e s o r d e n a d o s , tre>
l i c e n c i a d o s , d o u s missionários médicos, dous profes
s o r e s d i r e c t o r e s d e escolas missionárias e onze p n >
f e s s o r e s d e escolas p a r o c h i a e s , s e t e c o l p o r t o r e s evan
g e l i s t a s , u m a r e v i s t a O Arauto da Verdade e um
redactor.
N a s u a organização o u t r o s m e m b r o s o e c u p a m car-
IRMÃOS E ADVENTISTAS 1Í9
OS SATANISTAS
Satanaz! Satanaz!
— Che vaoi?
._ Não o sabes tu? Quero o amor, a riqueza, a
sciencia, o poder.
— Como as creanças, as bruxas e os doidos —
sem fazer nada para os conquistar.
O philosophico Tinhoso t e m nesta grande cidade
um ululante punhado de sacerdotes, e, como sempre
que o seu nome apparece, arrasta comsigo o galope
da l u x u r i a , a anciã da volúpia e do crime, eu, que
já o v i r a Echú, pavor dos negros feiticeiros, f u i
encontral-o poluindo os retábulos com o seu deboche,
emquanto a t h e o r i a bacchica dos depravados e das
demoníacas estorcia-se no paroxismo da orgia... Sa-
tanaz é como a flecha de Zenon, parece que p a r t i u ,
mas está p a r a d o — e firme nos corações. Surgem os
cultos, desapparecem as crenças, esmaga-se a sua
recordação, mas, impalpavel, o Espirito do M a l
espalha pelo mundo a mordacidade de seu riso
152 AS RELIGIÕES NO RIO
i g u a l d e A d o n a i , i n i c i a l d o B e m e d e u s d a Luz. -
Esses f a z i a m u m a franco-maçonaria, c o m u m c u l t o i
p a r t i c u l a r , q u e e x p l i c a v a a v i d a d e Jesus dolorosa- I
m e n t e . G u a r d a m a i n d a os s a t a n i s t a s contemporâneos i
alguns nomes d a confraria que insultava a V i r g e m |
c o m p a l a v r a s e s t e r c o r a r i a s : — E d u a r d o d e Campos,
H a m i l c a r F i g u e i r e d o , T h e o p o m p o de Souza, T e i x e i r a
W e r n e c k e outros, usando pseudonymos e compondo
u m rosário de n o m e s c o m significações o c c u l t i s t a s e i
s y m b o l i c a s . Os p a l l a d i s t a s não m o r r e r a m d e todo, I
a n t e s se t r a n s f u s a r a m e m fôrmas poéticas. N o Paraná,
onde ha u m m o v i m e n t o occultista a c c e n t u a d o — c o m o
h a t o d a s as fôrmas d a crença, sendo o p o v o de poetas
impressionáveis, — e x i s t e m a c t u a l m e n t e e s c r i p t o r e s I
l u c i f e r i s t a s que estão dans le train d o s p r o c e s s o s d a
crença n a E u r o p a . A franco-maçonaria, m o r t o o seu
a n t i g o c h e f e , u m p a d r e i t a l i a n o V i c t o r i o Sengambo,
f u g i d o d a Itália p o r c r i m e s c o n t r a a m o r a l , desappa-
r e c e u . N o B r a s i l n ã o a n d a m a s s i m os apóstatas e,
r
a p e s a r do d e s e j o de f o r t u n a e d e satisfações m u n d a n a s ,
é d i f f i c i l se e n c o n t r a r u m caso d e a p o s t a s i a no clero
b r a s i l e i r o . Os l u c i f e r i s t a s ficaram a p e n a s c u r i o s o s
relacionados com o supremo directorio de Charleston,
donde partirá o n o v o d o m i n i o d o m u n d o e a sua
deschristianisação.
Os s a t a n i s t a s a o c o n t r a r i o i m p e r a m , s e n d o como
são m a i s m o d e s t o s .
S a b e m que S a t a n ó o p r o s c r i p t o , o i n f a m e , o
mal, o c o n s p u r c a d o r , f a z e m a p e n a s o catholicismó
i n v e r s o , e são s u p e r s t i c i o s o s , d e p r a v a d o s m e n t a e s ,
o u i g n o r a n t e s a p a v o r a d o s d a s forças o c e u l t a s . O
numero de crentes convictos é c u r t o ; o numero de
crentes inconscientes é infinito.
O SATANISMO 155
— Alli.
Estendeu a mão, veiu-lhe um vomito, emborcou no
meu braço que o amparava, golphando num estertor
pedaços de sangue coagulado.
Ao longe ouviu-se o silvo da locomotiva.
Então, como possuido do Diabo nos braços eu bati
á porta dos satanistas, ouvindo a sua desgraçada vida
e a dòr infindável da morte.
A MISSA NEGRA
Ias q u a t r o p a r e d e s o m u n d o e s t e r c o r a r i o d u Pão
V e l h o s v i c i a d o s á p r o c u r a d e e m o ç õ e s n o v a s , fufia*
hvstericas e nymphomaniacas, mulatas perdidas,
ralé d a prostituição, t y p o s ambíguos de calças l a r g a
e m e n e i o s de q u a d r i s , c a r a s l i v i d a s de ròdeurs d
praças, h o m e n s d e s b r i a d o s , t o d a essa m a s s a h e t e r o -
c l i t a c a c a r e j a v a i m p a c i e n t e p a r a q u e começasse a
o r g i a . Os v e l h o s t i n h a m o l h a r e s c u p i d o s , melosos,
os t y p o s dúbios t r a t a v a m - s e e n t r e s i d e c o m a d r e s ,
c o m as f a c e s p i n t a d a s , e a u m c a n t o o e m p r e g a d o
dos C o r r e i o s , e s t i c a n d o o pescoço d e p e n n a d o de
condor, f i x a v a na p e n u m b r a a presa futura. Não era
u m a religião; e r a u m c o m e ç o d e s a t u r n a l .
S e n t i que m e t o c a v a m n o braço. V o l t e i - m e . E r a
u m p o e t a m u i t o v e r m e l h o , que c u l t i v a r a o u t r ' o r a ,
n u m a r e v i s t a de a r t e , o s a t a n i s m o l i t t e r a r i o . Dese-
q u i l i b r a d o , m a t t o i d e , o C a r o l i n o e s t a v a a l l i e m pa-
r a d a i n t i m a de perversão poética.
— T a m b é m t u ? f e z a p e r t a n d o - m e a m ã o e n t r e as
suas v i s c o s a s d e suor. C u r i o s o , h e i n ? M a s palhaçada,
filho, palhaçada! E' a s e g u n d a a q u e e u assisto. U m a
m i s s a n e g r a de j o r n a l de P a r i s c o m illustrações ao
vivo... I m a g i n a q u e n e m h a p a d r e s . O o f f i c i a n t e é o
d e g e n e r a d o q u e a n d a á n o i t e pelas praças.
— E as hóstias?
— A s hóstias, essas ao m e n o s são a u t h e n t i c a s , r o u -
badas ás e g r e j a s . D i z e m até... E s t i c o u - s e , c o l l o u a
b o c c a a o m e u o u v i d o c o m o q u e m v a i f a z e r u m a espan-
t o s a revelação : d i z e m até que h a u m sacristão n a
c i d a d e a m e r c a d e j a l - a s . E ' p a r a q u e m quer... hóstias
a dez tostões. E' b o a !
M a s q u e differença, m e u c a r o , d a m i s s a a n t i g a , da
verdadeira!
A MISSA NEGRA 165
— N ã o se m a t a n i n g u é m ?
E' lá possível! E a p o l i c i a ? Já não e s t a m o s n o
tempo d e G i l l e s de R a i s n e m d a Montespan... B o m
t e m p o esse!
P o u s o u os dedos n o p e i t o , r e v i r o u os o l h o s s a u -
osos. E r a c o m o se t i v e s s e t i d o relações pessoaes
com o Gilles e a Montespan.
A t u r b a e n t r e t a n t o c o n t i n u a v a a p i a r . T o d a s as
janellas fechadas f a z i a m da sala u m forno. Carolino
encostou-se t a m b é m e deu-me informações c u r i o s a s .
E s t a v a v e n d o eu u m a r a p a r i g a l o u r a , c o m u m a fistula
no q u e i x o e óculos a z u e s ? E r a u m a troteuse d a praça
Tiradentes. Certo h o m e m pallido, que corcovava
abanando-se, e r a a r t i s t a p e l a d a n i s t a , o u t r o g o r d o
e ílacido f a z i a m i l a g r e s e i n t i t u l a v a - s e m e m b r o d a
Sociedade de E s t u d o s P s y c h i c o s . H a v i a d e tudo...
U m a s e n h o r a , v e s t i d a d e n e g r o , p a s s o u p o r nós
g r a v e , c o m o cançada.
— E esta?
— E' a princeza... U m a m u l h e r o r i g i n a l , e s t r a n h a ,
que já a d o r o u o fogo...
— Mas você está f a z e n d o r o m a n c e . Isso é l i t t e r a t u r a .
— Tudo é litteratura! A litteratura é o mirifico
a g e n t e do v i c i o . P o r q u e e s t o u e u a q u i ? A l i t t e r a t u r a ,
H u y s m a n s , o c o n e g o D o c r e d o Là-Bas, os l i v r o s
e n e r v a d o r e s . Os q u e a r r a n j a r a m estas scenas, o
rapaz dos C o r r e i o s , o J u s t i n o , o Bóde...
— O Bóde ?
— E' o n o m e satânico do s a c e r d o t e . . . têm o cére-
bro c o m o u m a s a n d w i c h e de l i t t e r a t u r a .
— M a s o r e s t o , estas q u a r e n t a pessôas que e u
v e j o , t e n h o a c e r t e z a de vêr e que e n c o n t r a r e i t a l -
vez a m a n h ã nas r u a s ?
106 AS RELIGIÕES NO RIO
ismodcu, B e l i a l , M o l o c h e Baal-Phagor, e r a r e l i g i o -
amente terrível. A que os meus olhos viam, não
jassava de phantasia de debochadas e hystericas ne-
essitando do reíle policial e do chicote.
A casa de j a n t a r estava t r a n s f o r m a d a numa capella.
'.o fundo levantava-se o altar-mór, ladeado de um
ivão empalhado com a cauda a b e r t a — o pavão sym-
l o do V i c i o T r i u m p h a l . Nos quatro cantos do t e c t o ,
v r c e g o s , deitados em corações de papelão vermelho,
areciam assustados. Pannos pretos com cruzes de
irata voltadas cobriam as j a n e l l a s e as portas.
Do altar-mór, que t i n h a tres degraus cobertos p o r
im pellego encarnado, descia, abrindo em fôrma de
eque, um duplo ronque de castiçaes altos, susten-
ando tochas accesas de cèra vermelha. E r a essa
,oda a luz da sala. O bando tomou posições. Alguns
•iam; outros, porém, t i n h a m as faces pallidas, olhei-
entas, dos apavorados. Nós, eu e o poeta, ficámos
ao fim. U m silencio cahiu. Do a l t o , pregado a cruz
osca, uma e s c u l p t u r a infame pretendia representar
j h r i s t o , o doce Jesus! E r a um boneco torpe, de
igodes retorcidos, t o t a l m e n t e excitado, que olhava
s fieis c o m um o l h a r t r o c i s t a e o beicinho r e v i r a d o .
— E' horrendo.
— Se estamos na casa do horrendo ! Guarde a sua
3moção. Tudo isso é religião. O mesmo fazem com
ískariote no sabbado de A l l e l u i a os meninos catho-
'"cos.
Guardei. V i n h a m apparecendo aos saltinhos, num
andar de marrecos presos, quatro sacristães com as
sotainas em cima da pelle. Esses ephebos diabólicos,
le faces carminadas e sorrisinhos equívocos, pas-
seavam pela sala como ménayèrcs preoccupadas
168 AS RELIGIÕES NO RIO
F o i - s e c o m o s e u passo a p r e s s a d o , v o l t o u trazendo
os óculos e u m l i v r o d e m a r r o q u i m v e r m e l h o com
lettras de ouro.
— Está e s c r i p t o q u e o h o m e m não viverá só
pão, m a s d a s p a l a v r a s de Deus, disse S. P a u l o .
Sentámo-nos. F r e i P i a z z a a b r i u o Ritaale, e s c r i p t o
e m v e r m e l h o e negro...
O o f f i c i o d e e x o r c i s m o c o m e ç a c o m as l i t a n i a s n o i
maes e o p s a l m o L I I . Depois, o s a c e r d o t e dirige-se
ao E n e r g ú m e n o .
— Quem quer que sejas, ordeno-te, espirito
i m m u n d o , c o m o aos t e u s c o m p a n h e i r o s , q u e obede-
ç a m a este s e r v i d o r de D e u s , e m n o m e dos m y s t e r i o s
da Encarnação, d a Paixão, d a Resurreição e d a Ascen-
são d e N o s s o S e n h o r Jesus C h r i s t o , e m n o m e do
E s p i r i t o Santo, q u e d i g a s o t e u n o m e e i n d i q u e s por
u m signal qualquer o dia e a hora em que entraste
n e s t e c o r p o , o r d e n o - t e q u e m e obedeças, a m i m ,
m i n i s t r o i n d i g n o d e D e u s , e p r o h i b o - t e q u e offendas
esta c r e a t u r a a s s i m c o m o aos p r e s e n t e s .
Depois o e x o r c i s t a procede á l e i t u r a dos Evange-
l h o s , s e g u n d o S. João, S. M a r c o s , S. L u c a s , e v o c a o
C h r i s t o , faz os s i g n a e s d a c r u z nopossesso, e n v o l v e -
l h e o pescoço n u m pedaço d e e s t o l a e c o m a m ã o
d i r e i t a n a cabeça d o r e b e l d e , diz :
— E u te exorcismo, immundo espirito, phantasmaii
legião, e m n o m e de N. S. J. C , o r d e n o - t e q u e abaijí
dones, e s t a c r e a t u r a f e i t a p o r D e u s c o m t e r r a . Deus,
o m e s m o q u e d o a l t o d o s Céos t e p r e c i p i t o u n a s prói
f u n d e z a s , é q u e m t e o r d e n a , A q u e l l e q u e m a n d a nos
m a r e s , n o s v e n t o s e n a t e r r a . O u v e e t r e m e de pavor,
S a t a n , i n i m i g o d a fé, i n i m i g o d o gênero h u m a n o ,
m e n s a g e i r o d a m o r t e , ladrão d a v i d a , o p p r e s s o r
OS EXORCISMOS 179
de u m a n o v a oração. Depois o p a d r e lê o u l t i m o
mais tremendo exorcismo.
— A d j u r o - t o , omnis immundissime, dirissime, f
t a s m a , e n v i a d o de S a t a n , e m n o m e de J. C. o N a
r e n o , q u e f o i c o n d u z i d o ao D e s e r t o d e p o i s do Ba-
p t i s m o de S. João e q u e t e v e n c e u n a t u a habitação.
Cessa de obsedar e s t a c r e a t u r a , q u e D e u s , p a r a sua
h o n r a , t i r o u do l i m o d a t e r r a . T r e m e , não d a sua
f r a g i l i d a d e h u m a n a , m a s d a i m a g e m do T o d o Pode-
r o s o . Cede a D e u s q u e t e p r e c i p i t o u n o a b y s m o a
t i e a t u a infâmia, n a pessoa d e Pharaó, p o r i n t e r -
médio do seu s e r v i d o r M o y s é s ; c e d e a D e u s que t e
condemnou no traidor Iskariote...
A imprecação t o r n a - s e de u m a s o l e m n i d a d e colos-
sal. O s a c e r d o t e e r g u e o l i v r o s o b r e o d e s v e n t u r a d i
possuido :
— Os v e r m e s e s p e r a m - t e a t i e aos t e u s . U m f o g o
d e v o r a d o r está p r e p a r a d o p o r t o d a a e t e r n i d a d
p o r q u e t u és a causa do homicídio m a l d i t o , o o r g a n i z a
d o r do i n c e s t o , o o r g a n i z a d o r dos sacrilégios, o ins-
t i g a d o r das p e i o r e s acções,o q u e e n s i n a a h e r e s i a , o
i n v e n t o r de t u d o q u a n t o é o b s c e n o . Sai, i m p i o , s a i , sce-
l e r a d o , sai c o m as t u a s m e n t i r a s , p o r q u e D e u s quiz f a -
zer s e u t e m p l o d e s t e c o r p o . O b d e c e ao D e u s d e a n t e do
q u a l se a j o e l h a m os h o m e n s : c e d e o l o g a r aN.S.J.C.
que d e r r a m o u o s e u s a n g u e s a g r a d o p e l a h u m a n i -
dade ; c e d e ao E s p i r i t o S a n c t o , q u e p e l o s seus bema-
v e n t u r a d o s apóstolos v e n c e u - t e no m a g o S i m o n , que
c o n d e m n o u as t u a s infâmias e m A n a n i a s e S a p h i r a
(pie t e c u r v o u e m H e r o d e s , q u e t e c e g o u n o m a g
Elyma. Sai agora, sai, seduetor. O deserto é a t u
m o r a d a , a s e r p e n t e a t u a habitação. E i s que appa-
r e c e D e u s , o S e n h o r ; o f o g o arderá os i n i m i g o s s
OS E X O R C I S M O S 181
— Ou mesmo dous ?
— Ou tres, não v a i ao caso. E l l e reílectiu e vivem
os dous bem. Quantos desmandos evitamos, quantas
desgraças, quantos escândalos! Recorda-se da h i s t o r i a
do oráculo de Delphos? E' a h i s t o r i a da prudência, de
ser ambíguo para não se enganar. A nossa é muito
mais d i f f i c i l .
— Mente com franqueza.
— Diz verdades e consola. Muitas das minhas
clientes v ê m aqui apenas como um consolo. Contam
;as maguas e vão-se.
— Que trabalho deve t e r !
— Faço experiências até altas horas com o meu
criado Júlio, e vou ás estalagens, aos cortiços, l e r
grátis nas mãos dos pobres. Não imagina como sou
recebida!
Deito cartas, leio nas mãos. E' o estudo em que
i . procedo sem p e r g u n t a r para t e r a certeza. E é c e r t o !
i A d i v i n h o cousas de h a quatro e cinco annos passados,
ENTRE OS SINCEROS
O ESPIRITISMO 217
— T e r m i n á m o s o nosso estudo. N ã o h a m a i s q u e m
queira fallar?
L e o p o l d o C i r n e e r g u e u a l o i r a cabeça de S a l v a -
d o r , f i x a n d o os o l h o s n a m i n h a p o b r e pessoa. E r a a
attracção do a b y s m o , u m a explicação i n d i r e c t a , f e i t a
como quem, muito cansado da t r a v e s s i a p o r mundos
i g n o r a d o s , viesse a c o n v e r s a r á b e i r a d a e s t r a d a c o m
o viandante descrente.
« O E s p i r i t i s m o , f e z e l l e , ou revelação dos espí-
ritos, systematisada em doutrina por A l l a n Kardec,
que r e c o l h e u os seus ensinos ácerca d o u n i v e r s o e
da v i d a e das l e i s q u e o s r e g e m , e c o m os q u a e s
«formou as o b r a s d i t a s f u n d a m e n t a e s O Livro dos
Espiritos — O Livro dos médiuns — O Croc o In-
ferno — A Gênese — O Evangelho segundo o
Espiritismo, reúne o tríplice a s p e c t o d e s c i e n c i a ,
p h i l o s o p h i a e m o r a l o u religião.
C o m o s c i e n c i a de observação, e s t u d a , não s o m e n t e
os p h e n o m e n o s e e s p i r i t a s , desde os m a i s s i m p l e s ,
c o m o os r u i d o s e perturbações (casas m a l a s s o m b r a -
das) e os e f f e i t o s p h y s i c o s (deslocação d e o b j e c t o s
s e m c o n t a c t o ) , e t c , até os m a i s t r a n s c e n d e n t e s ,
c o m o as materialisações de e s p i r i t o s (observações de
fcrookes, A k s a k o f , Z o e l l n e r , D r . G i b i e r , e t c ) , c o m o
também, todos os p h e n o m e n o s d a n a t u r e z a , i n v e s t i -
g a n d o a gênese de t o d o s os s e r e s , n u m a v a s t a s y n -
these, e n e l l e s b u s c a n d o a o r i g e m do p r i n c i p i o espi-
r i t u a l , d o s estados m a i s r u d i m e n t a r e s aos m a i s
c o m p l e x o s — p o i s que u m g e r m e n , u m esboço dessa
n a t u r e z a p a r e c e c o n s t i t u i r a essência de t o d a f o r m a .
E m t a c s condições, r e l a c i o n a - s e c o m todos os r a m o s
das s c i e n c i a s h u m a n a s : a p h y s i c a , a c h i m i c a , a bio-
l o g i a , a h i s t o r i a n a t u r a l , e t c , s e m esquecer a própria
222 AS RELIGIÕES NO RIO
13*
mm
iv
35
OS EXPLORADORES
fundo.
A policia sabe mais ou menos as casas dessa gente
suspeita, mas não as observa, não as ataca, porque
a m a i o r i a das auctoridades t e m medo e fé. A i n d a
ha tempos, um delegado moço freqüentava a casa
de um espirita da p r a i a Formosa para se c u r a r da
syphilis. Se os delegados são assim apavorados do
OS EXPLORADORES «4»
Esses dez m i l j u d e u s d i v e r t i r a m - s e , t r o c a r a m
presentes, cantaram, o u v i r a m mais uma vez a histo-
r i a da l i n d a Esther, lida pelo hhasàn nos sagrados
l i v r o s , e cada um recolheu u m momento o espirito
para pensar em Mardocheu, no r e i Assuéro e na
maneira p o r que 6 0 milhões de antepassados f o r a m
salvos da m o r t e e do patibulo.
E n t r e t a n t o , pela v a s t a cidade, ninguém desconfiou
que t a n t a gente tivesse a a l e g r i a n'alma.
E" que os olhos de I s r a e l são receiosos, sempre cur-
vados ao sopro das perseguições, sembre sábios.
F e s t e j a r a m sem que ninguém desse por t a l . . .
O Rio t e m uma vasta colônia semita l i g a d a á nossa
v i d a econômica, presa ao alto commercio, com diífe-
rentes classes sem relações e n t r e ellas e differentes
ritos.
H a os j u d e u s r i c o s , a colônia densa dos j u d e u s
armênios e a p a r t e exótica; a gente ambígua, os cen-
t r o s onde o lenocinio, mulheres da v i d a airada e
caftens, cresce e a u g m e n t a ; ha israelitas francezes,
quasi todos da Alsacia L o r e n a ; marroquinos, russos
inglezes, turcos, árabes, que se d i v i d e m em seitas
diversas, e ha os Asknenazi communs na Rússia, na
A l l e m a n h a , na Áustria, os falachas da África, os
rabbanitas, os Karaitas, que só a d m i t t e m o A n t i g o
Testamento, os argonicos e muitos outros.
Os semitas ricos não têm no R i o ligação com os
humildes nem os p r o t e g e m como em P a r i z e L o n d r e s
os grandes banqueiros da força de H i r s c h e dos
R o t t c h i l d s . São todos negociantes, j o g a m na Bolsa,
veraneiam em Petropolis, vestem-se bem.
Muitos são j o a l h e i r o s , c o m a a r t e de fazer b r i l h a r
mais as jóias e de serem amáveis. Francezes,
AS SYNAGOGAS 239
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7
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O b r a s do D r . ANTÔNIO FERREIRA. 4.* edição annotada e
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conego FERNANDES PINHEIRO, 2 vs. ene. 83000,
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O b r a s de MANOEL ANTÔNIO ALVARES DE AZEVEDO, prece-
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geiros, e de u m a noticia sobre o autor e suas obras por
J. N o r b e r t o de Souza e Silva. 5.* edição, inteiramente
i n f u n d i d a e a u g m u i t a d a . 3 v. in-S.° ene. 98000, b r . 6S000
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pittoresca pelo céo, p o r C. FLAMMARION. Revista c r i t i c a das
theorias humanas, scientificas e românticas, antigas e
modernas, sobre os habitantes dos astros. Ornados de u m a
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N a r r a ç õ e s do iníiuito. — L u m e n . — H i s t o r i a d e u m
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traducção autorizada pelo autor. 1 v. enc. 58000. br. . *9**N
P h e n o m c n o E s p i r i t a (O). Testemunhos dos Sábios com 20
gravuras. Única traducção autorizada pelo autor c appro-
vada pela FEDERAÇÃO ESPIRITA BRAZILEIRA, p o r GABRIEL
DELANNE.1 v. in-8.« enc. 5S000, b r . . . . . . . • • ,
P h e n o m e n o s o e e u l t o s , p o r COSTP, prefacio de Medeiros e
Albuquerque (da Academia B r a z i l e i r a ) . 1 v. i n 18.
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loeia e da philosophia natural p o r C. FLAMMARION. i r a -
duzida da 23.* edição por M . VAZ PINTO COELHO e
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ap|do\àda e corr.gid < pe o autor. 1 v o . enc. o$000
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