Вы находитесь на странице: 1из 6

Luís Évora

Análise de gramáticas

A Gramática do Português Contemporâneo de Cunha e Cintra (1984) é uma


gramática normativa pois ela apresenta características do português contemporâneo na
sua forma culta como afirmam os autores e passo a citar “ Parecia-nos faltar uma
descrição do português contemporâneo que levasse em conta, as diversas normas
vigentes dentro do seu vasto domínio geográfico (principalmente as admitidas como
padrão em Portugal e no Brasil)”(Cunha e Cintra 1984: XIII). Contudo, e embora
pretenda essencialmente ser um guia orientador, como o descrevem os autores, para a
escrita do português contemporâneo, a gramática não deixa de dar conta de expressões
idiomáticas e afectivas presentes na oralidade.

Como afirmam os autores, esta gramática pretende dar conta dar conta das
normas vigentes em todo o espaço que fala português. No entanto, as duas variedades
linguísticas destacadas são a do português europeu e a do português brasileiro. É
possível verificar esta realidade visto que ambas as variedades são discutidas, pois os
exemplos dados são de obras literárias escritas em português.

A gramática de Cunha e Cintra (1984) recorre a exemplos de obras escritas para


exemplificar e fundamentar as classificações apresentadas. Os autores são na sua
maioria brasileiros (Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade) e portugueses
(Miguel Torga, Fernando Pessoa) que são as normas destacadas nesta gramática embora
se possam encontrar exemplos de autores de outras paragens como é o caso do escritor
angolano Luandino Vieira.

A obra está dividida em vinte e dois capítulos, tendo a fonética e a fonologia um


único campo definido.

Segundo Cunha e Cintra (1984) o funcionamento das orações subordinadas


adverbiais é de adjunto adverbial de outras orações e são normalmente introduzidas por
conjunções subordinativas. Classificaram a oração adverbial como podendo ser de sete
tipos: causais, concessivas, condicionais, finais, temporais, consecutivas e
comparativas.
Luís Évora

A Gramática da Língua Portuguesa de Mateus et alli (2003) é uma gramática


bastante diferente da de Cunha e Cintra (1984), desde já porque se assume como uma
gramática descritiva, o que automaticamente define uma postura bastante diferente em
relação à forma como os dados são apresentados e à própria origem dos mesmos, bem
como os objectivos que pretende cumprir.

A Gramática da Língua Portuguesa de Mateus et alli (2003), em comparação


com a sua primeira edição, surge com o intuito de ser linguisticamente mais abrangente,
menos tecnicista e tendo uma visão mais crítica perante a primeira edição (Mateus et
alli 2003:15). Ela tem por objectivo ser explicativa, tendo por base investigações feitas
recentemente. Como é referido pelas autoras, ela não se trata de uma gramática
normativa mas sim uma gramática descritiva.
A Gramática da Língua Portuguesa tem como norma-padrão o português
europeu, embora em muitos casos possamos encontrar referências a variedades
nacionais, geográficas e sociais. Aliás, a primeira da gramática parte é toda dedicada à
apresentação das principais características das variedades nacionais dialectais do
arquipélago da Madeira e do Açores, demonstrando também as diferenças a nível
fonético entre o português do Brasil e o europeu.

A primeira parte da Gramática da Língua Portuguesa manteve-se restrita a


referência aos primeiros textos escritos em português e a identificação das áreas
dialectais de Portugal. Na primeira parte acrescentou-se a caracterização da história da
língua e também exemplificou-se as diferenças fonéticas entre o português europeu e o
português brasileiro realçando características sintácticas e lexicais de cada uma. Sendo
assim duas variedades do português foram comtempladas na primeira parte.
A Gramática da Língua Portuguesa fundamenta-se em vários estudos e
investigações feitas ao longo do tempo pelas próprias autoras. É uma gramática que foi
actualizada com conhecimento que as autoras foram adquirindo após da primeira
edição. Também a gramatica baseia-se em teses de mestrado e de doutoramento, e
também vários artigos e livros que foram sendo publicados ao longo dos anos.
Assim sendo, os exemplos dados, embora não seja referido explicitamente, são
do uso da língua portuguesa, daquilo que é possível dizer e não é possível dizer de
acordo com o material recolhido com falantes.
Luís Évora

Segundo Mateus et alli (2003), as orações subordinadas adverbiais podem


ocorrer em diferentes posições na frase (posição inicial, medial e final). A mesma
gramática divide a subordinação adverbial em cinco orações: condicionais, causais,
finais, concessivas e temporais. A distribuição das orações subordinadas adverbiais
da Gramática da Língua Portuguesa de Mateus et alli (2003) é diferente da
da Gramática do Português Contemporâneo de Cunha e Cintra (1984). Mateus et
alli (2003) não consideram que as orações comparativas, consecutivas e as
proporcionais típicas têm propriedades de subordinação adverbial. Mateus et alli (2003)
explicam que o estatuto de constituinte das orações subordinadas adverbiais é visível
pela possibilidade de serem realçadas por clivagem ou, como dito anteriormente, a
possibilidade de aparecerem em várias posições na frase.

Exemplo de clivagem:

1) É se der jeito que vamos às compras.


2) É quando chegares que vamos jantar.
(Mateus et alli 2003: 698)

Exemplo de posição inicial, medial e final:

3) Se economia e o mercado forem regulados poderão contribuir para um mundo


mais justo.
4) A economia e o mercado contribuirão para um mundo mais justo se forem
regulados.
5) A economia e o mercado, se forem regulados, contribuirão para um mundo
mais justo.
(Mateus et alli 2003: 698)

Segundo Mateus Mateus et alli (2003), a distribuição variada da oração


adverbial é um dos traços que a distingue da oração coordenada pois aceita-se não só a
ordem conector oração A oração B como a ordem oração B conector oração A.
As orações adverbiais não têm um carácter de argumento do predicado principal
segundo Mateus et alli (700:2003). Isso pode ser comprovado de várias formas, uma
delas é a possibilidade de se fazer uma interrogação com o verbo fazer, acontecer
Luís Évora

seguido da oração subordinada adverbial e responder com outra oração. Veja-se os


exemplos:

(6) a) Vamos jantar fora se vieres cedo.

b) O que é que vamos fazer se vieres cedo?

c) Vamos jantar fora.

(Mateus et alli 2003: 700)

A Gramática da Língua Portuguesa distingue as orações subordinadas


adverbiais por serem ilhas em relação à extracção de constituintes. Ela defende que não
pode haver extracção de constituintes a partir de orações subordinadas adverbiais pois
as frases tornam-se agramaticais. Como por exemplo:

(7) a)*Quemi é que, se [-]i, voltarem, os meus amigos vão sair?


b)*Que coisasi é que a Maria fez o trabalho, para que o filho tenha
[-]i?
(Mateus et alli 2003: 704)

A Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara (2002) trata-se de uma


gramática essencialmente descritiva porque pretende a reformulação da teoria
gramatical entre os linguistas da língua portuguesa numa obra com o objectivo de
convergir uma descrição sincrónica da língua a uma visão sadia da gramática normativa
(Bechara 2002: 20).

Tendo em conta as obras citadas em alguns exemplos é possível verificar que as


variedades linguísticas comtempladas nesta obra são a do português europeu e a do
português brasileiro. Por exemplo autores portugueses como Eça de Queirós e Filinto
Elísio e autores brasileiros como Fagundes Varela e Guimarães Rosa.

A obra fundamenta-se em diversas gramáticas assim como em textos e obras


produzidas.

Bechara (2002: 471) chama de orações adverbiais, orações complexas de


transposição adverbial. Ele divide as orações complexas de transposição adverbial em
Luís Évora

dois grupos: as subordinadas adverbiais propriamente ditas e as subordinadas


comparativas e consecutivas.

As subordinadas adverbiais propriamente ditas são que exercem a função própria


do advérbio, isto é, são adjuntos ou determinantes circunstanciais e não são argumentos
do núcleo verbal. A sua representação é feita por locuções adverbiais que podem ser
substantivos ou grupos nominais. As locuções podem ser relacionadas ou exprimem
circunstâncias de causa, concessão, condição e fim.

Bechara (2002: 471) destaca que essas orações adverbiais se assemelham com as
orações substantivas pois o substantivo passa a ter um valor adverbial consoante a
preposição que o antecede. Como por exemplo:

(8)

a) Saiu de noite.
b) Estudamos com prazer.

(Bechara 2002: 471)

O autor mostra que as orações subordinadas substantivas passam a funcionar


como adverbiais quando o transpositor que passa a ser uma locução conjuntiva por ser
marcado por uma respectiva preposiçao: sem que, para que, desde que, etc. É-nos
explicado que a preposição marca a noção circunstancial que muda o sentido semântico
e o que marca uma função nova da oração e passa a funcionar como termo sintáctico
dentro da oração complexa. Como por exemplo:

(9)

a) Os convidados saíram sem que fosse notados.

(Bechara 2002: 472)

O outro grupo, as subordinadas adverbiais comparativas e consecutivas, segundo


o autor, têm uma relação com as adjectivais pois elas dependem de um antecedente de
natureza quantificadora ou unidade quantificada e acrescenta que só mantêm relação
directa com o núcleo verbal da oração com o seu antecedente. Como por exemplo:

(10)
Luís Évora

a) Janete estuda mais que trabalha

Bechara (2002: 473) explica que a oração subordinada que trabalha esta presa
ao advérbio mais e esse conjunto serve como comparação a oração anterior.

Com a análise das gramáticas consegui ver diferenças especialmente entre a


Gramática da Língua Portuguesa de Mateus et alli (2003) e a Gramática do Português
Contemporâneo de Cunha e Cintra (1984). Ambas as gramáticas diferenciam
essencialmente por uma ser descritiva e outra normativa. Verifiquei que a formação de
palavras não é definida a qual área ela pertence na de Cunha e Cintra (1984), mas, no
entanto, em Mateus et ali (2003) verifiquei que a formação de palavras está definida
como sendo parte da morfologia.

Referencias Bibliográficas

Bechara, E. 1999. Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Lucerna.

CUNHA, C. & L. F. L. Cintra. 1984. Nova Gramática do Português Contemporãneo.


Ed. J. Sá da Costa. Lisboa.

MATEUS, Maria Helena Mira et alii. 2003. Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa:

Editorial Caminho.

Discente:

Luis Évora

Docente:

Dra. Maria Lobo

Вам также может понравиться