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DNA forense e a coleta de vestígios em locais de crime Dezembro/2017

DNA forense e a coleta de vestígios em locais de crime


Ana Célia – an.santiago@hotmail.com
Pós-Graduação em Perícia Criminal e Ciências Forenses.
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Belém, PA, 28 de novembro de 2016.

Resumo
Os avanços nas tecnologias de DNA surtiram um enorme impacto no campo da ciência
forense. Com uma incrível sensibilidade e um alto poder de discriminação, a análise de DNA
tem sido uma poderosa ferramenta para a identificação humana e investigações criminais. O
presente estudo fará uma revisão sobre a história e conceito do DNA ao longo do tempo,
informações acerca dos metodos de análise de DNA, uma breve introdução à análise genética
no Brasil e boas práticas em coleta de materiais biológicos. Com isso, este trabalho busca
aproximar a realidade do estudo DNA na pericia cientifica e estimular o debate e pesquisas
nesta área aqui no Brasil.

Palavras-chav: DNA. Perícia cientifica. Coleta de vestigios

1. Introdução
Com a crescente preocupação atual sobre o controle do crime e do aumento da segurança
pública, conjuntamente com o crescimento da credibilidade da ciência da genética, moldaram
uma realidade que se mostra em vigor desde a década de 90 do século passado. Neste período,
observou-se o aumento de países que procuram a ajuda da tecnologia de identificação de
possíveis suspeitos através de seu DNA, como apoio à investigação do crime.

No âmbito da ciência forense, a tecnologia de identificação de pessoas através do DNA é dita


como uma das maiores descobertas desde a utilização das impressões digitais no âmbito
forense. Hoje em dia, utiliza-se muito análises de DNA para comprovar os agentes (vitima e
autor) de um crime, identificar pessoas em catástrofes, além de solucionar questões sociais
como a paternidade duvidosa (FONSECA, 2005).

A promessa do uso pleno da tecnologia de identificação através do DNA é demonstrada como


a capacidade de ser um instrumento que pode identificar criminosos e dar a sonhada liberdade
para os que não são culpados, com determinado grau de certeza próximo aos 100%. Além
disso, nota-se que com a existência da prova do DNA podemos prevenir e dissuadir a prática
do crime, surgindo então a esperança da aceitação dos benefícios do mesmo através de
diversos grupos sociais (GAMERO et al., 2004).

Conteúdo, a análise pericial com o intuito de extração do DNA possui também suas
dificuldades, vulnerabilidades e incertezas. Caso a amostra seja coletada de forma indevida,
há a possibilidade alta de contaminação (mistura de material biológico) ou mesmo degradação
das provas no local do crime, há impasses na manutenção da cadeia de custódia relacionada

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
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aos vestígios biológicos, erros próprios do laboratório ao manusear as amostras, cruzamento


errôneo de dados, bem como a má interpretação da informação genética apresentada no
tribunal (COSTA, 2003).

Notoriamente, os meios alcançados para distinguir as caracteristicas genéticas de um


individuo para o outro podem causar estranhamento para pessoas de fora da área. É muito
difícil compreender o motivo de determinadas fitas de DNA indicaram que uma pessoa é
determinada e não outra, para quem é de fora do ramo. Em muitos aspectos da sociedade, de
acordo com Cole (2002), o teste de DNA é observado como uma poderosa demonstração do
poder da ciência para atingir a verdade, sendo muitas vezes inquestionável no meio jurídico.

Assim, para que o DNA possa alcançar seu alto grau de confiabilidade, é preciso primeiro que
se possa confiar nas amostras obtidas. As amostras biológicas (fluidos, marcas de sangue,
cabelo, unha) são comumente encontrados em cenas de crime, sendo assim possível que
retiremos o DNA de tais amostras e que o analisemos por técnicas moleculares em
laboratórios, sendo assim possível confirmar o real culpado. Desse modo, para que a técnica
de comparação genética seja efetiva, a amostra biológica deve ser corretamente escolhida,
transportada, armazenada e coletada (SILVA & PASSOS, 2006).

Mas mesmo com a melhor qualidade possível de amostras, para Borém et al., (2001), a
utilização do DNA forense na pesquisa criminal não pode ser um fim em si mesmo, ou seja,
não pode provar sozinho a culpa de alguém ou mesmo a inocência do mesmo, contudo, serve
para relacionar tal pessoa com a cena do crime. Hoje em dia, a identificação de indivíduos
através do DNA forense é plenamente aceita em processos de justiça no mundo todo,
tornando-se possível até mesmo a identificação de pessoas há 100 anos, por exemplo, através
do DNA mantido em ossos ou em seus dentes.

Para o estabelecimento de um perfil do DNA, que é o comparativo para a análise, analisa-se


somente algumas regiões do DNA, sendo as preteridas para o estudo as regiões que
apresentam maior variação e facilidade de estudo. Tais regiõs possuem o nome de marcadores
genéticos ou moleculares. Na quimica forense, utiliza-se os marcadores moleculares para
caracterizar o DNA de uma pessoa em determinado padrão ou conjunto de fitas referentes à
ele. Também é observado a utilização de marcadores polimórficos, que se trata de regiões que
possuem mais de um alelo por locus; em loci forenses, o alelo mais comum tem a
frequência menor que 0,6 (DUARTE et al., 2001).

Ao realizar a análise de tais fitas e regiões do DNA, é possivel que seja o executado processo
da individualização, ou seja, a atribuição de caracteristicas genéticas que tornam um individuo
único. Felizmente, o DNA possui um alto grau de individualização, devido ao agrupamento
de um conjunto de regiões genéticas que conectadas entre si geram uma espécie de
"impressão digital genética" (AMORIM, 2009). Ao realizar a comparação das “impressões
digitais genéticas” é possível observar se diferentes amostras biológicas são originárias do
mesmo indivíduo ou de indivíduos diferentes; oui ainda, se há uma relação biológica entre os
agentes emissores de amostras comparadas.

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Embora uma nova epistemologia da identificação forense reclame hoje que é impossível
alcançar a individualização “perfeita” (COLE, 2009), devendo-se falar de probabilidades e
não de certezas o DNA é, geralmente, encarado pelas instâncias científicas como sendo, do
ponto de vista meta teórico, uma estrutura biológica única em cada indivíduo (com exceção
dos gêmeos monozigóticos). Muito embora tenha se desenvolvido um pensamento forense de
que é tecnicamente impossível alcançar uma individualização perfeita, de acordo com Cole
(2009) quando falamos de DNA devemos direcionar voltar nossa visão para um lado mais
voltado para probabilidades e estatísticas e não de uma certeza absoluta. Contudo,
estatisticamente falando, o DNA é observado pelo meio cientifico como uma estrutura
biológica única em cada ser humano (exceto quando trata-se de gêmeos monozigóticos). Essa
ideia de individualidade vem servido como uma pilastra para a crescente pesquisa em análise
genética, bem como os bancos de dados genéticos existentes ao redor do mundo, servindo
como uma espécie como uma espécie de buscas para auxiliar na investigação do crime
(MACHADO, 2010).

2. Desenvolvimento
2.1 Metodologia

O presente trabalho é uma pesquisa qualitativa, de modalidade teórica e com análise da


bibliografia formal, discursiva. O método de abordagem indutivo foi escolhido como
procedimento da pesquisa bibliográfica, onde foi realizado o levantamento de publicações
nacionais e internacionais, em bases de dados diversas.

Foi efetuada uma revisão do acervo de documentos bibliográficos, baseados em artigos


históricos, científicos e regulamentos disponíveis nas bases de dados disponíveis em
bibliotecas virtuais e sítios da rede mundial de computadores. A busca foi realizada no idioma
português através de palavras chaves relacionadas com o trabalho em questão em diversas
épocas sem que houvesse estabelecido uma data limite para o tipo de artigo, a pesquisa foi
desenvolvida tendo como base importantes descobertas e pesquisas realizadas no mundo todo
para o estabelecimento e implementação da análise da individualização de pessoas por DNA e
sua utilização nas ciências forense.

2.2 Breve introdução ao DNA forense

Quando direcionamos nosso olhar para o século XX podemos perceber que uma das
descobertas mais notáveis é justamente a conceituação e determinação da estrutura em três
dimensões do ácido desoxirribonucleico (DNA). Esta molécula é parte integrante dos
cromossomos que são localizados dentro do núcleo da célula. Do lado de fora do núcleo,
nota-se que é possível encontrar o DNA em organelas como cloroplastos e mitocôndrias
(NELSON & COX, 2011).

Quimicamente falando, diferentemente das proteínas, as cadeias de DMA são capazes de ser
multiplicar e amplificar-se vários milhões e milhões de vezes, através de reações em cadeia da

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polimerase. De acordo com Silva & Gontijo (2010), outro grande ponto em favor do DNA se
reflete num aspecto biológico-evolutivo, onde graças a sucessivas mutações e transformações
ao longo dos milhões de anos da história dos seres vivos, a molécula de DNA adaptou-se para
uma substância com reatividade química (capacidade de reagir com outro componente) quase
nula, além de uma resistência à degradação fora do comum.

Naturalmente, as proteínas (que são outras substâncias comunicadoras do nosso corpo)


transmitem informações analógicas, o que torna mais difícil para o receptor (outras células)
interpretarem e decodificarem a mensagem. Já moléculas de DNA transmitem informações
digitais, que são mais fáceis de serem captadas, este fato somado à sua capacidade de resistir
ao ambiente mostram o porquê do DNA ser uma forma ideal de transmissão de informação
biológica resistente ao tempo e outras perturbações do ambiente que são comuns de serem
encontradas em cenas de crime.

A sequência de unidades subatômicas os quais constituem o DNA são chamadas de


nucleotídeos, estes são responsáveis por codificar ordens de formação de todos os outros
componentes celulares além de organizar o molde para a produção de moléculas de DNA
idênticas à todos os descendentes por meio da divisão celular. Tal estrutura é a responsável
por transmitir as características genéticas entre os seres vivos, devido à essa características de
herança genética (NELSON & COX, 2011).

Na área das ciências forenses, a análise do DNA se vale dos mesmos meios básicos e costuma
usar as mesmas técnicas que são utilizadas em situações médicas ou de comprovações
genéticas, pois a análise de regiões do DNA é uma dos meios mais comuns para realizar
operações com o DNA (ANDRADE, 2008).

Sendo uma tecnologia que auxilia demais na resolução de crimes, seu uso pode ser aplicado
na identificação de suspeitos de estupros e semelhantes; identificação de pessoas acometidas
por catástrofes que desfiguraram seus corpos, como corpos mutilados ou que foram vitimas de
incêndios; estabelecimento de relação entre o instrumento do crime, a vitima e o autor do
crime bem como o local; relação de parentesco, dentre outros (DALTON et al, 2002).
Fundamenta-se na individualização biológica de cada ser humano, nas características únicas
de perfil genético, e como tais características genéticas sãos as mesmas para todas as células
do corpo humano, nota-se uma igualdade genômica desde a ponta da unha até um fio de
cabelo do mesmo individuo. As regiões escolhidas para a análise do DNA são aquelas que
apresentam maior variação individual e facilidade de estudo. Essas regiões são denominadas
polimorfismos de DNA e/ou marcadores genéticos ou moleculares (SILVA, 2011).

Estas regiões polimórficas foram descritas na década de 80, na Inglaterra, pelo Cientista Alec
Jeffreys que ao estudar um determinado gene, se surpreendeu observando que em sua
extensão apareciam regiões que se diferenciavam entre as pessoas. Estas diferenças
foram visualizadas por métodos indiretos em forma de bandas de diferentes tamanhos, metade
destas bandas era proveniente do pai e a outra metade da mãe. Ele também observou também
que estas regiões variáveis podiam ser encontradas em todo o genoma humano e que a partir
delas podia-se definir o que ele mesmo chamou de “impressões digitais de DNA” ou “DNA

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fingerprinting” (PARADELA, et. al, 2006)

Deste modo, concluindo a linha de raciocínio exposta acima e imaginando a aplicação do


DNA de um modo mais voltado para as ciências forense, ao realizar a coleta de amostras
biológicas (pele, esperma, fluidos corporais) de um cena de crime e dando prosseguimento na
extração do perfil de DNA individual, é possível que comparemos com um banco de dados
pré-existentes construídos para este exato fim de identificação forense. Após realizar as
comparações, pode ser possível que se encontre ou não a combinação dos dados colhidos na
cena do crime com os individuos existentes no cadastro, o que auxiliaria no processo de
investigação. Contudo, caso seja observada uma semelhança de dados, observa-se uma
situação em que se estabelece uma relação entre um individuo e um crime que de outras
maneiras poderiam nunca teriam se relacionado. Outro meio para o uso do DNA na
identificação forense é realizar a comparação entre um perfil genético que é colhido de uma
amostra na hora da cena do crime com o perfil de um individuo qualquer e que seja um dos
suspeitos de ter cometido determinado crime.

Como observado por Silva & Passos (2006), há um grande beneficio ao uso de banco de
dados de DNA para a investigação forense:

Pelo exposto, fica claro que os bancos de dados genéticos para finalidades de
investigação criminal abrem a possibilidade de, através da tecnologia de DNA,
“corroborar a identidade dos sujeitos presentes e inferir a identidade dos elementos
ausentes” Neste sentido, estamos hoje perante uma nova realidade nos cenários da
investigação criminal: a possibilidade de se lidar com “suspeitos genéticos”. Ou
seja, ao contrário do que acontecia no passado, a identificação de um suspeito de
autoria de crime não se limita a um uso retrospectivo (por exemplo, a acusação é
feita com base em elementos de prova já recolhidos) mas é também possível um uso
prospectivo, na medida em que é cada vez mais habitual realizar uma pesquisa
especulativa (speculative searching) pela qual é feita uma comparação sistemática e
automatizada entre os perfis já armazenados no banco de dados e novos perfis,
obtidos de cena de crime ou de amostras colhidas diretamente de suspeitos ou de
vítimas de crime, na tentativa de obter uma coincidência (SILVA & PASSOS,
2006:15).

Quando nos atentamos para a policia inglesa, observamos que é possível levar à extremos a
possibilidade da pesquisa especulativa ao utilizar o que é chamado de "pesquisa familiar"
(familial searching) (Nuffield Council on Bioethics, 2007: 19), contudo, tal processo vem
sendo alvo de imensas criticas por diversas comissões de ética existentes. O investigador, ao
utilizar o método da pesquisa familiar, é capaz de associar um perfil semelhante a um perfil
que não foi previamente identificado na cena de crime, semelhante em nível de parentesco
mesmo. Dessa forma, quando se encontrar um perfil de DNA em uma cena de crime podemos
associá-lo a um parente biológico próximo, assim, é possível que consigamos cruzar
informações e determinar a existência de um suspeito.

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Em países como a Inglaterra e País de Gales, a alimentação de dados do banco de dados


genéticos é tão intensificada que as suas respectivas legislações permitem a coleta de DNA de
indivíduos detidos pelo mais leve dos delitos, incluindo-se aqui mesmo crianças maiores de
dez anos. Guardando tais dados de forma indefinida, eles servirão para comparação futura de
perfis genéticos associados a crimes. Além disso, é possível realizar uma cadeia de
informação onde se acompanha a trajetória da vida criminal de um individuo apenas
atentando-se para os vestígios de seu DNA, possivelmente ajudando a policia a prever um
crime.

Nas palavras de Silva e Passos (2006) no momento atual, onde observa-se o crescimento
continuo do sistema de banco de dados genéticos para fins forenses, que possui como
consequência direta a ampliação dos métodos para a colocação dos perfis de DNA em tais
bancos bem como a regulação de tal informação, nota-se também o aumento da necessidade
do anseio de se poder criar, com base nos meios permitidos pelo DNA, a previsão de um
crime de determinados sujeitos, ou de maneira mais formal ‘‘suspeitos de risco’’: indivíduos
que estatiscamente possuem maior tendência a serem os responsáveis por um crime.

A utilização de bancos de dados com informação genética com o objetivo de auxiliar a


investigação forense tornaram-se, assim, um mecanismo que auxilia o controle estatístico e
penal de indivíduos criminosos e suas possíveis ligações, o que possibilita o Estado
desempenhar melhor seu papel de segurança, tornando o sistema cada vez mais direcionado
para a prevenção de crimes bem como combate intensivo destes, e graças à tecnologia
envolvida em tudo isso tal controle ganha legitimidade cientifica, já que se trata de um
dispositivo tecnológico cuja eficácia na identificação de indivíduos através de seu código
genético é universalmente reconhecida pelos cientistas mundo afora.

2.3 Análise de DNA e matérias biológicos

Tendo em mente todas as técnicas de análise existentes na medicina forense, nota-se que a
determinação de identidade genética através do DNA é um método muito superior, mesmo
quando comparado às técnicas de impressões digitais mais recentes. Isso se deve ao fato de
que o DNA é passível de ser achado em todo e qualquer material biológico humano (fluidos,
tecidos e outros tipos). A qualidade das análises também se deve aos estudos do Projeto
Genoma e de pesquisas sobre o polimorfismo do DNA, que já foi discutido neste artigo e se
trata das regiões do código do DNA em que há variações entre as pessoas saudáveis, enfim,
toda a constante pesquisa sobre o tema auxilia a aprimorar e tornar a análise menos sujeita à
erros.

De acordo com Weedn (1996), a determinação da identidade genética através do DNA é um


meio para provar a culpabilidade do suspeitos, liberar aqueles que são inocentes, auxiliar na
identificação de corpos em desastres aéreos e campos de batalha, determinar paternidade com
confiança praticamente total, clarificar trocas de bebês em berçários e detectar substituições e
erros de rotulação em laboratórios de patologia clínica. Esta análise comparativa entre fitas de

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DNA só é possível graças a regiões genômicas variam entre as pessoas normais. Por isso, o
correto a se dizer é "teste em DNA" e não "teste de DNA".

Atualmente, para analisar tais ocorrências de semelhanças entre as fitas repetitivas de DNA
denominadas de minissatélites e microssatélites (PENA, 2005). O segredo da diversidade
encontrado nessas regiões é devido ao número das repetições ter uma variação entre os
indivíduos e que pode ser analisado com sondas de DNA ou com o PCR (reação em cadeia da
polimerase).

O método de STR (Short Tanden Repeats) é o mais usado hoje em dia, e estuda regiões
repetitivas de DNA chamadas de minissatélites (VNTRs) e microssatélites (STRs). Na
identificação humana utiliza-se quase que exclusivamente marcadores microssatélites STR.
O estudo dos marcadores STR é feito utilizando a técnica de reação em cadeia de polimerase
(PCR, do inglês Polymerase Chain Reaction). Com essa técnica é possível fazer a tipagem
do DNA utilizando quantidades mínimas de amostras, como fio de cabelo, células coletadas
na borda de um copo usado pelo suspeito ou manchas de sangue em uma arma. Esse
processo se faz in vitro (em vidro) para fazer muitas cópias de um fragmento de DNA.

De acordo com Paradela et. al., (2006), a tipagem do DNA Forense se baseia nos mesmos
princípios fundamentais e usa as mesmas técnicas empregadas nas áreas médica e genética,
tais como o diagnóstico e mapeamento genético, que analisam o próprio DNA. O sucesso da
tipagem de DNA depende basicamente da qualidade e quantidade de DNA extraído das
diversas fontes. Nos exames de paternidade, o DNA é geralmente extraído de amostras
colhidas em condições ideais: sem contaminação e com material genético íntegro. Já na
determinação de identidade, o material obtido nem sempre está em boas condições: às vezes
há pouco DNA, ou este está contaminado ou degradado. Nesses casos, a extração de DNA
adequado para a análise talvez seja a etapa mais importante do processo.

Neste tipo de análise, observa-se também os tais polimorfismos que existem no DNA
mitocondrial e no cromossomo Y. Contudo, atualmente, notou-se que há uma abundância dos
polimorfismos de nucleotídeo único (SNP, sigla em inglês para single nucleotide
polymorphisms) e os polimorfismos de inserção/deleção (indels), que têm emergido como
possíveis alternativas a outros métodos (LIMA, 2006).

2.4 Análise genética no Brasil

No Brasil, pode-se dizer que o inicio da pesquisa e investimento em genética forense data de
1992 no Distrito Federal. Nesta data, observa-se que a Policia Civil do estado (PCDF) através
da iniciativa da Policia Técnica, que buscava usar a pesquisa de DNA assim como criar e
manter um laboratório da própria policia com o objetivo de realizar pericias criminais.
Contudo, o primeiro caso em que se utilizou a genética forense que chegou até os tribunais
brasileiros se deu em 1994, onde dois membros da Policia Civil do Distrito Federal foram
levados até os Estados Unidos para realizar análise de DNA em uma amostra biológica
originária de dois crimes que tiveram como local a cidade de Brasília (ALVES, 2009).

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No mesmo ano de 1994, a Câmara Legislativa do Distrito Federal instituiu a Divisão de


Pesquisa de DNA Forense (DP/DNA), na esfera da Polícia Civil do Distrito Federal, com as
atribuições de dirigir, coordenar e controlar a execução das competências genéricas e
específicas das Seções de Polimorfismo de Regiões de Fragmentos de Restrição – SPRFR, de
Ampliação e Análise de DNA – SAAD e de Estatísticas e Suporte Técnico-Administrativo –
SESTA (DISTRITO FEDERAL, 1994).

No momento atual, felizmente, é notório dizer que todos os estados brasileiro se utilizam da
análise de DNA para auxiliar tanto na esfera cível quanto na esfera criminal (ALVES, 2009).
Contudo, o órgão mais avançado, capacitado, experiente e de maior evidência na realização
de exames de DNA, com o objetivo de investigação forense, é o Instituto Nacional de
Criminalística-INC, sediado em Brasília e subordinado ao Departamento de Polícia Federal e
ao Ministério da Justiça (BARROS & PISCINO, 2008).

Na quase totalidade dos casos no Brasil, observa-se a utilização da análise de DNA no Brasil
relacionada com a comprovação de parentesco entre indivíduos (paternidade, proximidade
genética) (BONACCORSO, 2005). Em 2001, a lei nº 10.317 acrescentou as despesas com a
realização do exame de código genético – DNA que for requisitado pela autoridade judiciária
nas ações de investigação de paternidade ou maternidade à assistência judiciária aos
necessitados (BRASIL, 2001). Em 2009, a lei nº 12.004 estabeleceu a presunção de
paternidade no caso de recusa do suposto pai em submeter-se ao exame de DNA em processo
investigatório aberto para investigação de paternidade (BRASIL, 2009), ou seja, caso o
individuo se recuse a realizar o teste de DNA judicialmente, irá se supor que ele é o pai de
fato.

Barros e Piscino (2008:14) caracterizam como prova “tudo aquilo que demostra ou estabelece
a verdade de um fato” e, de acordo com o que se determina no Código de Processo Penal
(CPP) brasileiro em seu artigo 158 que “quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”
observa-se que a execução da análise de DNA caracteriza-se como um tipo de corpo de delito,
o que lhe dá destaque dentro do meio das ciências forense

A prova obtida a partir de mecanismos da ciência forense atualmente é tida como fundamental
para elucidar as investigações criminais, e desse modo, deve atender diversos requisitos
padronizados e buscar ser feita de maneira adequada, para garantir sua legitimidade e
confiabilidade. Contudo, aqui no Brasil não se nota a existência de instituições ou padrões de
certificação, auditoria ou regulamentação de laboratórios forenses ou dos procedimento de
análise de DNA. Ao longo dos estados brasileiros, as instituições responsáveis variam entre a
Polícia Civil e a existência de uma polícia técnica (ou científica) parcialmente desvinculada
da autoridade policial que possui a jurisprudência daquela região. Além disso, os recursos são
disponibilizados em quantidades diferentes para cada estado (SILVA & GONTIJO, 2010).

Para auxiliar nos mecanismos de regulamentação e padronização da pericia no Brasil,


houveram tentativas no passado, oriundas da vontade de diversos órgãos, como diz
Bonaccorso (2010):

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Em 1999 a Sociedade Brasileira de Medicina Legal (SBML) instituiu algumas


recomendações para realização de exames de paternidade através de DNA em
laboratórios particulares numa tentativa de normatização de adesão voluntária. Na
mesma época o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO) formou um Comitê Técnico Especializado de Biologia
Molecular (CTLE 04) para o estudo de parâmetros de sistematização voltados para
análise de DNA. Contudo tais iniciativas também não tiveram muito sucesso no
meio forense. Ainda neste contexto a Secretaria Nacional de Segurança Pública
(SENASP) tem trabalhado na padronização de procedimentos, reaparelhamentos de
laboratórios e capacitação continuada, para tanto disponibiliza em seus arquivos
eletrônicos projetos, normas, portarias e outros produtos a fim de que os mesmos
sejam difundidos. Dentre eles destacamos a “Padronização de exames de DNA em
perícias criminais” e a Resolução SSP n.º 194/99 que estabelece normas para coleta
e exame de materiais biológicos para identificação humana (BONACCORSO,
2010:14).

Na edição do dia 19 de abril de 2009 do Estado de São Paulo, observa-se o relato da possível
associação da SENASP com o INMETRO para ajudar a melhorar a qualidade, a
confiabilidade e a credibilidade das polícias técnicas nos Estados. O projeto previa a criação
de uma rede nacional de tecnologia para desvendar crimes. O papel do INMETRO seria
estabelecer um padrão e coordenar sua aplicação (PARADELA, et. al., 2006).

Segundo Bonaccorso (2010) esta parceria só foi possível em 2006 após o INMETRO tornar-
se o organismo de acreditação brasileiro. Entretanto, apesar da relevância da participação dos
laboratórios num sistema de metrologia forense, a adesão a este sistema seria voluntária,
tendo em vista a autonomia dos estados brasileiros para estruturar seus institutos periciais.

O órgão público competente para avaliar os procedimentos técnicos em laboratórios


analíticos é a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com as suas
normatizações, todas as etapas da cadeia de custódia das amostras biológicas devem ser
documentadas de modo apropriado, a fim de evitar contaminações e a adequação das
condições de trabalho à ISO/IEC 17.025 (PARADELA, et. al., 2006).

2.5 A boa coleta de vestígios biológicos

Todos os países do mundo possuem leis que definem que os vestígios devem ser preservados
na mesma condição em que foram encontrados na cena de um crime. Existem duas razões
para que ocorra essa recomendação, segundo Siegel apud Dorea (1995), se a evidência não
for totalmente coletada e preservada perderá o valor probatório para auxiliar na resolução de
um crime. A preservação da evidência demonstra na corte que a evidência é autêntica.

A cadeia de custódia deverá ser bem definida e devidamente documentada desde o momento
da coleta, para que minimize contaminações e que os vestígios possam ser analisados e
posteriormente incorporados como evidências de um crime .

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Cada vestígio possui uma metodologia diferenciada para que a sua coleta seja realizada de
forma eficiente e sem contaminantes. Atualmente, com a possibilidade de análise do perfil
genético por meio de amostras biológicas, presente nos vestígios recomenda-se que a coleta
seja realizada por meio de procedimentos rigorosos. Com isso, levando em consideração que
toda evidência poderá ser utilizada para análise de DNA, que é um dos métodos mais
passíveis de interferência quando ocorre à contaminação, utilizam-se primariamente as regras
que existem para a coleta de material biológico para todos os outros tipos de vestígios, como
veremos a seguir.

As amostras de material biológico devem ser minuciosamente colhidas, seja quando dispostas
na cena do crime ou quando forem de indivíduos devidamente identificados. É importante que
todas as pessoas que manipulam as amostras tenham conhecimentos específicos baseados na
literatura especializada, e ainda possuem treinamento em boas práticas de manipulação em
laboratórios forenses com rígida formação em controle de qualidade (SILVA & PASSOS,
2001).

Amostras que não estiverem adequadamente identificadas e documentadas podem ser


questionadas; aquelas, que não forem corretamente coletadas, são passíveis de não serem
analisadas; outras, se não forem devidamente acondicionadas, pode sofrer contaminação e se,
não forem criteriosamente preservadas, pode ocorrer decomposição e deterioração.

De acordo com documento emitido pelo Laboratório de Genética Forense do Estado de Santa
Catarina, há alguns regras e procedimentos a serem tomados para a coleta, preservação,
acondicionamento e encaminhamento dos vestigios biológicos encontrados em cenas de
crime. Sendo estes:

a) Qualquer material que se destine à análise de DNA deverá, desde sua coleta até seu
encaminhamento final, ser tratado de forma especial; de acordo com os procedimentos
de coleta, acondicionamento e preservação, contidos nesta Portaria, a fim de evitar
degradação e contaminação das amostras.
b) Durante qualquer coleta de material biológico, bem como sua manipulação em
qualquer fase do exame, é indispensável a utilização de luvas descartáveis, que
deverão ser trocadas a cada amostra manipulada/coletada. Em locais de crimes, no
interior dos laboratórios e, nas unidades do IML; o uso de máscaras, toucas, sapatilhas
e jalecos são necessários; para que se evite contaminação exógena.
c) Todos os instrumentos e materiais utilizados durante a coleta deverão ser
preferencialmente descartáveis, e estar estéreis. No caso de instrumentos e materiais
não descartáveis, a fim de evitar mistura de amostras biológicas, não deverá ser
utilizado o mesmo instrumento para coleta de diferentes amostras. Antes de reutilizar
tais instrumentos, estes devem ser perfeitamente limpos e esterilizados a fim de evitar
contaminações exógenas nas amostras.
d) Todo material úmido, acondicionado em saco plástico, após a coleta, só deverá
permanecer neste tipo de embalagem pelo tempo máximo de 2 (duas) horas e após este
período, deverá ser seco ao abrigo da luz solar direta e em local desprovido de insetos
e de agentes contaminantes diversos, tais como: saliva, pêlos, sangue, sujidades

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excessivas, etc. Após a secagem, tal material deverá ser devidamente acondicionado
em embalagem de papel podendo permanecer à temperatura ambiente, pelo tempo
necessário ao seu envio para o local de depósito de evidências biológicas ou de
realização de exames.
e) Durante as coletas deverão ser evitadas evidências biológicas contaminadas com:
terra, vegetais, alimentos e outros materiais de origem orgânica (SANTA
CATARINA, 2010).

Nota-se também, que de acordo com o tipo de material encontrado e o local, varia-se a técnica
e o modus operandi para lidarmos com aquela amostra. Para coleta de sangue, esperma e
saliva em forma liquida tais amostras devem ser coletado com dispositivos próprios para a
coleta de materiais isso, que idealmente são de haste longa e flexível e ponta de algodão,
sendo conhecido como suabe (forma brasileirada do inglês "swab") ou mesmo gaze, sendo
ambos estéreis. Após a coleta do material, estes devem secar de preferência em locais com
vento e longe da luz do sol, contudo, estes também podem ser adicionados em caixas próprias
para suabe ou até mesmo em envelopes pardos e geladeiras (SILVA & PASSOS, 2006).

Amostras não-pegajosas e em forma liquida, como urina, devem ser coletados com a maior
quantidade possível utilizando para isso uma seringa ou pipeta descartável e estéril, sendo
assim transportados para frasco próprio e armazenados sob refrigeração a quatro graus Celsius
(4ºC).

Já para as amostras em que fluídos líquidos estejam impregnados em roupas ou objetos devem
ser mantidos secos em temperatura ambiente, com vento e longe do sol, preferencialmente
guardados em envelopes de papel escuro ou caixa de papelão, sendo mantidos em refrigeração
até a chegada ao laboratório.

Para fluidos já secos, o procedimento de coleta e análise é mais delicado e demanda atenção
do perito responsável. Para a plena coleta, os seguintes passos devem se seguidos:

a) Evidências de material biológico seco, contidos em pequenas áreas de vestes ou em


pequenos objetos, deverão, quando possível, ser enviados em sua totalidade para
análise no NGF.

b) No caso destas evidências serem encontrados em grandes objetos ou superfícies não


absorventes como metais, paredes e móveis, a mancha de material biológico deverá
ser retirada com o auxílio de uma lâmina de bisturi ou espátula própria para raspagem
ou, ainda, com o uso de suabe umedecido em água destilada ou soro fisiológico,
estéreis e, neste último caso; proceder-se-á necessariamente, após a coleta, a secagem
do material.
c) No caso das evidências estarem contidos em objetos que possam ser cortados como
carpetes, tapetes e madeira, o fragmento com a mancha deverá seir recortado com o
auxílio de tesoura ou bisturi estéril; sendo o segmento retirado prontamente
acondicionada em embalagem própria e mantido sob refrigeração até sua entrega ao
laboratório.

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d) Toda evidência de material biológico seca, independentemente do método utilizado


para sua coleta, deverá ser acondicionada isoladamente em envelope de papel escuro
ou caixa de papelão própria, ficando armazenada sob refrigeração.

Para a coleta de pelos e cabelos, primeiro deve-se analisar se os mesmos estão misturados
com outros fluidos corporais, caso positivo, devem ser separados do liquido presente. Neste
tipo de amostra, o DNA encontra-se na raiz do cabelo (bulbo capilar, a ponta branca do fio de
cabelo), sendo descartadas amostras sem a presença da raiz. Caso esteja úmido, o material
deve ser seco, longe do sol e com local ventilado. Qualquer tipo de pelo deve ser armazenado
em envelope de papel escuro e guardados sob refrigeração (4ºC).

Outros materiais (fezes, tecidos) devem ser armazenados em ambientes fechados, com baixa
luminosidade, com boa ventilação e baixa luminosidade. Idealmente, devem guardados sob a
refrigeração de (4ºC), assim como a maioria das amostras biológicas.

É extremamente importante que as amostras biológicas sejam coletadas, transportadas e


armazenadas de maneira adequada, pois assim é possível ter certeza de que o DNA da
amostra não foi contaminado ou extraído de maneira errônea, evitando determinar culpados
que na realidade são inocentes.

3. Conclusão
Se o cenário da investigação criminal no século XX foi marcado pela impressão digital o
cenário do século XXI pode ser descrito como o domínio da genética na era do CSI
(Machado, 2012). O imaginário coletivo sobre a investigação criminal é, em boa medida,
definido pelos dispositivos retóricos do CSI: os heróis televisivos deixaram de ser os
detectives criminais e passaram a ser as tecnologias de identificação forenses, com destaque
para a tecnologia de DNA, que simboliza uma ideologia na qual as máquinas são
consideradas mais fiáveis e dignas de confiança que a ação e perícia humanas.

A tecnologia de DNA vem, do ponto de vista dos presidiários, trazer novos desafios à sua
condição de condenados pelo sistema de justiça: por um lado, abre a possibilidade, se usada
de modo adequado, de provar a inocência e de escapar a procedimentos incriminatórios e
tendenciosos da polícia. Por outro lado, o cenário da sua utilização para incriminar, vem
tornar os presidiários possíveis reféns das amarras da tecnologia de DNA como “máquina da
verdade”. Erros humanos ou ações mal-intencionadas podem conduzir a que a prova de DNA
– entendida como infalível na identificação de indivíduos da parte dos operadores do sistema
de justiça – reduza, drasticamente, as margens de negociação.

Assim, o DNA é encarado por estes indivíduos como uma espécie de algema tecnológica:
amarra os suspeitos da prática de crime com a chave da objetividade e da neutralidade da
ciência.

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Anexo

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Os anexos devem vir ao final do trabalho. Vale salientar que os anexos ao serem inseridos não
são contados como páginas.

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