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• TURMA 40 - 1.

° SIMULADO / 2017
• 2.a ETAPA: LÍNGUA PORTUGUESA •

Nome do(a) Aluno(a): ______________________________________________________________ Turma: _________

RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES

01) Verifique o total de folhas (14) deste Simulado. Ele 04) Não será permitido o uso de corretor.
contém 25 (vinte e cinco) questões de múltipla escolha 05) Somente serão tiradas dúvidas de impressão. Para isto
e uma proposta de redação. chame o fiscal.
02) Você está recebendo junto com a prova um cartão- 06) Você terá 2 (duas) horas para fazer esta prova.
-resposta onde deverá assinalar com caneta azul suas
07) Aguarde o sinal para início.
respostas () das questões objetivas.
08) Tire todo o proveito do tempo que lhe é dado.
• As respostas a lápis NÃO SERÃO CONSIDERADAS!
• Para cada pergunta há somente uma resposta, 9) Confira suas respostas antes de passar para o cartão-
pense bem antes de assinalar sua opção porque: -resposta.
- as questões rasuradas não serão consideradas; 10) Entregue o cartão-resposta ao fiscal da sua sala.
- mais de uma resposta na mesma pergunta invalida
a questão. Faça tudo com bastante atenção.
03) Não se esqueça de preencher o cabeçalho da pro-

va e do cartão-resposta com os dados pedidos.
Boa Prova!
Coloque o nome completo sem abreviaturas.

TEXTO I

Muita gente acha que os velhos só devem ficar lembrando o passado e vendo TV. Vamos conhecer
uma avó que não concorda com isso. Vó Frosina é uma mulher que, quando jovem, adorava festas,
bailes e andar a cavalo. Depois casou-se, criou os filhos, sofreu, ficou viúva, mas nunca perdeu o que
considera mais importante: a vontade de viver.

VOVÓ QUER NAMORAR


01 Ela estava ali, no meio da sala,
miúda na cadeira alta que é ruim de sentar
porque a gente tem que ficar com as costas
retinhas e aí dói, e esparramar não dá, que
05 escorrega. Mas ela gosta de sentar justo
ali e ali se encontrava ela. De vestido claro
enfeitado de crisântemos, sapatos de salto.
Cabelos caindo nos ombros, os reflexos de prata teimando em mostrar uma idade que só mamãe teimava identificar.
Joelhos juntinhos, braços cruzados, cabeça baixa. Ela, minha avó Frosina.
10 — Eles inventaram o capricho do nome, e eu precisei carregar o ridículo pela vida.
Eles são meus bisavós, pais dela.
— Era para ser de sorte, lembrando flor, mas só me deu acasos na vida. — diz ela.
Parecia dormir, os olhos fechados, mas no duro estava era olhando pra dentro dela mesma, gostava de fazer
assim. Espiando a vida tanta que já viveu, os sorrisos que já sorriu, as alegrias e lágrimas que espalhou e sufocou,
15 os sustos, os sobressaltos.
— É viver de novo. — ela diz. — Eu gosto dos meus pedaços bons, que foram tantos, e finjo que os maus não
me tocaram.
Estendeu a mão até a mesa do telefone, ao lado. Alcançou a bolsa vermelha de couro.
— É cor errada. — reprovava mamãe. — De mocinha, não de velha de respeito.
20 Provocação, provocação e meia:
— Então combina comigo, que não sou de respeito… […]
.2.

Da bolsa, a vó tirou um estojo de pintura, um espelho e se examinou. Retocou o blush, que deixou mais rosado
o rosto, e o batom, que lhe avivou os lábios. Mirou-se e gostou do que viu.
Vaidosa, molhou na língua a ponta do indicador direito, passando nas sobrancelhas e nos cílios. Mamãe insiste
25 em que isso é vergonhoso, na idade da vó. A vó diz que então combina, que ela é toda vergonhosa — elas não vivem
sem o pingue-pongue particular.
Vó Frosina afastou um tanto o espelho, pra se conferir melhor: os olhos escuros analisaram o rosto e os frisos
do cabelo, que ela consegue com um aparelho elétrico, antigo.
Guardou o espelho e o estojo na bolsa, olhou ao redor, não me percebeu atrás da cortina.
30 Suspirou. Buliçosa, jamais suportou a espera que enfrenta agora: Frosina, minha avó. […]
Me aproximei, sentei no chão, perto da cadeira dela.
— Que foi, vó? A senhora está esquisita…
Ela contornou com o indicador direito a raiz dos meus cabelos, um carinho bem dela. Suspirou.
— Luci já voltou?
35 Neguei. Vó cansava de saber que mamãe chegava do consultório só depois das sete, e eram cinco e meia.
— Ela não vai gostar. Reprova o que faço, porque o que faço não combina com quase setenta anos. […]
Vó desceu a cabeça até a minha.
— Marquei encontro. Com um homem. Estou esperando por ele.
Eu teria aguentado, se ela tivesse contado que:
40 * estava planejando assaltar um banco;
* fizesse parte de um grupo de grafiteiros;
* fosse a responsável pela crise econômica do país.
Mas um homem! Minha avó esperando um homem e tão produzida!
Pra mostrar que, naquela tarde, estava toda novidadeira, vó largou:
45 — É um gato. Com toda a idade, gatíssimo, como vocês dizem. Tem outras aí de olho nele. Mas cheguei
primeiro…— Seus olhos maliciavam, divertidos.
Por que uma avó, de cabelos brancos, tão cheia de idade, só nos olhos agarrando um brilho jovem, inventa
ilusões? Eu ouvia minha mãe:
— Mulher de respeito, ainda por cima viúva, é pra bordar, fazer crochê e doces. Acarinhar um pouco os netos,
50 lembrar do passado, rezar.
Certamente, não para acalentar esperanças próprias de futuro, não chegando aos setenta!
Vai dizer isso pra vó Frosina!
— Velha é pra usar roupas escuras, quem sabe com alguns rabiscos de cor, umas florzinhas, tudo muito discreto.
Pra usar cabelo atrás, preso em caracol, sem vaidades. É pra ter um rosto de ninguém perceber direito.
55 Vai dizer isso pra vó Frosina!
Mãe foi e disse. Adiantou? Vó às vezes resmunga:
— Tanto estudo, ser médica-doutora pra quê?
E mamãe sabia que teimar era batalha perdida.
— Ele falou que viria às cinco.
60 — A mãe vai saber…
— Não, se guardarmos segredo, não acha? Antes das sete ele
terá ido embora.
Olhei o meu relógio. Passava das seis.
— Vai ver ele esqueceu a hora.
65 Vó Frosina riu.
— Nessa idade, não dá mesmo pra lembrar tudo. Mas ele aparece, eu sei.
Emocionei com o vermelho que pintou no rosto dela. Me fez pensar na outra vó Frosina, que conheci no álbum
de família.

(Maria de Lourdes Krieger. Vovó quer namorar. São Paulo, FTD, 1994.)
VOCABULÁRIO:
• crisântemo: nome de flor • friso: ondulação
• sobressalto: inquietação; fato imprevisto • acalentar: cultivar; manter vivo
• avivar: tornar mais vivo • discreto: que quase não é notado
• buliçoso: inquieto; ansioso; agitado
• grafiteiro: pessoa que desenha ou escreve em muros e paredes da cidade
.3.

A partir da leitura atenta do Texto I, realize as questões propostas.

1.ª QUESTÃO

“Mas um homem! Minha avó esperando um homem…”

Logo que soube de tal revelação, a neta de dona Frosina

A - ( ) demonstrou curiosidade e desejo de conhecer o homem.

B - ( ) achou este fato pior do que a avó tornar-se uma assaltante ou uma grafiteira.

C - ( ) apoiou a avó em sua decisão de começar um novo relacionamento.

D - ( ) gostou de saber que a avó conquistara um gatíssimo.

E - ( ) reconheceu que sua avó ainda tinha idade e beleza suficientes para namorar.

2.ª QUESTÃO

A narradora diz que, entre vó Frosina e Luci, sempre acontece um “pingue-pongue” particular. Releia.

“Estendeu a mão até a mesa do telefone, ao lado. Alcançou a bolsa vermelha de couro.
— É cor errada – reprovava mamãe. — De mocinha, não de velha de respeito.
Provocação, provocação e meia:
— Então combina comigo, que não sou de respeito…”
Nesse trecho, ocorre um exemplo de “pingue-pongue”.

A partir da releitura deste trecho, é equívoco dizer que

A - ( ) quem faz a provocação inicial é vó Frosina.

B - ( ) ao rebater a crítica, a personagem ofendida utiliza em sua fala um tom irônico; debochado.

C - ( ) mãe e filha divergem de opinião quanto à cor de bolsa que uma senhora deve usar.

D - ( ) o “pingue-pongue” particular é uma discussão entre as personagens, mediante às suas diferenças de opiniões.

E - ( ) “provocação e meia” introduz uma fala ainda mais provocativa que a anteriormente dita.

3.ª QUESTÃO

“Minha avó esperando um homem e tão produzida!”

Tendo em vista o contexto em que foi empregado, o vocábulo em destaque só não seria corretamente substituído por

A - ( ) arrumada.

B - ( ) enfeitada.

C - ( ) exibida.

D - ( ) requintada.

E - ( ) elegante.
.4.
4.ª QUESTÃO

“Emocionei com o vermelho que pintou no rosto dela.” (l. 67)

Não é cabível interpretar, neste contexto, a coloração vermelha do rosto da avó como um sinal de
A - ( ) raiva.
B - ( ) vergonha.
C - ( ) constrangimento.
D - ( ) acanhamento.
E - ( ) timidez.

5.ª QUESTÃO

Marque a opção cujo pronome grifado não faz referência à vó Frosina.


A - ( ) “Eles são meus bisavós, pais dela.” (l. 11)
B - ( ) “… mas só me deu acasos na vida…” (l. 12)
C - ( ) “— Então combina comigo, que não sou de respeito…” (l. 21)
D - ( ) “… afastou um tanto o espelho, pra se conferir melhor…” (l. 27)
E - ( ) “— Ela não vai gostar.” (l. 36)

6.ª QUESTÃO

Podemos afirmar que a filha de vó Frosina, Luci, é uma pessoa conservadora.


Tal conservadorismo só não se exemplifica em ela achar que uma senhora viúva como sua mãe deveria
A - ( ) fazer doces.
B - ( ) não ter vaidades.
C - ( ) cuidar dos netos.
D - ( ) planejar o futuro.
E - ( ) usar roupas escuras.

7.ª QUESTÃO

“— Vai ver ele esqueceu a hora.” (l. 64)

Marque a opção cuja reescritura da frase, alterou o sentido da expressão destacada.


A - ( ) Provavelmente ele esqueceu a hora.
B - ( ) Certamente ele esqueceu a hora.
C - ( ) Possivelmente ele esqueceu a hora.
D - ( ) Talvez ele tenha esquecido a hora.
E - ( ) Pode ser que ele tenha esquecido a hora.

8.ª QUESTÃO

Molhou na língua a ponta do indicador direito, passando nas sobrancelhas e nos cílios, porque é vaidosa.
A oração em destaque estabelece com as anteriores uma respectiva relação de fato e
A – ( ) finalidade.
B – ( ) consequência.
C – ( ) opinião.
D – ( ) causa.
E – ( ) solução.
.5.

9.ª QUESTÃO

“— Eu gosto dos meus pedaços bons, que foram tantos, e finjo que os maus não me tocaram.”

Podemos interpretar os pedaços bons da vida e os maus, respectivamente, como momentos de

A - ( ) sobressaltos e alegrias.

B - ( ) sustos e sufocos.

C - ( ) sorrisos e lágrimas.

D - ( ) alegrias e sorrisos.

E - ( ) sufocos e alegrias.

10.ª QUESTÃO

“Vó às vezes resmunga:


— Tanto estudo, ser médica-doutora pra quê?”

Ao dizer isso, vó Frosina demonstra que


A - ( ) discordava da carreira profissional escolhida pela filha.
B - ( ) reprovava o comportamento e pensamento tradicionais da filha.
C - ( ) esperava mesmo que a filha reagisse assim à sua tentativa de manter uma aparência jovial.
D - ( ) considerava o comportamento da filha avançado, condizente a uma pessoa estudada.
E - ( ) esperava que a filha tivesse uma boa justificativa para ter precisado estudar tanto.

TEXTO II
LEMBRANÇAS

01 Lembro-me de que ele só usava camisas brancas. Era um velho limpo e eu gostava dele por
isso. Eu conhecia outros velhos e eles não eram limpos. Além disso eram chatos. Meu avô não era
chato. Ele não incomodava ninguém. Nem os de casa ele incomodava. Ele quase não falava. Não
pedia as coisas a ninguém. Nem uma travessa de comida na mesa ele gostava de pedir. Seus gestos
05 eram firmes e suaves e, quando ele andava, não fazia barulho.
Ficava no quartinho dos fundos e havia sempre tanta gente e tanto movimento na casa que às
vezes até se esqueciam da existência dele.
De tarde, costumava sair para dar uma volta. Ia só à praça da matriz, que era perto. Estava
com setenta anos e dizia que suas pernas estavam ficando fracas. Levava-me sempre com ele.
10 Conversávamos. Não era sobre muita coisa. Não era muita coisa a conversa. Mas isso não tinha
importância. O que gostávamos era de estar juntos.
Lembro-me de que uma vez ele apontou para o céu e disse: “Olha”. Era um bando de pombos e
nós ficamos muito tempo olhando. Depois, ele voltou-se para mim e sorriu. Mas não disse nada. Outra
vez corri até o fim da praça e lá longe olhei para trás. Nessa hora, uma faísca riscou o céu. O dia estava
15 escuro e uma ventania agitava as palmeiras. Ele estava sozinho no meio da praça com os braços atrás
e a cabeça branca erguida contra o céu. Então pensei que meu avô era maior que a tempestade.
Eu era pequeno, mas sabia que ele tinha vivido e sofrido muita coisa. Sabia que cedo ainda a
mulher o abandonara. Sabia que ele tinha visto mais de um filho morrer. Que tinha sido pobre e depois
rico e depois pobre de novo. Que durante a sua vida uma porção de gente o havia traído e ofendido e
20 trapaceado. Mas ele nunca falava disso. Nenhuma vez o vi falar disso. Nunca o vi queixar-se de qualquer
coisa. Também nunca o vi falar mal de ninguém. As pessoas diziam que ele era um velho muito distinto.

Vilela, Luiz. Tarde da noite. 2. Ed. São Paulo, Ática, 1980.


p. 7-8. (Col.Autores Brasileiros, v. 68.)
.6.

Após a leitura atenta do Texto II, realize o que for proposto.

11.ª QUESTÃO

“Mas isso não tinha importância.” (s. 10 e 11)

O vocábulo grifado refere-se ao fato de


A - ( ) o avô já estar com setenta anos.
B - ( ) o neto precisar acompanhar o avô em seu passeio vespertino na praça.
C - ( ) o neto e o avô não terem muitos assuntos importantes para conversarem.
D - ( ) tanto o avô quanto o neto gostarem de estar juntos.
E - ( ) o avô sentir que suas pernas estavam ficando fracas.

12.ª QUESTÃO

“Então pensei que meu avô era maior que a tempestade.” (. 16)

No trecho acima, encontramos o adjetivo grande flexionado no grau


A - ( ) comparativo de igualdade.
B - ( ) superlativo absoluto sintético.
C - ( ) superlativo relativo de superioridade.
D - ( ) comparativo de superioridade.
E - ( ) superlativo absoluto analítico.

13.ª QUESTÃO
Ao listar, no último parágrafo, algumas adversidades enfrentadas pelo avô, no decorrer de sua vida, o neto só não afirma
que ele tenha
A - ( ) sido abandonado pela mulher.
B - ( ) sofrido trapaça e traição.
C - ( ) enfrentado dificuldades financeiras.
D - ( ) sepultado mais de um filho.
E - ( ) acostumado-se a maldizer a vida que teve.

14.ª QUESTÃO
“As pessoas diziam que ele era um velho muito distinto.”
Leia o adjetivo destacado. Ao atribuírem tal característica ao avô do narrador, as pessoas só não intencionavam dizer que
o avô era um homem
A - ( ) educado.
B - ( ) respeitável.
C - ( ) considerável.
D - ( ) desprezível.
E - ( ) elegante.

15.ª QUESTÃO
De acordo com o neto, seu avô possuía uma característica diferente de outros velhos que ele conhecia. Identifique que
característica é esta que está explícita no texto.
A - ( ) Era um velho limpo.
B - ( ) Estava sempre em evidência, por ser barulhento e indiscreto.
C - ( ) Necessitava da constante ajuda dos familiares, inclusive para alimentar-se.
D - ( ) Geralmente era chato.
E - ( ) Possuía medo de chuva.
.7.

TEXTO III
UM DIA DE AVÓ
(Adriana Falcão)

01 — A gente quer ir a Copacabana comprar a sapatilha da minha netinha aqui, que vai…
— Vovó!
— Eu só ia explicar pro moço que você vai…
— Não precisa. Você diz “Copacabana, moço”, e o moço leva a gente pra
05 Copacabana.
— Copacabana, moço.
— Isso.
— Pra gente comprar a sapatilha da minha netinha que vai fazer uma apresentação
de balé.
10 — O moço não quer saber da minha apresentação de balé.
— Mas quando eu disser que você vai se apresentar com uma roupinha de sereia, na primeira fila, eu tenho
certeza de que ele vai querer saber como é a roupinha de sereia e por que a professora colocou você na primeira fila.
Ela é de longe a mais bonita, moço. E é a única que não sai do ritmo. O senhor precisa ver como todas dançam no
tempo errado e só ela dança no tempo certo. No “e sete, e oito”, as outras sempre se perdem.
15 — Ele está interessadíssimo nesse assunto, vó.
— E olha que eu ainda nem contei o resto da coreografia.
— Ele vai adorar. Na hora em que eu dou uma pirueta e caio em plié, então, ele vai chorar de emoção.
— Então o senhor é muito parecido comigo nesse ponto, porque na hora em que ela dá uma pirueta e cai em
plié eu sempre choro de emoção.
20 — Chega logo, Copacabana. Chega logo, Copacabana. Chega logo, Copacabana.
— O senhor pode ir pela praia pra gente aproveitar um pouco mais o passeio? Eu e meu marido, o avô dela,
que Deus o tenha, quando éramos namorados…
— Vovó!
— Eu só ia comentar que eu e o seu avô quando éramos namorados vínhamos toda noite passear pela praia
25 de mãos dadas.
— Ele não perguntou.
— Claro que não. Ninguém pergunta “a senhora e o seu marido, que Deus o tenha, por acaso costumavam
passear pela praia de mãos dadas quando eram namorados?”
— Porque isso não interessa a ninguém.
30 — Mas pode interessar ao moço. Interessa, moço?
— É claro que ele vai dizer que interessa por gentileza. Ninguém diz “não interessa, não, senhora” assim, na
cara da pessoa.
— Já que interessa, eu vou contar. A gente era namorado e eu morava bem ali, na rua de trás, isso antes de o
tio Álvaro resolver vender a casa pra investir na fábrica que faliu…
35 — Vovó!
— Calma que a fábrica já faliu e eu já vou voltar pra história. Onde é que eu estava mesmo?
— Num táxi, indo pra Copacabana.
— Comprar a sapatilha da apresentação de balé. Mas nesse tempo o tio Álvaro ainda não tinha vendido a casa,
e a gente ia andar na praia pra se distrair, porque o meu marido, avô dela, que Deus o tenha, trabalhava muito, desde
40 cedo. Imagina você que seu avô foi promovido à subgerente quando…
— … tinha 28 anos e com 35 já era gerente.
— Trinta e quatro. Ele só ia completar os 35 em janeiro.
— Ontem você disse 35 pro outro motorista de táxi.
— Eu disse que quando ele tinha 35 recebeu o prêmio “Gerente do ano”, com menos de um ano no cargo. O
45 senhor sabia que quando o meu marido tinha 35…
— … recebeu o prêmio “Gerente do ano”. Ele já ouviu, vó.
— Com apenas um ano no cargo.
— Ele era formidável.
— Como é que você sabia que eu ia dizer isso?
.8.

50 — Depois de um “um ano no cargo” sempre vem “ele era formidável”. Depois vem “criou os filhos com tudo
do bom e do melhor”, depois vem “a mais velha, inclusive, é professora de inglês”, depois vem “sem falar nos netos
maravilhosos que ele me deixou”, depois vem “mas esta aqui foi a que mais puxou ao avô”.
— Não deixa ninguém falar.
E, olhando a imagem das duas pelo retrovisor, seu Arildo, o motorista de táxi, por algum motivo se lembrou da
55 sua neta, da sua filha, da sua mulher, da sua mãe, e da sua avó, que Deus a tenha.
(VEJA – RIO)

Tendo em vista o Texto III, realize as questões propostas.

16.ª QUESTÃO

“— Copacabana, moço.” (. 6)

Identifique a principal FINALIDADE da ida da avó e sua neta a Copacabana.


A - ( ) Ter uma oportunidade para relatar ao motorista o quanto a neta era boa bailarina.
B - ( ) Passar pela praia que trazia muito boas recordações à avó.
C - ( ) Comprar a sapatilha da neta que participaria de uma apresentação de balé.
D - ( ) Rever a antiga casa onde morava um tio da avó, o tio Álvaro.
E - ( ) Buscar o prêmio “Gerente do ano”, recebido pelo avô da menina.

17.ª QUESTÃO

“ Chega logo, Copacabana. Chega logo, Copacabana. Chega logo, Copacabana.”

O único sentimento não transmitido pela menina na fala acima é


A - ( ) ansiedade.
B - ( ) aflição.
C - ( ) impaciência.
D - ( ) inquietação.
E - ( ) tranquilidade.

18.ª QUESTÃO
Em vários momentos da narrativa, a neta, em tom irônico e crítico, tenta impedir que a avó dê sequência a seus relatos
familiares. Identifique uma opção em que ela, ao invés de tentar finalizar o que a avó conta, antecipa o relato.
A - ( ) “— O moço não quer saber da minha apresentação de balé.” (. 10)
B - ( ) “— Ele está interessadíssimo nesse assunto, vó.” (. 15)
C - ( ) “— Ele não perguntou.” (. 26)
D - ( ) “— Porque isso não interessa a ninguém.” (. 29)
E - ( ) “— Ele era formidável.” (. 48)

19.ª QUESTÃO
Observando a conversa entre a neta e sua avó, podemos afirmar que
A - ( ) a neta orgulhava-se quando a avó narrava sua apresentação de balé a pessoas estranhas.
B - ( ) por ter ouvido a avó contar a outras pessoas fatos particulares de sua família, a neta já possuía parte de seu relato
memorizado.
C - ( ) as lembranças que a avó tinha do avô da menina eram muito negativas.
D - ( ) a neta sentia-se na obrigação de ajudar a avó a lembrar-se de fatos do seu passado, já que a avó se esquecia
de alguns detalhes ao relatá-los.
E - ( ) elas foram, por várias vezes, interrompidas por perguntas feitas pelo motorista.
.9.

20.ª QUESTÃO
O desfecho do texto deixa clara a ideia de que o motorista do táxi
A - ( ) reprovava o jeito de ser da avó que viajava em seu veículo.
B - ( ) considerou desrespeitoso o relacionamento entre a neta e a avó que ele conduzia.
C - ( ) encontrou semelhanças entre aquela avó e sua neta e suas próprias familiares.
D - ( ) não deu atenção nenhuma ao que falaram a avó e a neta no interior de seu carro.
E - ( ) achava cada vez mais cansativo e chato ser taxista.

TEXTO IV
Uma simpática e saudosa velhinha é impedida de ouvir suas músicas favoritas. Por
que será? Descubra, lendo a crônica a seguir.

BONS TEMPOS, AQUELES!


01 Aquela velhinha de oitenta anos andava pelas ruas da cidade. Com o calor que fazia, resolveu parar e descansar
um pouco. Em frente ao “Fliperama do Osmar”, ajeitou os óculos e leu: “Panorama Bar”.
Entrou. Olhou a sua volta, lembrando-se dos seus tempos de mocinha, quando costumava frequentar lanchonetes,
com as amigas para ouvir músicas naquelas máquinas acionadas a fichas — aquelas do tempo do Cafunga!
05 Dirigiu-se ao rapaz do caixa e, com um rosto nostálgico, falou:
— Por favor, mocinho, uma ficha!
O rapaz, maquinalmente, entregou-a sem perceber que se tratava de uma
simpática vovozinha.
— Obrigada! — agradeceu ela.
10 Ao dar conta de si, o rapaz estranhou:
— Ei, vovó, a senhora sabe jogar?!
Ela virou-se para o rapaz e confirmou:
— Sim, um guaraná! Um guaraná!
Na máquina, ela depositou a ficha e esperou ouvir a música. Mas nada de ela tocar.
15 — Será que está com defeito? Já não se fazem mais vitrolas como antigamente!
— falou relembrando o passado.
Resolveu, então, discretamente, dar alguns cutucões para ver se funcionava. E nada de funcionar. Reparou,
porém, que algo de esquisito acontecia dentro da máquina e, curiosa, perguntou ao rapaz do caixa:
— Mocinho, que é que essa bolinha está fazendo aqui dentro?
20 — Ora, é assim mesmo. — respondeu ele. — Aperte o botão, que funciona!
Ela apertou. Gastou todas as bolinhas e não quis repetir a dose.
— Essa juventude! — falou ao rapaz do caixa. — Antigamente não era assim!
— Como era, então? — indagou, interessado, o rapaz.
— Ah! Bons tempos, aqueles, que a gente colocava a ficha na vitrola e ela tocava sozinha, sem ficar apertando
25 aquele botãozinho.
Parou um instante de falar e ficou com os olhos perdidos no tempo. Começou a cantarolar uma música de sua
época, que fez seus olhos se encherem d’água. O rapaz não entendeu nada:
— Mas vovó...
Antes de ele completar, ela falou:
30 — Está tudo mudado, meu filho! Hoje, além de ficar apertando aquele botãozinho, as músicas não são as
mesmas. Hoje é só Blim! Blom! Blim! Blom! Isso que é o tal do rock, não é?
O rapaz tentou explicar:
— Não, vovó! Aqui é uma casa para se jogar!
Ela pegou a ficha e falou:
35 — Não, não. Não quero mais o guaraná!
E saiu cantarolando a música que costumava ouvir nos seus tempos
de mocinha.

Alexandre Azevedo. O vendedor de queijo e outras crônicas.


São Paulo: Atual, 1991. pp. 23-24.

VOCABULÁRIO:
• tempo do Cafunga: tempo muito antigo
• nostálgico: saudoso; triste
• vitrolas: aparelhos para tocar músicas
.10.

Após a leitura atenta do Texto IV, faça o que é proposto.

21.ª QUESTÃO

Analise as afirmativas sobre a velhinha protagonista do texto IV, depois marque a opção correta.

I - Provavelmente tinha algum nível de dificuldade auditiva e visual.


II - Demonstrou-se desapontada diante do aparente avanço tecnológico.
III - Admitiu ser adepta aos ritmos modernos, assim como ao rock.
IV - Considerou a máquina que manipulou cansativa e desinteressante.
V - Sempre tivera curiosidade de conhecer um fliperama.

A - ( ) Todas as afirmativas são verdadeiras.


B - ( ) Todas as afirmativas são falsas.
C - ( ) Apenas a afirmativa V é falsa.
D - ( ) São verdadeiras somente as afirmativas I e II.
E - ( ) Apenas as afirmativas III e V são falsas.

22.ª QUESTÃO

Marque a opção cujo diminutivo foi empregado apenas no sentido gradativo, isto é, dando ao substantivo grifado uma
ideia de tamanho menor que o normal.

A - ( ) “Aquela velhinha de oitenta anos…! (. 1)

B - ( ) “… lembrando-se dos seus tempos de mocinha…” (. 3)

C - ( ) “— Por favor, mocinho, uma ficha!” (.6)

D - ( ) “… sem perceber que se tratava de uma simpática vovozinha.” (s.7 e 8)

E - ( ) “Gastou todas as bolinhas e não quis repetir a dose.” (. 21)

23.ª QUESTÃO

Nas passagens a seguir, identifique o vocábulo que tem sua acentuação justificada por uma regra que se difere da que
justifica o acento recebido pelos demais vocábulos destacados.

A - ( ) “… ajeitou os óculos e leu: “Panorama Bar.”

B - ( ) “… sem perceber que se tratava de uma simpática vovozinha.”

C - ( ) “— Sim, um guaraná! Um guaraná!”

D - ( ) “Na máquina, ela depositou a ficha…”

E - ( ) “… as músicas não são as mesmas.”


.11.

Leia um trecho do livro Vovó tem Alzha… o quê?, que fala sobre o mal de Alzheimer.

TEXTO V

01 Eu me chamo Camila.
Quero contar a história da minha avó, pois nos últimos dias ela tem estado bastante estranha.
Quando eu era pequena, costumava visitá-la em sua grande casa. Ela era repleta de cheiros maravilhosos
como o de geleia de morangos.
05 Vovó sempre me recebia de braços abertos.
Eu ficava muito contente ao vê-la.
Sabia que íamos passar momentos maravilhosos juntas.
Cada manhã começava de um jeito especial: vovó me mostrava o seu “tesouro”. Sua cabeça estava cheia de
lembranças e, quando ela abria seu álbum de fotos, não havia uma única pergunta minha que ela não respondesse.
10 — Vovó, essa menininha aí é você mesma? Eu poderia jurar que era eu!
[…]
Mas, um dia, quando eu cheguei em sua casa, senti que alguma coisa tinha mudado. Ela me disse:
— Bom dia, Rosa!
— Mas eu não me chamo Rosa, vovó! Você está enganada, sou eu, Camila!
15 Eu achei que ela estivesse brincando comigo…
Mas, infelizmente, ela não estava brincando. Estava confusa e com dificuldade para lembrar nomes.
Mais tarde, ela me disse outra coisa estranha:
— Vamos, papai, vamos pescar passarinhos!
No começo, eu achei que ela estivesse fazendo palhaçada.
20 Mas, então, eu vi que ela realmente estava tendo problemas com as palavras.
Naquela noite, ela colocou seus sapatos na geladeira, perdeu-se dentro de casa
e não achava mais sua cama.
Na manhã seguinte, vovó tentou comer o guardanapo. Você acredita? Eu
precisava tomar conta dela o tempo todo. Foi então que eu compreendi que vovó
25 não estava fazendo palhaçada. Ela estava doente e sua doença a levava a fazer
coisas estranhas.
[…]
Véronique Van Den Abeele. Vovó tem Alzha… o quê?
Tradução de Luís Camargo. São Paulo: FTD, 2007, PP. 7-21.

A partir da leitura do Texto V, faça as questões a seguir.

24.ª QUESTÃO
Camila enumera várias características da sua avó antes de ela adoecer.
Marque aquilo que não faz parte de tal enumeração.
A - ( ) Fazia geleia de morangos para a neta.
B - ( ) Recebia sempre a neta de braços abertos.
C - ( ) Sempre respondia a todas as perguntas feitas pela neta.
D - ( ) Trocava sempre o nome da neta.
E - ( ) Tinha a cabeça cheia de lembranças.

25.ª QUESTÃO
O texto enfatiza um dos sintomas principais do mal de Alzheimer. Identifique-o.
A - ( ) Agressividade ao falar.
B - ( ) Perda gradativa da memória.
C - ( ) Elevação do senso de humor.
D - ( ) Desorientação espacial.
E - ( ) Atitudes e comportamentos infantilizados.
Nota • TURMA 40 – 1.° SIMULADO/2017 •

• FOLHA DE REDAÇÃO •
Visto
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PROPOSTA DE REDAÇÃO

Na concepção da escritora Marina Quintanilha Martinez, “Casa de vó é sempre domingo.”

Na maioria das vezes, os netos adoram passar o dia com seus avós, seja na casa deles ou fazendo um ótimo
passeio, não é mesmo?
Crie uma narrativa, em 3.ª pessoa, contando um dia diferente, especial ou mesmo triste que a personagem
teve na companhia de sua avó, ou avô ou dos dois.
Aproveite para citar um bom ensinamento que, geralmente, os avós transmitem a seus netos.
Dê um título interessante a seu texto, desenvolva-o de 15 a 20 linhas e seja bem criativo.
Vamos lá!
Escreva aqui o seu RASCUNHO.

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Nota • TURMA 40 – 1.° SIMULADO/2017 •

• FOLHA DE REDAÇÃO •
Visto
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