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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA


UniFOA
Curso de Direito
Direito Processual Civil

AÇÃO RESCISÓRIA

Beatriz Ferreira de Freitas 200810233

Volta Redonda
2010
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. NOÇÃO DE AÇÃO RESCISÓRIA

3. FASES DE JULGAMENTO

4. HIPÓTESES DE CABIMENTO

5. PRESSUPOSTOS DA AÇÃO RESCISÓRIA

6. LEGITIMIDADE

7. PROCEDIMENTOS

8. BIBLIOGRAFIA

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo tratar de maneira clara e
sucinta o tema da ação rescisória.

Inicialmente será abordada uma noção do que é ação rescisória,


tratando de seu conceito e sua natureza jurídica.

Em seguida, serão abordadas as duas fases do julgamento da


ação rescisória, que são o juízo rescindente, também chamado de iudicium
rescindens, e o juízo rescisório, ou como também é denominado, iudicium
rescissorium.

Logo após serão tratadas as hipóteses de cabimento da ação


rescisória em nosso sistema.

Em seguida, serão expostos os pressupostos da rescisória, quem


possui legitimidade para propor a ação e, finalmente, os procedimentos
necessários para esta ação.

2. NOÇÃO DE AÇÃO RESCISÓRIA


Existem casos em que nasce um novo vício no momento em que
a sentença transita em julgado, não se tratando de nulidade absoluta, relativa
ou anulabilidade, e sim de vício de rescindibilidade.

Este vício poderá ser sanado através de uma ação rescisória, na


qual a matéria terá um novo julgamento.

O ilustre doutrinador e desembargador Alexandre Câmara


conceitua, em seu livro Lições de Direito Processual Civil, a ação rescisória
como “ação por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transitada
em julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da matéria nela julgada” 1

Frisa-se que a intenção não é a anulação ou nulificação da


sentença, vez que estes tipos de vícios não estão presentes neste caso. A
idéia é a rescisão da sentença, sendo que a sentença rescindível é aquela que,
transitada em julgado, possui vício elencado de maneira expressa em lei e que
seja capaz de autorizar a sua rescisão.

A ação rescisória é cabível apenas após o término do processo,


ou seja, uma ação rescisória faz com que nasça um novo processo, diferente
do original no qual foi obtida uma sentença rescindenda.

A ação rescisória é uma demanda cognitiva e forma um processo


de conhecimento.

1
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, cit., p. 9.
3. FASES DE JULGAMENTO

O julgamento da ação rescisória deve ser feito em duas fases e


por tal motivo o autor deverá formular dois pedidos quando demandar a
rescisão da sentença. A falta de um dos dois pedidos necessários na petição
inicial resultará em seu indeferimento e, conseqüentemente, na extinção do
processo.

As fases de julgamento são: o juízo rescindente (iudicium


rescindens) e o juízo rescisório (iudicium rescissorium).

O juízo rescindente, também chamado de iudicium rescissorium,


tem como objetivo julgar a pretensão de rescisão da sentença. Esta fase ocorre
em todas as ações rescisórias e na hipótese de o pedido ser acatado, passa-se
para a segunda fase.

A segunda fase é a fase do juízo rescisório, ou iudicium


rescissorium, na qual será julgado o mesmo fato que fora anteriormente julgado
na sentença rescindida.

A decisão de procedência proferida no juízo rescindente é


constitutiva,2 e a de procedência no juízo rescisório poderá ser declaratória,
constitutiva ou condenatória, dependendo do caso.

2
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, cit., p. 10.
4. HIPÓTESES DE CABIMENTO

A ação rescisória só é cabível, em nosso sistema, contra


sentenças de mérito cobertas pela autoridade de coisa julgada, 3 portanto,
segundo a lei, apenas as sentenças transitadas em julgado poderão ser
rescindíveis, conforme dispõe o artigo 485 do Código de Processo Civil, que
ainda informa as hipóteses em que é possível rescindir a sentença:

“Art. 485. A sentença de mérito, transitada em


julgado, pode ser rescindida quando:

I – se verificar que foi dada por prevaricação,


concussão ou corrupção do juiz;

3
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, p. 10.
II – proferida por juiz impedido ou
absolutamente incompetente;

III – resultar de dolo da parte vencedora em


detrimento da parte vencida, ou de colusão
entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV – ofender a coisa julgada;

V – violar literal disposição de lei;

VI – se fundar em prova, cuja falsidade tenha


sido apurada em processo criminal ou seja
provada na própria ação rescisória;

VII – depois de sentença, o autor obtiver


documento novo, cuja existência ignorava, ou
de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de
lhe assegurar pronunciamento favorável;

VIII – houver fundamento para invalidar


confissão, desistência ou transação, em que se
baseou a sentença;

IX – fundada em erro de fato, resultante de atos


ou de documentos da causa.”

As hipóteses dos incisos do artigo 485 do Código de Processo


Civil, acima elencadas são as únicas em que será admissível a rescisão da
sentença.

A primeira hipótese (art. 485, inciso I) é a da sentença proferida


por juiz que a tenha dado por concussão, corrupção ou por prevaricação, que
são crimes previstos no Código Penal. Os artigos 316, 317 e 319 do Código
Penal trazem as definições dos crimes citados, respectivamente:
“Art. 316. Exigir para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida”

“Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para


outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem”

“Art. 319. Retardar ou deixar de praticar,


indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal”

Portanto, caso o juiz pratique um destes atos ilícitos a sentença


se tornará rescindível. Além disso, o pedido de rescisão da sentença deverá
ser procedente, não cabendo o argumento de que a sentença era justa,
devendo haver um novo julgamento, podendo-se chegar a conclusão de que a
sentença, de fato, era justa.

Frisa-se que não há necessidade de o juiz ter sido condenado por


um dos atos elencados acima, o juízo competente de julgar a ação rescisória
verificará a existência dos atos e, caso existam, de fato, deverá rescindir a
sentença. Contudo, caso o juiz tenha sido condenado por um dos atos em
momento anterior à análise do pedido de rescisão, não há alternativa senão
julgar procedente o pedido de rescisão. E na hipótese de haver uma ação
contra o juiz, acusado de cometer um dos ilícitos, e este ter sido inocentado, tal
decisão influenciará a decisão do pedido de rescisão da sentença, que será
julgada improcedente. Há de se dizer ainda que, caso o juiz tenha sido
absolvido devido a insuficiência de provas, o tribunal poderá analisar a
ocorrência ou não de causa de rescisão da sentença.

Com relação aos julgamentos colegiados em que um dos juízes


agiu conforme um dos ilícitos penais em questão ocorrerá o seguinte: caso a
decisão final tenha sido unânime, ou o voto do juiz tenha sido um dos
vencedores o acórdão será rescindível e, portanto, caso o voto do juiz tenha
sido vencido, não há o que se falar em prejudício em relação a parte a quem
aproveitaria o reconhecimento do vício.

Outrossim, caso a sentença que poderia ser considerada como


rescindível tenha sido recorrida não haverá o que se falar em vício de
rescindibilidade, vez que o acórdão substituirá a sentença, não existindo mais o
ato ilegal.

A segunda hipótese de rescindibilidade da sentença é a elencada


no inciso II do artigo 485 do Código de Processo Civil, que trata de sentença
proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente. A sentença
proferida por juiz suspeito não é mencionada no inciso e, portanto, não é
considerada uma causa de rescindibilidade. Isto ocorre pelo fato de o sistema
processual brasileiro considerar o impedimento como um vício mais grave do
que a suspeição.

A incompetência relativa também não é motivo para a sentença


ser rescindida, pois tal incompetência, conforme conceituado processualista
Alexandre Câmara, provoca prorrogação da competência, ou seja, o juízo
relativamente incompetente tornar-se-á competente se a incompetência não for
excepcionada a tempo.

Nos casos de ação rescisória fundadas no inciso II do artigo 485,


após rescindir a sentença, o tribunal deverá remeter os autos ao juízo
competente para julgar novamente a causa.
O inciso III do artigo 485 a sentença que resulte em dolo da parte
vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a
fim de fraudar a lei. Com relação ao dolo da parte vencedora, a parte
vencedora falta com seu dever de lealdade e boa fé, impedindo ou dificultando
a atuação processual do vencido, ou influenciando a formação do juízo do
magistrado, afastando-o da verdade.4 Já a colusão processual é definida pelo
artigo 129 do Código de Processo Civil:

“Art. 129. Convencendo-se, pelas


circunstâncias da causa, de que autor e réu se
serviram do processo para praticar ato
simulado ou conseguir fim proibido por lei, o
juiz proferirá sentença que obste aos objetivos
das partes.”

A colusão processual é, então, quando as partes se utilizam do


processo para praticarem ato simulado ou atingir um fim ilícito.

Em seguida, temos o inciso IV do artigo 485, no qual é rescindível


a sentença que ofenda a coisa julgada, ou seja, “ofende a coisa julgada a
sentença que decide demanda idêntica àquela que gerou a sentença firme.

O inciso V do artigo 485 dispõe que a sentença é rescindível


quando violar literal disposição de lei. Os doutrinadores não concordam com
esta redação, vez que uma interpretação literal da lei não produz resultados
satisfatórios, achando mais correto dizer “violar direito em tese” 5, ou seja,
quando a sentença violar direito positivo. As decisões que forem contrárias à
jurisprudência, no entanto, não serão consideradas como violadoras do Direito.

4
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, cit., p. 14.
5
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, cit., p. 16.
Segundo o inciso VI do artigo 485, também é rescindível a
sentença que se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em
processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória. Portanto aquela
sentença que for fundada em prova falsa será passível de ação rescisória, no
entanto, deverá ser verificado se a sentença subsistiria sem a prova apontada
como falsa, ou seja, se a prova falsa fosse o fundamento principal da sentença.

Já o inciso VII do artigo 485 afirma que é rescindível a sentença


quando, depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência
ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável. Quando se fala em autor significa em autor da ação
rescisória. Tal inciso permite que o propositor da ação rescisória apresente o
novo documento, pois perdeu o momento em que poderia apresentar a prova
ou porque ainda não possuía esta.

O inciso VIII do artigo 485 diz que a sentença poderá ser


rescindida quando houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou
transação, em que se baseou a sentença. Segundo Alexandre Câmara, o
sentido deste inciso é permitir a rescisão da sentença quando houver
fundamento para invalidar confissão, reconhecimento do pedido, renúncia ou
transação em que se tenha baseado a sentença.

“Admite-se ainda, a rescisão da sentença de mérito coberta pela


autoridade de coisa julgada, no caso previsto no inciso IX do art. 485, que é o
de ter a mesma se fundado em ‘erro de fato, resultante de atos ou de
documentos da causa’. Dispõe, ainda, o CPC que ‘há erro, quando a sentença
admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato
efetivamente ocorrido’ (art. 485, § 1º), e que tanto num como noutro caso é
indispensável ‘que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial
sobre o fato’ (art. 485, § 2º)”.6

6
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, vol. II, Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009, p. 20.
5. PRESSUPOSTOS DA AÇÃO RESCISÓRIA

São pressupostos da ação rescisória, além dos pressupostos


comuns a qualquer ação, é exigido ainda uma sentença de mérito transitada
em julgado, bem como a invocação de algum dos motivos de rescindibilidade
dos julgados, que se encontram de maneira taxativa no artigo 485 e incisos, do
Código de Processo Civil.

Sentença de mérito nada mais é do que aquela que acaba com o


processo com julgamento do mérito, impedindo uma nova proposição da ação
por parte do autor, como está disposto no artigo 268 e seus incisos do Código
de Processo Civil.

Outrossim, é um pressuposto da ação rescisória a propositura


desta dentro do prazo decadencial de 02 (dois) anos, contados do trânsito em
julgado.
6. LEGITIMIDADE
O artigo 487 do Código de Processo Civil traz um rol daqueles
que possuem legitimidade para propor uma ação rescisória em seus incisos, a
saber, quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou
singular, o terceiro juridicamente interessado e o Ministério Público, sendo este
último quando não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a
intervenção, ou quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de
se fraudar a lei.

Portanto, com relação as partes do processo anterior significa


dizer que tanto o autor como o réu poderão propor uma ação rescisória. O
mesmo ocorre com o sucessor, pois este passará a ocupar o lugar de uma das
partes.

Já o terceiro juridicamente interessado é aquele que poderá


intervir no processo original como assistente ou aquele que esteve ausente do
processo principal, apesar dele devesse ter participado na condição de
litisconsorte necessário.
7. PROCEDIMENTOS

Regulado pelos artigos 488 a 494 do Código de Processo Civil.

Tem seu início com uma petição inicial, que deverá possuir os
requisitos elencados no artigo 282 do CPC. Além disso, deve ser formulado o
pedido de rescisão, o chamado iudicium rescindens, bem como o pedido de
novo julgamento quando for cabível (iudicium rescissorium).

O demandante deverá, ainda, depositar 5% (cinco por cento) do


valor da causa à disposição do juízo, que será entregue ao demandado, a título
de multa, caso o pedido de rescisão seja julgado improcedente por
unanimidade de votos, ou na hipótese da ação ser julgada extinta sem a
resolução do mérito, sendo que também é exigida a unanimidade de votos. Se
o resultado for diferente destes mencionados o demandante poderá levantar o
valor ao fim do processo.

Vale dizer que, caso a União, o Estado, o Município ou o


Ministério Público, bem como um beneficiário da gratuidade de justiça dê
entrada em uma ação rescisória, será dispensado o depósito.

Os efeitos da sentença que será analisada na ação rescisória


serão produzidos, até que seja desconstituída a autoridade de coisa julgada,
conforme o artigo 489 do CPC:
“Art. 489. O ajuizamento da ação rescisória não
impede o cumprimento da sentença ou acórdão
rescindendo, ressalvada a concessão, caso
imprescindíveis e sob os pressupostos
previstos em lei, de medidas de natureza
cautelar ou antecipatória de tutela.”

Após a propositura da ação rescisória a demanda será distribuída


a um relator e este poderá indeferir a inicial, conforme prevê o artigo 295 do
CPC, ou então quando o depósito exigido não for efetuado (art. 488, II).

Caso a inicial não seja indeferida, deverá ser determinada a


citação do demandado e o relator deverá fixar um prazo para que aquele
ofereça sua resposta, que não poderá ser inferior a quinze dias e nem superior
a trinta dias.

O demandado poderá oferecer contestação, exceção e


reconvenção e o procedimento seguirá o rito ordinário.

Poderá haver audiência preliminar, na qual poderá haver


conciliação das partes e, caso esta não ocorra, o relator declarará saneado o
processo e organizará a instrução, devendo fixar os pontos controvertidos e
deferir as provas que serão produzidas.

Se houverem provas a serem produzidas estas serão analisadas


pelo juízo de direito da comarca onde deverão ser produzidas. Deverá ser
fixado um prazo para a devolução dos autos, que será entre quarenta e cinco e
noventa dias.

Colhidas as provas passa-se para as alegações finais, num prazo


de dez dias sucessivos, devendo o autor se manifestar primeiro.

Após as alegações finais a demanda rescisória será julgada pelo


órgão colegiado competente, que exercerá o iudicium rescindens e, se este for
o caso, o iudicium rescissorium.
8. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a


colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos
Windt e Lívia Céspedes. 9. ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2009.
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2009.

ELIA JUNIOR, Mario Luiz. Ação rescisória: principais aspectos e questões


controvertidas. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 1120, 26 jul. 2006.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8645>. Acesso
em: 06 jun. 2010.

FALCONERI, Débora Cavalcante de. A antecipação da tutela na ação


rescisória . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 809, 20 set. 2005. Disponível
em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7313>. Acesso em: 06 jun.
2010.

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