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24/04/2018 RESENHA DO LIVRO: “A PERSONAGEM DE FICÇÃO”

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Textos > Resenhas > Livros Josenilson Leite Poeta
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RESENHA DO LIVRO: “A PERSONAGEM DE FICÇÃO”
JULIO CEZAR VANNI -
Pretende-se por meio dessa resenha apontar os principais pontos FILHO DE ITALIANO
DE LUCCA -
abordados por Antônio Cândido, Anatol Rosenfeld e Décio de Almeida ALBERTO ARAÚJO
R$20,00
Prado, na obra: A personagem de ficção. 9 ed. São Paulo: Perspectiva,
1998. ERA UMA VEZ
Fátima da Silva
Anatol Rosenfeld aborda, no primeiro capítulo, a temática “Literatura e R$20,00

personagem”. Inicialmente conceitua literatura na acepção lata, como Inspirações


qualquer tipo de obra “que parece fixada por meio das letras” Luh Moraes, Coletânea
- Participação
(ROSENFELD, 1998, p. 11), como reportagens, livros didáticos, por R$39,00

exemplo. Contudo, dentro deste vasto campo literário, Rosenfeld designa a


NAVEGANDO EM
literatura ficcional como as belas letras, cuja estética se diferencia das MARES DO SUL
OBSERVANDO O
outras literaturas, por apresentar um caráter fictício ou mimético da valdemaribeiro
realidade empírica. Classifica uma obra como literária, a partir de três EUR10,00

características: a primeira diz respeito ao problema ontológico, ou seja, O GUARDIÃO DA


TERRA
toda obra, literária ou não, apresenta um contexto inserido em um Adilson de Brito Farias
determinado tempo histórico, porém, para o autor, uma das diferenças R$30,00

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entre o texto ficcional e o texto não ficcional, reside no fato de o texto BLINDAGEM
Vinci Tadeu
ficcional projetar contextos objecturais, por meio dos quais os seres e R$29,00
mundos puramente intencionais tornam-se “reais”. Na obra ficcional, o raio
"Acordes do Coração"
intencional detém-se nestes seres puramente intencionais, referindo-se ao
Nara Pamplona
mundo extra literário somente de modo indireto. Rosenfeld refere-se R$25,00

também, ao problema lógico como fator de destaque, no que se refere ao Como anunciar nesta vitrine?

diferenciar a obra literária da obra não literária. Assim, enquanto a obra


científica constitui objectualidades puramente intencionais, para ser
compreendida, a obra literária não busca a objetividade, ou seja, sua
realidade não é empírica, mas realidade provável, um mundo imaginário
vivido por personagens fictícias. Por fim, como terceira característica,
Rosenfeld trata do problema epistemológico (a personagem). Para o autor,
a personagem é a principal responsável pela ficcionalidade da obra, porque
é ela que, com mais nitidez torna patente e constitui a ficção. Ainda por
meio dessas personagens, a camada imaginária se adensa e se cristaliza.
No que tange à diferença entre as pessoas reais e as personagens fictícias,
Rosenfeld diferencia como sendo as pessoas reais totalmente
determinadas, apresentando-se como unidades concretas, integradas de
uma infinidade de predicados, dos quais somente alguns podem ser
colhidos e restritos por meio de operações cognoscitivas especiais,
características que se referem em particular a seres humanos. Enquanto a
personagem literária é caracterizada, por fazer parte de um mundo mais
fragmentário do que o mundo empírico, é um ser esquematicamente
configurado, tanto no sentido físico como psíquico.
A estética é outro ponto importante apresentado por Rosenfeld, não só
para o reconhecimento da obra, quanto para a valorização da mesma.
Assim, cada momento descrito é de suma importância para a composição
dessa estética que, se pode dizer, é primordial numa obra ficcional.
Integrado a essa singular estática, a personagem apresenta papel
fundamental no que se refere à composição da obra, porque representa
seres humanos de contornos definidos e definitivos, em amplas medidas
transparentes, vivendo situações exemplares de um modo exemplar. Assim

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como os seres humanos, as personagens encontram-se integradas num


grande tecido de valores de ordem cognoscitiva, religiosa, moral, político
social e tomam determinadas atitudes em face desses valores. Desse
modo, o leitor, ao contemplar uma obra literária, se vê diante de uma
realidade que é fictícia, mas que, no entanto, trata mimeticamente da
realidade real do momento em que foi escrita a obra.
No segundo capítulo, Antônio Cândido trata especificamente da
Personagem do romance. Personagens que segundo ele, são as entidades
fictícias que vivem os fatos que compõe o enredo, intimamente ligadas,
exprimem os intuitos do romance, bem como a visão da vida que decorre
os significados e valores que o animam, compondo, assim, a personagem,
o que de mais vivo existe no romance. Portanto, para Cândido, para que
haja boa leitura é importante a formação do pacto ficcional entre obra e
leitor. Porém, Cândido critica essa total ligação do leitor à obra, ao ponto
de ponderar os mais graves defeitos de enredo e de idéia aos grandes
criadores de personagens, levando o leitor, ao erro de pensar que o
essencial do romance é a personagem, como sendo ela capaz de existir
separada das outras realidades que encarna, que ela vive, que lhe dão
vida. Mas a personagem é, sim, segundo o autor, o elemento mais atuante,
mais comunicativo da arte novelística moderna, mas que só adquire pleno
significado no contexto em que está inserida.
Assim, como o é para Anatol Rosenfeld, o personagem é, para Antônio
Cândido, um ser fictício, elemento no qual o romance se firma e passa a
existir como verdade existencial.
Pode-se dizer, portanto, que o romance tem suas bases firmadas num
certo tipo de relação/afinidade entre o ser real e o ser fictício, manifestado
por meio da personagem, que é a concretização deste. Enquanto na vida,
estabelece-se uma interpretação de cada pessoa, objetivando conferir certa
unidade à sua diversificação essencial para a sucessão dos seus modos de
ser, no romance, o escritor estabelece a lógica da personagem. Uma
personagem que segundo Cândido, mesmo tendo sido coerentemente
fixada para sempre, pelo autor, sofre variadas interpretações por parte dos

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leitores, porque ela é, na verdade, formada a partir de elementos que o


romancista utiliza para descrevê-la, de maneira que ela passa a dar a
impressão de vida, permitindo, assim, ao leitor dar-lhe variadas
interpretações.
No romance moderno, porém, o nível de complexidade da personagem
fictícia aumenta, diminuindo, desse modo, a idéia de um esquema fixo, de
ente delimitado, que decorre do trabalho de seleção do romancista. Essa
complexidade da personagem fictícia do romance moderno deve-se,
principalmente à revolução decorrida no romance a partir do século XVIII e
estendida até ao século XX, em que a estrutura da obra passa de enredo
complexo e personagem simples, para enredo simples e personagem
complexa. Uma mudança que para Cândido, deve-se ao esforço de
aproximar a personagem da pessoa real. E exemplifica com a obra
“Ulisses”, de James Joyce, como o ápice do senso de simplificação dos
incidentes da narrativa e à unidade relativa de ação do romance moderno.
Assim, pois, temos que a fragmentação da personagem, no romance, serve
de base para o leitor aproximar a personagem da pessoa real. Uma técnica
que serviu no século XVIII, para a técnica de caracterização da
personagem em personagens de costumes e personagens de natureza.
Sendo, porém, a personagem de costume mais divertida, e por isso mais
bem compreendida do que a personagem de natureza, que exige do leitor
um aprofundar nas emoções humanas. Mais tarde, porém, Forster nomeia
essas personagens em planas e esféricas.
Para Forster, citado por Cândido, o Homo fictus e o Homo sapies vivem
segundo as mesmas linhas de ação e sensibilidade, porém, numa
proporção e avaliação diferenciadas. Ainda para Cândido é importante que
a personagem tenha características que a identifique com um ser vivo, ou
seja, que vivas situações idênticas às reais e cotidianas vividas pelo seres
humanos. Para tanto, é necessário que haja vínculos entre o autor e a
personagem, para que dessa forma, o autor possa dar “vida” a esse ser
fictício. Contudo, essas características dependem em parte da concepção
que preside o romance e da intencionalidade do romancista.

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E para finalizar a resenha, discutem-se os apontamentos de Décio de


Almeida Prado a respeito da personagem no teatro. Para ele a diferença
entre romance e teatro é obvia, e, portanto a diferença estrutural entre as
personagens do teatro e as personagens do romance são bastante
consideráveis. Enquanto no romance as personagens são mediadas pela
voz narrativa, no teatro é o próprio ator quem fala diretamente ao público
e com o público.
Outro fator discutido por Prado é o fato de tanto o romance quanto o teatro
falarem do homem, embora o romance fale por meio do narrador e o teatro
por meio do próprio homem que, ao vivo encena, como se fosse real, o
tema proposto. Assim, no romance o interior da personagem é conhecido
por meio do fluxo de consciência, enquanto no teatro esse conhecimento
torna-se possível por meio do diálogo entre a personagem e o confidente,
que segundo Prado, é uma extensão da própria personagem que está
expondo seus sentimentos. Além dessas características já apresentadas, o
tempo é outro fator referente na diferenciação entre o romance e o teatro,
pois que, a duração de uma peça varia entre duas e três horas, enquanto
que no romance, o tempo acompanha os acontecimentos do enredo.
Para Prado, então, a obra literária é uma extensão do escritor, ou seja, ao
escrever uma obra, o autor está, na verdade, transfigurando para ela o que
de mais íntimo e pessoal existe dentro dele.

Sueli Alexandre

Enviado por Sueli Alexandre em 14/09/2009


Código do texto: T1810360

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir,
executar, desde que seja dado crédito ao autor original(Sueli de Fatima Alexandre Argôlo). Você
não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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Comentários

25/09/2017 01:53 - Geraldo Moreira Prado [não autenticado]

Meu comentário é curto, é apenas para parabenizar a autora da resenha do clássico


livrinho "Personagem de Ficção". Lindíssima resenha, perfeita...

26/03/2014 22:50 - Marisa [não autenticado]

Obrigada, adorei sua resenha, me mande por e-mail por favor.

01/08/2013 09:44 - Leandro Silva [não autenticado]

Olá, Sueli. Está de parabéns pela resenha! Estou preparando minha tese de mestrado e
analisarei as obras, em intertexto, de Cristovão Trevizan (a suavidade do vento) e
Clarice Lispector. (paixão segundo g.h.) Quais obras os personagens mostram as
entranhas de suas experiências e nos fazem questionar e refletir sobre o real, nossas
vidas. Logo, sua resenha contribuirá para validar a minha tese. Obrigado. Sucesso pra
você!

11/06/2012 10:12 - janaina [não autenticado]

Olá, Sueli Eu sou academica de letras do 2º ano da UNICENTRO, DE GUARAPUAVA/PR,


MUITO BOA ESSA RESENHA, ME AJUDOU MUITO NO MEU ARTIGO.

19/12/2011 20:50 - Nubia Cardoso [não autenticado]

Olá. Parabéns pelo seu trabalho. Eu estou em vias de começar um romance de um único
personagem (mulher) e me indicaram para ler "A Personagem de ficção" de Antônio
Cândido, onde cheguei até vc. Já fiz pedido do livro e espero que ele me ajude
muito...Sucesso pra vc! Nubia Cardoso.

Exibindo 5 de 7 comentários Comentar Ver mais »

Sobre a autora

Sueli Alexandre
Porangatu - Goiás - Brasil, 48 anos

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5 textos (12202 leituras)
(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 24/04/18 13:43)

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