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RESUMO
A proliferação acentuada de algas em mananciais pode levar a enorme sobrecarga nos sistemas
de tratamento. O processo de tratamento convencional geralmente apresenta reduzido potencial
de remoção de algas, principalmente na etapa de sedimentação, uma vez que as algas têm a
característica de formar flocos leves, com tendência a flutuar. Neste caso, a adoção de uma
etapa de flotação é recomendada, já que neste processo a remoção ocorre por meio da
introdução de microbolhas de ar, que se aderem aos flocos, e tendem a flutuar até a superfície
do tanque de flotação, onde é removido. Um aspecto importante para a eficiência do processo
de flotação por ar dissolvido (FAD) é que se garanta as condições ótimas de
coagulação/floculação. Baseado nisto, neste trabalho foi investigado, em escala de bancada, a
influência, na FAD, da variação dos valores de pH de coagulação, bem como avaliar a
influência do tempo de floculação para dosagens dentro e fora da faixa ótima para cada um dos
pH estudados. Os resultados obtidos mostram que, para a água em estudo, elevadas eficiências
de remoção podem ser conseguidas com o uso da FAD e que eficiências similares podem ser
atingidas para diferentes valores de pH, desde que se trabalhe na faixa ótima de dosagem de
coagulante. A influência do tempo de floculação se mostrou com características diferentes para
cada um dos três valores de pH pesquisados, mostrando que a otimização deste parâmetro
para as respectivas condições de coagulação, se faz importante para se chegar a elevadas
eficiências de remoção.
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
METODOLOGIA
A água utilizada nos experimentos era proveniente do Lago Santa Maria, um dos principais
mananciais do Distrito Federal. Por suas características (baixa turbidez, levemente ácida e baixo
teor de salinidade) esta água, quando enriquecida de nutrientes, oferece condições favoráveis
ao florescimento de algas. De acordo com dados da Companhia de Água e Esgotos de Brasília
- CAESB, a concentração de algas (em termos de clorofila-a) varia de 2 a 15 µg/l, chegando,
em períodos específicos, a atingir valores superiores a 20 µg/l. Na época de realização dos
experimentos, contudo, os teores de clorofila não excederam a 7 µg /l. Neste período a turbidez
variou de 2,0 a 4,0 uT; o valor do pH de 5,7 a 6,1; e, cor aparente permaneceu em torno de 5
uC.
Em função dos objetivos deste trabalho, a pesquisa foi dividida em dois grupos. Assim, no
primeiro grupo de testes para cada valor de pH a ser investigado (pH=5, pH=6 e pH=7)
variou-se a dosagem de coagulante na faixa de 0 a 100 mg/l de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3
17 H2O), utilizando-se um tempo de floculação de 10 minutos . Para o controle do pH foi
utilizado o bicarbonato de sódio e ácido clorídrico. No segundo grupo de testes, para cada
valor de pH pesquisado no grupo anterior, selecionou-se duas dosagem de coagulante, uma na
faixa ótima e outra fora desta, e fez-se variar tempos de floculação (0, 5, 10, 15 e 20 minutos).
RESULTADOS
Com relação aos ensaios realizados com pH=6, na faixa de 0 a 60 mg/l de coagulante, os
resultados indicam claramente a predominância do mecanismo de adsorção-neutralização de
cargas. Entretanto, acima desta dosagem, até o limite que foi testado nestes experimentos (100
mg/l), observa-se uma pequena melhora na remoção de turbidez, possivelmente devido a uma
faixa de transição entre a predominância do mecanismo de adsorção-neutralização de cargas e
o de varredura (figura 2). A faixa ótima de dosagem ficou entre 5 e 15 mg/l de sulfato de
alumínio, onde verificou-se remoções de até 85% de turbidez para velocidades ascensionais
inferiores a 20 cm/min, ou seja, taxa de aplicação de cerca de 300 m3/m2.d.
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80
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0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)
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Turbidez remanescente (%)
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0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)
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fração remanescente (%)
100
80
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70
velocidade (cm/min)
Nos testes em que foi utilizado pH=7, a ausência da fase de reestabilização e a formação de
flocos cada vez mais volumosos, indicam a predominância do mecanismo de varredura.
Observou-se que as maiores eficiências de remoção de turbidez (65 a 75%) ocorreram na faixa
de 20 a 40 mg/l de coagulante (figura 3). Para dosagens superiores, a eficiência diminuiu,
provavelmente, devido ao aumento da densidade dos flocos formados. A velocidade
ascensional em que foi obtido os melhores resultados foi de 17 cm/min, aproximadamente 240
m3/m2.d.
No que diz respeito à remoção de algas, observou-se que para todos os valores de pH
testados e nos ensaios em que a dosagem de coagulante propiciou a formação de flocos, foi
possível obter elevados níveis de remoção de algas, em termos de clorofila-a, atingindo em
casos específicos remoções próximas de 100%. Comprovando a alta eficiência de remoção de
algas por FAD que é relatado em diversas pesquisas (Edzwald e Wingler, 1990; Gehr et al.,
1993; Janssens e Buekens, 1993; Reali e Gianotti, 1993; Edzwald, 1993; Vlaski et al., 1996a).
Para o segundo grupo de ensaios foi avaliada, para cada valor de pH, a variação do tempo de
floculação utilizando-se duas dosagens de coagulante, sendo uma dentro da faixa ótima de
eficiência (20 mg/l) e outra fora (60 mg/l).
Nos ensaios com pH=5, onde foi verificada a predominância do mecanismo de coagulação de
adsorção-neutralização de cargas, observa-se que o aumento do tempo de floculação, dentro
do intervalo de 0 a 20 minutos, leva a uma melhoria na eficiência da flotação, em ambas as
dosagens estudadas (figuras 4 e 7). Os resultados obtidos, entretanto, indicam que o impacto
do tempo de floculação na eficiência da flotação varia com a dosagem de coagulante, ou seja, o
acréscimo percentual de remoção entre os tempos testados para a dosagem dentro da faixa
ótima é menos acentuado que o observado para dosagem mais elevada. Desta forma, a
melhoria entre as remoções dos ensaios sem floculação e com tempo de floculação de 20
minutos para dosagem de 20 mg/l é de 12%, enquanto que para a dosagem de 60 mg/l a
diferença é superior a 70%.
Quando se variou o tempo de floculação para a dosagem ótima do pH=6, foi possível observar
que a melhor eficiência foi obtida para o tempo de floculação de 10 minutos (figura 5).
Comparando esses resultados com os da figura 8 (dosagem fora da faixa ótima), observa-se
que o tempo de floculação de 15 minutos apresentou melhor eficiência.
Provavelmente, essa diferença ocorre devido ao processo de formação dos flocos, assim, na
dosagem ótima tem-se flocos com características que permitem atingir o tamanho apropriado
para FAD com apenas 10 minutos, enquanto que para a dosagem fora da ótima tem-se flocos
menores, que necessitam de mais tempo para chegarem ao tamanho ideal.
Talvez, poder-se-ia obter a mesma eficiência para as duas dosagens, com a diferença de que o
tempo de detenção no floculador seria maior para a maior dosagem, entretanto do ponto de
vista econômico seria mais vantajoso usar a dosagem ótima e um menor tempo de floculação,
uma vez que isto significa menores gastos com produtos químicos, energia e menores dimensões
para os floculadores.
Os resultados obtidos para diferentes tempos de floculação sob condições de pH=7, onde
predominou o mecanismo de coagulação de varredura, mostraram que as eficiências foram
muito próximas entre si, sendo que a melhor remoção de turbidez foi obtidas sem floculação
(figuras 6 e 9). Com a introdução da floculação, foi possível observar que baixos tempos de
floculação apresentaram uma ligeira queda de rendimento, mas com tendência a melhora,
atingindo maior remoção com 15 minutos de floculação, a partir do qual a eficiência começa a
cair. O impacto da variação deste tempo não é muito significativo para as duas dosagens
testadas, atingindo diferenças entre o melhor e o pior resultado de 10 a 14%.
Neste segundo grupo de testes, novamente constatou-se elevado grau de remoção de algas,
quando se trabalhou dentro da faixa ótima de dosagem para quaisquer valores de pH avaliados
e em todos os tempos de floculação testados. Diversas pesquisas, entre elas a de Valade et al.
(1996), Vlaski et al. (1996a), mostram que a FAD é um processo de tratamento bastante
robusto em eficiência de remoção de algas e/ou turbidez, mesmo com alterações consideráveis
nos parâmetros de pré-tratamento.
140
120
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60
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)
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Fração remanescente(%)
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0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)
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fração remanescente (%)
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0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)
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fração remanescente (%)
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velocidade (cm/min)
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Fração remanescente (%)
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0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)
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fração remanescente (%)
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0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos mostram que, para águas de baixa turbidez e presença de algas, elevadas
eficiências de remoção podem ser conseguidas com o uso da FAD e que eficiências similares
podem ser obtidas para diferentes valores de pH, desde que se trabalhe na faixa ótima de
dosagem de coagulante.
Os resultados indic am que, para cada valor de pH testado, foi possível verificar um tempo de
floculação ótimo, no qual as remoções foram maiores e observou-se que, com o aumento do
pH de coagulação, este tempo de floculação ótimo tornou-se cada vez menor.
Os resultados sugerem que eficiências de remoção elevadas podem ser obtidas com taxas de
aplicação superficial maiores quando se utilizam valores de pH mais baixos. Esta observação
necessita ainda de uma investigação mais aprofundada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS