Вы находитесь на странице: 1из 12

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

A INFLUÊNCIA DO pH DE COAGULAÇÃO E DO TEMPO DE


FLOCULAÇÃO NA FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO DE ÁGUAS
DE BAIXA TURBIDEZ E COM PRESENÇA DE ALGAS

Mauro Roberto de Souza Lacerda (1)


Engenheiro Civil pela Universidade de Brasília. Mestre em Tecnologia
Ambiental e Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Brasília.
Sílvia Fernanda de Sales Marques
Estudante de Engenharia Civil do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Brasília.
Cristina Celia Silveira Brandão
PhD em Engenharia Ambiental pelo Imperial College/ Universidade de
Londres. Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília.

Endereço(1): Mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos - Departamento de


Engenharia Civil - Campus Universitário - Asa Norte - DF - CEP: 70910-900 - Brasil.

RESUMO

A proliferação acentuada de algas em mananciais pode levar a enorme sobrecarga nos sistemas
de tratamento. O processo de tratamento convencional geralmente apresenta reduzido potencial
de remoção de algas, principalmente na etapa de sedimentação, uma vez que as algas têm a
característica de formar flocos leves, com tendência a flutuar. Neste caso, a adoção de uma
etapa de flotação é recomendada, já que neste processo a remoção ocorre por meio da
introdução de microbolhas de ar, que se aderem aos flocos, e tendem a flutuar até a superfície
do tanque de flotação, onde é removido. Um aspecto importante para a eficiência do processo
de flotação por ar dissolvido (FAD) é que se garanta as condições ótimas de
coagulação/floculação. Baseado nisto, neste trabalho foi investigado, em escala de bancada, a
influência, na FAD, da variação dos valores de pH de coagulação, bem como avaliar a
influência do tempo de floculação para dosagens dentro e fora da faixa ótima para cada um dos
pH estudados. Os resultados obtidos mostram que, para a água em estudo, elevadas eficiências
de remoção podem ser conseguidas com o uso da FAD e que eficiências similares podem ser
atingidas para diferentes valores de pH, desde que se trabalhe na faixa ótima de dosagem de
coagulante. A influência do tempo de floculação se mostrou com características diferentes para
cada um dos três valores de pH pesquisados, mostrando que a otimização deste parâmetro
para as respectivas condições de coagulação, se faz importante para se chegar a elevadas
eficiências de remoção.

PALAVRAS -CHAVE: Tratamento de Água, Remoção de Algas, Flotação por Ar


Dissolvido, Coagulação, Floculação.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1566


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

INTRODUÇÃO

A proliferação acentuada de algas em mananciais, devida a crescente utilização de fertilizantes e


a descarga de efluentes domésticos e industriais, tratados ou não, nos corpos d'água, pode levar
a enorme sobrecarga nos sistemas de tratamento. Além dos impactos operacionais, a presença
de algas na água de abastecimento pode desencadear outros problemas: sabor e odor, aumento
dos residuais de coagulante, formação de trihalometanos, além de corrosão da tubulação.

O processo de tratamento convencional geralmente apresenta reduzido potencial de remoção


de algas, devido principalmente à ineficiência do sedimentador e à inaceitabilidade de corridas
de filtração curtas.

A eficiência de remoção de algas por diversos processos de tratamento é discutida por


Janssens e Buekens (1993). A partir dos resultados, pode-se observar que, para uma faixa
abrangente de concentração de algas, o teor de turbidez presente na água é o fator
condicionante para definição do processo mais adequado. Assim, para valores de turbidez
menores que 10 Unidades de Turbidez (UT) e clorofila -a variando de 2 a 25 µg/l, os autores
aconselham o emprego de filtração direta ou de flotação por ar dissolvido (FAD), seguida de
filtração. Por outro lado, se uma água possui uma mistura de partículas inorgânicas e algas, o
processo de sedimentação pode tornar-se tanto mais eficiente quanto maior for o teor de
turbidez (100 UT ou mais).

Resultados obtidos por Brandão e colaboradores (Lacerda et al.,1994; Costa et al.,1995;


Brandão et al.,1996), em experimentos em escala de bancada, mostram que, para águas de
baixa turbidez e presença significativa de algas, é possível se obter elevadas remoções de algas,
com o uso da filtração direta, desde que se garanta a eficiência da etapa de coagulação e de
floculação.

O processo de flotação é definido como a remoção de partículas, por meio da introdução de


microbolhas de ar, que, quando em contato com as partículas, formam um aglomerado
partícula-bolha de densidade aparente menor que o da água, que tende a flutuar até a superfície
do tanque de flotação, onde é removido. No tratamento de água, o tipo de flotação mais
utilizado é a flotação por ar dissolvido com pressurização do reciclo. Neste sistema, parte da
água clarificada é saturada com ar sob pressão e, em seguida, é introduzida no tanque de
flotação, que se encontra à pressão atmosférica, ocorrendo a liberação de microbolhas. Este
tipo de flotação é o mais recomendado pois minimiza a ruptura dos flocos formados na etapa de
coagulação/floculação.

Um aspecto importante para a eficiência do processo de FAD é que se garanta as condições


ótimas de pH de coagulação e de dosagem de coagulante (Edzwlad e Wingler, 1990). Estas
condições são fundamentais para que se formem flocos com características adequadas
(tamanho, densidade e carga) para proporcionar uma melhor agregação entre as microbolhas
de ar e os flocos. Um outro aspecto importante é o tempo de floculação, que também influencia
no tamanho e densidade do floco. Edzwald et al. (1992) sugerem que o tamanho do floco deve
estar por volta de 10 a 30 µm. Entretanto, na literatura, não há uma convergência com relação
ao tempo de floculação ideal. Em relação a remoção de algas por flotação, Edzwald e Wingler

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1567


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

(1990) observaram que um tempo de floculação de 5 minutos é suficiente para obtenção de


uma elevada eficiência. Por outro lado, Reali e Gianotti (1993) pesquisando também a remoção
de algas por flotação, obtiveram resultados que mostraram as melhores eficiências com tempo
de floculação entre 15 e 20 minutos. A explicação desta divergência não está muito clara,
porém pode estar relacionada ao tipo de alga predominante em cada pesquisa ou a outras
características de qualidade da água testada. Ambos os trabalhos não se aprofundam muito na
discussão com relação ao mecanismo de coagulação atuante na faixa de pH pesquisado, o que
talvez poderia explicar tal divergência.

OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é investigar, em escala de bancada, a influência na FAD da variação


da dosagem de coagulante para três valores distintos de pH (5, 6 e 7), e do tempo de
floculação para dosagens dentro e fora da faixa ótima para cada um dos pH estudados.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho foi montado, no Laboratório de Análise de Água do


Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília, um equipamento em escala de
bancada conhecido como “flotateste”. Este equipamento é composto de uma câmara de
saturação e recipientes (aqui denominados colunas de flotação) onde ocorrem,
seqüencialmente, as etapas de mistura rápida, floculação e flotação. A câmara de saturação e as
colunas flotação foram confeccionadas em acrílico de modo a permitir a observação do
processo. Nas colunas de flotação, com capacidade para 2,5 litros, ocorriam os processos de
coagulação e floculação através de agitação mecânica, por meio da rotação de pás
perpendiculares ao eixo do rotor.

A água utilizada nos experimentos era proveniente do Lago Santa Maria, um dos principais
mananciais do Distrito Federal. Por suas características (baixa turbidez, levemente ácida e baixo
teor de salinidade) esta água, quando enriquecida de nutrientes, oferece condições favoráveis
ao florescimento de algas. De acordo com dados da Companhia de Água e Esgotos de Brasília
- CAESB, a concentração de algas (em termos de clorofila-a) varia de 2 a 15 µg/l, chegando,
em períodos específicos, a atingir valores superiores a 20 µg/l. Na época de realização dos
experimentos, contudo, os teores de clorofila não excederam a 7 µg /l. Neste período a turbidez
variou de 2,0 a 4,0 uT; o valor do pH de 5,7 a 6,1; e, cor aparente permaneceu em torno de 5
uC.

Em função dos objetivos deste trabalho, a pesquisa foi dividida em dois grupos. Assim, no
primeiro grupo de testes para cada valor de pH a ser investigado (pH=5, pH=6 e pH=7)
variou-se a dosagem de coagulante na faixa de 0 a 100 mg/l de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3
17 H2O), utilizando-se um tempo de floculação de 10 minutos . Para o controle do pH foi
utilizado o bicarbonato de sódio e ácido clorídrico. No segundo grupo de testes, para cada
valor de pH pesquisado no grupo anterior, selecionou-se duas dosagem de coagulante, uma na
faixa ótima e outra fora desta, e fez-se variar tempos de floculação (0, 5, 10, 15 e 20 minutos).

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1568


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Em todos os experimentos foram mantidos constantes os seguintes parâmetros: 1 minuto de


mistura rápida com gradie nte de velocidade de cerca de 1000 s-1, gradiente de velocidade na
floculação em torno de 30 s-1, pressão de saturação de 400 KPa e razão de reciclo de 10%.

Para avaliação da eficiência da flotação foram construídas as curvas de flotação, seguindo


metodologia descrita por Reali e Gianotti (1993). Nesta metodologia, análoga àquela
usualmente utilizada para obtenção das curvas de sedimentação, amostras de água são
coletadas numa determinada altura da coluna de flotação em intervalos de tempo pré-
determinados. Para cada amostra, a qualidade da água é analisada e é correlacionada com a
velocidade de flotação. No presente trabalho, as amostras foram coletadas a 46 cm do fundo
da coluna, em intervalos de tempo capazes de propiciar velocidades ascensionais, que podem
ser relacionadas com a taxa de aplicação, na faixa de 4 a 70 cm/min. Para cada amostra
coletada, a turbidez residual era determinada. Ao final de cada experimento, uma amostra da
água clarificada era coletada para a determinação da eficiência de remoção de algas (clorofila-
a) pelo processo de flotação.

RESULTADOS

No primeiro grupo de testes, onde foram avaliadas a influência do pH e a variação de dosagem


de coagulante, obteve -se os resultados que são descritos a seguir.

Nos testes com pH=5, verificou-se a predominância do mecanismo de coagulação de


adsorção-neutralização de cargas, uma vez que a formação dos flocos caracterizou-se por uma
fase de desestabilização seguida de reestabilização das partículas, observada através de
avaliação visual da formação de flocos. As melhores eficiência de remoção de turbidez foram
obtidas na faixa de 10 a 30 mg/l, atingindo valores de 70 a 80% (figura 1). Remoções desta
ordem foram obtidas sob condições de velocidades ascensionais de até 30 cm/min, o que
significa uma taxa de aplicação superficial de 450 m3/m2.d.

Com relação aos ensaios realizados com pH=6, na faixa de 0 a 60 mg/l de coagulante, os
resultados indicam claramente a predominância do mecanismo de adsorção-neutralização de
cargas. Entretanto, acima desta dosagem, até o limite que foi testado nestes experimentos (100
mg/l), observa-se uma pequena melhora na remoção de turbidez, possivelmente devido a uma
faixa de transição entre a predominância do mecanismo de adsorção-neutralização de cargas e
o de varredura (figura 2). A faixa ótima de dosagem ficou entre 5 e 15 mg/l de sulfato de
alumínio, onde verificou-se remoções de até 85% de turbidez para velocidades ascensionais
inferiores a 20 cm/min, ou seja, taxa de aplicação de cerca de 300 m3/m2.d.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1569


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Figura 1 - Eficiência de FAD na variação de dosagem para pH = 5.


140

120

fração remanescente (%)


100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)

0 mg/l 5 mg/l 10 mg/l 30 mg/l 40 mg/l 80 mg/l

Figura 2 - Eficiência de FAD na variação de dosagem para pH = 6.

140

120
Turbidez remanescente (%)

100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)

5 mg/l 10 mg/l 15 mg/l 20 mg/l 60 mg/l 100 mg/l

Figura 3 - Eficiência de FAD na variação de dosagem para pH = 7.


140

120
fração remanescente (%)

100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60 70
velocidade (cm/min)

0 mg/l 10 mg/l 20 mg/l 30 mg/l 40 mg/l 60 mg/l

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1570


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Nos testes em que foi utilizado pH=7, a ausência da fase de reestabilização e a formação de
flocos cada vez mais volumosos, indicam a predominância do mecanismo de varredura.
Observou-se que as maiores eficiências de remoção de turbidez (65 a 75%) ocorreram na faixa
de 20 a 40 mg/l de coagulante (figura 3). Para dosagens superiores, a eficiência diminuiu,
provavelmente, devido ao aumento da densidade dos flocos formados. A velocidade
ascensional em que foi obtido os melhores resultados foi de 17 cm/min, aproximadamente 240
m3/m2.d.

A otimização do pH de coagulação e da dosagem de coagulante foi objeto de uma pesquisa


realizada por Edzwald e Wingler (1990), no qual testaram a utilização de coagulante a base de
alumínio para duas faixas de pH onde eram observados a predominância de mecanismos de
coagulação distintos. Estes autores concluíram que, quando se trabalha com o mecanismo de
varredura, necessita-se de dosagens mais elevadas do que quando se tem o mecanismo de
adsorsão e neutralização de cargas e que melhores eficiências de remoção de turbidez foi
possível obter para valores de pH reduzidos. Estas conclusões são apresentadas em diversas
pesquisas, podendo citar: Malley e Edzwald (1991), Gehr et al. (1993), Reali e Gianotti
(1993), Vlaski et al., 1996b, entre outros.

No que diz respeito à remoção de algas, observou-se que para todos os valores de pH
testados e nos ensaios em que a dosagem de coagulante propiciou a formação de flocos, foi
possível obter elevados níveis de remoção de algas, em termos de clorofila-a, atingindo em
casos específicos remoções próximas de 100%. Comprovando a alta eficiência de remoção de
algas por FAD que é relatado em diversas pesquisas (Edzwald e Wingler, 1990; Gehr et al.,
1993; Janssens e Buekens, 1993; Reali e Gianotti, 1993; Edzwald, 1993; Vlaski et al., 1996a).

Para o segundo grupo de ensaios foi avaliada, para cada valor de pH, a variação do tempo de
floculação utilizando-se duas dosagens de coagulante, sendo uma dentro da faixa ótima de
eficiência (20 mg/l) e outra fora (60 mg/l).

Nos ensaios com pH=5, onde foi verificada a predominância do mecanismo de coagulação de
adsorção-neutralização de cargas, observa-se que o aumento do tempo de floculação, dentro
do intervalo de 0 a 20 minutos, leva a uma melhoria na eficiência da flotação, em ambas as
dosagens estudadas (figuras 4 e 7). Os resultados obtidos, entretanto, indicam que o impacto
do tempo de floculação na eficiência da flotação varia com a dosagem de coagulante, ou seja, o
acréscimo percentual de remoção entre os tempos testados para a dosagem dentro da faixa
ótima é menos acentuado que o observado para dosagem mais elevada. Desta forma, a
melhoria entre as remoções dos ensaios sem floculação e com tempo de floculação de 20
minutos para dosagem de 20 mg/l é de 12%, enquanto que para a dosagem de 60 mg/l a
diferença é superior a 70%.

Quando se variou o tempo de floculação para a dosagem ótima do pH=6, foi possível observar
que a melhor eficiência foi obtida para o tempo de floculação de 10 minutos (figura 5).
Comparando esses resultados com os da figura 8 (dosagem fora da faixa ótima), observa-se
que o tempo de floculação de 15 minutos apresentou melhor eficiência.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1571


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Provavelmente, essa diferença ocorre devido ao processo de formação dos flocos, assim, na
dosagem ótima tem-se flocos com características que permitem atingir o tamanho apropriado
para FAD com apenas 10 minutos, enquanto que para a dosagem fora da ótima tem-se flocos
menores, que necessitam de mais tempo para chegarem ao tamanho ideal.

Talvez, poder-se-ia obter a mesma eficiência para as duas dosagens, com a diferença de que o
tempo de detenção no floculador seria maior para a maior dosagem, entretanto do ponto de
vista econômico seria mais vantajoso usar a dosagem ótima e um menor tempo de floculação,
uma vez que isto significa menores gastos com produtos químicos, energia e menores dimensões
para os floculadores.

Os resultados obtidos para diferentes tempos de floculação sob condições de pH=7, onde
predominou o mecanismo de coagulação de varredura, mostraram que as eficiências foram
muito próximas entre si, sendo que a melhor remoção de turbidez foi obtidas sem floculação
(figuras 6 e 9). Com a introdução da floculação, foi possível observar que baixos tempos de
floculação apresentaram uma ligeira queda de rendimento, mas com tendência a melhora,
atingindo maior remoção com 15 minutos de floculação, a partir do qual a eficiência começa a
cair. O impacto da variação deste tempo não é muito significativo para as duas dosagens
testadas, atingindo diferenças entre o melhor e o pior resultado de 10 a 14%.

Com relação ao aspecto do tempo de floculação na eficiência da FAD, Edzwald e


colaboradores (Edzwald e Wingler, 1990; Malley e Edzwald, 1991a; Malley e Edzwald,
1991b; Edzwald et al., 1992; Valade et al., 1996) defendem que tempos de floculação
reduzidos são suficientes para promover a eficiência da FAD, apesar de em alguns casos
tempos maiores mostrarem uma pequena melhora de eficiência (Valade et al., 1996). Outros
autores sugerem tempos de 10 a 20 minutos para se obter o máximo de eficiência na FAD
(Reali e Gianotti, 1993; Vlaski et al., 1996b).

Neste segundo grupo de testes, novamente constatou-se elevado grau de remoção de algas,
quando se trabalhou dentro da faixa ótima de dosagem para quaisquer valores de pH avaliados
e em todos os tempos de floculação testados. Diversas pesquisas, entre elas a de Valade et al.
(1996), Vlaski et al. (1996a), mostram que a FAD é um processo de tratamento bastante
robusto em eficiência de remoção de algas e/ou turbidez, mesmo com alterações consideráveis
nos parâmetros de pré-tratamento.

Figura 4 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


ótima do pH = 5.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1572


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

140

120

fração remanescente (%)


100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min 20 min

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1573


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Figura 5 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


ótima do pH = 6.
140

120
Fração remanescente(%)
100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min

Figura 6 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


ótima do pH = 7.
140

120
fração remanescente (%)

100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min 20 min

Figura 7 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


fora da ótima do pH = 5.
140

120
fração remanescente (%)

100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min 20 min

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1574


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Figura 8 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


fora da ótima do pH = 6.
140

120
Fração remanescente (%)
100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
Velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min

Figura 9 - Eficiência da FAD com a variação do tempo de floculação para a dosagem


fora da ótima do pH = 7.
140

120
fração remanescente (%)

100

80

60

40

20

0
0 10 20 30 40 50 60
velocidade (cm/min)

0 min 5 min 10 min 15 min 20 min

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos mostram que, para águas de baixa turbidez e presença de algas, elevadas
eficiências de remoção podem ser conseguidas com o uso da FAD e que eficiências similares
podem ser obtidas para diferentes valores de pH, desde que se trabalhe na faixa ótima de
dosagem de coagulante.

Os resultados indic am que, para cada valor de pH testado, foi possível verificar um tempo de
floculação ótimo, no qual as remoções foram maiores e observou-se que, com o aumento do
pH de coagulação, este tempo de floculação ótimo tornou-se cada vez menor.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1575


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

Os resultados sugerem que eficiências de remoção elevadas podem ser obtidas com taxas de
aplicação superficial maiores quando se utilizam valores de pH mais baixos. Esta observação
necessita ainda de uma investigação mais aprofundada.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1576


ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 090

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRANDÃO, C.C.S., LACERDA, M.R.S., ABREU, M.C . Influência do tempo de


floculação na filtração direta de águas com baixa turbidez e teor elevado de algas. Anais do
VII Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 25-29 de março,
vol. V, pp. 237-259, Lisboa, Portugal, 1996.
2. COSTA, J., LACERDA, M.R.S., BRANDÃO, C.C.S. Influência da floculação na
remoção de algas pelo processo de filtração direta. Anais da 47a Reunião Anual da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - UFMA, 09-14 de julho, vol. II, p.
48, São Luís-ma, Brasil, 1995.
3. EDZWALD, J.K., WINGLER, B.J. Chemical and physical aspects of dissolved air
flotation for the removal of algae. Jour. Water SRT - Aqua, v.39, pp. 24-35, 1990.
4. EDZWALD, J.K., WALSH, J.P., KAMINSKI, G.S., DUNN, H.J. Flocculation and
air requirements for dissolved air flotation. Jour. AWWA, v.84, n.3, pp. 92-100, 1992.
5. EDZWALD, J.K. Algae, bubbles, coagulants, and dissolved air flotation. Water
Science & Technology, v.27, n.10, pp. 67-81, 1993.
6. GEHR, R., SWARTZ, C., OFFRINGA, G. Removal of Trihalomethane precursors
from eutrophic water by dissolved air flotation. Water Research, v.27, n.1, pp. 41-49,
1993.
7. JANSSENS, J.G., BUEKENS, A. Assessment of process selection for particle removal
in surface water treatment. Jour. Water SRT - Aqua, v.42, n.5, pp. 279-288, 1993.
8. LACERDA, M.R.S., COSTA, J., BRANDÃO, C.C.S. Eficiência da filtração direta no
tratamento de águas com elevadas concentrações de algas. Anais da 46 a Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - UFES, Vitória-ES, Brasil,
1994.
9. MALLEY, J.P., EDZWALD, J.K. Concepts for dissolved-air flotation treatment of
drinking waters. Jour. Water SRT - Aqua, v.40, n.1, pp. 7-17, 1991a.
10. MALLEY, J.P., EDZWALD, J.K. Laboratory comparison of DAF with conventional
treatment. Jour. AWWA, v.83, n.9, pp. 56-61, 1991b.
11. REALI, M.A.P., GIANOTTI, E.P. Remoção de algas por flotação: testes de
laboratório. Anais do XVII Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e
Ambiental, v.II, pp. 229-242. Natal-RN, Brasil, 1993.
12. VALADE, M., EDZWALD, J.K., TOBIASON, J.E., DAHLQUIST, J., HEDBERG,
T., AMATO, T. Particle removal by flotation and filtration: pretreatments effects. Jour.
AWWA, v.88, n.12, pp. 35-47, 1996.
13. VLASKI, A., VAN BREEMEN, A.N., ALAERTS, G.J. The algae problem in the
Netherlands from a water treatment perspective. Jour. Water SRT - Aqua, v.45, n.4, pp.
184-194, 1996a.
14. VLASKI, A., VAN BREEMEN, A.N., ALAERTS, G.J. Optimisation of coagulation
conditions for the removal of cyanobacteria by dissolved air flotation or sedimentation. Jour.
Water SRT - Aqua, v.45, n.5, pp. 253-261, 1996b.

19o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 1577

Вам также может понравиться