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Legislação Aduaneira para Auditor-Fiscal da RFB / 2017

Aula 00 - Aula Demonstrativa


Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

AULA DEMONSTRATIVA

Legislação Aduaneira
Jurisdição Aduaneira e
Controle Aduaneiro de Veículos
Professor Rodrigo Luz

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Legislação Aduaneira para Auditor-Fiscal da RFB / 2017
Aula 00 - Aula Demonstrativa
Profs. Rodrigo Luz e Luiz Missagia

Aula 00 – Aula Demonstrativa

Aula Conteúdo Programático Professor Data

00 1. Jurisdição Aduaneira. Rodrigo Luz 11/05


2. Controle Aduaneiro de Veículos.
29. Disposições Constitucionais.
01 3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Rodrigo Luz 25/05
Exterior.
4. Imposto de Importação – parte I
02 4. Imposto de Importação – parte II Rodrigo Luz 01/06

03 5. Imposto de Exportação. Rodrigo Luz 08/06


6. IPI vinculado à Importação.
7. PIS/PASEP Importação e COFINS
Importação.
04 8. ICMS vinculado à Importação. Rodrigo Luz 15/06
9. AFRMM e Taxa Mercante.
10. CIDE Combustíveis/Importação.
05 26. Valoração Aduaneira – parte I Missagia 22/06

06 26. Valoração Aduaneira – parte II Missagia 29/06


27. Legislação Aduaneira aplicável ao
Mercosul
07 11. Procedimentos Gerais de Importação Missagia 06/07
e de Exportação (parte I)
15. Avaria, Extravio e Acréscimo de
Mercadorias.
31. SISCOMEX.
08 11. Procedimentos Gerais de Importação Missagia 13/07
e de Exportação. (parte II)
09 11. Procedimentos Gerais de Importação Missagia 20/07
e de Exportação. (parte III)
10 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Missagia 27/07
Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. (parte I)

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11 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Missagia 03/08


Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. (parte II)
12 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Missagia 10/08
Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. (parte III)
13 12. Regimes Aduaneiros Especiais e Rodrigo Luz 17/08
Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. (parte IV)
16. Termo de Responsabilidade.
14 13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Rodrigo Luz 24/08
Bagagem no Mercosul.
14. Mercadoria Abandonada.
28. Internalização da Legislação
Aduaneira Mercosul.
15 17. Infrações e Penalidades previstas na Missagia 31/08
Legislação Aduaneira.
18. Pena de Perdimento.
19. Aplicação de Multas na Importação e
na Exportação.
20. Intervenientes nas Operações de
Comércio Exterior. 11.1. Atividades
Relacionadas aos Serviços Aduaneiros.
21. Sanções Administrativas.
22. Representação Fiscal para Fins
Penais.
25. Subfaturamento e Retenção de
Mercadorias.
16 23. Procedimentos Especiais de Controle Rodrigo Luz 07/09
Aduaneiro.
24. Destinação de Mercadorias.
30. Contrabando, Descaminho e Princípio
da Insignificância.
31. SISCOSERV.
32. Jurisprudência do STF.
17 Resumão Ambos 14/09

18 Simulado I Rodrigo Luz 21/09

19 Simulado II Missagia 28/09

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Sumário

Apresentação Pessoal ................................................................................ 4


Proposta do Curso .................................................................................... 6
1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA ..................................................................... 10
1.1. Território Aduaneiro ......................................................................... 12
1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados ......................... 14
1.2.1. Alfandegamento ............................................................................ 19
1.3. Recintos Alfandegados ...................................................................... 21
1.3.1. Portos Secos ................................................................................. 23
1.4. Administração Aduaneira ................................................................... 29
2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS ................................................... 40
RESUMO ................................................................................................ 66
LISTA DE QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA......................................... 68
GABARITOS ........................................................................................... 81

Olá, pessoal.

Vamos estudar Legislação Aduaneira para o concurso de seleção de novos


Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB)? Antes, vamos nos
apresentar.

Apresentação Pessoal

Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita


Federal, aprovados, respectivamente, nos concursos de 1996 e 1994.
Eu, Luiz Missagia, comecei a trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em
dezembro de 1997. Lá atuei no despacho aduaneiro e no setor de processos
aduaneiros gerais, local onde havia demanda de tudo aquilo que foge da rotina.
Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja autuando, seja

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liberando, mas sempre, sempre, precedido de bastante estudo e embasamento.


Foi um grande aprendizado na área aduaneira.
Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente para a Alfândega da RFB
do Porto de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se
faz despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei
com regimes especiais, bagagem desacompanhada e, principalmente, aplicação
de penalidades. Fui supervisor por lá, e depois chefiei o Serviço de Despacho
Aduaneiro (SEDAD). Já participei de algumas dessas “operações especiais”, em
conjunto com a Polícia Federal, que, às vezes, saem na mídia, em que
buscamos, nos estabelecimentos das empresas importadoras ou até mesmo nas
residências dos sócios, provas de cometimento de fraudes.
Como professor de cursos preparatórios para concursos, atuo, desde
1999, nas disciplinas de contabilidade e aduana. Além do Manual de
Contabilidade, escrevi, em conjunto com o também auditor e professor
Francisco Velter, livros de Contabilidade Avançada, Auditoria e Matemática
Financeira, publicados atualmente pela Editora Método (Grupo Gen). No Ponto
dos Concursos estou desde a sua formação. Em conjunto com o Rodrigo Luz,
escrevo cursos on-line no Ponto na área aduaneira e de comércio internacional
desde 2005. Na área aduaneira, além de ministrar alguns cursos internos na
Receita Federal, tenho participado, desde 2004, como instrutor da Esaf, de
alguns cursos de formação e de treinamento no local de trabalho.
Por fim, também tenho participado de outros trabalhos interessantes na
Receita Federal, como a Revisão Final do texto do Regulamento Aduaneiro de
2009 (Decreto 6.759/2009, base para a Legislação Aduaneira), Projeto de
Elaboração dos Manuais de Despacho Aduaneiro, “Operação Rio+20” e Copa do
Mundo, estas últimas bem interessantes, recebendo as delegações com os
Chefes de Estado, as seleções de futebol e desembaraçando seus
equipamentos, bagagem e armas dos seguranças oficiais.
O universo do comércio internacional é um assunto bastante atual,
interessante e cheio de detalhes. Espero que nossa aula motive vocês a se
dedicarem com afinco, pois estudar gostando da matéria é sempre melhor. É o
ideal. Por isso, vamos nos esforçar muito para atingir esse objetivo.

Eu, Rodrigo Luz, comecei a trabalhar em 1995 no Aeroporto do Galeão,


no Rio de Janeiro. Por pouco mais de dois anos, vivi a experiência do trabalho
de fiscalização na zona primária (no curso de legislação aduaneira, aprende-se
que a zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteiras
alfandegados, enquanto a zona secundária engloba o resto do território
brasileiro).
Desde 1997, trabalho na Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro
(IRF/RJ) cobrindo todo o município do Rio, fiscalizando não diretamente as

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importações e exportações realizadas a cada dia, mas os importadores e


exportadores em seus respectivos estabelecimentos. Fui Chefe do Serviço de
Controle Aduaneiro, do Serviço de Tecnologia, Substituto do Serviço de
Fiscalização e do Serviço de Programação e Seleção para Fiscalização.
Na fiscalização da zona secundária, além de termos que conhecer a fundo
a Legislação Aduaneira, temos que estar sempre afiados com as novas normas
de Contabilidade. Atuamos, por exemplo, revisando o conjunto das importações
e exportações realizadas nos últimos cinco anos, bem como fiscalizando se os
produtos importados com isenção tributária continuam na mão do importador
(isto evita a fraude de uma isenção ser obtida por uma pessoa para uso de
outra que não teria tal benefício). Entre muitas outras coisas, também
fiscalizamos se os regimes aduaneiros especiais concedidos ao
importador/exportador, como o drawback ou a admissão temporária, estão
sendo cumpridos à risca (vamos estudar tais regimes aqui).
Em 1998, comecei a dar aulas de Comércio Internacional, Legislação
Aduaneira e Relações Econômicas Internacionais para o concurso da RFB
daquele ano. Já são dezenove anos de aulas, incluindo as ministradas nos
cursos de formação da Esaf para os candidatos classificados nos concursos para
Auditor Fiscal e para Analista Tributário desde 2004.
Formado inicialmente em Informática, cursei também a graduação em
Direito, concluída em 2004. Em 2005, lancei meus dois primeiros livros:
“Comércio Internacional e Legislação Aduaneira” (6ª edição, abril de 2015) e
“Relações Econômicas Internacionais” (4ª edição, junho de 2015). Em 2009,
escrevi “Comércio Internacional – Questões Comentadas”.

Proposta do Curso

Em 2012, aconteceu aquilo que ninguém esperava: a volta da Legislação


Aduaneira no conteúdo programático dos concursos da RFB. Mas, na verdade,
não foi bem uma volta já que entrou muito mais coisa do que se pedia no
passado, como veremos adiante. O conteúdo de 2014, sobre o qual vamos nos
debruçar neste curso, é praticamente o mesmo de 2012.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – AFRFB/2014

1. Jurisdição Aduaneira. 1.1. Território Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e


Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3. Recintos
Alfandegados. 1.4. Administração Aduaneira.
2. Controle Aduaneiro de Veículos.

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3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 3.1. Regramento


Constitucional e Legislação Específica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3.
Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados.
4. Imposto de Importação. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidência.
4.3. Fato Gerador. 4.4. Base de Cálculo. 4.5. Alíquotas. 4.6. Tributação de
Mercadorias não Identificadas. 4.7. Regime de Tributação Simplificada. 4.8.
Regime de Tributação Especial. 4.9. Regime de Tributação Unificada. 4.10.
Pagamento; Restituição e Compensação. 4.11. Isenções e Reduções do Imposto
de Importação. 4.12. Imunidades do Imposto de Importação e Controle
exercido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportação. 4.14.
Similaridade.
5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3.
Fato Gerador. 5.4. Base de Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento. 5.7.
Incentivos Fiscais na Exportação.
6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação.
6.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de
Cálculo e Alíquotas. 6.4. Isenções. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspensão do
Pagamento do Imposto.
7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação.
7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3. Base de
Cálculo. 7.4. Isenções. 7.5. Suspensão do Pagamento e Redução de Alíquotas
(Programas Específicos e seu Regramento).
8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação. 8.1. Sujeitos
Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador. 8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades.
8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil.
9. Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) e
Taxa Mercante.
10. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Combustíveis/Importação.
11. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. 11.1.
Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 11.2. Despacho Aduaneiro de
Importação e Despacho Aduaneiro de Exportação. 11.2.1. Disposições Gerais.
11.2.2. Modalidades. 11.2.3. Documentos que os Instruem. 11.2.4. Casos
Especiais de Importação e de Exportação Previstos na Legislação. 11.3.
Espécies de Declaração de Importação e de Declaração de Exportação. 11.4.
Declaração de Importação. 11.5. Conferência e Desembaraço na Importação e
na Exportação. 11.6. Cancelamento da Declaração de Importação e da

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Declaração de Exportação. 11.7. Lançamento dos Impostos Incidentes sobre a


Importação.
12. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em
Áreas Especiais. 12.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de
cada Área.
13. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL.
14. Mercadoria Abandonada.
15. Avaria; Extravio e Acréscimo de Mercadorias. 15.1. Responsabilidade
Fiscal pelo Extravio.
16. Termo de Responsabilidade.
17. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira.
18. Pena de Perdimento. 18.1. Natureza Jurídica. 18.2. Hipóteses de
Aplicação. 18.3. Limites. 18.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 18.5.
Processo de Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria
Sujeita a Pena de Perdimento.
19. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação.
20. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior.
21. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas
Operações de Comércio Exterior e o Processo de sua Aplicação.
22. Representação Fiscal para Fins Penais.
23. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro.
24. Destinação de Mercadorias.
25. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias.
26. Valoração Aduaneira.
27. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL.
28. Internalização da Legislação Aduaneira Aplicável ao MERCOSUL.
29. Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle
sobre Comércio Exterior.
30. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância.
31. SISCOSERV e SISCOMEX.
32. Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Podemos ver que o conteúdo é bem grande. No entanto, como sempre


fazemos, daremos a matéria “maceteada” para você.
Este curso está atualizado e assim ficará até sua retirada do ar. Enquanto
o curso estiver ativo no site, se surgirem alterações na legislação, as
adaptações serão feitas, disponibilizando-se as aulas atualizadas para que você
as baixe novamente.

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A programação

O curso é composto de 20 (vinte) aulas, contando com esta. Algumas


serão escritas por mim, Rodrigo Luz; outras, pelo Missagia. O aluno terá ainda o
fórum para solução de dúvidas. Cada professor vai responder às questões de
suas próprias aulas.
Como sempre fazemos em nossos cursos, em cada aula apresentaremos
exercícios de provas anteriores. Também apresentaremos questões inéditas, no
estilo Esaf, com cinco assertivas, e com semelhança na forma de cobrança.
Serão mais de 400 questões comentadas.

Sobre livros

Mesmo com o nosso compromisso de cuidar de toda a matéria nos cursos


online que ministramos, alguns alunos sempre nos pedem para indicar livros.
Então eu vou logo me antecipar às perguntas e sugerir meu livro “Comércio
Internacional e Legislação Aduaneira”. A sexta edição, lançada em 2015,
contempla todo o conteúdo de Legislação Aduaneira do edital.
Se alguém quiser pegar um Regulamento anotado, o melhor livro que há
no mercado é “Anotações ao Regulamento Aduaneiro”, organizado por Rosaldo
Trevisan.
Vamos combinar uma coisa? No curso online de Direito Constitucional
você fica com a Constituição a tiracolo, né? Então, em Legislação Aduaneira, se
você estiver lendo esta aula no computador, seria legal acompanhar com o
Regulamento Aduaneiro aberto na outra janela. Pode ser?
Meu caro, perceba uma coisa: o edital trouxe os títulos dos capítulos e
seções do Regulamento Aduaneiro. Logo, em tese, qualquer um dos artigos do
Regulamento poderá cair na sua prova. Não há condições humanas para nós
fazermos comentários sobre todos os artigos do Regulamento, assim como não
haveria condições para você ler tudo que nós teríamos escrito. Por isso, neste
curso tentaremos apenas pontuar aquilo que consideramos mais importante
da legislação aduaneira, cuja base é o Regulamento Aduaneiro. Eu sugiro que
você dê uma lida em todos os artigos relativos aos tópicos do edital. Por isso,
para cada tópico, indicaremos precisamente os artigos abrangidos pelo tópico
do edital, mas só vamos explicar os mais prováveis de cair.
Chega de papo! Vamos estudar.

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1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA

A jurisdição aduaneira é o “Título 1” do Regulamento Aduaneiro (RA).


Todo este primeiro tópico é tratado nos artigos 2º a 25 do RA.
Lá no Direito, a gente vê que a definição de jurisdição é: “poder de
alguém conhecer os conflitos e os resolver”. No entanto, quando se trata de
jurisdição aduaneira, não se faz uso deste conceito, que é mais voltado à
matéria judicial, pois implica “resolver conflitos”. A aduana não os resolve, mas
autua.
A jurisdição aduaneira significa então o poder conferido à aduana para
que realize a fiscalização relativa às operações de comércio exterior. Tal
fiscalização acontece em todo o território nacional. Afinal, as mercadorias
importadas não devem ser objeto de atenção apenas no porto ou no aeroporto,
por exemplo, mas em todo o território nacional. Imagine você se o controle da
aduana ocorresse apenas nos portos, aeroportos e pontos de fronteira. O que
aconteceria com as mercadorias contrabandeadas? Como não passariam por
aquelas unidades, elas não se sujeitariam a nenhuma fiscalização? Quer dizer:
entrou, está liberada? rsrs Claro que não, né?
Por isso, o artigo 3o do Regulamento Aduaneiro dispõe:
“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o
território aduaneiro e abrange: (...)”

“Mas, Rodrigo, eu estudei território nacional, não território aduaneiro. Que


negócio é esse aí?”
Meu caro, concorda comigo que o controle da aduana (controle aduaneiro)
nos portos e aeroportos deve ser muito mais intenso do que no interior do país?
Por isso, resolveram dividir o território em duas “partes”: a zona primária e a
zona secundária. Só que aí pensaram: “antes de quebrarmos o território em
dois, será bom fazer um copiar-colar nele e depois quebrar a cópia.”
“O quê???? Copiar-colar?????”
Ora, você não acha que dá para mexer num conceito constitucional, né?
Então para particionar o território em dois, não dava para o decreto presidencial
dispor: “o território nacional é dividido em zona primária e secundária.” Quem é
esse tal de decreto, querendo mexer numa definição constitucional?
Por isso, criaram um novo conceito: território aduaneiro. E só depois,
no artigo 3º, é que fizeram a divisão do território, não do território nacional
(definido na CF/1988), mas do novíssimo “território aduaneiro”.
Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território
nacional.

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Antes, porém, de olharmos o artigo 3º e vermos como ficou particionado


o território aduaneiro, note que a jurisdição dos serviços aduaneiros pode
passar do nosso território!
Art. 3º, § 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda
às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos
países integrantes do Mercosul com o Brasil.

O que é isso?
No Mercosul, foi celebrado o Acordo de Recife, sendo sua redação dada
pela Decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC) 4/2000. Por meio desta
norma, ficou acordado que os países do bloco criariam as chamadas Áreas de
Controle Integrado (ACI). São áreas em que trabalham juntas as autoridades
fiscais, sanitárias, de imigração e de transporte dos dois países vizinhos, o que
facilita a vida de quem está passando para lá ou para cá. Para cada ACI, define-
se se a fiscalização será simultânea por parte das autoridades dos dois países.
Em caso negativo, primeiro atuam as autoridades do país de saída e, depois, as
autoridades do país de entrada.
Se você consultar o link abaixo, vai ver que o Brasil participa de um
monte de ACI, inclusive com a Bolívia, que foi incluída posteriormente nessa
sistemática:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-
e-exportacao/recinto-alfandegados/area-de-controle-integrado-aci

Dependendo da ACI, ela estará instalada do lado de cá ou do lado de lá


da fronteira. Será um único local físico. Se a ACI estiver do lado de lá da
fronteira, o AFRFB e as demais autoridades brasileiras estarão atuando em
território estrangeiro. Por este motivo, o § 5º dispôs que a jurisdição fica
estendida para tal local no exterior.

Guarde isso! Em função das ACI, pode-se dizer que a aduana


brasileira possui jurisdição mesmo fora do nosso
território!
Não A instalação de uma ACI em solo paraguaio não
confunda! implica a extensão do nosso território aduaneiro. O
território aduaneiro brasileiro continua sendo
somente o território nacional. Nós não anexamos
nenhuma porção do território paraguaio. Foi
aumentada apenas a jurisdição aduaneira, isto é, o
nosso poder de fiscalização passou a alcançar um
local dentro do território estrangeiro.

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1.1. Território Aduaneiro

Depois de copiar-colar, puderam escrever no artigo 3o:


“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o
território aduaneiro e abrange:
I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas
pela autoridade aduaneira local:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos
alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira
alfandegados; e
II - a zona secundária, que compreende a parte restante do
território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço
aéreo.”

1) O território aduaneiro compreende


Guarde isso! todo o território nacional e se divide em
É básico! zona primária e zona secundária.
2) A zona primária engloba os portos,
aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados.

Ora, por que particionar o território em duas partes? Para criar regras
específicas para cada uma delas. Óbvio que as regras na zona primária são
muito mais rigorosas do que as regras da zona secundária.
A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados. Ela tem esse nome porque é o primeiro ponto do território
aduaneiro “tocado” pelas mercadorias, pessoas e veículos, como vemos no
artigo 8o do RA:
Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas
as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil; e
II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da
Receita Federal do Brasil.

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Observação: a zona primária também tem a característica de ser o ponto


de saída do país.
Como vemos, a única exceção expressamente prevista no Regulamento
Aduaneiro em relação à entrada e à saída de bens pela zona primária consta no
inciso I acima e se refere, por exemplo, ao gás boliviano trazido pelo gasoduto
Brasil-Bolívia e à energia elétrica produzida do lado paraguaio da usina de
Itaipu. Tais bens entram no Brasil, respectivamente, por meio de dutos e linhas
de transmissão, não sendo descarregados na zona primária para fins de
conferência. Isso não quer dizer que tais bens não sejam conferidos, mas o são
por meio de controles específicos definidos pela Receita Federal e que não nos
interessam aqui neste curso. Além da exceção prevista no inciso I anterior, há
duas outras situações previstas no Regulamento.
Em primeiro lugar, por meio do Decreto 8.010/2013, que incluiu o inciso
II no artigo 8º transcrito, o Secretário da Receita Federal passou a ter o
direito de publicar atos normativos para indicar outras situações em que a
entrada poderá ser por zona secundária.
Em segundo lugar, pelo artigo 26, § 2º (que veremos adiante), permite-
se que o titular da unidade aduaneira jurisdicionante autorize, em casos
justificados, que a entrada de veículos se dê pela zona secundária. Por
exemplo, se houver necessidade de um avião procedente do exterior fazer um
pouso de emergência no estado do Rio de Janeiro, o titular da Inspetoria da
Receita Federal no Rio de Janeiro poderá autorizar tal pouso no aeroporto mais
acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão
óbvia. E claro que, se o veículo estiver entrando pela zona secundária, as
mercadorias trazidas por ele também o estarão.
“Rodrigo, quem é o titular da unidade aduaneira jurisdicionante?”
Veremos isso mais adiante, quando tratarmos do “Controle Aduaneiro de
Veículos” e do artigo 26.
Podemos afirmar que todos os aeroportos, portos e fronteiras fazem parte
da zona primária? De jeito nenhum. Por exemplo, o Aeroporto Santos Dumont,
no Rio de Janeiro, não é alfandegado, pois opera apenas com voos domésticos.
Uma assertiva da Esaf poderia ser, por exemplo: “Os aeroportos fazem
parte da zona primária.” Isto está INCORRETO. Nem todo aeroporto faz parte
da zona primária, mas só os alfandegados.
Da mesma forma, existem portos e pontos de fronteira não alfandegados.

Na prova de AFRFB/2014, a questão discursiva pediu para que o


concursando discorresse sobre território aduaneiro e jurisdição aduaneira:
“(AFRFB/2014) Em tempos de globalização, o comércio internacional
adquire importância cada vez maior no cenário econômico mundial.
A administração aduaneira deve se manter constantemente

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atualizada no intuito de não se tornar obstáculo desnecessário ao


comércio lícito, tampouco em incentivo a práticas ilícitas. Partindo
dessa premissa, nos termos da legislação aduaneira, é possível a
atuação do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil além da linha
de fronteira terrestre do Brasil? Justifique e fundamente sua
resposta em um mínimo de 20 (vinte) linhas e em um máximo de
40 (quarenta) linhas, a qual deverá abordar, obrigatoriamente, os
seguintes tópicos:
a) Definição de território aduaneiro; e
b) Abrangência de jurisdição dos serviços aduaneiros.”

Em síntese, a redação deveria mencionar que o território aduaneiro


abrange o território nacional e se divide em zona primária e zona secundária.
Além disso, deveria ser escrito que a jurisdição dos serviços aduaneiros abrange
o território aduaneiro e as Áreas de Controle Integrado (ACI) criadas nas
regiões fronteiriças dos países membros do Mercosul (e da Bolívia) com o
Brasil. A partir daí, a conclusão seria óbvia: é possível sim a atuação do
Auditor-Fiscal além da linha de fronteira terrestre do Brasil, nas citadas ACI.

1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados

Esse Word é bem bobão mesmo. Eu escrevo “alfandegado” e ele fica


dizendo que desconhece a palavra... rs
Quem decide que aeroportos, portos e pontos de fronteiras serão
alfandegados?
Acertou. O seu futuro órgão: a Receita Federal. Como é ela que realiza as
atividades de administração aduaneira, ela define as unidades que serão
contempladas com todo o aparato alfandegário. Às vezes, o alfandegamento é
apenas temporário. Veja o caso, por exemplo, da Rio+20, em 2012. Aqui no
Rio, a Base Aérea de Santa Cruz foi alfandegada temporariamente para a
chegada das cerca de 150 delegações estrangeiras. Nós, da IRF-RJ, fomos
convocados a ir para Santa Cruz receber autoridades do mundo inteiro,
enquanto o pessoal do Galeão recebia outro tantão de gente.
Veja aqui o alfandegamento a título precário:
www.lex.com.br/legis_23451102_ATO_DECLARATORIO_EXECUTIVO
_N_143_DE_13_DE_JUNHO_DE_2012.aspx

Era necessário alfandegar por quê? Para que fosse permitida a entrada de
bens, veículos e pessoas procedentes do exterior ou a ele destinadas. Veja o
artigo 5º. É literal: somente a zona primária está autorizada a receber “coisas”

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que vêm do exterior ou que estão indo para lá (é certo que há exceções, vistas
nas páginas anteriores).
Art. 5º Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão
alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira
competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro:
I – estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a
ele destinados;
II – ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele
destinadas;
III – embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do
exterior ou a ele destinados.

Veja só o seguinte: a entrada tem que ser pela zona primária (com
exceções), mas a fiscalização pode ocorrer em outro local, até mesmo no
estabelecimento do importador. Já perdi a conta de quantas vezes eu conferi
carga no estabelecimento do importador. Imagine, por exemplo, a quantidade
de peças e partes de uma turbina e de um gerador importados para a
instalação de uma usina termelétrica. Para que seja confirmada a correta
classificação do bem, permitimos a saída, sob controle aduaneiro, e a
montagem do bem pelo importador. Em seguida, acompanhamos a montagem,
não pessoalmente, mas por meio de perito credenciado por nós. Ao final da
montagem, o laudo emitido pelo perito contém as fotos de tudo que você possa
imaginar, evidenciando todo o processo de montagem. A partir dele, podemos
concluir se a classificação utilizada pelo importador foi a correta. Enfim, pode-se
verificar o bem no estabelecimento do importador, mas ele deverá ter entrado
no país pela zona primária.

Na parte inicial do Regulamento Aduaneiro, constam ainda informações


acerca de duas outras “zonas” (ô nome feio rs): a “zona de processamento de
exportações” e a “zona de vigilância aduaneira”:
Art. 3º (...)
§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento
de exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária.

Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla


marítima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas
quais a permanência de mercadorias ou a sua circulação e a de
veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências fiscais,
proibições e restrições que forem estabelecidas.

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§ 3o Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade


do Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte
dele fique fora da área demarcada.

Pelo amor de Deus, a zona de processamento de exportações (ZPE) e a


zona de vigilância NÃO fazem parte da zona primária.
Pense na ZPE como uma grande área geográfica delimitada e controlada
pela aduana em que se instalam empresas que se disponham a exportar
muuuito. Conforme a Lei 11.508/2007, as ZPE são criadas em regiões menos
desenvolvidas, “com a finalidade de reduzir desequilíbrios regionais, bem como
fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o
desenvolvimento econômico e social do país.”
Observação: O estudo da ZPE será aprofundado na aula 13, pois é
um dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. Vemos
aqui apenas a noção geral sobre o regime para que entendamos o
artigo 3, § 1º.

Para o governo, é interessante criar tais polos de exportação, pois sua


política de comércio exterior pode ser mais efetiva ao concentrar muitos
exportadores numa mesma região geográfica. É muito melhor para as decisões
de governo em relação, por exemplo, aos investimentos em estradas, portos e
aeroportos. Além disso, a concentração gera benefícios às próprias empresas
em virtude de poderem concentrar na região mão de obra especializada. Isto
gera externalidades positivas, como, por exemplo, a troca de conhecimento
técnico entre as empresas e até entre os funcionários das diferentes empresas.
Para uma empresa ser autorizada a se instalar numa ZPE e ganhar um
monte de benefícios previstos na lei, é necessário que ela assuma o
compromisso de que suas receitas de exportações sejam de, no mínimo, 80%
da receita total. Já que ela ganha um monte de benefícios tributários, o governo
exige tal contrapartida.
Veja só: isso aí pode ser chamado de zona primária? Claro que não. Aí
não pousará avião vindo do exterior. Nem aeroporto existe aí dentro. A ZPE é
um distrito industrial, controlado sim pela aduana, pois as indústrias têm que
cumprir seus compromissos.
Se uma assertiva da prova for: “a zona de processamento de exportações
faz parte da zona primária”, já sabemos o que considerar, né?
Afirmativa INCORRETA. Ela só é considerada zona primária “para efeito de
controle aduaneiro” e não para todos os efeitos. O controle aduaneiro será
muito mais rigoroso, mas não se trata de uma unidade de zona primária, nem
podendo entrar ali veículos do exterior.

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E a zona de vigilância aduaneira (ZVA)?


Bem, essa aí é criada em orla marítima ou na faixa de fronteira, pois são
locais muito propícios à entrada clandestina de mercadorias. Para aumentar a
vigilância sobre as mercadorias aí encontradas, o Ministro da Fazenda cria a
ZVA e impõe mil e uma restrições para tais bens. Assim é mais fácil evitar a
entrada clandestina. Note que a ZVA pode ser criada com restrições não só para
mercadorias, mas também para pessoas, animais e veículos.
Ela é zona primária? NÃO. Muito pelo contrário, né? A ZVA é para evitar
a entrada de bens. Se fosse zona primária, seria para permitir a entrada.
Como consta no § 3º, a ZVA inclui a totalidade do município onde se
encontra a linha de demarcação, ainda que a ZVA ocupe, por exemplo, apenas
1% do território municipal.

1) A zona primária é composta apenas por portos,


aeroportos e pontos de fronteira alfandegados.
Guarde isso! 2) As Zonas de Vigilância Aduaneira (ZVA) e as Zonas
de Processamento de Exportação (ZPE) não fazem
parte da zona primária.
3) Apesar de as ZPE não serem zona primária, elas
são assim consideradas exclusivamente “para efeito
de controle aduaneiro”.
4) Como as Áreas de Controle Integrado (ACI)
instaladas em país vizinho não fazem parte do nosso
território aduaneiro, também não cabe falar que elas
são zona primária.

QUESTÕES

01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada)


a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados
b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a
eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira
alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou
industriais e pelas zonas francas
c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e espaço

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aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira


alfandegados.
e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados,
depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas
francas e áreas de trânsito aduaneiro

Comentários
Zonas de vigilância aduaneira, depósitos alfandegados, entrepostos
aduaneiros, industriais, zonas francas, espaço aéreo, áreas de trânsito
aduaneiro, nada disso faz parte da zona primária.
A zona primária inclui apenas os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados.
Gabarito: letra C.

02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada)


a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço
aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a
área contígua aos pontos de fronteira alfandegados
b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas
fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos
alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União
c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área
descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área
terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos pontos
de fronteira alfandegados
d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos
alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na
hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira
alfandegados desde que situada na faixa de fronteira

Comentários
A zona primária inclui apenas os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados.
Gabarito: letra D.

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1.2.1. Alfandegamento

Comentei antes que o alfandegamento é realizado pela Secretaria da


Receita Federal do Brasil, como dispõe o art. 13, § 6º. Quando se diz “pela
Receita”, está-se dizendo “pelo Secretário da Receita ou por quem dele receber
expressa delegação”.
Atualmente, o alfandegamento está delegado aos Superintendentes
Regionais da Receita Federal. Veja a Portaria RFB nº 3.518/2011:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visa
o=anotado&idAto=36460#773028

Autoridade aduaneira nacional: Secretário da RFB


Guarde isso!
Autoridade aduaneira regional:
Superintendentes Regionais da Receita Federal

Para o alfandegamento, é exigido um monte de coisas pelo Regulamento


Aduaneiro:
Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de
fronteira somente poderá ser efetivado:
I - depois de atendidas as condições de instalação do órgão de
fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensável à segurança
fiscal;
II - se atestada a regularidade fiscal do interessado;
III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e
IV - se o interessado assumir a condição de fiel depositário da
mercadoria sob sua guarda.

Uma vez eu participei de uma vistoria em um local que se pretendia fosse


alfandegado como um “porto seco”. Se não fosse a enorme floresta atrás do
terreno do prédio, talvez o recinto tivesse sido alfandegado. Eu, hein, sai um
bicho (humano) lá do meio...
“Rodrigo, que negócio é esse aí de porto seco?”
A gente vai ver isso já já.

O artigo 13, I, exige que o responsável pelo local que se deseja


alfandegar cumpra algumas condições de instalação da aduana, inclusive para
que ela possa trabalhar com segurança. Mas quais são as exigências efetivas?
O artigo 13-A dispõe que a RFB define os requisitos técnicos e
operacionais para o alfandegamento, tais como a exigência de aparelhos de

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raio-x, balanças, sistemas de vigilância e de controle de ingresso de pessoas.


Em suma, a RFB faz duas coisas: i) define requisitos de cumprimento
obrigatório para que os locais possam ser alfandegados; e ii) faz o
alfandegamento, caso ateste o cumprimento das condições do artigo 13 e dos
requisitos que ela mesmo criou.
Art. 13-A. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil
definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento
dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro,
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias
procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime
aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior,
ou a ele destinados, e remessas postais internacionais.

Se afirmarem que “somente porto, aeroporto e ponto de fronteira são


alfandegados”, o que você diz?
“Mentira.” Existem várias “coisas alfandegáveis” (êta palavra) na zona
secundária. Uma delas são os portos secos, analisados adiante; outra, os silos e
tanques citados a seguir:
Art. 13. (...)
§ 4o Poderão, ainda, ser alfandegados silos ou tanques, para
armazenamento de produtos a granel, localizados em áreas
contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados a
estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares, instaladas em
caráter permanente.

Observação: “área contígua” não é área dentro, mas fora dos portos
alfandegados.

Uma última disposição acerca de alfandegamento é trazida no artigo 14:


Art. 14. Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados pontos
de fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos matriculados
nessas cidades.
§ 1o Os pontos de fronteira de que trata o caput serão
alfandegados pela autoridade aduaneira regional, que poderá fixar
as restrições que julgar convenientes.
§ 2o As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as
cidades fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle
aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a
fronteira.

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Note bem: o alfandegamento é realizado pelo Secretário da Receita


Federal, podendo ser delegado (vimos inclusive que isso foi feito). Porém, no
caso das citadas cidades fronteiriças do art. 14, o Regulamento Aduaneiro já dá
“de cara” o direito de as autoridades regionais alfandegarem aquelas, com a
condição de que somente os veículos da região cruzem a fronteira. Isso é para
evitar ou, pelo menos, diminuir a utilização da fronteira por “sacoleiros”.
Afastam-se aqueles ônibus que vêm lá do “interiorzão”, apinhado de gente com
mala vazia, prontinha para gastar tudo no Paraguai, comprando muita
bugiganga da China e vizinhos. Que alegria me dá quando eu vejo no jornal um
ônibus de muambeiros sendo apreendido. rs

Alfandegar prá quê?


Lembre-se Para permitir a entrada de pessoas, veículos e
disso! mercadorias vindas do exterior ou a ele
destinadas.

1.3. Recintos Alfandegados

O alfandegamento de recintos também é de competência do Secretário da


Receita Federal e foi delegado aos Superintendentes Regionais da RFB (SRRFB).
Tal delegação e as regras do alfandegamento estão previstas na mesma
Portaria RFB 3.518/2011, mencionada antes.

Que recintos alfandegados existem?


Bem, o artigo 9º do Regulamento menciona recintos em zona primária e
em zona secundária. No caso da zona primária, não basta, por exemplo, o
alfandegamento do porto. Tem que mencionar quais recintos dentro do porto
serão autorizados a receber carga para fins de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro:
Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela
autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona
secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle
aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de:
I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas,
inclusive sob regime aduaneiro especial;
II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele
destinados; e
III - remessas postais internacionais.
Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona
primária, recintos destinados à instalação de lojas francas.

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Pode-se dizer que o porto é alfandegado no sentido lato, e somente


alguns recintos são alfandegados no sentido estrito. Afinal, um aeroporto possui
vários recintos: de bagagem de voos internacionais, de bagagem de voos
domésticos, de carga, de remessas postais, de controle de pessoal, de
processos, os estacionamentos, os banheiros... Nem todos são alfandegados.
Não há necessidade, por exemplo, de se alfandegar o setor de voos
domésticos. Afinal, por ali não haverá entrada de mercadoria procedente
diretamente do exterior ou a ele destinada. Uma mercadoria estrangeira até
poderá entrar naquele local, mas ela já terá sido previamente fiscalizada em um
recinto alfandegado pelo qual tenha passado. Da mesma forma, não há
necessidade de se alfandegar o estacionamento do aeroporto nem os banheiros
externos, pois, para que uma mercadoria procedente do exterior chegue a
esses locais, ela já terá passado pelos recintos alfandegados de bagagem, de
carga ou de remessas postais. O setor da Receita Federal no aeroporto que
trata apenas do controle de pessoal, incluindo folha de ponto, não é
alfandegado. O setor que trata da análise de processos de solicitação de
benefícios fiscais também não é alfandegado. O que entra e sai dali são tão
somente processos e não as mercadorias vindas diretamente do exterior.
Portanto, pode-se dizer que o alfandegamento de um aeroporto ocorre no
sentido amplo, mas apenas alguns recintos neste aeroporto sofrem
alfandegamento no sentido estrito. Este pode ser ilustrado como a fiscalização
ostensiva da aduana na “porta do recinto”.

Lembre-se disso! O alfandegamento do recinto impõe uma


fiscalização ostensiva da aduana na
“porta” dele.

Pela redação do artigo 9º, você pode notar que existem recintos
alfandegados também na zona secundária.

“Ué, professor, o alfandegamento não é só na zona primária?”


Não. A entrada de mercadorias ocorre apenas pela zona primária (vimos
que há exceções), mas as mercadorias podem ficar sob controle aduaneiro no
interior do país, nos chamados “portos secos”. Há ainda outros lugares
alfandegados no interior do país, como, por exemplo, os Depósitos
Alfandegados Certificados e os locais de realização das feiras de produtos
estrangeiros (Feira da Providência e Salão do Automóvel, entre outros). Todos
estes casos especiais serão analisados neste curso.

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1.3.1. Portos Secos

O que são os portos secos? São recintos alfandegados instalados no


interior do país, fora de portos e aeroportos, cujos objetivos são desafogar
estas unidades de zona primária e interiorizar o despacho aduaneiro,
levando-o para locais mais próximos aos estabelecimentos dos importadores e
exportadores brasileiros.
Considere que uma das afirmativas da Esaf na prova seja: “Podem existir
portos secos na zona primária.” A afirmativa está certa ou errada? CERTA. O
porto seco pode estar instalado em zona primária, desde que seja em ponto de
fronteira.
A instalação de um porto seco se dá por meio de licitação para que as
pessoas jurídicas selecionadas ofereçam serviço análogo ao que é oferecido pela
Infraero nos aeroportos alfandegados, ou seja, armazenar e oferecer a
estrutura necessária para a conferência das mercadorias pelos órgãos públicos,
dos quais o principal é a Receita Federal, responsável pelo despacho aduaneiro.
Com a escolha do vencedor, este passa a prestar os serviços sob o regime de
permissão (em regra) ou o de concessão precedida da execução de obra
pública.
O regime será de concessão somente se o imóvel de instalação for da
União. Caso contrário, o regime será de permissão.
Art. 12. As operações de movimentação e armazenagem de
mercadorias sob controle aduaneiro, bem como a prestação de
serviços conexos, em porto seco, sujeitam-se ao regime de
concessão ou de permissão.
Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos
serviços referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de
permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em
porto seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que
será adotado o regime de concessão precedida da execução de
obra pública.

Quando criado, o porto no Rio de Janeiro certamente foi dimensionado


para operar até um determinado volume de comércio. Com o passar do tempo,
ficou pequeno diante do incremento do fluxo comercial. As limitações são
físicas. Não há espaço infinito para operação. A criação dos portos secos veio,
entre outras coisas, atender este problema de infraestrutura.
Quer ver outra motivação para a criação de portos secos?
Imagine uma mercadoria importada por uma empresa do estado de
Goiás, mas que entra no Brasil pelo porto do Rio de Janeiro. Se não houvesse
um porto seco no seu estado, o importador teria de se deslocar ao Rio de

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Janeiro, ou contratar um despachante aduaneiro, para apresentar os


documentos à Receita Federal e assistir à verificação da mercadoria por parte
desta. Estas possibilidades poderiam ser inadequadas ao importador, que
perderia tempo e/ou dinheiro que talvez não possuísse. Como a mercadoria já
irá mesmo viajar para Goiás, por que não proceder ao despacho aduaneiro
naquele estado? A criação dos portos secos também veio para atender a esse
interesse dos importadores e exportadores do interior do país.
A definição de portos secos consta no art. 11 do Regulamento Aduaneiro e
veja que eles só não podem existir dentro de portos e aeroportos alfandegados.
Além disso, podem operar nas importações e/ou nas exportações:
Art. 11. Portos Secos são recintos alfandegados de uso público nos
quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle
aduaneiro.
§ 1º Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária
de portos e aeroportos alfandegados.
§ 2o Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga
de importação, de exportação ou ambas, tendo em vista as
necessidades e condições locais.

Antigamente, o porto seco era chamado “estação aduaneira interior”. Nas


provas da ESAF anteriores a 2002, você irá encontrar esta expressão. Saiba
que ela não existe mais.

Quer mais um motivo para a criação de portos secos?


Ao perceber a concentração de importação ou exportação de mercadorias
em uma determinada área geográfica, sem que haja uma unidade aduaneira
em que possam essas mercadorias ser armazenadas e conferidas, um porto
seco pode ser criado para incentivar o comércio exterior, especializando
aquela região em tal atividade.

Que tal mais um motivo?


Outro fator que pode levar à criação de porto seco é a necessidade de
se tratarem cargas especiais. Por exemplo, pode ser percebida a
necessidade de se criar uma estrutura especial para cargas frigorificadas ou
carga viva. Como nos portos e aeroportos não há flexibilidade para os vários
tipos de cargas especiais, o porto seco pode ser uma boa solução.

Com tantos motivos, o governo criou muitos portos secos no nosso


Brasilzão. Ficou curioso em conhecer? Leia então a lista aqui:

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http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-
e-exportacao/recinto-alfandegados/arquivos-e-imagens/relacao-
dos-portos-secos.pdf/view

Meu estado do Rio de Janeiro tem dois portos secos. Já o estado de São
Paulo (SP) possui doze.
Voltando aos portos secos: eles podem ser autorizados a operar com
carga de exportação, de importação ou ambas.

Guarde isso! Existem portos secos na zona primária


(só em ponto de fronteira) e na zona
secundária.

QUESTÕES

03 – (AFRFB/2014) Sobre os regimes aduaneiros no Brasil, é incorreto


afirmar que:
(...)
c) nos portos secos, a execução das operações e a prestação dos serviços
conexos serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os
serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à
União, caso em que será adotado o regime de concessão precedido da execução
de obra pública.
(...)

Comentários
Letra C: correta, conforme RA, art. 12, parágrafo único.
Art. 12. (...)
Parágrafo único. A execução das operações e a prestação dos
serviços referidos no caput serão efetivadas mediante o regime de
permissão, salvo quando os serviços devam ser prestados em porto
seco instalado em imóvel pertencente à União, caso em que será
adotado o regime de concessão precedida da execução de obra
pública.
As demais assertivas desta questão se referem aos regimes aduaneiros
especiais, que serão estudados nas aulas nas aulas 10 a 13.

04 – (IFSC – Professor Administração/Comércio Exterior – 2013) A


entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele
destinados só poderá ocorrer:

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a) em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado.


b) em porto ou aeroporto alfandegado.
c) porto ou ponto de fronteira alfandegado.
d) aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado.
e) em porto alfandegado.

Comentários
Gabarito: letra A, conforme caput do artigo 8º, visto na página 13.

05 – (IFSC – Professor Administração/Comércio Exterior – 2013) Em


relação aos Portos Secos é incorreto afirmar:
a) que são recintos alfandegados de uso público.
b) que são recintos alfandegados nos quais são executadas operações de
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de
bagagem, sob controle aduaneiro.
c) que poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de
exportação ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais.
d) que poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos
alfandegados.
e) que as operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob
controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexo sujeitam-se ao
regime de concessão ou de permissão.

Comentários
Gabarito: letra D. Os portos secos não podem ser instalados em portos ou
aeroportos alfandegados.

06 – (Emgepron – Biorio – 2014) Uma área alfandegada, no caso


brasileiro, significa
a) uma área territorial autorizada pela Secretaria da Receita Federal à guarda
de mercadorias estrangeiras.
b) uma área concedida à Policia Federal para apreensão de mercadorias
estrangeiras ilícitas e não autorizadas a entrar no país.
c) aquela onde se estabelece o despacho de importação.
d) todo o território nacional.

Comentários
Questão direta. Letra A.

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07 – (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro,
excluídos a zona primária e o mar territorial.
( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem
zona primária.
( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V

Comentários
A primeira afirmativa está errada, tendo em vista que o território
aduaneiro compreende todo o território nacional. Este, por sua vez, inclui o
espaço aéreo e as águas territoriais (artigo 3º, inciso II do RA).
A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de processamento de
exportações são tratadas como zona primária somente “para fins de controle
aduaneiro”. (parágrafo 1º do artigo 3º do RA).
A terceira está errada, uma vez que o território aduaneiro somente inclui
o território nacional. Não confundir jurisdição aduaneira com território
aduaneiro. A jurisdição aduaneira se estende para fora do território aduaneiro.
A jurisdição aduaneira inclui as Áreas de Controle Integrado que estiverem em
solo estrangeiro, mas estas não fazem parte do território aduaneiro. Não fosse
este o entendimento, o artigo 3º, § 5º, do RA seria desnecessário, tendo em
vista o caput do art. 3o.
Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o
território aduaneiro e abrange: (...)
§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às
Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos
países integrantes do Mercosul com o Brasil.
Gabarito: letra B.

08 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com
o Brasil.
( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na
fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira.

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( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua


circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências
fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta, como vimos na questão anterior.
A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de vigilância aduaneira
não são criadas em fronteira alfandegada, mas em local não alfandegado para
se aumentar a vigilância daquela região “deserta” (art. 4º, RA).
A terceira afirmativa está correta (art. 4º, RA).
Gabarito: letra C.

09 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira


e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”,
diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus
recintos sejam alfandegados.
( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.
( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, excepcionando-se, por exemplo, a importação e a exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos
Transportes.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta, tendo em vista que um aeroporto
alfandegado pode ter recintos alfandegados e não alfandegados. O aeroporto é
alfandegado no sentido amplo, enquanto os recintos são alfandegados no
sentido estrito. (art. 13, caput e § 1º, do RA).
A segunda afirmativa está correta, como vimos no artigo 9º do
Regulamento Aduaneiro.
A terceira está errada, pois é a RFB quem cria as regras de controle
(parágrafo único do artigo 8º do RA). Pegadinha...
Gabarito: letra D.

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1.4. Administração Aduaneira

A administração aduaneira é tratada nos artigos 15 a 25 do Regulamento


Aduaneiro.
De vez em quando aparece nos jornais a história de que gostariam que a
aduana saísse das mãos da Receita Federal e passasse para o Ministério do
Desenvolvimento ou para um hipotético “Ministério do Comércio Exterior”.
Bem, sem entrar no mérito, pois isso não é discussão que interesse para
o concurso, podemos dizer que, no mínimo, teria que ser feita uma emenda
constitucional. Afinal, o artigo 237 da Constituição Federal (CF/1988) é
taxativo:
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior,
essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão
exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Para completar, o artigo 15 do Regulamento Aduaneiro (RA) dispõe:


Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a
fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à
defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território
aduaneiro.

É interessante ver que o conteúdo programático de Legislação Aduaneira


inclui o tópico 29: “Disposições Constitucionais Relativas à Administração e
Controle sobre Comércio Exterior.”
Quais são tais disposições constitucionais? No seu Word, dê um
“Localizar” na CF/1988, procurando “comércio exterior”. Quantas vezes você vai
encontrar a expressão? Duas. Uma aparece no artigo 22 sobre as competências
da União; outra, no artigo 237. Pronto! Acabamos de estudar o tópico 29 do
edital. Uau! Maravilha. Ah, se todos os tópicos fossem simples assim... rsrs

A legislação também é categórica em outro ponto. A fiscalização dos


tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior são
“supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da Receita Federal”, conforme
o art. 15, par. único, do RA.

Fiscalização Aduaneira

Art. 16. A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em


horários determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos
de fronteira e recintos alfandegados.

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Sempre que eu dou aula sobre este artigo, perguntam algo do tipo:
“Professor, o aeroporto do Galeão é alfandegado. Esse artigo está dizendo
que a aduana pode fiscalizar só em horários determinados ou, pior ainda, só
eventualmente? Quando não houver fiscalização, o sujeito pode fugir com a
carga toda?”
rsrsrsrsrs. Não, meu caro. Não confunda controle aduaneiro com
fiscalização. O controle aduaneiro acontece o tempo inteiro, 24 horas por dia.
A aduana fica de olho aberto o tempo inteiro, monitorando as movimentações
de carga na unidade aduaneira. O que está escrito no artigo 16 é sobre a
fiscalização. Simplificadamente, pense no controle aduaneiro como o trabalho
das câmeras de segurança presentes no recinto alfandegado. E pense na
fiscalização aduaneira como a abertura das cargas, bagagens e remessas
postais.
Está escrito que a FISCALIZAÇÃO pode ser eventual, ou seja, pode
ocorrer sob demanda, sem a manutenção de um aparato aduaneiro. É comum,
por exemplo, naquelas unidades aduaneiras com pouca movimentação de
carga. Quando há necessidade, a aduana é chamada para realizar a
fiscalização. Faço o alerta novamente: o controle aduaneiro acontece 24 horas
por dia, mas a conferência aduaneira só acontecerá quando o dono da carga o
solicitar. Enquanto não o fizer, a mercadoria vai ficando no armazém, sujeita ao
custo da armazenagem...
A FISCALIZAÇÃO também pode ser contínua, seja 24 horas por dia (é o
que acontece, por exemplo, no setor de bagagens, pois os voos internacionais
chegam durante a madrugada também), seja em horários determinados (por
exemplo, em determinado aeroporto pode ficar definido que a fiscalização das
cargas será ininterrupta dentro do horário de 09:00 às 17:00). No caso de
conferência de cargas, não há necessidade de se ficar trabalhando a madrugada
toda. Imagine o Auditor Fiscal conferindo e liberando uma carga de madrugada
aqui na minha cidade do Rio de Janeiro. Os ladrões iriam pegar senha e fazer
fila do lado de fora.
Por curiosidade: os Auditores que trabalham no setor de conferência de
bagagens de voos internacionais fazem regime de plantão (normalmente 24
horas de trabalho com 72 horas de descanso).

Observação: Pelo artigo 70 da Lei 12.815/2013 (“Lei dos Portos”)


institui-se aquilo que é chamado “Porto 24 horas”:
Art. 70. O art. 29 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 29. Os serviços públicos necessários à importação e
exportação deverão ser centralizados pela administração pública em
todos os portos organizados.

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§ 1º Os serviços de que trata o caput serão prestados em horário


corrido e coincidente com a operação de cada porto, em
turnos, inclusive aos domingos e feriados.
§ 2º O horário previsto no § 1º poderá ser reduzido por ato do
Poder Executivo, desde que não haja prejuízo à segurança nacional
e à operação portuária.
............................”

Portanto, especificamente em relação aos portos, já não falamos mais que


a fiscalização “poderá ser ininterrupta”, mas “será em horário coincidente com a
operação de cada porto, inclusive aos domingos e feriados”. Na prática, a
fiscalização passa a ser 24 horas nos portos mais movimentados do país. Veja,
por exemplo, que tal funcionamento já está implantado no Rio de Janeiro, em
Santos, Vitória, Fortaleza, Paranaguá (PR), Suape (PE), Itajaí (SC) e Rio Grande
(RS). Se quiser conferir:
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=21&cid=158655

Guarde isso! 1) A fiscalização aduaneira (não o


controle) pode ser ininterrupta, em
horários determinados, ou eventual.
2) Nos portos, a fiscalização aduaneira
passou a ser “em horário coincidente
com a operação de cada porto”.

A precedência da aduana

Você deve saber que a entrada e a saída de mercadorias e de pessoas no


ou do Brasil é fiscalizada não só pela Receita Federal, mas também pela Polícia
Federal e por alguns órgãos anuentes (são dezessete e serão estudados em
aula futura). Alguns desses anuentes também fazem fiscalização in loco, como,
por exemplo, os fiscais da Anvisa, fiscais agropecuários e até os militares do
Exército.
No entanto, apesar de haver muitas pessoas envolvidas no controle
governamental, a precedência é da Receita Federal, conforme dispõe o artigo
17 do RA:
“Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize
carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de
viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade
aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas
atribuições.”

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Mas o que significa “precedência”?


O RA explica: as demais autoridades são obrigadas a “prestar auxílio
imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando
pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal”. Além disso, é
a RFB quem vai disciplinar a movimentação das pessoas, veículos, unidades de
carga (exemplo típico: container) e mercadorias, naqueles locais listados ali em
cima. Ah! E tudo isso vale também para a zona de vigilância aduaneira, como
prevê o § 2º do artigo.
Veja também que a precedência da aduana inclui “outras áreas” não
alfandegadas em que se autorize, por exemplo, descarga de mercadorias. Aqui
sempre vem a pergunta: “Mas, professor, a descarga não ocorre apenas em
zona primária?”
Resposta: “Em regra, sim, mas vimos, por exemplo, que o gás boliviano
vem por meio de dutos, não sendo descarregado na zona primária. Vimos
também que o avião pode, em emergência, pousar em aeroporto não
alfandegado, gerando aí a descarga dos bens trazidos. Em tais locais de
descarga, não alfandegados, a precedência da aduana também existe.”

Eu já havia dito que o controle da RFB não se limita à fiscalização na zona


primária, né?
Eu, por exemplo, sou AFRFB da zona secundária e toda vez que eu abro
uma fiscalização em cima de uma empresa, já intimo o sujeito a entregar todos
os documentos das operações de importação que ele realizou. A obrigação de
ele manter todos os documentos relativos à importação (ou exportação) e mos
apresentar está prevista no artigo 18 do RA. Além desses documentos, eu
posso intimá-lo a entregar os livros fiscais e quaisquer outros documentos que
eu julgar necessários para a minha fiscalização. Leia isso no art. 19 e veja o
poder que você terá quando for meu colega aqui na RFB (uma das coisas que
mais me alegram é que hoje trabalho diretamente com muitos ex-alunos).
“Mas, professor, quando a empresa se recusa a fornecer os documentos,
o que eu faço?”
Aí, são várias consequências. Por exemplo, se houver cobrança de multa,
elas serão majoradas (art. 725, parágrafo único). Se for o caso de valoração
aduaneira e o sujeito não entregar os documentos instrutivos do despacho
(estudaremos noutra aula o que são), arbitramos a base de cálculo (art. 86, II).
Se a falta de entrega for em relação a outros documentos, afastamos o primeiro
método de valoração (art. 84) (veremos tudo isso em aulas futuras). Essas são
apenas algumas das consequências.
Ah! Faltou dizer: os documentos também podem ser enviados para a RFB
por meio magnético.

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Vários artigos do Regulamento Aduaneiro, relativamente à administração


aduaneira, são cópias do CTN. Você já é fera em Tributário. Então eu não
preciso explicar aquilo que os mestres já explicaram. Só gostaria de chamar sua
atenção para alguns artigos.
Art. 23. A autoridade aduaneira que proceder ou presidir a
qualquer procedimento fiscal lavrará os termos necessários para
que se documente o início do procedimento, na forma da legislação
aplicável, que fixará prazo máximo para a sua conclusão.
§ 1o Os termos a que se refere o caput serão lavrados, sempre que
possível, em um dos livros fiscais exibidos pela pessoa sujeita à
fiscalização.

Esse artigo 23 é importantíssimo para o nosso dia a dia como AFRFB.


Afinal, a partir do momento em que damos ciência do “Termo de Início de Ação
Fiscal”, o contribuinte perde a espontaneidade (Decreto 70.235, art. 7º) e os
eventuais tributos serão cobrados com multa de ofício (Lei 9.430/1996, art.
44), como aprendemos no Direito Tributário.
Pelo artigo 24, vemos que a RFB pode chamar a polícia (ou a força
pública, no sentido mais amplo) para dar apoio às suas fiscalizações. Veja,
porém, que aqui não se fala de “precedência”, específica para os locais
indicados no artigo 17, visto anteriormente.
Art. 24. No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira
terá livre acesso:
I - a quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas
ou não; e
II - aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. Para o desempenho das atribuições referidas no
caput, a autoridade aduaneira poderá requisitar papéis, livros e
outros documentos, bem como o apoio de força pública federal,
estadual ou municipal, quando julgar necessário.

Guarde isso! A precedência da aduana existe nos


locais indicados no artigo 17. Significa
que a aduana é quem “manda” dentro
daqueles locais, disciplinando a
movimentação de pessoas e bens. Além
disso, as demais autoridades estão
obrigadas a atender imediatamente à
solicitação da aduana.

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No caso do artigo 24, a aduana não é “a”


autoridade “disciplinadora”, encontrando-
se em pé de igualdade com as demais,
cada uma dentro de sua área de
competência.

Por fim, como a RFB é um órgão do Ministério da Fazenda, cabe a este a


definição das competências, jurisdições e estrutura da nossa querida aduana.

QUESTÕES

10 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e


pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e
administração aduaneira, é incorreto afirmar que: (adaptada)
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional.
b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado
atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área
demarcada.
c) com exceções da importação e exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras
de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e
de outros casos estabelecidos pela RFB, somente nos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são
executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro
de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.
e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados,
ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados.

Comentários
Questão fácil.
A letra A está correta. Vimos o artigo 2º do RA.
A letra B é o gabarito. Vimos que a zona de vigilância aduaneira é criada
em faixas de fronteira ou em orla marítima. Obviamente, não vai englobar todo
o Estado de Mato Grosso, do Acre ou do Rio de Janeiro, pois senão o controle
não seria concentrado, e geraria perda de objetividade. Vimos que, no artigo
4º, § 3º, a menção é feita à “totalidade do município”, não à “totalidade do
Estado”.

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A letra C foi adaptada para permanecer correta. Sua redação original era:
(redação anterior) c) com exceção da importação e exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos,
ligados ao exterior, observadas as regras de controle estabelecidas
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), somente nos
portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas.

A letra C estava inteiramente de acordo com o artigo 8º do RA, antes da


modificação que este sofreu com o Decreto 8.010/2013.
(redação antiga) Art. 8º Somente nos portos, aeroportos e pontos
de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica à importação e à
exportação de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou
por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras de controle
estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Como vimos, o artigo 8º passou a ter a seguinte redação no parágrafo


único:
(nova redação) Art. 8º. (...)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: (Redação dada
pelo Decreto nº 8.010, de 16 de maio de 2013)
I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas
as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil; e
II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria da
Receita Federal do Brasil.

Em suma, a única modificação no artigo 8º e na assertiva da questão foi a


inclusão da hipótese prevista no inciso II. Logo, para que a opção C continue a
ser considerada correta, foi necessário adaptá-la para incluir os “outros casos
estabelecidos pela RFB”, como foi feito.

A letra D está correta. Vimos o artigo 11 do RA.


A letra E está correta. Vimos o artigo 16 do RA.

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11 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é


incorreto afirmar que:
a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350, de
20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local ou
recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no
art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação
fiscal para fins penais, quando for o caso.
b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL
com o Brasil.
c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de
Vigilância Aduaneira.
d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e
aeroportos alfandegados.
e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho
de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona
secundária.

Comentários
Quando você pega uma opção muito louca como a letra A, o que você tem
que fazer? Pulá-la sem perda de tempo. Se o concursando tiver feito isso, ele
terá “matado” a questão de forma muito tranquila, como poderemos ver agora.
Letra B: correta. Como vimos, é literal do artigo 3º, § 5º do RA.
Letra C: correta. Como vimos, é literal do artigo 4º do RA.
Letra D: correta. Literal do artigo 11, § 1º do RA.
Letra E: evidentemente incorreta. Para efeito de controle aduaneiro, as
ZPE são consideradas zona primária (art. 3º, § 1º, RA).
Gabarito: letra E.

Vamos agora voltar à letra A só por curiosidade, pois as alternativas


loucas e hiperespecíficas cobradas em um concurso não merecem ser estudadas
por aqueles que visam ao próximo concurso. Afinal, tais alternativas são
inseridas pelas bancas examinadoras não com o intuito de medir um
conhecimento impossível, mas para verificar se o concursando tem o
discernimento de “pular” as questões impossíveis. Você não acha impossível ter
que decorar qual é a multa prevista no artigo X da Lei Y? E ter que saber quais
são as sanções previstas no artigo W da mesma lei e a relação entre a multa e
as sanções? Eu sou AFRFB aduaneiro há vinte anos e, quando eu vi a letra A
pela primeira vez, achei que estavam cobrando “grego” na prova e logo a
pulei... rs

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Quem se desesperou ao ler a letra A perdeu os pontos de uma questão


ridiculamente fácil. Não há dica mais batida e certeira do que essa: “Pule as
questões (ou as assertivas) difíceis. Faça as questões fáceis primeiro.” Quem
seguiu tal sugestão, ignorou a letra A e ganhou pontos muito fáceis.
Só para deixar registrado: a letra A é literal do parágrafo único do artigo
38 da Lei 12.350/2010. É um caso hiperespecífico de multa sobre as empresas
que exploram recintos alfandegados. É detalhe do detalhe do detalhe. Não
perca tempo tentando decorar isso.

12 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro


a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira
terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde
possam:
a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar,
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;
b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes
procedentes do exterior ou a ele destinados;
c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas
operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;
d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas
operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior;
embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior.

Comentários
Questão literal do artigo 5º do RA. Gabarito: letra A.

13 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida


atualmente, compreende:
a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira;
b) a zona primária e a zona secundária;

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c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o


restante do território nacional;
d) os enclaves e os exclaves aduaneiros;
e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira.

Comentários
Questão literal do artigo 3º do RA. Letra B.

14 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta:


a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária.
b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências Regionais
da Receita Federal.
c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária.
d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou
temporário.
e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro.

Comentários
Letra A: correta, como vimos. Só é considerada zona primária “para efeito
de controle aduaneiro”, não para todos os efeitos.
Letra B: correta, pois houve a delegação de competência.
Letra C: falsa. Podem se situar na zona secundária.
Letra D: correta, como vimos no caso da Base Aérea de Santa Cruz.
Letra E: correta. A jurisdição inclui as Áreas de Controle Integrado
situadas nos países do Mercosul e na Bolívia.

15 – (Inédita) Assinale a alternativa correta:


a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento do
importador, ela requeira a ajuda policial.
b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo
Superintendente Regional da Receita Federal.
c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.
d) Os portos secos não podem ser encontrados na zona primária.
e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual.

Comentários
Letra A: falsa. A precedência da aduana é só na zona primária e em
alguns outros locais indicados no art. 17 do RA. Pegadinha...
Letra B: falsa. A ZVA não é alfandegada.

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Letra C: correta. Apesar de haver exceções, tal afirmativa é literal do art.


8º do RA. A ESAF não aceita recurso contra questões literais, ou seja, contra a
literalidade não se briga...
Letra D: falsa. Podem ser encontrados em pontos de fronteira.
Letra E: falsa. A fiscalização, não o controle, pode ser ininterrupto ou
eventual. Pegadinha...

16 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira


e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos
alfandegados.
( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos
de fronteira alfandegados.
( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou
embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele
destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta (caput do artigo 16 do RA). A segunda
está errada, pois a fiscalização poderá ser eventual. (caput do artigo 16 do RA).
A terceira afirmativa está correta e evidencia a precedência da autoridade
aduaneira também na zona secundária, nas “outras áreas” citadas no artigo 17
do RA: “Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e
descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem
precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.”
Vimos o exemplo do avião em pouso de emergência que vai ser
descarregado em recinto não alfandegado. A precedência da aduana também
existe aí.
Gabarito: letra C.

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2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS

Esta parte do edital está nos artigos 26 a 68 do Regulamento Aduaneiro.


Antes mesmo de controlar as mercadorias que entram no país, a aduana
controla os veículos. E já sabemos que os veículos entram pela zona primária.
No entanto, em casos especiais, a Receita Federal pode, por
exemplo, permitir a entrada por local não alfandegado. Como escrevi
antes, é fácil perceber que, havendo necessidade de um avião fazer um pouso
de emergência, será com certeza autorizado a pousar no aeroporto mais
acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão
óbvia.
Art. 26. A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior
ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto
de fronteira alfandegado.
§ 1o O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu
ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será
estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo,
inclusive a bagagens de viajantes.
§ 2o O titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá
autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou
ponto de fronteira não alfandegado, em casos justificados, e sem
prejuízo do disposto no § 1o.

As unidades aduaneiras se dividem nas unidades de zona primária


(alfândegas nos portos e aeroportos e inspetorias nas fronteiras) e nas
unidades de zona secundária (inspetorias). Quando o volume de comércio
exterior em uma região não justifica a criação de uma unidade aduaneira, a
fiscalização aduaneira é acumulada pela Delegacia da Receita Federal, que, em
tese, deveria tratar apenas de tributos internos.
Quando o Regulamento Aduaneiro diz “unidade jurisdicionante” está se
referindo à unidade de zona secundária, responsável pelo município onde a
empresa se encontra estabelecida (excepcionalmente, a unidade de zona
primária pode também acumular as funções de fiscalização externa, como
ocorre com a unidade do Porto de Vitória, onde o Missagia é lotado). A unidade
jurisdicionante do município do Rio de Janeiro é a “Inspetoria da Receita Federal
no Rio de Janeiro”, onde eu, Rodrigo, sou lotado. O trabalho da unidade
jurisdicionante é fiscalizar as empresas em seus estabelecimentos. As
inspetorias têm a mobilidade para ir às empresas. Já o trabalho das unidades
de zona primária é, em regra, somente fiscalizar as mercadorias que se
apresentam na própria unidade aduaneira.

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Conforme o artigo 26, o controle aduaneiro do veículo será exercido desde


o ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a
mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a bagagens de
viajantes.
Será estendido também a peças sobressalentes e consumo de bordo
(bebidas, comidas, guardanapos e tudo que se destinar a consumo durante a
viagem). Evita-se assim o comércio clandestino desses bens. (art. 37)
O controle também se estende às unidades de carga, como os containers.
(art. 39)
Quando o veículo (avião ou navio, por exemplo) chega, ele fica sendo
monitorado no pátio do aeroporto ou na região do porto, até o momento em
que ele efetivamente vai ser fiscalizado. Não pode um avião, um navio ou
qualquer outro veículo, já fiscalizado, “encostar” no veículo que acabou de
chegar. Imagine se isso fosse possível. Toda a “muamba” ia ser transferida para
aquele veículo que já passou pela fiscalização. É para evitar o transbordo, ou
seja, a transferência direta entre veículos que o artigo 28 proíbe que o veículo
chegado se coloque perto de outro já fiscalizado. Claro que esta regra admite
exceções:
Art. 28. É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas
proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a
ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou
mercadoria, sem observância das normas de controle aduaneiro.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição prevista no caput os
veículos:
I - de guerra, salvo se utilizados no transporte comercial;
II - das repartições públicas, em serviço;
III - autorizados para utilização em operações portuárias ou
aeroportuárias, inclusive de transporte de passageiros e tripulantes;
e
IV - que estejam prestando ou recebendo socorro.

Veja que não é todo veículo de guerra que pode encostar nos demais
veículos. Nem é todo veículo de repartição pública, mas apenas os que
estiverem em serviço. E o exemplo das ambulâncias? Bem, estas só podem
chegar perto de outros veículos se estiverem efetivamente prestando socorro.

O controle aduaneiro não se restringe à zona primária. O veículo pode ser


acompanhado pela RFB inclusive durante sua movimentação pelo território
aduaneiro. É o que diz o artigo 30:

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Art. 30. Quando conveniente aos interesses da Fazenda Nacional,


poderá ser determinado, pela autoridade aduaneira, o
acompanhamento fiscal de veículo pelo território aduaneiro.

É literal: o controle aduaneiro do


Guarde isso! veículo é exercido desde seu ingresso no
território até sua efetiva saída.
Já o acompanhamento fiscal ocorre só
em casos especiais.

Prestação de Informações pelo Transportador

De acordo com o artigo 31 do RA, o transportador deve informar à RFB a


sua chegada e as cargas que está trazendo. No caso de transporte por via
marítima, o transportador tem que informar as cargas que está trazendo, com
antecedência de 48 horas, em regra. É o que dispõe a IN RFB 800/2007, que
criou o SISCOMEX Carga.
Para o controle da carga aéreo e terrestre, a IN SRF 102/94 criou o
MANTRA – Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do
Armazenamento. O MANTRA é parte do Siscomex – Sistema Integrado de
Comércio Exterior, que veremos em aula futura. Consta na norma que o
transportador tem que informar os dados da carga “previamente à chegada”,
mas pode haver complementação em até duas horas após a chegada.
Como são declaradas as cargas nos sistemas?
Bem, para explicar isso temos que falar do conhecimento de carga, que
é um dos documentos instrutivos do despacho aduaneiro, os quais serão
estudados na aula 07.

Guarde isso! O conhecimento de carga também é


chamado conhecimento de embarque, de
frete ou de transporte.

Toda vez que o exportador entrega carga para o transportador, recebe


deste um documento que formaliza o contrato de transporte. É o chamado
conhecimento de carga. De uma forma simplificada, podemos pensar no
conhecimento como o contrato de transporte. Para facilitar o comércio mundial,
foi criada uma regra de formação para os números dos conhecimentos de tal
forma que nunca haverá dois conhecimentos com o mesmo número. No caso do
transporte aéreo, são 11 dígitos, sendo que os 3 primeiros correspondem à

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companhia aérea (por exemplo, 001 -> American Airlines, 957 -> TAM). Os
números dos conhecimentos são, portanto, o “CPF das cargas”.
A principal característica do conhecimento de carga, estudado
futuramente, é o fato de constituir “prova de posse ou propriedade da
mercadoria”. Aquele que tem um conhecimento de carga em seu nome pode
exigir a mercadoria do emissor do conhecimento. Se quiser entrar na Justiça,
comprovará ser o proprietário dos bens, com a simples apresentação do
conhecimento de carga com seu nome. O conhecimento é um título de crédito.
Art. 554. O conhecimento de carga original, ou documento de
efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da
mercadoria.

O RA define que também os agentes de carga e os operadores portuários


devem prestar as informações no sistema:
Art. 31. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as
informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a
chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado.
§ 1o Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso,
comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de pequenos
volumes de fácil extravio.
§ 2o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que,
em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de
mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços
conexos, e o operador portuário também devem prestar as
informações sobre as operações que executem e as respectivas
cargas.

Simplificadamente, podemos visualizar o operador portuário como aquele


que administra o porto. Por exemplo, o operador portuário presta os serviços de
descarga dos contêineres do navio para o cais e armazena, mediante
remuneração, os contêineres dentro de seus armazéns no porto.
E quem são os agentes de carga? São pessoas jurídicas que prestam
serviços no transporte marítimo e no aéreo. Vejamos.
No transporte marítimo, a empresa que presta o serviço de transporte é
chamada armador. Os navios com os quais ele opera são, normalmente, porta-
contêineres, ou seja, navios projetados para transporte exclusivo de
contêineres. Desta forma, ele prefere receber a carga já conteinerizada.
Quando o exportador brasileiro tem uma carga tão volumosa que enche
um contêiner, o armador (feliz da vida) o disponibiliza para o exportador e,
posteriormente, o recolhe para o transporte.

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Quando o exportador brasileiro tem uma carga pequena para transporte,


o armador (triste da vida) normalmente se recusa a receber, pois passaria a ter
o ônus de armazenar esta carga até que outras se juntassem a ela e
enchessem um contêiner. Embarcar um contêiner com pouca carga é prejuízo
para o armador e é natural entender que ele não tem interesse em ficar
mantendo armazéns espalhados no mundo inteiro, pois este não é seu objeto
social. Para o próprio exportador, esta opção é ruim, pois poderia se passar
muito tempo até que se enchesse o contêiner.
Nesta situação de cargas pequenas, surge a oportunidade de negócio para
os chamados agentes de carga (consolidadores de carga). Estes recebem as
cargas que os armadores rejeitam. Enchem o contêiner e entregam-no ao
armador. A existência dos consolidadores de carga gera, para os exportadores,
a certeza do embarque em um prazo relativamente curto, pois os
consolidadores mantêm contratos com os armadores pelos quais fica reservado
o espaço para o contêiner daqueles em prazos regulares, independentemente
de haver muita ou pouca carga conteinerizada. Para os armadores, o benefício é
a geração de renda pelos serviços que prestarão. E, para os próprios
consolidadores, a renda provém de sua forma de funcionamento: compram o
espaço do armador no atacado e vendem no varejo aos exportadores.
Os consolidadores de carga também são chamados de unitizadores, pois
recebem cargas soltas e colocam-nas em unidades de carga, como o contêiner.
Desunitizar é sinônimo de desconsolidar e desovar, e significa esvaziar a
unidade de carga.
No transporte marítimo, os consolidadores de carga recebem o nome de
NVOCC (Non-Vessel Owning Common Carrier – Transportador Comum Não
Proprietário de Navio). No transporte aéreo, recebem o nome de agente de
carga IATA (International Air Transport Association – Associação de Transporte
Aéreo Internacional).

Manifesto de Carga

Caso um transportador receba mercadorias de 300 diferentes


exportadores, terão sido emitidos 300 conhecimentos de carga. Cada
conhecimento de carga representa um contrato de transporte.
Quando o transportador encerra o recebimento de cargas para uma
determinada partida, preenche o manifesto de carga, que nada mais é que a
relação de todos os conhecimentos de carga emitidos para aquela viagem. Na
chegada ao Brasil, o manifesto deve ser entregue à Receita Federal, como
disposto no Regulamento Aduaneiro (RA):
Art. 42. O responsável pelo veículo apresentará à autoridade
aduaneira, na forma e no momento estabelecidos em ato normativo

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da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o manifesto de carga,


com cópia dos conhecimentos correspondentes, e a lista de
sobressalentes e provisões de bordo.

O manifesto possui um cabeçalho, com algumas informações gerais, como


a identificação do veículo e sua nacionalidade, e também as principais
informações de cada conhecimento de carga. O art. 44 do RA assim dispõe:
Art. 44. O manifesto de carga conterá:
I – a identificação do veículo e sua nacionalidade;
II – o local de embarque e o de destino das cargas;
III – o número de cada conhecimento;
IV – a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos
volumes;
V – a natureza das mercadorias;
VI – o consignatário de cada partida;
VII – a data do seu encerramento; e
VIII – o nome e a assinatura do responsável pelo veículo.

Guarde isso! No manifesto de carga, consta a


descrição da carga (por exemplo, “5
caixas de madeira, dizendo conter
sapatos. Peso: 50 kg.”). Não há uma
descrição detalhada da mercadoria,
mas apenas a indicação de sua natureza.
Afinal, o transportador não é obrigado a
saber o que há dentro das caixas que vai
transportar.

Note que o transportador pode, na mesma viagem, trazer vários


manifestos, pois estes são individualizados considerando-se o local de
embarque e o de destino das mercadorias. Por exemplo, no mesmo porto no
exterior, se tiver recebido carga para entregar no porto de Santos e outra para
entregar no porto do Rio de Janeiro, haverá dois manifestos. Um para cada
ponto de descarga.
E, se em um porto italiano, recebeu carga para trazer para o Rio de
Janeiro, e, em porto espanhol, recebeu outra carga também para o Rio de
Janeiro, haverá dois manifestos a serem entregues no porto brasileiro,
conforme se depreende do inciso II acima.
No caso de divergência entre o manifesto e o conhecimento, prevalecerá
este, podendo a correção daquele ser feita de ofício (art. 47). Isto porque o

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manifesto é uma lista com dados copiados dos conhecimentos, né? Claro que
prevalece a fonte primária das informações.
Além da correção de ofício, é claro que a legislação permite a correção a
pedido. Dispõe o RA:
Art. 48. Se objeto de conhecimento regularmente emitido, a
omissão de volume em manifesto de carga poderá ser suprida
mediante a apresentação da mercadoria sob declaração escrita do
responsável pelo veículo, anteriormente ao conhecimento da
irregularidade pela autoridade aduaneira.

Se não tiver havido o pedido de correção, mas for detectada a infração


pela RFB, há algumas penalidades, que serão identificadas no procedimento de
Conferência Final de Manifesto, que a gente vê mais adiante.
E se o sujeito não entregar manifesto nenhum?
Art. 43. (...)
Parágrafo único. A não-apresentação de manifesto ou declaração
de efeito equivalente, em relação a qualquer ponto de escala no
exterior, será considerada declaração negativa de carga.

Se a RFB descobre carga no veículo, o transportador estará sujeito a


penalidades (vamos deixar isso para a aula de Infrações e Penalidades?)

1) A falta de apresentação de manifesto


Guarde isso! é considerada “declaração negativa de
carga”.
2) O manifesto é uma relação dos
conhecimentos de carga.

QUESTÕES

17 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto


afirmar que:
a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado.
b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do
importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou
desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também
devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas
cargas.

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c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente,


constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.
d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será
registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito
equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua
nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de
cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos
volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a data
do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo veículo.
e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de
carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto
ser feita de ofício.

Comentários
Questão fácil.
A questão se torna muito fácil em virtude do erro evidente na letra A, que
é o gabarito. Vimos que, se um avião, por exemplo, precisar fazer um pouso de
emergência, ele será autorizado a isso, ainda que o aeroporto não seja
alfandegado. Logo, é incorreto afirmar que a entrada e a saída não podem
ocorrer por local não alfandegado.
Letra B: correta, conforme vimos no art. 31, § 2º do RA.
Letra C: correta. Questão literal do artigo 554 do RA. É questão muito
recorrente nas provas anteriores, como veremos na aula de despacho
aduaneiro.
Letra D: correta. Abordamos a obrigatoriedade do manifesto de carga e a
lista de elementos que o compõem (artigo 44 do RA).
Letra E: correta. Tratamos também do caso de divergência e de
prevalência do conhecimento de carga. Vimos ainda a questão da correção de
ofício, prevista no artigo 47 do RA.

18 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de


documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no
exterior:
a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga,
descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização;
b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no
local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser
apurados;
c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças quanto
a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos
manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador;

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d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização;


e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável
pelo veículo aos efeitos daí decorrentes.

Comentários
Questão literal do art. 43 do RA. Gabarito: letra E.

19 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao


veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por
qualquer via deverá estar registrada: (adaptada)
a) nas cópias dos conhecimentos de carga;
b) no manifesto de carga ou documento equivalente;
c) nas licenças de importação correspondentes;
d) nos originais das faturas comerciais;
e) nos certificados de origem das mercadorias.

Comentários
Claro que a mercadoria tem que estar descrita na fatura comercial, nos
certificados de origem (atestam a origem da mercadoria para fruição de algum
benefício fiscal ou para confirmar que não está vindo de um país cujas
importações seriam objeto de cobrança de valores) e nas licenças de
importação (entre muitos exemplos, se for remédio importado, tem que ter a
licença de importação obtida da Anvisa; se for animal vivo, precisa de licença
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
A questão, no entanto, pergunta “em relação ao veículo transportador”.
Logo, tem que se ver qual é o documento do veículo transportador, o
documento que cabe à transportadora entregar à RFB. O conhecimento de
carga é emitido pelo transportador, mas pertence ao importador, que o irá
entregar à RFB. Já o manifesto é o documento do transportador.
Gabarito: letra B.

20 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma


companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma mercadoria
a ser exportada, suas características, as condições de transporte e os
compromissos quanto à entrega da mesma ao destinatário legal,
denomina-se:
a) contrato de agente internacional;
b) contrato de compra e venda internacional;
c) conhecimento de embarque;
d) contrato de afretamento;
e) certificado de contagem.

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Comentários
Questão direta. Gabarito: letra C.

21 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde


que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente,
a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do
conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de correção
do manifesto.
b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo
responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da
autoridade aduaneira.
c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga
complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga.
d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle
aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer
circunstância.
e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do
responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade
pela autoridade aduaneira.

Comentários
Questão literal do Regulamento Aduaneiro, art. 48, como vimos.
Gabarito: letra E.

Descarga e Custódia

Depois de informados os dados, o veículo vai chegar, né?


Depois disso, a descarga somente poderá começar depois de o
transportador ter prestado as informações sobre a carga e sobre a chegada do
veículo.
Art. 32 (...)
Parágrafo único. As operações de carga, descarga ou transbordo
em embarcações procedentes do exterior somente poderão ser
executadas depois de prestadas as informações referidas no art.
31.

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A descarga do veículo somente pode


GUARDE ISSO! ocorrer depois de prestadas todas as
informações das cargas pelo transportador.

No caso de transporte aéreo, o funcionário da Infraero (ou da


concessionária, já que foi quebrado o monopólio da Infraero em 2012...) vai
estar lá embaixo do avião para receber as cargas e as levar para o armazém.
Na entrada neste, é realizado no sistema o registro do armazenamento,
sendo acionado o “taxímetro” do depositário (Infraero ou concessionária) para
posterior pagamento das diárias por parte do importador.
Em situações excepcionais, quando o sistema informatizado de controle
do armazenamento, o chamado “Mantra - Sistema Integrado de Gerência do
Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento”, estiver inativo, será exigido o
preenchimento do registro de descarga (preenchimento de uma Folha de
Controle de Carga), como vemos na redação da IN SRF 102/1994:
"Art. 1º O controle de cargas aéreas procedentes do exterior e de
cargas em trânsito pelo território aduaneiro será processado através
do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do
Armazenamento - MANTRA e terá por base os procedimentos
estabelecidos por este Ato.
§ 1° O MANTRA constitui parte do Sistema Integrado de Comércio
Exterior - SISCOMEX instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de
setembro de 1992.
§ 2° A manifestação de carga referida no art. 6º, bem como o
registro de armazenamento efetivado pelo depositário e o
correspondente visto dessa armazenagem realizado pela fiscalização
aduaneira, cumulativamente, desobrigam a utilização da Folha de
Controle de Carga - FCC de que trata o item 1 da Instrução
Normativa SRF nº 63, de 22 de junho de 1984.
§ 3° Nos casos de inatividade do Sistema, o controle de cargas
terá por base a citada FCC e será lavrado termo de entrada no
momento da chegada de veículo, quer esteja ou não transportando
carga.
(...)"

No Regulamento Aduaneiro mais antigo (Decreto 91.030/1985), dizia-se


que a descarga somente ocorreria após a formalização da entrada do veículo no
país. E esta só ocorreria após a visita aduaneira. A chamada “visita aduaneira”
foi extinta e a emissão do termo de entrada passou a ser realizada na forma
prevista na legislação. Por exemplo, a IN RFB 1.473, de junho de 2014, dispõe
que o transportador informa no Siscomex Carga a atracação do navio no porto.

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E o registro da atracação equivale à emissão do termo de entrada. Note,


neste caso, que o termo de entrada continua existindo, mas sua emissão
independe da intervenção da aduana.

Se, no ato da descarga, for detectada alguma avaria sobre o volume,


deve ser feita a anotação para eventual imputação de responsabilidades:
Art. 63. A mercadoria descarregada de veículo procedente do
exterior será registrada pelo transportador, ou seu representante, e
pelo depositário, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil.
§ 1º O volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado,
com diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer
modo avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-
se, ato contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo
depositário.
§ 2º A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de
cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do
recinto alfandegado, inclusive nos casos de extravio ou avaria.

Conferência Final de Manifesto

Descarregados os bens, pode ter havido uma das três situações:


- volumes efetivamente chegados coincidem com os previstos para
chegar;
- volumes efetivamente chegados EXCEDEM o que era previsto; e
- volumes efetivamente chegados VIERAM EM QUANTIDADE MENOR do
que a prevista.

Essa comparação entre o que chegou e o que consta no manifesto é o que


se chama Conferência Final de Manifesto.
Art. 53. O manifesto será submetido à conferência final para
apuração da responsabilidade por eventuais diferenças quanto a
extravio ou a acréscimo de mercadoria.

O conceito exato da Conferência está lá no artigo 658 do RA:


Art. 658. A conferência final do manifesto de carga destina-se a
constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria
entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto
com os registros, informatizados ou não, de descarga ou
armazenamento. (NR dada pelo Decreto 8.010/2013).

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Obviamente que, se houver divergência, o transportador será


responsabilizado, conforme dispõe o artigo 661, parágrafo único. Dele serão
cobrados os tributos se extraviar a carga.
“Rodrigo, ele vai pagar imposto sobre mercadorias extraviadas?”
Não, ele vai pagar mais do que imposto. Ele vai pagar TODOS os
tributos incidentes na importação. Conforme a gente vai estudar nas próximas
quatro aulas, a mercadoria extraviada sofre a cobrança de tributos (RA, art. 73,
II, c; RA, art. 238, § 1º; Lei 10.865/2004, art. 3º), cabendo ao importador a
restituição dos tributos, caso já os tenha pago (RA, art. 110, II).

Uma última observação é em relação ao termo “mercadoria” no conceito


de Conferência Final. Note que o art. 658 faz menção a extravio ou acréscimo
de volume ou de mercadoria. Volumes são caixas, sacos, tonéis, enfim aquilo
que é usado para acondicionar bens para transporte. E as mercadorias são o
conteúdo dos volumes.
Em tese, a conferência final de manifesto deveria detectar apenas
extravio ou acréscimo de volumes, não de mercadorias. Afinal, para preencher
o conhecimento de carga e, posteriormente, o manifesto de carga, o
transportador, em regra, não abre as caixas para ver quais ou quantas
mercadorias irá transportar. Ele tão somente conta e pesa os volumes e cobra o
frete considerando seu número ou o peso. Como vimos, não é exigida no
manifesto de carga a informação da quantidade de mercadorias, mas apenas a
sua espécie (natureza).
Também na descarga do avião ou na armazenagem das caixas junto ao
depositário não se conhece ainda o número de mercadorias efetivamente
chegadas, pois as caixas não são abertas na pista do aeroporto para a
contagem dos bens. Quando for realizada, esta contagem o será pela Receita
Federal sobre a mercadoria já armazenada no terminal do depositário (Infraero
ou concessionária). Portanto, a comparação que se consegue fazer entre o
manifesto e os registros de descarga ou de armazenamento é sobre os volumes
que chegaram e os que deveriam ter chegado. Então, por que motivo o art. 658
se refere à conferência final de manifesto em relação a mercadorias?
Caríssimo(a), existem situações em que as mercadorias foram importadas
sem que fossem colocadas dentro de volumes. Por exemplo, quando um carro é
importado, ele não vem dentro de um volume. Da mesma forma, as
mercadorias importadas a granel não vêm avolumadas. São importados nos
porões dos navios. Nestes casos, a conferência final de manifesto opera sobre
as próprias mercadorias.

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1) A Conferência Final de Manifesto


Guarde isso! destina-se a constatar extravio OU
acréscimo de volume OU mercadoria.

2) Na Conferência Final de Manifesto,


compara-se o manifesto de carga com os
registros de descarga ou de
armazenamento.

Atenção para o conceito antigo da conferência final de manifesto

A redação anterior do artigo 658 não indicava a possibilidade de se fazer


a comparação do manifesto com os registros de armazenamento, mas apenas
com os registros de descarga (veja abaixo). Acho importantíssimo evidenciar
esta alteração ocorrida em 2013, pois a ESAF ama pedir na prova as
modificações mais recentes da legislação e também porque há muitas questões
passadas usando o conceito antigo (aqui no curso, adaptei as questões para a
nova redação):
(REDAÇÃO ANTIGA!!!! NÃO GUARDE!!!) Art. 658. A conferência
final do manifesto de carga destina-se a constatar extravio ou
acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território
aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de
descarga.

QUESTÕES

22 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou


transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser
executadas: (adaptada)
a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de
fiscalização e efetivo controle das mercadorias;
b) depois de formalizada a sua entrada no porto, aeroporto ou repartição
jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado;
c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de
fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso
controle aduaneiro;
d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária
para fim de controle de doenças e pragas;

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e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na


repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado.

Comentários
À época da prova, a letra B mencionava “depois de formalizada, pela
autoridade aduaneira, a sua entrada no porto, ...”. No entanto, vimos nesta
aula que a legislação atual não menciona “pela autoridade aduaneira”. Por
exemplo, no caso das cargas que entram por navio, o registro, pelo
transportador, da atracação equivale à emissão do termo de entrada.
A letra E está errada ao dispor que todos os documentos relativos à carga
transportada devem ser entregues para que haja a descarga. Para que esta
ocorra, é necessária a prestação de informações, não a entrega dos
documentos. Além disso, quais são TODOS os documentos relativos à carga?
Fatura, conhecimento de carga, atestado sanitário, certificado de origem (se for
o caso), entre outros. E tais documentos só serão entregues pelo importador à
RFB à época da conferência aduaneira.
Gabarito: letra B.

23 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a


constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de
mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os
registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes
no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada)
a) à vistoria aduaneira;
b) à conferência aduaneira;
c) à revisão aduaneira;
d) ao controle do despacho aduaneiro;
e) à conferência final de manifesto.

Comentários
Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”,
conforme o novo conceito.
Questão direta. Resposta: letra E.

24 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em


confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da
mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização
aduaneira tem por finalidade: (adaptada)
a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a
pagar as multas correspondentes;

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b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no território


aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o transportador;
c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga,
confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos
brutos com os totais constantes do manifesto;
d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os conhecimentos
de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os despachos
aduaneiros correspondentes;
e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a
descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados
constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a
responsabilidade pela diferença de tributos.

Comentários
Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”,
conforme o novo conceito.
Questão direta. Gabarito: B.
Letra A: errada. Se for apurada divergência, o transportador é que será
responsabilizado.
Letras C e D: erradas. Isso não é conferência final de manifesto.
Letra E: errada. Não se faz comparação de conhecimento de carga.

25 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou


de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no
conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for o
caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é
responsável para efeitos fiscais:
a) o depositário;
b) o importador;
c) o transportador;
d) o exportador;
e) o consignatário.
Comentários
Se o transportador escreveu no manifesto que estava trazendo 200 kg de
bens e a descarga foi de apenas 100 kg, quem deve ser responsabilizado pelo
extravio? Claro que é o transportador. Gabarito: letra C.

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Busca em Veículos

Muitas vezes, assim que chega um veículo do exterior, a RFB sente o


“cheiro da fraude”. É só olhar e perceber: “há alguma coisa errada por aqui”.
Nestes casos e também naqueles em que há denúncia, a RFB pode começar a
fiscalizar a carga antes mesmo de ela entrar no armazém do depositário
(Infraero ou concessionária).
Costumo dizer que a “busca em veículos” é uma atividade da RFB, mas
com um viés bem policial para se descobrirem fraudes envolvendo mercadorias.
Essa busca pode ser realizada em qualquer momento, até mesmo antes da
prestação de informações no sistema, pois é uma atividade de investigação de
um indício de fraude. Em casos assim, não se tem que esperar nada.
Sobre a busca, eu destaco os artigos 34 e 36, até porque são mais
passíveis de caírem em prova. Aliás, já caíram:
Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em
qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação
das informações referidas no art. 31.
§ 1o A busca a que se refere o caput será precedida de
comunicação, verbal ou por escrito, ao responsável pelo veículo.
Art. 36. Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a
autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou
de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se termo.

Vamos procurar fundos falsos nos compartimentos dos aviões, navios e


demais veículos que chegam ao Brasil. Como consta no artigo, a RFB pode pedir
que um ou mais volumes sejam descarregados em separado para uma
checagem.
Observação: unidades de carga são os contêineres e os reboques
rodoviários, por exemplo.

Guarde isso! A busca não é realizada sobre todos os


veículos.

QUESTÕES

26 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e


havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou
unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira:

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a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida


verificação, lavrando-se termo de ocorrência;
b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas;
c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a
realização da vistoria aduaneira;
d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos;
e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para
a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto.

Comentários
Como vimos, é literal do artigo 36 do RA. Gabarito: letra A.

27 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a


letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira terrestre
é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e veículos em
viagem internacional.
( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais
e condições determinados pela autoridade aduaneira.
( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou de
acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura do
termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá ser
verbal.
a) V, V, V.
b) V, F, V.
c) F, V, V.
d) F, F, F.
e) F, V, F.

Comentários
Primeiro item: falso. Permanecer ali não é proibido. O que ocorre é um
maior rigor na circulação de bens, veículos, animais e pessoas por aquele local.
Segundo item: correto. No dia da prova, este item estava perfeito, pois
literal do artigo 16, § 1º do Regulamento Aduaneiro. Contudo, devemos
guardar que, com a publicação da Lei 12.815/2013 (Lei dos Portos), foi definido
que o horário de funcionamento da fiscalização aduaneira passou a ser
coincidente com o de operação do porto. Logo, não será “determinado pela
autoridade aduaneira”. Note que é uma filigrana que eu peguei, mas que a Esaf
não costuma pegar. Eles gostam mais de cobrar a literalidade das normas. Por

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isso, numa questão assim eles se agarrariam à literalidade e manteriam o


gabarito.
Terceiro item: falso. Quando se fala em “acréscimos e extravios”, pense
logo em Conferência Final de Manifesto. Diversamente, a busca é para
prevenir e reprimir a prática de infrações à legislação aduaneira. Além
disso, não tem que ser precedida de termo de entrada. Este só é lavrado após a
prestação de informações pelo transportador. Em relação à comunicação, está
correta a afirmativa.
Gabarito: letra E.

28 - (AFRFB/2014) Sobre Jurisdição Aduaneira e Controle Aduaneiro de


Veículos, é correto afirmar:
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional, exceto as Áreas
de Livre Comércio, sujeitas à legislação específica.
b) somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, mas isso não se aplica à importação e à exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil, e a outros casos estabelecidos em ato normativo da
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
c) compete ao Ministro de Estado da Fazenda definir os requisitos técnicos e
operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob
controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de
mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime
aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele
destinados, e remessas postais internacionais.
d) relativamente à mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior,
o volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com diferença de
peso, com indícios de violação ou de qualquer modo avariado, deverá ser objeto
de conserto e pesagem, fazendo-se, ato contínuo, a devida anotação no registro
de descarga, pelo depositário. A autoridade aduaneira poderá determinar a
aplicação de cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do
recinto alfandegado, exceto nos casos de extravio ou avaria, dado o estado já
verificado dos volumes, os quais não poderão permanecer no recinto
alfandegado.
e) o transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou
a ele destinado. A autoridade aduaneira poderá proceder às buscas em veículos
necessárias para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação, mas,

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em respeito à ampla defesa e ao contraditório, as buscas poderão ocorrer


apenas em momento ulterior à apresentação das referidas informações pelo
transportador.

Comentários
Gabarito: letra B.
A questão é típica da ESAF. Coloca como correta uma alternativa
relativamente simples e enche o restante com alternativas mais complicadas.
Letra A: (Errada). Ainda não estudamos as Áreas de Livre Comércio. Elas
só virão na aula 13. Lá estudaremos que elas sempre se encontram nas
fronteiras da Região Norte do país. Portanto, fazem parte do território nacional
e, consequentemente, do território aduaneiro. Por ora, esta antecipação de
explicação pode até ser dispensada, pois veremos que o gabarito é bem
tranquilo.
Letra B: (Correta). É baseada no artigo 8º do Regulamento Aduaneiro,
analisado no início desta aula. Este é o gabarito e é de resolução fácil. Afinal, é
essencial saber que a zona primária é definida para que as entradas no e saídas
do território se deem por ela, ressalvados os casos, por exemplo, da energia
elétrica vinda do lado paraguaio de Itaipu e do gás procedente da Bolívia.
Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas
as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil; e
II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria
da Receita Federal do Brasil.

Letra C: (Errada). As questões ligadas a alfandegamento são de


competência do Secretário da Receita Federal, como vimos no início da aula.
Art. 13-A. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil definir
os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos
locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro,
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias
procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime
aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior,
ou a ele destinados, e remessas postais internacionais.

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Letra D: (Errada). Esta assertiva é a mais complicada, mas espero que


você nem tenha precisado chegar até aqui (rs). É detalhe do detalhe, inserido
apenas para derrubar aqueles que não sabiam o basicão da letra B. Apesar de
terem pego o detalhe no § 2º do artigo 63, pode-se resolver pela lógica. Isso
porque as mercadorias avariadas ou com parte extraviada podem ficar no
recinto, inclusive para se identificar o que foi avariado ou extraviado. O
importador tem seu prazo para registrar a Declaração de Importação.
Art. 63. A mercadoria descarregada de veículo procedente do
exterior será registrada pelo transportador, ou seu representante, e
pelo depositário, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil.
§ 1º O volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado,
com diferença de peso, com indícios de violação ou de qualquer
modo avariado, deverá ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-
se, ato contínuo, a devida anotação no registro de descarga, pelo
depositário.
§ 2º A autoridade aduaneira poderá determinar a aplicação de
cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do
recinto alfandegado, inclusive nos casos de extravio ou avaria.

Letra E: (Errada). A busca pode ser feita a qualquer momento.


Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em
qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação
das informações referidas no art. 31.

Controle sobre as bagagens

O controle aduaneiro sobre os veículos engloba também o controle sobre


as bagagens. Exige-se que o transportador identifique cada bagagem com o
nome do seu respectivo proprietário. Se não o fizer, presume-se que ele é o
proprietário, sujeitando-se a todas as penas. Por exemplo, caso a mercadoria
encontrada na bagagem sem identificação seja de drogas ilícitas, o comandante
é quem vai ser responsabilizado.

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Disposições Finais

No capítulo que trata do controle aduaneiro de veículos, podem ser


destacadas algumas das disposições finais:
Art. 64. O veículo será tomado como garantia dos débitos fiscais,
inclusive os decorrentes de multas que sejam aplicadas ao
transportador ou ao seu condutor.
Art. 65. A autoridade aduaneira poderá impedir a saída, da zona
primária, de qualquer veículo que não haja satisfeito às exigências
legais ou regulamentares.
Art. 67. O disposto neste Título aplica-se também aos veículos
militares, quando utilizados no transporte de mercadoria.

A aduana pode segurar o veículo, seja por descumprir as normas, seja por
estar com débito fiscal. Isso já foi objeto de prova.
Também já foi objeto de prova a menção aos veículos militares. Se forem
nacionais, eles serão objeto de controle aduaneiro, para se evitar, por exemplo,
a transferência clandestina de bens e/ou pessoas para outro veículo. Por outro
lado, se forem veículos militares estrangeiros, eles se sujeitam ao controle
aduaneiro para se evitar o transbordo clandestino, mas não se sujeitam à
fiscalização aduaneira, por força de convenções internacionais em prol da
imunidade estatal (lembre que controle e fiscalização são coisas distintas). A
questão da imunidade não é mencionada no Regulamento Aduaneiro.

QUESTÕES

29 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale com


a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do
Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por
local não alfandegado.
( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem ser
executadas depois de formalizada sua entrada no País.
( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os
veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro.
( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não
estão sujeitos ao controle aduaneiro.
( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas
autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador.

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a) F, V, F, F, V
b) F, F, V, F, F
c) V, F, V, F, F
d) V, V, F, V, F
e) F, F, V, V, V

Comentários
Primeiro item: falso. O Ministério dos Transportes está fora disso.
Segundo item: correto.
Terceiro item: falso. “De repartição pública”: só se estiver em serviço. “De
guerra”: salvo se estiverem sendo usados no transporte comercial. “Destinados
à prestação de socorro”: só se estiverem efetivamente prestando socorro.
Quarto item: falso. Todos os veículos estão sujeitos a controle aduaneiro,
evitando-se, por exemplo, o transbordo de bens e/ou pessoas. No caso de
veículos oficiais, eles não se submetem à fiscalização, por força de convenções
internacionais.
Quinto item: correto, como vimos no artigo 64.
Gabarito: letra A.

30 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a


alternativa incorreta:
a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com exceções.
b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima
pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto
de fronteira não alfandegado.
c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no
território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os
bens existentes a bordo.
d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo
um deles procedente do exterior ou a ele destinado.
e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos
veículos recém-chegados do exterior.

Comentários
Em regra, a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a
ele destinados deverá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado. No entanto, como vimos no artigo 26 do Regulamento Aduaneiro,
o titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá autorizar a entrada
ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não

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alfandegado, em casos justificados. Pouso de emergência é um dos casos


excepcionais. A letra A está correta e a letra B, incorreta.
Letra C: correta. Literal do art. 26, § 1º.
Letra D: correta. Apesar de haver exceções, a letra D é literal do art. 28,
caput. Contra literalidade não se briga.
Letra E: correta. Vimos isso no art. 28, par. único.
Gabarito: letra B.

31 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo


transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira
e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou
a ele destinado.
( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada
do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de entrada.
( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações
procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as
informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos casos
devidamente justificados pelo transportador.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
Primeiro item: errado. Superpegadinha. O transportador presta
informação sobre as cargas, não sobre as mercadorias. Em regra, ele nem
conhece as mercadorias que está transportando. A carga é, por exemplo, o
conjunto de cinco caixas de madeira. Já as mercadorias são o conteúdo das
caixas. (art. 31, RA)
Segundo item: errado. A emissão do termo será na forma estabelecida
pela RFB. Nos portos, por exemplo, o termo é emitido automaticamente, sem
intervenção fiscal. (art. 32, RA)
Terceiro item: errado. As operações somente podem ocorrer após a
prestação das informações, sem exceção prevista. (art.32, par. único)
Gabarito: letra B. Esta questão foi uma pegadinha tripla.

32 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar:


a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para
prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em
momento anterior à emissão do termo de entrada.

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b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a


buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das
informações pelo transportador.
c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem
prévia comunicação ao responsável pelo veículo.
d) A busca não é atividade executada em todos os veículos.
e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira
poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida
verificação, lavrando-se termo.

Comentários
A busca em veículo será sempre precedida de comunicação ao
responsável pelo veículo (parágrafo 1º do artigo 34 do RA). Gabarito: letra c.
As demais opções estão previstas nos artigos 34 a 36 do Regulamento
Aduaneiro.

33 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar:


a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da
responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.
b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o
manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de
sobressalentes e provisões de bordo.
c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de destino
da carga.
d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo
veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade aduaneira
local.
e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto
prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício.

Comentários
Letra A: correta, conforme art. 53 do RA.
Letra B: correta, conforme art. 42 do RA.
Letra C: correta, conforme art. 44 do RA.
Letra D: correta. RA, art. 43. Cada manifesto indica um trajeto. Se vieram
cargas da Alemanha e da França para o Rio de Janeiro, há dois manifestos:
Alemanha-Rio e França-Rio.
Dispõe o artigo 47 do RA que, no caso de divergência entre o manifesto e
o conhecimento, prevalecerá o conhecimento, podendo a correção do manifesto
ser feita de ofício. Gabarito: Letra E.

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34 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter:


a) A natureza das mercadorias.
b) Os nomes dos consignatários.
c) Os números dos conhecimentos de carga.
d) A data prevista para a chegada.
e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes.

Comentários
Gabarito: letra D, conforme art. 44 do RA.

Por hoje é só.


Um grande abraço,
Rodrigo Luz

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RESUMO

a) O território aduaneiro se divide em zona primária e zona secundária.


b) A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados. Só os alfandegados. Faz-se o alfandegamento para por ali se
permitir a entrada (ou a saída) no país de mercadorias, veículos e pessoas.
c) A zona secundária engloba o restante do território aduaneiro, incluindo as
águas territoriais e o espaço aéreo.
d) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território
aduaneiro, e ainda, às Áreas de Controle Integrado (ACI), criadas em
regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul (e da Bolívia) com o
Brasil.
e) Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de
exportação (ZPE), constituem zona primária.
f) Recintos Alfandegados podem ser de zona primária ou secundária. Neles
podem ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem e remessas postais
internacionais.
g) Portos Secos são recintos alfandegados de uso público e não podem ser
instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. Na zona
primária, só pode existir porto seco nos pontos de fronteira alfandegados.
Podem ser instalados na zona secundária.
h) Nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, o
controle aduaneiro sempre ocorre 24 horas por dia. Já a fiscalização
aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual.
i) Especificamente no caso de portos, a fiscalização aduaneira passou a ser, por
força da Lei 12.815/2013 (Lei dos Portos), “em horário coincidente com a
operação de cada porto, inclusive aos domingos e feriados”. São os “Portos 24
horas”.
j) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados,
bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de
mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior
ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais
que ali exerçam suas atribuições. Note: essa precedência não é em qualquer
lugar.
k) O controle aduaneiro do veículo é exercido desde seu ingresso no
território até sua efetiva saída do País e se estende a todos os bens existentes a
bordo.
l) Os manifestos de carga são emitidos de forma individualizada
considerando-se o local de embarque e o de destino das mercadorias. Para cada

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“trajeto” igual (local de embarque e de destino), há um manifesto com as


cargas correspondentes.
m) A conferência final de manifesto de carga destina-se a constatar extravio
ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território aduaneiro,
mediante confronto do manifesto com os registros de descarga OU DE
ARMAZENAMENTO. É conferência meramente documental, efetuada pelos
AFRFB da pista do aeroporto, não se confundindo com a conferência aduaneira,
realizada pelos AFRFB do armazém sobre a mercadoria submetida a despacho
aduaneiro.
n) A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à
defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério
da Fazenda.

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LISTA DE QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA

01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada)


a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados
b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a
eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira
alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou
industriais e pelas zonas francas
c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e espaço
aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira
alfandegados
e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados,
depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas
francas e áreas de trânsito aduaneiro

02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada)


a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço
aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a
área contígua aos pontos de fronteira alfandegados
b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas
fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos
alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União
c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área
descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área
terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos pontos
de fronteira alfandegados
d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos
alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na
hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira
alfandegados desde que situada na faixa de fronteira

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03 – (AFRFB/2014) Sobre os regimes aduaneiros no Brasil, é incorreto


afirmar que:
(...)
c) nos portos secos, a execução das operações e a prestação dos serviços
conexos serão efetivadas mediante o regime de permissão, salvo quando os
serviços devam ser prestados em porto seco instalado em imóvel pertencente à
União, caso em que será adotado o regime de concessão precedido da execução
de obra pública.
(...)

04 – (IFSC – Professor Administração/Comércio Exterior – 2013) A


entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele
destinados só poderá ocorrer:
a) em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado.
b) em porto ou aeroporto alfandegado.
c) porto ou ponto de fronteira alfandegado.
d) aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado.
e) em porto alfandegado.

05 – (IFSC – Professor Administração/Comércio Exterior – 2013) Em


relação aos Portos Secos é incorreto afirmar:
a) que são recintos alfandegados de uso público.
b) que são recintos alfandegados nos quais são executadas operações de
movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de
bagagem, sob controle aduaneiro.
c) que poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de
exportação ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais.
d) que poderão ser instalados na zona primária de portos e aeroportos
alfandegados.
e) que as operações de movimentação e armazenagem de mercadorias sob
controle aduaneiro, bem como a prestação de serviços conexo sujeitam-se ao
regime de concessão ou de permissão.

06 – (Emgepron – Biorio – 2014) Uma área alfandegada, no caso


brasileiro, significa
a) uma área territorial autorizada pela Secretaria da Receita Federal à guarda
de mercadorias estrangeiras.
b) uma área concedida à Policia Federal para apreensão de mercadorias
estrangeiras ilícitas e não autorizadas a entrar no país.
c) aquela onde se estabelece o despacho de importação.
d) todo o território nacional.

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07 – (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro,
excluídos a zona primária e o mar territorial.
( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem
zona primária.
( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V

08 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com
o Brasil.
( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na
fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua
circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências
fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

09 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira


e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”,
diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus
recintos sejam alfandegados.
( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.
( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, excepcionando-se, no entanto, a importação e a exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos
Transportes.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

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10 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e


pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e
administração aduaneira, é incorreto afirmar que: (adaptada)
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional.
b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado
atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área
demarcada.
c) com exceções da importação e exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras
de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), e
de outros casos estabelecidos pela RFB, somente nos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.
d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são
executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro
de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.
e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados,
ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados.

11 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é


incorreto afirmar que:
a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350, de
20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local ou
recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no
art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação
fiscal para fins penais, quando for o caso.
b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL
com o Brasil.
c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de
Vigilância Aduaneira.
d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e
aeroportos alfandegados.
e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho
de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona
secundária.

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12 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro


a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira
terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde
possam:
a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar,
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;
b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes
procedentes do exterior ou a ele destinados;
c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas
operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;
d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas
operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior;
embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior.

13 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida


atualmente, compreende:
a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira;
b) a zona primária e a zona secundária;
c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o
restante do território nacional;
d) os enclaves e os exclaves aduaneiros;
e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira.

14 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta:


a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária.
b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências Regionais
da Receita Federal.
c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária.
d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou
temporário.

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e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro.

15 – (Inédita) Assinale a alternativa correta:


a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento do
importador, ela requeira a ajuda policial.
b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo
Superintendente Regional da Receita Federal.
c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.
d) Os portos secos não podem ser instalados na zona primária.
e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual.

16 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira


e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos
alfandegados.
( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos
de fronteira alfandegados.
( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou
embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele
destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

17 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto


afirmar que:
a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não alfandegado.
b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do
importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou
desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também
devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas
cargas.
c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente,
constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.
d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será
registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito
equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua
nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de

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cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos


volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a data
do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo veículo.
e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de
carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto
ser feita de ofício.

18 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de


documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no
exterior:
a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga,
descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização;
b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no
local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser
apurados;
c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças quanto
a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos
manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador;
d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização;
e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável
pelo veículo aos efeitos daí decorrentes.

19 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao


veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por
qualquer via deverá estar registrada: (adaptada)
a) nas cópias dos conhecimentos de carga;
b) no manifesto de carga ou documento equivalente;
c) nas licenças de importação correspondentes;
d) nos originais das faturas comerciais;
e) nos certificados de origem das mercadorias.

20 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma


companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma mercadoria
a ser exportada, suas características, as condições de transporte e os
compromissos quanto à entrega da mesma ao destinatário legal,
denomina-se:
a) contrato de agente internacional;
b) contrato de compra e venda internacional;
c) conhecimento de embarque;
d) contrato de afretamento;
e) certificado de contagem.

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21 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde


que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente,
a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do
conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de correção
do manifesto.
b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo
responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da
autoridade aduaneira.
c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga
complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga.
d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle
aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer
circunstância.
e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do
responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade
pela autoridade aduaneira.

22 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou


transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser
executadas: (adaptada)
a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de
fiscalização e efetivo controle das mercadorias;
b) depois de formalizada a sua entrada no porto, aeroporto ou repartição
jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado;
c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de
fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso
controle aduaneiro;
d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária
para fim de controle de doenças e pragas;
e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na
repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado.

23 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a


constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de
mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os
registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes
no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada)
a) à vistoria aduaneira;
b) à conferência aduaneira;
c) à revisão aduaneira;

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d) ao controle do despacho aduaneiro;


e) à conferência final de manifesto.

24 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em


confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da
mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização
aduaneira tem por finalidade: (adaptada)
a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a
pagar as multas correspondentes;
b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no território
aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o transportador;
c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga,
confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos
brutos com os totais constantes do manifesto;
d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os conhecimentos
de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os despachos
aduaneiros correspondentes;
e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a
descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados
constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a
responsabilidade pela diferença de tributos.

25 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou


de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no
conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for o
caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é
responsável para efeitos fiscais:
a) o depositário;
b) o importador;
c) o transportador;
d) o exportador;
e) o consignatário.

26 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e


havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou
unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira:
a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida
verificação, lavrando-se termo de ocorrência;
b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas;
c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a
realização da vistoria aduaneira;

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d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos;


e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para
a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto.

27 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a


letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira terrestre
é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e veículos em
viagem internacional.
( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais
e condições determinados pela autoridade aduaneira.
( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou de
acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura do
termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá ser
verbal.
a) V, V, V.
b) V, F, V.
c) F, V, V.
d) F, F, F.
e) F, V, F.

28 - (AFRFB/2014) Sobre Jurisdição Aduaneira e Controle Aduaneiro de


Veículos, é correto afirmar:
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional, exceto as Áreas
de Livre Comércio, sujeitas à legislação específica.
b) somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, mas isso não se aplica à importação e à exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil, e a outros casos estabelecidos em ato normativo da
Secretaria da Receita Federal do Brasil.
c) compete ao Ministro de Estado da Fazenda definir os requisitos técnicos e
operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob
controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de
mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime
aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele
destinados, e remessas postais internacionais.

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d) relativamente à mercadoria descarregada de veículo procedente do exterior,


o volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, com diferença de
peso, com indícios de violação ou de qualquer modo avariado, deverá ser objeto
de conserto e pesagem, fazendo-se, ato contínuo, a devida anotação no registro
de descarga, pelo depositário. A autoridade aduaneira poderá determinar a
aplicação de cautelas fiscais e o isolamento dos volumes em local próprio do
recinto alfandegado, exceto nos casos de extravio ou avaria, dado o estado já
verificado dos volumes, os quais não poderão permanecer no recinto
alfandegado.
e) o transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou
a ele destinado. A autoridade aduaneira poderá proceder às buscas em veículos
necessárias para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação, mas,
em respeito à ampla defesa e ao contraditório, as buscas poderão ocorrer
apenas em momento ulterior à apresentação das referidas informações pelo
transportador.

29 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale com


a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a seqüência correta.
( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do
Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por
local não alfandegado.
( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem ser
executadas depois de formalizada sua entrada no País.
( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os
veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro.
( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não
estão sujeitos ao controle aduaneiro.
( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas
autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador.
a) F, V, F, F, V
b) F, F, V, F, F
c) V, F, V, F, F
d) V, V, F, V, F
e) F, F, V, V, V

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30 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a


alternativa incorreta:
a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com exceções.
b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima
pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto
de fronteira não alfandegado.
c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no
território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os
bens existentes a bordo.
d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo
um deles procedente do exterior ou a ele destinado.
e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos
veículos recém-chegados do exterior.

31 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo


transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira
e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha a sequência
correta.
( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou
a ele destinado.
( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada
do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de entrada.
( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações
procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as
informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos casos
devidamente justificados pelo transportador.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

32 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar:


a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para
prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em
momento anterior à emissão do termo de entrada.
b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a
buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das
informações pelo transportador.
c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem
prévia comunicação ao responsável pelo veículo.

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d) A busca não é atividade executada em todos os veículos.


e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira
poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a devida
verificação, lavrando-se termo.

33 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar:


a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da
responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.
b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o
manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de
sobressalentes e provisões de bordo.
c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de destino
da carga.
d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo
veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade aduaneira
local.
e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto
prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício.

34 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter:


a) A natureza das mercadorias.
b) Os nomes dos consignatários.
c) Os números dos conhecimentos de carga.
d) A data prevista para a chegada.
e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes.

QUESTÃO DISCURSIVA
“(AFRFB/2014) Em tempos de globalização, o comércio internacional adquire
importância cada vez maior no cenário econômico mundial. A administração
aduaneira deve se manter constantemente atualizada no intuito de não se
tornar obstáculo desnecessário ao comércio lícito, tampouco em incentivo a
práticas ilícitas. Partindo dessa premissa, nos termos da legislação aduaneira, é
possível a atuação do Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil além da linha
de fronteira terrestre do Brasil? Justifique e fundamente sua resposta em um
mínimo de 20 (vinte) linhas e em um máximo de 40 (quarenta) linhas, a qual
deverá abordar, obrigatoriamente, os seguintes tópicos:
a) Definição de território aduaneiro; e
b) Abrangência de jurisdição dos serviços aduaneiros.”

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GABARITOS

01 – C 18 – E
02 – D 19 – B
03 – C está correta 20 – C
04 – A 21 – E
05 – D 22 – B
06 – A 23 – E
07 – B 24 – B
08 – C 25 – C
09 – D 26 – A
10 – B 27 – E
11 – E 28 – B
12 – A 29 – A
13 – B 30 – B
14 – C 31 – B
15 – C 32 – C
16 – C 33 – E
17 – A 34 – D

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