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©2014 DCHL-UESB Saberes em perspectiva, Jequié, v.4, n.10, p. 35–42, set./dez. 2014
36 Robson Pedro Véras
action be, that, by deduction, according to Greek thought. Thus, this paper
is divided into five paragraphs, in which first seeks to identify the target
audience of this reading and the minimum conditions for which are outlined
good dialogue between author and reader, the second suggests a specific
description of the problem, the third points to the dialectic as possible to
obtain the truth, we have the following description of a dialectic ultimately
used as a weapon and, finally, the last point brings the reader possibilities of
reflection in the light of all the textual construction.
Keywords: Dialectic. Thought. Possibility. Ideas. Truth.
Introdução
O problema
A palavra Dialética pode ser entendida como algo de muito valor por toda
a história da filosofia, basta saber que esse termo é usado de forma transversal
desde os filósofos pré-socráticos até os contemporâneos. Por isso, estamos diante
de uma terminologia de mais de 2000 anos. O filosofo Nietzsche, ao se apoderar
dela, faz seu uso em função de fazer com que ela seja, no mínimo, condutora de
uma verdade [Wahrheit]. Essa condução pode ser demonstrada em todo o seu
conjunto de obras e, nesse caso, no seguinte fragmento3 :
que Nietzsche induz seu leitor rumo a observação de uma crise na admissão de
novas verdades, dito de outra forma, estaríamos diante de uma verdade em crise.
Ora, podemos perceber que nesse aforismo Nietzsche possibilita ao leitor, por
meio de uma condição Dialética certo descrédito acerca de quem pode ser ou não
detentor da verdade.
A crítica do filósofo Nietzsche àqueles que poderiam possuir algum tipo
de conhecimento e, daí, tê-lo como verdadeiro é também apontada na seguinte
descrição acerca dos Preconceitos dos Filósofos: “A vontade de atingir a verdade
nos seduzirá ainda para muitas aventuras, esta famosa vontade da veracidade,
tão venerada por todos os filósofos, que problema esta vontade já nos ofereceu!”
(NIETZSCHE, 2011, p. 12). A verdade então seria movida no indivíduo por meio
de uma vontade, de algo que poderia fazer do filosofo ou daquele que a detiver
uma pessoa melhor, capaz e cheia de possibilidades de dominar a si e ao meio em
que vive [über].
Nesse aforismo Nietzsche reitera sua critica a filosofia dos gregos e é enfá-
tico ao declarar que em Sócrates há certa confusão, principalmente ao caricaturar
o filósofo grego como decadente. Ainda assim, logo após essa descrição, acima
citada, Nietzsche nos traz uma possibilidade de concatenação entre as duas formas
de filosofar e nos diz que “[...] Antes de Sócrates se rejeitava, na boa sociedade,
as maneiras dialéticas [...] o dialético é uma espécie de palhaço: as pessoas riem
dele, não o levam a sério. Sócrates foi o palhaço que se fez levar a sério [...]”
(NIETZSCHE, 2006, p. 20).
Nietzsche talvez entendesse que a ação da Dialética visasse diretamente
certa humilhação, destruição e até mesmo ser capaz de colocar o interlocutor do
dialético num estado de inteiro ridículo. Basta saber que tanto em Sócrates como
em Nietzsche a Dialética pode ser exercida dentro da gênese da maiêutica, ou seja,
o dialético na verdade tem total noção da condição epistêmica de seu interlocutor
e o ataca exatamente em seu ponto mais frágil, em sua ignorância.
Cabe nota que esse ataque Dialético fez com que o próprio Sócrates tivesse
sua vida posta em julgamento e, por isso, condenado a morte por envenenamento
em 399 a.C. (PLATÃO, 1991), mesmo assim, vale destacar que Sócrates trazia com
sua morte o nascimento de um mundo pautado pelo princípio [arché] das ideias.
Por isso, Nietzsche observa a Dialética como um embate interessante. A
Dialética assim pode ser descrita como uma arma que deve ser sacada apenas em
última instância. Essa arma teria esse vigor, talvez, por não dar ao interlocutor do
dialético o direito de resposta ou defesa, ou ainda, por saber Nietzsche que uma
arma como a Dialética, ao ser usada, poderia trazer consequências severas para
aquele que fizesse uso dela.
Desse modo, por dar a arma Dialética um poder de destruição tão emblemá-
tico, Nietzsche indica seu uso apenas como legítima defesa, pois é nesse momento
em que o dialético já não iria possuir outra arma. Nas palavras do filósofo:
Cabe destacar que Nietzsche, assim como já foi colocado, entendia Sócrates
como um filósofo já ultrapassado. Ora, a ideia de última arma usada como legitima
defesa, por assim dizer, pode indicar, de forma hermenêutica, que seu utilizador
poderá também ser condenado à morte.
Cabe notar que em momento algum, nos fragmentos transcritos, Nietzsche
indica que mesmo ao ser feito uso da Dialética como arma, como último recurso e
legitima defesa, teria seu agente à vitória na batalha ou argumento. É passivo de
observação que mesmo que haja constrangimento daquele em que a Dialética é
empregada como arma, não se pode prever um alcance amplo capaz de fazer a
justificativa do uso dialético como uma ideia ou conceito universal.
Notas de conclusão
Referências
. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Trad. Paulo
César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
PLATÃO. Diálogos. Trad. José Américo Motta Pessanha. 5. ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1991. (Os pensadores).