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SEMINÁRIO III
Questões
Como leciona Paulo Cesar Conrado, a relação jurídico tributária, a rigor, somente
surge com o lançamento, sendo esse entendido como ato que formaliza a pretensão do Fisco
relativamente à obrigação tributária direcionada ao sujeito passivo. Assim, diz-se que o
lançamento tributário representa o ato que, diante de um fato jurídico, propaga uma norma
individual e concreta direcionada ao contribuinte, momento em que passa a figurar, no mundo
jurídico, determinada relação tributária “obrigacional”, por assim dizer.
Daí por que, não raras vezes, necessita o contribuinte se antecipar judicialmente à
discussão acerca da existência (ou não) de determinada relação jurídica tributária, evitando, assim,
que o Fisco, posteriormente, imponha-lhe qualquer medida exacional relativa à discussão que, até
então, não tinha o contribuinte certeza de seu direito (utilidade), estando aí estabelecido o
interesse processual.
Vê-se, pois, que, antes mesmo do surgimento da relação jurídico tributária, essa
entendida como a propagação de uma norma individual e concreta direcionada ao sujeito passivo,
pode, sim, o contribuinte carecer de certeza quanto ao seu direito, sendo essa razão suficiente para
o acionamento do Poder Judiciário para manifestar-se quanto ao ponto - isto, em especial, porque,
ao assim fazê-lo, o contribuinte impede eventuais danos que esta incerteza poderia ocasionar.
Demais disso, destaque-se que o manejo da ação de inexistência de relação jurídico-
tributária não se configura questionamento de “lei em tese”, a teor da Súmula n º 266 do STF,
quando o contribuinte evidencia que o ato normativo, efetivamente, é capaz de provocar lesão a
seus direitos, isto é, que o ato normativo, muito embora não tenha havido o estabelecimento da
relação jurídica tributária, há suporte fático para tanto.
Sucede que, conquanto cogite-se essa hipótese, não se pode exigir do contribuinte
esse ajuizamento, de sorte a justificar eventual inexistência de interesse de agir quando do
ajuizamento, a posteriori, de uma anulatória de débito fiscal. E isto em especial porque, antes do
provimento da ação – e do respectivo trânsito em julgado - não poderá o contribuinte ter qualquer
certeza quanto ao ponto, inclusive pela possibilidade de reversão de tutelas de caráter liminar.
b) Qual o prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal? É possível ingressar
com ação anulatória de débito após a propositura da ação executiva fiscal? E após o
transcurso do prazo para apresentação de embargos à execução fiscal?
O prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal, entendendo essa como
o instrumento apto a perquirir tutela jurisdicional que desconstitua o lançamento do crédito
tributário, a teor do art. 1º do Decreto-Lei 20.910/32, é de 5 (cinco) anos. Confira-se a redação do
preceptivo:
“Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo
e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual
for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual
se originarem.”
Ocorre que