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MÓDULO II

SEMINÁRIO III

AÇÕES TRIBUTÁRIAS: DECLARATÓRIA, ANULATÓRIA, CONSIGNAÇÃO EM


PAGAMENTO, EMBARGOS À EXECUÇÃO E EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Aluna: Rafaella Santos Costa

Questões

1. Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, pergunta-se:

a) Quando nasce o interesse processual para a sua propositura? O manejo do referido


instrumento processual em momento anterior à constituição do crédito configura
questionamento de “lei em tese”?

Como leciona Paulo Cesar Conrado, a relação jurídico tributária, a rigor, somente
surge com o lançamento, sendo esse entendido como ato que formaliza a pretensão do Fisco
relativamente à obrigação tributária direcionada ao sujeito passivo. Assim, diz-se que o
lançamento tributário representa o ato que, diante de um fato jurídico, propaga uma norma
individual e concreta direcionada ao contribuinte, momento em que passa a figurar, no mundo
jurídico, determinada relação tributária “obrigacional”, por assim dizer.

Por outro lado, no âmbito processual tributário, o estabelecimento do interesse de


agir, relativamente à propositura de uma ação declaratória de inexistência de relação jurídica
tributária, não consiste, precisamente, no momento em que uma relação jurídica tributária está,
efetivamente, constituída.

De fato, antes mesmo da existência de uma norma individual e concreta direcionada


ao contribuinte e, bem assim, da existência de uma relação tributária “obrigacional” entre o Fisco
e o sujeito passivo, pode esse, de alguma maneira, sofrer ônus decorrente da iminência do
surgimento desta relação, na medida em que há incerteza quanto ao seu estabelecimento.

Daí por que, não raras vezes, necessita o contribuinte se antecipar judicialmente à
discussão acerca da existência (ou não) de determinada relação jurídica tributária, evitando, assim,
que o Fisco, posteriormente, imponha-lhe qualquer medida exacional relativa à discussão que, até
então, não tinha o contribuinte certeza de seu direito (utilidade), estando aí estabelecido o
interesse processual.

Vê-se, pois, que, antes mesmo do surgimento da relação jurídico tributária, essa
entendida como a propagação de uma norma individual e concreta direcionada ao sujeito passivo,
pode, sim, o contribuinte carecer de certeza quanto ao seu direito, sendo essa razão suficiente para
o acionamento do Poder Judiciário para manifestar-se quanto ao ponto - isto, em especial, porque,
ao assim fazê-lo, o contribuinte impede eventuais danos que esta incerteza poderia ocasionar.
Demais disso, destaque-se que o manejo da ação de inexistência de relação jurídico-
tributária não se configura questionamento de “lei em tese”, a teor da Súmula n º 266 do STF,
quando o contribuinte evidencia que o ato normativo, efetivamente, é capaz de provocar lesão a
seus direitos, isto é, que o ato normativo, muito embora não tenha havido o estabelecimento da
relação jurídica tributária, há suporte fático para tanto.

Nesse sentido, preclara é a doutrina de Hugo de Brito Machado, ao lecionar que “a


impetração é dirigida contra lei em tese precisamente porque, inocorrente o suporte fático da lei
questionada, esta ainda não incidiu, e por isto mesmo não se pode falar em direito, no sentido do
direito subjetivo, sabido que este resulta de incidência da lei. Aliás, contra a lei em tese descabe
não apenas o mandado de segurança, mas toda e qualquer ação, salvo, é claro, a direta de controle
de constitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal. Inexiste prestação jurisdicional
contra lei que não incidiu, pois a atividade jurisdicional caracteriza-se, exatamente, por
desenvolver-se em face de casos concretos.” (MACHADO, Hugo de Brito. Mandado de
Segurança em Matéria Tributária, 6ª Ed., São Paulo: Dialética, 2006, p.. 255 e 257).

b) Há interesse jurídico na sua propositura após a expedição do ato constitutivo do crédito


tributário? Em caso afirmativo, quais seriam os efeitos da referida tutela jurisdicional?
(Vide anexos I e II)

Após a expedição do ato constitutivo do crédito tributário, em tendo havido o


lançamento do crédito, surge, no mundo jurídico, uma norma individual e concreta direcionada
ao contribuinte. Significa dizer, desse modo, que a relação tributária obrigacional se materializa
(ou, em uma linguagem mais técnica, “se constitui”), cabendo ao contribuinte discutir a legalidade
e legitimidade da exação.

Para tanto, o instrumento adequado para hostilizar essa relação jurídico-tributária


consubstancia-se no ajuizamento de uma ação anulatória de débito fiscal, que consiste, na lição
de Cleide Previtalli Cais, na ação “promovida pelo contribuinte contra o Poder Público tendo
como pressuposto a preexistência de um lançamento fiscal, cuja anulação se pretende pela
procedência da ação, desconstituindo-o”.

Nesse sentido, em sendo procedente a ação, haverá a desconstituição da eficácia


dessa norma individual e concreta, a partir do surgimento de outra, a sentença, proferida pelo
Estado-juiz e que consiste, também, em uma norma individual e concreta, cujo teor constitui
eficácia desconstitutiva da obrigação tributária, a partir de seu trânsito em julgado, nas palavras
de Paulo César Conrado.

2. Quanto à ação anulatória de débito fiscal, pergunta-se:

a) É viável a propositura de ação anulatória para desconstituição de relação jurídica


constituída pelo próprio contribuinte por meio de DCTF, cujo recolhimento do tributo
ainda não tenha ocorrido?

A questão consiste, em resumo, na possibilidade de o contribuinte discutir débito


que foi constituído mediante “auto lançamento” – em específico, mediante “Declaração de
Débitos e Créditos Tributários Federais”. Isso porque, nessa hipótese, aventa-se se poderia o
contribuinte ir de encontro a uma norma individual concreta, constitutiva da obrigação tributária,
que foi por ele mesmo “produzida”.

Analisando a questão, a doutrina costuma se posicionar no sentido de que o


pressuposto da ação anulatória de débito fiscal refere-se à existência de um lançamento, na medida
em que a tutela jurisdicional irá produzir, acaso procedente a ação, uma norma constitutiva da
eficácia desconstitutiva deste lançamento, independentemente de sua modalidade.

Por outro lado, suscita-se a eventual incongruência em o contribuinte pretender


anular débito que foi por ele constituído mediante “auto lançamento”, especialmente no que diz
respeito à existência de interesse de agir na tutela jurisdicional. Isso porque, supostamente, caberia
ao contribuinte antecipar-se ao lançamento e ajuizar ação declaratória de inexistência de relação
jurídico-tributária, de modo a encontrar guarida para não promover a constituição do débito.

Sucede que, conquanto cogite-se essa hipótese, não se pode exigir do contribuinte
esse ajuizamento, de sorte a justificar eventual inexistência de interesse de agir quando do
ajuizamento, a posteriori, de uma anulatória de débito fiscal. E isto em especial porque, antes do
provimento da ação – e do respectivo trânsito em julgado - não poderá o contribuinte ter qualquer
certeza quanto ao ponto, inclusive pela possibilidade de reversão de tutelas de caráter liminar.

Corroborando o raciocínio, tem-se que, na eventualidade do ajuizamento de


execução fiscal com o fito de excutir o tributo, poderá o contribuinte, em sede de embargos à
execução, promover a desconstituição do débito, como sustenta Paulo César Conrado.

b) Qual o prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal? É possível ingressar
com ação anulatória de débito após a propositura da ação executiva fiscal? E após o
transcurso do prazo para apresentação de embargos à execução fiscal?

O prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal, entendendo essa como
o instrumento apto a perquirir tutela jurisdicional que desconstitua o lançamento do crédito
tributário, a teor do art. 1º do Decreto-Lei 20.910/32, é de 5 (cinco) anos. Confira-se a redação do
preceptivo:

“Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo
e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual
for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual
se originarem.”

Quanto à segunda indagação, relativamente à possibilidade de ingresso de ação


anulatória de débito após a propositura de ação executiva fiscal, tem-se que não há qualquer óbice
para tanto. De fato, pode o contribuinte pretender a desconstituição do débito fiscal mediante
anulatória mesmo após o ajuizamento de execução fiscal.

Ocorre que

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