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Matéria de Processo de conhecimento II

Prof. Raisa

1. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

A assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae. Todas as formas podem ser
agrupadas em duas categorias, as de intervenção voluntária e provocada.

2. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS VOLUNTÁRIA E PROVOCADA


A classificação em uma ou outra dessas categorias depende da iniciativa do ingresso do
terceiro no processo. Há situações em que ela cabe ao próprio terceiro, é ele quem a manifesta.
São os casos de intervenção voluntária, dos quais o exemplo por excelência é a
assistência. Mas há hipóteses em que a iniciativa não vem do terceiro, mas de uma das partes,
que pede ao juiz que convoque o terceiro. Nesses casos, a intervenção é provocada. Os exemplos
são: a denunciação da lide, o chamamento ao processo e o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica.
A intervenção do amicus curiae, dadas as suas peculiaridades, pode ser determinada de
ofício pelo juiz, a requerimento das partes ou ocorrer por iniciativa do próprio terceiro.

3. QUANDO O TERCEIRO TRANSFORMA-SE EM PARTE

4.INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E A AMPLIAÇÃO DOS LIMITES OBJETIVOS DA LIDE

5.A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NÃO CRIA UM NOVO PROCESSO


Só há intervenção de terceiros se o terceiro ingressa em processo em andamento. Há
casos em que terceiros podem se valer de ações que implicam a criação de novos processos, e que
não podem ser consideradas espécies de intervenção. É o que ocorre, por exemplo, com os
embargos de terceiro, em que este vai a juízo para obter a liberação de um bem indevidamente
constrito em processo de que não faz parte. Neles, há novo processo, o que impede que seja
classificado entre as formas de intervenção.

6. TIPOS DE PROCESSO QUE ADMITEM INTERVENÇÃO DE TERCEIROS


A denunciação da lide e o chamamento ao processo só cabem em processo de
conhecimento. As demais espécies de intervenção cabem em qualquer tipo de processo, inclusive
no de execução

7. DAS DIVERSAS FORMAS DE INTERVENÇÃO


Assistência - é forma típica de intervenção de terceiros, porque pressupõe o ingresso no
processo de alguém que até então não figurava. Ela é sempre voluntária, isto é, a iniciativa de
ingresso há de partir sempre do próprio terceiro.
Não se admite que o juízo mande intimar, a pedido da parte, o terceiro, para que assuma
a condição de assistente. Além disso, ela não amplia os limites objetivos da lide, porque o
assistente não formula novos pedidos ao juiz, limitando-se a auxiliar uma das partes, na
obtenção de resultado favorável.

Assistência simples (Art.121 e 122 do CPC) - É o mecanismo pelo qual se admite que um
terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, possa
requerer o seu ingresso, para auxiliar aquele a quem deseja que vença.
O requisito indispensável é que o terceiro tenha interesse jurídico na vitória de um dos
litigantes. É fundamental, pois, que se identifique quando o terceiro tem interesse e quando pode
ser considerado jurídico.
Terá interesse jurídico aquele que tiver uma relação jurídica com uma das partes,
diferente daquela sobre a qual versa o processo, mas que poderá ser afetada pelo resultado.
Para simplificar, pode-se dizer que o interesse jurídico depende de três circunstâncias:
a) que o terceiro tenha uma relação jurídica com uma das partes;
b) que essa relação seja diferente da que está sendo discutida no processo, pois se for a mesma
ele deveria figurar como litisconsorte, e não como assistente;
c) que essa relação jurídica possa ser afetada reflexamente pelo resultado do processo.
O interesse jurídico não se confunde com o meramente econômico Há casos em que o
interesse do terceiro é meramente econômico, e não jurídico, o que o impede de ingressar como
assistente simples.
Poderes do assistente simples no processo. Para compreendê-los, é preciso lembrar que o
assistente simples não é o potencial titular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo,
mas de uma relação jurídica com uma das partes, que mantém com a primeira uma relação de
prejudicialidade. A sua atuação é subordinada à do assistido: pode praticar todos os atos
processuais que não contrariem a vontade do assistido.

A assistência litisconsorcial (Art. 124, NCPC)- Trata-se de forma de intervenção atribuída ao


titular ou cotitular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo. Só existe no âmbito da
legitimidade extraordinária, pois só assim é possível que terceiro seja titular ou cotitular de
relação jurídica discutida em juízo. No campo da legitimidade ordinária, o titular potencial da
relação jurídica teria de figurar como parte.
Poderes do assistente litisconsorcial. A assistência litisconsorcial só existe no campo da
legitimidade extraordinária, pois só o substituído processual pode assumir a condição de
assistente.
Também vimos que, nos casos de legitimidade extraordinária concorrente, aquele que
ingressa como assistente litisconsorcial poderia, se quisesse, ter proposto a ação junto com os
demais cotitulares do direito alegado. Por isso, a condição do assistente litisconsorcial é a de um
litisconsorte facultativo unitário ulterior: ele tem os mesmos poderes que o litisconsorte unitário,
com a ressalva de que, tendo ingressado com o processo já em curso, passará a atuar no estado
em que o processo se encontra.
Aquele que pode ingressar como assistente litisconsorcial sofrerá os efeitos da coisa
julgada material, intervindo ou não. Mesmo que opte por ficar fora, será afetado, porque tem a
qualidade de substituído processual.

O ingresso do assistente - O assistente simples e o litisconsorcial podem ingressar a qualquer


tempo no processo, enquanto ainda não tiver havido o trânsito em julgado da sentença. Para
tanto, devem formular um requerimento dirigido ao juiz, que ouvirá as partes. O art. 120 do CPC
dispõe que, “não havendo impugnação no prazo de quinze dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar”. É preciso que estejam presentes os requisitos,
seja da assistência simples seja da litisconsorcial. Não basta a inexistência de impugnação, sendo
indispensável que o juiz verifique o cabimento da assistência. A impugnação, que pode ser
apresentada por qualquer das partes, só será acolhida se demonstrar ao juiz que não estão
presentes os requisitos para a admissão do terceiro.
Não podem as partes simplesmente recusar o ingresso, quando eles estiverem presentes.
Havendo impugnação fundamentada, fundada na inexistência de interesse jurídico do terceiro, o
juiz decidirá o incidente, mas sem suspender o andamento do processo e sem determinar a
autuação em apenso. Da decisão cabe agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, IX, do
CPC.
Denunciação da lide (Art. 125, ss, NCPC)
São três as características fundamentais da denunciação da lide:
a) É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu,
diversamente do chamamento ao processo, que só pode ser requerido pelo réu.
b) Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um processo autônomo.
Haverá um processo único para a ação e a denunciação. Esta amplia o objeto do processo. O
juiz, na sentença, terá de decidir não apenas a lide principal, mas a secundária. Por exemplo: em
ação de acidente de trânsito, em que há denunciação à seguradora, o juiz decidirá sobre a
responsabilidade pelo acidente, e a da seguradora em reembolsar o segurado.
c) Todas as hipóteses de denunciação são associadas ao direito de regresso. Ela permite que o
titular desse direito já o exerça nos mesmos autos em que tem a possibilidade de ser condenado, o
que favorece a economia processual.

A posição do denunciado frente ao adversário do denunciante - Quando há denunciação,


surgem duas relações jurídicas distintas: a do autor e do réu e a do denunciante e do
denunciado. Não existe relação jurídica direta entre o denunciado e o adversário do
denunciante.

* Hipóteses de cabimento
- Risco de evicção - É a hipótese do art. 125, I, do CPC. A denunciação deve ser feita ao
“alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam”.
- Direito de regresso decorrente de lei ou contrato - É a hipótese do inciso II do art. 125 que
autoriza a denunciação àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar em
ação regressiva o prejuízo de quem for vencido no processo.
- A denunciação da lide da Fazenda Pública ao funcionário - A Constituição Federal, art. 37, §
6º, atribui responsabilidade objetiva às pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado,
prestadoras de serviço público, pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a
terceiros. Mas assegura direito de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.

Há, pois, direito de regresso decorrente de lei. Mas a denunciação da Fazenda ao


funcionário pode introduzir no processo uma questão que não era objeto de discussão, a culpa
ou dolo do funcionário, pois a responsabilidade na lide principal é objetiva, e na secundária,
subjetiva.
Predomina no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que não cabe a
denunciação quando introduz fundamento fático novo, que exige instrução.
A denunciação da lide obrigatória?
Na vigência do CPC de 1973 havia dúvidas sobre a obrigatoriedade da denunciação da
lide, sobretudo na hipótese da evicção, diante da redação do art. 456 do Código Civil que parecia
considerá-la obrigatória. Mas já vinha predominando o entendimento de que nem mesmo no
caso de evicção ela deveria ser obrigatória, e que a parte que deixasse de fazer a denunciação da
lide não perderia, por sua omissão, o direito de regresso, podendo sempre exercê-lo em ação
autônoma.
O CPC atual revogou o art. 456 do Código Civil (art. 1.072, II), e para afastar qualquer
dúvida, deixou expresso que a parte que não fizer a denunciação, ou não puder fazê-la, ou a tiver
indeferida, poderá exercer o direito de regresso em ação autônoma. É o que dispõe o art. 125, §
1º: “O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida”.

Procedimento da denunciação da lide


A denunciação da lide pode ser requerida pelo réu e pelo autor, e o procedimento variará num
caso e noutro. Nos itens seguintes, serão estudados os procedimentos em cada um dos casos.
- Quando requerida pelo réu - O réu, citado, deve requerer a denunciação da lide na contestação
(CPC, art. 126), sendo indispensável que indique quais os fundamentos de fato e de direito em
que baseia o direito de regresso e qual o pedido. Não há necessidade de atribuição de valor da
causa.O deferimento não depende do consentimento da parte contrária, nem do denunciado, mas
de o juiz verificar que, em tese, estão presentes as situações autorizadoras de direito de regresso.
* O denunciado poderá apresentar contestação. Como, desde o comparecimento, assume a
qualidade de litisconsorte, poderá impugnar os fatos alegados pelo autor na petição inicial,
complementando aquilo que já fora alegado pelo réu. Além disso, pode impugnar o objeto da
denunciação propriamente dita, negando a existência do direito de regresso.
* Se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva.
* E se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante
poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a
procedência da ação de regresso.
Ao final, o juiz proferirá sentença conjunta, na qual julgará ambas as ações. Em caso de
procedência da lide principal, e condenação do réu denunciante, decidirá se ele tem ou não
direito de regresso contra o denunciado. Em caso de improcedência do pedido na lide principal,
a denunciação ficará prejudicada, e o juiz a julgará extinta sem resolução de mérito.

- Quando requerida pelo autor - O autor também pode requerer a denunciação da lide quando,
temendo os prejuízos decorrentes de uma eventual improcedência, queira, no mesmo processo,
exercer direito de regresso contra o terceiro, que tem obrigação de responder por tais prejuízos. A
denunciação será requerida pelo autor na petição inicial.
Se o juiz deferir a denunciação, mandará primeiro citar o denunciado e depois o réu,
porque, na condição de litisconsorte do autor, na lide principal, aquele terá o direito de
acrescentar novos argumentos à inicial (CPC, art. 127). Há aqui uma situação muito particular.
Como sempre ocorre quando há denunciação, haverá duas ações e um só processo.
Assim, no mesmo processo ele é simultaneamente réu (da denunciação) e coautor (da
ação principal). Por isso, citado, poderá acrescentar novos argumentos à inicial (na condição de
coautor da lide principal, que não participou da elaboração dessa peça) e oferecer contestação à
lide secundária. O juiz, ao final, proferirá sentença única que, se de procedência, implicará a
extinção sem resolução de mérito da denunciação.

Denunciação da lide sucessiva


É possível que, feita a denunciação e citado o denunciado, este também entenda ter
direito de regresso em face de outro, e queira, no mesmo processo, fazer uma nova denunciação
da lide. Há casos em que existe direito de regresso sucessivo. Por isso, coloca-se a questão da
possibilidade de, no mesmo processo, haver denunciações sucessivas.
O CPC atual admite uma única denunciação sucessiva. Isto é, permite que, feita pelo
autor ou réu a denunciação, o denunciado, por sua vez, requeira a denunciação sucessiva. Mas o
denunciado sucessivo não poderá fazer nova denunciação, devendo buscar eventual direito de
regresso em ação autônoma (art. 125, § 2º).

Vedação da denunciação “per saltum”


Como a denunciação da lide tem por função permitir que se postule, no mesmo processo,
direito de regresso das partes em face de terceiro, nos casos em que há denunciação sucessiva,
não se admite que seja feita por salto: aquele que a faz tem de dirigi-la ao terceiro com quem
tenha relação direta, da qual resulta o direito de regresso.
O Código Civil, no art. 456, caput, estabelecia que “para poder exercitar o direito que da
evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos
anteriores, como e quando lhe determinarem as leis do processo”.
Esse dispositivo autorizava a denunciação por saltos, quando o alienante preferisse dirigi-
la não à pessoa de quem comprou (alienante imediato), mas aos anteriores. A lei atual admite,
assim, uma única denunciação sucessiva, e sem saltos.

Chamamento ao processo
É forma de intervenção de terceiros por meio da qual o réu fiador ou devedor solidário,
originariamente demandado, trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o
afiançado ou os demais devedores solidários.
O chamamento ao processo é sempre facultativo, e mesmo que o réu não o faça, poderá
reaver dos demais coobrigados a parte que lhes cabe, em ação autônoma.

Posição dos chamados ao processo


Por meio do chamamento, o réu traz ao processo outros réus, contra os quais o autor não
demandou originariamente. Haverá um litisconsórcio passivo, cuja formação é ulterior,
determinado pela manifestação do réu, que chama o devedor principal ou os codevedores
solidários.
A posição dos chamados é a de litisconsortes do réu originário. Em caso de procedência,
todos serão condenados a pagar ao autor. É o que se depreende da leitura do art. 132 do CPC.
Aquele que, na fase executiva, satisfizer a dívida, sub-rogar-se-á nos direitos do credor e poderá,
na mesma execução, exigi-la por inteiro do devedor principal (no caso de fiança) ou cobrar a
cota de cada um dos codevedores, na proporção que lhes tocar (no caso de solidariedade).
A redação dos arts. 131 e 132 do CPC não deixa nenhuma dúvida. Os chamados aos
processos figuram como litisconsortes. O chamamento não é uma ação de regresso do chamante
contra os chamados, mas um meio pelo qual o afiançado ou demais devedores solidários passam
a integrar o polo passivo, em litisconsórcio com o réu originário, por iniciativa deste.

Hipóteses de cabimento
O art. 130 do CPC enumera as hipóteses do chamamento ao processo em três incisos:
■ o primeiro cuida do chamamento feito pelo fiador demandado ao devedor principal;
■ o segundo, da possibilidade de, havendo mais de um fiador, aquele que for demandado sozinho
chamar ao processo os demais;
■ o terceiro versa sobre a solidariedade, quando o autor houver demandado apenas um ou
alguns dos devedores solidários, que poderão chamar ao processo os demais.

Procedimento do chamamento ao processo


O art. 131 determina que o chamamento ao processo seja requerido pelo réu na
contestação, devendo a citação ser promovida no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito.
Com a citação do chamado, forma-se o litisconsórcio no polo passivo. Havendo advogados
diferentes, os prazos serão em dobro (CPC, art. 229).

Do incidente de desconsideração da personalidade jurídica


Há muito, a regra da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas vem admitindo
restrições, sobretudo nos casos em que ela é utilizada como instrumento para a prática de
fraudes e abusos de direito, em detrimento dos credores. A teoria da desconsideração da
personalidade jurídica (disregard doctrine), que autoriza o juiz a estender, em determinadas
situações, a responsabilidade patrimonial pelos débitos da empresa aos sócios, sem que haja a
dissolução ou desconstituição da personalidade jurídica.
Compete ao direito material estabelecer quais são as exigências para que se possa aplicar
a desconsideração da personalidade jurídica. No âmbito civil, essas exigências estão no art. 50
do CC; e no âmbito consumerista, no art. 28 do Código do Consumidor.
Além da desconsideração comum, há ainda a inversa. Na comum, a responsabilidade
patrimonial pelas dívidas da empresa é estendida aos sócios; na inversa, a responsabilidade pelas
dívidas dos sócios é estendida à empresa.
Débito e responsabilidade
Para que se possa compreender bem o fenômeno da desconsideração da personalidade
jurídica é importante lembrar a distinção que o direito das obrigações estabelece entre débito e
responsabilidade (Schuld e Haftung). Tem o débito aquele que efetivamente contraiu a
obrigação.
Por exemplo, o subscritor do contrato ou do título de crédito. Tem a responsabilidade
aquele que responde judicialmente com seus bens pelo cumprimento da obrigação. Na grande
maioria dos casos, quem tem o débito também tem a responsabilidade.
Quando há a desconsideração da personalidade jurídica, o devedor é a empresa. É ela
que deve ser acionada para cumprimento da obrigação; mas, se verificados os requisitos legais,
estabelecidos pelo direito material, o juiz poderá estender a responsabilidade patrimonial aos
seus sócios, autorizando que seus bens pessoais sejam alcançados para fazer frente ao débito (no
caso da desconsideração inversa, o devedor é o sócio, mas a empresa passa a ser responsável,
com seus bens, pelo pagamento).
Quando desconsidera a personalidade jurídica, o juiz não transforma o sócio em
codevedor, mas estende a responsabilidade patrimonial a ele, permitindo que seus bens sejam
atingidos para fazer frente ao débito, que continua sendo da empresa. É preciso que se
distingam, então, duas relações distintas: a do credor com a empresa, que é uma relação credor-
devedor; e a do credor com o sócio, após a desconsideração, que é uma relação credor-
responsável, cujos bens podem ser alcançados para pagamento da dívida.

■ 7.5. DO AMICUS CURIAE


Entre as hipóteses de intervenção de terceiros, foi incluída a do amicus curiae. Antes da
edição do CPC, já havia hipóteses, em nosso ordenamento jurídico, em que esse terceiro poderia
intervir.
O art. 543-A, § 3º, do CPC de 1973 previa, por exemplo, a possibilidade de manifestação
de terceiros na análise da repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. A Lei que
regulamenta as ações declaratórias de constitucionalidade e a lei que trata das ações diretas de
inconstitucionalidade preveem tal possibilidade. Mas eram hipóteses específicas, em que havia
expressa previsão legal autorizando a manifestação desse terceiro.
A novidade introduzida pelo CPC foi a possibilidade genérica de admissão dessa forma de
intervenção de terceiros, desde que preenchidos os requisitos estabelecidos no caput do art. 138.
Sem prejuízo dessa autorização geral, o CPC prevê especificamente a intervenção do
amicus curiae em hipóteses específicas, como no incidente de arguição de inconstitucionalidade
(art. 950, § 3º), no incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 983, § 1º), na análise de
repercussão geral (art. 1.035, § 4º) e na análise de recursos repetitivos (art. 1.038, II).
A intervenção do amicus curiae é peculiar, porque ele não intervém nem como parte, nem
como auxiliar da parte, mas como verdadeiro auxiliar do juízo.
O amicus curiae é o terceiro que, conquanto não tenha interesse jurídico próprio, que
possa ser atingido pelo desfecho da demanda em andamento, como tem o assistente simples,
representa um interesse institucional, que convém seja manifestado no processo para que,
eventualmente, possa ser considerado quando do julgamento.
O amicus curiae poderá ser uma pessoa, um órgão ou entidade, que não tem interesse
próprio na causa, mas cujos interesses institucionais poderão ser afetados.

Requisitos para intervenção


Os requisitos genéricos são fixados pelo art. 138 do CPC e estão intimamente
relacionados com o papel que o amicus curiae desempenha.
Os requisitos relativos ao tipo de demanda na qual ele poderá intervir são:
a) a relevância da matéria: a lei faz uso de termo vago, que se assemelha àquele exigido para que
haja repercussão geral. O art. 1.035, § 5º, reconhece a repercussão geral das causas que tenham
relevância do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico. A primeira hipótese que
justifica a intervenção do amicus curiae é justamente a relevância, que pode ser também
econômica, política, social ou jurídica. O que sobreleva é que a questão discutida transcenda o
mero interesse individual das partes, para que se justifique a manifestação de um terceiro, que é
portador de um interesse institucional;
b) a especificidade do tema objeto da demanda: é possível que o objeto da demanda exija
conhecimentos particulares, específicos, que justifiquem a intervenção do amicus curiae. Aqui
também ele intervirá como portador de um interesse institucional, quando a questão discutida,
ainda que específica, transcenda o interesse das partes, sem o que não se justifica a intervenção;
c) a repercussão social da controvérsia: Essa hipótese mantém vinculação com as anteriores,
sobretudo com a primeira, já que não pode ser considerada irrelevante uma controvérsia que
tenha repercussão social. É preciso que essa repercussão mobilize um interesse institucional, do
qual o amicus curiae seja portador.

Os requisitos relativos ao terceiro que intervenha como amicus curiae são:


a) que seja terceiro, não se podendo admitir quem a qualquer título já integra a lide;
b) pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada: o art. 138, caput, afasta qualquer
dúvida que pudesse ainda haver a respeito da possibilidade de a pessoa natural ser admitida com
amicus curiae;
c) a representatividade adequada: é preciso que fique evidenciado o interesse institucional, do
qual o amicus curiae seja portador, e a relação desse interesse com o objeto do processo.

Procedimento da intervenção - As particularidades do amicus curiae e de sua posição no


processo explicam porque se trata da única forma de intervenção de terceiros que pode ser
determinada pelo juiz ou tribunal de ofício. As outras, examinadas anteriormente, ou eram
provocadas por alguma das partes, ou decorriam de requerimento voluntário do próprio terceiro.
A intervenção do amicus curiae pode ser determinada de ofício. Mas também pode ser
requerida pelas partes ou pelo próprio terceiro, que queira intervir nessa qualidade,
demonstrando que preenche os requisitos do art. 138, caput.
Deferida a intervenção, o que se fará por decisão irrecorrível do juiz ou do relator, o
terceiro será intimado a manifestar-se no prazo de 15 dias.
A participação do amicus curiae consistirá basicamente em emitir uma manifestação,
opinar sobre a matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido.
A lei lhe atribui a faculdade de recorrer apenas em duas situações:
a) para opor embargos de declaração, isto é, não para manifestar inconformismo, mas apenas
para solicitar integração, correção ou aclaramento da decisão; ou
b) para insurgir-se contra a decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
Fora dessas duas hipóteses, ele não tem legitimidade recursal.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS


a) Quanto ao objeto podem ser diretas ou indiretas:
■ diretas: aquelas que se ligam diretamente ao fato que se pretende demonstrar, como o recibo
ao pagamento ou o instrumento
ao contrato;
■ indiretas: aquelas que não se prestam a demonstrar diretamente o fato a ser provado, mas
algum outro fato a ele ligado e que,
por meio de induções ou raciocínios, poderá levar à conclusão desejada. Exemplo: testemunhas
que declaram estar o litigante
viajando, em determinada data, e em razão disso não podendo ser ele o autor da conduta lesiva
b) Quanto ao sujeito a prova pode ser pessoal ou real:
■ prova pessoal é aquela prestada por uma pessoa a respeito de um fato, como a ouvida de
testemunhas ou o depoimento
pessoal das partes;
■ prova real é a obtida pelo exame de determinada coisa, como a inspeção judicial ou perícia
feita sobre ela.
c) Quanto à forma, pode ser oral ou escrita:
■ oral é a colhida verbalmente, como os depoimentos das partes e das testemunhas;
■ escrita é a que vem redigida, como os documentos e perícias.

4. OBJETO DA PROVA
O objeto da prova são os fatos controvertidos relevantes para o julgamento do processo.
Para que o juiz profira o julgamento, é preciso que forme sua convicção a respeito dos
fatos e do direito controvertidos. Para que se convença do direito, não é preciso que as partes
apresentem provas, porque ele o conhece (jura novit curia), salvo as hipóteses do art. 376, em
que pode exigi-las quanto à vigência de direito estadual, municipal, estrangeiro ou
consuetudinário, o que será feito por meio de certidões ou pareceres de juristas estrangeiros ou
locais.

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