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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS

POLÍCIA FEDERAL
PROFESSOR PEDRO IVO

AULA 01 – INQUÉRITO POLICIAL

Caros alunos de todo o Brasil, sejam bem-vindos a nossa primeira aula!

Hoje veremos um tema importante e que é objeto de questionamento por


praticamente todas as bancas de prova: O inquérito policial.
É um assunto interessante e que constantemente lemos nos jornais e escutamos
falar nos telejornais... O problema é que muitas vezes tal tema é tratado de uma
maneira incorreta e esses erros acabam ficando na cabeça.
Observe o texto publicado pelo jornal “o globo”:

“A origem das balas com cocaína que levaram 17 crianças e adolescentes a


passar mal em uma escola municipal de Santo Antonio da Posse vai ficar sem
resposta. A polícia decidiu nesta quinta-feira arquivar o inquérito que apurava o
caso.”

Será que este texto está correto? Será que a autoridade policial pode arquivar o
inquérito?
Bom, estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer da aula e, ao final,
você começará a prestar mais atenção nas notícias... Afinal, só mesmo
concurseiros “de carteirinha” ficam procurando (e encontrando) erros que quase
ninguém acha nos jornais!!!
Dito isto, vamos ao que interessa?
Bons estudos!!!
*****************************************************************
1.1 CONCEITO

Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais,


entretanto não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração
correta do delito.
Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo
Penal (CPP), a figura do inquérito policial, um PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO que tem por finalidade o levantamento de informações a fim
de servir de base à ação penal ou às providências cautelares.

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Você deve lembrar-se do triste caso da menina Isabella Nardoni onde ouvimos
falar muito no inquérito. Qual era a real finalidade deste procedimento?
A finalidade era a apuração dos autores do delito e a definição de como
efetivamente ele ocorreu, a fim de propiciar a atuação do Ministério Público.
Conforme lição do saudoso Prof. Mirabete, o “inquérito policial é todo
procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da
prática de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução
provisória, preparatória, informativa em que se colhem elementos por vezes
difíceis de obter na instrução judiciária...“.
Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e
Polícia Federal) e são presididos por delegados de carreira, entretanto o art. 4º,
parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que existem outras
formas de investigação criminal como, por exemplo, as investigações efetuadas
pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e o inquérito realizado por
autoridades militares para apurar infrações de competência da Justiça Militar
(IPM).
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja
cometida a mesma função. (grifo nosso)

1.2 CARACTERÍSTICAS

• PROCEDIMENTO ESCRITO

Conforme dito anteriormente, a grande finalidade do inquérito é servir de


base para uma posterior ação penal.
Desta forma o art. 9º do CPP deixa claro que as peças do inquérito serão
reduzidas a escrito ou datilografadas, não sendo possível a ocorrência de
uma investigação verbal.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só


processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

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OBSERVAÇÃO: Algumas vezes você encontrará a expressão “o depoimento


foi REDUZIDO A TERMO”. Isso só quer dizer que foi escrito ou
datilografado.

• PROCEDIMENTO SIGILOSO

O CPP no seu art. 20 nos diz:

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à


elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

O sigilo é um elemento de que dispõe a autoridade policial para facilitar seu


trabalho na elucidação do fato.
Tal sigilo encontra-se extremamente atenuado, pois, segundo entendimento
do STF, é um direito do advogado examinar, em qualquer repartição
policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos
ou em andamento.
É importante ressaltar que para os atos que dependem de autorização
judicial, segundo a CF (escuta, interceptação telefônica etc.), o advogado só
terá acesso se possuir PROCURAÇÂO ESPECÍFICA. Neste sentido já se
pronunciaram por diversas vezes o STF e o STJ.
Também é permitido o acesso total aos autos ao Ministério Público e ao
Juiz.
O sigilo deverá ser observado também como uma forma de preservar a
intimidade do investigado, resguardando-se seu estado de inocência.
Devido a esta presunção, dispõe o CPP em seu Art. 20, Parágrafo Único:

Art. 20
[...]
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem
solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer
anotações referentes a instauração de inquérito contra os
requerentes.

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CAIU EM PROVA!

O inquérito policial é público, não podendo a autoridade


policial impor sigilo, ainda que necessário à elucidação do
fato.
Gabarito: ERRADA

• INDISPONIBILIDADE

Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá mandar


arquivar autos de inquérito.
Este é um ponto que gera inúmeras dúvidas, pois se contrapõe ao que
normalmente imaginamos como válido. Entretanto, fique tranquilo que tudo
ficará claro quando tratarmos, especificamente, do arquivamento.

CAIU EM PROVA!

***A autoridade policial poderá promover o arquivamento do IP,


desde que comprovado cabalmente que o indiciado agiu
acobertado por uma causa excludente da ilicitude ou da
culpabilidade
Gabarito: ERRADA

• OFICIOSIDADE

O início do inquérito independe de provocação e DEVE ser determinado de


ofício quando houver a notícia de um crime. A oficiosidade decorre do
princípio da legalidade (ou obrigatoriedade) da ação pública.
Existem algumas ações para as quais o inquérito não segue este princípio,
mas voltaremos neste assunto quando tratarmos das espécies de ação.
É importante frisar que não é por toda notícia que deverá ser instaurado
imediatamente o inquérito, sendo razoável uma avaliação preliminar para
determinar se o ato noticiado realmente constitui crime. Entretanto, a
requisição de instauração do inquérito por parte do Ministério Público ou do

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Juiz tem natureza de ordem e não deve ser questionada ou verificada pela
autoridade policial.

CAIU EM PROVA!

***A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza


de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela
autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja
descabida a investigação.

Gabarito: CORRETA

• OFICIALIDADE

Somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito policial. Ainda


quando a titularidade da ação penal é atribuída ao particular ofendido (ação
penal privada), não cabe a este a efetuação dos procedimentos
investigatórios.

• INQUISITIVO

ATENÇÃO  ESTA É A CARACTERÍSTICA MAIS EXIGIDA EM PROVA!!!

É inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à elucidação do


fato e à determinação da autoria ficam concentradas em uma única
autoridade, no caso a figura do Delegado de Polícia. Este poderá,
discricionariamente, decidir como vai proceder para alcançar a finalidade do
inquérito.
Durante o inquérito não há que se falar em contraditório e ampla
defesa, pois ainda não existe acusado e o indiciado não é sujeito de
direitos, mas objeto de investigação.
O ilustre mestre Alexandre de Moraes dispõe que:
"O contraditório nos procedimentos penais não se aplica aos inquéritos
policiais, pois a fase investigatória é preparatória da acusação, inexistindo,
ainda, acusado, constituindo, pois, mero procedimento administrativo, de
caráter investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da ação
penal, o Ministério Público".

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ATENÇÃO!!!

O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO PELA


POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A
EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO. (LEI Nº. 6.815/80).

CAIU EM PROVA!

***Pelo fato de o IP ser um procedimento administrativo de


natureza inquisitorial, a autoridade policial tem discricionariedade
para determinar todas as diligências que julgar necessárias ao
esclarecimento dos fatos, pois a persecução concentra-se, durante
o inquérito, na figura do delegado de polícia.
GABARITO: CORRETA

Do exposto podemos resumir:

1.3 INCOMUNICABILIDADE

A incomunicabilidade do investigado está regulamentada no art. 21 do Código de


Processo Penal nos seguintes termos:
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de
despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três
dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a
requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.

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A jurisprudência majoritária inclina-se para a inconstitucionalidade do dispositivo.


O mais forte argumento no sentido da não recepção deste dispositivo tem por
base o art. 136, § 3º, IV, da CF, segundo o qual, na vigência do estado de
defesa é vedada a incomunicabilidade do preso.
Parece evidente que se a Constituição proíbe a incomunicabilidade até mesmo na
vigência de um "estado de exceção" não seria nada razoável admiti-la em
condições normais como conseqüência de um simples inquérito policial.
Ademais, a incomunicabilidade afigura-se incompatível com as garantias
insculpidas no art. 5º da CF/88, mormente com as plasmadas em seus incisos
LXII ("a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada") e LXIII ("o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado").
Apesar das divergências, um aspecto é indiscutível: a incomunicabilidade prevista
no art. 21 do Código de Processo Penal não pode impedir o contado do advogado
com o preso. Prevê o art. 7º, III do Estatuto da Advocacia que sempre será
facultado ao advogado comunicar-se com seu cliente de forma pessoal e
reservada.

1.4 VALOR PROBATÓRIO

Digamos que determinado indivíduo, durante um inquérito, confessou ao


delegado de polícia a participação em um crime e tal confissão foi reduzida a
termo. Será que a decisão condenatória poderia ser apoiada exclusivamente
nesta confissão extrajudicial?
A resposta é não, pois, segundo o STF, não se justifica sentença condenatória
baseada unicamente no inquérito policial.
Realmente, agora que já sabemos que o inquérito policial é um procedimento
inquisitivo, não seguindo os princípios da ampla defesa e do contraditório, fica
fácil entender o VALOR PROBATÓRIO RELATIVO atribuído a tal procedimento
administrativo pela Suprema Corte.
Como peça meramente informativa, destinada tão somente a autorizar o exercício
da ação penal, não pode por si só servir de lastro à sentença condenatória, sob
pena de se infringir o princípio do contraditório, garantia constitucional.

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1.5 VÍCIOS

Os vícios do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Tal


fato tem por base o caráter meramente informativo da fase inquisitorial.
Assim, se uma confissão foi obtida mediante tortura na fase do inquérito, esta
situação não será passível de gerar a anulação da ação penal.

CAIU EM PROVA!

***Eventuais nulidades ocorridas no curso do inquérito policial


contaminam a subseqüente ação penal.

GABARITO: ERRADA

1.6 A NECESSIDADE DO INQUÉRITO

Para se chegar à conclusão da obrigatoriedade ou não do inquérito policial basta


pensar na real finalidade de tal procedimento. Se, sem nenhuma investigação
policial, for possível a determinação da autoria e do fato, é razoável que esta fase
preliminar seja dispensada. O art. 39 § 5o , do CPP deixa claro esta não
obrigatoriedade:
Art. 39.[...]
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
de quinze dias. (grifo nosso)

No mesmo sentido já definiu o STF:

"O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de


denúncia ou queixa, desde que a peça acusatória tenha
fundamento em dados de informação suficiente à caracterização
da materialidade e autoria da infração penal (STF, RTF 76/741).

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1.7 “NOTITIA CRIMINIS”

É a fase preliminar do inquérito policial. Conforme leciona o professor Fernando


Capez, dá-se o nome de notitia criminis (notícia do crime) ao conhecimento
espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial, de um fato
aparentemente criminoso. É com base nesse conhecimento que a autoridade dá
início às investigações.

1.7.1 CLASSIFICAÇÃO:

1. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA


Também chamada de espontânea ou inqualificada, caracteriza-se pela
inexistência de um ato jurídico formal de comunicação da ocorrência do delito
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do ilícito
através de suas atividades de rotina, de jornais, pela descoberta do corpo do
delito, por comunicação da polícia preventiva, por investigações da polícia
judiciária, etc.
Nestes casos, a autoridade policial deve proceder a uma investigação
preliminar, com a máxima cautela e discrição, a fim de verificar a
verossimilhança da informação, somente devendo instaurar o inquérito na
hipótese de haver um mínimo de consistência nos dados informados.

2. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA


Também chamada de notitia criminis provocada ou qualificada. Ocorre quando
a autoridade policial toma conhecimento do ilícito por meio de algum ato
jurídico de comunicação formal do delito.
São exemplos de notitia criminis de cognição indireta:
• Delatio criminis simples  É a comunicação por escrito ou verbal,
prestada por pessoa identificada. (CPP, art. 5º, § 3o ).

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de


infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência
das informações, mandará instaurar inquérito.

•  (CPP,
Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público
art. 5º, II)

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• Requisição do Ministro da Justiça  (CP, art. 7º, §3º, b)


• Representação do ofendido  (CPP, art. 5º, §4º)

3. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA

Ocorre no caso de prisão em flagrante. Nesta hipótese, a comunicação do


crime é feita mediante a própria apresentação de seu autor por servidor
público no exercício de suas funções ou por particular.

O assunto pode ser resumido através do quadro abaixo que facilita a


memorização:

1-ATIVIDADES ROTINEIRAS
2-JORNAIS
3-INVESTIGAÇÕES
COGNIÇÃO 4-CORPO DO DELITO
DIR
RETA OU 5-DELAÇÃO APÓCRIFA
IMEDIAT
TA
IN
NEXISTÊNCIAA DE UM
M ATTO
JURÍD
DICO
O FO
ORMAL !!!

1-DELATIO CRIMINIS
2-REQUISIÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO
NOTITIA COGNIÇÃO 3-REQUISIÇÃO DO
IND
DIRE
ETA OU
CRIM
MINIIS MINISTRO DA JUSTIÇA
MEDIATA 4-REPRESENTAÇÃO DO
OFENDIDO

EXIS
STÊNCIA DE
E UM ATO
JURÍDIC
CO FORMMAL
L !!!!

COGNIÇÃO
COERCITIVA PRISÃO EM FLAGRANTE

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1.8 O INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL

O início do inquérito dependerá do tipo de ação penal.


Sobre este tema, para a compreensão deste tópico, faz-se necessário apresentar
alguns breves apontamentos sobre a ação penal. Posteriormente,
aprofundaremos os conceitos.

1.8.1 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL

No nosso país as ações penais são divididas em dois grandes grupos:

1. AÇÃO PENAL PÚBLICA


2. AÇÃO PENAL PRIVADA

Essa divisão atende a razões de exclusiva política criminal e é isso que


entenderemos agora através de exemplos.
Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente,
importa sobremaneira a toda sociedade, pois, a partir de tal fato, fica claro
que há um indivíduo no mínimo desequilibrado solto na sociedade.
Desta forma, a ação recebe a classificação de PÚBLICA INCONDICIONADA
e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada bastando o
conhecimento do fato pelo Ministério Público.
Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um
homem e diz que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”.
Neste caso, temos claramente um crime contra a honra e eis a pergunta: O
que este delito importa para a sociedade?
Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado
concede a possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal,
atribuindo a este a titularidade. Temos ai a AÇÃO PENAL PRIVADA.
Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada temos a
PÚBLICA CONDICIONADA.
Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e
mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui
a titularidade da ação ao Estado, mas exige que este aguarde a manifestação

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do ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no
delito de ameaça.

É IMPORTANTE RESSALTAR QUE A REGRA GERAL É A AÇÃO PENAL


PÚBLICA, SENDO A PRIVADA, A EXCEÇÃO.

1.8.1.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

É a ação que pode ser iniciada logo que o titular para impetrá-la tiver
conhecimento do fato, não necessitando de qualquer manifestação do
ofendido.
Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo,
corrupção, seqüestro.
Sobre a titularidade para iniciar a ação dispõe o Código de Processo Penal:

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (grifo
nosso)

Conforme o CPP a titularidade da ação pública incondicionada é do


Ministério Público, podendo instaurar o processo criminal independente da
manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade
da vítima ou de seu representante legal.

1.8.1.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa


condição tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu
representante legal (REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do
Ministro da Justiça.
Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública
incondicionada, é do Ministério Público.
São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art.
130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152),

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divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o


estupro e o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro
para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 2º) etc.

1.8.1.3 AÇÃO PENAL PRIVADA

Neste tipo de ação, o delito afronta tão intimamente o indivíduo que o


ESTADO transfere a legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba
que nesta transferência de legitimidade reside a diferença fundamental
entre a ação penal PÚBLICA E PRIVADA.
Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo
provoque um mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime.

Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a


honra (calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em
lesão corporal provocada por violência injuriosa (art. 145).

1.8.2 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE


AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (CPP, art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º
e 3º)

1- Portaria da autoridade policial de ofício, mediante simples notícia do


crime.
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;

2- Requisição do Ministério Público

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Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:


[...]
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público

3- Requisição do juiz de Direito

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

A REQUISIÇÃO DO JUIZ E DO MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUI


CONOTAÇÃO DE EXIGÊNCIA, DETERMINAÇÃO.

DESTA FORMA, NÃO PODERÁ SER DESCUMPRIDA PELA


AUTORIDADE POLICIAL.

4- Requerimento de qualquer pessoa do povo

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:


[...]
II – [...] ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que
possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração,
ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência. (grifo nosso)

Neste caso a autoridade policial não precisa “cumprir” o que é solicitado pelo
indivíduo caso entenda descabido o requerimento. Entretanto, a fim de dar
garantias ao solicitante e impedir indeferimentos arbitrários, preceitua o
parágrafo 2º do art. 5º do CPP:

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§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de


inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia
.
Mas quem é o chefe de polícia? Para a prova de vocês é o SECRETÁRIO DE
SEGURANÇA PÚBLICA.

5- Auto de prisão em flagrante (APF)  Apesar de não mencionado


expressamente no artigo 5º o APF é forma inequívoca de instauração de
inquérito policial, dispensando a portaria subscrita pelo delegado de polícia.

1.8.3 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE


AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (CPP, art. 5º, § 4º)

1- Mediante REPRESENTAÇÃO do ofendido ou de seu


representante legal

Art. 5º
[...]
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.

Por representação, também conhecida como delatio criminis postulatória,


compreende-se a manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal
autoriza o Estado a desenvolver as providências necessárias à investigação e
apuração judicial nos crimes que a requerem.
Nada impede que a representação esteja incorporada na comunicação de
ocorrência policial e neste sentido já se manifestou, por diversas vezes, o STJ.
Observe o julgado:

A representação nos crimes de ação penal pública


condicionada prescinde de qualquer formalidade,
sendo necessário apenas a vontade inequívoca da
vítima ou de seu representante legal, mesmo que
realizada na fase policial.

Precedentes desta Corte e do STF. (STJ, HC, Nº 46.455 – RJ)


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2- Mediante requisição do Ministro da Justiça.

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir,
de requisição do Ministro da Justiça[...].

Existem alguns delitos que, por questões de política, necessitam da


manifestação do Ministro da Justiça para que possam ser investigado. Como
exemplo podemos citar os crimes cometidos por estrangeiro fora do País e os
crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República.

CAIU EM PROVA!

***Em todas as espécies de ação penal, o IP deve ser instaurado


de ofício pela autoridade policial, isto é, independentemente de
provocação, pois tem a característica da oficiosidade.

GABARITO: ERRADA

3- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que


exista representação da vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do
caso.

4- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista representação da


vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do caso.

1.8.4 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE


AÇÃO PENAL PRIVADA (CPP, art. 5º, § 5º)

5- Mediante requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo neste


último caso, do ofendido ou de seu representante legal.

Art. 5º[...]
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.

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1- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que


exista requisição da vítima ou do representante legal.
2- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista requisição da vítima.

Podemos resumir o tema da seguinte forma:

 Ex officio pela autoridade policial, através de

CRIMES DE AÇÃO PENAL portaria;


PÚBLICA  Requisição do Ministério Público ou Juiz;
INCONDICIONADA  Requerimento de qualquer do povo, não importando
a vontade da vítima;
 Auto de prisão em flagrante;

 Representação da vítima ou do representante legal;


 Requisição do ministro da justiça;
 Requisição do juiz ou ministério público, desde
d que
q
CRIMES DE AÇÃO PENAL acompanhada
p ada da re
representação
sen da ví
vítima
m ou
u da
a
PÚBLICA requisição
ã doo ministro
i i daa justiça;
u ça
CONDICIONADA
 Auto de prisão em flagrante, desde
esd quee instruído
i stru d
com a representação
p e a ã daa vítima.
í m .

 Requerimento do ofendido ou representante legal


 Requisição do Ministério Público ou Juiz, desde quee
aacompanhada
om h d do
do requerimento
q m do
do o
ofendido
e n d ou de
e seu
CRIMES DE AÇÃO PENAL
PRIVADA representante
e r sen n legal;
a
 Auto de prisão em flagrante, desde
d que
u instruído
í
com
om o requerimento
requ r men daa vítima
ví m ou do representante
resentan
legal
legal..

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1.9 PROVIDÊNCIAS – ART. 6º DO CPP

Imaginemos um inquérito policial para apurar um homicídio duplamente


qualificado e outro para averiguar um furto de galinhas no quintal do vizinho. O
inquérito será exatamente igual? Ou melhor, será que seria possível definir um
rito procedimental exato a ser executado pela autoridade policial em qualquer
situação?
É claro que a resposta é negativa, e o que encontramos no art. 6º do CPP é uma
série de procedimentos que, via de regra, deverão ser executados, entretanto
para cada caso será uma ritualização diferente, conveniente e oportuna.
Observe o disposto:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a


autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do
fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de
delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.

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POLÍCIA FEDERAL
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Agora resumindo o que importa para sua PROVA:

O inciso I do supracitado artigo nos traz que a autoridade policial deverá dirigir-se
ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais.
Para esta regra existe uma exceção na lei nº. 5.970/73 que nos diz que para
acidentes de trânsito a autoridade ou o agente policial que primeiro tomar
conhecimento do fato poderá autorizar a imediata remoção dos feridos, bem
como dos veículos se estiverem prejudicando o tráfego.
Seguindo no artigo 6º, a autoridade deverá apreender os objetos que tiverem
relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. Esta busca e apreensão
poderá ocorrer:

1- No local do crime;
2- Em domicílio;
3- Na própria pessoa.

A autoridade policial ouvirá o ofendido e o indiciado, que poderão ser conduzidos


coercitivamente para prestar esclarecimentos caso não atendam às intimações.
Poderão ser realizadas acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas.
Deverá ser determinada a realização do exame de corpo de delito sempre que a
infração deixar vestígios.
No decorrer de nosso curso trataremos mais detalhadamente sobre algumas das
citadas providências.

1.9.1 REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS

Reza o art. 7º do CPP:

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido


praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.

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A reprodução simulada é um instrumento importante de que dispõe a


autoridade policial para elucidar um crime.
Desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública, todos os passos do
delito podem ser refeitos com acompanhamento de peritos, possibilitando um
maior número de informações para o inquérito.
O indiciado poderá ser forçado a comparecer, mas não a participar da
reconstituição, pois, segundo a Constituição Federal, ninguém é obrigado a
produzir prova contra si.

CAIU EM PROVA!

***A reprodução simulada dos fatos ou reconstituição do crime pode


ser determinada durante o inquérito policial, caso em que o indiciado
é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em prol do
princípio da verdade real.

GABARITO: ERRADA

1.9.2 IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA

Datiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões


digitais.
O art. 6o, VIII do CPP trata da identificação datiloscópica, dizendo que a
autoridade policial deverá determiná-la.
Aqui há um ponto importantíssimo que precisa ser deixado bem claro:
Dispõe a súmula 568 do STF que a identificação criminal não constitui
constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado
civilmente.
Entretanto, tal dispositivo foi editado pela Suprema Corte em 1977 e encontra-
se superado pela Constituição de 1988 que traz expressamente no art. 5º LVIII
o seguinte texto:

Art. 5º
[...]

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LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação


criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Isso quer dizer então que NUNCA o civilmente identificado será submetido à
identificação criminal? A resposta é negativa, pois o próprio texto constitucional
deixa claro que salvo nas hipóteses previstas em lei.

1.10 PRAZO DO INQUÉRITO

O art. 10 do CPP assim dispõe:

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o


indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias,
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

A partir deste artigo podemos definir a seguinte regra geral para a conclusão do
inquérito:

•  10 DIAS.
INDICIADO PRESO
•  30 DIAS.
INDICIADO SOLTO

O parágrafo 3º do supracitado artigo admite a prorrogação do prazo quando o


fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto:

§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver


solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos,
para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz.

Tal prorrogação não encontra um limite definido no CPP, entretanto, segundo


entendimento doutrinário e jurisprudencial deve ser razoável à elucidação dos
fatos.

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CAIU EM PROVA!

***O inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusão


prorrogado.
GABARITO: ERRADA

Conforme enfatizado, o previsto no art. 10 do CPP é a regra e esta é


excepcionada por algumas leis especiais que fixam outros prazos. Vamos, agora,
conhecer os prazos definidos pelas leis extravagantes:

1.10.1 PRAZOS ESPECIAIS

1-- CRIM
MES CONTRA A EC
CON
NOMIA PO
OPUL
LAR – Lei nº. 1.5
521/
/51:
• INDICIADO PRESO OU SOLTO  10 DIAS.

2-- LEI DE TÓXI


ICO
OS – Le
ei nº
º. 11.3
343/
/06 :
 30 DIAS.
• INDICIADO PRESO
 90 DIAS
• INDICIADO SOLTO

3- INQUÉ
ÉRITO PO
OLICI
IAL MILI
ITA
AR:
 20 DIAS.
• INDICIADO PRESO
• INDICIADO SOLTO PRAZO DE 40 DIAS PRORROGÁVEL
POR MAIS 20 DIAS.

4- POLÍCIA FEDERAL – Lei 5.010/66:


 PRAZO DE15 DIAS PRORROGÁVEL
• INDICIADO PRESO
POR MAIS 15.
 30 DIAS
• INDICIADO SOLTO

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1.10.2 CONTAGEM DO PRAZO

O prazo para o término do inquérito segue a regra do art. 798 § 1º do CPP, ou


seja, despreza-se o dia inicial e inclui-se o dia final. Como exemplo, se
determinado inquérito teve início no dia 15 de fevereiro às 16:00h, completará
a contagem do primeiro dia às 24:00 do dia 16.
É importante ressaltar que para a contagem do prazo do inquérito não há que
se falar em sábados, domingos e feriados, pois a Polícia Judiciária possui
expediente em tempo integral.

1.11 O FIM DO INQUÉRITO

Concluídas as investigações, a autoridade policial deverá fazer um relatório


detalhado de tudo o que foi apurado no inquérito, indicando, se necessário, as
testemunhas que não foram ouvidas e as diligências não realizadas.

Art. 10[...]
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado
e enviará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser
encontradas.

A autoridade não deve emitir opiniões ou qualquer juízo de valor sobre os fatos
narrados, os indiciados, ou qualquer outro aspecto relativo ao inquérito ou à sua
conclusão.
Concluído o relatório, os autos do inquérito serão remetidos ao juiz competente,
acompanhados dos instrumentos do crime e dos objetos que interessam à prova.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que


interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Deverá também a autoridade policial enviar informações relativas ao inquérito ao


Instituto de Identificação e Estatística, nos termos do art. 23 do CPP.

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Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz


competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o
juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração
penal e à pessoa do indiciado.

1.12 ARQUIVAMENTO

Agora será tratado um tema importantíssimo para concurso público e que


consequentemente deve ser muito bem estudado. O art. 28 do CPP assim dispõe:

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a


denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-
la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.

1.12.1 COMPETÊNCIA PARA O ARQUIVAMENTO

O primeiro ponto que deve ser deixado claro é que a autoridade competente
para o arquivamento de um inquérito é o Juiz. Diferentemente do que muitos
pensam, a autoridade policial (Delegado) não pode determinar tal ato,
conforme expressamente previsto no já analisado art. 17 do CPP.
Outro ponto importante é a participação do Procurador Geral quando ocorre
divergência de entendimento entre o MP e a autoridade judicial quanto ao
cabimento ou não do arquivamento.

1.12.2 DESARQUIVAMENTO

Dispõe o art. 18 do CPP:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela


autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade

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policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver


notícia.

Perceba que a autorização é SOMENTE para a realização de novas pesquisas,


se surgirem NOVAS PROVAS. Embora tal artigo trate especificamente da
autoridade policial, o STF, na súmula 524, amplia a abrangência consolidando a
jurisprudência:

SÚMULA 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a


requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser
iniciada, sem novas provas.

Assim, podemos concluir que o despacho que arquivar o inquérito é irrecorrível,


sendo excetuada tal regra somente nos casos de crime contra a economia
popular, onde cabe recurso oficial e no caso das contravenções penais previstas
nos art. 58 e 60 do Decreto-Lei nº. 6.259/44, quando caberá recurso em
sentido estrito.

CAIU EM PROVA!

***Por entender inexistente o crime apurado em inquérito policial,


o representante do Ministério Público requereu ao juiz competente
o arquivamento dos autos. Em tal caso o juiz, aceitando o pedido do
Ministério Público e arquivando o inquérito policial, não poderá
desarquivá-lo diante de novas provas.
GABARITO: ERRADA

OBSERVAÇÕES:
1- Não existe número máximo de desarquivamentos, mas, por ser
evidente, se ocorrer a prescrição, decadência ou outra causa
extintiva da punibilidade, não será possível o
desarquivamento.

2- Quando o arquivamento é determinado em virtude da


atipicidade do fato, não é possível o desarquivamento
constituindo, excepcionalmente, coisa julgada material.

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3- O Juiz não pode arquivar o inquérito sem a manifestação neste


sentido do titular da ação.
4- Segundo o STJ, o Juiz não pode desarquivar o inquérito
policial de ofício, ou seja, se o IP foi arquivado a requerimento
do Ministério Público, e este não concorda com a reabertura, a
autoridade judicial não poderá reabri-lo para determinar novas
diligências.

Podemos compreender o trâmite do arquivamento através do seguinte quadro


esquematizado:

DELEGADO

Solicitar diligências
complementares

MINISTÉRIO Oferecer denúncia


PÚBLICO

Solicitar arquivamento

SIM ARQUIVAMENTO
JUIZ
Determinar ou
NÃO PROCURADOR oferecer a denúncia
GERAL
Deterrminar ao Juiz
o arquivamento

1.12.3 ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO

Embora seja muito comum sua prática do dia a dia forense, não está previsto
em nenhuma norma expressa, pois se trata de uma construção doutrinária e
jurisprudencial.

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O arquivamento implícito é fenômeno no qual o Ministério Público, deixa de


mencionar na denúncia algum (uns) fato (os) criminoso que estava contido no
inquérito ou peça de informação, ou ainda, deixa de denunciar algum (uns)
indiciado, sem se manifestar expressamente os motivos que o levaram a tal
omissão.
Vindo o arquivamento implícito a ser consumado, quando o magistrado ao
exercer sua fiscalização sobre o principio da obrigatoriedade da ação penal
(art. 28 – CPP), deixa de se pronunciar em relação aos fatos que foram
omissos na denúncia.
Para ficar mais fácil a compreensão, observe como alguns autores tratam do
tema:

“Entende-se por arquivamento implícito o fenômeno de ordem processual


decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum fato
investigado ou alguns dos indiciados, sem expressa manifestação ou
justificação deste procedimento. Este arquivamento se consuma quando o Juiz
não se pronuncia na forma do art. 28 com relação ao que foi omitido na peça
acusatória” (JARDIM).

“o arquivamento implícito ocorre sempre que há inércia do promotor de


justiça e do juiz, que não exerceu a fiscalização sobre o princípio da
obrigatoriedade da ação penal” (RANGEL).

O arquivamento implícito poderá ser analisado diante de um duplo aspecto.


No aspecto subjetivo; quando tratar-se de omissão de indiciados. E no
aspecto objetivo; quando tratar-se de omissão a fatos investigados. Exemplo:
omissão de outros crimes ou omissão de qualificadoras.
Parte da doutrina ainda prevê uma terceira modalidade de arquivamento
implícito, que ocorrerá quando estiverem sendo investigados vários fatos
criminosos em um único inquérito, e o Ministério Público se pronuncia pelo
arquivamento de todo conteúdo do inquérito, no entanto, se referia apenas a
um dos fatos que foi apurado no inquérito, alegando que este não era passível
de oferecimento de denúncia.
Caso o Juiz homologue totalmente o requerimento, e não se manifeste em
relação aos outros fatos criminosos, estará também configurado o
arquivamento implícito do inquérito policial. É o também chamado de
arquivamento expresso, mas lacunoso.

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1.12.4 ARQUIVAMENTO INDIRETO

O arquivamento indireto ocorre na hipótese de o promotor, simplesmente,


manifestar-se no sentido de não oferecer a denúncia sob o fundamento de
que o juízo é incompetente para a ação penal.
Tal situação não é considerada admissível pela doutrina e poderá ocasionar a
responsabilidade disciplinar do promotor. Explico: Se o membro do Ministério
Público entender que o juízo é incompetente deve solicitar ao magistrado a
remessa dos autos ao juízo competente e não deixar de oferecer a denúncia
quando há justa causa.
No caso de haver divergência entre o promotor e o magistrado, por analogia
com o art. 28 do CPP, a “palavra final” será do procurador-geral.

1.13 REGRAS PROCEDIMENTAIS REFERENTES AO INQUÉRITO

Há no CPP algumas regras meramente procedimentais, mas que são exigidas em


PROVA. Citarei aqui as que são importantes:
 Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à
prova, acompanharão os autos do inquérito.
 O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que
servir de base a uma ou outra.
 O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.
 Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela
autoridade policial.
 O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
*****************************************************************

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Futuros aprovados,

Chegamos ao término da nossa primeira aula e, sem dúvida, você encontrará


em sua PROVA questões versando sobre os assuntos aqui apresentados.
Sendo assim, releia os conceitos, reveja os pontos sobre os quais ainda restam
dúvidas e, assim, esteja cada vez mais perto de sua aprovação.

Abraços, bons estudos e até a próxima aula.

Pedro Ivo

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS EM AULA

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção
ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o
fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso
para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal
em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que
esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a
partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
acompanharão os autos do inquérito.

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Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas,
se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito
contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e
somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por
despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do
Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III,
do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil.

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EXERCÍCIOS

1. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) Mesmo depois de ordenado o


arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá prosseguir com as
investigações, se tiver notícia de outras provas.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Conforme leciona o art. 18, do CPP, depois de ordenado o
arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícia.

2. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) Ainda que o inquérito policial


tenha sido arquivado por despacho do juiz, o promotor de justiça poderá
ingressar com ação penal independentemente do surgimento de novas
provas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, depois de arquivado o IP só seguira se seguira
novas provas.

3. (CESPE / Ténico - TJ-AC / 2012) O despacho que indefere o


requerimento de abertura de inquérito é irrecorrível.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Conforme leciona o § 2º, do art. 5º, do CPP, do despacho que
indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Polícia.

4. (CESPE / Técnico - TJ-AC / 2012) A fim de assegurar o sigilo


necessário à elucidação de um fato, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito
contra os requerentes nos atestados de antecedentes que lhe forem
solicitados.

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GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei nº
12.681, de 2012).

5. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) Arquivado o IP, por falta de


elementos que evidenciem a justa causa, admite-se que a autoridade
policial realize novas diligências, se de outras provas tiver notícia.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: conforme o art. 18, do CPP, depois de ordenado o
arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícias.

6. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) São formas de instauração de IP:


de ofício, pela autoridade policial; mediante representação do ofendido
ou representante legal; por meio de requisição do Ministério Público ou
do ministro da Justiça; por intermédio do auto de prisão em flagrante e
em virtude de delatio criminis anônima, após apuração preliminar.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do art. 5º do CPP.

7. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O desenvolvimento da investigação


no IP deverá seguir, necessariamente, todas as diligências previstas de
forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de ofender o
princípio do devido processo legal.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O IP é um procedimento administrativo e não possui rito. Além
disso, as diligências previstas no CPP não são taxativas.

8. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O indiciamento do investigado é ato


essencial e indispensável na conclusão do IP.

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GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo NESTOR TÁVORA, Indiciamento é a informação ao
susposto autor do fato objeto das investigações. É a cientificação ao suspeito de
que ele passa a ser o principal foco do IP. O CPP não define uma fase própria em
que o investigado passa a ser indiciado e não exige que haja este ato.

9. (CESPE / AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de


procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele
existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na
teoria norte-americana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the
poisonouss tree.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Os vícios do inquérito não contaminam a ação penal.

10. (CESPE / AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera


preclusão; todavia, uma vez arquivado o inquérito a pedido do promotor
de justiça, somente com novas provas pode ser iniciada a ação penal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: O arquivamento, por não impedir pesquisas supervenientes
(art. 18 do CPP), não produz coisa julgada formal, ou seja, não gera preclusão.
Veja:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade


judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Todavia, nos termos da súmula 524 do STF, arquivado o inquérito policial, por
despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal
ser iniciada, sem novas provas.

11. (CESPE / DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial


em cumprir requisição judicial relativa a cumprimento de diligências
configura o crime de desobediência.

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GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Embora não esteja a autoridade policial sob subordinação
funcional do juiz ou ao membro do Ministério Público, tem ela o dever funcional
de realizar as diligências requisitadas por estas autoridades. A recusa no
cumprimento das diligências requisitadas não consubstancia, sequer em tese, o
crime de desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar
(STJ, RT 747/624).

12. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia


ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do artigo 12 do CPP.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que


servir de base a uma ou outra.

13. (CESPE / Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é


caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela
autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar
testemunhas que não tiverem sido inquiridas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Contraria o Art. 10 § 2o do CPP. Observe que é possível que a
autoridade indique testemunhas.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido


inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

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14. (CESPE / Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou


seu representante legal e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS: Reprodução exata do disposto no artigo 14 do CPP. Veja:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

15. (CESPE / Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza


judicial visto que é um procedimento inquisitório conduzido pela polícia
judiciária com a finalidade de reunir os elementos e informações
necessárias à elucidação do crime.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Inquérito com natureza judicial??? Pode parar por aqui, pois o
inquérito tem natureza administrativa.

16. (CESPE / Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento


do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia,
a autoridade policial não poderá proceder novas pesquisas se de outras
provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Contraria o artigo 18 que afirma que a autoridade policial
PODERÁ proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Veja:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade


judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

17. (CESPE / Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de


Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Foi instaurado
inquérito policial contra Sérgio, visando apurar a prática de crime contra
as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado ao promotor de
justiça, que promoveu o arquivamento do feito, considerando que o fato

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em apuração não era típico, argumentação que foi acolhida pelo juiz.
Posteriormente, o fato foi levado a conhecimento do procurador da
República, que entendeu ter-se configurado crime, sendo a competência
da justiça federal, uma vez que teria havido ofensa a direitos coletivos do
trabalho. Assim sendo, ofereceu denúncia contra Sérgio. Nessa situação,
a denúncia deverá ser recebida, uma vez que o arquivamento foi
determinado por juiz absolutamente incompetente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, independentemente da competência ou não
da autoridade judicial, se a atipicidade foi levantada pelo titular da ação, no caso
o Ministério Público, não é possível o desarquivamento.

18. (CESPE / Procurador Municipal do município de vitória/2007)


Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo, deliberadamente,
feriu um desafeto, produzindo-lhe lesões corporais de natureza leve. A
autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato, instaurou o
competente procedimento, cuidando, porém, de colher previamente a
manifestação da vítima no sentido de ver processado o autor do delito.
Nessa situação, atuou corretamente a autoridade policial, pois a
representação do ofendido em casos como esse é condição de
procedibilidade para a persecução penal.

GABARITO: CORRETA
COMENTÁRIOS: A lesão corporal leve é um delito que dá ensejo à ação penal
pública condicionada, sendo necessária a manifestação da vítima ou seu
representante legal para a instauração do inquérito.

19. (CESPE / TSE / 2007) Aplica-se ao inquérito policial a garantia


constitucional do contraditório e da ampla defesa, por tratar-se de
processo destinado a decidir litígio.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS:O contraditório e a ampla defesa não se aplicam aos inquéritos
policiais, pois a fase investigatória é preparatória da acusação, inexistindo, ainda,
acusado. Trata-se de mero procedimento administrativo, de caráter
investigatório, destinado a subsidiar a atuação do titular da ação penal, o
Ministério Público.

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20. (CESPE / TSE / 2007) O indiciado e seu advogado têm direito de


acessar as informações já introduzidas nos autos do inquérito policial e
as relativas à decretação e à execução de diligências em curso, ainda não
trazidas ao interior da investigação, como interceptações telefônicas e
buscas e apreensões.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O direito do indiciado, por seu advogado, tem por objeto as
informações já introduzidas nos autos do inquérito, não as relativas à decretação
e às vicissitudes da execução de diligências em curso.

21. (CESPE / TSE / 2007) O MP não pode dispensar o inquérito policial


ainda que tenha conseguido, por outros meios, angariar elementos de
convicção aptos a embasar denúncia.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Pode o Ministério Público dispensar inquérito policial, quando
lhe são encaminhadas peças de informação suficientes para o oferecimento da
denúncia.

22. (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Um promotor de justiça


requereu o arquivamento de um inquérito policial fundamentado na
prescrição da pretensão punitiva. Nessa situação, caso o juiz discorde,
considerando improcedentes as razões invocadas, deverá encaminhar os
autos a outro promotor para que este ofereça a denúncia.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O Juiz, caso discorde, deverá enviar os autos ao Procurador-
Geral que poderá oferecer a denúncia, determinar o arquivamento ou designar
outro órgão do Ministério Público para dar início a ação penal.

23. (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Verificando que o fato


evidentemente não constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o
inquérito policial, desde que o faça motivadamente.

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GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Com base no Art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá
determinar o arquivamento dos autos.

24. (CESPE / DPE-AL / 2010) O princípio da indisponibilidade foi


mitigado com o advento dos juizados especiais criminais, diante da
possibilidade de se efetuar transação em matéria penal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, realmente o princípio da indisponibilidade
encontra-se mitigado com a criação dos Juizados Especiais Criminais.

25. (CESPE / TJ-PA / 2009) No caso do Promotor de Justiça requerer o


arquivamento do inquérito policial por entender ausente a justa causa
para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este
deverá remeter os autos à consideração do Procurador- Geral de Justiça.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 28 do CPP, se o órgão do Ministério Público,
ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial
ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro
órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

26. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial pode ser iniciado de


ofício, ainda que se trata de crime de ação penal pública condicionada.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A ação penal pública condicionada depende da representação
do ofendido ou representante legal, não podendo ter início ex officio.

27. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial deverá terminar no


prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante.

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GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: O art. 10 do CPP define o prazo para o término do inquérito
como sendo de 10 dias se o indiciado estiver preso e 30 dias caso esteja solto.

28. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial obedece ao


contraditório.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Trata-se o inquérito de um procedimento inquisitivo que não se
submete ao contraditório.

29. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial tem rito próprio.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O CPP define as linhas mestras para o inquérito, todavia cada
crime é diferente do outro. Por tratar-se de um procedimento administrativo,
cabe ao Delegado a prerrogativa de determinar a melhor forma de atingir o
objetivo da investigação.

30. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial pode ser arquivado por
ordem da autoridade policial.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Só o Juiz pode determinar o arquivamento.

31. (CESPE / TRE-GO / 2009) Nos crimes de ação penal pública


condicionada, a representação não é necessária para dar início ao
inquérito policial, mas apenas à propositura da ação penal respectiva.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Nos crimes de ação penal pública condicionada, a
representação é necessária tanto para a instauração do inquérito quanto para o
início da ação.

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32. (CESPE / TRE-GO / 2009) Em caso de indiciado menor de idade, a


autoridade policial não precisará nomear curador, considerando a
natureza inquisitorial do inquérito policial, que dispensa contraditório.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 15 do CPP, se o indiciado for menor, ser-
lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

33. (CESPE / TRE-GO / 2009) Nos crimes de ação penal pública, o


inquérito policial poderá ser iniciado a requerimento do ofendido. Nessa
situação, caberá recurso para o chefe de polícia contra despacho que,
eventualmente, indeferir o requerimento de abertura do inquérito.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Está em perfeita consonância com o art. 5º do CPP.

34. (CESPE / TRE-GO / 2009) A autoridade policial mandará arquivar os


autos de inquérito, quando o fato evidentemente não constituir infração
penal ou quando tiver sido praticado em situação que exclua a
antijuridicidade.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: AUTORIDADE POLICIAL NÃO PODE MANDAR ARQUIVAR OS
AUTOS DE INQUÉRITO!!!

35. (CESPE / Promotor / 2008) O inquérito policial não é indispensável à


propositura da ação penal nos crimes em que se procede mediante
queixa do ofendido.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Quando não há dúvidas quanto ao fato e a autoria, não há que
se falar em necessidade do inquérito policial.

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36. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Via de regra, em crimes


de atribuição da polícia civil estadual, caso o indiciado esteja preso, o
prazo para a conclusão do inquérito será de quinze dias, podendo ser
prorrogado; e caso o agente esteja solto, o prazo para a conclusão do
inquérito será de trinta dias, podendo, também, ser prorrogado.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A regra geral é a contida no artigo 10 do CPP (10 dias se
estiver preso e 30 dias se estiver solto).

37. (CESPE / Perito Criminal - PC-ES / 2011) As diligências no âmbito do


inquérito policial serão realizadas por requisição do membro do
Ministério Público ou pela conveniência da autoridade policial, não
existindo previsão legal para que o ofendido ou o indiciado requeiram
diligências.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 14, do CPP, o ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.

38. (CESPE / Perito Criminal - PC-ES / 2011) O inquérito policial


independe da ação penal instaurada para o processo e julgamento do
mesmo fato criminoso, razão pela qual, tratando-se de delito de ação
penal pública condicionada à representação, o inquérito policial poderá
ser instaurado independentemente de representação da pessoa ofendida.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Conforme o art. 5º, § 4º, do CPP, o inquérito, nos crimes em
que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

39. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) O inquérito policial não


é indispensável à propositura de ação penal, mas denúncia
desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia
sem justa causa.

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GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: O IP não é fase obrigatória, podendo ser dispensado caso o MP
disponha de suficientes elementos para o oferecimento da ação penal.

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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS

1. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) Mesmo depois de ordenado o


arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá prosseguir com as
investigações, se tiver notícia de outras provas.

2. (CESPE / Analista - TRE-MS / 2013) Ainda que o inquérito policial


tenha sido arquivado por despacho do juiz, o promotor de justiça poderá
ingressar com ação penal independentemente do surgimento de novas
provas.

3. (CESPE / Ténico - TJ-AC / 2012) O despacho que indefere o


requerimento de abertura de inquérito é irrecorrível.

4. (CESPE / Técnico - TJ-AC / 2012) A fim de assegurar o sigilo


necessário à elucidação de um fato, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito
contra os requerentes nos atestados de antecedentes que lhe forem
solicitados.

5. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) Arquivado o IP, por falta de


elementos que evidenciem a justa causa, admite-se que a autoridade
policial realize novas diligências, se de outras provas tiver notícia.

6. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) São formas de instauração de IP:


de ofício, pela autoridade policial; mediante representação do ofendido
ou representante legal; por meio de requisição do Ministério Público ou
do ministro da Justiça; por intermédio do auto de prisão em flagrante e
em virtude de delatio criminis anônima, após apuração preliminar.

7. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O desenvolvimento da investigação


no IP deverá seguir, necessariamente, todas as diligências previstas de
forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de ofender o
princípio do devido processo legal.

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8. (CESPE / Escrivão - PC-ES / 2011) O indiciamento do investigado é ato


essencial e indispensável na conclusão do IP.

9. (CESPE / AGU / 2010) Embora o inquérito policial tenha natureza de


procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele
existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na
teoria norte-americana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the
poisonouss tree.

10. (CESPE / AGU / 2010) O arquivamento do inquérito policial não gera


preclusão; todavia, uma vez arquivado o inquérito a pedido do promotor
de justiça, somente com novas provas pode ser iniciada a ação penal.

11. (CESPE / DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial


em cumprir requisição judicial relativa a cumprimento de diligências
configura o crime de desobediência.

12. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia


ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

13. (CESPE / Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é


caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela
autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar
testemunhas que não tiverem sido inquiridas.

14. (CESPE / Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou


seu representante legal e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

15. (CESPE / Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza


judicial visto que é um procedimento inquisitório conduzido pela polícia
judiciária com a finalidade de reunir os elementos e informações
necessárias à elucidação do crime.

16. (CESPE / Polícia Federal/2009) Depois de ordenado o arquivamento


do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia,

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a autoridade policial não poderá proceder novas pesquisas se de outras


provas tiver notícia, salvo com expressa autorização judicial.

17. (CESPE / Ministério Público do Estado de Roraima – Promotor de


Justiça/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Foi instaurado
inquérito policial contra Sérgio, visando apurar a prática de crime contra
as relações de trabalho. O inquérito foi encaminhado ao promotor de
justiça, que promoveu o arquivamento do feito, considerando que o fato
em apuração não era típico, argumentação que foi acolhida pelo juiz.
Posteriormente, o fato foi levado a conhecimento do procurador da
República, que entendeu ter-se configurado crime, sendo a competência
da justiça federal, uma vez que teria havido ofensa a direitos coletivos do
trabalho. Assim sendo, ofereceu denúncia contra Sérgio. Nessa situação,
a denúncia deverá ser recebida, uma vez que o arquivamento foi
determinado por juiz absolutamente incompetente.

18. (CESPE / Procurador Municipal do município de vitória/2007)


Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo, deliberadamente,
feriu um desafeto, produzindo-lhe lesões corporais de natureza leve. A
autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato, instaurou o
competente procedimento, cuidando, porém, de colher previamente a
manifestação da vítima no sentido de ver processado o autor do delito.
Nessa situação, atuou corretamente a autoridade policial, pois a
representação do ofendido em casos como esse é condição de
procedibilidade para a persecução penal.

19. (CESPE / TSE / 2007) Aplica-se ao inquérito policial a garantia


constitucional do contraditório e da ampla defesa, por tratar-se de
processo destinado a decidir litígio.

20. (CESPE / TSE / 2007) O indiciado e seu advogado têm direito de


acessar as informações já introduzidas nos autos do inquérito policial e
as relativas à decretação e à execução de diligências em curso, ainda não
trazidas ao interior da investigação, como interceptações telefônicas e
buscas e apreensões.

21. (CESPE / TSE / 2007) O MP não pode dispensar o inquérito policial


ainda que tenha conseguido, por outros meios, angariar elementos de
convicção aptos a embasar denúncia.

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22. (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Um promotor de justiça


requereu o arquivamento de um inquérito policial fundamentado na
prescrição da pretensão punitiva. Nessa situação, caso o juiz discorde,
considerando improcedentes as razões invocadas, deverá encaminhar os
autos a outro promotor para que este ofereça a denúncia.

23. (CESPE / Agente da Polícia Federal/2004) Verificando que o fato


evidentemente não constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o
inquérito policial, desde que o faça motivadamente.

24. (CESPE / DPE-AL / 2010) O princípio da indisponibilidade foi


mitigado com o advento dos juizados especiais criminais, diante da
possibilidade de se efetuar transação em matéria penal.

25. (CESPE / TJ-PA / 2009) No caso do Promotor de Justiça requerer o


arquivamento do inquérito policial por entender ausente a justa causa
para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este
deverá remeter os autos à consideração do Procurador- Geral de Justiça.

26. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial pode ser iniciado de


ofício, ainda que se trata de crime de ação penal pública condicionada.

27. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial deverá terminar no


prazo de dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante.

28. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial obedece ao


contraditório.

29. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial tem rito próprio.

30. (CESPE / MPE-SE / 2009) O inquérito policial pode ser arquivado por
ordem da autoridade policial.

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31. (CESPE / TRE-GO / 2009) Nos crimes de ação penal pública


condicionada, a representação não é necessária para dar início ao
inquérito policial, mas apenas à propositura da ação penal respectiva.

32. (CESPE / TRE-GO / 2009) Em caso de indiciado menor de idade, a


autoridade policial não precisará nomear curador, considerando a
natureza inquisitorial do inquérito policial, que dispensa contraditório.

33. (CESPE / TRE-GO / 2009) Nos crimes de ação penal pública, o


inquérito policial poderá ser iniciado a requerimento do ofendido. Nessa
situação, caberá recurso para o chefe de polícia contra despacho que,
eventualmente, indeferir o requerimento de abertura do inquérito.

34. (CESPE / TRE-GO / 2009) A autoridade policial mandará arquivar os


autos de inquérito, quando o fato evidentemente não constituir infração
penal ou quando tiver sido praticado em situação que exclua a
antijuridicidade.

35. (CESPE / Promotor / 2008) O inquérito policial não é indispensável à


propositura da ação penal nos crimes em que se procede mediante
queixa do ofendido.

36. (CESPE / Analista Judiciário - TJ-ES / 2011) Via de regra, em crimes


de atribuição da polícia civil estadual, caso o indiciado esteja preso, o
prazo para a conclusão do inquérito será de quinze dias, podendo ser
prorrogado; e caso o agente esteja solto, o prazo para a conclusão do
inquérito será de trinta dias, podendo, também, ser prorrogado.

37. (CESPE / Perito Criminal - PC-ES / 2011) As diligências no âmbito do


inquérito policial serão realizadas por requisição do membro do
Ministério Público ou pela conveniência da autoridade policial, não
existindo previsão legal para que o ofendido ou o indiciado requeiram
diligências.

38. (CESPE / Perito Criminal - PC-ES / 2011) O inquérito policial


independe da ação penal instaurada para o processo e julgamento do
mesmo fato criminoso, razão pela qual, tratando-se de delito de ação

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penal pública condicionada à representação, o inquérito policial poderá


ser instaurado independentemente de representação da pessoa ofendida.

39. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-ES / 2011) O inquérito policial não


é indispensável à propositura de ação penal, mas denúncia
desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia
sem justa causa.

GABARITO

1-C 2-E 3-E 4-E 5-C 6-C

7-E 8-E 9-E 10-C 11-E 12-C

13-E 14-C 15-E 16-E 17-E 18-C

19-E 20-E 21-E 22-E 23-E 24-C

25-C 26-E 27-C 28-E 29-E 30-E

31-E 32-E 33-C 34-E 35-C 36-E

37-E 38-E 39-C ***** ***** *****

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