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O documento discute a abordagem sócio-histórica da orientação profissional com adolescentes. Aponta que a adolescência é uma construção social e histórica, não uma fase natural. Defende que a orientação profissional deve promover a saúde ampliando a consciência dos jovens sobre suas determinações sociais para que possam transformar suas realidades. A melhor escolha profissional leva em conta o maior número possível de determinações para construir projetos de vida.
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Orientação Profissional Com Adolescentes Um Exemplo de Prática Na Abordagem Sócio-histórica
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Leitura e Resenha Do Artigo. Orientação Profissional Com Adolescentes Um Exemplo de Prática Na Abordagem Sócio-histórica
O documento discute a abordagem sócio-histórica da orientação profissional com adolescentes. Aponta que a adolescência é uma construção social e histórica, não uma fase natural. Defende que a orientação profissional deve promover a saúde ampliando a consciência dos jovens sobre suas determinações sociais para que possam transformar suas realidades. A melhor escolha profissional leva em conta o maior número possível de determinações para construir projetos de vida.
O documento discute a abordagem sócio-histórica da orientação profissional com adolescentes. Aponta que a adolescência é uma construção social e histórica, não uma fase natural. Defende que a orientação profissional deve promover a saúde ampliando a consciência dos jovens sobre suas determinações sociais para que possam transformar suas realidades. A melhor escolha profissional leva em conta o maior número possível de determinações para construir projetos de vida.
Orientação profissional com adolescentes: um exemplo de prática na
Assunto abordagem sócio-histórica Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia/Ana Referência Mercês Bahia Bock, Maria da Graça Marchina Gonçalves, Odair Furtado, (org.). - 6 ed. – São Paulo: Cortez, 2015.
Orientação profissional com adolescentes: um exemplo de prática na
abordagem sócio-histórica
Os autores propõe nesse texto um apanhado sobre a história e contexto da
visão que a psicologia tem tido sobre o adolescente/adolescência. Ressaltam que toda prática – em qualquer ciência natural ou humana – se sustenta em pressupostos teóricos, ou seja, que revelam compreensões de mundo e de homem.
Segundo Bock et al (2015), a compreensão da adolescência é marcada pela
influência psicanalítica, desde o início do século XX, quando começa a ocupar um espaço enquanto objeto de estudo. Na psicologia, o reconhecimento social da adolescência começa a acontecer a partir da última metade do século XX. A partir de Stanley Hall é que se tem a identificação e caracterização da adolescência como uma etapa do desenvolvimento humano marcada por tormentos e conturbações vinculadas à emergência da sexualidade. Tal concepção é reafirmada com a influência da psicanálise na formação do conhecimento psicológico - teoria do psiquismo e triangulação edipiana.
Nesse sentido, Segundo Bock et al (2015), a adolescência como uma etapa do
desenvolvimento humano é marcada por desequilíbrios e instabilidades apresentados como inerentes ao jovem, pressupondo uma crise pré-existente no adolescente. No entanto, a concepção naturalista e universal do adolescente é produzida e reproduzida pela cultura ocidental, assim, assimilada pelas pessoas comuns e pelos meios de comunicação de massa e reafirmada pela Psicologia tradicional. Em contra partida, para a psicologia sócio-histórica, a adolescência existe, mas não é uma fase natural do desenvolvimento humano. É criada historicamente pelo homem, nas relações sociais, enquanto um fato, e passa a fazer parte da cultura enquanto significado.
Corroborando com o pensamento acima, Bock et al (2015) complementa que a
adolescência não é um período natural do desenvolvimento. A autora afirma que a adolescência é um momento construído e interpretado pelos homens. Mesmo as mudanças corporais são significadas socialmente. Para exemplificar a ideia anterior, a autora apresenta dois exemplos: Um exemplo nas meninas é o desenvolvimento dos seios, que em algum tempo da cultura significou a possibilidade de amamentar seus filhos no futuro, hoje, na nossa cultura significa sedução e sensualidade. Um exemplo nos meninos é a força muscular, que já foi significado como possibilidade de guerrear e caçar, hoje significa beleza, sensualidade e masculinidade.
Segundo Bock et al (2015), para a abordagem sócio-histórica, tal questão
sobre o que é a adolescência deve ser reformulada, no sentido de se pensar: como se constitui historicamente esse período do desenvolvimento? Os autores defendem que só é possível compreender qualquer fato a partir de sua inserção na totalidade em que foi produzida, totalidade esta que o constitui e lhe dá sentido. Portanto, responder o que é adolescência implicaria buscar compreender sua gênese histórica e seu desenvolvimento.
A prática e orientação profissional - Uma possibilidade de promoção de saúde
Fichamento - Pontos fundamentais:
Orientação profissional não pode ser somente um conjunto de estratégias e
atividades. É fundamental o “como fazer” a reflexão sobre os fundamentos e pressupostos teóricos que orientam a prática, indicando a ética contida. (p. 212). A concepção de Orientação Profissional – O.P. - como uma prática promotora de saúde, num sentido amplo de condições adequadas de vida e de relações sociais saudáveis. (p. 212). Olhar para o indivíduo em seu contexto sociocultural, para planejar uma ação capaz de contribuir para a promoção da saúde. (p. 212). Promover saúde significa trabalhar para ampliar a consciência que o indivíduo possui sobre a realidade que o cerca, instrumentando-o para agir, no sentido de transformar e resolver as dificuldades que essa realidade lhe apresenta. (p. 212). Na O.P. existe a possibilidade de se criar uma intervenção que, a partir de informações e de reflexões sobre diversos aspectos, dê ao sujeito a possibilidade de se apropriar de suas determinações, compreendendo-se como um sujeito ao mesmo tempo único, singular/histórico e social. (p. 212). Bock (2001) conceitua a O.P. na abordagem sócio-histórica como “... um conjunto de intervenções que visam à apropriação dos chamados determinantes da escolha. Esses determinantes é que levam à compreensão das decisões a serem tomadas e possibilitam a elaboração de projetos...” (p:144) - (p. 213). A reflexão sobre questões como: que trabalho escolher? Que futuro quero para mim? O que será uma boa escolha? O que eu gosto? , possibilita a explicitação das condições concretas presentes na vida do indivíduo, favorecendo o reconhecimento das determinações com as quais deve lidar. (p. 213). Neste movimento, há a possibilidade de re-significação (que é sempre um processo cognitivo e afetivo) e da produção de novos sentidos subjetivos. (p. 213). Os indivíduos, com uma postura de indagação e estranhamento diante do familiar, aliada a uma compreensão de mundo que ultrapasse a aparência, podem desenvolver uma consciência de si, do processo de construção de si mesmos e do mundo que possibilite a construção de projetos de vida baseados numa concepção mais totalizadora. Busca-se assim a melhor escolha. (p. 215). “A melhor escolha profissional é aquela que consegue dar conta (reflexão) do maior número de determinações para, a partir delas, construir esboços de projetos de vida profissional e pessoal” (Bock,S. 2001:144) - (p. 215).