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Greve geral no Brasil em 1917

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Greve Geral de 1917

Manifesto em São Paulo

Lugar São Paulo


Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul

Tipo de classe Operários de indústrias, camponeses e


trabalhadores rurais

Reivindicações Direitos trabalhistas, fim da exploração de


menores, diminuição da jornada de trabalho e
melhores condições de trabalho.

Greve Geral de 1917 foi uma greve da indústria e do comércio do Brasil, ocorrida em julho
de 1917 em São Paulo, durante a Primeira Guerra Mundial, promovida por organizações
operárias de inspiração anarquista[1] aliada à imprensa libertária. Essa mobilização
operária foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil.

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Índice
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 1Histórico social
o 1.1Paralisações antecedentes
 2Contexto político econômico
 3Greve geral em São Paulo
o 3.1A morte de José Martinez
o 3.2Exigências
o 3.3Negociações
o 3.4Conclusão das paralisações
 4A ação do presidente Altino Arantes e do prefeito Washington
Luís
 5Greve geral no Rio Grande do Sul
 6Rio de Janeiro 1918
 7Ligações externas
 8Referências
 9Bibliografia

Histórico social[editar | editar código-fonte]


A greve geral de 1917 no Brasil faz parte de um processo de politização dos trabalhadores
brasileiros. Esta politização se deu em parte graças à ideias e princípios organizacionais
aportados no país junto com trabalhadores europeus italianos e espanhóis que imigraram
para o Brasil buscando melhores condições de vida a partir da segunda metade do
século XIX. Enquanto os espanhóis permaneceram no meio urbano, ao aportarem no
Brasil, as famílias de imigrantes italianos tiveram destinos diversos. No estado de São
Paulo, ainda que em regime assalariado os italianos passaram a substituir a mão de obra
escrava nas fazendas de café, enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina os
italianos foram enviados para a região da serra onde receberam lotes de terra não
trabalhada para desenvolver atividades produtivas, sem conhecer as especifidades dos
solos e do clima da região.
Oreste Ristori, importante militante e jornalista libertário, ativista anti-imigração, assinala o
tratamento escravista dado aos imigrantes italianos no interior de São Paulo pelos grandes
proprietários de terra, fator que fez com que os trabalhadores se dirigissem a capital,
quando possível.
Nas proximidades de Araraquara, existe uma daquelas tantas prisões perpétuas, chamada
Fazenda São Luís, da qual é digno proprietário aquela pérola de bandido que responde pelo
nome de José de Lacerda Abreu. (...) Nesta prisão perpétua ocorrem frequentemente cenas
assustadoras. Os pobres reclusos (é assim que precisamos chamar os colonos porque não
podem sair da fazenda, sob pena de serem pegos a pauladas ou assassinados) trabalham
anos e anos sem serem pagos. Quando perguntam pelo seu ganho se responde a eles com
insultos e com chicotadas (...) Deste lugar de horror nove famílias colonas conseguiram
fugir enfrentando perigos de toda a espécie. As outras que permanecem gostariam de seguir
o exemplo das primeiras mas, sendo a Fazenda circundada por capangas, não se arriscam.
—ROMANI p. 150
Ainda no inicio do século XX, um número considerável de imigrantes italianos abandonou
o regime de servidão imperante nas fazendas de café do interior paulista para trabalhar em
fábricas na capital. No meio urbano, passaram a atuar contra as precárias condições de
trabalho nas fábricas, a utilização massiva de mão de obra infantil e as jornadas
laborais de mais de 13 horas. Em diversas cidades os italianos passaram também a fazer
contato com grupos de ativistas libertários brasileiros, mas também espanhóis e
portugueses emigrados. Juntos estes trabalhadores de diferentes origens fundaram
diversos sindicatos e organizações de trabalhadores que compunham o movimento
operário, lutando por direitos laborais básicos, como férias, salários dignos, jornada laboral
diária de oito horas e proibição do trabalho infantil.[2]
A crescente organização dos trabalhadores passou a ser vista com maus olhos pelas elites
urbanas brasileiras que enxergavam ali uma ameaça aos seus interesses. Diante da
organização das classes subalternas as elites passaram a assumir um discurso
nacionalista homogeneizante afirmando que os trabalhadores estrangeiros estavam se
voltando contra o país que os acolheu.[carece de fontes] As organizações governamentais e
grande parte dos meios de mídia foram mobilizadas contra os trabalhadores na defesa dos
interesses das classes dominantes: a primeira greve geral realizada ainda em 1906 foi
combatida com energia pelo então secretario da segurança pública, Washington Luis.
Naquela conjuntura o anarcossindicalismo era uma das tendências majoritárias no meio
operário europeu e se consolidava rapidamente também nos países americanos. No Brasil
os anarcos sindicalistas articulavam diferentes iniciativas para fazer frente exploração
imbricada no projeto desenvolvimentista das elites agrárias e urbanas, e da classe política
a estas vinculada. Além dos sindicatos, também foram fundadas creches, escolas de
educação libertária, gráficas e jornais. Um dos objetivos destas iniciativas era propagar
entre as classes exploradas de operários urbanos e trabalhadores rurais a greve
geral como estratégia de luta, não só por melhores condições de vida, mas também como
forma de emancipação da dominação das classes dominantes.[3]
Paralisações antecedentes[editar | editar código-fonte]
Em 1917 houve uma onda de greves iniciada em São Paulo em duas fábricas texteis
do Cotonifício Rodolfo Crespi e, obtendo a adesão dos servidores públicos, rapidamente
se espalhou por toda a cidade, e depois por quase todo o país. Logo se estendeu ao Rio
de Janeiro, e outros estados, principalmente ao Rio Grande do Sul. Foi liderada por
trabalhadores e ativistas inspirados nos ideais anarquistas e Socialistas, dentre eles vários
imigrantes italianos e espanhóis. Os sindicatos por ramos e ofícios, as ligas e uniões
operárias, as federações estaduais, e a Confederação Operária Brasileira (fundada em
1906) inspirada em ideais anarquistas.

Contexto político econômico[editar | editar código-fonte]


Com o início da Primeira Guerra Mundial, o Brasil tornou-se exportador de gêneros
alimentícios aos países da "Tríplice Entente"; essas exportações se aceleraram a partir de
1915, reduzindo a oferta de alimentos disponíveis para o consumo interno, e provocando
altas em seus preços. Entre 1914 e 1923, o salário havia subido 71% enquanto o custo de
vida havia aumentado 189%; isso representava uma queda de dois terços no poder de
compra dos salários. Para salário médio de um operário de cerca de 100 mil réis
correspondia um consumo básico que para uma família com dois filhos atingia a 207 mil
réis. O trabalho infantil era generalizado. [4]
…a greve geral de 1917 não pode, de maneira alguma, ser equiparada sob qualquer
aspecto que seja examinada, com outros movimentos que posteriormente se verificaram
como sendo manifestações do operariado. Isso não, absolutamente não! A greve geral de
1917 foi um movimento espontâneo do proletariado sem a interferência, direta ou indireta,
de quem quer que seja. Foi uma manifestação explosiva, conseqüentemente de um longo
período da vida tormentosa que então levava a classe trabalhadora. A carestia do
indispensável à subsistência do povo trabalhador tinha como aliada a insuficiência dos
ganhos; a possibilidade normal de legítimas reivindicações de indispensáveis melhorias de
situação esbarrava com a sistemática reação policial; as organizações dos trabalhadores
eram constantemente assaltadas e impedidas de funcionar; os postos policiais
superlotavam-se de operários, cujas residências eram invadidas e devassadas; qualquer
tentativa de reunião de trabalhadores provocava a intervenção brutal da Policia. A reação
imperava nas mais odiosas modalidades. O ambiente proletário era de incertezas, de
sobressaltos, de angústias. A situação tornava-se insustentável.
—Edgard Leuenroth[5]

Greve geral em São Paulo[editar | editar código-fonte]


A morte de José Martinez[editar | editar código-fonte]

Funeral de José Martinez em direção cemitério do Araçá no dia 11 de Julho de 1917.

Em 9 de julho, uma carga de cavalaria foi lançada contra os operários que protestavam na
porta da fábrica Mariângela, no Brás resultou na morte do jovem anarquista espanhol José
Martinez. Seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o
corpo até o cemitério do Araçá onde foi sepultado. Indignados e já preparados para a
greve os operários da indústria textil Cotonifício Crespi, com sede na Mooca entraram em
greve, e logo foram seguidos por outras fábricas e bairros operários. Três dias depois mais
de 70 mil trabalhadores já aderiram a greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros
veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas.
"O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações
populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto,
no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel
Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio
impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as
principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia
rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da
sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (…)
No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a
outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da família
do operário assassinado, foi realizado outro comício."
—Edgard Leuenroth[5]
Exigências[editar | editar código-fonte]
A violenta greve geral estava deflagrada em São Paulo. Hermínio Linhares em seu
livro Contribuição à história das lutas operárias no Brasil; 2ª Ed.; São Paulo; Alfa-Omega;
1977 diz: "O auge deste período foi a greve geral de julho de 1917, que paralisou a cidade
de São Paulo durante vários dias. Os trabalhadores em greve exigiam aumento de salário.
O comércio fechou, os transportes pararam e o governo impotente não conseguiu dominar
o movimento pela força. Os grevistas tomaram conta da cidade por trinta dias. Leite e
carne só eram distribuídos a hospitais e, mesmo assim, com autorização da comissão de
greve. O governo abandonou a capital. (…)."
As ligas e corporações operárias em greve, juntamente com o Comitê de Defesa Proletária
decidiram na noite de 11 de Julho numeraram 11 tópicos através dos quais apresentavam
suas reivindicações.[6]

Trabalhadores cruzam os braços em uma fábrica em São Paulo.

1. - Que sejam postas em liberdade todas as pessoas


detidas por motivo de greve;
2. - Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito
de associação para os trabalhadores;
3. - Que nenhum operário seja dispensado por haver
participado ativa e ostensivamente no movimento
grevista;
4. - Que seja abolida de fato a exploração do trabalho de
menores de 14 anos nas fábricas, oficinas etc.;
5. - Que os trabalhadores com menos de 18 anos não
sejam ocupados em trabalhos noturnos;
6. - Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres;
7. - Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 e
de 25% para os mais elevados;
8. - Que o pagamento dos salários seja efetuado
pontualmente, cada 15 dias, e, o mais tardar, 5 dias
após o vencimento;
9. - Que seja garantido aos operários trabalho
permanente;
10. - Jornada de oito horas e semana inglesa;
11. - Aumento de 50% em todo o trabalho extraordinário.
Negociações[editar | editar código-fonte]
Cerca de 70.000 pessoas aderiram ao movimento. Para defender a greve foi organizado o
Comitê de Defesa Proletária, que teve Edgard Leuenroth como um dos principais porta-
vozes.
"

Edgard Leuenroth. Fotos tiradas na delegacia por ocasião da prisão em 1917.

A situação ia se tornando cada vez mais grave com os choques entre a Policia e os
trabalhadores. O Comitê de Defesa Proletária, somente vencendo toda a sorte de
dificuldades conseguia realizar apressadas reuniões em pontos diversos da cidade, às
vezes sob a impressão congrangedora do ruido de tiroteios nas imediações. Tornava-se
indispensável um encontro dos trabalhadores, para ser tomada uma resolução decisiva.
Surgiu, então, a sugestão de um comício geral. Como e onde? E como vencer os cercos da
Policia? Mas a situação, que se desenrolava com a mesma gravidade, exigia a sua
realização. O perigo a que os trabalhadores se iriam expor estava sendo transformado em
sangrenta realidade nos ataques da Policia em todos os bairros da cidade, deles
resultando também vitimas da reação, inúmeros operários, cujo único crime era
reclamarem o direito à sobrevivência. E o comício foi realizado. O Brás, bairro onde
tivera inicio o movimento, foi o ponto da cidade mais indicado, tendo como local o vasto
recinto do antigo Hipódromo da Mooca. Foi indescritível o espetaculo que então a
população de São Paulo assistiu, preocupara com a gravidade da situação. De todos os
pontos da cidade, como verdadeiros caudais humanos, caminhavam as multidões em busca
do local que, durante muito tempo, havia servido de passarela para a ostentação de
dispendiosas vaidades, justamente neste recanto da cidade de céu habitualmente toldado
pela fumaça das fábricas, naquele instante, vazias dos trabalhadores que ali se reuniam
para reclamar o seu indiscutível direito a um mais alto teor de vida. Não cabe aqui a
descrição de como se desenrolou aquele comício, considerado como uma das maiores
manifestações que a história do proletariado brasileiro registra. Basta dizer que a imensa
multidão decidiu que o movimento somente cessaria quando as suas reivindicações,
sintetizadas no memorial do Comitê de Defesa Proletária, fossem atendidas."
—Edgard Leuenroth[5]
Everardo Dias, em "História das Lutas Sociais no Brasil", relata dessa forma os
acontecimentos:
"São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão
e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns
transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e
demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há ordem de atirar para
quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa,
sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer
barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas. A polícia não se atreve a passar
por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de
notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando
dramáticos acontecimentos".
—Fernando Dannemann[7]
Conclusão das paralisações[editar | editar código-fonte]
Os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais
exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância
legítima, obrigando os patrões a negociar com os proletários e a considerá-los em suas
decisões.

Trabalhadores paralisados são reprimidos por policiais a cavalo.

"Na primeira reunião foi examinado o memorial das reivindicações dos trabalhadores,
apresentado pelo Comitê de Defesa Proletária, que a comissão de jornalistas estava
encarregada de levar ao governo do Estado. A segunda reunião teve o seu inicio
retardado, em virtude da prisão de dois dos membros do comitê de Defesa Proletária ao
saírem da redação, após a primeira reunião. Os entendimentos seriam rompidos se esses
dois elementos não fossem imediatamente postos em liberdade. Essa resolução foi
transmitida ao presidente do Estado. A exigência foi atendida, os elementos levados à
redação, e a reunião pôde ser realizada com breve duração, pois o governo ainda não
havia entregue a sua resolução. A resolução da concessão das reivindicações dos
trabalhadores foi dada por intermédio da Comissão de Jornalistas, com a informação de
que já estavam sendo libertados os operários presos durante o movimento. Foram
realizados comícios dos trabalhadores em vários bairros para a decisão da retomada do
trabalho, que se iniciou no dia imediato. São Paulo reiniciava suas atividades laboriosas. A
cidade retomava o seu aspecto costumeiro, restando, entretanto, a triste lembrança das
vitimas que haviam deixado lares enlutados".
—Pedro Lucas Marques Lourenço[5]

A ação do presidente Altino Arantes e do prefeito


Washington Luís[editar | editar código-fonte]
O presidente do Estado de São Paulo, na época, Altino Arantes assumiria a defesa dos
interesses das classes dominantes atribuindo à greve a uma infiltração
de anarquistas e comunistas, considerados subversivos, em meio à classe trabalhadora.
No entanto, em sua mensagem ao Congresso Legislativo do Estado de São Paulo,
de 1918 assumiu ao menos em termos de discurso seu governo deveria agir "como
elemento de mediação amparando concomitantemente os direitos de patrões e operários e
velando pela ordem pública".[carece de fontes]
Altino afirmou, ainda, que, mesmo, depois da conquista de aumentos salariais de 15 a
30%, anarquistas ainda incitavam a nova greve e nova onda de depredações. A partir
desses eventos passou a considerar perigosa a generalização dos movimentos grevistas e
instituiu, no plano policial, a prevenção aos movimentos gerais e a perseguição
aos anarquistas.[carece de fontes]
Altino relatou, também, que foram atacados, pelos grevistas, funcionários da prefeitura,
inclusive enfermeiros. O prefeito de São Paulo Washington Luís, então, redobrou os
esforços para manter os serviços públicos funcionando normalmente durante a greve de
1917.[carece de fontes]

Greve geral no Rio Grande do Sul[editar | editar código-fonte]


Fábrica guardada por milícia do governo durante a greve de 1917 em Porto Alegre.

Em parte em reflexo as mobilizações em outras partes do país, bem como inspirados


pela Revolução Russa, organizados em sindicatos os operários no Rio Grande do
Sul entraram em greve. Inicialmente no setor ferrocarril, a greve se espalhou rapidamente
pela indústria e prestação de serviços públicos nas principais cidades do Estado.
Rapidamente foram formadas organizações grevistas entre os sindicatos e entidades
operárias: destacam-se a Liga de Defesa Popular na cidade de Porto Alegre e o Comitê de
Defesa Popular na cidade de Pelotas por eu trabalho de conscientização, propaganda e
apoio as causas operárias.
Os militantes operários buscavam abarcar todos os espaços possíveis do cotidiano da
família proletária. Além do companheirismo nos locais de trabalho, de passarem as mesmas
dificuldades, sofrerem juntos os mesmos problemas: salários baixos, jornadas cansativas e
insalubridades – os militantes operários (anarquistas) proporcionavam através dos
sindicatos, centros de cultura social, escolas e universidades populares, jornais, teatros,
piqueniques, enfim, várias oportunidades de cultura, lazer e luta. Assim construíam uma
“cultura de classe” e identidade de luta permanente. No Rio Grande do Sul muitos dos
militantes de 1917 foram “formados” nas escolas racionalistas mantidas pelos militantes
libertários.
—Correa, A Greve Geral de 1917 e a LDP
No dia 30 de julho em Porto Alegre iniciou-se a convocatória assinada pela União Operária
Internacional assinalando como local da assembléia pública a Praça da alfândega. A
assembléia promove a formação da Liga de Defesa Popular na qual se destacam
militantes operários e articuladores da greve na cidade. Entre eles estão Luis Derivi,
secretário do sindicato dos pedreiros, carpinteiros e classes anexas e o tipógrafo Cecílio
Vilar.
“...mas o momento não é para conciliações, é de luta. A luta mais justificável, a luta pela
vida. Os operários devem se erguer como um só homem, para sair às ruas e conquistar o
pão que nos está sendo roubado e a fim de protestar contra a exploração de que é vítima a
classe trabalhadora (...)”
—Cecílio Vilar
Naquela mesma noite a LDP lançou uma nota com as reivindicações da greve na cidade.
Diminuição dos preços dos gêneros de primeira necessidade em geral; Providências para
evitar o açambarcamento do açúcar; Estabelecimento de um matadouro municipal para
fornecer carne à população a preço razoável; Criação de mercados livres nos bairros
operários; Obrigatoriedade da venda do pão a peso e fixação semanal do preço do quilo; A
intendência deve cobrar pelo fornecimento da água 10 % sobre os aluguéis e reduzir para
5% as décimas dos prédios cujo valor seja inferior a 40$000. Compelir a companhia Força
e Luz a estabelecer passagens de 10 réis de acordo com o contrato feito com a
municipalidade; Aumento de 255 sobre os salários atuais; Generalização da jornada de 8
horas; Estabelecimento a jornada de 6 horas para as mulheres e crianças.”

Rio de Janeiro 1918[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Insurreição anarquista de 1918
O alto grau de organização do operariado brasileiro que originou a greve geral teve ainda
outra conseqüência: A insurreição anarquista de 1918 no Rio de Janeiro (à época a capital
nacional) se dera por conta da articulação de diferentes sindicatos e organizações
anarquistas, que inspirados também pela Revolução Russa se organizavam com a
intenção de derrubar o governo central. A iniciativa acabou por conta de um militar que
agia como agente provocador infiltrado espionava de um lugar privilegiado os planos dos
conspiradores delatando-os aos aparatos repressivos estatais.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Greve geral no Brasil
em 1917

 DANNEMANN, Fernando Kitzinger. 1917 - Greves


Operárias.
 Brasil República - São Paulo, 1917: A Primeira grande
greve brasileira. HistóriaNet

Referências[editar | editar código-fonte]


1. Ir para cima↑ BREVE HISTÓRICO DO PCB
(PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO)
2. Ir para cima↑ Ristori, Oreste, Contra a Imigração,
1910
3. Ir para cima↑ RISTORI, Oreste. "Contra a Imigração",
1910
4. Ir para cima↑ Secretaria de formação. As Greves de
1917 no Brasil. CMI Brasil, FAG 18/07/2007 às 00:53
5. ↑ Ir para:a b c d TRAÇOS biográficos de um homem
extraordinário. Dealbar [jornal], São Paulo, 17 dez.
1968, ano 2, n. 17.
6. Ir para cima↑ A greve de 1917, projeto memória
7. Ir para cima↑ 1917 - Greves Operárias,
DANNEMANN, Fernando Kitzinger.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Especial da TV Senado sobre a greve

 BANDEIRA, M., Melo, C e Andrade, A. T., - O ano


vermelho, Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira,1967
 BEIGUELMAN, Paula – Os companheiros de São Paulo:
Ontem e hoje, São Paulo: Ed. Cortez, 2002
 BODEA, Miguel. A Greve de 1917: As origens do
trabalhismo gaúcho.L&PM, POA, s/d;p. 21.
 DIAS, Everardo. História das Lutas Sociais no Brasil. São
Paulo: Editora Alfa-Omega, 1977 (1962). 330 p.
 FELICI, Isabelle. "Les Italiens dans le mouvement
anarchiste au Brésil, 1890-1920". Thèse de Doctorat
(Nouveau doctorat) : Études italiennes, dir. Mario Fusco,
co-dir. Jean-Charles Vegliante. Université de la Sorbonne
nouvelle-PARIS 3 : 1994. [S.l.] : [s.n.]
 KHOURY, Yara Aun – As greves em São Paulo, São
Paulo, Ed. Cortez/Autores Associados, 1981.
 MARÇAL, João Batista. Os anarquistas no Rio Grande do
Sul: anotações biográficas, textos e fotos de velhos
militantes da classe operária gaúcha. Porto Alegre:
Unidade Editorial, 1995.
 ROMANI, Carlo. Oreste Ristori: Uma Aventura Anarquista,
p. 150. Editora Annablume. 2002. 307 páginas.
 RISTORI, Oreste. "Contra a Imigração". In revista La
Battaglia, 1906.
 WOLFE, Joel. Anarchist Ideology, Worker Practice: The
1917 General Strike and the Formation of Sao Paulo's
Working Class. The Hispanic American Historical Review,
Vol. 71, No. 4 (Nov., 1991), pp. 809-846, Durham, NC:
Duke University Press
 DULLES, J. W F. Anarquistas e Comunistas no Brasil –
1900-1930. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977
 KOVAL, B. História do Proletariado Brasileiro.São Paulo:
Alfa Omega, 1982.
 BATALHA, C. O Movimento Operário na Primeira
República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 200.
 LOPES; C. L. E.; TRIGUEIROS, N. N. História do
Movimento Sindical no Brasil. São Paulo: Centro da
Memória Sindical.
 ZAIDAN FILHO, M. Comunistas em Céu Aberto –1922-
1930. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1989.
[Expandir]

v•e

Anarquismo

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