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SUMÁRIO

PORTUGUÊS – PROFA. RAFAELA FREITAS ..................................................................................... 2


RACIOCÍNIO LÓGICO – PROF. ARTHUR LIMA .............................................................................. 25
NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS – PROF. TIAGO ZANOLLA .............................. 30
NOÇÕES DE SUSTENTABILIDADE – PROF. ROSENVAL JÚNIOR ...................................................... 40
DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – PROF. RICARDO TORQUES ...................................... 58
DIREITO CIVIL – PROFA. ALINE BAPTISTA SANTIAGO ................................................................ 68
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROF. RICARDO TORQUES .......................................................... 98
DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. RENAN ARAÚJO ............................................................. 138
DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. ERICK ALVES .................................................................... 152
DIREITO CONSTITUCIONAL – PROF. RICARDO VALE, NÁDIA CAROLINA E DIEGO CERQUEIRA .... 180

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PORTUGUÊS – PROFA. RAFAELA FREITAS
ESTUDO DA BANCA

Algumas considerações!
Meus queridos alunos, a partir de
análise do perfil da banca IBFC, podemos
fazer algumas considerações sobre o tipo de
abordagem que encontramos nas provas de português que ela organiza:
- O IBFC gosta de interpretação de textos de textos literários;
- A banca gosta mesmo da escritora Martha Medeiros! Ela é de Porto Alegre e
escreve lindas crônicas. Vale à pena buscar textos dela e ler nas suas horas de lazer!!
- Leiam crônicas de vários autores, como Fernando Sabino, pois a organizadora
tem predileção por esse gênero textual;
- As questões de interpretação costumam ser bastante rasas, sem muitas
inferências;
- Quem está se preparando para concursos organizados pela IBFC deve focar
bastante no estudo da sintaxe e da morfologia, pois irá encontrar provas eminentimente
gramatcais;
- Nas poucas questões de 2017 que temos, podemos perceber o mesmo estilo dos
anos anteriores, ou seja, faça todas as questões quanto conseguir de provas IBFC dos
anos de 2014, 2015 e 2016.

Espero ter ajudado!! Forte abraço!


Rafaela Freitas.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, algumas regras de acentuação foram


alteradas enquanto outras permaneceram iguais, analise o quadro-resumo a seguir (o
que o novo acordo alterou está destacado em amarelo):

Tipo de palavra Exemplos Observações (como


Quando acentuar
ou sílaba (como eram) ficaram)
Continua tudo igual ao que era
antes da nova ortografia.
Observe: Pode-se usar acento
simpática,
agudo ou circunflexo de
Proparoxítonas sempre lúcido, sólido,
acordo com a pronúncia da
cômodo
região: acadêmico, fenômeno
(Brasil) académico, fenómeno
(Portugal).

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Continua tudo igual. Observe:
1) Terminadas em ENS não
levam acento: hifens, polens.
fácil, táxi, tênis,
2) Usa-se indiferentemente
Se terminadas em: hífen, próton,
agudo ou circunflexo se
R, X, N, L, I, IS, álbum(ns), vírus,
houver variação de pronúncia:
UM, UNS, US, PS, caráter, látex,
sêmen, fêmur (Brasil) ou
Paroxítonas Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; bíceps, ímã,
sémen, fémur (Portugal).
ditongo oral, órfãs, bênção,
3) Não ponha acento nos
seguido ou não de órfãos, cárie,
prefixos paroxítonos que
S árduos, pólen,
terminam em R nem nos que
éden.
terminam em I: inter-
helênico, super-homem, anti-
herói, semi-internato.
Continua tudo igual. Observe:
1. terminadas em I, IS, U, US
não levam acento: tatu,
Se terminadas em: vatapá, igarapé, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se
Oxítonas A, AS, E, ES, O, avô, avós, refém, indiferentemente agudo ou
OS, EM, ENS parabéns circunflexo se houver variação
de pronúncia: bebê, purê
(Brasil); bebé, puré
(Portugal).
Continua tudo igual. Atente
Monossílabos
terminados em A, vá, pás, pé, mês, para os acentos nos verbos
tônicos (são
AS, E, ES, O,OS pó, pôs com formas oxítonas: adorá-
oxítonas também)
lo, debatê-lo, etc.
1. Se o i e u forem seguidos de
s, a regra se mantém:
balaústre, egoísmo, baús,
jacuís.
2. Não se acentuam i e u se
depois vier 'nh': rainha,
saída, saúde, tainha, moinho.
Í e Ú em Í e Ú levam acento
miúdo, aí, 3.Esta regra é nova: nas
palavras se estiverem
Araújo, Esaú, paroxítonas, o i e u não serão
oxítonas e sozinhos na sílaba
Luís, Itaú, baús, mais acentuados se vierem
paroxítonas (hiato)
Piauí depois de um ditongo: baiuca,
bocaiuva, feiura, saiinha (saia
pequena), cheiinho (cheio).
4. Mas, se, nas oxítonas,
mesmo com ditongo, o i e u
estiverem no final, haverá
acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos Esta regra desapareceu (para
em palavras EI, OI palavras paroxítonas).
paroxítonas Escreve-se agora: ideia,

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colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a
palavra se enquadrará em
outra regra de acentuação.
Por exemplo: contêiner, Méier,
destróier serão acentuados
porque terminam em R.
Continua tudo igual (mas,
Ditongos abertos papéis, herói,
cuidado: somente para
em palavras ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) heróis, troféu,
palavras oxítonas com uma ou
oxítonas céu, mói (moer)
mais sílabas).
arguir e redarguir
Esta regra desapareceu. Os
usavam acento
verbos arguir e redarguir
agudo em algumas
Verbos arguir e perderam o acento agudo em
pessoas do
redarguir (agora várias formas (rizotônicas): eu
indicativo, do
sem trema) arguo (fale: ar-gú-o, mas não
subjuntivo e do
acentue); ele argui (fale: ar-
imperativo
gúi), mas não acentue.
afirmativo.
Esta regra sofreu alteração.
aguar enxaguar, Observe: Quando o verbo
averiguar, admitir duas pronúncias
apaziguar, diferentes, usando a ou i
delinquir, obliquar tônicos, aí acentuamos estas
Verbos usavam acento vogais: eu águo, eles águam e
terminados em agudo em algumas enxáguam a roupa (a tônico);
guar, quar e quir pessoas do eu delínquo, eles delínquem (í
indicativo, do tônico). Se a tônica, na
subjuntivo e do pronúncia, cair sobre o u, ele
imperativo não será acentuado: Eu
afirmativo. averiguo (diga averi-gú-o,
mas não acentue) o caso.
Esta regra desapareceu. Agora
vôo, zôo, enjôo,
ôo, êe se escreve: zoo, perdoo,
vêem
veem, magoo, voo.
na terceira pessoa
Continua tudo igual. Ele vem
do plural do eles têm, eles
Verbos ter e vir aqui; eles vêm aqui. Eles têm
presente do vêm
sede; ela tem sede.
indicativo
na terceira pessoa
do singular leva ele obtém,
Derivados de ter
acento agudo; na detém, mantém;
e vir (obter, Continua tudo igual.
terceira pessoa do eles obtêm,
manter, intervir)
plural do presente detêm, mantêm
levam circunflexo
Acento Esta regra desapareceu,
diferencial exceto para os verbos: PODER

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(diferença entre passado e
presente. Ele não pôde ir
ontem, mas pode ir hoje. PÔR
(diferença com a preposição
por): Vamos por um caminho
novo, então vamos pôr
casacos; TER e VIR e seus
compostos (ver acima).
Observe: 1) Perdem o acento
as palavras compostas com o
verbo PARAR: Para-raios,
para-choque. 2) FÔRMA (de
bolo): O acento será opcional;
se possível, deve-se evitá-lo:
Eis aqui a forma para pudim,
cuja forma de pagamento é
parcelada.

MORFOLOGIA

Trata-se do estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. O


objetivo da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não
dentro da sua participação na frase ou período (disso trata a sintaxe). A morfologia
está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes
gramaticais. São elas:

VARIÁVEIS (sofrem flexões):

1. SUBSTANTIVO: designa os seres reais ou fictícios.


Ex.: pato, ave, Deus, lobisomem, alegria, Barbacena, dó, pé-de-moleque.

2. ADJETIVO: indica as características dos seres.


Ex.: bela, selvagem, brasileiro, amarelo-claro, famoso, azul.

3. ARTIGO: acompanha o substantivo, determinando-o ou generalizando-o.


Ex.: o, a, os, as / um, uma, uns, umas

4. NUMERAL: indica quantidade ou ordem dos seres.


Ex.: um, dois, primeiro, décimo, meio, dobro

5. PRONOME: é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo


(nome) em relação às pessoas do discurso.

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Ex.: Ela veio à nossa casa.

6. VERBO: indica processo, exprimindo ação, estado ou fenômeno.


Ex.: voar, cantar, sofrer, ser, estar, chover, nevar

INVARIÁVEIS:

7. ADVÉRBIO: modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma


circunstância (modo, tempo, lugar).
Ex.: bem, mal, muito, meio, talvez, calmamente, hoje, logo, aqui, perto,
sim, não

8. PREPOSIÇÃO: liga duas palavras estabelecendo entre elas certas relações


(posse, companhia etc.).
Ex.: A casa é DE Luís.

Principais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per,
perante, por, sem, sob, sobre, trás.

9. CONJUNÇÃO: liga duas orações coordenando-as, subordinando-as.


Ex.: Ele chora E ri ao mesmo tempo.
É verdade QUE ele fala muito?
Sairei QUANDO me pedirem.

10. INTERJEIÇÃO: palavra ou locução que expressa apelos, emoções, ou


ideias mal estruturadas.
Ex.: Ah!, Ai!, Olá!, Valha-me, Deus!
Macacos me mordam!

Quanto à função, pode-se agrupar as palavras em:

Principais, Adjuntas, Conectivas, Classe Especial

• PRINCIPAIS: Substantivo e Verbo


• PRINCIPAIS e ADJUNTAS: Pronome e Numeral
• ADJUNTAS (sempre): Artigo, Adjetivo e Advérbio
• CONECTIVAS: Preposição e Conjunção
• CLASSE ESPECIAL: Interjeição

ESTUDO DOS VERBOS

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O estudo dos verbos é de extrema importância. A aula em estudo trouxe aquilo
que é essencial para um candidato a concurso público. Digo essencial, pois o estudo da
morfologia do verbo como classe gramatical não termina com esta aula, é um assunto
com variações imensas, com muitos aspectos diferentes.

Os verbos podem ser regulares ou irregulares, isso vai depender da variação que
pode sofrer em seu radical.

Exemplo de verbos regulares:

• Eu canto • Eu amo • Eu falo


• Tu cantas • Tu amas • Tu falas
• Ele canta • Ele ama • Ele fala
• Nós cantamos • Nós amamos • Nós falamos
• Vós Cantais • Vós amais • Vós falais
• Eles Cantam • Eles amam • Eles falam

Exemplo de verbos irregulares:


- ESTAR
Nem todas as suas formas verbais são irregulares. O pretérito imperfeito do
indicativo, por exemplo, é regular (estava).
Estou, estaremos, estivemos, etc.
- DAR
Presente do indicativo: dou, dás, dá, dão
Pretérito perfeito: deste, deu, demos, dei, deram

Pela conjugação verbal, os verbos podem ser ainda defectivos (não conjugados
em todos os tempos e modos), abundantes (mais de uma forma da mesma
conjugação) ou anômalos (não seguem nenhuma regularidade).

Com relação ao número, os verbos variam no singular ou plural.

Com relação a pessoas, os verbos variam em:


1ª pessoa – quem fala: eu (sing.), nós (pl.)
2ª pessoa – com quem se fala: tu (sing.), vós (pl.)
3ª pessoa – de quem se fala: ele (sing.), eles (pl.)

Com relação aos modos verbais, vimos que um verbo pode estar no:
- Indicativo: modo da certeza!
- Subjuntivo: modo da hipótese!
- Imperativo: modo do pedido, da ordem, da súplica!

Com relação aos tempos verbais, temos o seguinte:


- Pretérito (passsado):
* Perfeito: ação pontual no passado.
* Imperfeito: ação contínua no passado.

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* Mais-que-perfeito: ação em passado remoto.
- Presente: ação no momento/tempo da fala.
- Futuro:
* do presente: futuro simples.
* do pretérito: que sofreu alguma impossibilidade no passado.

Vejam a seguir, uma árvore verbal como exemplo:

TERMOS DA ORAÇÃO

O estudo do período simples é o estudo dos termos que compõem uma oração.
Separados em essencias, aqueles que não podem faltar para que a oração tenha
sentido, e acessórios, agregam sentido, mas não são obrigatórios na oração. São eles:

A) Termos Essenciais ou Integrantes:


• Sujeito
• Predicado
• Objeto Direto

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• Objeto Indireto
• Complemento Nominal
• Agente da Passiva

B) Termos Acessórios:
• Adjunto Adverbial
• Adjunto Adnominal
• Aposto

C) Vocativo – categoria à parte.

Vamos ver aqui cada um deles!

I – SUJEITO – é o ser do qual se declara algo e com o qual o verbo, normalmente,


faz a concordância. Pode ser:

1) Simples: possui apenas um núcleo.


Ex.: Todos os povos do mundo têm problemas.
Atenção: “povos” núcleo do sujeito simples. Embora o núcleo esteja no plural, é
apenas um!

2) Composto: possui mais de um núcleo.


Ex.: Jogarão amanhã Flamengo e Vasco.
Atenção: “Flamengo” e “Vasco” são os núcleos do sujeito composto.

3) Oculto (também chamado de elíptico, desinencial, implícito): não vem


expresso na oração, embora exista! Conseguimos identificá-lo pela desinência do
verbo.

Ex.: Saímos cedo para curtir o sol.


(suj. implícito – nós)

Tico e Teco vieram à festa e comeram todas as nozes.

Sujeito do verbo “vir”: composto = “Tico e Teco”.


Sujeito do verbo “comer”: oculto = (Tico e Teco).

4) Indeterminado: não pode ser identificado, embora também exista.


Existem duas maneiras de indeterminar um sujeito: verbo na terceira pessoa do
plural ou verbo na terceira pessoa do singular + se (índice de indeterminação
do sujeito).

Exemplos:
Roubaram a mulher do Rui. (verbo na 3ª pessoa do plural)
Vive-se bem em Brasília. (verbo na 3ª pessoa do singular + se)
Nem sempre se está feliz (verbo na 3ª pessoa do singular + se)
Precisa-se de balconistas (verbo na 3ª pessoa do singular + se)

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Os verbos que fazem sujeito indeterminado com SE (índice de
indeterminação do sujeito) são Verbos Transitivos INDIRETOs, verbos de
ligação ou verbos intransitivos!

ATENÇÃO: com verbo transitivo direto não se faz sujeito indeterminado, mas voz
passiva sintética:

Ex. Alugam–se apartamentos. (apartamentos são alugados)

Verbo T.D. + SE (pronome apassivador)


“Apartamentos” é o sujeito posposto e o verbo deve concordar com ele:
Alugam-se apartamentos ou aluga-se apartamento.

5) Oração sem Sujeito: não existe sujeito na oração, nem explícito, nem
implícito.

• HAVER: no sentido de existir ou de tempo decorrido.

Ex.: Ontem houve muitas faltas.


O concurso foi realizado há dias.

• VERBOS DE FENÔMENO DA NATUREZA


Ex.: Choveu muito ontem.

No sentido conotativo, os verbos de fenômenos da naturaza terão sujeito


Ex.: Choveram dólares lá em casa. (sujeito: DÓLARES)

• FAZER, SER, ESTAR, PASSAR: indicando tempo.

Ex.: Eram seis horas da tarde.


Passava das quatro horas!
Como está quente hoje!
Faz séculos que não vou ao cinema.

• BASTAR e CHEGAR: indicando cessamento.

Ex.: Basta de problemas. / Chega de miséria.

TRANSITIVIDADE VERBAL

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Trata-se da parte da sintaxe que estuda a maneira como os verbos comportam-se
nas orações. A melhor maneira de iniciar uma análise sintática é justamente pelo verbo.
Temos que identificar que tipo de verbo temos (significativo ou de ligação), buscar o
sujeito e, caso seja um verbo significativo, logo vamos perceber se pede ou não um
complemento. Vamos às análises!
Todo verbo significativo é o centro das atenções! Ele é assim denominado porque
traz a significação para a frase, sendo o núcleo do predicado. Apenas esse tipo de verbo
possui transitividade.

São três transitividades verbais:


- Verbo Transitivo Direto (VTD) = pede um complemento sem auxílio de
preposição.
- Verbo Transitivo Indireto (VTI) = pede um complemento com auxílio de
preposição (a, de, para, com, sobre...).
- Verbo Intransitivo (VI) = não pede complemento. Sua significação não está
“transitando”, está completa. Às vezes pede Adjunto Adverbial.

Alguns verbos pedem dois complementos, por isso são chamados de


Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI) ou bitransitivos.

Com relação aos complementos verbais, são dois:


Objeto Direto (OD) = completa Verbo Transitivo Direto (VTD)
Objeto Indireto (OI) = completa Verbo Transitivo Indireto (VTI)

Não existe OD que complete um VTI, da mesma forma, pela lógica, não
existe OI que complete um VTD!!

Vejamos os exemplos que seguem (usarei as siglas para sistematizar a análise):


1) O bandido morreu.
Sujeito VI

2) Ele foi à minha casa.


Sujeito VI Adjunto Adverbial de Lugar

3) Eles amaram o trabalho.


Sujeito VTD OD

4) Eu gosto muito de você.


Sujeito VTI OI

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5) Ofereci um doce à criança.
VTDI OD OI

MACETE!!
Para saber se um verbo é Transitivo Direto ou Indireto, sem erro, faça o seguinte:
O menino comprou o livro.
Comprou o quê? O livro!
O menino conheceu o padrasto.
Conheceu quem? O padrasto!

Comprar e conhecer são VTD!

Fazemos apenas duas únicas perguntas para um VTD: “o quê?” Ou “quem?”


Caso você faça qualquer outra pergunta para o verbo, saiba que está diante de um
VTI, sem a menor dúvida!

Gosto muito de crianças.


Gosto de quê? De crianças!
Refiro-me a você.
Refiro-me a quem? A você!
Gostar e referir-se são VTI!

Resumindo: sugiro que decore apenas duas perguntas:

O quê? Sempre
Quem? VTD

Qualquer outra pergunta indicará tratar-se de um VTI! Faça o teste com outros
verbos!

Fique esperto! O verbo de ligação é fraco, serve apenas para ligar o sujeito ao seu
predicativo, não é núcleo e NÃO tem transitividade, ou seja, NÃO PEDE
COMPLEMENTO!!! O verbo de ligação indica apenas o estado em que o sujeito se
encontra, seja ele permanente ou momentâneo.

Eu sou um rio de água limpa.


Eu = Sujeito
Sou = verbo de ligação (estado permanente)
Um rio de água limpa = predicativo do sujeito

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Os alunos permaneceram calados
Os alunos = sujeito
Permaneceram = verbo de ligação (estado momentâneo)
Calados = predicativo do sujeito

Não cometa o erro de chamar um verbo de ligação de VTD e o predicativo do


sujeito de OD! Cuidado!

Principais verbos de ligação: ser, estar, ficar, permanecer, continuar, tornar-se...

ATENÇÃO: casos especiais de OD e OI:

• Objeto Direto Preposicionado – parece estranho, pois, como vimos, os objetos


diretos não são precedidos de preposição, a não ser em três situações:

1) Ofenderam a mim.
A preposição “a” foi exigida pelo pronome “mim”, caso contrário ficaria assim:
ofenderam mim!

2) Matou ao leão o caçador.


A preposição “a”, antes do artigo “o”, foi necessária para evitar ambiguidade, caso
contrário, não saberíamos quem matou quem: matou o leão o caçador.

3) Ele sacou da arma.


A preposição “de” foi usada para reforçar uma construção enfática (para dar ênfase
ao que se diz).

• Objeto Direto Pleonástico – ocorre quando há repetição pronominal e sempre


em oração invertida:
Estas palavras, não as proferi (não proferi estas palavras)
OD OD pleonástico

O “as” repete o OD, é chamado, então, de pleonástico.

• Objeto Direto Interno – ocorre quando um Verbo Intransitivo se transforma


em Transitivo Direto, resultando em uma construção pleonástica:

Morrerás infame. > Morrerás morte infame. – Morte = OD

Dorme tranquilo. > Dorme teu sono tranquilo. – Teu sono = OD

• Objeto Indireto Pleonástico – assim como ocorre com o OD:

Aos ricos, nada lhes devo (Não devo nada aos ricos)
O.I. O.I. pleonástico

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COMPLEMENTO NOMINAL – tem a função de completar nomes: substantivos,
adjetivos ou advérbios. Vem sempre com preposição.

a) Substantivos – Tenho medo de escuro.


Subst. C. Nom.
b) Adjetivos – Sempre fora obediente às leis.
Adj. C. Nom.
c) Advérbios –Reagiu bem ao infortúnio.
Advérbio C. Nom.

• Complemento Nominal X Objeto Indireto

Objeto Indireto – é ligado a verbo = Necessitamos de paz.


Verbo O.I.
Complemento Nominal – é ligado a nome =
Temos necessidade de paz.
Subst. C. N.

ADJUNTO ADNOMINAL

Função de caracterizar o substantivo.

Ex.: Esse assunto delicado pede outra conversa.

• Classes Gramaticais com função de Adjunto Adnominal

a) Artigo – A garota pediu uma bebida no bar.

b) Adjetivo – A bela festa encantou a todos.

c) Locução Adjetiva – Ele tem um rosto de anjo.

d) Pron. Adjetivo – Minha irmã mora naquela casa.

e) Numeral – O primeiro lugar da fila.

• Complemento Nominal X Adjunto Adnominal

Complemento Nominal – completa o sentido do nome


Ele tem medo da noite.
Subst. C. Nom.
Adjunto Adnominal – caracteriza o substantivo
Ele tem aves da noite.
Subst. C. Nom.

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AGENTE DA PASSIVA

Pratica a ação expressa pelo verbo na voz passiva (com preposição DE ou POR)

Ex.: A cidade estava cercada pelo exército.


V. Voz Pass. Agente da Passiva

A terra era povoada de selvagens.


V. Voz Pass. Agente da Passiva

ADJUNTO ADVERBIAL

Indica circunstância ao verbo. Muito usado!

Ex.: Talvez ele chegue cedo ao clube.


Dúvida Tempo Lugar

✓ Embora o Adjunto Adverbial seja termo ligado ao verbo, os ADVÉRBIOS DE


INTENSIDADE modificam também adjetivos e outros advérbios.

Ex.: Os concursandos estudam muito.


Verbo Adv. Intens.

Aquela mulher era muito bonita.


Adv. Intens. Adjetivo

Os meninos falam muito alto.


Adv.Intens Advérbio

APOSTO

Termo ou expressão de função esclarecedora.

Ex.: Única irmã de mamãe, Marcela morreu cedo.


Aposto

• Tipos de Aposto:

a) Explicativo: Brasília, a capital do Brasil, fará 45 anos.

b) Enumerativo: Pedro necessita de três coisas: amor, paz e carinho.

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c) Resumitivo (recapitulativo): Poder, dinheiro, glória, nada o seduzia
mais.

d) Distributivo: Carlos e José são ótimos alunos; este em Física, aquele em


Biologia.

e) Especificativo (denominativo):
O presidente Vargas cometeu suicídio.
A cidade de Curitiba é muito jovem.

✓ Não confundir Aposto Especificativo com Adjunto Adnominal.

A cidade de Brasília continua linda. (aposto)


(Nome da cidade)

O clima de Brasília continua péssimo. (Adj. Adnominal)


(Não é nome do clima)

VOCATIVO

Termo isolado (chamamento), indica com quem se fala.

Ex.: Meninos, estudem para a prova!


Falaram, João, mal de você no clube.

✓ O Vocativo virá SEMPRE separado por vírgulas, quer no início, no meio ou


no fim da frase.

Queridos! Terminamos o estudo do período simples. Agora convido vocês a


“mergulharem” no mundo das orações coordenadas e subordinadas!! Coisa linda é
perceber sintaticamente como organizamos o nosso discurso, seja ele falado ou escrito!

VOZES DO VERBO

A voz verbal caracteriza a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, pode
ser classificada em:

Voz ativa – o sujeito é o agente da ação verbal.

Os professores aplicaram as provas.


Sujeito: os professores
Agente da ação: os professores.

Voz passiva – o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo.

As provas foram aplicadas pelos professores.


Sujeito PACIENTE: as provas.

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Agente da passiva: professores.

A voz passiva só pode ser formada a partir de um verbo transitivo direto (VTD
e VTDI), tanto na forma analítica quanto na sintética!

Voz reflexiva – o sujeito, de forma simultânea, pratica e recebe a ação verbal.

O garoto feriu-se com o instrumento.


Sujeito ATIVO e PACIENTE ao mesmo tempo: o garoto.

Voz reflexiva recíproca – representa uma ação mútua entre os elementos


expressos pelo sujeito.

Os formandos cumprimentaram-se respeitosamente.

Sujeito ATIVO e PACIENTE ao mesmo tempo: os formandos. A diferença


para a voz reflexiva é que na recíproca um pratica a ação para com outro, não
para ele próprio.

ATENÇÃO! Passando da voz ativa e para a voz passiva:

Voz ativa: eles devem estar


colhendo o milho.
Voz passiva: o milho deve estar sendo colhido por eles.

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PRONOME APASSIVADOR

É muito comum aparecer em provas Cespe/UnB questões que pedem a


transformação da voz passiva em ativa (ou vice-versa). Também é comum
perguntarem sobre a concordãncia do sujeito posposto com o verbo, levando em
consideração a confusão que o candidato faz do “se” como pornome apassivador e
índice de indeterminação do sujeito.
Leiam a frase:
“Não se vê avanços em áreas como a ampliação de aeroportos.”
A frase apresenta uma estrutura sintática bastante familiar aos falantes do
português do Brasil, não é mesmo? Mas há um erro clássico aí! Trata-se do uso do
pronome “se” como índice de indeterminação de sujeito de um verbo transitivo direto,
coisa que, segundo a norma culta, não ocorre. Vou explicar melhor.
Quando o verbo é transitivo direto (como “ver”), na presença do pronome “se”, o
seu objeto se converte em sujeito apassivado. No trecho acima, esse sujeito apassivado
é o termo “avanços” – avanços não são vistos. Percebemos mais facilmente a voz
passiva quando ela se apresenta em sua forma analítica (algo é visto) do que quando
se apresenta na forma sintética (com o pronome “se” e o verbo na forma ativa: vê-se
algo). Daí muitos falantes ignorarem a estrutura passiva com pronome “se”,
confundindo-a com a estrutura de indeterminação do sujeito.
Na prática, havendo voz passiva, haverá sujeito e, havendo sujeito, haverá
concordância verbal. Assim: não se vê avanço (avanço não é visto) e não se veem
avanços (avanços não são vistos).
Não se esqueçam: a voz passiva só ocorre com verbos que admitem o objeto
direto. Os demais podem ser construídos com o índice de indeterminação do sujeito e,
nesse caso, ficam na terceira pessoa do singular. Assim: “Trata-se de avanços no
setor”, “Morre-se de frio nesta sala”, “Era-se mais feliz antigamente” etc.

Corrigindo a frase lá do início, considerando a nova ortografia do português:


Não se veem avanços em áreas como a ampliação de aeroportos.

O PERÍODO COMPOSTO

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Orações coordenadas:

Principais conectivos coordenativos:

Conjunções Locuções
Coordenativas Coordenativas
Não só…mas
Aditivas E, nem, também também/como
também, Tanto…como,
nem...nem
Apesar disso , no
Adversativas Mas, porém, todavia, entanto, ainda assim,
contudo não obstante, de outra
sorte
Alternativas Ou Ou…ou, já…já,
ora…ora, quer…quer,
seja…seja, seja…ou
Conclusivas Logo, pois (posposta Por conseguinte, por
ao verbo), portanto, consequência, por isso
assim
Explicativas que, porque,
porquanto, pois
(anteposta ao verbo).

Vejamos as orações coordenadas:

1) Aditivas (exprimem a ideia de adição).


A criança comeu o bolo e bebeu o suco.

2) Adversativas (exprimem contradição/oposição).


João comprou o tecido, mas não fez o terno.

3) Alternativas (apresentam alternativa).


João estuda matemática ou assiste televisão.

4) Explicativas (apresentam uma explicação)


Fui ao médico, pois estava com gripe.

5) Conclusivas (exprimem conclusão).


Carlos fez todo o trabalho, logo pode tirar folga.

Orações subordinadas:

Principais conectivos subordinativos:

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Conjunções
subordinativas
Completivas/Integrantes Que, se.

Conjunções Locuções
subordinativas subordinativas
adverbiais adverbiais
Temporais Quando, enquanto, Até que, à medida que,
apenas, mal, que (= antes que, logo que,
desde que) sempre que, assim
que, desde que, …
Finais Que (= para que) Para que, a fim de que,

Causais Porque, pois, porquanto, Pois que, já que, visto
como, que (= porque) que, por isso que, por
isso mesmo que, …
Comparativas Como, conforme, Assim como, bem
consoante, segundo, que como, que nem,
mais…do que,
tão…como, tal qual, …
Consecutivas Que (antecedido de tal, De maneira que, de
tanto, de tal maneira, de sorte que, de modo
tal modo, tão) que, …
Concessivas Embora, conquanto, que Apesar de que, ainda
que, posto que, se
bem que, mesmo que,
por mais que, …
Condicionais Se, caso (= se) A menos que, contanto
que, desde que, no
caso de que, salvo se,
excepto se, sem que,

Vejam as orações subordinadas:

• Substantivas:

Sinto que vai chover.


A oração “que vai chover” é subordinada substantiva objetiva direta, ou seja,
funciona como complemento direto do verbo “sentir”, da oração principal ou
subordinante.

O diretor da empresa necessita de que todos os colaboradores estejam presentes


na reunião.

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A oração “de que todos os colaboradores...” é subordinada substantiva
objetiva indireta, ou seja, funciona como complemento indireto do verbo
“necessitar”, da oração principal/subordinante.

Foi anunciado que Pedro é o vencedor do concurso


A oração “que Pedro é o vencedor do concurso” é subordinada substantiva
subjetiva, funciona como o sujeito da locução verbal “foi anunciado”, da oração
principal/subordinante. Refere-se ao que foi anunciado, sobre o que está sendo falado
(Isso foi anunciado. Isso = Pedro é o vencedor).

Todos temos esperança de que a humanidade pare de destruir o planeta.


A oração “de que a humanidade pare de destruir o planeta” é subordinada
substantiva completiva nominal, ou seja, funciona como complemento do nome
“experança”, da oração principal/subordinante.

O bom é que ela sempre foi bem comportada.


A oração “que ela foi bem sucedida” é subordinada substantiva predicativa,
ou seja, funciona como predicativo do sujeito que está na oração
principal/subordinante. Esse tipo de oração vem sempre após o verbo “ser”.

Pedi um favor a meus amigos: que esperassem por mim.


A oração “que esperassem por mim” é subordinada substantiva apositiva, ou
seja, funciona como aposto de qualquer termo da oração principal/subordinante.

Relativas sem antecedente:

Quem vai ao mar, perde o lugar.


Subordinada substantiva Or. principal
relativa sem antecedente

• Adjetivas:

Restritiva:
Os bolos que estavam estragados foram para o lixo.
Apenas os bolos estragados foram para o lixo.
Sempre SEM vírgulas.

Explicativa:
Os bolos, que estavam estragados, foram para o lixo.
Todos os bolos estavam estragados e foram para o lixo.
Sempre COM vírgulas.

• Adverbiais:

1. Temporais:
Fico em casa enquanto estiver doente.
Subordinante Subordinada adverbial temporal

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2. Finais
Estudo para ser bom aluno.
Subordinante Subordinada adverbial final

3. Causais
Estudo porque quero passar de ano.
Subordinante Subordinada adverbial causal

4. Comparativas
Ele come como se não comesse há um ano.
Subordinante Subordinada adverbial comparativa

5. Consecutivas
Ele comeu tanto que ficou maldisposto.
Subordinante Subordinada adverbial consecutiva
(Causa) (consequência)

6. Concessivas
Ele comeu muito embora não tivesse fome.
Subordinante Subordinada adverbial concessiva
(contradição)

7. Condicionais
Ele comeria se tivesse fome.
Subordinante Subordinada adverbial condicional

Orações reduzidas:
. de infinitivo (o verbo encontra-se no infinitivo)
. de gerúndio (o verbo encontra-se no gerúndio)
. de particípio (o verbo encontra-se no particípio passado)

SINAL INDICATIVO DE CRASE

O que é CRASE? É a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou


ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s),
aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais).
MACETE: Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por
“ao” e o substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem
prejuízo de sentido, então com certeza há crase.
Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao
supermercado. Logo, o uso da crase está correto.
Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao”
ficaria: Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.
Vale lembrar dos casos em que a crase é empregada obrigatoriamente, mas não
é justificada pela regra geral: nas expressões que indicam horas ou nas locuções à
medida que, às vezes, à noite, dentre outras, e ainda na expressão “à moda”. Veja:
Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.

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À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.

QUANDO NÃO USAR A CRASE


a) Antes de palavra masculina (substantivos masculinos):
Pintura a óleo.
Entrega a domicílio.

b) Antes de verbo:
Estava a dançar na pista.
Passara a dedicar-se mais aos estudos.

c) Antes do artigo indefinido uma:


Já assistiu a uma peça teatral?
Pergunte a uma professora.

d) Antes de palavra no plural:


Não vou a cerimônias públicas.
Não vou a lojas em minha cidade.

e) Antes de pronome pessoal, incluindo o de tratamento:


Este livro é dedica a você.
Quero demonstrar meu respeito a Vossa Senhoria.

f) Antes de numeral cardinal (exceto para horas):


A cidade fica a duas léguas do centro.

g) Antes de pronome demonstrativo, indefinido, relativo, ou interrogativo:


Ofereci minha atenção a esta moça, mas ela não quis.
Ela é a única a quem devo explicações.
Não direi nada a ti.

h) Antes de nome de lugar que não necessite de artigo:


Voltarei a Roma em dezembro.

i) Entre palavras repetidas:


Estive cara a cara com ele.
Meu dia a dia é bem diferente do seu.

Existem casos especias emq ue a crase é FACULTATIVA:

a) Antes de nome próprio de pessoa (feminino, é óbvio):


Entregarei o livro a Carmem amanhã (ou à Carmem).
Escrevi a Martha Medeiros, autora do meu livro preferido (ou à Martha Medeiros).

b) Antes de pronome possessivo feminino singular:


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Diga a sua mãe que ligarei mais tarde (à sua mãe).
Oferecemos gratidão a nossa professora (ou à nossa professora).

Abraço,
Rafaela Freitas

Contatos:
Fórum de dúvidas.
E-mail: contato@rofessorarafaelafreitas.com
Facebook, Instagram e Youtube: Palavreando com Rafa Freitas

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RACIOCÍNIO LÓGICO – PROF. ARTHUR LIMA

Proposições: Lógica de Argumentação; Premissa e Conclusão;


Silogismo, Proposições simples e compostas; Tabelas Verdade;
Equivalência entre proposições; Negação de proposições;

Proposição simples: oração declarativa que admite um valor lógico (V / F).

Não são proposições: exclamações, perguntas, ordens e pedidos (imperativo), frases sem
verbo (nem são orações!), sentenças abertas.

Sentença aberta: oração declarativa que possua uma variável cujo valor precisa ser conhecido
para permitir sua valoração lógica.

Proposição composta: proposições simples unidas por um conectivo que exprima uma
operação lógica (conjunção, disjunção simples ou exclusiva, condicional, bicondicional).

Proposições equivalentes: mesmos valores lógicos sempre (mesma tabela-verdade).

Negações: possuem sempre valores lógicos opostos (tabelas-verdade opostas). Para negar
uma proposição, pergunte-se: “o que é o mínimo que preciso fazer para provar que o autor
desta proposição está mentindo?”. Esta será a negação.

Negações de proposições categóricas: a negação de “todo A é B” é “algum A não é B”, e a


de “nenhum A é B” é “algum A é B”.

Tabela-verdade: o número de linhas será igual a 2n, onde n é o número de proposições


simples (não conte duas vezes uma proposição p e sua negação ~p!!!)

Tautologia: proposição que é sempre V. Para constatar, basta montar sua tabela-verdade. Se
for sempre F  contradição; se variar entre V e F  contingência.

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Condições: em uma condicional pq, dizemos que p é condição suficiente para q, e q é
condição necessária para p. Na bicondicional pq, p é condição necessária e suficiente para q,
e vice-versa.

MAPA MENTAL – PRINCIPAIS CONCEITOS SOBRE PROPOSIÇÕES

CONECTIVOS E VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS


Proposição Variações importantes do Valor lógico Equivalências Negações
Conectivo Exemplo Representações
composta conectivo Falso quando... importantes importantes
peq ... mas ...
Conjunção ... e ... Estudo e trabalho alguma é F - ~p ou ~q
p^q ... como também ...
Disjunção p ou q
... ou ... Estudo ou trabalho - todas são F - ~p e ~q
simples pvq
Quando, Caso, Sempre
Se estudo, então se p, então q ~q-->~p
Condicional se..., então... que, Desde que, Toda vez V-->F p e ~q
trabalho p-->q ~p ou q
que etc
Disjunção Ou estudo ou ou p ou q ou..., ou..., mas não valores lógicos p<-->q
ou... ou ... (p-->~q)^(~p-->q)
exclusiva trabalho pvq ambos iguais (p e q) ou (~p e ~q)
ou p ou q
... se e Estudo se e somente p se e somente se q ... assim como ... valores lógicos (p-->q)^(q-->p)
Bicondicional (~p<-->q)
somente se ... se trabalho p<-->q ... da mesma forma que... diferentes (p-->q)^(~p-->~q)
(p<-->~q)

Argumento válido: é aquele onde a conclusão é V sempre que todas as premissas forem V.
Se a conclusão puder ser F enquanto as premissas forem todas V, então não se trata de uma
conclusão válida para o argumento. Para testar a validade:

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Sequências lógicas; sequências numéricas, progressão aritmética,
progressão geométrica
PROGRESSÃO ARITMÉTICA PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)
(PA)
O termo seguinte é igual ao anterior somado de O termo seguinte é igual ao anterior multiplicado por um
um valor constante (razão) valor constante (razão)

an  a1  r  (n  1)
an  a1  q n 1
Termo “n” = 1º termo + razão x (posição “n” –
Termo “n” = 1º termo x razão elevada a “n-1”
1)

n  (a1  an ) a1  (q n  1)
Sn  Sn 
2 q 1
Soma dos “n” primeiros = n x (1º termo + termo Soma dos “n” primeiros = 1º termo x (razão eleva a “n” –
“n”) / 2 1) / (razão – 1)

Sequências com repetição em ciclos (ex.: ABCDABCDABCD...):


1. Identificar o ciclo que se repete (ABCD)
2. Dividir a posição do caractere buscado (ex.: 100º) pelo tamanho do ciclo (ex.: 4)
3. O resto da divisão é a posição do caractere solicitado (se o resto for ZERO, pegar o
último caractere do ciclo – D).

Sequências alternadas: verifique se é possível desmembrar a sua sequência em duas outras,


alternadas. Ex.: 2, 3, 4, 6, 8, 9, 16, 12, ...

Conjuntos; Operações com conjuntos; pertinência e inclusão


Resolução de questões envolvendo 2 conjuntos por diagramas:
1. Identifique os conjuntos que permitem representar todos os elementos;
2. Desenhe os conjuntos entrelaçados;
3. Foi dado o valor da intersecção? Se sim, coloque-a. Se não, coloque um X;
4. Posicione os demais dados fornecidos;
5. Lembre-se que a soma de todas as regiões dos conjuntos deve ser igual ao total de
elementos.

Fórmula para questões com 2 conjuntos:


Total de elementos da união = soma dos conjuntos – intersecção deles

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ou seja,
n(A ou B) = n(A) + n(B) – n(A e B)

Resolução de questões envolvendo 3 conjuntos por diagramas:


1. Identifique os conjuntos que permitem representar todos os elementos;
2. Desenhe os conjuntos entrelaçados;
3. Foi dado o valor da intersecção dos TRÊS conjuntos? Se sim, coloque-a. Se não, coloque
um X;
4. Utilize as informações dos números de elementos das interseções dos conjuntos dois a
dois (isto é, interseção de A e B, interseção de B e C etc.);
5. Utilize as informações dos números totais de elementos de cada conjunto;
6. Verifique se não existem elementos que não pertencem a nenhum dos três conjuntos,
se houver os inclua;
7. Lembre-se que a soma de todas as regiões dos conjuntos deve ser igual ao total de
elementos.

Fórmula para questões com 3 conjuntos:

Total de elementos da união = soma dos conjuntos – intersecções dois a dois + intersecção dos três

ou seja,

n(A ou B ou C) = n(A) + n(B) + n(C) – n(A e B) – n(A e C) – n(B e C) + n(A e B e C)

* em questões com 4 conjuntos, busque informações que já permitam desenhar alguns conjuntos
separados de outros! Não os desenhe totalmente entrelaçados. Resolva utilizando diagramas, e não
fórmulas.

Fim de curso. Faça uma EXCELENTE PROVA! E já aproveito para informar que, assim
que eu tiver acesso à prova, farei a correção de todas as questões em um artigo no
site do Estratégia Concursos!

Prof. Arthur Lima


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NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS
PROF. TIAGO ZANOLLA

Lei n.º 6.123/68


A presente Lei institui o regime jurídico dos funcionários públicos civis do Estado. O regime
REGULAMENTE a forma de relação estatutária entre o ocupante de cargo público e o ente
ou administração ao qual está vinculado.

Funcionário x cargo x função

Pessoa investida em cargo público com vencimentos


Funcionário ou remunerações percebidos dos cofres públicos
estaduais.

Conjunto de atribuições e responsabilidades


previstas na estrutura organizacional cometidas a
Cargo funcionário, identificado pelas características de
criação por lei, denominação própria, número certo
e pagamento pelos cofres públicos.

Conjunto de atribuições vinculadas a determinadas


habilitações para o desempenho de tarefas distintas
Função em grau de responsabilidade e de complexidade e
será atribuída por ato do Presidente do Tribunal de
Justiça.

Cargos Efetivos x Cargos em comissão


O ingresso é através de concurso.
Provimento Efetivo
Tem estabilidade.
Não precisa, necessariamente, de concurso.
Não tem estabilidade.
Provimento em
Comissão Dependam de confiança pessoal, destinado
ao preenchimento de cargos de chefia,
assessoramento e direção.
Funções Gratificadas Destinado a servidores efetivos.

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Destinado a encargos de chefia, de
assessoramento, de secretariado e de apoio,
cometidos transitoriamente a servidores
ativos.
Não tem estabilidade na função.

Formas de Provimento
Provimento é o ato administrativo que preenche o cargo público. São de dois tipos:
Originária – Ocorre quando não há relação jurídica entre o ente da administração e o
servidor. É o ingresso no serviço público. A única forma originária é o ato de nomeação.
Todos os demais são derivados.
Derivada – Ocorre quando já existe vínculo jurídico anterior. Utilizada para a
movimentação na carreira do servidor.

No que tange a lei 6.123/68 são as seguintes formas de provimento:

FORMA O QUE É

É o ingresso no serviço público. Nomeação é a única


Nomeação forma de provimento originário e pode ser tanto para os
cargos efetivos como para os comissionados.

É a elevação do servidor de uma classe para a outra


Promoção
dentro do mesmo cargo.

Reingresso do funcionário no serviço público, com


ressarcimento dos vencimentos e vantagens do cargo,
Reintegração
que decorrerá de decisão administrativa ou judiciária por
ilegalidades em seu desligamento.

Reingresso no serviço Público do funcionário aposentado,


Reversão
quando insubsistentes os motivos da aposentadoria.

Retorno do funcionário em disponibilidade ao exercício


Aproveitamento
de cargo público.

Readaptação para cargo mais compatível com a sua


Transferência capacidade física ou intelectual, atendida a
conveniência do serviço

Investidura
Nomeação - chamamento pra a posse.

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Posse - é o ato que completa a investidura em cargo público e órgão colegiado. Não
haverá posse nos casos de promoção e reintegração.
Exercício - é o desempenho das atribuições do cargo público ou da função gratificada.

Da Nomeação
Nos termos da Lei n. 6123/68, são três as formas de nomeação:

CARÁTER QUANDO

Vitalício Cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas

Efetivo Cargos de classe única ou de série de classes;

I cargos de direção e de chefia das repartições públicas;


II cargos de assessoramento, de Chefe de Gabinete e de
Comissão Oficial de Gabinete;
III outros cargos, cujo provimento, em virtude da Lei,
dependa de confiança pessoal.

Posse
Posse é o ato que completa a investidura em cargo público e órgão colegiado. Não
haverá posse nos casos de promoção e reintegração.
TERMO DE POSSE - Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e pelo
funcionário, constará o compromisso de fiel cumprimento dos deveres e atribuições.
DECLARAÇÃO DO PATRIMÔNIO - O funcionário declarará, para que figurem no termo de
posse, os bens e valores que constituem seu patrimônio e que não exerce função pública
de acumulação proibida.
POSSE POR PROCURAÇÃO - É facultada a posse por procuração, quando o nomeado
estiver ausente do Estado e, em casos especiais, a juízo da autoridade competente

Do Exercício
Exercício é o desempenho das atribuições do cargo público ou da função gratificada.

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Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:
I - da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:
II - da data da posse, nos demais casos.
Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da Secretaria em que for lotado
o funcionário, o prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por trinta dias.

Posse x Exercício
Não
Ato O que é Prazo Prorrogação
comparecimento

Aceitação
30
POSSE Expressas das Até 180 dias Renúncia ao direito
dias
atribuições
Perda do cargo
Desempenho 30
EXERCÍCIO 30 dias salvo por força
das Atribuições dias
maior

Estágio Probatório
Estágio Probatório é o período inicial, de 03 (três) anos de efetivo exercício, do servidor
público nomeado para provimento de cargo efetivo em virtude de aprovação em
concurso público e, tem por objeto, além da obtenção da estabilidade, aferir a aptidão
para ao exercício do cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos (IDEA):
I – Idoneidade moral
D – disciplina
E – eficiência
A - assiduidade

Estabilidade
O funcionário habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento
efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 03 (três) anos de efetivo
exercício.
A avaliação de desempenho constitui condição para aquisição da estabilidade e tem
como finalidade avaliar a capacidade e a aptidão do funcionário para o exercício do
cargo.

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Esquematizando o ato complexo de investidura

Licenças

LICENÇA PRAZO FORMA

I como prêmio 06 meses a cada decênio Com vencimentos

II para tratamento de
Até 24 meses Com vencimentos
saúde

Com vencimento
Até 03 meses
integral
III por motivo de doença Metade do
Até 24 meses Até 01 ano
em pessoa da família vencimento
Entre o 13º ao
Sem vencimento
24º mês
IV por motivo de
Até 180 dias Com vencimentos
gestação

V para serviço militar Pelo prazo da


Com vencimentos
obrigatório convocação

Até 04 anos (pode ser


VI para trato de
prorrogada de 02 em 02 Sem vencimentos
interesse particular
anos)
VII à funcionária casada Mesma duração da
para acompanhar o remoção do marido, Sem vencimentos
marido renovada a cada 2 anos

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Licença-Prêmio
LICENÇA-PRÊMIO - 06 meses a cada 10 anos de efetivo exercício;
REMUNERAÇÃO – A do mês que completar o decênio;

FRUIÇÃO – Integral ou parcelado (mínimo 1 mês);

NÃO-FRUIÇÃO – Será indenizado apenas no caso de aposentadoria;

CANCELAMENTO – Se no decênio tiver ocorrido:


• Cometido falta disciplinar grave;
• Faltado ao serviço - em justificação, por mais de trinta dias;
• Licença motivo de doença em pessoa da família - mais de 120 dias;
• Licença para trato de interesse particular – qualquer prazo
• Licença por motivo de afastamento do cônjuge – mais de 90 dias

Licença Para Tratamento de Saúde


Concessão – a pedido ou de ofício;
Vencimentos – Recebe integralmente os vencimentos;
Requisitos – Inspeção realizada por junta médica estadual; Até 90 dias pode ser feita por
um dos membros da junta;
Requerimento – Até 10 dias da primeira falta ao serviço;
Prazo – 24 meses, exceto em casos recuperáveis;
Proibições – Não pode exercer atividade remunerada;
Interrupção antecipada – Julgado apto por inspeção médica ou a requerimento do
funcionário.

Licença Por Motivo de Doença em Pessoa da Família


O funcionário poderá obter licença por motivo de doença na pessoa de ascendente,
descendente, colateral, consanguíneo ou afim, até o 2º grau, de cônjuge do qual não
seja legalmente separado ou de pessoa que viva às suas expensas e conste do seu
assentamento individual, desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal e
esta não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
A doença será comprovada em inspeção médica realizada com obediência ao disposto
neste Estatuto quanto à licença para tratamento de saúde.
A licença de que trata este artigo não excederá vinte e quatro meses e será concedida:

Até 03 meses Com vencimento integral

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Até 01 ano Metade do vencimento

Entre 0 13º ao 24º mês Sem vencimento

Licença Maternidade, Adotante e Paternidade


TIPO DE
PRAZO FORMA
LICENÇA
A partir do 8º mês
180 dias
A partir do parto (nascimento prematuro)
GESTANTE
30 dias Natimorto
30 dias Aborto Espontâneo
180 dias Até 01 ano
ADOTANTE 90 dias Entre 01 ano e 04 anos
60 dias Entre 04 anos e 08 anos
Nascimento ou adoção de filhos até 8
PATERNIDADE 15 dias
anos

Licença Para o Serviço Militar Obrigatório


• Concedida ao funcionário incorporado;
• Pelo prazo da incorporação;
• Recebe os vencimentos integralmente, mas desconta o estipêndio;
• Funcionário pode optar apenas pelo estipêndio;
• Finalizada a incorporação, o servidor tem 30 dias para retornar

Licença Para Trato de Interesse Particular


• Prazo – 04 anos, podendo ser prorrogado por 02 anos sucessivamente;
• Tipo – Sem remuneração;
• Concessão – A critério da Administração;
• A quem – Servidor estável

Licença à Funcionária Casada para Acompanhar o Marido


• A licença será sem vencimentos;
• É concedida a servidora casada;
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• O “marido” precisa ser funcionário público (civil ou militar);
• A remoção do marido precisa ser de ofício;
• Pelo prazo do encargo do marido (renovada a cada 02 anos);
• Para mandato eletivo vale para marido também.

Da Responsabilidade
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil, penal e
administrativamente.

Penas Disciplinares
São penas disciplinares:
I repreensão;
II multa;
III suspensão;
IV destituição de função;
V demissão;
VI cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Parágrafo único. A enumeração constante deste artigo não exclui a advertência verbal
por negligência ou falta funcional outra a que se tiver de impor penalidade mais grave.

Aplicação das Penalidades


Suspensão
AUTORIDADE Advertência Repreensão Multa Suspensão Destituição Demissão Cassação
Preventiva

SIM
SIM
Governador SIM SIM SIM SIM SIM SIM (privativamen-
(privativamente)
e)

Secretário
de Estado e
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Chefe de
Órgãos

SIM
Diretor de
SIM SIM SIM (Até 8
Repartição
dias)

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Chefe de
SIM
Serviço

Prescrição
01 ano Faltas sujeitas à pena de repreensão
02 anos Faltas sujeitas à pena de suspensão
Faltas sujeitas às penas de destituição de função,
05 anos demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade.

Processo Administrativo Disciplinar


Sindicância – concluída em 20 dias

PAD – Concluído em 60 dias (admite prorrogação)

Defesa:

• Um servidor – 10 dias (admite prorrogação)


• Mais de um servidor – 20 dias (admite prorrogação)
• Servidor em LINS – 15 dias (admite prorrogação)
Decisão da autoridade instauradora: 30 dias
• Aplica a penalidade; ou
• Encaminhado à autoridade competente no prazo de 30 dias
Revisão – 30 dias

Comissão Sindicância – 02 servidores

Comissão PAD - 03 servidores;

• Autoridade instauradora indica qual será o presidente;


• O presidente designa um servidor para ser o secretário
Comissão Revisão – 03 servidores

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Rito Procedimento Administrativo

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NOÇÕES DE SUSTENTABILIDADE – PROF. ROSENVAL JÚNIOR

➢ Conceito de Desenvolvimento Sustentável

No Relatório "Brundtland" ou “Nosso Futuro Comum”, de 1987,


apresentou o conceito de “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” como sendo o
desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de terem suas próprias
necessidades atendidas.

Conservação
AMBIENTAL

Justiça Crescimento
SOCIAL ECONÔMICO

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➢ A3P

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➢ Resolução nº 201/2015

A Resolução nº 201/2015 dispõe sobre a criação e competências das


unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder
Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS-
PJ).

➢ Logística sustentável: processo de coordenação do fluxo de materiais, de


serviços e de informações, do fornecimento ao desfazimento, considerando o
ambientalmente correto, o socialmente justo e o desenvolvimento econômico
equilibrado;
➢ Critérios de sustentabilidade: métodos utilizados para avaliação e
comparação de bens, materiais ou serviços em função do seu impacto
ambiental, social e econômico;
➢ Práticas de sustentabilidade: ações que tenham como objetivo a construção
de um novo modelo de cultura institucional visando à inserção de critérios de
sustentabilidade nas atividades do Poder Judiciário;
➢ Práticas de racionalização: ações que tenham como objetivo a melhoria da
qualidade do gasto público e o aperfeiçoamento contínuo na gestão dos
processos de trabalho;
➢ Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente separados
conforme sua constituição ou composição com destinação ambientalmente
adequada;
➢ Coleta seletiva solidária: coleta dos resíduos recicláveis descartados,
separados na fonte geradora, para destinação às associações e cooperativas
de catadores de materiais recicláveis;
➢ Material de consumo: todo material que, em razão de sua utilização, perde
normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois
anos.

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As unidades ou núcleos socioambientais deverão ter caráter PERMANENTE para
o planejamento, implementação, monitoramento de metas anuais e avaliação de
indicadores de desempenho.
As unidades ou núcleos socioambientais deverão fomentar ações que
estimulem:
I – o aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto público;
II – o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos;
III – a redução do impacto NEGATIVO das atividades do órgão no meio ambiente
com a adequada gestão dos resíduos gerados;
IV – a promoção das contratações sustentáveis;
V – a gestão sustentável de documentos, em conjunto com a unidade responsável;
VI – a sensibilização e capacitação do corpo funcional, força de trabalho
auxiliar e de outras partes interessadas; e
VII – a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em conjunto com a unidade
responsável.

As unidades ou os núcleos socioambientais deverão, PREFERENCIALMENTE,


ser SUBORDINADOS à alta administração dos órgãos tendo em vista as suas
atribuições estratégicas e as mudanças de paradigma que suas ações compreendem.
O CNJ deverá publicar ANUALMENTE, por intermédio do Departamento de
Pesquisas Judiciárias (DPJ), o Balanço Socioambiental do Poder Judiciário,
fomentado por informações consolidadas nos relatórios de acompanhamento do PLS-
PJ de todos os órgãos e conselhos do Poder Judiciário.
Bizu do Prof. Rosenval: BalANço é ANual!!!
Bizu do ABCD:
Anual
Balanço

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CNJ
DPJ

PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL DO PODER JUDICIÁRIO (PLS-PJ)

O PLS-PJ é instrumento VINCULADO ao planejamento estratégico do Poder


Judiciário, com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de
execução, mecanismos de monitoramento e avaliação de resultados, que permite
estabelecer e acompanhar práticas de sustentabilidade, racionalização e qualidade que
objetivem uma melhor eficiência do gasto público e da gestão dos processos de
trabalho, considerando a visão sistêmica do órgão.
Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão constituir comissão gestora
do PLS-PJ composta por no mínimo cinco servidores, que serão designados pela
alta administração no prazo de 30 dias a partir da constituição das unidades
ou núcleos socioambientais.
A comissão gestora do PLS-PJ será composta, OBRIGATORIAMENTE, por um
servidor da unidade ou núcleo socioambiental, da unidade de planejamento
estratégico e da área de compras ou aquisições do órgão ou conselho do Poder
Judiciário.
O PLS-PJ será aprovado pela alta administração do órgão.
O PLS-PJ poderá ser SUBDIVIDIDO, a critério de cada órgão, em razão da
complexidade de sua estrutura.
O PLS-PJ irá subsidiar, ANUALMENTE, o Balanço Socioambiental do Poder
Judiciário, a ser publicado pelo CNJ por intermédio do DPJ, no prazo de 180
dias a contar do recebimento do relatório de desempenho dos órgãos.
Bizu do Prof. Rosenval: BalANço é ANual!!!

➢ Decreto nº 7.746/2012.

De acordo com o art. 3o, da Lei nº 8.666/93, a LICITAÇÃO destina-se a


garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional

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sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.

Regulamenta o art. 3º da Lei nº


8.666/93

Estabelece critérios, práticas e


diretrizes gerais para a
Decreto nº 7.746/12 promoção do desenvolvimento
nacional sustentável por meio
de contratações públicas

Institui a Comissão
Interministerial de
Sustentabilidade na
Administração Pública
(CISAP)

ATENÇÃO!!! A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá


ser justificada nos autos e preservar o caráter competitivo do certame.
De acordo com o art. 4º, do Decreto nº 7.746/12, são DIRETRIZES de
sustentabilidade, entre outras:
I – menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem
local;
III – MAIOR eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
IV – MAIOR geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
V – MAIOR vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
VI – uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e
VII – origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos
bens, serviços e obras.

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O artigo 9º, do Decreto nº 7.746/12, institui a Comissão Interministerial de
Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP, de natureza CONSULTIVA
e caráter PERMANENTE, VINCULADA à Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação, com a finalidade de propor a implementação de critérios, práticas e ações
de logística sustentável no âmbito da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e das empresas estatais dependentes.
Bizu do Prof. Rosenval:
CisaP -> C de Consultiva e P de Permanente!

A CISAP será composta por:


I – dois representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
sendo:
a) um representante da Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação, que a presidirá; e
b) um representante da Secretaria de Orçamento Federal;
II – um representante do Ministério do Meio Ambiente, que exercerá a
vice-presidência;
III – um representante da Casa Civil da Presidência da República;
IV – um representante do Ministério de Minas e Energia;
V – um representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior;
VI – um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
VII – um representante do Ministério da Fazenda; e
VIII – um representante da Controladoria-Geral da União – CGU.

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A participação na CISAP é considerada prestaçÃO de serviço público
relevante, NÃO remunerada.

Comissão Interministerial de Sustentabilidade na


Administração Pública

natureza consultiva
CISAP

caráter permanente

vinculada à Secretaria de
Logística e Tecnologia da
Informação

finalidade de propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística


sustentável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional e das empresas estatais dependentes.

➢ Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC

A Lei nº 12.187/2009 (PNMC) estabelece os princípios, objetivos,


diretrizes e instrumentos que nortearão as políticas climáticas a serem adotadas no
país.
Conceitos:
I - adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade
dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados
da mudança do clima;
II - efeitos adversos da mudança do clima: mudanças no meio físico
ou biota resultantes da mudança do clima que tenham efeitos
deletérios significativos sobre a composição, resiliência ou

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produtividade de ecossistemas naturais e manejados, sobre o
funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e o bem-
estar humanos;
III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou seus
precursores na atmosfera numa área específica e num período
determinado;
Bizu do Prof. Rosenval: emissÃO= liberaçÃO
IV - fonte: processo ou atividade que libere na atmosfera gás de
efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa;
DICA: Lembrem-se de uma indústria.
V - gases de efeito estufa (GEE): constituintes gasosos, naturais ou
antrópicos que, na atmosfera, absorvem e reemitem radiação
infravermelha;
VI - impacto: os efeitos da mudança do clima nos sistemas humanos
e naturais;
VII - mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam
o uso de recursos e as emissões por unidade de produção, bem como
a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de
efeito estufa e aumentem os sumidouros;
VIII - mudança do clima: mudança de clima que possa ser direta ou
indiretamente atribuída à ATIVIDADE HUMANA que altere a
composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada
pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos
comparáveis;
IX - sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que remova da
atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de
efeito estufa; e
Bizu do Prof. Rosenval: SUMIdouro = SUMIr com o gás! ;-)
Uma floresta é um sumidouro!
X - vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapacidade de um
sistema, em função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação e

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do caráter, magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que está
exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os
quais a variabilidade climática e os eventos extremos.

A lei traz alguns PRINCÍPIOS que devem ser observados:


✓ PREcaução;
✓ PREvenção;
✓ PArticipação cidadã;
✓ REsponsabilidades comuns, porém diferenciadas. (este no
âmbito internacional). e
✓ Desenvolvimento Sustentável;
BIZU do Prof. Rosenval: PRE PRE PA RE DS

Os instrumentos INSTITUCIONAIS para a atuação da Política Nacional


de Mudança do Clima incluem:
(Bizu do Prof. Rosenval: F Red COMI COMI COMI)
Fórum Brasileiro de Mudança do Clima;
Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais - Rede
Clima;
Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima;
Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima;
Comissão de Coordenação das Atividades de Meteorologia, Climatologia
e Hidrologia.

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Bizu: F Red COMI COMI COMI. É só lembrar do jogador Fred. O cara é fominha
e come muita bola! F Red COMI COMI COMI. ;-)

ATENÇÃO! É comum as Bancas misturarem os artigos 3º (princípios), 4º


(objetivos), 5º (diretrizes), 6º (instrumentos) e 7º (instrumentos
institucionais). Leiam com atenção esses artigos!

Compromisso Nacional Voluntário

Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como COMPROMISSO


NACIONAL VOLUNTÁRIO, ações de mitigação das emissões de gases de efeito
estufa, com vistas a reduzir, entre 36,1% e 38,9%, suas emissões projetadas
até 2020.

➢ Lei nº 12.305/10: Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

Devem observar o disposto nesta lei as pessoas FÍSICAS OU JURÍDICAS, de


direito PÚBLICO OU PRIVADO, responsáveis, DIRETA OU INDIRETAMENTE,
pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão
integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

ATENÇÃO!!! A lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos NÃO se aplica aos


rejeitos radioativos.

Definições

Acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder


público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,
tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida do produto;

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Área contaminada: local onde há contaminação causada pela
disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou
resíduos;
Área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela
disposição NÃO sejam identificáveis ou individualizáveis;
Bizu do Rosenval: Filho feio NÃO tem pai! A área órfã contaminada
é uma área “feia” cujo o responsável “o pai” não é identificável!
Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o
desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos,
o processo produtivo, o consumo e a disposição final;
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados
conforme sua constituição ou composição;
Bizu: A coleta é SELETIVA!!! Ela separa antes (previamente)
Controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que
garantam à sociedade informações e participação nos processos de
formulação, implementação e avaliação das políticas públicas
relacionadas aos resíduos sólidos;
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos
que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a
recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações
admitidas pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do SUASA,
entre elas a disposição final, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar
os impactos ambientais adversos;
Bizu do Rosenval: ReJEITO NÃO tem JEITO vai para o ATERRO!!!

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Geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de
direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de
suas atividades, nelas incluído o consumo;
Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas,
direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de
acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou
com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta
Lei;
Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas
para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar
as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com
controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável;
Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos
ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada;
Bizu: É o contrário da Logística Direta, por isso chama-se
REVERSA. Os resíduos sólidos voltam para o setor empresarial.
Padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo
de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais
gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a
qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das gerações
futuras;
Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que
envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou
biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos,

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observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos
competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA;
Bizu: Reciclar é voltar para o ciclo. Tem transformação, alteração!
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, NÃO apresentem
outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente
adequada;
Bizu do Prof. Rosenval: ReJEITO NÃO tem JEITO vai para o
ATERRO!!!
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível;
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume
de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos
causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo
de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos SEM
sua transformação biológica, física ou físico-química, observadas as
condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do
SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA;
Bizu do Rosenval: ReutilizaçÃO NÃO tem transformaÇÃO!!!

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Serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º, da Lei nº 11.445, de
2007. De acordo com a Lei nº 11.445, de 2007, o serviço público de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é composto pelas
seguintes atividades: I - de coleta, transbordo e transporte dos resíduos;
II - de triagem para fins de reúso ou reciclagem, de tratamento, inclusive
por compostagem, e de disposição final dos resíduos; III - de varrição,
capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros
eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana.

São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:


I - a prevenção e a precaução;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis
ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços
competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas
e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do
planeta;
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor
empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor
de cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.

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ATENÇÃO!!! Ler os Art. 7o (objetivos) e 8o (instrumentos). As Bancas misturam objetivos,
instrumentos na prova!
Também vale a pena dar uma lida na classificação de Resíduos Sólidos que está no artigo
13.

Diretrizes aplicáveis aos Resíduos Sólidos

Na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte


ORDEM DE PRIORIDADE: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos.

Planos de Resíduos Sólidos

São planos de resíduos sólidos:


✓ o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
✓ os planos estaduais de resíduos sólidos;
✓ os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de
resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações
urbanas;
✓ os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
✓ os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos;
✓ os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
É assegurada ampla publicidade ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem
como controle social em sua formulação, implementação e operacionalização.

Plano Nacional de Resíduos Sólidos

A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, o


Plano Nacional de Resíduos Sólidos, mediante processo de mobilização e participação
social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas. Terá vigência por
prazo indeterminado e horizonte de 20 anos, e será atualizado a cada 4 anos.

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✓ UNIÃO
✓ MMA
✓ VIGÊNCIA POR PRAZO INDETERMINADO
✓ HORIZONTE DE 20 ANOS
✓ ATUALIZAÇÃO A CADA 4 ANOS

Logística Reversa

Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada.
São OBRIGADOS a estruturar e a implementar sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do
serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes de:
➢ Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros
produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso,
observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em
lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do
SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas;
➢ Pilhas e baterias;
➢ Pneus;
➢ Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
➢ Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista;
➢ Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

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PROIBIÇÕES

São PROIBIDAS as seguintes formas de destinação ou disposição final de


resíduos sólidos ou rejeitos:
➢ Lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
➢ Lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de
mineração;
➢ Queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos
não licenciados para essa finalidade;
➢ Outras formas vedadas pelo poder público.

ATENÇÃO! Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos


a céu aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos
órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e, quando couber, do SUASA.

São PROIBIDAS, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as


seguintes atividades:
➢ Utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;
➢ Catação (observadas as metas para a eliminação e recuperação de lixões,
associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis);
➢ Criação de animais domésticos;
➢ Fixação de habitações temporárias ou permanentes;
➢ Outras atividades vedadas pelo poder público.

É PROIBIDA a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem


como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio
ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para
tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.

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DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
PROF. RICARDO TORQUES
Estatuto da Pessoa com Deficiência
Disposições Iniciais
 FINALIDADE: Assegurar e promover os direitos fundamentais das pessoas com deficiência, à luz da
Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que foram
internalizados em nosso ordenamento como normas constitucionais.

 CONCEITO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA: limitações + barreiras

 Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.

 LIMITAÇÕES: critérios:

• impedimentos nas funções e estruturas do corpo.


• fatores socioambientais, psicológicos e pessoais.
• limitações para o desempenho de certas atividades.
• restrições de participação.
 Atuação dos Poderes em relação aos critérios para definição das limitações

• PODER LEGISLATIVO  fixou os critérios para avalição das limitações


• PODER EXECUTIVO  criará instrumentos para avaliação das limitações
 BARREIRAS: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a
participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação,
à compreensão, à circulação com segurança, entre outros.

 Espécies de barreiras:

• Urbanísticas  vias e espaços (públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo)


• Arquitetônicas  edifícios públicos e privados
• Nos transportes  sistemas e meios de transportes
• Nas comunicações e na informação  obstáculo, atitude ou comportamento nos sistemas
de comunicação e de tecnologia da informação
• Atitudinais  atitudes ou comportamentos
• Tecnológicas  dificuldades que tornem difícil ou impeçam o acesso às tecnologias
 CONCEITOS

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 ACESSIBILIDADE: é todo e qualquer instrumento capaz de viabilizar a inclusão da pessoa com
deficiência em igualdade de condições com as demais pessoas.

 DESENHO UNIVERSAL: envolve a criação de produtos, de ambientes, de programas e de


serviços acessíveis a todos.

 TECNOLOGIA ASSISTIVA (ou ajuda técnica): constitui a criação de produtos, de


equipamentos etc. a fim de atender às pessoas com deficiências.

 BARREIRAS: são entraves existentes na sociedade que limite ou impeça o acesso a todas as
pessoas em igualdade de condições.

 ADAPTAÇÃO RAZOÁVEL: constitui ajuste necessário e adequado que não acarrete ônus
desproporcional e indevido.

 PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA: pessoa que tenha dificuldade de movimentação


(permanente ou temporária), incluindo o idoso, a gestante, a lactante, a pessoa com criança de
colo e o obeso.

 ACOMPANHANTE: é quem está com a pessoa com deficiência, podendo ser, ou não, o atendente
pessoal.

 ATENDENTE PESSOAL: Quem presta auxílio à pessoa com deficiência, de forma temporária
ou permanente, remunerada ou não, mas não pode ser aquele que exerce profissão
regulamentada.

 CONCEITO DE DISCRIMINAÇÃO: toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão,
que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.

 POSTULADOS PROTETIVOS DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICÊNCIA

 Igualdade

 Não discriminação

 As pessoas com deficiência TÊM PLENA CAPACIDADE CIVIL, INCLUSIVE PARA:

 casar-se e constituir união estável;

 exercer direitos sexuais e reprodutivos;

 exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;

 conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;

 exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e

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 exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

 DEVERES:

 DEVER DE TODOS comunicar as autoridades competentes sobre violações de direitos.

 EFETIVAR OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COM PRIORIDADE É DEVER

• Do Estado
• Da sociedade
• Da família
 A pessoa com deficiência não é obrigada a fruir das ações afirmativas disponíveis.

 ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

 prestação de socorro

 atendimento em instituições e serviços públicos

 disponibilização de recursos

 disponibilização de pontos de parada

 acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação

 recebimento de IR

 tramitação processual

 NÃO SE ESTENDE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO PARA O ACOMPANHANTE E ATENDENDE PESSOAL


no que diz respeito:

 à prioridade para restituição do imposto de renda

 à tramitação preferencial de processos

Direito ao Trabalho
 REGRAS GERAIS

 PRINCÍPIOS: liberdade de escolha e aceitação, ambiente acessível e igualdade de


oportunidades.

 É vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência na admissão e ao longo da prestação


dos serviços prestados de forma subordinada.

 A pessoa com deficiência terá direito, em igualdade, de progredir dentro da carreira.

 Garantia do salário equitativo.

 Garantia de acessibilidade no emprego

 É garantida a participação da pessoa com deficiência em cursos de formação e capacitação.

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 HABILITAÇÃO/REABILITAÇÃO

 conceitos:

▪ habilitação  tornar hábil para o mercado de trabalho


▪ reabilitar  restituir a capacidade para o mercado de trabalho
 O Poder Público deve criar serviços e programas para a habilitação e a reabilitação de pessoas
com deficiência para o mercado de trabalho.

 Necessário respeitar a livre escolha, vocação e interesses da pessoa com deficiência.

 Equipe multidisciplinar, programas de habilitação e de reabilitação para restaurar a capacidade


para o mercado de trabalho.

 Previsão de recursos específicos e de ambientes acessíveis e inclusivos para a


habilitação/reabilitação.

 Possibilidade de contrato com tempo parcial para avaliar a habilitação ou a reabilitação.

 INCLUSÃO NO TRABALHO

 Conceito: a inclusão ocorrerá por intermédio da eliminação das barreiras que impedem o
exercício dos direitos trabalhistas por todas as pessoas em condições de igualdade.

 Diretrizes para a inclusão

▪ prioridade no atendimento
▪ provisão de suporte individualizados (recursos de tecnologia assistiva, agente facilitador e
apoio no ambiente de trabalho)
▪ respeito ao perfil vocacional e ao interesse
▪ aconselhamento e apoio aos empregadores
▪ avaliações periódicas
▪ articulação intersetorial
▪ participação de organizações da sociedade civil
 Habilitação/reabilitação X inclusão

▪ habilitação e reabilitação profissionais  Proporcionar o gozo do direito ao trabalho àquele


que não consegue exercê-lo.
▪ inclusão no mercado de trabalho  Promoção de políticas públicas voltadas a garantir
acessibilidade, tecnologia assistiva e adaptação no ambiente de trabalho a fim de eliminar
barreiras que impedem o exercício de função laborativa, em condições de igualdade, pelos
deficientes.

Direito ao Transporte e à Mobilidade


 Objetivo: eliminar obstáculos e barreiras a fim de que o gozo do direito ao transporte se dê em
igualdade de condições.

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 2% das vagas de estacionamento (ou pelo menos 1) devem ser reservadas às pessoas com deficiência
(bem localizada, próxima ao local de acesso e devidamente sinalizada).

 Em transporte coletivo, exige-se sistema de comunicação acessível e prioridade de embarque e


desembarque.

 As regras de acessibilidade se aplicam às empresas de fretamento, turismo, táxis e vans.

 10% da frota de táxis deve ser acessível, vedando-se a cobrança de tarifa diferenciada.

 1 a cada 20 veículos de empresas de locação de carros devem ser acessíveis com, pelo menos, câmbio
automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e embreagem.

Acessibilidade
 CONCEITO: direito que garante à pessoa com deficiência e com mobilidade reduzida o acesso a bens
e serviços em condições de igualdade em relação às demais pessoas.

 DESENHO UNIVERSAL: instrumento que garante acessibilidade, por intermédio da criação de produtos
e bens plenamente acessíveis a todos. Constitui regra e, quando não passível de ser observada, exige
adaptação razoável.

 POLÍTICA PÚBLICA – DESENHO UNIVERSAL: compete ao Poder Público desenvolver políticas para o
fomento, o desenvolvimento e a fiscalização da utilização de bens e produtos segundo as regras de
desenho universal.

 DEVEM SER ACESSÍVEIS: construções (edifícios públicos ou privados de uso coletivo), reformas,
ampliações e mudanças no uso de edificações abertas ao púbico ou privadas de uso coletivo.

 CONSTRUÇÕES MULTIFAMILIARES: acessibilidade externa em todas as construções e o mínimo de


acessibilidade interna, conforme regulamento, vedando-se a cobrança de taxas diferenciadas para
construções internamente acessíveis.

 POLÍTICAS PÚBLICAS – ACESSIBILIDADE: devem estabelecer prioridades, fixar cronogramas de


atividades, reservar recursos específicos e promover planejamento contínuo.

 DEVE SER ACESSÍVEL O RECEBIMENTO DE contas, boletos, recibos, extratos, cobrança e tributos.

 ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO

 SITES DE INTERNET: os sites de empresas privadas e de órgãos públicos devem ser acessíveis
(não está incluído no rol sites de pessoas naturais).

 LAN HOUSES: pelo menos 10% acessível (ou 1 equipamento quando o cálculo der inferior a
um computador)

 LIVROS: devem ser acessíveis, mediante a utilização de formatos próprios.

 CONGRESSOS, SEMINÁRIOS OFICIAIS E EVENTOS: devem ser acessíveis mediante o uso de


tecnologia assistiva.

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 POLÍTICA PÚBLICA: cabe ao poder público, diretamente ou em parceria com organizações da
sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes
e de profissionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.

PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DA PCD

 Não se enquadram mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja essa
deficiência temporária ou permanente.

 As pessoas com deficiência possuem capacidade eleitoral ativa e, se preenchidos os demais


requisitos legais, podem adquirir capacidade eleitoral passiva.

 A Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência
no processo eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote
com auxílio de terceiro (pessoa de sua confiança).

Acesso à justiça
 DISPOSIÇÕES GERAIS

 Igualdade de acesso ao Poder Judiciário, abrangendo também o sistema penitenciário de


serviços e notas e de registro.

 O acesso à pessoa com deficiência não se restringe às partes (autores e réus), mas abrange a
todos que, de certo modo, tenham contato com o Poder Judiciário (terceiros, advogados, MP, DP,
magistrados, intérpretes, conciliadores, mediadores, peritos etc.).

 Capacitação dos servidores públicos que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, em
órgãos de segurança pública e sistema penitenciário.

 À pessoa com deficiência que estiver cumprindo medida restritiva de liberdade deve ser
assegurada acessibilidade.

 Responsabilidade de a DP/MP garantir o acesso à Justiça da pessoa com deficiência.

 CAPACIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 A pessoa com deficiência é plenamente capaz (não é mais considerada absolutamente incapaz
na redação originária do art. 3º, do NCPC).

 Excepcionalmente é possível a adoção da tomada de decisão apoiada ou da curatela.

 TOMADA DE DECISÃO APOIADA

 Instrumento de auxílio do qual a pessoa com deficiência poderá se valer para tomar decisões,
nomeando-se, pelo menos, duas pessoas de confiança para auxiliá-la na prática de atos civis.

 Não há relativização da capacidade civil.

 Características da Curatela:

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• protetiva;
• extraordinário;
• proporcional às necessidades e às circunstâncias do caso concreto.
 Depende de decisão judicial fundamentada.

 Abrange:

• atos de caráter patrimonial; e


• atos de caráter negocial.
 Não abrange:

• direito ao corpo;
• direito à sexualidade;
• direito ao matrimônio;
• direito à privacidade;
• direito à educação;
• direito à saúde;
• direito ao trabalho;
• direito ao voto; e
• emissão de documentos oficiais.
 CURATELA

 Redução tópica da capacidade civil da pessoa com deficiência com a finalidade de protegê-la
para a prática de atos patrimoniais.

 Há relativização da capacidade civil.

 CURADORIA ANTECIPADA

 cabimento: relevância e urgência para a proteção de interesses da pessoa com deficiência

 prévia oitiva do MP

 contraditório diferido em relação às partes interessadas

Crimes e Infrações Administrativas


 PRATICAR, INDUZIR OU INCITAR DISCRIMINAÇÃO DE PESSOA EM RAZÃO DE SUA DEFICIÊNCIA.

 RECLUSÃO de 1 a 3 anos e multa.

 CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): vítima estar sob cuidado ou sob responsabilidade do
agente.

 RECLUSÃO de 2 a 5 anos e multa, SE cometido por intermédio de meios de comunicação social


ou de publicação de qualquer natureza (pode-se determinar busca e apreensão dos documentos
e/ou interdição das mensagens ou páginas da internet).

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 APROPRIAR-SE DE OU DESVIAR BENS, PROVENTOS, PENSÃO, BENEFÍCIOS, REMUNERAÇÃO OU
QUALQUER OUTRO RENDIMENTO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA.

 RECLUSÃO de 1 a 4 anos e multa.

 CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): se cometido por tutor, curador, síndico, liquidatório,
inventariante, testamenteiro, depositário judicial ou por aquele que se apropriou em razão do
ofício ou profissão.

 ABANDONAR PESSOA COM DEFICIÊNCIA EM HOSPITAIS, CASAS DE SAÚDE, ENTIDADES DE


ABRIGAMENTO OU CONGÊNERES.

 RECLUSÃO de 6 meses a 3 anos e multa.

* inclui quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por
lei ou mandado.

 RETER OU UTILIZAR CARTÃO MAGNÉTICO, QUALQUER MEIO ELETRÔNICO OU DOCUMENTO DE


PESSOA COM DEFICIÊNCIA DESTINADOS AO RECEBIMENTO DE BENEFÍCIOS, PROVENTOS, PENSÕES
OU REMUNERAÇÃO OU A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS, COM O FIM DE OBTER VANTAGEM
INDEVIDA PARA SI OU PARA OUTREM.

 DETENÇÃO de 6 meses a 2 anos e multa.

 CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): cometido por tutor ou curador.

Resolução CNJ nº 230


Preâmbulo
 NORMAS DE ESTATURA CONSTITUCIONAL
 art. 5º, caput, da CF:
 art. 3º da Convenção sobre as Pessoas com Deficiência.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE EM SENTIDO MATERIAL
PRINCÍPIO DA CONVENÇÃO:
• dignidade inerente
• autonomia individual
• não-discriminação
• plena e efetiva participação
• inclusão na sociedade
• aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade
• igualdade de oportunidades;
• acessibilidade;
• igualdade entre o homem e a mulher;
• desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência

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• direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 Conceitos:

BARREIRAS

Barreiras existentes nas vias e espaços públicos (públicos ou privados


Urbanística
de uso coletivo)

Transportes Barreiras nos meios de transporte.

Comunicações e na
Barreira na expressão ou recebimento de mensagens.
informação.

Atitudinais Barreiras comportamentais.

Tecnológicas Barreiras nos instrumentos de tecnologia.

Disposições relacionadas a todas as pessoas com deficiência


IGUALDADE E SUAS IMPLICAÇÕES
 Medidas urgentes devem ser adotadas para a proteção dos direitos de jurisdicionados com deficiência,
ou seja, das partes que eventualmente venham postular em juízo e apresentem alguma limitação; e
servidores e serventuários com deficiência que atuem perante tribunais.
ACESSIBILIDADE COM SEGURANÇA E AUTONOMIA
 Ações centrais: desenvolvimento do atendimento ao público com deficiência; adaptação arquitetônica;
e acesso facilitado ao transporte.
 Para consecução deve-se promover:
• capacitação de servidores e terceirizados;
• capacitação específica em Libras de, pelo menos, 5% dos servidores e terceirizados;
• adaptação e construção de novos imóveis de acordo com padrões de acessibilidade;
• viabilização de vagas específicas de estacionamento à razão de 2%, assegurando-se, ao menos,
1 vaga.
 É PROIBIDO ao Poder Judiciário e seus serviços auxiliares impor ao usuário com deficiência custo
anormal, direto ou indireto, para o amplo acesso a serviço público oferecido.
 Vedações:
• tratamento a imposição de custos diferenciados dos usuários com deficiência
• criação de óbices, condições ou custos diferenciados de serviços das pessoas com deficiência

Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão


FINALIDADE: fiscalizar, planejar, elaborar e acompanhar projetos para a adoção das regras de
acessibilidade.
PRAZO: deverá ser instituída no prazo de 45 dias.
POSTULADOS
• não-discriminação
• igualdade em sentido material
PROTEÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA E PSÍQUICA - abrange vários aspectos:

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 prioridade em atendimentos de proteção e socorro;
 prioridade em atendimentos em serviços públicos em geral;
 prioridade na disponibilização de recursos para promoção de políticas voltadas aos deficientes;
 prioridade para acesso à informação por intermédio de recursos acessíveis;
 prioridade na tramitação em relação aos procedimentos judiciais.

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DIREITO CIVIL – PROFA. ALINE BAPTISTA SANTIAGO
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO –
LINDB.
RESUMO DA AULA 00
LINDB
Contém normas que tratam de normas em geral. Não disciplina só o Direito Civil, mas,
também, outros ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na
legislação específica.

ANTES do Decreto-lei 4.657 de 1942 DEPOIS da Lei 12.376 de 2010

LICC LINDB

A antiga LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL é o Decreto-lei 4.657, de 1942,


conhecida anteriormente nos meios jurídicos pelas iniciais LICC. Todavia, a recente Lei
12.376, de 30 de dezembro de 2010, alterou o seu nome de Lei de Introdução ao Código
Civil para LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO conhecida
atualmente como LINDB.1

VIGÊNCIA

O início de vigência da lei está previsto no art. 1º da LINBD. Geralmente, as leis


costumam indicar seu prazo de início de vigência, podendo ser inferior aos 45 dias
citados na lei.
Sempre que uma lei for publicada sem ter uma menção expressa sobre quando entrará
em vigor, em regra o prazo para início de vigência é de 45 dias depois da sua
publicação (art.1º da LINDB).

1
Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil. Volume único. 7ª ed, 2017.

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O art. 2° da LINDB relaciona vigência ao aspecto temporal da lei, a qual, no período
(de vigência) tem vigor.
Vigor e Vigência designam qualidades diferentes:

Vigência relacionado tempo de duração da Lei

Vigor relacionado força vinculante

VACATIO LEGIS
Esse intervalo temporal entre a data da publicação e o início de vigência da lei é a
VACATIO LEGIS. Quando a lei entra em vigor na data de sua publicação é lei sem
VACATIO LEGIS.
Lei com INTERVALO TEMPORAL = vacatio legis
Lei sem INTERVALO TEMPORAL = sem vacatio legis

A lei, no período de vacatio legis, ainda não tem obrigatoriedade nem eficácia, embora
já exista no ordenamento jurídico.

Período de tempo denominado vacatio legis


DATA DA PUBLICAÇÃO INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI
Salvo disposição contrária, 45 dias em todo território/3 meses no Estados estrangeiros

Os prazos para vigência são contados a partir da publicação da lei.

Quando a obrigatoriedade da Lei brasileira for admitida em Estados estrangeiros,


esta se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada, de acordo com
o § 1º, do art. 1º da LINDB:

Importante: um prazo de 3 meses é diferente de um prazo de 90 dias.

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Esquematizando o art. 1°, parágrafos 3° e 4º da LINDB:

Período de tempo denominado


DATA DA PUBLICAÇÃO INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI
vacatio legis (Lei já em vigor)

se aqui houver se aqui houver


correções correções

passa a contar novo prazo


para a Lei entrar em vigor considera-se LEI NOVA

Como você viu, no caso de alterações de leis, duas situações bem distintas podem
ocorrer, mas ambas envolverão todos os dispositivos da lei se a republicação for
total.
Situação 1: A lei está dentro do vacatio legis, ou seja, ainda não está em vigor.
Situação 2: A lei já está em vigor, já passou o prazo de vacatio legis.

CONTAGEM DO PRAZO
Incluir a data da publicação e o último dia do prazo, a lei entrará em vigor no dia
subsequente.

REVOGAÇÃO DA LEI
A revogação nada mais é que tornar sem efeito uma norma ou parte dela. A lei ou,
então, parte dela deixa de ter vigência, cessa a sua obrigatoriedade.

Expressa
Quanto à forma de
sua execução
Tácita

Revogação

Parcial
Quanto à sua
extensão
Total

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As bancas costumam cobrar em prova a definição de Derrogação e Ab-rogação. Não vá
errar isto! Revogação parcial é derrogação. Revogação total é ab-rogação.

MACETE: TOTALAB

LEI "A" (anterior) Lei "B" (posterior)

LEI “A” (anterior) LEI “B” (posterior) se estabelecer


disposições GERAIS OU ESPECIAIS não revoga nem
modifica.
Sendo as duas leis compatíveis e complementares, ambas
continuam produzindo seus efeitos.

A revogação ocorrerá deste modo:

se assim o fizer.
Expressamente

Lei "B" (posterior) se for incompatível.


revoga a Lei "A"
(anterior)
Tacitamente
se regular inteiramente
a matéria.

O art.2º, §3º da LINDB trata da repristinação, que significa restaurar o valor


obrigatório de uma lei que foi anteriormente revogada:

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Somente ocorrerá
REPRISTINAÇÃO (Lei
“A” voltará a valer) se
a Lei “C” assim dispuser expressamente. Não há repristinação automática.

ANTINOMIA JURÍDICA
Dá-se a antinomia jurídica quando existem duas normas conflitantes sem que se
possa saber qual delas deverá ser utilizada no caso concreto.

Três critérios devem ser levados em conta para a solução dos conflitos:
Critério Cronológico Critério da Especialidade Critério Hierárquico

Norma Norma Norma


POSTERIOR ESPECIAL SUPERIOR

Norma Norma Norma


ANTERIOR GERAL INFERIOR

Ainda, a antinomia pode ser classificada em: antinomia real e antinomia aparente.

OBRIGATORIEDADE DA LEI
O princípio da obrigatoriedade da norma aplicado em relação às pessoas (ou da não
ignorância de lei vigente) é objeto do art. 3º:
LINDB: Art.3°. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

APLICAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO.


A hermenêutica é o modelo que o intérprete vai seguir para extrair o verdadeiro sentido
da norma. É a ciência da interpretação das leis e como toda ciência, tem os seus
métodos.

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Os métodos de interpretação mais cobrados em prova são os seguintes:

Gramatical ou Literal – o interprete analisa cada termo do texto normativo,


observando-os individual e conjuntamente.

Lógica ou Racional – nesta técnica o interprete irá estudar a norma através de


raciocínios lógicos.

Sistemática – o interprete analisará a norma através do sistema em que se encontra


inserida, observando o todo para tentar chegar ao alcance da norma no individual,
examina a sua relação com as demais leis, pelo contexto do sistema legislativo.

Histórica – o interprete analisará o momento histórico em que a lei foi criada.


Sociológica ou teleológica – é técnica que está prevista no artigo 5º da LINDB: “Na
aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do
bem comum”.

MEIOS DE INTEGRAÇÃO
O juiz não pode eximir-se de proferir decisão sob o pretexto de que a lei é omissa,
devendo utilizar-se dos meios de integração da norma (analogia, os costumes e os
princípios gerais do direito).

Integrar significa preencher a lacuna.

Estes meios deverão ser utilizados na ordem prevista na norma – ordem hierárquica
– qual seja: ¹Analogia, ²Costumes e ³Princípios Gerais do Direito.

CONFLITO DAS LEIS NO TEMPO


A atuação da lei no tempo é o que denominamos de direito intertemporal. Sobre
este assunto, temos o artigo 6º da LINDB:
Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

ATO JURÍDICO PERFEITO: é o ato já consumado segundo a lei


vigente ao tempo em que se efetuou.

DIREITOS ADQUIRIDOS: são os direitos que o seu titular, ou


alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do

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exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.

COISA JULGADA: é a decisão judicial de que já não caiba recurso.

EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO


Em razão da soberania estatal, a lei tem aplicação dentro do território delimitado pelas
fronteiras do Estado. O princípio da territorialidade não é, no Brasil, aplicado de
modo absoluto. Em alguns casos permite-se a extraterritorialidade, que vem ser
a aplicação da lei em territórios de outro Estado, segundo os princípios e convenções
internacionais.
O estatuto pessoal, no Brasil, baseia-se na lei do domicílio (lex domicilli) –
determinando as regras quando os assuntos versarem sobre: o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
O Brasil segue o sistema da territorialidade moderada, sujeita a regras especiais, que
determinam quando e em que casos pode ser invocado o direito alienígena (LINDB,
arts. 7º. e s.).

PESSOAS NATURAIS.
RESUMO DA AULA 01
PESSOAS NATURAIS
A personalidade da Pessoa Natural começa do nascimento com vida, ou seja,
mesmo o recém-nascido, embora não possa exercer pessoalmente os atos da vida civil,
já é sujeito de direitos e obrigações (tem capacidade de direito ou de gozo –
inerente a todo ser humano).

Nascituro é o feto, que está dentro do ventre da mãe e que ainda vai nascer. Ele não
possui personalidade jurídica material, mas a lei assegura seus direitos desde a
concepção. O nascituro possui o que se chama de personalidade jurídica formal.

CAPACIDADE
Vimos que a pessoa natural é o ser humano, que ao nascer com vida, adquire
personalidade civil, considerado, então, como sujeito de direitos e obrigações.
Como a capacidade é limitada, para termos a medida da personalidade se faz
necessário distinguir essa capacidade. Ela pode ser de duas espécies: a primeira,
denominada ¹de gozo ou de direito, que é aquela oriunda da personalidade, e que é

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inerente à pessoa; e a segunda, denominada ²de fato ou de exercício, que é a
capacidade de exercer estes direitos por si só na vida civil.

Capacidade de direito (ou de gozo) É inerente ao ser humano


Já:

A Capacidade de fato (ou de exercício) leva em conta critérios como:

Idade Estado de saúde

INCAPACIDADE
Incapacidade é a restrição legal para determinados atos da vida civil. Todas as
incapacidades estão previstas em lei, neste sentido temos que falar que a
capacidade da pessoa natural é a regra, sendo a incapacidade a exceção.
O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de uma deficiência
jurídica apreciável. A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio da
representação ou assistência.

Absolutamente incapazes são Representados a falta causa Nulidade

Relativamente capazes são Assistidos a falta causa Anulabilidade

A INCAPACIDADE ABSOLUTA e RELATIVA previstas nos artigos 3° e 4° da LINDB


despencam em prova. Então, DECORE esses artigos:
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 (dezesseis) anos.
...
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

EMANCIPAÇÃO

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A emancipação pode ser Voluntária, quando se dá por concessão de dos pais (art.
5º inciso I, primeira parte); Judicial, quando por sentença do juiz (art. 5º inciso I,
segunda parte); e pode ser Legal que é quando a incapacidade cessa por expressa
determinação da lei (art. 5º incisos II, III, IV e V).

FIM DA EXISTÊNCIA DA PERSONALIDADE NATURAL


A morte a morte pode ser real ou presumida (esta podendo ser com ou sem
decretação da ausência).

Comoriência: dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião não se podendo


averiguar qual deles morreu primeiro.

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL


A identificação da pessoa natural se dá sob três aspectos: pelo ¹nome, que a
individualiza propriamente; pelo ²estado, que define sua posição na sociedade política
e na família; e pelo ³domicílio, que vem a ser o lugar de sua atividade social (sendo
definido em lei, é um conceito jurídico).

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE:


Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária. Não são características absolutas. IMPORTANTE: observar que existe uma
disponibilidade relativa em relação aos direitos da personalidade.
Os direitos da personalidade são:

Absolutos Intransmissíves Indisponíveis

Irrenunciáveis Imprescritíveis

Os direitos da personalidade estão dispostos nos artigos 11 ao 21 do Código Civil e


estão relacionados à proteção, à integridade física e a integridade moral.

DA AMEAÇA OU LESÃO A DIREITO DA PERSONALIDADE

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Caso um direito de personalidade esteja sendo ameaçado ou lesado, a pessoa poderá
exigir que cesse a ameaça ou lesão e reclamar perdas e danos, sem prejuízos de
outras sanções.

DA DISPOSIÇÃO DO CORPO EM VIDA E PARA DEPOIS DA MORTE


A disposição do próprio corpo é proibida, quando importar diminuição permanente da
integridade física, ou contrariar os bons costumes. Esta proteção começa desde a
concepção e se prorroga até a morte da pessoa.
O direito ao próprio corpo inclui tanto a sua integralidade como as partes destacáveis
e sobre as quais é exercido o direito de disposição.

DIREITO AO NOME
O nome também é um dos direitos de personalidade e está, portanto, protegido por lei.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.


(art. 19)

DA PRODUÇÃO INTELECTUAL E DA IMAGEM DAS PESSOAS


O artigo 20 é muito importante para os direitos de personalidade, estando relacionado
à produção intelectual e à imagem das pessoas:
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção
da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a
exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento
e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Salvo se 1.Autorizadas
ou
2.Necessárias 2.1 a Administração da justiça
ou
2.2 a Manutenção da ordem pública

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A divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da
imagem de uma pessoa

Poderão ser proibidas mediante requerimento

Sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

DA PROTEÇÃO À INTIMIDADE


O artigo 21 encerra o capítulo sobre os direitos de personalidade dispondo sobre a
intimidade:
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado,
adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

DA AUSÊNCIA
Não basta a simples não presença para configurar a ausência. É necessária a falta
de notícia do ausente, de modo que haja dúvidas quanto a sua existência bem como
a declaração judicial desse estado. O elemento “incerteza jurídica” será
complementado pela sentença do juiz. Deste modo, temos o art. 22 do CC:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador.

A partir do desaparecimento da pessoa, teremos três momentos ou fases, são eles:

1. Curadoria dos bens do ausente

Ausência 2. Da sucessão provisória

3. Da sucessão definitiva

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A pessoa desapareceu de seu domicílio e dela não se tem notícia

(art. 22) (art. 23)


se não deixou representante se deixou mandatário
ou procurador entretanto:
O juiz, a
requerimento de este não quer ou
qualquer ou os seus poderes
não pode exercer o
interessado ou do são insuficientes
mandato
MP

também se
declarará a ausência
declarará a
e nomeará
ausência e se
CURADOR
nomeará curador

Se o ausente retornar temos duas situações:


Se ficar comprovado que sua ausência se deu de forma voluntária e injustificada
– art. 33, § único, perderá ele sua parte nos frutos e rendimentos arrecadados dos
bens;
Se ficar comprovado que sua ausência ocorreu involuntariamente e se puder
justificá-la – art. 36, o ausente, que agora retornou, tem direito a seus bens (cessarão
para logo as vantagens dos sucessores que estavam com a posse provisória).

E, deste modo, passamos para um terceiro e último momento – a abertura da


sucessão definitiva. Vejamos o que dizem os arts. 37 e 38:
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento
das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta
oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

PESSOAS JURÍDICAS.
RESUMO DA AULA 02
PESSOAS JURÍDICAS
É importante que você saiba identificar e distinguir as pessoas jurídicas de direito
público e as pessoas jurídicas de direito privado (é um ponto recorrente em provas).

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Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que
se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

“O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que se administra e representa,


ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.”

Informação: É decadencial o direito de anular as decisões tomadas por órgão de


administração coletiva de pessoa jurídica, quando eivadas, por exemplo, de simulação.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Cuidado com o Art. 50! Não ocorre despersonalização, apenas a


desconsideração – isto quando há abuso da personalidade jurídica por ¹desvio de
finalidade ou pela ²confusão patrimonial. Busca no patrimônio de particulares (sócios
e administradores) a satisfação de dívidas da pessoa jurídica.

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Lembre-se também das figuras despersonalizadas (que não possuem
personalidade jurídica própria), tais como a família; a massa falida; o espólio; o
condomínio; a herança jacente ou vacante. Em geral, estes grupos possuem capacidade
processual e também possuem legitimidade ativa e passiva para demandar e ser
demandado em ações na justiça.

Informação: A pessoa jurídica de direito privado responde como preponente


pelos atos de seus empregados ou prepostos (responsabilidade por fato de terceiro),
como também pelos de seus órgãos (diretores, administradores, assembleias).

Domicílio: Para a pessoa jurídica que possua diversos estabelecimentos em


lugares diferentes, cada um deles será considerado seu domicílio para os atos nele
praticados.

Para que se aperfeiçoe a personalidade jurídica da fundação, ou seja,


para que se possa dizer que esta existe como pessoa jurídica, é necessário o
preenchimento dos seguintes requisitos: instituição, por meio de escritura pública
ou testamento, de dotação especial de bens livres de ônus, da qual conste a finalidade
específica da fundação, que deve ser religiosa, moral, cultural ou de assistência;
estatutos que a regerão; aprovação dos estatutos pelo órgão do Ministério Público
e o registro da escritura de instituição.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;

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VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas.

FATOS JURÍDICOS.
RESUMO DA AULA 03
FATO JURÍDICO
É todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

Fato Jurídico Natural (ou em sentido estrito), que é aquele que independe da
vontade humana. Os Fatos naturais se subdividem em originários (exemplos: o
nascimento, a morte2, a maioridade, o decurso do tempo, a frutificação das
plantas) ou extraordinários (a exemplo do caso fortuito, ou força maior3, das
tempestades e dos terremotos que ocasionem danos às pessoas).
Fato Jurídico Humano, que será decorrência de um Ato humano. (exemplos:
reconhecimento da paternidade, um contrato, uma doação)
Silêncio de uma das partes - entende-se que ocorreu anuência, quando as
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária declaração expressa de
vontade (manifestação tácita da vontade, silêncio como manifestação de vontade).

Acontecimento Natural
Lembre-se que ambos
(fato jurídico em stricto sensu) precisam ter efeitos
Fato Jurídico jurídicos, ou seja,
repercussão no direito, para
Acontecimento Humano - Ato jurídico
serem fato jurídico.
(Ato Humano)

NEGÓCIO JURÍDICO
É o ato que tem como consequência efeitos jurídicos desejados pelas partes. É ato
negocial. Estará presente a autonomia privada. O contrato é o principal exemplo de
um negócio jurídico.
Na interpretação dos negócios jurídicos, importa mais a intenção das partes do que
o sentido literal da linguagem, porém, quando os negócios jurídicos forem benéficos
ou consistirem em renúncia, deverão ser interpretados restritivamente.

2 Tanto o nascimento quanto a morte são acontecimentos naturais. Fatos jurídicos que serão inscritos no registro
público.
3 Segundo Orlando Gomes, Introdução ao Direito Civil: “caso fortuito, ou força maior, é todo fato necessário, a cujos

efeitos não é possível resistir”. Como requisitos necessários, temos: a inevitabilidade (requisito objetivo) e a
ausência de culpa (requisito subjetivo).

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Os negócios jurídicos sinalagmáticos são aqueles em que há reciprocidade de
direitos e obrigações.

As pessoas detêm autonomia privada (possibilidade de constituir, modificar ou


extinguir uma relação jurídica).

O instrumento, por meio do


qual este poder se manifesta e
se concretiza, será:

o Negócio Jurídico

Informações Importantes:
✓A validade do negócio jurídico requer forma prescrita ou não defesa em lei (em regra,
a forma é livre).
✓A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.

CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS


Unilaterais: O ato dirige-se no mesmo sentido, há apenas uma declaração de vontade.
(Por exemplo: duas pessoas podem juntas instituir uma fundação, o ato será conjunto,
no entanto unilateral, porque haverá apenas uma manifestação de vontade).
Bilaterais: As declarações das partes dirigem-se em sentido contrário, mas são
coincidentes no objeto, há sempre a manifestação de duas vontades. Exemplos
clássicos de negócio jurídico bilateral são os contratos. Os atos bilaterais se subdividem
ainda em: ¹simples e ²sinalagmáticos.

Inter vivos: As consequências jurídicas ocorrem durante a vida dos interessados (ex.:
doação (estipulada em vida), troca, mandato, compra e venda, locação).
Mortis causa: Regulam relações após a morte do sujeito, do declarante (ex.:
testamento, legado).

Patrimoniais: Originam direitos e obrigações de conteúdo econômico, suscetíveis de


aferição econômica.
Extrapatrimoniais ou pessoais: São aqueles relacionados aos direitos
personalíssimos e ao direito da família. Apresentam conteúdo não econômico.
Gratuito: Não há contraprestação, só uma das partes obtém benefícios. (ex.: doações,
comodato).

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Oneroso: Implica mútua transmissão. Os sujeitos visam, reciprocamente, a obter
vantagens para si ou para outrem (ex. compra e venda, contratos em geral).
Neutros: São aqueles em que não há uma atribuição patrimonial determinada, não
podendo ser enquadrados como gratuitos ou onerosos. Como por exemplo a instituição
de bem de família e cláusula de incomunicabilidade de bens de um cônjuge para o
outro.
Bifrontes: São os negócios jurídicos que podem ser onerosos ou gratuitos a critério
das partes, como o mútuo, o mandato e o depósito (que são espécies de contratos
previstos no Código Civil).

Formais (solenes): Exigem forma especial, prescrita em lei (ex.: testamento);


Não formais (não solenes): Não exigem solenidades ou forma especial (a forma é
livre). Podem, por exemplo, ser efetivados de forma verbal.

Ad solemnitatem = formalidade exigida por lei para a validade do ato.

ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO


Requisitos (condições necessárias) de validade do negócio jurídico:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Além da declaração de vontade, são três, então, os fatores a serem analisados, quais
sejam: o ¹agente (as pessoas envolvidas), o ²objeto (aquilo que está em questão) e
a ³forma (que conste da lei ou, então, nela não esteja proibida).

Declaração de vontade
Gerais (comuns a
Elementos todos os negócios
essencias, jurídicos) relacionados Agente capaz
requisitos de a:
validade e por
consequência de
existência Objeto lícito, possível, determinado ou determinavel
Particulares
(de cada negócio
jurídico) relacionados à forma, que poderá ser diferente para
cada ato, desde que não contrarie o art. 104, III.

Nulo será o ato praticado diretamente por pessoa absolutamente incapaz e


apenas anulável o realizado por pessoa relativamente incapaz.

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Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Reserva mental é uma declaração não querida em seu conteúdo, tendo por
objetivo enganar o destinatário, sendo que a vontade declarada não coincide com
a vontade real do declarante.

ELEMENTOS ACIDENTAIS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS


CONDIÇÃO: É a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

a vontade das
partes

evento futuro
A condição possui como elementos:
(futuridade)

evento incerto
(incerteza)

TERMO: O momento de início ou do fim da eficácia do negócio é que será determinada


pelas partes ou fixada pelo agente.
ENCARGO: É uma restrição a certa liberalidade que foi concedida. Por exemplo, quando
um pai dá um dinheiro de presente a um filho, mas diz que ele precisa usar parte deste
dinheiro para comprar livros.

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO


Importante: Nulidade Absoluta X Nulidade Relativa:

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Negócio Nulo Negócio Anulável
(nulidade absoluta) (nulidade relativa)

É IMPRESCRITÍVEL Tem prazo decadencial

funda-se em princípios de ordem pública funda-se no interesse privado

arguída por qualquer interessado, ou pelo


Ministério Público, quando lhe couber
intervir
não se pronuncia de ofício (ver art.177)
devem ser pronunciadas pelo Juiz

Alem de não permitir confirmação, não


pode a nulidade ser suprida pelo juiz

Permite ratificação (Confirmação), SALVO


pode ocorrer conversão DIREITO DE TERCEIRO

Efeitos ex tunc (vai retroagir)


Efeitos ex nunc (não retroage)

é "sanção" mais intensa.

é "sanção" mais branda

CONFIRMAÇÃO: aplica-se a negócios jurídicos anuláveis. Retroage à data do negócio,


tornando-o válido desde a sua formação.
CONVERSÃO: aplica-se a negócio jurídico nulo que contiver os requisitos de outro.

É nulo o negócio jurídico quando for:

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1.celebrado por Pessoa Absolutamente Incapaz

2. objeto ílicito, impossível ou indeterminavel

3. não se revestir da forma prescrita em lei

4. não observar solenidade considerada por lei essencial

5. motivo comum a ambas as partes for ílicito

6. fraudar lei imperativa

7. a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem


cominar sanção

8. SIMULAÇÃO

DA SIMULAÇÃO: É causa de Nulidade (absoluta).


Simulação - associada ao conluio. Declaração que provoca falsa crença num estado
não real.
Dissimulação - oculta ao conhecimento de outrem uma situação existente,
pretendendo incutir no espírito de alguém a inexistência de uma situação real.
Subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.

1.incapacidade relativa

2.erro

3.dolo

4.coação

5.estado de perigo

6.lesão

7.fraude contra credores

DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

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ERRO:
Erro de direito - Exemplo: "A" adquire de "B" o lote "X" do Recanto Azul, ignorando
que lei municipal proibia loteamento naquela localidade.
Erro sobre o objeto principal da declaração - Exemplo: Se um contratante supõe
estar adquirindo um lote de terreno de excelente localização, quando, na verdade, está
comprando um situado em péssimo local.
Erro substancial sobre a qualidade essencial do objeto - Exemplo: "A" pensa
adquirir uma joia de prata, que, na verdade, é de aço.
Falso motivo - só vicia quando expresso como razão determinante.
Se houver a informação quanto à possibilidade de retificação trata-se de Erro de
cálculo.

DOLO:
Dolo - Exemplo: Se alguém fizer seguro de vida, omitindo moléstia grave, e vier a
falecer poucos meses depois, havendo prova da intenção de prejudicar a seguradora e
beneficiar seus sucessores (Provoca, de maneira intencional, o erro de outra pessoa).
Dolo de terceiro - Se A (comprador) adquire por influência de C (aqui está o terceiro),
que o convence de algo, sem que B (vendedor), ouvindo tal disparate, alerte A. negócio
é suscetível de anulação.
Dolo acidental - Exemplo: leva a vítima a realizar o ato negocial, porém, não afetando
sua declaração de vontade, nem influindo diretamente na realização daquele ato, que
seria praticado independentemente do emprego de artifício astucioso.

O dolo positivo ou comissivo revela-se através de expedientes


enganatórios, verbais ou de outra natureza que podem importar em
série de atos e perfazer uma conduta.
O dolo negativo ou omissivo consiste na reticência maliciosa, na
ausência de ação para plantar falsa ideia a pessoa.

“Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma delas o pode alegar para
reclamar indenização”.

COAÇÃO: É a pressão física (coação absoluta) ou moral (coação relativa) exercida


sobre a pessoa, os bens e a honra de um contraente para obrigá-lo ou induzi-lo a
efetivar um negócio jurídico.

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ESTADO DE PERIGO: estado de necessidade - risco pessoal (“perigo à vida”).
Exemplo: "A", tendo seu filho "B" sido sequestrado, paga vultosa soma de resgate. Para
tanto "A" teve de vender obras de arte a preço inferior ao do mercado a "C". Essa venda
poderá ser anulada desde que "C", aproveitando-se da situação, tenha conhecimento
da grave circunstância em que "B", filho de "A". Outro exemplo: Alguém que vier a
vender um imóvel fora do valor mercadológico, para poder pagar uma cirurgia urgente.

LESÃO: estado de necessidade - risco patrimonial – ou inexperiência.

FRAUDE CONTRA CREDORES: Dois elementos compõe a fraude contra credores um


é o objetivo, o eventus dammi, caracterizado pela insolvência, o outro é o subjetivo, o
consilium fraudis, caracterizado pela consciência de prejudicar terceiro, ou seja, a má-
fé do devedor.
Ação pauliana (também denominada revocatória) é uma ação que tem por finalidade
tornar ineficaz o ato ou negócio viciado por fraude contra credores, anula-se o negócio,
proporcionando que o bem negociado retorne à massa patrimonial do devedor,
beneficiando em síntese, todos os credores.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
PRESCRIÇÃO (Regra de prazo): A partir do momento que um direito é violado, o
titular deste direito pode agir juridicamente para garanti-lo, isto é o que chamamos
pretensão (a pretensão à ação).

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

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Prescrição Decadência

perde-se o direito à ação para pleiteá-lo e, perde-se o próprio direito material, por não se
portanto, não se consegue exercer o direito ter utilizado tempestivamente da via judicial
material adequada para pleiteá-lo

tem origem na lei tem origem na lei ou no negócio jurídico

é renunciável espressa ou tacitamente, e só é irrenunciável, quando fixada em lei.


valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,
depois que a prescrição se consumar (É nula a renúncia à decadência fixada em lei.)

abrange direitos patrimoniais e não


abrange, via de regra, direitos patrimoniais;
patrimoniais.

Salvo disposição legal em contrário, não se


é passivel de impedimento, suspensão e
aplicam à decadência as normas que impedem,
interrupção.
suspendem ou interrompem a prescrição.

As causas impeditivas da prescrição são as circunstâncias que impedem que seu curso
inicie, por estarem fundadas no status da pessoa individual ou familiar, atendendo
razões de confiança, parentesco, amizade e motivos de ordem moral.
A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários estende-se aos
demais credores, se a obrigação for também indivisível.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:
Procuramos sempre orientar aos alunos para que procurem memorizar as causas
que interrompem a prescrição. Como em prova normalmente é necessário saber se
estamos diante de uma causa de interrupção ou se estamos diante de uma causa de
impedimento ou suspensão, fica mais fácil de garantir um acerto.
Das Causas que Interrompem a Prescrição

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Observe que a interrupção da prescrição sempre será provocada e somente poderá
ocorrer uma vez:
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;

II- por protesto, nas condições do inciso antecedente;


III- por protesto cambial;

IV- pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de


credores;

V- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;


VI- por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do
direito pelo devedor.

Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.

Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica
aos demais coobrigados.
§1°. A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a
interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§2°. A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os
outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§3°. A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Importante!
✓A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita;
✓Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes;
✓A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição;
✓O juiz pode alegar de ofício a prescrição se favorecer o absolutamente incapaz;
✓A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor;
✓Há casos de impedimentos, suspensão e interrupção da prescrição;
✓O prazo geral de prescrição, aplicável quando não houver prazo especial, é de 10
anos;

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✓A prescrição atinge direitos dotados de pretensão, enquanto que a decadência atinge
direitos potestativos;
✓Não se aplicam à decadência as normas que interrompem a prescrição, salvo
disposição legal em contrário;
✓Não terá direito à repetição do indébito o devedor que saldar dívida prescrita;
✓A prescrição não corre na pendência de condição suspensiva;
✓Conforme a jurisprudência do STJ, em se tratando de ação de indenização, o início da
fluência do prazo prescricional ocorre com o conhecimento da violação ou da lesão ao
direito da vítima.

DECADÊNCIA: É a extinção do direito, tendo em vista a inércia do seu titular. Veja


que o objeto da decadência é o próprio direito. Enquanto a prescrição atinge
diretamente a ação e por via oblíqua faz desaparecer o direito por ela tutelado, a
decadência, ao contrário, atinge diretamente o direito material e por via oblíqua
acaba por atingir a ação.

ALGUNS PRAZOS DECADENCIAIS:


Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria
de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo,
quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Importante!
✓Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
✓É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
✓Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

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✓Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.

ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS. RESPONSABILIDADE CIVIL.


RESUMO DA AULA 04
ATO ILÍCITO
Para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo ao direito subjetivo
individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele ¹moral ou
²patrimonial. Assim está normatizado no artigo 186 do CC:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico
involuntário, gera obrigação de reparar o dano.

1.Ação

Violar direito e
Negligência Imprudência
causar dano a
alguém

2.Omissão
Voluntária

Figura 1. Representação do CC art. 186. Ato ilícito.

Lembre-se que a “culpa” no direito civil (sentido amplo) compreende tanto o


dolo como a culpa. Quando fala em “ação ou omissão voluntária” se refere ao dolo –
que é a situação em que o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-
lo.
A culpa, segundo o art. 186, vem estatuída pela expressão “negligência ou
imprudência”. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante do
resultado involuntário. A pessoa ou o agente, não prevê o resultado, mas existe a
previsibilidade do evento, isto é, se olharmos objetivamente para o evento veremos
que este era previsível. O agente é que não prevê o resultado, pois, se ele previsse o

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que iria acontecer e mesmo assim praticasse a conduta, estaria agindo com dolo e não
com culpa.
São elementos necessários a configuração do ato ilícito:
³Nexo de causalidade entre:
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano

No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito:


Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

Casos de exclusão de ilicitude: são os atos lesivos que não são considerados
ilícitos.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo
iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção
do perigo.

Há, então, três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem
lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira
a qualificação de ilícito.
Informação: Não constitui ato ilícito a destruição de coisa alheia ou a lesão a pessoa a
fim de remover perigo iminente.

Mas lembre-se de que, em regra, todo aquele que causar dano a outrem fica
obrigado a repará-lo.

RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio moral e patrimonial
desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no patrimônio do lesado ou o dano moral
que desencadeiam a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor, pela lesão ou
pelo risco.

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O dano causa desequilíbrio

Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja o dever de
indenizar, três4 são os pressupostos5 que devem estar presentes, quais sejam:
Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente por ação ou
omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.
Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou ²moral
(extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil sem a existência de um
dano, é também necessário que exista prova, real e concreta, desta lesão.
Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. É uma ligação
virtual entre a ação e o dano resultante.

São elementos necessários a configuração do ato ilícito:


³Nexo de causalidade entre:
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano

FORMAS DE RESPONSABILIDADE:
Responsabilidade extracontratual ou aquiliana. (está relacionada ao ilícito civil)
Responsabilidade contratual. (está relacionada ao inadimplemento de obrigação –
o não cumprimento de obrigações) Exemplo: Se um escritor, culposamente ou não,
não entregar ao editor, no prazo estipulado no contrato, a obra prometida.

QUANTO AO FUNDAMENTO:
Responsabilidade Subjetiva – Depende de culpa do agente.
Responsabilidade Objetiva - independe de culpa. Exemplo: O empregador ou
comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de
trabalho que lhes competir ou em razão dele, responsabiliza-se objetivamente pela
reparação civil, pouco importando que se demonstre que não concorreu para o prejuízo

4
Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de indenizar.
Alguns acrescentam aos três – a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato sensu. Nós optamos
por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, mas vale o esclarecimento.
5
Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil.

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por culpa ou negligência de sua parte. (responsabilidade objetiva por fato de terceiro –
não precisa demonstrar a concorrência de culpa)

Algumas espécies de culpa:


O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem carta de
habilitação, ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana (culpa extracontratual,
culpa por não ter tido o devido cuidado).

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Culpa in comittendo – relacionada a uma ação


Culpa in omittendo – relacionada a uma omissão
Culpa in ilegendo - relacionada a má escolha do preposto
Culpa in vigilando –relacionada a falta de atenção com o procedimento de outrem,
cuja pessoa é responsável
Culpa in custodiendo – falta de cautela ou atenção em relação a uma pessoa, animal
ou objeto sob os cuidados do agente, que provoca dano a alguém.

Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em


indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento danoso.

Alguns casos de responsabilidade por fato de terceiro e independentemente de


culpa do responsável (responsabilidade objetiva):
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz.

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Informação: A responsabilidade, fundada no risco, consiste na obrigação de
indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob
seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do
lesante.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO:


Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos
seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Outras informações:
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos
de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve
culpa in eligendo ou in vigilando.
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao
consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao
lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. (se houver
culpa do empregado)
Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos
produtos postos em circulação.

Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos
postos em circulação.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PROF. RICARDO TORQUES
Jurisdição e Ação
 JURISDIÇÃO É PODER, FUNÇÃO E ATIVIDADE:
• JURISDIÇÃO COMO PODER - Poder Estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados.
• JURISDIÇÃO COMO FUNÇÃO - Encargo atribuído pela CF ao Poder Judiciário (em regra).
• JURISDIÇÃO COMO ATIVIDADE - Conjunto de atos praticados pelos agentes estatais
investidos de jurisdição.
 CARACTERÍSTICAS:
a) Caráter substitutivo - caracteriza-se a jurisdição por substituir a vontade da parte pela vontade
da Lei aplicada ao caso concreto, como forma de colocar fim ao conflito.
b) Lide – caracteriza-se a jurisdição por atuar quando há um conflito de interesses em decorrência
de uma pretensão resistida.
c) Inércia – caracteriza-se a jurisdição por ficar subordinada à provocação pela parte (princípio da
demanda); e
d) Definitividade – caracteriza-se a jurisdição por decidir o conflito de interesses de forma
incontestável, definitiva e imutável.
 EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
 autônomos: transação, reconhecimento jurídico do pedido, renúncia.
 heterônomo: tribunais administrativos e arbitragem.
Sem necessidade de maior aprofundamento, é relevante ter em mente alguns conceitos:
 AUTOTUTELA: Solução de conflitos pelo uso da força, por intermédio do qual a parte vencedora
sacrifica o interesse da outra.
 CONCILIAÇÃO: Solução de conflitos pela vontade das partes, por intermédio da conciliação
(transação), da submissão ou da renúncia.
 MEDIAÇÃO: Solução de conflitos fundada no exercício da vontade das partes, sem a existência
de um sacrifício de interesses, mas na investigação das causas que levaram ao conflito, com a
finalidade de assegurar o real interesse de ambas as partes.
 ARBITRAGEM: Solução de conflitos por intermédio da nomeação consensual (prévia ou
posterior ao conflito) de árbitros que tenham a confiança das partes para a solução do conflito de
interesses. Essa solução decorre da imposição da decisão pelo terceiro (árbitro),
independentemente da vontade das partes.
 TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS: A solução de questões por tribunais administrativos também
é considerada como um equivalente jurisdicional para parte da doutrina. São exemplos o CADE
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o CARF (Conselho Administrativo da Receita
Federal).
 PRINCÍPIO
 Princípio da investidura: necessidade de que a jurisdição seja exercida pela pessoa
legitimamente investida na função jurisdicional.
 Princípio da territorialidade: apenas poderá ser exercida a jurisdição dentro dos limites
territoriais brasileiros, em razão da soberania do nosso Estado.
 Princípio da indelegabilidade: a) externa; e b) interna.
Pela perspectiva externa, o princípio da indelegabilidade remete à ideia de que o Poder
Judiciário não poderá outorgar a sua competência a outros poderes. Dito de forma
simples, não pode o Poder Judiciário delegar a atribuição de julgar os processos aos poderes
Executivo ou Legislativo.

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Pela perspectiva interna, o princípio da indelegabilidade entende que a jurisdição é fixada por
intermédio de um conjunto de normas gerais, abstratas e impessoais, não sendo admissível
a delegação da competência para julgar de um Juiz para outro.
 Princípio da inevitabilidade: o princípio da inevitabilidade impõe às partes a vinculação ao
processo e a sujeição à decisão judicial.
1º momento: vinculação das partes ao processo judicial.
2ª momento: estado de sujeição ante a vinculação automática.
 Princípio da inafastabilidade: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça de lesão a direito.
1º aspecto: relação entre contencioso judicial e administrativo.
2º aspecto: acesso à ordem jurídica justa.
 Princípio do juiz natural: ninguém será julgado a não ser pela autoridade competente.
 ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
EM RELAÇÃO AO OBJETO DA DEMANDA
- Jurisdição Penal - matéria penal
- Jurisdição Civil - todas as matérias não penais (conceito amplo e subsidiário)
EM RELAÇÃO AO ÓRGÃO JURISDICIONAL
- Jurisdição Inferior - enfrenta a demanda do início (originariamente)
- Jurisdição Superior - enfrenta a demanda, em regra, na esfera recursal
EM RELAÇÃO À MATÉRIA
- Jurisdição Especial - Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar
- Comum - Demais “Justiças” (engloba a Justiça Estadual Comum e Federal)
EM RAZÃO DA LITIGIOSIDADE
- Jurisdição Contenciosa: caracterizada pelo conflito de interesses
- Jurisdição Voluntária: caracterizada pelo controle jurisdicional de interesses privados.
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
- obrigatória
- caráter inquisitivo
- possibilidade de decidir por equidade ou até mesmo contrariamente às partes
- atuação do MP como fiscal da ordem jurídica

CORRENTE ADMINISTRATIVA CORRENTE JUDICIAL

 Esse atributo não é imprescindível para a


caracterização da jurisdição, pois a
 NÃO TEM CARÁTER SUBSTITUTIVO.
substitutividade é regra, que pode ser
excepcionada.

 Argumenta-se que há uma pretensão


resistida que é o condicionamento à atuação
 AUSÊNCIA DE LIDE.
jurisdicional para a obtenção dos efeitos
jurídicos pelas partes.

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 São partes, embora não estejam atuando em
 AUSÊNCIA DE PARTE.
posições antagônicas.

 O processo é caracterizado pela relação


jurídica processual que se desenvolve por
 NÃO HÁ PROCESSO.
intermédio de um procedimento em
contraditório.

 Se houver alteração jurídica superveniente é


admissível a revisão da sentença. Isso não
 AUSÊNCIA DE COISA JULGADA. fulmina a existência de coisa jurídica material,
até porque são respeitados os efeitos
jurídicos já produzidos.

 AÇÃO
 Teorias da ação
TEORIA IMANENTISTA
- direito material em movimento
- direito de ação contra o adversário
- processo é mero procedimento
TEORIA CONCRETA DA AÇÃO
- ação é direito contra o Estado (para obter uma tutela favorável) e contra o adversário (para obter o
direito material)
- condicionado ao direito material
- direito potestativo
TEORIA ABSTRATA DO DIREITO DE AÇÃO
- direito a um pronunciamento do Estado
- direito de ação existe ainda que sem o direito material
- não há condição da ação ou sentença terminativa por carência da ação
- interesse e legitimidade são assuntos de mérito
TEORIA ECLÉTICA
- direito de ação condicionado (interesse e legitimidade)
- carência da ação forma apenas coisa julgada formal
- condição da ação é matéria de ordem pública analisável a qualquer momento
- direito de petição é incondicionado
TEORIA DA ASSERÇÃO
- distinção entre direito material e direito de ação
- direito de ação condicionado à legitimidade e interesse
- avaliação das condições da ação à vista das afirmações do demandante em cognição sumária, que pode
levar à carência da ação (avaliação das condições d ação "in status assertionis".
- avaliação do interesse e legitimidade como matéria de mérito que pode conduzir à rejeição do pedido
 INTERESSE E LEGITIMIDADE

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 Essa cognição é prévia, é sumária e exercida in status assertionis (em asserção). Superada a
cognição sumária, se o magistrado decidir pela citação da parte ré, preclui a possibilidade da
sentença terminativa pela não caracterização de interesse e legitimidade.
 Interesse:
➢ necessário toda vez que o autor não tiver outro meio para obter o bem da vida pretendido, a
não ser por intermédio do Poder Judiciário.
➢ adequado se, em razão dos pedidos deduzidos, o processo for apto a resolver o conflito de
interesses.
 Legitimidade: pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade para promover ativa
ou passivamente a ação.
LEGITIMAÇÃO
➢ ordinária - a parte pleiteia direito próprio
➢ extraordinária - a parte pleiteia direito alheio, quando expressamente autorizado pelo
ordenamento.
 A legitimação extraordinária aplica-se apenas ao processo judicial individual.
 Legitimação extraordinária não se confunde com substituição processual. Ocorre substituição sempre
que uma das partes é retirada da relação processual para dar lugar a outra parte, o que não ocorre na
legitimação extraordinária.
 Legitimação extraordinária não se confunde com a legitimação ad processum, ou seja, a capacidade
para estar em Juízo.
 Ainda em relação à legitimação extraordinária, cumpre observar que o substituto detém, em regra,
todos os poderes inerentes à ação, como a capacidade de alegar, de postular e de produzir provas etc.
Contudo, não poderá: a) fazer depoimento pessoal; b) praticar atos de disposição do direito material do
titular do direito, como renunciar ou reconhecer o pedido e transicionar. Para esses atos é necessária a
anuência expressa do substituído.
 ELEMENTOS DA AÇÃO:
➢ parte
➢ pedido
➢ causa de pedir
 Partes
➢ Parte processual: aquela que está em uma relação jurídica processual, que exerce o contraditório,
atua com parcialidade e pode sofrer consequências com a decisão.
➢ Parte material: é o sujeito da relação jurídica discutida em Juízo, podendo (legitimação ordinária)
ou não (legitimação extraordinária) ser parte processual.
 Causa de pedir
➢ causa de pedir remota (ou fática)- constitui a descrição do fato que deu origem a lide
➢ causa de pedir próxima (ou jurídica)
o é o próprio direito, aplicado a partir da descrição fática
o envolve a concretização da norma, conferindo substância ao pedido do autor
 Teoria da Individuação X Teoria da Substanciação
➢ TEORIA DA INDIVIDUAÇÃO: a) causa de pedir composta tão somente pela relação jurídica
afirmada pelo autor; b) caráter meramente histórico.
➢ TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: a) causa de pedir formada apenas pelos fatos jurídicos narrados
pelo autor; b) aplicada ao Direito Processual Civil brasileiro.
 Pedido: objeto da ação, consiste na pretensão do autor que é levada ao Estado-Juiz, que irá prestar a
tutela jurisdicional sobre essa pretensão.
➢ pedido imediato: a) aspecto processual; b) espécie de tutela jurisdicional.
➢ pedido mediato: a) aspecto material; b) bem da vida
 ESPÉCIES DE AÇÃO
 Classificação segundo a natureza da relação jurídica discutida: real e pessoal

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➢ ação real: envolve relação jurídica de direito real
➢ ação pessoal: envolve relação jurídica de direito pessoal
 Classificação segundo o objeto do pedido mediato: mobiliária e imobiliária
➢ ação mobiliária: envolve bens móveis.
➢ ação imobiliária: envolve bens imóveis.
 Classificação segundo o tipo de tutela jurisdicional: conhecimento, cautelar e executiva
(ações sincréticas)
➢ ação de conhecimento - certificação de direito
➢ ação de execução - efetivação de direito
➢ ação cautelar - proteger a efetivação de um direito
 Classificação de conhecimento: condenatórias, constitutivas e declaratórias
➢ ação condenatória: aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma prestação e pela
qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação do réu ao
cumprimento da prestação devida.
➢ ações constitutivas: aquela que tem por objetivo obter uma certificação e efetivação de um direito
potestativo.
➢ ações declaratórias: aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou o modo
de ser de uma relação jurídica.
Além das classificações acima, dois outros conceitos são importantes:
a) ação executiva em sentido amplo: é aquela pela qual se afirma um direito e se busca a
efetivação e a certificação desse direito por intermédio de medidas de coerção direta.
b) ação mandamental: é aquela pela qual se afirma um direito e se busca a efetivação e a
certificação desse direito por intermédio de medidas de coerção indireta.

Competência Interna
As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, RESSALVADO
às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA - registro ou distribuição da petição
➢ regra - fixada, decorre a perpetuação da competência
➢ exceção
o supressão do órgão judiciário
o alteração da competência absoluta
Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, SALVO quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas
normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização
judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
 CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
 competência de foro X competência do Juízo

COMPETÊNCIA DO FORO (TERRITORIAL) COMPETÊNCIA DO JUÍZO

Uma vez definido o local, deve-se perquirir


O foro deve ser compreendido como o local qual é o Juízo competente, ou seja, qual,
em que o magistrado exerce sua competência. dentre os vários juízes do foro, é
concretamente competente.

 competência originária X competência derivada

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COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA COMPETÊNCIA DERIVADA

Estabelece a reponsabilidade de julgar


Define o órgão jurisdicional para conhecer o
recursos a partir da decisão do órgão
processo pela primeira vez.
originariamente competente.

 competência relativa X competência absoluta

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Estabelece regras de competência a partir do Fixa regras de competência a partir do


interesse público. interesse particular.

 CRITÉRIOS
➢ Objetivo: a) em razão da matéria; b) em razão da pessoa; e c) em razão do valor.
➢ Funcional
➢ Territorial
 COMPETÊNCIA OBJETIVA
 competência em razão da pessoa (que leva em consideração o elemento partes)
 competência em razão da matéria (que leva em consideração a causa de pedir)
 competência em razão do valor da causa (que leva em consideração o pedido)
 CRITÉRIO TERRITORIAL
 Servirão para definir, dentro da competência da justiça comum estadual ou federal, onde a
demanda será proposta.
 CRITÉRIO FUNCIONAL
 competência originária e recursal;
 competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
 competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está
previsto no art. 947;
 competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso, disciplinada
no NPCP, no art. 948.
 JUSTIÇAS CÍVEIS
 Justiça Eleitoral: a definição da competência da Justiça Eleitoral é feita pela causa de pedir (os
fundamentos de fato e de direito), abrangendo o que envolver o sufrágio (eleições, plebiscito e
referendos) e questões político-partidárias.
 Justiça do Trabalho: novamente com base na causa de pedir, será da competência da Justiça do
Trabalho os processos que envolverem as relações de trabalho.
 JUSTIÇA FEDERAL: a competência da Justiça Federal é assentada em dois elementos da ação: em
razão das partes no processo ou em razão da causa de pedir.
 PARTE: ações que tenha como parte a União, autarquias federais e empresas públicas federais.
 Quatro exceções:
matéria trabalhista (por exemplo, reclamatória trabalhista contra a Caixa Econômica);
matéria eleitoral (por exemplo, autuação irregular efetuada pelo Correios no bojo de
processo eleitoral cível);
falência e recuperação judicial; e

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acidente de trabalho típico, quando o INSS é parte.
 JUSTIÇA COMUM
 A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Se não for da competência das “justiças
especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao poder judiciário comum estadual.
 COMPETÊNCIA TERRITORIAL NO NCPC
Ações de direito pessoal ou direito real sobre bens móveis
REGRA - foro do domicílio do réu
ESPECIFICIDADES:
➢ mais de um domicílio - qualquer um deles
➢ domicílio incerto ou desconhecido - onde for encontrado OU domicílio do autor
➢ não tiver domicílio ou residência no Brasil - domicílio do autor
➢ 2 réus com domicílios diferentes - qualquer deles, à escolha do autor
Execuções Fiscais
➢ foro de domicílio do réu;
➢ no de sua residência; ou
➢ no do lugar onde for encontrado.
Ações fundadas em direito real sobre imóveis DEVEM SER AJUIZADAS NO FORO DA SITUAÇAO
DA COISA
➢ competência relativa (EXCEÇÃO) - domicílio do réu ou foro de eleição
➢ competência absoluta (REGRA) - direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova; E
Ações relativas à sucessão causa mortis
1ª regra: o último domicílio do falecido;
2ª regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis;
3ª regra: se tiver bens em domicílios em vários locais, poderá ser ajuizado em qualquer foro;
4ª regra: se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em qualquer local
dos bens móveis do espólio.
Ação contra réu Ausente - foro do seu último domicílio
Ações contra incapaz - foro do domicílio do representante ou do assistente.
Competência para julgar ações envolvendo a união, os estados-membros e o distrito federal
➢ Se os entes públicos forem autores - domicílio do réu
➢ Se os entes públicos forem réus: a) foro do domicílio; b) no local do ato ou fato; c) no foro da
situação da coisa; ou d) Distrito Federal.
Ação de divórcio separação, anulação de casamento e reconhecimento de união estável
1º - domicílio do responsável pelo incapaz (que coincide, em regra, com o domicílio do incapaz);
2º - não havendo, último domicílio do casal; e
3º - se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência será do foro do domicílio
do réu.
Ação de alimentos: de domicílio ou residência do alimentando.
Ação em que a ré for pessoa jurídica: foro do lugar onde está a sede.
Ação relativa às obrigações que a pessoa jurídica contraiu: local onde está a agência ou sucursal.
Ação contra ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica: local onde exerce suas
atividades.

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Ação em que se lhe exigir o cumprimento: local onde a obrigação deve ser satisfeita.
Ação que verse sobre direito previsto o estatuto: local de residência do idoso.
Ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício: local da serventia notarial ou de
registro.
Ação de reparação de dano ou cujo réu administrador ou gestor de negócios alheios: foro do
lugar do ato ou do fato.
Ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves: foro do domicílio do autor do local do fato.
 MÉTODO PARA IDENTIFICAR O JUÍZO COMPETENTE
a) verificar se a justiça brasileira é competente para julgar as causas (arts. 21 a 23 do NCPC);
b) se for, investigar se é caso de competência originária de Tribunal ou de órgão jurisdicional atípico
(Senado Federal – art. 52, I e II, da CF; Câmara dos Deputados – art. 51, da CF; Assembleia Legislativa
estadual para julgar governador de Estado)
c) não sendo o caso, verificar se é afeto à justiça especial (eleitoral, trabalhista ou militar) ou justiça
comum;
d) sendo competência da justiça comum, verificar se é da justiça federal (arts. 108 e 109, da CF), pois,
não sendo, será residualmente da estadual;
e) sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro competente, segundo os critérios do CPC
(competência absoluta e relativa, material, funcional, valor da causa e territorial); f) determinado o foro
competente, verifica-se o juízo competente, de acordo com o sistema do CPC (prevenção, p. ex.) das
normas de organização judiciária.
 MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
 um Juiz que não era originariamente competente passará a ser
 isso somente é possível quando se tratar de competência relativa
 PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
 supressão do órgão judiciário (art. 43, do NCPC);
 alteração da competência absoluta (art. 43, do NCPC);
 conexão (art. 55, do NCPC) e continência (arts. 56 e 67, ambos do NCPC);
A conexão ocorre quando forem comuns o pedido ou a causa de pedir.
➢ Hipóteses
o Identidade da relação material, ainda que o pedido ou a causa de pedir não sejam
idênticos, porém, semelhantes.
o Execuções fundadas no mesmo título executivo.
➢ Consequência
o Reunião, exceto se um processo já estiver sido julgado.
Na continência, há identidade entre as partes, causa de pedir, mas o pedido de uma é mais
amplo que o da outra.
E qual será o Juiz competente para julgar as ações conexas ou contingentes? O juízo
prevento, ou seja, define-se a competência pela propositura da ação, no momento em que houver
registro ou distribuição da petição inicial.
 incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, da CF);
 foro de eleição
➢ A regra deve constar de instrumento escrito e se referir expressamente a determinado negócio
jurídico específico
➢ O foro contratual se transmite aos herdeiros e sucessores das partes contratantes

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➢ Se abusiva a cláusula de eleição de foro, poderá ser reputada ineficaz pelo magistrado, com
determinação de remessa dos Autos ao foro de domicílio do réu.
➢ Se não declarada abusiva pelo magistrado de ofício, cabe à parte alegar a abusividade na
contestação, sob pena de preclusão.
➢ Ocorre também a modificação da competência por intermédio do foro de eleição. Para eleição do
foro devem ser observadas algumas regras que constam do art. 63, do NCPC.
 INCOMPETÊNCIA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Estabelece regras de competência a partir do Fixa regras de competência a partir do


interesse público. interesse particular.

Deve ser alegada pelo réu em preliminar de


A incompetência absoluta deve ser alegada contestação, sob pena de precluir e, em
em preliminar de contestação. Contudo, a decorrência disso, prorrogar a competência.
incompetência poderá ser alegada a Agora, a incompetência relativa será feita em
qualquer tempo, por qualquer das partes. preliminar em contestação, NÃO existindo
mais a exceção de incompetência.

Pode ser reconhecida de ofício. NÃO pode ser reconhecida de ofício.

NÃO pode ser alterada por vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.

NÃO admite conexão e continência. Admite conexão e continência.

NÃO pode ser alterada por conexão ou Pode ser modificada por conexão ou
continência. continência.

Abrange as regras e a fixação da Abrange as regras de competência


competência material, em razão da territorial e competência sobre o valor da
pessoa e funcional. causa.

Se houver violação à regra de competência absoluta, são preservados os atos decisórios, pois,
embora não haja competência, há jurisdição, e os atos são preservados até a análise ser feita
pelo juiz efetivamente competente.

Se a ação transitar em julgado é cabível a NÃO cabe ação rescisória, pois há


ação rescisória. prorrogação da competência.

Alteração superveniente da competência


Mudança superveniente de competência
implica o deslocamento da causa para outro
relativa não produz efeitos.
juízo, exceto a perpetuação da competência.

Partes e procuradores
● CAPACIDADES
• capacidade para ser parte
• capacidade para estar em juízo
• capacidade postulatória
● CAPACIDADE DE SER PARTE (também conhecida como capacidade processual ou judiciária) remete
ao conceito de capacidade civil.

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● CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO (de capacidade processual em sentido estrito, ou legitimatio ad
processum) refere-se ao modo como se exerce a ação e a defesa no curso do processo em relação à
prática de atos processuais.
 TODA pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em
juízo.
 O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei.
 A curadoria do incapaz será determinada em duas situações:
a) quando o incapaz não possuir representante ou assistente; ou
b) quando os interesses do incapaz colidirem com os interesses do representante ou do
assistente.
 O NCPC prevê a designação de curador especial para o réu preso revel e para aqueles que
foram citados por edital ou por hora certa.

CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO – REGRAS ESPECÍFICAS

União AGU

Estados e Distrito Federal procuradores do Estado

Município Prefeito ou procuradores municipais

quem tiver essa prerrogativa de acordo com lei


autarquias e fundações públicas
específica.

massa falida administrador judicial

herança jacente ou vacante curador

espólio inventariante

pessoa jurídica quem o ato constitutivo designar ou seus diretores

sociedade e associações sem personalidade pessoa que for responsável pela administração dos
jurídica bens

gerente, representante ou administrador da filial no


pessoa jurídica estrangeira
Brasil

condomínio administrador ou síndico

 Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual
o espólio seja parte.
 A sociedade ou a associação sem personalidade jurídica NÃO poderá opor a irregularidade
de sua constituição quando demandada.
 O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber
citação para qualquer processo.
● CAPACIDADES PROCESSUAIS (OU POSTULATÓRIA): atributo para que determinada pessoa
possa praticar validamente atos processuais.
 Atributo conferido ao advogado regular perante a OAB e, em situações específicas, à própria parte.

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 Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
➢ Se o autor não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação, o
processo será extinto sem julgamento do mérito.
➢ Se o réu não regularizar a incapacidade processual ou a irregularidade de representação, ele será
revel no processo, considerando-se que se recusou a manifestar-se validamente no processo.
➢ Se for terceiro interessado no processo, poderá ser excluído ou considerado revel.
 Na fase recursal
➢ NÃO conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
➢ Determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
● LEGITIMAÇÃO PARA AGIR
Para encerrar a primeira parte, é importante deixar claro que as capacidades que estudamos acima não
se confundem com a legitimação.
A pessoa, pela simples existência, tem capacidade de ser parte. Digamos que seja plenamente capaz,
não esteja presa e tenha sido citada regularmente, logo, terá também capacidade de estar em Juízo.
Vamos supor, ainda, que essa pessoa tenha constituído advogado de forma regular, que juntou a
documentação nos autos de forma que não há qualquer vício da capacidade postulatória. Na situação
acima, ainda que atendidas as regras relativas à capacidade, pode ocorrer de a parte não ter legitimação
para agir sozinha no processo.
São situações, portanto, que, para além da capacidade, exige-se que duas ou mais pessoa atuem juntas
no processo ou, pelo menos, que ambas as partes (com capacidade de ser parte, de estar em juízo e
postulatória) sejam intimadas.
Essas situações envolvem a denominada legitimação para agir, que está disciplinada nos arts. 73 e 74,
do NCPC.
Conforme o art. 73, os cônjuges somente poderão propor ações que envolvam os bens do casal
conjuntamente. Do mesmo modo, quando demandados em lide que envolva bens do casal, ambos os
cônjuges devem ser citados.
Antes de iniciar, é importante registrar que as regras que veremos abaixo aplicam-se tanto aos cônjuges
(casado por intermédio de contrato solene) como àqueles que convivem em união estável, conforme
expõe o §3º do art. 73:
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
O caput do art. 73 estabelece que os cônjuges somente terão legitimidade para agir se estiverem
juntos nas ações que envolvam direito real imobiliário, a não ser que o casamento se dê em
regime de bens de separação absoluta.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário, SALVO quando casados sob o regime de separação absoluta
de bens.
Deste modo, cabe destacar que não é necessário formar litisconsórcio no polo ativo, basta o
consentimento do cônjuge. Dito de outra forma, a parte poderá agir sozinha desde que tenha obtido o
consentimento do outro cônjuge e isso reste provado no processo.
De acordo com a doutrina6:
Não é caso de litisconsórcio necessário. Trata-se de norma que tem o objetivo de integrar a
capacidade processual ativa do cônjuge demandante. Dado consentimento inequívoco, somente o
cônjuge que ingressa com a ação é parte ativa; o que outorgou o consentimento não é parte na
causa. Nada impede, porém, a formação do litisconsórcio ativo, que é facultativo.
Para fins de prova...

6
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil, 18ª edição, Bahia. Editora Jus Podvim, 2016,
2016, p. 324.

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LEGITIMAÇÃO PARA AGIR DOS CÔNJUGES

Quando demandados:
 devem ser citados quando envolver ação
sobre direito real imobiliário, exceto se
casados em regime de separação total de
bens.
 Ambos os cônjuges deverão,
necessariamente, ser citados nas seguintes
Para propor ação: hipóteses:

 devem ingressar juntos quando envolver  Ação que envolva fatos relacionados a
ação sobre direito real imobiliário, exceto se o ambos os cônjuges.
regime de bens for de separação total.  Ação referente à dívida contraída por um
dos cônjuges a bem de família.
 Ação que tenha por objeto o
reconhecimento, a constituição ou a extinção
de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os
cônjuges.
Por exemplo, ação hipotecária em face de
bens do casal.

 Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor, ou do réu, SOMENTE é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato praticado por ambos.
 A ação de suprimento de vontade de um dos cônjuges poderá ser proposta em duas situações:
➢ negativa de um dos cônjuges sem justo motivo; e
➢ quando for impossível o cônjuge conceder o consentimento.
● DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
 Constitui dever das partes:
• expor fatos conforme a verdade
• não formular pretensão destituída de fundamento
• não produzir provas inúteis/desnecessárias
• informar e atualizar endereços
• cumprir as decisões judiciais e não criar embaraços
• não praticar inovação ilegal no estado de fato ou de bem ou direito litigioso
● ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA x LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
 ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
• O dano é ao Poder Judiciário.
• Multa de até 20% do valor da causa ou multiplicada por até 10 salários mínimos, caso seja
irrisório/inestimável o valor da causa.
• hipóteses: a) não cumprir decisões jurisdicionais; b) criar embaraços à efetivação do processo; e
c) inovação ilegal no estado de fato de bem litigiosos.
• revertido para o fundo de modernização do Poder Judiciário
 LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
• O dano é à parte contrária.

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• Multa de 1 a 10% do valor da causa ou multiplicada por até 10 salários mínimos, caso seja
irrisório/inestimável o valor da causa.
• hipóteses: a) contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; b) alterar a verdade; c) objetivo
ilegal; d) resistência injustificada; e) proceder de modo temerário; f) provocar incidente
manifestamente infundado; e g) recurso manifestamente protelatório.
• revertido para a parte que sofreu o dano
● DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS
 Despesas:
• REGRA DE PAGAMENTO: parte que for vencida na ação.
• SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA: se ambas as partes forem vencedores e vencidos, as despesas serão
distribuídas proporcionalmente, exceto quando houver sucumbência mínima de uma das partes,
hipótese em que a parte que sucumbiu em praticamente todo o objeto da ação será responsável
pela integralidade das despesas do processo.
• LITISCONSÓRCIO: proporcionalmente a seus quinhões.
• ADIANTAMENTO: as despesas devem ser adiantadas pela parte que der causa ao gasto, exceto
se esse requerimento for determinado pelo Juiz ou requerido pelo Ministério Público quando atuar
na condição de fiscal da ordem jurídica, hipótese em que as despesas serão adiantadas pela parte
autora.
• ABRANGÊNCIA: custas dos atos do processo, indenização para viagem, remuneração do
assistente técnico e diária de testemunha.
• JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas pelos
interessados.
• JUÍZOS DIVISÓRIOS: se não houver litígio, serão rateadas as despesas proporcionalmente aos
seus respectivos quinhões.
• ADIANTAMENTO DE DESPESAS REQUERIDOS PELA FAZENDA, MP E DP: há o pagamento apenas
ao final do processo. No caso de perícia, elas serão realizadas por entidades públicas ou
adiantadas pelos cofres públicos, se houver previsão orçamentária.
• ATOS ADIADOS OU REPETIÇÃO NECESSÁRIA: as despesas extras decorrentes serão pagas por
quem der causa.
• ADIANTAMENTO DE ASSISTENTE TÉCNICO: compete à parte que indicou.
• PERÍCIA: será adiantado pela parte que requereu e, quando determinada pelo magistrado ou
requerido por ambas as partes, o custo do adiantamento será dividido.
• ASSISTENTE: condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido
no processo.
 Honorário do advogado
• REGRA: o vencido será o responsável pelo pagamento dos honorários.
• SÃO DEVIDOS DE FORMA CUMULATIVA: sentença de mérito, reconvenção, cumprimento
(provisório ou definitivo), execução (resistida ou não) e recursos.
• CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO PERCENTUAL DE HONORÁRIOS: a) zelo profissional; b) lugar
da prestação dos serviços; c) natureza e importância da causa; e d) trabalho realizado e tempo
dedicado.
• PERCENTUAIS MÍNIMOS E MÁXIMOS: 10 e 20% do valor da condenação, do proveito econômico
obtido com a ação ou sobre o valor da causa.
• AÇÃO DE VALOR INESTIMÁVEL/IRRISÓRIO: caberá ao juiz arbitrar, segundo critérios utilizados
para aferir os percentuais.

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• AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CONTRA PESSOA POR ATO ILÍCITO: para o cálculo do montante da
condenação, consideram-se os valores já devidos (prestações vencidas) e as primeiras 12
parcelas vincendas.
• PERDA DO OBJETO DA AÇÃO: responde pelos honorários a parte que deu causa à perda do objeto.
• HONORÁRIOS EM RECURSO: caberá ao Tribunal majorar o valor dos honorários, levando em
consideração os percentuais máximos (em regra, de 10 a 20%).
• CUMULATIVIDADE: os honorários são cumulativos com multas e outras sanções aplicáveis.
• NATUREZA JURÍDICA DA VERBA: caráter alimentar com preferência creditória.
• PAGAMENTO: o advogado pode requerer que o pagamento seja feito diretamente à sociedade de
advogados e, caso não fixado o valor em sentença, poderá ingressar com ação autônoma para
definição do valor e pagamento.
• JUROS MORATÓRIOS: contam do trânsito em julgado.
• ATUAÇÃO EM CAUSA PRÓPRIA: são devidos, do mesmo modo, os honorários do advogado.
 Regras específicas aplicáveis às despesas e aos honorários advocatícios
• CAUÇÃO DO ESTRANGEIRO RESIDENTE, QUANDO FOR PARTE AUTORA: em regra, será exigido
para fazer frente às despesas e aos honorários de advogado. Não se exige caução: a) em
face de acordo ou tratado internacional, os Estados signatários dispensarem a exigência; b)
nas ações de execução de título extrajudicial e no cumprimento de sentenças; e c) nas
ações de reconvenção.
• LITISCONSORTES: havendo vários autores ou réus vencidos, responderão proporcionalmente
pelas despesas e pelos honorários.
• DESISTÊNCIA, DENÚNCIA e RECONHECIMENTO DO PEDIDO: serão pagos pela parte que desistiu,
renunciou ou reconheceu. Se houver vários, calcula-se o valor proporcionalmente.
• RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO E CUMPRIMENTO: são reduzidos os honorários
pela metade (não se aplica às despesas).
• TRANSAÇÃO: as partes podem estipular quem pagará despesas processuais e, se nada disserem,
será dividido.
• SENTENÇA SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO: somente poderá ser proposta nova ação se pago ou
depositado o valor referente às despesas e aos honorários.
• SUCUMBÊNCIA MÍNIMA: honorários e despesas serão devidos na integralidade pela parte que
sucumbir em praticamente todo o objeto da demanda.
● PROCURADORES
 A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados
do Brasil.
 É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal.
 Situações nas quais é admitida, excepcionalmente, a atuação sem mandato de procuração:
➢ atuação em causa própria (art. 103, parágrafo único, do NCPC);
➢ para evitar preclusão, decadência ou prescrição; e
➢ para praticar ato considerado urgente.

PROCURAÇÃO

... GERAL DE FORO ... ESPECÍFICA

Habilita o advogado para a prática de Exige-se menção específica na procuração para:


todos os atos do processo.  citar

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 confessar
 reconhecer a procedência do pedido
 transigir
 desistir
 renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação
 receber
 dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração
de hipossuficiência econômica.

 Pode ser assinada digitalmente.


 Deve conter: nome do advogado, número e endereço. Se o advogado integrar sociedade de
advogados será necessário indicar o nome, o número e o endereço da sociedade.
 A procuração constituída na fase de conhecimento será válida para todo o processo, exceto se
houver alguma restrição estipulada contratualmente.

 Direitos assegurados aos advogados:


1º DIREITO: examinar processos em cartório.
2º DIREITO: requerer vista do processo pelo prazo de 5 dias, quando tiver procuração.
3º DIREITO: retirar os autos da secretaria quando couber falar nos autos.
 Denúncia do mandato
• O advogado que renunciar deve:
• comprovar que comunicou a renúncia à parte;
• permanecer representante por mais 10 dias, para evitar prejuízo ao representado.
● SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES: No curso do processo, somente é lícita a
sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei.
Juiz e Auxiliares da Justiça
● PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADE JUIZ
 assegurar a igualdade de tratamento;
 velar pela duração razoável do processo;
 prevenir e reprimir atos contrários à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente
protelatórias;
 adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias;
 promover a autocomposição;
 dilatar prazos e alterar a ordem produção dos meios de provas de acordo com as necessidades do
conflito;
 exercer o direito de política;
 determinar o comparecimento pessoa para inquirir partes (não gera confissão);
 buscar o conhecimento de mérito com o suprimento de pressupostos processuais e saneamento de
vícios processuais;
 representar para a coletivização de demandas no caso de direitos individuais homogêneos.
● PROIBIÇÃO DO NON LIQUET  o juiz NÃO se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou
obscuridade do ordenamento jurídico.

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 O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
● PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA - o juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes,
sendo-lhe VEDADO conhecer questões não suscitadas, a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
● RESPONSABILIDADE CIVIL DO MAGISTRADO
• agir com dolo ou fraude no desempenho de suas funções; e
• recursar, omitir ou retardar providência que deveria ordenar de ofício quando o pedido não for
apreciado no prazo de 10 dias.
● IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO

presunção absoluta de parcialidade presunção relativa de parcialidade

Circunstâncias objetivas:
 mandatário da parte, perito, membro do MP ou
testemunha.
 decidiu no feito em outro grau de jurisdição
Circunstâncias subjetivas:
 advogado, defensor ou membro do MP (+
 amigo íntimo ou inimigo da parte ou advogado.
cônjuge/companheiro ou parente até 3º)
 receber presentes de pessoa com interesse na
 cônjuge/companheiro ou parente até 3º for
causa.
parte no processo.
 aconselhar ou subsidiar as despesas do
 sócio ou membro de direção ou de
processo (após iniciado o processo).
administração de PJ parte no processo.
 credor ou devedor da parte
 herdeiro presuntivo, donatário ou empregador
(cônjuge/companheiro ou parente até 3º).
 relação de emprego ou prestador de serviços de
 interessado no julgamento do processo.
instituição parte no processo.
 cônjuge/companheiro ou parente até 3º for
advogado ou atue no escritório.
 promover ação contra parte ou advogado.

Violação gera nulidade mesmo se não arguida


Não gera nulidade
oportunamente

Enseja ação rescisória Não enseja ação rescisória

Arguição por incidente no prazo de 15 dias a


Arguição por incidente a qualquer tempo
contar do conhecimento do fato

 será considerada ilegítima a alegação de suspeição:


• se a própria parte que alegar a suspeição a provocar.
• se a parte que alegar a suspeição já tiver praticado ato no processo que implique a aceitação
tácita do magistrado.
● Quando 2 ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo impede que o outro nele atue,
caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.

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● HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (arts. 144/5)
• aplica-se
• magistrado
• MP
• auxiliares de justiça
• sujeitos imparciais do processo
• não aplica
• testemunha

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Petição (prazo de 15 dias a contar
do conhecimento do fato)

o juiz reconhece o O juiz não reconhece


impedimento ou a o impedimento ou a
suspeição suspeição

autos encaminhados petição autuada em


ao substituto apartado

em 15 dias, o juiz arguido deve


apresentar defesa e provas

sem efeito suspensivo: o


processo principal continua o remessa tribunal
curso

definição dos distribuído ao


efeitos relator

com efeito suspensivo: o


processo principal ficará acolhida rejeição
suspenso

encerra-se o
fixa-se o momento a partir incidente
atos urgentes serão do qual o juiz não poderia
praticados pelo atuar se estiver impedido
substituto legal ou suspeito, com decreto
de nulidade dos atos
afetados

recurso

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● AUXILIARES DA JUSTIÇA
• chefe de secretaria e oficial de justiça
• perito
• depositário e administrador
• intérprete e tradutor
• conciliadores e mediadores judiciais
 Escrivão ou chefe de secretaria e oficial de justiça
• É a estrutura mínima de uma unidade funcional judiciária, que se denomina de cartório ou de
secretaria.
 Atribuições do escrivão/chefe de secretaria:
• Redação de ofícios, de mandados, de cartas precatórias e demais atos.
• Efetivar as ordens judiciais.
• Atuar nas audiências.
• Guarda e responsabilidade dos autos dos processos.
São exceções à guarda dos autos:
a) conclusão (com o juiz para despacho, decisão ou julgamento);
b) vistas (advogado, defensor público, membro do Ministério Público ou Fazenda Pública);
c) remessa ao contador ou repartidor; e
d) remessa a outro juízo por modificação da competência.
• Fornecimento de certidões.
• Prática de atos meramente ordinatórios.
 ordem de publicação e efetivação
• cronológica
• preferência
• atos declarados urgentes
• preferências legais
 Incumbe ao oficial de justiça:
• Executar as ordens determinadas pelo magistrado, com devolução posterior do mandado.
• Auxiliar no exercício do poder de polícia pelo magistrado.
• Certificar proposta de conciliação.
 Responsabilização civil do chefe de secretaria e do oficial de justiça
• recusa cumprir atribuições no prazo legal ou fixado pelo juiz
• prática de ato nulo com dolo ou culpa

 Perito
• Auxiliar ocasional que atuará apenas quando necessária a produção de prova técnica.
• Para a definição do perito temos dois modos:
1º - formação de cadastro de órgãos
2º - na hipótese de não haver perito inscrito para a localidade no cadastro, o magistrado
poderá nomear livremente profissional ou órgão técnico ou científico para realização da perícia.
• PRAZO PARA ESCUSA

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• 15 dias
• a contar da intimação OU
• do fato, se derivado de causa superveniente
• RESPONSABILIZAÇÃO DO PERITO
• se agir com dolo ou culpa e prestar informações inverídicas
• responsabilidade civil pelos danos causados
• inabilitação para outras perícias pelo prazo de 2 a 5 anos
• comunicação ao órgão de classe para medidas cabíveis
 Depositário e Administrador
• responsável pela guarda e manutenção;
• receberá contraprestação e ressarcimento de despesas;
• admite-se a nomeação de prepostos para auxiliá-lo;
• se, por dolo ou culpa, causar prejuízo, deve indenizar e perde a contraprestação, mas terá direito
ao ressarcimento de despesas;
• depositário infiel sofre responsabilização civil, penal e sanção por ato atentatório à dignidade da
justiça (na forma do art. 77, do NCPC).

O depositário ou administrador é uma figura comum no processo civil. Sempre que houver apreensão
judicial de bens, o juiz poderá nomeá-los para a guarda e conservação. Embora não seja objeto do
estudo da aula de hoje, é possível que o próprio executado ou o demandado assuma a guarda dos bens.
Pergunta-se:
 Intérprete e Tradutor
• ATUAÇÕES:
o Para traduzir documento escrito em língua estrangeira;
o Para traduzir depoimentos colhidos em língua estrangeira dos depoentes que não
conhecerem o idioma nacional; e
o Para realizar interpretação simultânea dos depoimentos quando a parte ou a testemunha
se comunique por intermédio de LIBRAS.
• NÃO PODEM ATUAR COMO INTÉRPRETES OU TRADUTORES
o caso se enquadrem nas hipóteses de impedimento (art. 144) ou de suspeição (art. 145)
o se não tiver a livre administração dos bens
o se for arrolado como testemunha ou se atuar como perito no processo
o se estiver inabilitado para o exercício da profissão, em face de sentença penal
condenatória, pelo período que durar os efeitos da pena
 Conciliadores e Mediadores Judiciais
• O conciliador atua preferencialmente em casos em que não haja vínculo entre as partes,
podendo sugerir solução (sem intimidar ou constranger).
• O mediador atua preferencialmente em casos em que haja vínculo entre as partes, atuando
como facilitador para que as partes identifiquem a solução consensual.
• Princípios: a) imparcialidade; b) autonomia da vontade; c) confidencialidade; d) oralidade; e)
informalidade; f) decisão informada.

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• Aos conciliadores e mediadores: a) aplicam-se as regras de impedimento e de suspeição; b)
advogado não pode atuar como conciliador ou mediador perante o juízo que atua como
procurador; c) uma vez atuado como conciliador ou mediador da parte não pode ser assessor,
representante ou procurador das partes pelo prazo de 1 ano; d) gera exclusão por até 180
dias: i) agir com dolo ou culpa; ii) violar dever de confidencialidade; e iii) atuar embora
impedido ou suspeito.
• Atividade, em regra, remunerada, exceto: a) trabalho voluntário; b) mínimo exigido das
câmaras privadas para gratuidade da justiça; c) servidores públicos mediadores e
conciliadores, cuja remuneração se dá por intermédio dos cofres públicos.
• As partes podem escolher entre mediadores e conciliadores: a) pessoas naturais cadastradas;
b) câmaras privadas; ou c) servidores, se houver.
• A fim de subsidiar a escolha são divulgados (ao menos anualmente): a) número de processos
que atuou; b) desempenho; e c) áreas de atuação.

Negócio Jurídico Processual


● CONCEITO: fato jurídico voluntário em que as partes regulam, dentro dos limites fixados no próprio
ordenamento jurídico, certas situações jurídicas processuais ou alteram o procedimento.
 Abrange apenas direitos que admitem a autocomposição.
 As partes podem estipular regras procedimentais ou dispor sobre posições processuais (ônus, poderes,
faculdades e deveres).
 Pode ser firmado antes ou durante o processo.
 Não há necessidade de participação do Juiz, muito menos de homologação judicial, contudo, o
magistrado deverá controlar a legalidade, anulando cláusula de adesão abusiva e quando o negócio for
estipulado com parte em situação de vulnerabilidade.
 Trata-se de uma cláusula geral, de forma que as partes possuem liberdade para estabelecer negócios
jurídicos processuais.
 Princípio do respeito ao autorregramento da vontade das partes.

Calendário Procedimental
● CONCEITO: técnica processual voltada para a gestão eficiente do tempo no processo, NO QUAL o juiz
e as partes, em regime de diálogo, podem acertar datas para a realização dos atos processuais.
 Possibilidade de as partes e o juiz fixarem calendário para a prática dos atos processuais.
 Dispensa a obrigatoriedade de intimação para os atos previstos no calendário.
 Regra de efetividade e celeridade processual, que implica a desburocratização do processo e segurança
jurídica.
 Somente é possível alterar a data do calendário previamente fixado, em situações excepcionais e
mediante justificativa.

Atos processuais
● FORMA: diz respeito à forma como o ato se exterioriza;
● TEMPO: diz respeito ao momento em que o ato é praticado;
●LUGAR: diz respeito ao espaço físico em que o ato é realizado.

Forma dos Atos Processuais


● SISTEMA DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
 em regra, os atos processuais independem de forma pré-determinada;

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 excepcionalmente, devem ser praticados na forma legalmente prevista; e
 ainda que realizado irregularmente, se o ato atingir a finalidade, restará convalidado.
● Os atos processuais são, EM REGRA, públicos.
 EXCEÇÕES
• Interesse público ou interesse social;
• Ações sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
• Intimidade com sede constitucional;
• Cláusula de confidencialidade em juízo arbitral.
Nas hipóteses de exceções: acessam-se os autos apenas as partes e os respectivos procuradores;
e o terceiro juridicamente interessado terá acesso apenas ao dispositivo da sentença e, se for o caso,
do inventário e da partilha.
● ATOS DAS PARTES
 produção de efeitos de forma imediata.
 consequências:
• a irretratabilidade, uma vez que os efeitos são imediatos; e
• a preclusão consumativa, uma vez que a prática do ato pela parte exaure a prerrogativa de fazê-
lo.
 Veda-se o uso de cotas marginais e interlineares. O juiz mandará riscar e multará a parte em ½ salário
mínimo.
● PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ
 O juiz pratica atos materiais (presidência da audiência) e pronunciamentos judiciais.
 A SENTENÇA e a decisão que colocam fim à fase de conhecimento, extingue a execução ou o que
for previsto como sentença em procedimento especial.
 A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA constitui decisão que resolve incidente sem pôr fim ao processo.
 O DESPACHO envolve pronunciamentos judiciais sem caráter decisório.
 O ACÓRDÃO constitui decisão que põe fim à fase de conhecimento, que extingue a execução e que
resolve incidentes no processo no âmbito dos tribunais.
● ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA
 São responsáveis pelo protocolo, registro, distribuição (se houver) e autuação.
 Todos as peças e documentos devem ser numerados e rubricados, inclusive termos, vistas e conclusão.
 Admite-se o uso de formas abreviadas (taquigrafia e estenotipia) para o registro de atos processuais.

Tempo dos Atos Processuais


● REGRA: praticados entre as 6 e 20 horas, em dias úteis (de segunda a sexta). Há possibilidade de
prorrogação para além das 20 horas quando houver possibilidade de prejudicar a diligência ou resultar
em grave dano.
● Citações, intimações, penhoras e atos relativos a tutelas de urgência podem ser realizadas fora do
horário e, inclusive, em dias não úteis.
● FÉRIAS FORENSES: em regra, suspende o prazo. Não há suspensão excepcionalmente nos casos de
jurisdição voluntária, de atos necessários à conservação de direitos quando causar prejuízos em face do
adiamento, de ação de alimentos, e processos de nomeação ou remoção de tutor e curador e quando a
lei prever.

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● São considerados FERIADOS os dias declarados em lei, sábados, domingos e dias sem expediente
forense.

Lugar dos Atos Processuais


● REGRA: praticados na sede do Juízo
● EXCEÇÕES:
 deferência;
 interesse da justiça;
 natureza do ato;
 obstáculo arguido pelo interessado e acolhi pelo magistrado.

Prazos
● CONCEITO: lapsos temporais que existem entre dois termos (termo inicial, dies a quo, e termo final,
dies ad quem) dentro dos quais se prevê a oportunidade para uma ação ou omissão.
● CLASSIFICAÇÃO
a) pela sua origem: legais, judiciais ou convencionais.
b) quanto às consequências de seu descumprimento: próprios ou impróprio, que se subdividem-se
em ordinário ou anômalo.
c) quanto à exclusividade do destinatário: comum ou particulares.
 A classificação entre prazos dilatórios e peremptórios não faz mais sentido no NCPC.
● PRAZO SUBSIDIÁRIO E PRAZO PARA COMPARECIMENTO
 INTIMAÇÃO PARA COMPARECIMENTO (antecedência mínima): 48 horas
 PRAZO SUBSIDIÁRIO: 5 dias
● ATO PROCESSUAL PREMATURO: será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo
inicial do prazo.
● CONTAGEM DOS PRAZOS
 Os prazos são contados apenas de segunda a sexta-feira. Essa modalidade de contagem não se
aplica a prazos materiais.
 Haverá a suspensão do prazo em sábados, domingos, feriados e em dias sem expediente forense.
 Haverá suspensão dos prazos entre os dias 20/dez a 20/jan. E não haverá audiência ou sessão de
julgamento.
 Haverá suspensão do prazo por obstáculo criado pela parte ou pela suspensão do processo (art. 313,
do CPC).
 Haverá suspensão do prazo quando houver instituição de programa de autocomposição pelo Poder
Judiciário.
 Haverá prorrogação do prazo, por até 2 meses, quando se tratar de unidade judiciária de difícil acesso.
 Haverá prorrogação do prazo em situação de calamidade, podendo ultrapassar os 2 meses, a depender
da situação concreta.
 Os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
 A citação, a notificação ou a intimação podem ocorrer de diversas formas no processo. Em razão disso,
temos momentos distintos para que o prazo se inicie:

FORMA COMEÇO DO PRAZO

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Pelos Correios Juntada aos Autos do Aviso de Recebimento.

Por oficial de Justiça Juntada aos Autos do Mandado Cumprido.

Por ato do escrivão ou do chefe de


Na data atestada.
secretaria

Por edital Dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo Juiz.

Dia útil seguinte à consulta ou ao término do prazo para


Via eletrônica
consultar (10 dias).

Por Diário de Justiça Data da publicação.

Por retirada dos autos de cartório. Dia da carga.

● RENÚNCIA DO PRAZO
 somente é possível a renúncia quando se tratar de prazo estabelecido exclusivamente a seu favor.
 deve renunciar de modo expresso, com petição nos autos.
● PRAZOS DO JUIZ
 DESPACHOS: 5 dias
 DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 10 dias
 SENTENÇA: 30 dias
● PRAZOS DOS SERVIDORES
 REMETER OS AUTOS CONCLUSOS: 1 dia
 EXECUTAR: 5 dias
● PRAZOS EM CASO DE LITISCONSÓRCIO (por procuradores diferentes, de escritórios distintos)
 para todas as manifestações;
 para qualquer juízo ou tribunal; e
 independe de requerimento da parte.
● VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E DAS PENALIDADES
 em relação aos servidores públicos: instauração de processo administrativo.
 em relação às partes no processo:
1 – preclusão; e
2 – no caso de excesso de prazo na carga dos autos:
 perda do direito de vista fora do cartório. Dito de outro modo, a parte não poderá retirar os
autos físicos em carga.
 multa no valor de ½ salário mínimo.
 comunicação ao órgão de classe para apuração disciplinar (por exemplo, OAB, Conselho Superior
do Ministério Público, entre outros).
 em relação aos magistrados:
 representação à corregedoria do tribunal respectivo; e
 representação ao CNJ.

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 procedimento da representação:
1º – ajuizamento da representação (corregedoria ou CNJ);
2º - oitiva prévia do Juiz;
3º - verificação se é caso de arquivamento limitar;
4º - instauração do procedimento;
5º - intimação do representado (no caso, o juiz supostamente incorreu em excesso de prazo)
para se manifestar no prazo de 15 dias;
6º - adoção das medidas administrativas cabíveis no prazo de 48 horas;
7º - determinação para que o juiz pratique o ato processual que gerou a representação no prazo
de 10 dias;
8º - não praticado o ato no prazo de 10 dias, será determinado que o substituto o faça em 10
dias.

Comunicação dos Atos Processuais


PRINCIPAIS INFORMAÇÕES

CITAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO

• utilizada para citar empresas privadas (com exceção de microempresas e empresas de


pequeno porte);
• utilizada para citação da Fazenda Pública (federal, estadual, distrital ou municipal);
• exige prévio cadastro no sistema eletrônico processual para que seja viabilizada; e
• considera-se citação pessoal.

CITAÇÃO PELOS CORREIOS

• regra;
• não pode ser utilizada: ações de estado, ação contra incapaz, contra pessoa jurídica de
direito público, contra pessoa que reside em local não atendido pelos Correios ou
quando o autor requerer, justificadamente, outra modalidade;
• requisitos da carta: cópia da inicial e do despacho/decisão do juiz, referência ao prazo
para a resposta, endereço do juízo e indicação do cartório; e
• será encaminhada por aviso de recebimento; e
• considera-se citação pessoal.

CITAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA

• requisitos do mandado: nome e endereço das partes, finalidade da ação, referência ao


prazo para contestar/embargar, consequência (sanção) pelo descumprimento da
ordem, se houver, intimação para comparecer em juízo para audiência, se houver, cópia
da petição inicial e do despacho/decisão que determina a citação, assinatura do chefe
de cartório;
• deve-se colher assinatura e entregar contrafé (no caso de recurso de assinar ou receber
contrafé, deve-se certificar);
• considera-se citação pessoal, em regra;
• citação ficta por hora certa, quando houver suspeita de ocultação. Nesse caso, o oficial
deverá comparecer por duas vezes, oportunidade em que avisará da intimação no dia
útil seguinte em hora marcada, sob pena de citar o réu em nome de familiar, vizinho
ou porteiro.

CITAÇÃO POR EDITAL

• feita subsidiariamente;
• hipóteses: desconhecido ou incerto o citando, ignorado, incerto e inacessível o
domicílio/residência do citando e nos casos expressos em lei.

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• requisitos do edital: circunstâncias que o autorizam, publicação na internet (Tribunal e
CNJ) e certidão nos autos, prazo de 20 a 60 dias e advertência de nomeação de curador
caso o réu seja revel.
• multa: ao autor que, dolosamente, provocar a citação por edital quando conhecido ou
acessível o endereço (reverte a multa em favor do citando)

Formação, Suspensão e Extinção do Processo

● FORMAÇÃO

 com a citação válida; e

 aplicam-se os efeitos do processo ao réu após a citação válida.

● SUSPENSÃO

 conceito: suspensão do curso do procedimento, a paralisação da marcha processual, com o veto a que
se pratiquem atos processuais.

 hipóteses:

• Suspende-se o processo quando houver morte ou perda da capacidade processual das partes, do
representante legal ou do advogado.

• Suspende-se o processo por convenção das partes (máximo de 6 meses, podendo ser
sucessivamente convencionado).

• Suspende-se o processo por impedimento ou suspeição.

• Suspende-se o processo por admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas.

• Suspende-se o processo por prejudicidade ou preliminaridade de processos (subordinação entre


processos)

• Suspende-se o processo por questões preliminares, por, no máximo, 1 ano (verificação de fato
ou produção de provas).

• Suspende-se o processo em razão de força maior.

• Suspende-se o processo quando se discutir questão decorrente de acidente e fatos da navegação


de competência do Tribunal Marítimo.

• Suspende-se o processo nas demais hipóteses previstas no NCPC.

 No período de suspensão do processo é vedada a prática de quaisquer atos processuais.


Excepcionalmente, alguns atos podem ser praticados. Isso ocorrerá quando envolver a realização de
atos urgentes para evitar danos irreparáveis.

 Quando a análise de processo civil depender de averiguação de fato delituoso, ou seja, de conduta
apurada no âmbito criminal, é possível a suspensão do processo para aguardar a decisão da Justiça
Criminal.

• Suspensão por ação prejudicial

• Suspensão por 3 meses para ajuizamento da ação penal

• Suspensão por 1 ano para julgamento da ação penal

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● EXTINÇÃO: a sentença extingue o processo, com ou sem resolução de mérito. No caso de a decisão
se dar sem análise de mérito, dada a norma fundamental que impõe o dever de o magistrado perseguir
uma solução integral de mérito, é necessário que se intime a parte prejudicada para que, se possível,
possa corrigir o vício.

Procedimento Comum

● INTRODUÇÃO

 Fases do processo:

a) postulatória – propositura da ação;

b) organizatória – eventuais diálogos com as partes a fim de emendar ou de complementar a


inicial, indeferi-la, julgar liminarmente o pedido, citação do réu, conciliação e mediação, defesa e
reconvenção.

c) instrutória – produção de provas;

d) decisória - sentença; e

e) executória – satisfação do direito.

● Petição Inicial

 Conceito: instrumento da demanda.

 Efeitos:

• Com a protocolização da petição inicial temos a propositura da ação.


• Com o registro ou distribuição decorrem dois efeitos relevantes:
1º EFEITO: perpetuatio jurisdicionis

1º EFEITO: prevenção

 Requisitos:

• 1º requisito: a petição inicial é escrita (escritura).

• 2º requisito: indicação do juízo (conforme as regras de competência)

• 3º requisito: qualificação das partes.

• 4º requisito: causa de pedir.

• 5º requisito: pedido, que constitui o objeto da demanda.

• 6º requisito: valor da causa.

• 7º requisito: protesto genérico por provas.

• 8º requisito: opção pela realização da audiência de conciliação e mediação.

• 9º requisito: documentos indispensáveis.

• 10º requisito: capacidade postulatória de quem assina a petição.

• 11º requisito: requisitos específicos previstos.

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E se não estiverem todos presentes? SERÁ DETERMINADA A EMENDA OU A COMPLEMENTAÇÃO DA
PETIÇÃO INICIAL

• HIPÓTESES

• Faltar requisito da petição inicial

• Existir defeito ou irregularidade capaz de dificultar o julgamento de mérito.

• PRAZO

• 15 dias

● PEDIDO: objeto do processo.

 Espécies

➢ Pedido Certo: pedido expresso.


➢ Pedido Sucessivo: vários pedidos formulados com ordem de preferência.
➢ Pedido Determinado: pedido delimitado.
➢ Pedido Alternativo: vários pedidos formulados sem ordem de preferência.
➢ Pedido Subsidiário: pede-se o acolhimento do pedido subsidiário na hipótese de não ser acolhido
o principal.
 Requisitos para a cumulação de pedidos

➢ compatíveis entre si;


➢ competente para conhecer deles o mesmo juízo;
➢ adequado, para todos os pedidos, o tipo de procedimento.
 Interpretação dos pedidos e pedidos implícitos: na interpretação do pedido levar-se-á em consideração
o conjunto da postulação e observar-se-á o princípio da boa-fé.

 pedido implícito: aquele que, embora não explicitado no instrumento da postulação, compõe o objeto
litigioso do processo (mérito) em razão de determinação legal. Mesmo que a parte não peça, deve o
magistrado examiná-lo e decidi-lo. São pedidos implícitos:

➢ juros legais;
➢ ressarcimento de despesas processuais e honorários de sucumbência; e
➢ correção monetária.
 Pedido em obrigação indivisível: aquele que NÃO participou do processo receberá sua parte, deduzidas
as despesas na proporção de seu crédito.

 Modificação do pedido:

• antes da citação: pode ocorrer por liberalidade da parte autora

• após a citação até o saneamento: depende de consentimento da parte ré

• após o saneamento: não será admitido, pois a lide é estável

● ADMISSIBILIDADE DA AÇÃO

 Emenda: determinar a emenda: quando forem identificados vícios sanáveis no processo.

 Indeferimento:

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➢ sem julgamento de mérito:
Inépcia da petição inicial: a) faltar pedido ou causa de pedir; b) pedido indeterminado
(exceto se for caso legal de pedido genérico); c) falta de lógica entre narração e conclusão;
e d) pedidos incompatíveis

Manifestamente ilegítima

Faltar interesse processual

Não manter endereço atualizado quando atuar em causa própria ou não proceder à
emenda.

➢ Com julgamento de mérito:


Pedido contrário a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça.

Pedido contrário a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos.

Pedido em sentido adverso a entendimento firmado em incidente de resolução de


demandas repetitivas ou de assunção de competência;

Pedido contrário a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Pedido contrário ao reconhecimento da prescrição e da decadência.

● AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO

 Se a petição inicial não for indeferida e se, eventualmente, não for caso de improcedência liminar,
com ou sem resolução de mérito, o juiz designará audiência de conciliação e mediação com antecedência
mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com, pelo menos, 20 dias de antecedência.

 NÃO SERÁ REALIZADA A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO SE

• ambas as partes manifestarem desinteresse na composição consensual

• não for admissível a autocomposição

 NÃO COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E DE MEDIAÇÃO

• ato atentatório à dignidade da Justiça

• multa no valor de até 2% da vantagem econômica ou valor da causa

• montante revertido à União ou ao Estado

● RESPOSTAS DO RÉU

 O RÉU PODE:

• reconhecer a procedência do pedido formulado pela parte autora;


• efetuar requerimento avulso de desmembramento do litisconsórcio multitudinário na hipótese do
art. 113, §2º, do NCPC;
• contestar;
• reconvir;
• arguir hipótese de impedimento ou de suspeição; ou

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• ser revel.
 Contestação

➢ O instituto é regido por dois princípios basilares:


• PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

• CONCEITO

• o réu deve concentrar toda a matéria de defesa na contestação.

• EXCEÇÕES

• direito ou fato superveniente

• matéria cognoscível de ofício

• quando a lei permitir a alegação posterior à contestação

• PRINCÍPIO DA IMPGUNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FATOS

• CONCEITO

• o réu deve atacar ponto a ponto, sob pena de presunção do alegado pelo autor.

• NÃO GERAM PRESUNÇÃO

• fatos que não for possível confessar

• se a petição inicial não estiver acompanhada de documentos que a lei considerar


essencial

• se o fato estiver contraditado pela defesa no seu conjunto

• se a defesa for produzida por defensor público, advogado dativo ou curador


especial

 PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO NO NCPC

• inexistência ou nulidade da citação

• incompetência absoluta e relativa

• incorreção do valor da causa

• inépcia da petição inicial

• perempção

• litispendência

• coisa julgada

• conexão

• incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização

• convenção de arbitragem

• ausência de legitimidade ou de interesse processual

• falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar

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• indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça

 Forma e prazo

• Os requisitos da contestação são semelhantes aos da petição inicial. Deve conter, portanto, nome
e prenome das partes, sem necessidade de qualificação, pois já fora feita na inicial. Deve conter,
ainda, endereçamento ao juízo da causa, documentos indispensáveis, requerimento de provas,
apresentação dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa.
• O prazo para contestar é de 15 dias (úteis). REGRAS DE CONTAGEM:
1ª REGRA: houve audiência de conciliação e mediação.

Nesse caso, o prazo de 15 dias é contado da audiência ou da última sessão de


conciliação ou de mediação, caso haja várias delas.

2ª REGRA: não houve audiência porque o réu peticionou informando que não deseja
participar da sessão de conciliação e de mediação.

O prazo de contestação será contado do protocolo do pedido de


cancelamento da audiência.

3ª REGRA: se houver litisconsortes.

Nesse caso, o prazo conta de forma individualizada para cada litisconsorte.

4ª REGRA: se não houver audiência de conciliação e de mediação.

Nos casos em que o direito não admitir composição, o réu será citado na forma
tradicional, por carta ou por mandato, situação em que o prazo irá iniciar a partir
da juntada aos Autos do mandato de citação.

 Reconvenção

• A reconvenção é uma ação inversa, em que o demandado propõe contra a parte autora um pedido
próprio, que irá ampliar o objeto da demanda.
• a reconvenção deve ter:
o conexão com a ação principal; ou
o com o fundamento da defesa.
• Segundo a doutrina, são requisitos para a reconvenção:
o Existência de uma causa pendente;
o Apresentação da reconvenção no prazo da contestação;
o O juízo da causa principal deve ser também competente para analisar a reconvenção;
o Os procedimentos da ação e da reconvenção devem ser compatíveis, uma vez que são
processados conjuntamente; e
o Há necessidade de identificação de conexão ou correlação com os fundamentos da defesa.
Audiência de instrução e julgamento
● FASES: abertura > tentativa de conciliação > instrução > debates > decisão > documentação.

ABERTURA: declaração de abertura pelo magistrado seguida do pregão pelo servidor.

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Tentativa de Conciliação: realizada independentemente da existência de outras tentativas de solução
consensual do conflito.

INSTRUÇÃO: colheita de provas.


1º - provas periciais;
2º - depoimento do autor e, após, do réu; e
3º - testemunhas do autor e, após, do réu.

DEBATES
 REGRA: 20 minutos, na seguinte ordem: a) autor; b) réu; e c) MP (se houver).
 PRORROGAÇÃO: 10 minutos (a critério do juiz).
 QUANDO HOUVER LITISCONSORTES OU TERCEIRO INTERVENIENTE: 30 minutos para ambos que
será dividido de forma igual (15 para cada), salvo convenção em sentido diverso.
 QUESTÕES COMPLEXAS: memoriais escritos no prazo de 15 dias (prazos sucessivos).

DECISÃO: prazo de 30 dias para proferir a sentença


 prazo impróprio e não preclusivo.

DOCUMENTAÇÃO: lavratura de termos

● DEMAIS REGRAS
 poder de polícia pelo magistrado (manutenção da ordem e do decoro, determinação para retirada em
caso de comportamento inconveniente, possibilidade de requisição policial, tratamento com urbanidade
e registro em ata dos requerimentos).
 adiamento da audiência:
1º - convenção das partes;
2º - não comparecimento justificado da parte quando necessária a presença;
3º - atraso injustificado superior a 30 minutos.

Provas
● DUAS GRANDES PARTES: teoria geral e provas em espécie.
● CONCEITO: a prova constitui um instrumento para a formação do convencimento do juiz
sobre os fatos que são objeto da atuação jurisdicional.

Teoria Geral das Provas


● PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE DOS MEIOS DE PROVA: as partes têm o direito de empregar todos os
meios legais, bem como os moralmente legítimos, AINDA QUE não especificados neste Código, para
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do
juiz.
● PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ:
 O juiz irá fixar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
 A parte poderá requerer a prova, contudo, o magistrado poderá indeferir as provas que entender
inúteis ou protelatórias.
 O juiz também poderá, de ofício, determinar a relação de provas, ainda que não requeridas pelas
partes.

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● PRINCÍPIO DO CONVENCIMENTO MOTIVADO E DA COMUNHÃO DA PROVA
 O primeiro deles é o princípio do convencimento motivado, que destaca o sistema da persuasão
racional do juiz, ao conferir ao magistrado liberdade para apreciar a prova.
 O segundo é o princípio da comunhão das provas, segundo o qual entende-se que as provas
produzidas no processo são compartilhadas entre as partes envolvidas, embora seja dirigida
principalmente ao magistrado para que ele possa formar a convicção e proferir a sentença de forma
fundamentada.
● PROVAS EMPRESTADAS
 conceito: transporte da prova do primeiro para o segundo processo a fim de que sejam utilizadas
como provas documentais.
 requisitos:
a) produção regular no processo de origem;
b) observância do contraditório no processo de origem;
c) observância do contraditório no processo de destino.
 A admissão da prova emprestada é faculdade do juiz;
 O magistrado é livre para apreciar a prova emprestada, atribuindo fundamentadamente o valor que
entender razoável;
 Deve ser observado o contraditório antes da decisão que admite a prova emprestada.
● DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
 regra estática de distribuição [regra de sentença]
• o autor deve provar o fato constitutivo
• o réu deve provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
 regra dinâmica de distribuição [regra de instrução]
• pelo magistrado (ope judicis) quando há:
o impossibilidade de quem deveria provar
o dificuldade de acesso à prova por quem deveria provar
o facilidade de acesso pela outra parte
• por convenção das partes (convencional), exceto se extremamente difícil ou impossível o acesso
à prova pela outra parte; ou tratar-se de direito indisponível
• lei específica prever regra do ônus (inversão ope legis)
● FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA
 Fatos notórios são aqueles que não dependem de prova para serem admitidos como verdadeiros no
processo.
 Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela parte contrária.
 Fatos admitidos no processo como incontroversos.
 Fatos em cujo favor milita presunção legal de veracidade.
● DEMAIS DISPOSITIVOS GERAIS DE PROVA
 compete à parte provar teor e vigência de
• direito municipal
• direito estadual
• direito estrangeiro
• direito consuetudinário

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Produção Antecipada da Prova
● Hipótese de cabimento: a) IMPOSSIBILIDADE ou DIFICULDADE PARA REALIZAÇÃO POSTERIOR; b)
POSSIBILIDADE DE AUTOCOMPOSIÇÃO ou OUTRA SOLUÇÃO DO CONFLITO; e c) conhecimento do fato
possa JUSTIFICAR OU EVITAR A AÇÃO.
● A COMPETÊNCIA para a ação de produção de provas antecipada é: a) juiz do foro do local em que deve
ser produzida a prova ou o foro do domicílio do réu.
● A ação de produção antecipada de provas NÃO PREVINE a ação decorrente em que a prova produzida
antecipadamente possa ser utilizada.
● NÃO será admitido recurso, EXCETO no caso de indeferimento TOTAL do requerimento originário de
produção antecipada de provas.
● Deve constar da petição de prova antecipada a: a) indicação da razão que justifica o pedido; b)
indicação dos fatos sobre os quais recairá a prova.
● Realizada a prova, os autos permanecerão em cartório para que os interessados possam extrair cópia
ou certidão pelo período de 1 mês, após, os autos serão entregues ao promovente da ação.

Sentença - Disposições Gerais

 CONCEITO LEGAL DE SENTENÇA

 aquilo que o procedimento especial disciplinar como sentença;

 no procedimento comum é o pronunciamento que põe fim à fase cognitiva;

 pronunciamento que extingue a execução.

 CONCEITO DOUTRINÁRIO DE SENTENÇA: ato jurídico do qual decorre uma norma jurídica
individualizada, ou simplesmente norma individual, que se diferencia das demais normas jurídicas (leis,
por exemplo) em razão da possibilidade de tornar-se indiscutível pela coisa julgada.

 SENTENÇA TERMINATIVA E DEFINITIVA

 SENTENÇA TERMINATIVA - sem análise do mérito (art. 485, do NCPC)

 SENTENÇA DEFINITIVA - com análise do mérito (art. 487, do NCPC)

 SENTENÇA TERMINATIVA – HIPÓTESES

▪ INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.


▪ NEGLIGÊNCIA DAS PARTES (AMBAS).
▪ ABANDONO DA CAUSA (PELO AUTOR).
▪ AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS COMO REQUISITO DE EXISTÊNCIA E VALIDADE DO PROCESSO.
➢ pressupostos de existência:
o subjetivos
▪ juiz - investido de jurisdição
▪ parte - capacidade de ser parte
o objetivos
▪ existência de demanda
➢ requisitos de validade
o subjetivos
▪ juiz - competência e imparcialidade

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▪ partes - capacidade processual, capacidade postulatória e legitimidade "ad
causam"
o objetivos
▪ intrínsecos - respeito ao formalismo processual
▪ extrínsecos: a) negativos - inexistência de perempção, litispendência, coisa
julgada ou convenção de arbitragem; e b) positivo - interesse de agir.
▪ AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL.
▪ DESISTÊNCIA DA AÇÃO.
▪ INTRANSMISSIBILIDADE DA AÇÃO.
▪ DEMAIS CASOS PRESCRITOS NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL.
 PEREMPÇÃO

➢ três abandonos da causa (deixar de dar andamento ao processo por mais de 30 dias quando
lhe competia dar andamento ou cumprir diligências determinadas pelo juiz).
➢ implica a impossibilidade de discutir o mesmo objeto contra as mesmas partes
➢ não impede que o objeto seja utilizado como matéria de defesa
SENTENÇA DEFINITIVA - HIPÓTESES

▪ ACOLHIMENTO OU REJEIÇÃO DO PEDIDO.


▪ DECIDIR PELA PRESCRIÇÃO OU PELA DECADÊNCIA.
▪ RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
▪ TRANSAÇÃO.
▪ RENÚNCIA À PRETENSÃO FORMULADA.
 O MAGISTRADO DEVE DECIDIR DE ACORDO COM O PEDIDO FORMULADO PELAS PARTES.

 sentença infra petita - ocorre quando o juiz não aprecia um dos pedidos formulados (esquece)

 sentença extra petita - ocorre quando o juiz aprecia um pedido fora daquilo que foi demandado
(inventa)

 sentença ultra petita - ocorre quando o juiz decide para além daquilo que foi demandado (ultra)

Coisa Julgada

 COISA JULGADA FORMAL x MATERIAL

 formal: preclusão temporal que não permite mais a discussão daquele processo

 material: qualidade da sentença que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita
a recurso

 A sentença de mérito tem força de lei nos limites daquilo que foi decido e em relação às questões
expressamente decididas pelo juiz. Assim, é possível que tenhamos questões que dizem respeito ao
mérito de determinado processo, mas que não foram decididas expressamente e, em razão disso, não
são qualificadas pela coisa julgada material.

 Apenas fará coisa julgada material aquilo que constar do dispositivo da sentença.

 COISA JULGADA

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• FAZ - o dispositivo, inclusive as questões prejudiciais, se necessárias para o julgamento do mérito,
com efetivo contraditório e competente o magistrado (em razão da matéria e da pessoa)

• NÃO FAZEM

• motivos

• verdade dos fatos

 É VEDADO à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas a cujo respeito se


operou a preclusão.

• PRECLUSÃO

• Temporal - perda da prerrogativa de praticar ato processual em face do tempo

• Lógica - perda da prerrogativa de praticar ato processual pela prática de ato incompatível

• Consumativa - perda da prerrogativa de praticar ato processual pelo exercício da referida


faculdade.

Restauração de Autos

 CONCEITO: procedimento para recuperação de autos que foram extraviados.

 PODEM INSTAURAR O PROCEDIMENTO:

 juiz de ofício

 a requerimento da parte

 a requerimento do MP

 PETIÇÃO INICIAL

 declaração do estado do processo ao tempo do desaparecimento

 juntada de documentos: certidões, cópias de peças e informações que possam auxiliar na recuperação
das informações.

 CONTESTAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA (PRAZO 5 DIAS)

 não concordar, concordar parcialmente ou não se manifestar (procedimento comum para que o juiz
possa avaliar o que aconteceu com os autos)

 concordar (exibir os documentos que eventualmente possua e que possam propiciar a restauração do
procedimento)

 PROVAS JÁ PRODUZIDAS

 É admissível ouvir novamente as testemunhas, admitindo-se, nesse caso, a oitiva de outras


testemunhas;

 Haverá também, se for o caso, a realização de nova perícia que deve ser efetuada preferencialmente
com o mesmo perito; e

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 Se necessário, os documentos serão reconstituídos.

 RESPONSABILIDADE DE QUEM DER CAUSA AO DESAPARECIMENTO

 pelas custas

 pelos honorários

 responsabilidade civil ou penal (a ser avaliada em procedimento próprio).

Execução

Princípios

 PRINCÍPIO DA NULLA EXECUTIO SINE TITULO: não existe execução sem título executivo.

 PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO: a execução – que se realiza em favor do


credor – deve se valer de todos os atos necessários com a finalidade de satisfazer o crédito.

 PRINCÍPIO DO MENOR SACRIFÍCIO PARA O DEVEDOR: quando, por mais de um meio igualmente
vantajoso para o credor, for possível efetuar a execução, deverá ser feita pelo meio menos gravoso ao
executado.

 PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS: o juiz poderá adotar as medidas que
entender necessárias para o bem do cumprimento da execução.

 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE DA EXECUÇÃO: o juiz deve prestar a tutela jurisdicional


específica em relação às obrigações de fazer, de não fazer e de dar e, apenas excepcionalmente,
convertê-la em perdas e danos.

 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA: o exequente, independentemente de ser


execução definitiva ou provisória, tem o dever de reparar todos os dados que, por ventura, causar ao
executado em razão do processo de execução.

Disposições Gerais

 APLICABILIDADE DAS REGRAS DE EXECUÇÃO:

 ao processo de execução de título extrajudicial;

 aos procedimentos especiais em execução; e

 aos procedimentos de cumprimento de sentença.

 PODERES DO JUIZ NA EXECUÇÃO:

 ordenar o comparecimento;

 advertir prática de ato atentatório à dignidade da justiça;

 ordenar a colaboração com a execução.

 ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA EXECUÇÃO

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 Hipóteses

• Fraude à execução.
• Oposição maliciosa à execução, empregando ardis e meios artificiosos.
• Dificultar ou embaraçar a realização da penhora.
• Resistência injustificada às ordens judiciais.
• Não indicar os bens passíveis de penhora e valores ou não exigir prova de propriedade quando
intimado pelo Juiz para fazê-lo.
Consequência: multa revertida para o exequente não superior a 20%, calculado sobre o valor
atualizado do débito.

 DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO: não implica desistência do direito de executar e implica a extinção


automática da impugnação e dos embargos quando envolver questões processuais, mas será necessária
concordância do impugnante/embargante quando houver discussão de outros assuntos (o exequente
deve pagar custas e honorários).

Legitimidade

● LEGITIMIDADE ATIVA

 legitimado ordinário: credor

 legitimado derivado ou superveniente: recebeu o crédito por sucessão

 legitimado extraordinário: em nome próprio cobra crédito alheio

● LEGITIMIDADE PASSIVA

 ordinária: devedor, que consta do título

 derivado ou superveniente:

a) espólio, herdeiro ou sucessores

b) cessão de débito

c) fiador

d) concessão de bem de terceiro com garantia real

 responsável tributário

● CUMULAÇÃO SUBJETIVA NA EXECUÇÃO: Admite-se a formação de litisconsórcio no procedimento


de execução.

● CUMULAÇÃO OBJETIVA NA EXECUÇÃO: condições:

 mesmo executado;

 igual competência do juízo; e

 igualdade de procedimento.

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● INTERVENÇÃO DE TERCEIRO: admite-se o incidente de desconsideração de personalidade jurídica.

Competência

 JUÍZO COMPETENTE PARA A EXECUÇÃO (à escolha do exequente)

 foro do domicílio do executado

 foro de eleição

 foro dos bens executados

Requisitos

● INADIMPLEMENTO (situação de fato)

 não satisfação de obrigação certa, líquida e exigível.

 em obrigações bilaterais, o credor somente poderá exigir do devedor quando cumprir com a sua parte.

● TÍTULO EXECUTIVO (situação de direito)

 CONCEITO: ato ou fato a quem a lei atribui eficácia executiva.

 ROL TAXATIVO:

1) Letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque.

2) Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor.

3) Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas.

4) Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado
por tribunal.

5) Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele
garantido por caução.

6) Contrato de seguro de vida em caso de morte.

7) Crédito decorrente de foro e laudêmio.

8) Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de


encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.

9) Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.

10) Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,


previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas.

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11) Certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e
demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei.

12) Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. RENAN ARAÚJO
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

Lei processual penal no espaço


Princípio da territorialidade – A Lei processual penal brasileira só produzirá seus
efeitos dentro do território nacional. O CPP, em regra, é aplicável aos processos
de natureza criminal que tramitem no território nacional.
EXCEÇÕES:
➢ Tratados, convenções e regras de Direito Internacional
➢ Jurisdição política – Crimes de responsabilidade
➢ Processos de competência da Justiça Eleitoral
➢ Processos de competência da Justiça Militar
➢ Legislação especial
OBS.: Em relação a estes casos, a aplicação do CPP será subsidiária. Com relação à
Justiça Militar, há certa divergência, mas prevalece o entendimento de que também é
aplicável o CPP de forma subsidiária.
OBS.: Só é aplicável aos atos processuais praticados no território nacional. Se, por
algum motivo, o ato processual tiver de ser praticado no exterior, serão aplicadas as
regras processuais do país em que o ato for praticado.

Lei processual penal no tempo


REGRA – Adoção do princípio do tempus regit actum: o ato processual será realizado
conforme as regras processuais estabelecidas pela Lei que vigorar no momento de sua
realização (ainda que a Lei tenha entrado em vigor durante o processo).
Obs.: A lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados (ainda
que seja mais benéfica), mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso.
Obs.: Tal disposição só se aplica às normas puramente processuais.
➢ Normas materiais inseridas em Lei Processual (heterotopia) – Devem ser
observadas as regras de aplicação da lei PENAL no tempo (retroatividade
benéfica, etc.).
➢ Normas híbridas (ou mistas) – Há controvérsia, mas prevalece que também
devem ser observadas as regras de aplicação da lei PENAL no tempo.
➢ Normas relativas à execução penal – Há controvérsia, mas prevalece que são
normas de direito material (logo, devem ser observadas as regras de aplicação
da lei PENAL no tempo).
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Princípio da inércia
O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois isto implicaria em violação da sua
imparcialidade. Este princípio fundamenta diversas disposições do sistema processual
penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato não contido na

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denúncia, que caracteriza o princípio da congruência (ou correlação) entre a sentença
e a inicial acusatória.
OBS.: Isso não impede que o Juiz determine a realização de diligências que entender
necessárias (produção de provas, por exemplo) para elucidar questão relevante para o
deslinde do processo (em razão do princípio da busca pela verdade real ou material,
não da verdade formal).

Princípio do devido processo legal


Ninguém poderá sofrer privação de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um
processo prévio, em que lhe sejam assegurados instrumentos de defesa.
➢ Sentido formal - A obediência ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito
ordinário ou outro), bem como às demais regras estabelecidas para o processo.
➢ Sentido material - O Devido Processo Legal só é efetivamente respeitado
quando o Estado age de maneira razoável, proporcional e adequada na tutela dos
interesses da sociedade e do acusado.

Dos postulados do contraditório e da ampla defesa


Contraditório – As partes devem ter assegurado o direito de contradizer os
argumentos trazidos pela parte contrária e as provas por ela produzidas.
Obs.: Pode ser limitado, quando a decisão a ser tomada pelo Juiz não possa esperar a
manifestação do acusado ou a ciência do acusado pode implicar a frustração da decisão
(Ex.: decretação de prisão, interceptação telefônica).
Ampla defesa - Não basta dar ao acusado ciência das manifestações da acusação e
facultar-lhe se manifestar, se não lhe forem dados instrumentos para isso. Principais
instrumentos:
▪ Produção de provas
▪ Recursos
▪ Direito à defesa técnica
▪ Direito à autodefesa

Presunção de inocência (ou presunção de não culpabilidade) – Ninguém pode


ser considerado culpado se ainda não há sentença penal condenatória transitada em
julgado.
 Uma regra probatória (regra de julgamento) - Deste princípio decorre que
o ônus (obrigação) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme o
caso).
 Uma regra de tratamento - Deste princípio decorre, ainda, que o réu deve ser,
a todo momento, tratado como inocente.
Dimensão interna – O agente deve ser tratado, dentro do processo, como inocente.
Dimensão externa – O agente deve ser tratado como inocente FORA do processo, ou
seja, o fato de estar sendo processado não pode gerar reflexos negativos na vida do
réu.

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OBS.: O STF decidiu, recentemente, que o cumprimento da pena pode se iniciar com
a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF,
etc.), relativizando o princípio da presunção de inocência (HC 126292/SP, rel. Min. Teori
Zavascki, 17.2.2016).
Desse princípio decorre que o ônus da prova cabe ao acusador. O réu é, desde o
começo, inocente, até que o acusador prove sua culpa.
Pontos importantes:
➢ A existência de prisões provisórias (prisões decretadas no curso do processo) não
ofende a presunção de inocência
➢ Processos criminais em curso e inquéritos policiais em face do acusado NÃO
podem ser considerados maus antecedentes (nem circunstâncias judiciais
desfavoráveis) – Súmula 442 do STJ
➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que o
condenado sofra regressão de regime (pela prática de novo crime)
➢ Não se exige sentença transitada em julgado (pelo novo crime) para que haja
revogação da suspensão condicional do processo.

Princípio da obrigatoriedade da fundamentação das decisões judiciais


Os órgãos do Poder Judiciário devem fundamentar todas as suas decisões. Guarda
relação com o princípio da Ampla Defesa.
Pontos importantes:
▪ A decisão de recebimento da denúncia ou queixa não precisa de fundamentação
complexa (posição do STF e do STJ).
▪ A fundamentação referida é constitucional
▪ As decisões proferidas pelo Tribunal do Júri não são fundamentadas (não há
violação ao princípio).

Princípio da publicidade
Os atos processuais e as decisões judiciais serão públicas, ou seja, de acesso livre a
qualquer do povo.
Essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer restrição, quando a intimidade
das partes ou interesse público exigir (publicidade restrita). Pode ser restringida
apenas às partes e seus procuradores, ou somente a estes.
Impossibilidade de restrição da publicidade aos procuradores das partes.

Princípio da isonomia processual


Deve a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitária, conferindo-lhes os
mesmos direitos e deveres.
EXCEÇÃO: É possível que a lei estabeleça algumas situações aparentemente anti-
isonômicas, a fim de equilibrar as forças dentro do processo (ex.: prazo em dobro para
a Defensoria Pública).

Princípio do duplo grau de jurisdição

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As decisões judiciais devem estar sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. Não
está expresso na Constituição.
EXCEÇÃO: Casos de competência originária do STF, ações nas quais não cabe recurso
da decisão de mérito.

Princípio do Juiz Natural


Toda pessoa tem direito de ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro,
devidamente investido na função jurisdicional, cuja competência fora previamente
definida. Vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção.
OBS.: Não confundir Juízo ou Tribunal de exceção com varas especializadas. As varas
especializadas são criadas para otimizar o trabalho do Judiciário, e sua competência é
definida abstratamente, e não em razão de um fato isolado, de forma que não ofendem
o princípio.
Obs.: Princípio do Promotor natural - Toda pessoa tem direito de ser acusada pela
autoridade competente (admitido pela Doutrina majoritária).

Princípio da vedação às provas ilícitas


Não se admitem no processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilícitos,
assim compreendidos aqueles que violem direitos fundamentais. A Doutrina divide as
provas ilegais em provas ilícitas (quando violam normas de direito material) e provas
ilegítimas (quando violam normas de direito processual).
ATENÇÃO! A Doutrina dominante admite a utilização de provas ilícitas quando esta for
a única forma de se obter a absolvição do réu.

Princípio da vedação à autoincriminação


Também conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por finalidade impedir que o
Estado, de alguma forma, imponha ao réu alguma obrigação que possa colocar em risco
o seu direito de não produzir provas prejudiciais a si próprio. O ônus da prova incumbe
à acusação, não ao réu. Pode ser extraído da conjugação de três dispositivos
constitucionais:
▪ Direito ao silêncio
▪ Direito à ampla defesa
▪ Presunção de inocência

Princípio do non bis in idem – Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo
fato. Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Não se
pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condição ou circunstância duas vezes (como
qualificadora e como agravante, por ex.).

CONCEITO E FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

Conceito - Ramo do Direito que tem por finalidade a aplicação, no caso concreto, da
Lei Penal outrora violada.

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Fontes – Origem do direito processual penal. Podem ser:
➢ Fontes formais (ou de cognição) – Meio pelo qual a norma é lançada no
mundo jurídico. Podem ser imediatas (também chamadas de diretas ou
primárias) mediatas (também chamadas de indiretas, secundárias ou supletivas).
▪ IMEDIATAS – São as fontes principais, aquelas que devem ser aplicadas
primordialmente (Constituição, Leis, tratados e convenções
internacionais). Basicamente, portanto, os diplomas normativos
nacionais e internacionais7.
▪ MEDIATAS – São aplicáveis quando há lacuna, ausência de regulamentação
pelas fontes formais imediatas (costumes, analogia e princípios gerais
do Direito).
➢ Fontes materiais (ou de produção) – É o órgão, ente, entidade ou Instituição
responsável pela produção da norma processual penal. No Brasil, em regra, é a
União, podendo os Estados legislarem sobre questões específicas.

AÇÃO PENAL - CONCEITO E ESPÉCIES


AÇÃO PENAL
PÚBLICA INCONDICIONADA Não depende de qualquer condição
(titularidade CONDICIONADA Requisição do Ministro da Justiça
do MP)
➢ Não tem prazo (pode ser
oferecida enquanto não
extinta a punibilidade)
➢ Não cabe retratação.
➢ MP não está vinculado à
requisição (oferecida a
requisição, pode o MP deixar
de denunciar)
Representação do ofendido:
➢ Deve ser oferecida dentro
de 06 meses, sob pena de
decadência
➢ É retratável, até o
oferecimento da denúncia
pelo MP
➢ Não exige forma específica
➢ Não é divisível quanto aos
autores do fato criminoso
PRIVADA EXCLUSIVA O direito de queixa passa aos
sucessores

7Há quem inclua também, dentre as fontes imediatas, as SÚMULAS VINCULANTES, pois são verdadeiras normas de
aplicação vinculada. Lembrando que a jurisprudência e a Doutrina não são consideradas, majoritariamente, como
FONTES do Direito Processual Penal, pois representam, apenas, formas de interpretação do Direito Processual Penal.

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(titularidade PERSONALÍSSIMA O direito de queixa não passa aos
do sucessores (nem pode ser
ofendido) exercido pelo representante legal).
SUBSIDIÁRIA DA Quando há INÉRCIA do MP, o
PÚBLICA ofendido passa a ter legitimidade
para ajuizar a queixa-crime
subsidiária. Essa legitimidade dura
por seis meses, e neste período,
tanto o MP quanto o ofendido
podem ajuizar ação penal
(legitimidade concorrente).

CARACTERÍSTICAS
• A ação penal pública (tanto a incondicionada quanto à condicionada) é de
titularidade exclusiva do MP e goza das seguintes características:
▪ Obrigatoriedade
▪ Oficialidade
▪ Indisponibilidade
▪ Divisibilidade
• A ação penal privada é de titularidade do ofendido e goza das seguintes
características:
▪ Indivisibilidade
▪ Oportunidade
▪ Disponibilidade
▪ Deve ser ajuizada dentro de seis meses (contados da data em que foi
conhecida a autoria do delito), sob pena de decadência do direito de
queixa.

INSTITUTOS PRIVATIVOS DA AÇÃO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA – Não


cabem na ação penal privada subsidiária da pública

1. RENÚNCIA
• Antes do ajuizamento da ação
• Expressa ou tácita (Com relação à renúncia tácita, decorrente da não inclusão
de algum dos infratores na ação penal, o STJ firmou entendimento no sentido
de que a omissão do querelante deve ter sido VOLUNTÁRIA, ou seja, ele deve
ter, de fato, querido não processar o infrator).
• Oferecida a um dos infratores a todos se estende
• Não depende de aceitação pelos infratores (ato unilateral)

2. PERDÃO

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• Depois do ajuizamento da ação
• Expresso ou tácito
• Processual ou extraprocessual
• Oferecido a um dos infratores a todos se estende
• Depende de aceitação pelos infratores (ato BILATERAL)
• Se um dos infratores não aceitar, isso não prejudica o direito dos demais

RENÚNCIA X PERDÃO DO OFENDIDO


INSTITUTO RENÚNCIA PERDÃO

MOMENTO Antes de iniciado o Depois de iniciado o processo


processo

ACEITAÇÃO Não depende (ato Depende de aceitação pelo infrator


unilateral) (ato bilateral)

FORMA Expressa ou tácita Expresso ou tácito (pode ser, ainda,


processual ou extraprocessual)

EXTENSÃO Oferecida a um, a Oferecido a um, a todos se estende


todos se estende

3. PEREMPÇÃO
• Penalidade ao querelante pela negligência na condução do processo
• Cabível quando:
➢ O querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30
dias seguidos
➢ Falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo
➢ O querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer
ato do processo a que deva estar presente
➢ O querelante deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais
➢ Sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

DISPOSIÇÕES IMPORTANTES
• Quando se tratar de crime de ação penal pública, e o MP nada fizer no prazo
legal de oferecimento da denúncia (inércia do MP), o ofendido, ou quem lhe
represente, poderá ajuizar ação penal privada subsidiária da pública, tendo
essa legitimidade um prazo de validade de seis meses, a contar do dia seguinte
em que termina o prazo para manifestação do MP (consolidando sua inércia).
OBS.: Não é cabível a ação penal privada subsidiária se o MP requer o
arquivamento ou requer a realização de novas diligências (neste caso não há
inércia).

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• A justa causa é a existência de elementos de prova mínimos, aptos a justificar
a demanda penal (STJ).

SUJEITOS PROCESSUAIS
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO JUIZ
ESPÉCIE HIPÓTESES OBSERVAÇÕES
IMPEDIMENTO ▪ Tiver funcionado seu cônjuge ou OBS.: Presunção
parente, consanguíneo ou afim, em
absoluta de
linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como
parcialidade. Rol
defensor ou advogado, órgão taxativo.
do Ministério Público, OBS.: Juiz tem o
autoridade policial, auxiliar da dever de se
justiça ou perito. declarar
▪ O próprio Juiz houver impedido, não
desempenhado qualquer dessas podendo atuar no
funções (anteriores) ou servido
processo. Se não o
como testemunha.
▪ O próprio Juiz tiver atuado como fizer, qualquer das
juiz de outra instância, partes poderá
pronunciando-se, de fato ou de arguir seu
direito, sobre a questão. impedimento.
▪ O próprio Juiz ou seu cônjuge ou OBS.: Doutrina vê
parente, consanguíneo ou afim em como ato
linha reta ou colateral até o
inexistente.
terceiro grau, inclusive, for parte
Jurisprudência vê
ou diretamente interessado no
feito. como nulidade
absoluta.
SUSPEIÇÃO ▪ Se for amigo íntimo ou inimigo OBS.: Presunção
capital de qualquer das partes.
relativa de
▪ Se o Juiz, seu cônjuge, ascendente
ou descendente, estiver
imparcialidade do
respondendo a processo por Juiz.
fato análogo, sobre cujo caráter OBS.: Juiz não está
criminoso haja controvérsia. obrigado a se
▪ Se o Juiz, seu cônjuge, ou parente, declarar suspeito.
consanguíneo, ou afim, até o
terceiro grau, inclusive, sustentar OBS.: A suspeição
demanda ou responder a não pode ser
processo que tenha de ser declarada, nem
julgado por qualquer das reconhecida,
partes. quando a parte
▪ Se o Juiz tiver aconselhado criar o motivo para
qualquer das partes.

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▪ Se o Juiz for credor ou devedor, alega-la
tutor ou curador, de qualquer (propositalmente).
das partes.
▪ Se o Juiz for sócio, acionista ou
OBS.:
administrador de sociedade Jurisprudência vê
interessada no processo. como nulidade
relativa
(controvérsia na
Doutrina).
OBS.: Aplicam-se aos serventuários e funcionários da Justiça as prescrições sobre
suspeição dos Juízes.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Conceito – É órgão responsável por desempenhar as funções do Estado-acusador
no processo. Pode atuar de duas formas:
▪ Como autor da ação (ação penal pública)
▪ Como fiscal da Lei

Suspeição e impedimento
Mesmas hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os Juízes, no que for
cabível. Além disso, não poderão atuar nos processos em que o juiz ou qualquer das
partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive.
OBS.: O fato de o membro do MP ter atuado na fase investigatória não gera suspeição
ou impedimento (verbete nº 234 da súmula de jurisprudência do STJ).

ACUSADO
▪ Aquele que figura no polo passivo da ação penal
▪ A identificação do acusado deve ser feita da forma mais ampla possível. A
impossibilidade de identificação do acusado por seu nome civil, contudo, não
impede o prosseguimento da ação, quando CERTA a identidade física.
▪ Deve comparecer a todos os atos do processo para o qual for intimado e, caso
não compareça a algum ato que não possa ser realizado sem ele, o Juiz poderá
determinar sua condução à força – Divergência doutrinária quanto à
constitucionalidade desta previsão.
Direitos do acusado:
▪ Não produzir prova contra si mesmo
▪ Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente
▪ Direito ao contraditório e à ampla defesa
▪ Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor

DEFENSOR DO ACUSADO
A presença do defensor no processo criminal é obrigatória, e decorre do princípio da
ampla defesa (defesa técnica). A defesa deve, ainda, ser eficiente.

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SÚMULA 523 DO STF
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE
ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE
PREJUÍZO PARA O RÉU.
OBS.: Doutrina entende que o Judiciário pode reconhecer a deficiência da defesa
técnica, ex officio.
Acusado não nomeia defensor – Juiz nomeará um para atuar em seu favor. Se
não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo que lhe for
nomeado.
Acusado poderá, posteriormente, desconstituir o advogado nomeado pelo Juiz
e constituir outro, de sua confiança? Sim.
Defensor nomeado pode recusar atuação? Somente em caso de motivo relevante.
Defensor nomeado pode abandonar a causa? Sim, por motivo imperioso, mas deve
comunicar previamente ao Juiz.
Defensor constituído precisa apresentar procuração? Em regra, sim, salvo
quando o acusado o indicar em seu interrogatório (procuração apud acta).
Impossibilidade de atuação – Não podem atuar como defensor do acusado os
parentes do Juiz (mesmas hipóteses do art. 252, I do CPP).

ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Conceito – Trata-se da figura do ofendido (ou seu representante legal) ou seus
sucessores, que poderão atuar na ação penal pública como assistentes do MP (não
serão autores da ação penal).
Características:
▪ Deve ocorrer durante o processo – Entre o recebimento da denúncia e o
trânsito em julgado
▪ Deve o requerente estar assistido por profissional habilitado (advogado ou
defensor público)
▪ MP deve ser previamente ouvido
▪ Decisão de deferimento ou indeferimento do pedido é IRRECORRÍVEL (Cabe
MS, caso indeferido o requerimento).

OBS.: O corréu (aquele que também é acusado) não pode atuar como assistente da
acusação (em relação aos outros réus). Contudo, pode recorrer da sentença que
absolve os demais réus.
Assistente pode
 Propor meios de prova
 Requerer perguntas às testemunhas
 Aditar os articulados
 Participar do debate oral
 Arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio
 Requerer a decretação da prisão preventiva
 Requerer o desaforamento

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 Indicar assistente técnico

Legitimidade recursal do assistente – Trata-se de legitimidade recursal


SUPLETIVA ou SUBSIDIÁRIA, ou seja, só pode recorrer quando o MP não tiver
recorrido. O assistente pode interpor:
➢ Apelação contra sentença absolutória ou condenatória
➢ Apelação contra sentença de impronúncia ou de absolvição sumária
➢ RESE contra sentença de pronúncia
➢ RESE contra decisão que reconhecer a extinção da punibilidade
➢ Recurso contra decisão sobre prisão preventiva ou medida cautelar diversa da
prisão

AUXILIARES DA JUSTIÇA
Os peritos e intérpretes devem ser imparciais, pois não possuem interesse na causa.
Estende-se aos peritos (e aos intérpretes) as mesmas regras de suspeição dos
Juízes.
Vedações ao exercício da função de perito
Não podem exercer a função:
▪ Aqueles que estiverem sujeitos à interdição de direito
▪ Aqueles que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia
▪ Os analfabetos e os menores de 21 anos – Atualmente, com a maioridade
civil aos 18 anos, esse dispositivo deve ser adaptado à nova maioridade
civil. Contudo, se a prova trouxer a literalidade da lei, deve ser marcado como
correta a idade de 21 anos.
Observações:
▪ Nomeação do perito é ato privativo do Juiz
▪ As partes não podem intervir na nomeação
▪ Perito não pode recusar a nomeação, salvo se provar motivo relevante
▪ Perito que faltar com suas obrigações pode ser multado
▪ Perito pode ser conduzido à força caso não compareça a algum ato para o qual
foi intimado

ATOS PROCESSUAIS
• Atos das partes
• Atos do Juiz (atos jurisdicionais)

FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS - NULIDADES


Em regra, não possuem forma definida. No entanto, quando a lei expressamente
determinar a prática do ato processual mediante uma determinada forma, ela deve ser
cumprida, sob pena de nulidade.

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OBS.: Em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da forma estabelecida em
lei, alguns atos processuais podem não ter sua nulidade decretada, desde que o ato
alcance sua finalidade sem causar prejuízo às partes. - Princípio do
“prejuízo”, ou do “pas de nullité sans grief” (Não há nulidade sem prejuízo).
Assim, busca-se conservar o ato que alcançou sua finalidade sem causar prejuízo
(princípio da conservação).
OBS.2: A própria parte que deu causa à nulidade não pode invocá-la, ainda que lhe
tenha causado prejuízo. Trata-se do princípio do “venire contra factum proprium”.

Renovação e retificação - Caso não tenha sido sanada a nulidade, os atos serão
renovados ou retificados.
Princípio da causalidade - A nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos
os atos que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam consequência. O Juiz, ao declarar
a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estende

IMPORTANTE: Competência penal por prevenção


Súmula 706 do STF
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.

TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS


Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA. Entretanto, as
sessões de JULGAMENTO somente podem ocorrer em dias úteis. Porém, caso
tenham se iniciado em dia útil, e não tenham terminado, prosseguirão mesmo que
adentrem em dias não-úteis.

PRAZOS PROCESSUAIS
• Os prazos processuais são contínuos
• Não se interrompem em férias, domingos e feriados
• O início não pode se dar em dia não útil
• Se o último dia for não útil, será prorrogado o prazo até o dia útil seguinte
• O prazo se inicia no dia útil seguinte ao marco inicial (exclui-se o dia do começo)
OBS.: Isto só ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que,
embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao
próprio Direito Material em si, o que às vezes é difícil de diferenciar) são computados
de maneira diversa, incluindo-se o dia do começo.
Qual o marco inicial da contagem do prazo? O momento em que a parte toma
ciência da decisão que determina a prática do ato. Esse momento da ciência pode se
dar através:
• De intimação.
• De audiência na qual a parte seja cientificada do ato.
• Do dia em que a parte manifestar ciência do ato nos autos.

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OBS.: Juízes também possuem prazo para a prática de seus atos. Porém, o
descumprimento dos prazos pelo Juiz não acarreta a impossibilidade de sua prática
posteriormente, pois não existe “preclusão pro judicato”.

LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS


• Os atos processuais são praticados, em regra, na sede do Juízo
• No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a critério
do Juiz
• Atos que devam ser praticados em outra comarca - Serão realizados por
carta precatória
• Atos que devam ser praticados em outro país – Serão realizados por carta
rogatória
• Atos que devam ser praticados perante o Juiz singular, caso esteja
tramitando o processo no Tribunal – Serão realizados por meio de carta de
ordem

PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS
Cabimento - Este procedimento é o previsto pelo CPP para a apuração dos crimes
praticados por funcionário público contra a administração pública. Tratam-se dos crimes
funcionais.
OBS.: Aplica-se tanto aos crimes funcionais puros (próprios) quanto aos crimes
funcionais impuros (impróprios).
OBS.: Não se aplica aos crimes funcionais atípicos (STF).

Procedimento para os crimes inafiançáveis


▪ Praticamente idêntico ao rito comum ordinário - ÚNICA DIFERENÇA - A
queixa ou a denúncia deve estar instruída com documento ou justificação que
faça presumir a existência do crime ou “declaração fundamentada da
impossibilidade de apresentação destas provas”. Após, segue o mesmo rito do
procedimento comum ordinário.

Procedimento para os crimes afiançáveis


Há diferença prática. Consiste, basicamente, na necessidade de abertura de um
prazo para defesa prévia (15 dias), antes da citação.
Resumo do rito:
1) O acusador oferece a denúncia ou queixa
2) A ação penal é autuada e o acusado notificado para apresentar resposta
preliminar, NO PRAZO DE 15 DIAS (art. 514 do CPP)
3) O funcionário público apresenta a resposta preliminar (ou não) – O Juiz,
agora, deve deliberar acerca do recebimento ou não da denúncia. Aqui o Juiz
pode:

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▪ REJEITAR A DENÚNCIA OU QUEIXA. Quando? Quando entender que:
(a)Está presente uma das hipóteses do art. 395 do CPP não percebidas
antes de mandar notificar o acusado; ou
(b) Em razão das alegações do acusado, entender que não houve crime
ou que a ação é improcedente.

▪ RECEBER A DENÚNCIA OU QUEIXA E MANDAR CITAR O RÉU. Quando?


Quando entender que a ação penal não é inepta, e entender que as razões do
acusado (apresentadas na defesa preliminar) não o convencem da
inexistência do crime ou da improcedência da ação. Neste caso, o réu será
citado para apresentar resposta à acusação, em 10 dias.
CUIDADO! O prazo para a defesa preliminar (antes do
recebimento da denúncia) é de 15 dias. O prazo para
apresentação da resposta à acusação é de 10 dias!

4) A partir daqui o procedimento segue nos termos do procedimento comum


pelo rito ordinário
ATENÇÃO! Mas e se o crime é praticado pelo funcionário público durante o
exercício da função, mas este perde a condição de funcionário público
posteriormente? Controvertido na Doutrina, mas prevalece que o rito só é aplicável
no caso de o funcionário público ainda ostentar esta condição. Assim, perdendo
a condição de funcionário público, o rito não mais se aplica.

Tópicos importantes
• Ausência de notificação para apresentação de defesa preliminar – Sempre
necessária. Ausência gera Nulidade relativa (STF).
OBS.: STJ - Se a ação penal foi ajuizada após um procedimento
administrativo prévio no qual o acusado teve oportunidade de se
defender, não há nulidade, mas mera irregularidade.
• Funcionário público que possua foro especial por prerrogativa de função
– Se o acusado possui foro por prerrogativa de função, não se aplica o rito
previsto no CPP, aplicando-se o rito previsto na Lei 8.038/90 (Processo nos
Tribunais).
• Ação penal instruída com inquérito policial – O STJ possui entendimento
sumulado (súmula 330) no sentido de que, caso a ação penal seja instruída
inquérito policial é desnecessária a notificação para a apresentação de
resposta preliminar. STF não adota este posicionamento.

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DIREITO ADMINISTRATIVO – PROF. ERICK ALVES
➢ Regime jurídico-administrativo: sistema que dá identidade ao Direito Administrativo, caracterizado por dois princípios
básicos:

▪ Supremacia do interesse público: prerrogativas e privilégios da Administração Pública (ex: poder de polícia; poder de
modificar unilateralmente contratos etc.).
▪ Indisponibilidade do interesse público: restrições impostas pela lei à Administração (ex: necessidade de realizar
concurso público e licitação; restrições à alienação de bens públicos).

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

➢ Princípios EXPRESSOS (CF, art. 37, caput):


L I M P E  Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência.
Aplicáveis a toda Administração Pública, direta e indireta, de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e aos particulares no exercício de função pública.

▪ A Administração só pode agir segundo a lei (em sentido amplo).


▪ Para a Administração: restrição de vontade; para os particulares: autonomia de vontade.
Legalidade
▪ Legalidade (agir conforme a lei) X Legitimidade (observar também os demais princípios).
▪ Restrições à legalidade: estado de defesa, estado de sítio e medidas provisórias.

▪ Atos devem ser praticados tendo em vista o interesse público, e não os interesses pessoais
do agente ou de terceiros.
▪ Três aspectos: isonomia, finalidade pública e não promoção pessoal.
Impessoalidade ▪ Ex: concurso público e licitação.
▪ Proíbe nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, inclusive do partido.
▪ Permite que se reconheça a validade de atos praticados por agente de fato.
▪ Ato pode ser anulado, por desvio de finalidade.

▪ Necessidade de atuação ética dos agentes públicos (moral administrativa).


▪ Conceito indeterminado, mas passível de ser extraído do ordenamento jurídico.
Moralidade
▪ Aspecto vinculado; permite a anulação dos atos administrativos.
▪ Nepotismo: não necessita de lei formal; não se aplica a agentes políticos.

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▪ A Administração deve dar transparência a seus atos.
▪ Permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos administrativos.
▪ Restrições à publicidade: segurança da sociedade e do Estado; proteção à intimidade ou
ao interesse social.
▪ Publicidade (diversos meios) ≠ Publicação (divulgação em órgãos oficiais).
Publicidade
▪ Publicidade não é considerada elemento de formação do ato administrativo, e sim requisito
de eficácia.
▪ O ato não publicado permanece válido, mas sem produzir efeitos perante terceiros.
▪ STF permite a divulgação do nome, do cargo e da remuneração dos servidores públicos,
mas não do CPF, da identidade e do endereço, como medida de segurança.

▪ Atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento


funcional, buscando-se maior produtividade e redução dos desperdícios de recursos.
▪ Princípio ligado à Reforma do Estado (administração gerencial).
▪ Possui dois focos: conduta do agente público e organização interna da Administração.
Eficiência
▪ Ex: avaliação de desempenho; contratos de gestão com fixação de metas; celeridade na
tramitação dos processos administrativos e judiciais.
▪ Não pode se sobrepor ao princípio da legalidade (deve ser buscada com observância aos
parâmetros e procedimentos previstos na lei).

➢ Princípios IMPLÍCITOS ou RECONHECIDOS: possuem a mesma relevância que os princípios explícitos.

Razoabilidade: compatibilidade entre meios e fins (aferida pelos padrões do homem médio)

Razoabilidade e Proporcionalidade: conter o abuso de poder (ex: sanções proporcionais às faltas).


proporcionalidade Doutrina: proporcionalidade constitui um dos aspectos da razoabilidade.
Três fundamentos: adequação, exigibilidade e proporcionalidade.

Contraditório e Deve haver em todos os processos administrativos, punitivos (acusados) e não punitivos
ampla defesa (litigantes).

Anular atos ilegais e revogar atos inoportunos e inconvenientes. Pode ser mediante
Autotutela provocação ou de ofício. Não afasta a apreciação do Judiciário (atos ilegais). Os atos não
podem ser revistos após o prazo decadencial, salvo comprovada má-fé.

Segurança jurídica (aspecto objetivo, estabilidade das relações) X Proteção à confiança


(aspecto subjetivo, crença de que os atos da Administração são legais). Veda a aplicação
Segurança jurídica
retroativa de nova interpretação. Limita a autotutela e a legalidade. Ex: decadência e
prescrição.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Entidade: possui personalidade jurídica,


▪ Entidade política: possui autonomia política (capacidade de legislar). Somente U, E, DF e M.
▪ Entidade administrativa: não pode legislar; possui apenas autonomia administrativa.
Órgão: não possui personalidade jurídica. Centro de competência instituído na estrutura interna da entidade.

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➢ Centralização: o Estado executa as tarefas diretamente, por intermédio da Administração Direta.
➢ Descentralização: distribui funções para outra pessoa, física ou jurídica. Não há hierarquia.
▪ Por serviços, funcional, técnica ou por outorga: transfere a titularidade e a execução. Depende de lei. Prazo
indeterminado. Controle finalístico (ex: criação de entidades da Adm. Indireta).
▪ Por colaboração ou delegação: transfere apenas a execução. Pode ser por contrato ou ato unilateral. Prazo: determ.
(contrato); indeterm. (ato). Controle amplo e rígido (ex: concessão ou autorização).
▪ Territorial ou geográfica: transfere competências administrativas genéricas para entidade geograficamente delimitada (ex:
Territórios Federais).
➢ Desconcentração: a entidade se desmembra em órgãos, organizados em hierarquia. É técnica administrativa para melhorar
o desempenho. Só uma pessoa jurídica. Ocorre na Adm. Direta e na Indireta.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA: conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (U, E, DF, M), aos quais foi atribuída
a competência para o exercício de atividades administrativas, de forma centralizada.

Órgãos Públicos: não possuem capacidade processual, exceto órgãos autônomos e independentes para mandado de segurança
na defesa de suas prerrogativas e competências.

▪ Órgãos simples ou unitários: não possuem subdivisões


Quanto à estrutura
▪ Órgãos compostos: possuem subdivisões.

Quanto à atuação ▪ Órgãos singulares ou unipessoais: decisões tomadas por uma só pessoa.
funcional ▪ Órgãos colegiados ou pluripessoais: decisões conjuntas.

▪ Órgãos independentes: previstos na CF, sem subordinação a outro órgão.


Quanto à posição ▪ Órgãos autônomos: subordinados apenas aos independentes.
estatal ▪ Órgãos superiores: possuem atribuições de direção, mas sem autonomia.
▪ Órgãos subalternos: apenas execução e reduzido poder decisório.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: entidades administrativas vinculadas à Adm. Direta para o exercício de atividades de forma
descentralizada.

Supervisão Ministerial ou Tutela: verifica os resultados das entidades descentralizadas, a harmonização de suas atividades com a
política do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção de sua autonomia. Depende de previsão em lei (tutela ordinária),
podendo extrapolar a lei em caso de problemas graves.

AUTARQUIAS:
▪ Criação e extinção: diretamente por lei.
▪ Objeto: atividades típicas de Estado, sem fins lucrativos. “Serviços públicos personalizados.”
▪ Regime jurídico: direito público.
▪ Prerrogativas: prazos processuais especiais; prescrição quinquenal; precatórios; inscrição de seus créditos em
dívida ativa; imunidade tributária; não sujeição à falência.
▪ Classificação: geográfica ou territorial; de serviço ou institucional; fundacionais; corporativas ou associativas
e outras.
▪ Autarquias de regime especial: maior autonomia que as demais. Estabilidade dos dirigentes (ex: agências
reguladoras)
▪ Patrimônio: bens públicos (impenhorabilidade, imprescritibilidade e restrições à alienação).

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▪ Pessoal: regime jurídico único (igual ao da Adm. Direta).
▪ Foro judicial: Justiça Federal (federais) e Justiça Estadual (estaduais e municipais)

FUNDAÇÕES:
▪ Criação e extinção: diretamente por lei (se de dir. público); autorizada por lei, mais registro (se de dir. privado)
▪ Objeto: atividades que beneficiam a coletividade, sem fins lucrativos. “Patrimônio personalizado”.
▪ Regime jurídico: direito público ou privado.
▪ Prerrogativas: mesmas que as autarquias (se de dir. público); imunidade tributária (dir. público ou privado).
▪ Patrimônio: bens públicos (se de dir. público); bens privados, sendo que os bens empregados na prestação de serviços públicos
possuem prerrogativas de bens públicos (se de dir. privado).
▪ Pessoal: regime jurídico único (se de dir. público); regime jurídico único ou celetista – divergência doutrinária (se de dir. privado).
▪ Controle do Ministério Público: MP Federal, independentemente de sede (fundações públicas federais); MP dos Estados ou
MPDFT, de acordo com a sede (fundações públicas e privadas).
▪ Foro judicial: igual às autarquias (se de dir. público); p/ doutrina, Justiça Estadual (se de dir. privado); p/ jurisprudência, Justiça
Federal (se de dir. privado federal).
▪ Outras: contratos das fundações de dir. privado são regidos pela Lei de Licitações.

EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:


▪ Criação e extinção: autorizada por lei, mais registro.
▪ Subsidiárias: depende de autorização legislativa; pode ser genérica, na lei que autorizou a criação da matriz.
▪ Objeto: atividades econômicas, com intuito de lucro. Pode ser: (i) intervenção direta no domínio econômico (só nos casos de
segurança nacional ou relevante interesse coletivo; ou monopólio) ou (ii) prestação de serviços públicos.
▪ Personalidade jurídica: direito privado
▪ Regime jurídico: + direito privado (exploradores de atividade empresarial); + direito público (prestadoras de serviço público).
▪ Sujeições ao direito público: controle pelo Tribunal de Contas; concurso público; licitação na atividade-meio.
▪ Estatuto: Prevê sujeição ao regime próprio das empresas privadas e estatuto próprio de licitações e contratos (editado: Lei
13.303/2016).
▪ Patrimônio: bens privados. Nas prestadoras de serviço público, os bens empregados na prestação dos serviços possuem
prerrogativas de bens públicos.
▪ Pessoal: celetista. Sem estabilidade. Demissão exige motivação. Não cabe ao Legislativo aprovar o nome de dirigentes. É possível
mandado de segurança contra atos dos dirigentes em licitações.
▪ Falência e execução: não se sujeitam
▪ Forma jurídica: SEM = sociedades anônimas; EP = qualquer forma admitida em direito.
▪ Composição do capital: SEM = público (majoritário) e privado; EP = exclusivo público, podendo participar mais de uma entidade
pública.
▪ Foro judicial: SEM federal = Justiça Estadual, regra; ou, se a União atuar como assistente ou oponente = Justiça Federal. EP
federal = Justiça Federal, sempre. EP ou SEM estadual ou municipal = Justiça Estadual. Ações trabalhistas = Justiça do Trabalho.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS:
▪ Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes federados (U, E, DF e M), com a finalidade de cooperação federativa
(realização de objetivos de interesse comum).
▪ Diferem-se dos convênios, pois estes são despersonificados.
▪ Não pode haver consórcio constituído unicamente pela União e Municípios. Deve haver participação do Estado.
▪ Também não pode haver consórcio público celebrado entre um Estado e Município de outro Estado.
▪ Requisitos formais: (i) subscrição prévia do protocolo de intenções; (ii) ratificação do protocolo por lei.

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▪ Personalidade jurídica:
✓ de direito público: associação pública - > integra a Adm. Indireta dos entes consorciados.
✓ de direito privado: associação civil (pessoal regido pela CLT, mas deve realizar concurso público)
▪ Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
✓ firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza;
✓ receber auxílios, contribuições e subvenções;
✓ promover desapropriações e instituir servidões administrativas.
✓ arrecadar tarifas.
✓ ser contratado mediante dispensa de licitação pela Adm. direta ou indireta dos entes consorciados.
▪ Contrato de rateio: instrumento pelo qual os entes se comprometem a fornecer recursos financeiros ao consórcio.
▪ Contrato de programa: firmado com um dos consorciados, para que este assuma a obrigação de prestar serviços por meio
de seus próprios órgãos.
▪ Representante legal: eleito dentre os Chefes do Poder Executivo dos entes consorciados.
▪ O consórcio público está sujeito à fiscalização do Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder
Executivo representante legal do consórcio.

ENTIDADES PARAESTATAIS E TERCEIRO SETOR


➢ Terceiro Setor: entidades privadas, sem fins lucrativos.
- Primeiro setor: Estado
- Segundo setor: mercado, ou seja, setor privado empresarial, com fins lucrativos.

▪ Entidades privadas, ou seja, são instituídas por particulares;


▪ Desempenham serviços não exclusivos do Estado, porém em colaboração com ele;
▪ Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público (fomento);
Entidades ▪ Sujeitam-se ao controle da Administração Pública e do Tribunal de Contas.
paraestatais ▪ Regime jurídico de direito privado, parcialmente derrogado pelo direito público;
▪ Não fazem parte da Administração Indireta;
▪ Integram do terceiro setor.
▪ Ex: serviços sociais autônomos, OS e OSCIP

AGÊNCIAS REGULADORAS:
▪ Não é uma qualificação. São autarquias sob regime especial (não há obrigatoriedade).
▪ São entidades da Administração Indireta.
▪ Dois tipos: (i) as que exercem poder de polícia (ex: Anvisa); (ii) as que regulam atividades delegadas à iniciativa
privada, mediante concessão, permissão ou autorização (ex: ANATEL, ANELL).
▪ Exercem função típica de Estado: função regulatória.
▪ Podem editar normas, exercer fiscalização sobre as empresas concessionárias, revisar e fixar tarifas, aplicar
sanções, solucionar conflitos entre as empresas e os clientes e solucionar reclamações dos consumidores.
▪ Possuem poder normativo amplo, em assuntos de natureza técnica, mas não podem inovar na ordem jurídica
com a edição de atos normativos primários e regulamentos autônomos.
▪ Servidores se submetem ao regime estatutário.
▪ Dirigentes escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.
▪ Há previsão de quarentena dos ex-dirigentes (4 meses), período no qual não podem assumir cargos nas
empresas do setor regulado.
▪ Os dirigentes possuem mandato fixo, só podendo perder o cargo em caso de renúncia, condenação judicial
transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar (a lei de cada agência pode prever outras formas).

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▪ Algumas agências devem celebrar contrato de gestão com o Ministério supervisor.

PODERES ADMINISTRATIVOS: Poderes instrumentais ≠ Poderes estruturais (legislativo, executivo e judiciário)


Poder vinculado: prática de atos vinculados. É mais um dever que uma prerrogativa.

▪ Prerrogativa para praticar atos discricionários.


▪ Admite juízo de conveniência e oportunidade (mérito administrativo).
▪ A margem de escolha é restrita aos limites da lei.
Poder
▪ Deve observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
discricionário
▪ Controle judicial incide apenas sobre os aspectos vinculados do ato (competência,
finalidade e forma).
▪ Abrange também a revogação de atos inoportunos e inconvenientes.

▪ Relação de coordenação e subordinação que se estabelece nas organizações


administrativas.
▪ O poder hierárquico não depende de lei.
▪ Permite ao superior hierárquico dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar
e avocar competências.
Poder ▪ Só abrange sanções disciplinares a servidores, e não sanções a particulares.
hierárquico ▪ Delegação e avocação são atos discricionários.
▪ Delegação pode ocorrer fora da estrutura hierárquica; já a avocação, não pode.
▪ Não podem ser delegados: atos políticos e funções típicas de cada Poder.
▪ Não há hierarquia: entre diferentes pessoas jurídicas; entre Adm. direta e indireta; no
exercício de funções típicas (ex: tribunais do Judiciário); entre os Poderes da República;
entre Administração e administrados.

▪ Prerrogativa para aplicar sanções àqueles que, submetidos à disciplina interna da Adm.,
cometem infrações (servidores e particulares com vínculo contratual com a Adm.).
Poder
disciplinar ▪ Não se confunde com o poder punitivo do Estado (exercido pelo Poder Judiciário para
punir infrações de natureza civil e penal – ex: atos de improbidade).
▪ Admite discricionariedade (gradação e escolha da penalidade).

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▪ Poder inerente ao Chefe do Executivo para editar decretos.
▪ Atos normativos são editados por outras autoridades e órgãos com base no poder normativo.
▪ Decreto de execução: dar fiel execução às leis administrativas; não pode ser delegado; atos de
caráter geral e abstrato.
▪ Atos normativos secundários: não podem inovar o ordenamento jurídico.
Poder ▪ Decreto autônomo: não precisa de lei prévia; apenas para (i) organizar a Adm. Pública, sem
regulamentar aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos ou (ii) extinção de cargos públicos vagos.
Pode ser delegado.
▪ O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
▪ Controle judicial: em caso de conflito com a lei que regulamenta, não cabe ADI (esta, apenas
para atos normativos autônomos que ofendem diretamente a Constituição).

▪ Prerrogativa de condicionar e restringir o exercício de atividades privadas.


▪ Em sentido amplo: atividade legislativa e atividades administrativas de restrição e
condicionamento.
▪ Em sentido estrito: apenas atividades administrativas.
▪ Qualquer medida restritiva deve observar o devido processo legal (ampla defesa).
▪ A competência é da pessoa federativa à qual a CF conferiu o poder de regular a matéria.
Todavia, pode haver sistema de cooperação entre as esferas (ex: fiscalização do trânsito).
▪ Poder de polícia preventivo: anuência prévia para a prática de atividades privadas (licença e
autorização). Formalizada por alvarás, carteiras, declarações, certificados etc.
✓ Licença: anuência para usufruir um direito; ato administrativo vinculado e definitivo.
✓ Autorização: anuência para exercer atividade de interesse do particular; ato administrativo
discricionário e precário.
▪ Poder de polícia repressivo: aplicação de sanções administrativas a particulares.
▪ Podem ser cobradas taxas (espécie de tributo, e não preços públicos ou tarifas) em razão do
exercício (efetivo) do poder de polícia. Dispensa a fiscalização “porta a porta”, desde que haja
Poder de competência e estrutura.
polícia ▪ Ciclo de polícia: legislação (ordem), consentimento, fiscalização e sanção.
▪ Legislação e fiscalização são as únicas fases que sempre existirão num ciclo de polícia. O
consentimento depende de lei; já a sanção depende de haver infração no caso concreto.
▪ Poder de polícia originário -> adm. direta.
▪ Poder de polícia delegado -> adm. indireta (entidades de direito público).
▪ Delegação a entidades da adm. indireta de direito privado: STF não admite; STJ admite apenas
consentimento e fiscalização.
▪ Não pode ser delegado a entidades privadas não integrantes da Adm. Pública formal.
▪ Atributos: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. Entretanto, alguns atos de
polícia podem ser vinculados (ex: licenças) ou não autoexecutórios e coercitivos (ex: atos
preventivos, cobrança de multa não paga).
▪ Prescrição: 5 anos, exceto quando o objeto da sanção também constituir crime; no caso,
aplica-se o prazo da lei penal. Também incide nos processos paralisados por mais de 3 anos.
▪ Polícia administrativa: caráter preventivo; exercida por diversos órgãos administrativos;
incide sobre atividades, bens e direitos.
▪ Polícia judiciária: caráter repressivo; exercida por corporações especializadas (polícias civil,
federal e militar); prepara a função jurisdicional; incide sobre pessoas.

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ABUSO DE PODER:

✓ Excesso de poder: vício de competência ou de proporcionalidade.


✓ Desvio de poder: vício de finalidade (desvio de finalidade)

ATOS ADMINISTRATIVOS: praticados por todos os Poderes, quando exercem função administrativa.

➢ Principais aspectos do conceito de ato administrativo:


▪ Produzido no exercício da função administrativa;
▪ Declaração de vontade unilateral;
▪ Realizado por agente público, inclusive particulares em colaboração;
▪ Regido pelo Direito Público;
▪ Produz efeitos jurídicos imediatos;
▪ Sujeito ao controle judicial.

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ≠ ATOS ADMINISTRATIVOS


➢ Atos da Administração são todos aqueles praticados pela Administração Pública.
➢ Exemplos de atos da administração: atos de direito privado (ex: locação e abertura de conta corrente); atos materiais da
Administração (ex: demolição de prédio; limpeza de ruas); contratos administrativos e convênios.
FATOS ADMINISTRATIVOS ≠ ATOS ADMINISTRATIVOS
➢ Fatos administrativos são produzidos independentemente de manifestação de vontade.
➢ Inclui o silêncio administrativo e os atos materiais da Administração.
➢ Fatos administrativos produzem efeitos jurídicos para a Administração (ex: morte de servidor)
➢ Fatos da Administração não produzem efeitos jurídicos (ex: servidor que se machuca sem gravidade)

ELEMENTOS (Com Fi For M Ob) e ATRIBUTOS (PATI) do ato administrativo

ELEMENTOS: partes do ato ATRIBUTOS: características do ato


▪ COMpetência: poder atribuído ▪ Presunção de legitimidade: conformidade do ato com a
▪ FInalidade: interesse público (resultado ordem jurídica e veracidade dos fatos (sempre existe).
mediato) ▪ Autoexecutoriedade: permite que a Administração atue
▪ FORma: como o ato vem ao mundo independente de autorização judicial
▪ Motivo: pressupostos de fato e de direito ▪ Tipicidade: vem sempre definido em lei.
▪ OBjeto: conteúdo (resultado imediato) ▪ Imperatividade: faz com que o destinatário deva
obediência ao ato, independente de concordância.

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➢ ATRIBUTOS:
▪ Presunção de legitimidade: presume-se que o ato foi praticado conforme a lei.
▪ Presunção de veracidade: presume-se que os fatos alegados pela Adm são verdadeiros.
▪ Permite que os atos produzam efeitos de imediato, ainda que apresentem vícios aparentes.
Presunção
de ▪ O administrado terá que se submeter ao ato, até que ele seja invalidado.
legitimidade ▪ Presunção relativa (admite prova em contrário).
▪ Inverte o ônus da prova (o administrado é que deve provar o erro da Administração)
▪ Presente em todos os atos administrativos.

▪ Imposição de restrições e obrigações ao administrado sem necessidade de sua


concordância.
▪ Decorre do poder extroverso (poder de impor obrigações a terceiros, de modo
Imperatividade unilateral)
▪ Está presente apenas nos atos que impõem obrigações ou restrições.
▪ Não está presente nos atos enunciativos (ex: certidão, parecer) e nos atos que
conferem direitos (ex: licença ou autorização de bem público).

▪ Certos atos administrativos podem ser executados pela própria Administração, sem
necessidade de intervenção judicial.
▪ Desdobra-se em:
✓ Exigibilidade: coerção indireta (ex: aplicação de multas);
✓ Executoriedade: coerção direta (ex: demolição de obra irregular)
Autoexecutoriedade
▪ Está presente apenas quando:
✓ expressamente prevista em lei (ex: poder de polícia; penalidades disciplinares).
✓ tratar-se de medida urgente.
▪ Não está presente quando envolve o patrimônio do particular (ex: cobrança de multa
não paga; desconto de indenização ao erário nos vencimentos do servidor).

▪ Cada espécie de ato administrativo requer a devida previsão legal.


Tipicidade
▪ Impede a prática de atos inominados (atos sem previsão legal).

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➢ ELEMENTOS:

▪ Conjunto de atribuições de um agente órgão ou entidade pública.


▪ Decorre sempre de norma expressa (CF e lei = fontes primárias; infralegais = secundárias)
▪ Critérios de distribuição: matéria, hierarquia, lugar, tempo e fracionamento.
▪ É irrenunciável, imodificável, improrrogável e intransferível.
▪ Delegação: transfere o exercício da competência a agente subordinado ou não.
✓ Delegar é regra, somente obstada se houver impedimento legal.
✓ Não é possível: atos normativos, recursos administrativos e competência exclusiva.
Competência ▪ Avocação: atrai o exercício de competência pertencente a agente subordinado (apenas).
✓ Medida excepcional.
✓ Não é possível: atos de competência exclusiva
▪ Vícios de competência:
✓ Incompetência: excesso de poder (em regra, pode ser convalidado, exceto
competência em razão da matéria e competência exclusiva); usurpação de função
(ato inexistente); função de fato (ato é considerado válido e eficaz)
✓ Incapacidade: impedimento (situações objetivas) e suspeição (situações subjetivas)

▪ Resultado pretendido pela Administração com a prática do ato administrativo.


▪ Finalidade genérica (satisfação do interesse público) e específica (própria de cada ato =
Finalidade objeto)
▪ Decorre do princípio da impessoalidade.
▪ Vício de finalidade: desvio de finalidade (insanável, ato deve ser anulado).
▪ Modo de exteriorização do ato e procedimentos para sua formação e validade.
▪ A regra é a forma escrita, mas atos podem ser produzidos na forma de ordens verbais, gestos,
apitos, sinais sonoros e luminosos (semáforos de trânsito), placas.
▪ Os atos não dependem de forma determinada exceto quando a lei expressamente a exigir
Forma
(formalismo moderado)
▪ Vício de forma: não observância de formalidades essenciais à existência do ato (insanável, ato
deve ser anulado); quando a forma não é essencial, o vício pode ser convalidado.
▪ A falta de motivação, quando obrigatória, é vício de forma, acarretando a nulidade do ato.

▪ Fundamentos de fato e de direito que justificam a prática do ato.


▪ Motivo ≠ motivação.
▪ Motivação é a exposição dos motivos. Deve ser prévia ou concomitante.
▪ Em rega, a Administração tem o dever motivar seus atos, discricionários ou vinculados.
▪ A motivação é obrigatória se houver normal legal expressa nesse sentido (ex: atos que
neguem, limitem ou afetem direitos, que imponham deveres, que decidam recursos etc.)
Motivo
▪ Ex. de ato que não precisa de motivação: nomeação e exoneração para cargo em comissão.
▪ Motivo (realidade objetiva, o que aconteceu) ≠ Móvel (realidade subjetiva, intenção do agente)
▪ Teoria dos motivos determinantes: o ato administrativo somente é válido se sua motivação for
verdadeira, ainda que feita sem ser obrigatória.
▪ Vícios de motivo: quando o motivo for falso, inexistente, ilegítimo ou juridicamente falho
(insanável, ato deve ser anulado).

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▪ Efeitos jurídicos imediatos do ato administrativo.
▪ Identifica-se com o conteúdo do ato (demissão, autorização para edificar, desapropriação etc).
▪ Deve ser lícito, possível, certo e moral.
Objeto ▪ Objeto acidental: encargo/modo (ônus imposto ao destinatário do ato), termo (início e fim da
eficácia do ato) e condição (suspensiva e resolutiva).
▪ Vícios de objeto: quando é proibido, impossível, imoral e incerto (insanável, ato deve ser
anulado).

VINCULAÇÃO e DISCRICIONARIEDADE:

✓ Ato vinculado: todos os elementos são vinculados.


✓ Ato discricionário:
▪ Motivo e objeto: discricionários (mérito administrativo)
▪ Competência, finalidade e forma: vinculados.
▪ Não existe ato totalmente discricionário!

➢ Poder Judiciário não aprecia o mérito administrativo: caso a Administração ultrapasse os limites da discricionariedade, o
Judiciário poderá anular o ato (jamais convalidar), sem que isso caracterize controle de mérito; uma vez rompidos os
limites da lei, o controle passa a ser de legalidade.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

▪ Atos vinculados: a lei fixa os requisitos e condições de sua realização, não deixando
Quanto ao liberdade de ação para a Administração.
grau de
▪ Atos discricionários: a Administração tem liberdade de ação dentro de determinados
liberdade
parâmetros previamente definidos em lei.

▪ Atos gerais: possuem destinatários indeterminados; são dotados de generalidade e


Quanto aos abstração; prevalecem sobre os atos individuais. Ex: atos normativos.
destinatários ▪ Atos individuais: possuem destinatários certos e determinados; pode ser um destinatário
(ato singular) ou vários (ato plúrimo). Ex: nomeação, exoneração, autorização, licença.

Quanto à ▪ Atos internos: atingem apenas o órgão que os editou. Ex: portaria de remoção de servidor.
situação de ▪ Atos externos: também atingem terceiros. Ex: multas a empresas contratadas, editais de
terceiros licitação, atos normativos etc.

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▪ Atos simples: decorrem da manifestação de um único órgão, unipessoal ou colegiado. Ex:
despacho de um chefe de seção, decisões de conselhos administrativos.
▪ Atos complexos: decorrem de duas ou mais manifestações de vontade autônomas,
Quanto à provenientes de órgãos diversos (há um ato único). Ex: aposentadoria de servidor
formação de estatutário, portarias conjuntas.
vontade
▪ Atos compostos: resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de
um é instrumental em relação à do outro (existem dois atos). Ex: autorização que
depende de visto.

▪ Atos de império: praticados com supremacia sobre os administrados. Ex: desapropriação.


Quanto às ▪ Atos de gestão: praticados sem supremacia sobre os administrados; são atos próprios da
prerrogativas gestão de bens e serviços. Ex: alienação de bens, aluguéis de imóveis.
da
▪ Atos de expediente: se destinam a dar andamento aos processos e papeis administrativos,
Administração
sem qualquer conteúdo decisório. Ex: protocolo de documentos.

▪ Ato constitutivo, extintivo ou modificativo: respectivamente criam, extinguem ou


modificam direitos e obrigações para seus destinatários. Ex: licenças, nomeações, aplicação
Quanto aos de sanções (constitutivos); cassação de autorização, demissão de servidor (extintivos);
efeitos alteração de horário de funcionamento do órgão (modificativo).
▪ Ato declaratório: atesta um fato ou reconhece um direito ou uma obrigação que já existia
antes do ato. Ex: expedição de certidões e atestados.

▪ Ato válido: é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.
▪ Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Ex: ato com motivo inexistente, ato com
Quanto aos objeto não previsto em lei e ato praticado com desvio de finalidade.
requisitos de
▪ Ato anulável: é o que apresenta vício sanável. Ex: vícios de competência e de forma (regra).
validade
▪ Ato inexistente: apenas tem aparência de ato administrativo, mas, em verdade, não chega a
entrar no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial. Ex: usurpador de função.

▪ Ato perfeito: aquele que já concluiu todas as etapas da sua formação.


▪ Ato eficaz: é o ato perfeito que já está apto a produzir efeitos, não dependendo de nenhum
Quanto à evento posterior, como termo, condição, aprovação, autorização etc.
exequibilidade ▪ Ato pendente: é o ato perfeito que ainda depende de algum evento posterior para produzir
efeitos.
▪ Ato consumado: é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

➢ Atos normativos
▪ Possuem efeitos gerais e abstratos, atingindo todos aqueles que se situam em idêntica situação jurídica (não têm
destinatários determinados). Correspondem aos “atos gerais”.
▪ Não podem inovar o ordenamento jurídico (ao contrário das leis).
▪ São atos administrativos apenas em sentido formal (e não em sentido material).
▪ Não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos ou ação judicial ordinária; devem ser
impugnados por ação direta de inconstitucionalidade.
▪ Exemplos: regulamentos, portarias, circulares, instruções normativas.

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➢ Atos ordinatórios
▪ São os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos, que visam a disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional de seus agentes.
▪ Possuem fundamento no poder hierárquico; de regra, não atingem os particulares em geral.
▪ São inferiores em hierarquia aos atos normativos.
▪ Exemplos: portarias de delegação de competência, circulares internas, ordens de serviço, avisos.

➢ Atos negociais
▪ São aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado.
▪ Representam a anuência prévia da Administração para o particular realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito (“atos de consentimento”).
▪ Não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais.
▪ Licença:
o Ato administrativo vinculado e definitivo. Permite ao particular exercer direitos subjetivos.
o Não pode, em regra, ser revogada (exceto licença para construir). Admite apenas cassação (vício na execução) ou
anulação (vício na origem). Pode gerar direito a indenização ao particular, caso ele não tenha dado causa à invalidação
da licença.
▪ Autorização:
o Ato administrativo discricionário e precário. Permite ao particular exercer atividades materiais, prestar serviços públicos
ou utilizar bem público.
o Pode ser revogada a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a necessidade de pagar indenização ao
interessado.
▪ Permissão: ato administrativo discricionário e precário. Enquanto ato administrativo, refere-se apenas ao uso de bem
público; em caso de delegação de serviços públicos, a permissão deve ser formalizada mediante um “contrato de adesão”,
precedido de licitação (ou seja, não constitui um ato administrativo).
▪ Outros exemplos: admissão, aprovação e homologação.

➢ Atos enunciativos
▪ São aqueles que atestam ou certificam uma situação preexistente (ex: certidões e atestados) ou que emitem uma opinião
para preparar outro ato de caráter decisório (pareceres).
▪ A rigor, não constituírem uma manifestação de vontade da Administração; por isso, são considerados meros atos da
Administração (são atos administrativos apenas em sentido formal, mas não material).
▪ Exemplos: certidão (cópia fiel de informações registradas em livros ou banco de dados); atestado (declaração sobre fato que
não consta em livro ou arquivo), parecer (pode ser obrigatório ou facultativo e, em alguns casos, pode ter efeito vinculante);
apostila (averbação para corrigir ou atualizar dados).

➢ Atos punitivos
▪ Os atos punitivos são aqueles que impõem sanções administrativas.
▪ Podem ser de ordem interna (ex: penalidades disciplinares a servidores públicos) ou externa (sanções aplicadas a
particulares).

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EXTINÇÃO E CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

REVOGAÇÃO ANULAÇÃO CONVALIDAÇÃO

Natureza do De mérito Legalidade e legitimidade Legalidade e legitimidade


controle (sem vício) (vícios insanáveis) (vícios sanáveis)

Eficácia Ex nunc (não retroage) Ex tunc (retroage) Ex tunc (retroage)

Competência Administração Administração e Judiciário Administração

Incidência Atos discricionários (não Atos vinculados e discricionários Atos vinculados e


existe revogação de ato discricionários
vinculado)

Natureza do A revogação é um A anulação de ato com vício A convalidação é um ato


desfazimento ato discricionário. insanável é um ato vinculado. A discricionário (pode-se
anulação de ato com vício sanável optar pela anulação do
passível de convalidação é um ato ato).
discricionário.

➢ Outras formas de extinção do ato administrativo:

▪ Extinção natural: cumprimento dos efeitos do ato;


▪ Extinção subjetiva: desaparecimento do sujeito (ex: falecimento do servidor que estava em licença);
▪ Extinção objetiva: desaparecimento do objeto (ex: destruição do bem objeto de autorização de uso);
▪ Cassação: descumprimento de condição fundamental para que o ato pudesse ser mantido (ex: excesso de multas de
trânsito);
▪ Caducidade: norma jurídica posterior tornou inviável a permanência da situação antes permitida pelo ato;
▪ Contraposição: edição posterior de ato cujos efeitos se contrapõem ao anteriormente emitido (ex: exoneração versus
nomeação);
▪ Renúncia: o próprio beneficiário abre mão de uma vantagem de que desfrutava.
▪ Conversão: atinge ato inválido, mudando-o para outra categoria, para que se aproveitem os efeitos já produzidos.

LICITAÇÕES – Lei 8.666/93


▪ Objetivo: selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração.
▪ É um procedimento administrativo: sequência de atos interligados.
▪ Dever de licitar: administração direta e indireta (U, E, DF e M), inclusive EP e SEM (só atividade meio). Todos os Poderes
(função administrativa).
 Princípios:
▪ Legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade; probidade administrativa.
▪ Vinculação ao instrumento convocatório: edital é a lei da licitação, obrigando os licitantes e a própria Adm.
▪ Julgamento objetivo: não pode haver avaliação subjetiva de propostas.
▪ Procedimento formal: seguir todo o formalismo descrito.
▪ Sigilo das propostas: não do procedimento licitatório, que é público.
▪ Adjudicação compulsória: não poderá desrespeitar a classificação na licitação.

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▪ Igualdade de condições entre todos os licitantes.
Igualdade ▪ Veda imposição de marcas, exceto para padronização (tecnicamente justificável).
(competitividade) ▪ Exceções: empate em igualdade de condições; licitações sustentáveis, medidas de compensação, ME e
EPP.

▪ Margem de preferência: pode adquirir produtos nacionais até 25% mais caros; pode
Desenvolvimento ser estendida para países do Mercosul; revisão periódica a cada 5 anos; capacidade de
nacional produção não pode ser inferior à demandada.
sustentável ▪ Bens e serviços de informática e automação.
▪ Sistemas de TI e de comunicação estratégicos
 Modalidades:
Modalidade CONCORRÊNCIA TOMADA DE PREÇOS CONVITE
Aberto a qualquer licitante. ▪ Licitante cadastrado; ▪ Licitantes convidados (cadastrados
▪ Licitante que atender as ou não), no mínimo 3.
Participantes condições para cadastro até 3 ▪ Licitantes cadastrados que
dias antes. manifestarem interesse até 24
horas antes.
Habilitação Fase de habilitação Prévia (registros cadastrais) Prévia (registros cadastrais)
▪ Obras, serviços e compras Obras e serviços de engenharia Obras e serviços de engenharia até R$
de qualquer valor. até R$ 1,5 milhão. 150 mil.
▪ Compra e alienação de Compras e serviços até Compras e serviços até R$ 80 mil.
imóveis. R$ 650 mil.
Objeto
▪ Concessão de direito real
de uso.
▪ Concessão de serviços.
▪ Registro de preços.
Mínimo de 3 membros, pelo Mínimo de 3 membros, pelo Pode ser um único servidor
Comissão
menos 2 servidores efetivos menos 2 servidores efetivos (pequenas unidades, pessoal exíguo)
➢ Concurso: escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante instituição de remuneração ou prêmios.
➢ Leilão: alienação de bens pelo tipo maior lance ou oferta.
➢ Consulta: utilizada por agências reguladoras

▪ Aquisição de bens e serviços comuns, independentemente de valor.


▪ Para a União é obrigatório, sendo preferencial o pregão eletrônico.
▪ Propostas e lances em sessão pública. Lances apresentados pela licitante de menor preço e
pelas que estiverem com preço até 10% acima (no mínimo três licitantes).
Pregão ▪ Habilitação posterior ao julgamento.
▪ Intenção de recorrer deve ser manifestada imediatamente: 3 dias úteis para a Adm. decidir.
▪ Vedado: exigência de garantia de proposta, de aquisição de edital e pagamento de taxas.
▪ Pregão eletrônico: conduzido pela internet.
▪ Conduzido por um pregoeiro e equipe de apoio.

 Tipos de licitação: menor preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou oferta.
 Fases da licitação: abertura do processo administrativo -> elaboração do instrumento convocatório -> publicidade ->
recebimento e julgamento das propostas -> homologação -> adjudicação.
▪ Julgamento das propostas: abertura dos envelopes de habilitação (envelope “A”) -> concessão de prazo para recurso aos
inabilitados -> devolução dos envelopes de propostas de preço (envelope “B”) fechados aos inabilitados, após o prazo de
recurso ou sua decisão -> abertura dos envelopes de proposta de preços dos habilitados -> julgamento e classificação.

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Publicidade do instrumento convocatório:

Modalidade Antecedência mínima


Quando o contrato a ser celebrado for no
regime de empreitada integral.
45 dias
Concorrência Quando a licitação for do tipo “melhor
técnica” ou “técnica e preço”.
30 dias Demais casos
30 dias Quando a licitação for do tipo “melhor
Tomada de preços técnica” ou “técnica e preço”.
15 dias Demais casos
Convite 5 dias úteis
Concurso 45 dias
Leilão 15 dias
Pregão 8 dias úteis
 Exceções ao dever de licitar:
▪ Inexigibilidade: inviabilidade de competição:
✓ Fornecedor exclusivo;
✓ Serviço técnico exclusivo, de natureza singular, por empresa de notória especialização, não sendo publicidade e
propaganda;
✓ Contratação de artista consagrado pela crítica ou pelo público.
▪ Dispensa de licitação: a competição é viável. Hipóteses taxativas previstas na lei.
✓ Licitação dispensada: a lei determina que não haverá licitação, todos para alienação de bens da própria
Administração.
✓ Licitação dispensável: a lei permite a dispensa de licitação (pode ou não licitar).

 Impugnação de edital:
▪ Cidadão: até 5 dias úteis antes da licitação.
▪ Licitante: até 2 dias úteis antes da licitação
 Alienação de bens:
▪ Interesse público.
▪ Avaliação prévia.
▪ Licitação pública (dispensada nas hipóteses do art. 17):
✓ Imóveis: em regra por concorrência (salvo se o imóvel é derivado de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, quando poderá ser por leilão ou concorrência).
✓ Móveis: em regra por leilão (> R$ 650 mil haverá concorrência).
▪ Autorização legislativa: apenas se o imóvel por da administração direta, autárquica ou fundacional (não para EP e SEM).

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 Recursos administrativos:
Efeito suspensivo sempre:
▪ habilitação ou inabilitação do licitante;
▪ julgamento das propostas;
Recurso sentido estrito Efeito suspensivo facultativo:
(5 dias úteis ou 2 nos convites) ▪ anulação ou revogação da licitação;
▪ registro cadastral;
▪ rescisão unilateral do contrato pela Administração;
▪ advertência, suspensão temporária ou multa
Representação Quando não couber recurso hierárquico.
Pedido de reconsideração Declaração de inidoneidade
(10 dias úteis) Dirigido ao Ministro de Estado, Secretário Estadual ou Municipal.

CLÁUSULAS EXORBITANTES
▪ Por modificação do projeto ou das especificações;
Alteração ▪ Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25% (ou até 50% de acréscimo em caso
unilateral de reforma de edifícios ou equipamentos).
▪ Somente cláusulas de execução -> não pode alterar o equilíbrio econômico-financeiro.

▪ Rescisão unilateral pela Administração:


✓ Inadimplência do contratado, com ou sem culpa
✓ Interesse público
Rescisão
✓ Caso fortuito e força maior
unilateral O contratado tem
▪ Quando a “culpa” é da Administração (não é cláusula exorbitante): direito à
✓ Amigável indenização
✓ Judicial

▪ Advertência
▪ Multa
Aplicação de
▪ Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até dois anos.
sanções
▪ Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração enquanto
perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.

▪ Poderá ser exigida garantia do contratado, até 5% do valor do contrato (até 10% em
contrato de grande vulto com alta complexidade).
Exigência de ▪ Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
garantia ▪ Modalidades de garantia (opção do contratado): caução em dinheiro ou títulos da dívida
pública; seguro garantia; fiança bancária.
▪ Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do valor estimado do objeto).

Fiscalização ▪ Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela ▪ Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.

▪ Garante a continuidade dos serviços essenciais.


Ocupação
▪ Hipóteses: (i) como medida cautelar; e (ii) após a rescisão do contrato.
temporária
▪ Incide sobre bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao contrato.

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Restrições à ▪ Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do ▪ Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.

DURAÇÃO DOS CONTRATOS


▪ O prazo dos contratos não pode ser indeterminado.
▪ Regra: prazo restrito aos créditos orçamentários (no mesmo exercício).
▪ Exceções:
o Projetos incluídos no PPA -> máximo de 4 anos
o Serviços de execução continuada -> Até 60 meses e excepcionalmente por mais 12 meses
o Aluguel equipamentos e programas informática -> até 48 meses
o Segurança nacional e inovação tecnológica (licitação dispensável) -> até 120 meses

EXTINÇÃO DO CONTRATO
▪ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo.
▪ Impossibilidade material ou jurídica.
▪ Anulação (ex tunc): dever de indenizar o contratado, exceto de este tiver contribuído para a ilegalidade.
▪ Rescisão (ex nunc): unilateral, amigável ou judicial

AGENTES PÚBLICOS

▪ Agentes políticos: elaboram políticas públicas e dirigem a Adm; atuam com liberdade funcional (ex: chefes do Executivo,
ministros e secretários, membros do Legislativo, juízes, membros do MP e do TCU).
▪ Agentes administrativos: exercem atividades administrativas (ex: servidores públicos, empregados públicos e agentes
temporários).
▪ Agentes honoríficos: prestam serviços relevantes ao Estado; em regra, não recebem remuneração (ex: mesários e júri).
▪ Agentes delegados: particulares que atuam em colaboração com o Poder Público; podem ser pessoas jurídicas (ex:
concessionárias de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros).
▪ Agentes credenciados: representam a Administração em atividade específica (ex: pessoas de renome).
▪ Agentes de fato: pessoas investidas na função pública de forma emergencial (necessários) ou irregular (putativos). Seus atos
devem ser convalidados (teoria da aparência).

NORMAS CONSTITUCIONAIS:
CARGOS PÚBLICOS EMPREGOS PÚBLICOS
▪ Provimento efetivo (concurso público) ou em ▪ Provimento mediante concurso público.
comissão (livre nomeação e exoneração). ▪ Ocupados por empregados públicos.
▪ Ocupados por servidores públicos. ▪ Regime jurídico celetista.
▪ Regime jurídico estatuário. ▪ Órgãos e entidades de direito privado (EP, SEM e
▪ Órgãos e entidades de direito público (adm. fundações de direito privado).
direta, autarquias e fundações públicas) -> RJU

➢ Cargos em comissão: qualquer pessoa; % mínima de concursados prevista em lei.


Direção, chefia
➢ Funções de confiança: somente servidores efetivos. e
assessoramen
to

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▪ Podem participar brasileiros e estrangeiros (estes, na forma da lei);
▪ Obrigatório para cargos e empregos efetivos.
▪ Pode ser de provas ou de provas e títulos.
▪ Exceções: cargos em comissão; contratações temporárias, agentes comunitários de saúde.
▪ Prazo de validade: até dois anos, prorrogável uma vez por igual período.
▪ Restrições só por lei (idade, altura, sexo), desde que observe proporcionalidade com as
atribuições do cargo.
Concurso
▪ Verificação, em regra, no ato da posse, exceto: (i) 3 anos de atividade jurídica p/ juiz e MP; e (ii)
público
limite máximo de idade nas polícias -> a verificação ocorre na inscrição do concurso;
▪ Até 20% das vagas para portadores de deficiência (mínimo de 5%); e 20% para negros (caso
haja 3 ou mais vagas).
▪ Candidatos aprovados dentro das vagas previstas no edital têm direito à nomeação.
▪ A cláusula de barreira é permitida.
▪ Não pode haver remarcação de provas de aptidão física, exceto para gestantes.
▪ O Judiciário não aprecia o mérito das questões, mas apenas sua compatibilidade com o edital.

➢ Direito à associação sindical -> norma autoaplicável.


➢ Direto de greve -> norma de eficácia limitada -> aplica-se aos servidores públicos a lei de greve dos trabalhadores privados.

▪ Os casos excepcionais devem estar previstos em lei; o prazo de contratação deve ser
predeterminado; a necessidade deve ser temporária; e o interesse público deve ser
Contratações excepcional.
temporárias ▪ Pode ser feita sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado.
▪ Os agentes temporários exercem função pública, mas não ocupam cargo, nem emprego
público -> firmam contrato de direito público com a Administração.

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SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS AGENTES PÚBLICOS:
▪ Vencimentos (vencimento básico + vantagens) -> servidores públicos (empregados é salário).
▪ Subsídios (parcela única) -> agentes políticos, AGU, PGFN, defensores públicos, polícias e bombeiros; facultativo para
servidores organizados em carreira.
▪ Assegurada revisão geral anual (aumento impróprio).
➢ Teto remuneratório:
▪ Inclui todas as vantagens, exceto de natureza indenizatória.
▪ EP e SEM apenas se receberem recursos da fazenda pública para custeio ou pagamento de pessoal.

Esfera PODER TETO


Federal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio dos Ministros do STF (teto único)
Poder Executivo Subsídio do Governador
Poder Legislativo Subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
Estadual Membros do Judiciário (Juízes) Subsídio dos Ministros do STF
Servidores do Judiciário, Defensores, Subsídio do Desembargador do TJ, limitado, no
Procuradores e membros do MP. entanto, a 90,25% do subsídio do STF.
Municipal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio do Prefeito (teto único)

Acumulação de cargos remunerados na ativa: VEDADA, exceto:


Dois cargos de professor; Deve haver:
Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou ▪ Compatibilidade de
Dois cargos ou empregos na área de saúde. horários.
Respeito
▪ ao teto
remuneratório em cada
Acumulação de cargos remunerados na aposentadoria (regime próprio): VEDADA, exceto:
cargo
Cargos acumuláveis;
Cargos eletivos; ou
Cargos em comissão.

➢ Mandatos eletivos:
▪ Federal, estadual ou distrital: afastado do cargo e recebe remuneração do cargo eletivo;
▪ Prefeito: afastado do cargo e pode optar pela remuneração;
▪ Vereador: pode acumular e receber ambas as remunerações, desde que haja compatibilidade de horários.

➢ Requisitos para estabilidade (servidores estatutários efetivos; não se aplica aos empregados públicos):
▪ Investidura em cargo efetivo, mediante prévia aprovação em concurso público;
▪ Três anos de efetivo exercício no cargo;
▪ Aprovação em avaliação especial de desempenho.
O servidor estável só perderá o cargo se for condenado em processo judicial ou administrativo ou, ainda, como última solução
para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.

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CONTROLE ADMINISTRATIVO:
Hierárquico = poder de autotutela. Ex: recursos administrativos, processos disciplinares etc. Anulação refere-se
a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais. Revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos
inconvenientes ou inoportunos.
Não hierárquico = tutela e órgãos especializados de controle (ex: CGU)
▪ Direito de petição:
✓ Representação: denúncia de irregularidades à Administração;
✓ Reclamação administrativa: contra atos da Adm. que afetem os direitos do administrado;
✓ Pedido de reconsideração: solicitação de reexame de um ato administrativo pela mesma autoridade que o
editou;
✓ Recurso hierárquico próprio: pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior à
que proferiu o ato;
✓ Recurso hierárquico impróprio: dirigido à autoridade que não se insere na mesma estrutura hierárquica do
agente que proferiu o ato. Só quando houver previsão em lei.
CONTROLE JUDICIAL:
Exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do
próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Necessariamente provocado. Controle a posteriori
(regra). Restrito ao controle de legalidade, adentrando no mérito do ato administrativo apenas em caso de
ilegalidade ou ilegitimidade. Pode anular, mas não revogar o ato.
▪ Contra ato ou omissão que importar lesão ou ameaça de lesão a direito subjetivo líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data.
▪ Contra ato ou omissão de autoridade pública, ou de particular no exercício de funções públicas.
▪ O ato ou omissão deve importar ilegalidade ou abuso de poder
Mandado de ▪ É sempre uma ação de natureza civil
segurança ▪ Pode ser repressivo ou preventivo
▪ Prazo: 120 dias contados da ciência do ato impugnado.
▪ Não poderá ser utilizado: contra lei em tese; contra atos de gestão comercial; decisão judicial
transitada em julgado; atos internos; ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo; substituto
da ação de cobrança.

▪ Legitimados:
✓ Partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
✓ Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
Mandado de em funcionamento há pelo menos um ano.
segurança
▪ Não é necessária autorização expressa dos associados.
coletivo
▪ Pode ser impetrado para defender parte dos associados.
▪ Não beneficia o impetrante de MS individual que tenha o mesmo objeto, a menos que
haja desistência da ação individual no prazo de 30 dias da impetração da ação coletiva.

▪ Contra lesão a interesses difusos: patrimônio público, moralidade administrativa,


patrimônio histórico-cultural, meio ambiente.
Ação popular
▪ Legitimados: qualquer cidadão no pleno gozo dos direitos políticos.
▪ Ação preponderantemente desconstitutiva e subsidiariamente condenatória.

▪ Proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses


difusos e coletivos.
Ação civil
▪ Legitimados: Ministério Público, Defensoria Pública, Administração, associação
pública
constituída há pelo menos um ano no pleno gozo dos direitos políticos.
▪ Ação preponderantemente mandamental e preponderantemente condenatória.

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CONTROLE LEGISLATIVO:

Responsabilidade pelo controle externo: depende da origem orçamentária primária dos recursos.

Esfera Titular do controle externo Órgão técnico que presta auxílio


União Congresso Nacional TCU
Estados Assembleias Legislativas TCE
Distrito Federal Câmara Legislativa TCDF
Municípios da BA, CE, GO e PA Câmaras Municipais TC dos Municípios (órgãos estaduais)
Municípios do RJ e SP Câmaras Municipais TCM-RJ e TCM-SP (órgãos municipais)
Demais Municípios Câmaras Municipais TCE
 Repartição constitucional de funções de controle externo:
Congresso: julgar as contas do PR; sustar atos normativos que exorbitem do
poder regulamentar; sustar contratos ilegais.
Senado Federal: aprovar as indicações de nomes indicados pelo PR; julgar
autoridades nos crimes de responsabilidade; aprovar operações de crédito
Controle exercido externas
diretamente pelo Congresso, Câmara dos Deputados: tomar as contas do Presidente da República, caso
suas Casas e Comissões não apresentadas no prazo.
(controle parlamentar) CPI: investigar fato determinado.
CMO: examinar e emitir parecer sobre as contas do PR; acompanhar a
fiscalizar a execução orçamentária.

Competências do art. 71 da CF que podem ser divididas em:


Controle exercido pelo TCU - Exame e julgamento das prestações de contas (no caso das contas do
(controle técnico) Presidente da República, o TCU emite parecer prévio);
- Atividades de fiscalização (auditorias e inspeções; registro de atos de
pessoal; sustar atos administrativos).

ABRANGÊNCIA DO CONTROLE EXERCIDO PELO TCU


CF, art. 70. caput
Natureza das fiscalizações: Aspectos a serem verificados:
• Contábil • Legalidade
• Financeira • Legitimidade
• Orçamentária • Economicidade
• Operacional • Aplicação das subvenções
• Patrimonial • Renúncia de receitas

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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
▪ Agente público, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Inclui agentes políticos.
Sujeitos
▪ Terceiro, que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade (deve haver
ativos
participação de agente público).

▪ Administração direta, indireta ou fundacional;


▪ Empresa incorporada ao patrimônio público;
▪ Entidade privada da qual o erário participe com mais de 50% do patrimônio ou da receita
Sujeitos anual;
passivos ▪ Entidade privada da qual o erário participe com menos de 50% do patrimônio ou da
receita anual (sanção limita-se à contribuição do poder público).
▪ Empresa privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público (sanção limita-se à contribuição do poder público).

➢ Sanções:
• Natureza administrativa, civil e política.
o Administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público;
o Civil: indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário, multa civil;
o Política: suspensão dos direitos políticos.

• NÃO PREVÊ SANÇÕES PENAIS (exceto àquele que apresenta denúncia sabidamente infundada).
• Independe da ocorrência de dano ao erário (exceto quanto à pena de ressarcimento) ou da aprovação ou rejeição das
contas pelo Tribunal de Contas.
• Exige comprovação de dolo (enriquecimento ilícito e violação dos princípios) e dolo ou culpa (prejuízo ao erário).

➢ Declaração de bens: obrigatória para a posse ou exercício. Quem deixar de entregar ou falsificar fica sujeito à pena de
demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

➢ Procedimento administrativo e processo judicial:


• Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa competente ou ao MP;
• Tribunal de Contas e MP podem indicar representante para acompanhar a apuração administrativa;
• Pode ser decretada medida cautelar de sequestro dos bens;
• A autoridade judicial ou administrativa pode determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
• A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

➢ Prescrição:
• Cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
• Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei específica para
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público.
• Cinco anos contados da data da prestação de contas, no caso de entidades privadas beneficiárias de recursos públicos ou
de cujo patrimônio ou receita anual o Poder Público contribua com menos de 50%.
• Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.

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• Que importam enriquecimento ilícito: auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida, direta ou indireta, em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade pública. Exemplos:
o Receber propina; utilizar bem ou servidor público em proveito próprio; adquirir bens
em valor desproporcional à própria renda.
• Que causam prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres de órgão ou entidade pública. Exemplos:
Atos de o Permitir ou concorrer que se utilize bens ou dinheiro público sem observar a lei;
improbidade aquisição de bens pela Adm. Pública fora das condições de mercado; frustrar a licitude
administrativa de licitação; realizar despesa pública de forma irregular.
• Decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício tributário ou financeiro:
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou
tributário contrário ao que dispõe a legislação do ISS (alíquota mínima de 2%).
• Que atentam contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, bem
como outros princípios da Adm. Pública. Exemplos:
o Praticar ato visando fim proibido ou diverso daquele previsto em lei; revelar
informação sigilosa; deixar de prestar contas; frustrar a licitude de concurso público.

➢ Sanções pela prática de ato de improbidade administrativa

Enriquecimento Prejuízo ao Benefício ISS


Lesão a princípios
ilícito erário indevido

Ressarcimento ao erário Aplicável Aplicável - Aplicável

Perda da função pública Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável

Suspensão dos direitos


De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos
políticos

Perda dos bens


Deve ser aplicada Pode ser aplicada - -
acrescidos ilicitamente

Até 3x o valor do Até 100x o valor da


Até 2x o valor do Até 3x o valor do
Multa civil acréscimo remuneração
dano benefício
patrimonial recebida pelo agente

Proibição de contratar
com o Poder Público ou
Por 10 anos Por 5 anos - Por 3 anos
receber benefícios
fiscais

TEORIAS SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


Teoria da irresponsabilidade: o Estado não pode ser responsabilizado (Estados absolutistas; jamais existiu no Brasil).
Responsabilidade subjetiva: a responsabilidade do Estado depende da comprovação de culpa.
▪ Teoria da culpa comum ou civilista: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa do seu agente. Apenas
atos de gestão, mas não atos de império.
▪ Teoria da culpa administrativa: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa da Administração (falta do
serviço). Aplicável nos casos de omissão na prestação de serviço público.

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Responsabilidade objetiva: a responsabilidade do Estado independe da comprovação de culpa. Basta existir o dano, o fato do
serviço e o nexo causal entre eles:
▪ Teoria do risco administrativo: admite excludentes -> aplicada como regra
▪ Teoria do risco integral: não admite excludentes -> apenas casos excepcionais: danos nucleares, ambientais e ataques
terroristas a aeronaves brasileiras.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO: ART. 37, §6º DA CF
▪ Consiste na obrigação de o Estado reparar danos (morais e materiais) causados a terceiros.
▪ É sempre de natureza civil e extracontratual.
▪ Resulta de condutas dos agentes públicos comissivas ou omissivas, lícitas ou ilícitas.
▪ Agentes devem atuar na condição de agentes públicos.
 A responsabilidade do Estado é objetiva: o Estado responde pelos danos causados por seus agentes independentemente
de culpa.
 A responsabilidade do agente é subjetiva: agente responde ao Estado, em ação regressiva, só se agir com dolo ou culpa.

Elementos da ▪ Ato lesivo causado pelo agente público, nessa qualidade;


responsabilidade ▪ Ocorrência de um dano patrimonial ou moral;
objetiva ▪ Nexo de causalidade entre o dano e a atuação do agente.

▪ De direito público: todas (adm. direta, autarquias e fundações)


Alcança as
▪ De direito privado prestadoras de serviço público: EP, SEM, fundações e delegatárias.
pessoas jurídicas
✓ Estatais exploradoras de atividade econômica não!

Responsabilidade civil do Estado por ação ou omissão


 Ação -> responsabilidade objetiva -> teoria do risco administrativo
 Omissão -> responsabilidade subjetiva -> teoria da culpa administrativa

▪ Ação de indenização: 5 anos


Prescrição
▪ Ação regressiva: imprescritível
 A ação regressiva depende da condenação da pessoa jurídica a indenizar a vítima (trânsito em julgado);
 A ação regressiva transmite-se aos sucessores, até o limite da herança.

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
▪ Culpa exclusiva da vítima (em caso de culpa concorrente, a responsabilidade é atenuada, proporcionalmente);
▪ Caso fortuito e força maior;
▪ Evento exclusivo de terceiros, inclusive multidões;
 O ônus da prova é da Administração!

ATOS LEGISLATIVOS E JUDICIAIS


 Responsabilidade do Estado por atos legislativos típicos
✓ Regra: NÃO HÁ
✓ Exceção: pode haver em caso de:
▪ Leis com efeitos concretos;
▪ Leis declaradas inconstitucionais pelo STF.
 Responsabilidade do Estado por atos jurisdicionais típicos
✓ Regra: NÃO HÁ
✓ Exceção: pode haver em caso de erro judiciário, unicamente na esfera penal.

RESPONSABILIDADE POR DANOS DE OBRAS PÚBLICAS


 Só fato da obra -> não importa o executor -> responsabilidade civil objetiva do Estado
 Má execução da obra
✓ Execução a cargo da própria Administração -> responsabilidade civil objetiva do Estado

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✓ Execução a cargo de particular contratado -> responsabilidade civil subjetiva do contratado

POSICIONAMENTOS IMPORTANTES DA DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA


➢ As concessionárias de serviço público respondem objetivamente pelos danos causados por seus agentes a terceiros, sejam
usuários ou não-usuários do serviço prestado.
➢ Nos danos causados a pessoas sob a guarda do Estado (alunos de escolas públicas, detentos e pacientes internados), a
responsabilidade civil do Estado é objetiva, na modalidade risco administrativo, mesmo que os danos não tenham sido
diretamente causados por atuação de seus agentes.
➢ Suicídio de detento acarreta a responsabilidade objetiva do Estado, não sendo admitida exclusão da responsabilidade por
culpa exclusiva da vítima.
➢ Agente público como parte no polo passivo da ação de indenização:
▪ STF: os agentes não podem responder diretamente perante o lesado, nem mesmo em litisconsórcio, só podendo vir a
responder em ação regressiva, perante o Estado.
▪ Doutrina: o agente pode responder diretamente, inclusive em litisconsórcio passivo.
➢ Não é cabível a denunciação à lide do agente público (posição majoritária).
➢ Em regra, não há responsabilidade civil do Estado unicamente pela prisão preventiva de acusado que, depois, venha a ser
absolvido na sentença final (a menos que haja alguma ilegalidade na prisão).
➢ Responsabilidade civil dos notários (tabeliães):
▪ STF: a responsabilidade objetiva é do Estado, cabendo ação de regresso contra o tabelião;
▪ STJ: a responsabilidade objetiva é do tabelião, e, conforme o caso, subsidiária do Estado, cabendo direito de regresso
contra os prepostos.
➢ STF: é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.

SERVIÇOS PÚBLICOS
 Elementos da definição:
▪ Subjetivo: o sujeito é o Estado (Poder Público), que presta direta ou indiretamente.
▪ Objetivo: atividades de interesse coletivo (nem sempre, ex: loterias).
▪ Formal: o regime jurídico é de direito público (mas quando prestado por concessionárias ou permissionárias o regime
predominante é de direito privado – regime híbrido).
 Não são serviços públicos: atividades judiciais, legislativas e de governo (políticas); fomento; poder de polícia; intervenção
na propriedade privada; obras públicas.
 Ordem social (saúde e educação): podem ser prestados pelos particulares independentemente de delegação. São
atividades privadas, sujeitas ao poder de polícia do Estado. Apenas quando desempenhadas pelo Estado é que se sujeitam
ao regime de direito público.
 Formas de prestação:
▪ Prestação direta: o serviço é prestado pela Administração Pública, direta ou indireta.
▪ Prestação indireta: o serviço é prestado por particulares, aos quais, mediante delegação do Poder Público, é atribuída a
sua mera execução.
 Regulamentação e controle: atividade típica do Poder Público, indelegável a particulares.
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
Princípio da predominância do interesse.
▪ União: interesse nacional. Rol taxativo. Ex: defesa nacional, serviço postal, energia, transporte ferroviária, e rodoviário
interestadual e internacional.
▪ Municípios: interesse local. Rol exemplificativo. Ex: transporte coletivo, serviço funerário.
▪ Estados: interesse regional. Serviços residuais. Ex: transporte intermunicipal; gás canalizado.
▪ Distrito Federal: serviços estaduais e municipais.
▪ Comum: rol taxativo. Serviços prestados de forma paralela, sem subordinação.
CLASSIFICAÇÕES
Originário: só pode ser prestado pelo Estado; poder de império; indelegável. Ex: segurança nacional.
Derivado: pode ser prestado por particulares; delegável. Ex: energia, telefonia.

Exclusivo: titularidade do Estado, prestados direta ou indiretamente. Ex: energia.


Não exclusivo: Estado não é titular; podem ser prestados por particulares sem delegação. Ex: saúde, educação.

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Próprio: prestado pelo Estado, direta ou indiretamente. Ex: energia, escola pública.
Impróprio: prestado por particular, sem delegação. Ex: saúde, educação.

Geral, uti universi: Usuários indeterminados. Ex: iluminação pública, saneamento.


Individual, uti singuli: Usuários determinados, mensuráveis. Ex: água, energia.

Administrativo: atende necessidades internas da Administração. Ex: imprensa oficial.


Comercial: atende necessidades econômicas da população; gera lucro. Ex: transporte
Social: atende necessidades de ordem social; não gera lucro. Ex: cultura, assistência social.

Obrigatório: colocado à disposição dos cidadãos, obrigatoriamente; remunerado por tributos.


Facultativo: usuário pode optar por recebê-lo ou não; remunerado por tarifas.

DELEGAÇÃO
Concessão Permissão Autorização

Sempre precedida de licitação, na Sempre precedida de licitação, mas Não há licitação.


modalidade concorrência. não há modalidade específica.

Celebração com pessoa jurídica ou Celebração com pessoa física ou Celebração com pessoa física ou
consórcio de empresas. jurídica. jurídica.

Não há precariedade. Delegação a título precário. Delegação a título precário.

Natureza contratual. Natureza contratual; a lei explicita Ato administrativo, discricionário.


tratar-se de contrato de adesão.

Não é cabível revogação do A lei prevê a revogabilidade Pode ser revogado, sem
contrato. unilateral do contrato pelo poder indenização ao particular.
concedente.
 Permissão de serviço público = contrato administrativo
 Permissão de uso de bem público = ato administrativo

CONCESSÃO E PERMISSÃO
Serviço público adequado: regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação
e modicidade das tarifas.
✓ Em situação de emergência (ex: queda de raio na central elétrica); ou
✓ Após prévio aviso, quando:
Serviço pode
▪ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (ex:
ser paralisado
manutenção periódica e reparos preventivos); e
▪ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade;

✓ Concessão = concorrência; permissão = qualquer modalidade.


✓ Não pode ser dispensada (a doutrina admite a inexigibilidade, por inviabilidade de
competição).
Licitação ✓ Inversão de fases (julgamento antes da habilitação)
✓ É possível a participação de empresa estatal (pode contratar por dispensa para formular
proposta).
✓ Autores dos projetos básicos ou executivo podem participar.

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Prazo: deve ser determinado (a lei não prevê prazos mínimos e máximos).
Transferência de encargos:
▪ Contratação com terceiros (não depende de autorização)
▪ Subconcessão (parcial; licitação na modalidade concorrência; sub-rogação)
▪ Transferência de concessão (total; anuência prévia do poder concedente, sob pena de caducidade)
▪ Transferência de controle societário (anuência prévia do poder concedente, sob pena de caducidade)
▪ Assunção do controle ou da administração temporária pelos financiadores
Política tarifária: poder concedente homologa reajustes e promove a revisão.

INTERVENÇÃO:
➢ Provisória, por decreto, para assegurar serviço público adequado. Prazo: 30 dias para instaurar processo administrativo e
mais 180 dias para conclusão do procedimento (máximo 210 dias).
➢ Após a intervenção a concessão será extinta; ou a administração será devolvida à concessionária.

EXTINÇÃO:
➢ Termo contratual: término do prazo do contrato.
➢ Encampação: por interesse público, com indenização prévia e autorização legislativa.
➢ Caducidade: por inadimplência do contratado, com indenização posterior e sem autorização legislativa.
➢ Rescisão: por iniciativa da concessionária, após decisão judicial.
➢ Anulação: por ilegalidade ou ilegitimidade no contrato ou na licitação; decretada pelo poder concedente ou pelo Judiciário,
se provocado.
➢ Falência ou extinção da concessionária (ou falecimento/incapacidade o titular, no caso de empresa individual).
 Em todas as hipóteses há indenização das parcelas não amortizadas dos bens reversíveis.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
PROF. RICARDO VALE, NÁDIA CAROLINA E DIEGO CERQUEIRA
Considerações Iniciais
Olá amigos, tudo bem?

Meu nome é Diego Cerqueira, sou professor do Estratégia em Direito Constitucional.


Hoje faremos uma grande revisão para o concurso do TJ/PE – Oficial de Justiça.

Eu, a Prof. Nádia Carolina e Prof. Ricardo Vale preparamos um material bem especial,
com pontos fundamentais que devem ser revistos nessa reta final! Espero que gostem.
:)

Facebook do Prof. Diego Cerqueira:


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Instagram: @profdiegocerqueira

Facebook do Prof. Ricardo Vale:


https://www.facebook.com/profricardovale
Canal do YouTube do Ricardo Vale:
https://www.youtube.com/channel/UC32LlMyS96biplI715yzS9Q
Periscope do Prof. Ricardo Vale: @profricardovale

1. TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO


1.1) Conceito de Constituição: A Constituição é a “lei fundamental e suprema”. É o
fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico. Ela determina a organização
e o funcionamento do Estado, bem como define os direitos e garantias fundamentais.

1.2) Sistema aberto da Constituição (posição de J.J. Canotilho): A Constituição


é dinâmica, adaptando-se à realidade social; visa a concretizar o Estado democrático
de direito e captar a evolução dos valores da sociedade, sob pena de perder sua força
normativa. Composicão:
Regras: são mais concretas, servindo para definir determinadas
condutas; e
Princípios: são mais abstratos: não definem condutas, mas sim diretrizes
para que se alcance a máxima concretização da norma.

1.3) Estrutura da Constituição:


a) Preâmbulo: é a parte que antecede o texto constitucional. Serve para
apresentar e definir as intenções do Constituinte. Para o Supremo, é fonte de
interpretação, mas não é norma constitucional; não dispõe de força normativa
ou caráter vinculante. Não serve de parâmetro para a declaração de

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inconstitucionalidade; suas disposições não são de reprodução obrigatória
pelas Constituições Estaduais.
b) Parte dogmática: é o texto constitucional propriamente dito, que prevê os
direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se do corpo
permanente. Pode ser modificado pelo poder constituinte derivado, mediante
emenda constitucional.
c) Parte transitória: visa integrar a ordem jurídica antiga à nova, quando do
advento de uma nova Constituição, garantindo a segurança jurídica. Suas
normas são formalmente constitucionais. Pode ser modificada por reforma
constitucional e sofrer controle de constitucionalidade das leis.

1.4) Hierarquia das normas:


a) Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias: Não importa
qual é o conteúdo da norma. Todas as normas constitucionais originárias têm o
mesmo status hierárquico. As normas definidoras de direitos e garantias
fundamentais têm a mesma hierarquia do ADCT.
b) Não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias e normas
constitucionais derivadas: Todas elas se situam no mesmo patamar.
c) As normas constitucionais originárias não podem ser declaradas
inconstitucionais: Segundo o STF, elas gozam de presunção absoluta de
Constitucionalidade. Não podem ser objeto de controle de constitucionalidade.
Já as emendas (normas constitucionais derivadas) poderão, sim, ser objeto de controle.
d) EC nº. 45/2004: “Os tratados e convenções internacionais de direitos humanos:
aprovados em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara e Senado), em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às
emendas constitucionais”. (“bloco de constitucionalidade”). Os demais tratados
internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo rito ordinário, têm, segundo o
STF, “status” supralegal”. Significa que se situam logo abaixo da Constituição e acima
das demais normas.
e) Normas infraconstitucionais: não possuem hierarquia entre si, segundo doutrina
majoritária.

as leis federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau


hierárquico. Eventual conflito elas, não será resolvido por um critério hierárquico; a
solução dependerá da repartição constitucional de competências;
Existe hierarquia entre a Constituição Federal, as Constituições Estaduais e as
Leis Orgânicas dos Municípios;
As leis complementares, apesar de serem aprovadas por um procedimento mais
dificultoso, têm o mesmo nível hierárquico das leis ordinárias. O que as diferencia é o
conteúdo;

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As leis complementares podem tratar de tema reservado às leis ordinárias. Esse
entendimento deriva da ótica do “quem pode mais, pode menos”. Caso isso ocorra, a
lei complementar será considerada materialmente ordinária; essa lei complementar
poderá, então, ser revogada ou modificada por simples lei ordinária;
As leis ordinárias não podem tratar de tema reservado às leis complementares.
Caso isso ocorra, estaremos diante de um caso de inconstitucionalidade formal
(nomodinâmica).
Os regimentos dos tribunais do Poder Judiciário são considerados normas
primárias, equiparados hierarquicamente às leis ordinárias. Ex: resoluções do CNMP e
do CNJ;
Os regimentos das Casas Legislativas (Senado e Câmara dos Deputados), por
constituírem resoluções legislativas, também são considerados normas primárias,
equiparados às leis ordinárias.

1.5) Poder Constituinte:


✓ Poder constituinte originário: é o poder de criar uma nova Constituição.
Apresenta seis características que o distinguem do derivado: é político, inicial,
incondicionado, permanente, ilimitado juridicamente e autônomo.
✓ Poder Constituinte Derivado: (poder constituinte de segundo grau) é o poder
de modificar a Constituição Federal bem como de elaborar as Constituições
Estaduais. É fruto do poder constituinte originário, estando previsto na própria
Constituição. Tem como características ser: jurídico, derivado, limitado (ou
subordinado) e condicionado.
O PCD subdivide-se em dois: i) Poder Constituinte Reformador (poder de
modificar a Constituição) e; ii) Poder Constituinte Decorrente. (Poder que a
CF/88 confere aos Estados de se auto-organizarem, por meio da elaboração
de suas próprias Constituições).
O PCO previu 2 (dois) procedimentos de modificação formal da Constituição:
i) emenda constitucional e; ii) revisão constitucional. Existe ainda um
processo informal de modificação da Constituição, o qual é chamado pela
doutrina de mutação constitucional (obra do Poder Constituinte Difuso).

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1.6) Aplicabilidade das normas constitucionais:

PLENA CONTIDA LIMITADA

•São autoaplicáveis - •São autoaplicáveis, •são não-


independe de lei mas restringíveis, autoaplicáveis,
posterior para isto é, estão sujeitas necessitam de
alcance e conteúdo. a limitações ou regulamentação para
•São não-restringíveis restrições produzirem todos os
e possuem •Aplicabilidade direta efeitos.
aplicabilidade direta, ,imediata e •Aplicabilidade
imediata e integral possivelmente não- indireta, mediata e
integral reduzida

1.7) Princípios Constitucionais:


a) Fundamentos da República Federativa do Brasil: Art. 1º, da CRFB/88: São
os pilares, a base do ordenamento jurídico brasileiro: soberania, cidadania;
dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político.

Para fins de revisão, vale uma atenção extra nos julgados do STF!!!!
É legítima a união homoafetiva como entidade familiar, em razão do princípio
da dignidade da pessoa humana, da liberdade, segurança jurídica e do direito à
busca pela felicidade
Não ofende o direito à vida e a dignidade da pessoa humana a pesquisa com
células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por
fertilização “in vitro” e não utilizados neste procedimento.
Não é possível, por violar o princípio da dignidade da pessoa humana, a
submissão compulsória do pai ao exame de DNA na ação de investigação de
paternidade.

b) Harmonia e Independência entre os Poderes: A separação de poderes é


um princípio cujo objetivo é evitar arbitrariedades e o desrespeito aos direitos
fundamentais; trata-se de técnica de limitação do poder estatal.
A CRFB/88 adotou uma separação de Poderes flexível. Temos funções
típicas, funções atípicas. Art. 2º, CRFB/88: trata da separação de poderes,

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dispondo que “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
c) Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil: Art. 3º,
CRFB/88: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o
desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Esses verbos formam a sigla “Conga Erra Pro”,
que serve de memorização. Pense em um rapaz,
de apelido CONGA, que tem como OBJETIVO não
ERRAr na PROva:

d) Princípios das Relações Internacionais: I - independência nacional; II -


prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-
intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução
pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.

2. DIREITOS FUNDAMENTAIS
2.1) As gerações de direitos:
a) Primeira Geração: buscam restringir a ação do Estado sobre o indivíduo.
São as liberdades negativas. Ex: Direito de propriedade, locomoção, associação
e o de reunião.
b) Segunda geração: são os direitos que envolvem prestações positivas do
Estado aos indivíduos (políticas e serviços públicos) e, em sua maioria,
caracterizam-se por ser normas programáticas. São as chamadas de liberdades
positivas. São os direitos econômicos, sociais e culturais. Ex: direito à educação,
saúde, trabalho.
c) Terceira geração: Também chamados de direitos transindividuais ou
supraindividuais. Aqui, o valor-fonte é a solidariedade, a fraternidade. São os
direitos difusos e os coletivos. Ex: direito do consumidor, ao meio-ambiente
ecologicamente equilibrado e o direito ao desenvolvimento.

2.2) Características: Universalidade, Indivisibilidade, Inalienabilidade,


Imprescritibilidade, Irrenunciabilidade, Relatividade ou Limitabilidade,
Complementaridade e Proibição do retrocesso.

2.3) Dimensões: Na dimensão subjetiva, são direitos exigíveis perante o Estado:


as pessoas podem exigir que o Estado se abstenha de intervir indevidamente na esfera
privada (1ª geração) ou que o Estado atue ofertando prestações positivas, através de
políticas e serviços públicos (2ª geração). Já na dimensão objetiva, os direitos
fundamentais são vistos como enunciados dotados de alta carga valorativa: eles são
qualificados como princípios estruturantes, cuja eficácia se irradia para todo o
ordenamento.

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2.4) Teoria dos “limites dos limites”: A lei pode impor restrições aos direitos
fundamentais, mas há um núcleo essencial que precisa ser protegido, que não pode
ser objeto de violações. Deve-se observar o princípio da proporcionalidade,
(adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).
2.5) Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais: extensão da aplicação dos
direitos fundamentais também às relações entre particulares. Tem-se a chamada
“eficácia horizontal” ou “efeito externo”.
2.6) Pontos importantes do art. 5º + Jurisprudência:
✓ Direito do Estrangeiro: STF: os direitos fundamentais abrangem qualquer
pessoa que se encontre em território nacional, ainda que seja estrangeiro não
residente no país.
✓ Direito à vida:
a) Gravidez de feto anencéfalo: entende a Corte pela garantia do direito à
gestante de “submeter-se a antecipação terapêutica de parto na hipótese de
gravidez de feto anencéfalo, previamente diagnosticada por profissional habilitado,
sem estar compelida a apresentar autorização judicial ou qualquer outra forma de
permissão do Estado”.
b) Células-tronco: não ofende o direito à vida nem a dignidade da pessoa
humana, a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias,
obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização “in vitro” e não
utilizados neste procedimento.
✓ Direito à Igualdade:
a) Cotas raciais: STF considera constitucional as ações afirmativas,
como a reserva de vagas em universidades públicas para negros e índios.
Na mesma linha, o programa concessivo de bolsa de estudos em
universidades privadas para alunos de renda familiar de pequena monta,
com quotas para negros, pardos, indígenas e portadores de necessidades
especiais.
b) Igualdade material X princípio da razoabilidade: só a lei ou a
própria Constituição podem determinar discriminações entre as pessoas.
Os atos infralegais (Ex: edital de concurso) não podem determinar tais
limitações sem que haja previsão legal.
- A realização da igualdade material não proíbe que a lei crie discriminações,
desde que estas obedeçam ao princípio da razoabilidade. Ex: Concurso para
agente penitenciário de prisão feminina restrito a mulheres e a adoção de
critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e
masculino da Aeronáutica.
✓ Direito à Liberdade de expressão:
a) Vedação ao anonimato: o STF entende que as denúncias anônimas
jamais poderão ser a causa única de exercício de atividade punitiva pelo
Estado. As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de
persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças apócrifas
ou em escritos anônimos.

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b) Descriminalização das drogas: o STF considerou inconstitucional
qualquer interpretação do Código Penal que possa ensejar a criminalização
da defesa da legalização das drogas, inclusive através de manifestações e
eventos públicos. (“marcha da maconha”). Muito cuidado! O que se
entendeu constitucional foi o direito manifestar-se a favor ou não sobre a
legalização.
c) Diploma de jornalismo: o STF considerou que a exigência de diploma de
jornalismo e de registro profissional no Ministério do Trabalho não são
condições para o exercício da profissão de jornalista.
✓ Escusa de consciência e crença religiosa:
a) “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei”. É norma de eficácia contida. Consequência:
perda de direitos políticos, na forma do art. 15, IV, CRFB/88.
✓ Intimidade/ Privacidade:
a) “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação”. 

b) Entendimentos do STF:
As pessoas jurídicas poderão ser indenizadas por dano moral;
Para que haja condenação por dano moral, não é necessária ofensa à
reputação do indivíduo;
Não se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA;
A privacidade dos agentes políticos é relativa, uma vez que estes
devem à sociedade as contas da atuação desenvolvida
São admitidas as biografias não-autorizadas;
A quebra de sigilo bancário pode ser determinada por ordem judicial ou
por CPI.
As autoridades fiscais poderão requisitar informações às
instituições financeiras

O Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de
conta da titularidade de ente público ou no âmbito de procedimento
administrativo que vise à defesa do patrimônio público (quando houver
envolvimento de dinheiros ou verbas públicas).
✓ Inviolabilidade domiciliar:
a) “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”. 

b) Entendimentos do STF:
Conceito de casa (segundo STF): é qualquer compartimento habitado;
aposento ocupado de habitação coletiva; e qualquer compartimento

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privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade pessoal. Alcança também escritórios profissionais,
consultórios médicos e odontológicos, trailers, barcos e aposentos de
habitação coletiva (hotel). Não estão abrangidos pelo conceito de casa
os bares e restaurantes.
Embora os escritórios estejam abrangidos pelo conceito de “casa”, não
se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como escudo para a
prática de atos ilícitos em seu interior. É válida ordem judicial que
autoriza o ingresso de autoridade policial no estabelecimento
profissional, inclusive durante a noite, para instalar equipamentos de
captação de som (“escuta”).
✓ Sigilo das comunicações:
a) “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal”
b) Entendimentos do STF:
A interceptação telefônica somente pode ser determinada pelo
Poder Judiciário, para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal. A quebra do sigilo telefônico pode ser determinada
pelo Poder Judiciário ou por CPI.
Lei ou decisão judicial também podem estabelecer hipóteses de
interceptação das correspondências e das comunicações telegráficas e
de dados, sempre que a norma constitucional esteja sendo usada para
acobertar a prática de ilícitos.
É lícita a prova obtida por policial a partir da verificação, no celular de
indivíduo preso em flagrante delito, dos registros das últimas ligações
telefônicas. A proteção constitucional, afinal, é concedida à
comunicação dos dados (e não aos dados em si).
É válida a prova de um crime descoberto acidentalmente durante a
escuta telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime
diverso”.
Apesar de o advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o
exercício de suas funções, tal direito não pode servir como escudo para
a prática de atividades ilícitas, pois nenhum direito é absoluto. O
simples fato de ser advogado não pode conferir, ao indivíduo,
imunidade na prática de delitos no exercício de sua profissão.

✓ Liberdade de trabalho:
a) “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer” (eficácia contida)
b) Entendimentos do STF:
Exigência vale apenas quando houver potencial lesivo na atividade. A
atividade de músico, por exemplo, prescinde de controle. É

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manifestação artística protegida pela garantia da liberdade de
expressão.
É constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB). Para a Corte, o exercício da advocacia traz um risco coletivo,
cabendo ao Estado limitar o acesso à profissão e o respectivo exercício.
Nesse sentido, o exame de suficiência discutido seria compatível com o
juízo de proporcionalidade e não alcançaria o núcleo essencial da
liberdade de ofício.
É inconstitucional a exigência de diploma para o exercício da profissão
de jornalista.
✓ Direito de reunião:
a) Deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas;
b) Deverá ser realizada em locais abertos ao público;
c) Não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o
mesmo local;
d) Desnecessidade de autorização;
e) Necessidade de prévio aviso à autoridade competente.
f) O direito de reunião é protegido por Mandado de Segurança, e não por
habeas corpus.
✓ Direito de associação:
•A liberdade de associação para fins lícitos é ampla, independente de

1º autorização dos Poderes Públicos e sem qualquer interferência em


seu funcionamento. Já a criação de cooperativas também é livre,
porém há necessidade de lei que a regule.

•Só podem ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado.

2º Além disso, suas atividades só podem ser suspensas por decisão


judicial (aqui não há necessidade de trânsito em julgado).

✓ Direito de propriedade:
a) É norma constitucional de eficácia contida e, portanto, está sujeita à
atuação restritiva por parte do Poder Público.
b) Se a propriedade estiver cumprindo a sua função social, só poderá haver
desapropriação com base na tutela do interesse público: “necessidade
pública, utilidade pública ou interesse social”. A indenização, será
mediante prévia e justa indenização em dinheiro, exceto:
▪ Desapropriação para fins de reforma agrária;
▪ Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu
sua função social;
▪ Desapropriação confiscatória.
✓ Requisição Administrativa:

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a) “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano”;
b) Para o STF, não é possível, devido ao nosso modelo federativo, que um
ente político requisite administrativamente bens, serviços e pessoal de
outro. Tal prática ofenderia o pacto federativo, e, além disso, o art. 5o,
XXV, CF.
✓ Direito à informação:
a) “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado’’;
b) DETALHE!!!! No caso de lesão ao direito à informação, o remédio a ser
usado é o Mandado de Segurança. Não é o habeas data! Isso porque
se busca garantir o acesso a informações de interesse particular do
requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e não referentes à sua
pessoa (que seria a hipótese de habeas data).
c) STF: é constitucional lei que determine a divulgação da remuneração de
servidores na Internet.
✓ Direito à inafastabilidade de jurisdição:
a) “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”;
b) Temos no Brasil o sistema inglês de jurisdição; apenas o Poder Judiciário
faz coisa julgada material. Exceções: (prévio esgotamento da via
administrativa): Habeas data; Controvérsias desportivas e 

Reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela
Administração Pública. 

c) Súmula Vinculante no 28: “É inconstitucional a exigência de depósito
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”. 

✓ Extradição:

a) “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei”;

✓ Devido processo legal / ampla defesa / contraditório


a) “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”;

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b) “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes”;
c) Súmulas vinculantes importantes:
Súmula Vinculante nº. 5: “A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”
Súmula vinculante nº. 14: É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa".
Súmula Vinculante nº. 21: É inconstitucional a exigência de depósito
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo’.’
Súmula vinculantes 28: É inconstitucional a exigência de depósito
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

✓ Provas em âmbito processual:


a) “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”;
b) STF entende que a presença de provas ilícitas não é suficiente para
invalidar todo o processo, se nele existirem outras provas, lícitas e
autônomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos
revelados pela prova ilícita).
Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF sobre a
licitude/ilicitude de provas:

1) É ilícita a prova obtida por meio de interceptação telefônica sem


autorização judicial. A interceptação telefônica depende de autorização
judicial.

2) São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica


determinada a partir apenas de denúncia anônima, sem investigação
preliminar. Uma denúncia anônima, por si só, não é suficiente para que
o juiz determine a interceptação telefônica.

3) São ilícitas as provas obtidas mediante gravação de conversa


informal do indiciado com policiais, por constituir-se tal prática em
“interrogatório sub-reptício”, realizado sem as formalidades legais no
inquérito policial e sem que o indiciado seja advertido do seu direito ao
silêncio.

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4) São ilícitas as provas obtidas mediante confissão durante prisão
ilegal. Se a prisão foi ilegal, todas as provas obtidas a partir dela
também o serão.

5) É lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos


interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa
daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. Tem-se a
legítima defesa.

6) É lícita a prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por


um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente
causa legal de sigilo ou de reserva da conversação.

7) É lícita a prova consiste em gravação ambiental realizada por um dos


interlocutores sem o conhecimento do outro.

✓ Princípio da presunção de inocência:

a) “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória”;
b) O princípio da presunção de inocência, que tem por objetivo proteger a
liberdade do indivíduo frente ao poder de império do Estado. A regra é
que, somente a partir do trânsito em julgado (decisão da qual não caiba
mais nenhum recurso) de sentença penal condenatória é que alguém
poderá ser considerado culpado. É, afinal, o trânsito em julgado da
sentença que faz coisa julgada material.
c) Em 2016 o STF entendeu que a decisão condenatória em segunda
instância já permitirá a execução provisória do acórdão. Se um
indivíduo foi condenado em 1ª instância e, em seguida, teve a
condenação confirmada por um Tribunal (órgão de natureza colegiada),
não se pode presumir que ele seja inocente. A execução do acórdão penal
condenatório não precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos
extraordinário ou especial.

✓ Depositário Infiel: Cobrança literal da CRFB/88: não haverá prisão civil por dívida,
salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel;
No entanto, o entendimento atual do STF é o de que a única prisão
civil por dívida admitida no ordenamento jurídico brasileiro é a
resultante do inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia.
Súmula Vinculante nº 25: É ilícita a prisão civil do depositário
infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
✓ Habeas Corpus:

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a) “conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder”;
b) Finalidade: proteger a liberdade de locomoção. Pode ser preventivo ou
repressivo. E também pode ser impetrado qualquer pessoa física ou
jurídica, nacional ou estrangeira. Mas, PJ pode impetrar habeas
corpus, mas sempre a favor de pessoa física.
c) Não há necessidade de advogado.
d) É isento de custas (ação gratuita).
e) Jurisprudência importante:

Não cabe “habeas corpus” para impugnar decisões do STF (Plenário ou
Turmas). Não é cabível habeas corpus, inclusive, contra decisão
monocrática proferida por Ministro do STF.
Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de
liberdade. (Súmula STF nº 695)
Não cabe “habeas corpus” para discutir o mérito de punições
disciplinares militares (art. 142, § 2º, CF). Somente para discutir a
legalidade (Ex: competência do agente; concessão de ampla defesa).
✓ Mandado de Segurança:
a) “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por “habeas corpus” ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”
b) Características: ação residual (rito sumário especial); visa proteger
direito líquido e certo não amparado por HC e HD. (não cabe dilação
probatória- a prova é pré-constituída); Prazo decadencial de 120 dias.
c) Não há condenação ao pagamento dos honorários advocatícios (ônus de
sucumbência).
d) Jurisprudência importante:

Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada
em julgado;
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, exceto se
produtora de efeitos concretos;
Súmula nº. 429/STF “a existência de recurso administrativo com
efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança
contra omissão de autoridade”.
e) MS Coletivo: Trata-se de hipótese de substituição processual. Pode
ser impetrado por partido político com representação no Congresso
Nacional e organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em

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defesa dos interesses de seus membros ou associados; (este último
requisito é para as associações, cuidado)
✓ Mandado de injunção:
a) “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania”
b) Combater as chamadas “omissões inconstitucionais”. É aplicável
diante da falta de regulamentação de normas constitucional de eficácia
limitada.
c) É possível MI coletivo – Lei. 13.300/2016; Legitimados – os mesmos do
MS + Ministério Público + Defensoria Pública.
d) Jurisprudência importante:

Não cabe mandado de injunção se...

✓ já houver norma regulamentadora do direito


constitucional, mesmo que esta seja
defeituosa.
✓ se faltar norma regulamentadora de direito
infraconstitucional.
✓ diante da falta de regulamentação de medida
provisória ainda não convertida em lei pelo
Congresso Nacional.
✓ se não houver obrigatoriedade de
regulamentação do direito constitucional,
mas mera faculdade.

✓ Habeas Data:
a) “conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b)
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo”
b) Características:
Garantir acesso a informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
Retificação de dados, constantes de banco de dados de caráter
público, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo.

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para anotação nos assentamentos do interessado, de
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas
justificável que esteja sob pendência judicial ou amigável. (Lei no
9.507/97)
O “habeas data” é ação gratuita. No entanto, é imprescindível a
assistência advocatícia para que essa ação seja impetrada
c) Jurisprudência importante:

O “habeas data” não pode ser usado para que se tenha acesso a
banco de dados de caráter privado.
STF: “habeas data é a garantia constitucional adequada para a
obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao
pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de
apoio à arrecadação dos órgãos administração fazendária dos entes
estatais”.
✓ Ação Popular:
a) “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência”
b) Características:
É ajuizada pelo cidadão;

Visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
2.7) Direitos Sociais: são os direitos de 2 geração; implicam ao Estado uma
“obrigação de fazer”, de ofertar prestações positivas visando concretizar a igualdade
material e possibilitar melhores condições de vida aos indivíduos.
✓ Art. 6, CF/88:
▪ Alimentação, moradia e transporta foram objeto de Emendas
Constitucionais. Não estavam previstos originalmente. O transporte,
por exemplo, veio com a EC no 90/2015.
▪ Em relação ao rol instituído pelo Constituinte no art. 6º, o STF
entende que se trata de rol exemplificativo8, pois há outros
direitos sociais espalhados ao longo da CF/88.
✓ Princípios. A “concretização dos direitos sociais”:
a) Cláusula da reserva do possível: o Estado deve efetivar os direitos
sociais apenas “na medida do financeiramente possível”. A teoria serve para
determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade

8
STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005.

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aos direitos sociais. Agora, o Estado deve comprovar objetivamente a
ausência de recursos orçamentários suficientes.
b) Mínimo existencial: é uma limitação à cláusula da reserva do possível,
pois o Estado deve garantir uma proteção social mínima aos indivíduos. Só
poderá ser alegada pelo Poder Público como argumento para a não
concretização de direitos sociais uma vez que tenha sido assegurado o
mínimo existencial pelo Estado. A garantia do mínimo existencial é uma
obrigação inafastável do Estado.
c) Vedação ao Retrocesso: a proteção social de que a efetivação dos
direitos fundamentais não venha a ser suprimidos pelo Estado.
d) Jurisprudência importante:
STF - a Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder
Judiciário, a manter estoque mínimo de medicamento utilizado no
combate a doença grave.
STJ - o juiz pode determinar o bloqueio e o sequestro de verbas
públicas como forma de garantir o fornecimento de medicamentos
pelo Poder Público.
2.8) Direitos Políticos: são aqueles que garantem a participação do povo na
condução da vida política nacional.
✓ Regime Político: O Brasil adota a democracia semidireta. A CF/88 prevê
formas de exercício do poder político diretamente pelo povo: i) plebiscito;
ii) referendo e; iii) iniciativa popular de leis.
✓ Sufrágio: É o direito de votar (capacidade eleitoral ativa) e de ser
votado (capacidade eleitoral passiva). No Brasil, o sufrágio é universal.
✓ Voto: é o instrumento para exercício do sufrágio. No Brasil, o voto é
direto, secreto, universal, periódico, obrigatório e com valor igual para
todos.
✓ Capacidade eleitoral ativa:
ALISTAMENTO E VOTO
OBRIGATÓRIOS •PARA MAIORES DE 18 ANOS

•PARA ANALFABETOS;
ALISTAMENTO E VOTO
FACULTATIVOS •MAIORES DE SETENTA ANOS;
•MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE
DEZOITO ANOS.

•PARA OS ESTRANGEIROS
ALISTAMENTO E VOTO VEDADOS •DURANTE O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO,
PARA OS CONSCRITOS.

Analfabetos podem votar, mas são inelegíveis.


Os estrangeiros e os conscritos não podem se alistar como eleitores
(são inalistáveis).
Voto dos portadores de deficiência grave: Para o TSE “não estará
sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível
ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais,
relativas ao alistamento e ao exercício do voto”.
Situação do Índios: Para o TSE considerou que somente os índios
integrados (excluídos os isolados e os em via de integração) seriam

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obrigados à comprovação de quitação do serviço militar para poderem
se alistar.

✓ Capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado, de ser eleito


(elegibilidade).

Requisitos art. 14, § 3º, CRFB/88: i) nacionalidade brasileira; ii) pleno


exercício dos direitos políticos; iii) alistamento eleitoral; iv) domicílio
eleitoral na circunscrição; v) filiação partidária e; vi) idade mínima,
variável conforme o cargo eletivo.
As idades: i) 35 anos (Presidente, Vice-Presidente e Senador); ii) 30
anos (Governador e Vice-Governador); iii) 21 anos (Deputado Federal,
Deputado Estadual, Prefeito, VicePrefeito e juiz de paz) e; iv) 18 anos
(Vereador).

ADI 5081/ STF: A desfiliação e a infidelidade partidárias resultarão


na perda do mandato, salvo justa causa. Essa regra não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

✓ Inelegibilidades:

a) inelegibilidades absolutas: São regras que impedem a candidatura e o


exercício de qualquer cargo político. Estão relacionadas a características
pessoais do indivíduo.
Art. 14, §4º: são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. E que, entre
os inalistáveis, temos os estrangeiros e os conscritos, durante o período
do serviço militar obrigatório.

b) inelegibilidades relativas: São regras que obstam a candidatura a


certos cargos políticos, em virtude de situações específicas previstas na
Constituição ou em lei complementar.

Por motivos funcionais: (Art. 14, §5º, CF):

- Os Chefes do Poder Executivo somente podem ser reeleitos para um único


período subsequente (uma única reeleição). Essa regra não se aplica aos
detentores de mandato no Poder Legislativo.
- Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Atenção!!! É a
desincompatibilização, dispensável quando o Chefe do Poder Executivo
concorre à reeleição.

Por motivo de casamento, parentesco ou afinidade


(inelegibilidade reflexa); (14, § 7º, CF/88)

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- São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o 2º grau ou por adoção, dos Chefes do Poder
Executivo ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao
pleito. Ex: Diego é Governador de BA. Seus filhos e cônjuge não poderão se
candidatar a nenhum cargo eletivo dentro de BA.
- Situação excepcional: A inelegibilidade reflexa não se aplica caso o
parente/cônjuge já fosse titular de mandato eletivo e estivesse se
candidatando à reeleição. Ex: Ricardo (filho de Diego) é eleito prefeito de Belo
Horizonte. Depois, Diego se elege Governador. Ricardo poderá disputar a
reeleição para Prefeito? Pode, pois já era titular de mandato eletivo. Não será
afetado pela inelegibilidade reflexa!

▪ Para o STF a inelegibilidade reflexa alcança também aqueles que


tenham constituído união estável com o Chefe do Poder Executivo,
inclusive no caso de uniões homoafetivas.

▪ Para o STF dissolução do casamento, quando ocorrida durante o


mandato, não afasta a inelegibilidade reflexa. É o que determina o
STF na Súmula Vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou
do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º, do artigo 14 da Constituição
Federal”

Inelegibilidade relativa à condição de militar (14, §8º,


CF/88):

CASO TENHA
MENOS DE 10 DEVERÁ AFASTAR-SE DA
ANOS DE ATIVIDADE.
O MILITAR SERVIÇO
ALISTÁVEL É
ELEGÍVEL
ATENDIDAS AS
SEGUINTES SERÁ AGREGADO PELA
CONDIÇÕES... CASO TENHA AUTORIDADE SUPERIOR E,
MAIS DE 10 SE ELEITO, PASSARÁ
ANOS DE AUTOMATICAMENTE, NO
SERVIÇO ATO DA DIPLOMAÇÃO,
PARA A INATIVIDADE.

Outras hipóteses de inelegibilidade: podem ser estabelecidas


por lei complementar. (§9º, art. 14)

✓ Perda e suspensão dos direitos políticos: No Brasil só podemos ter


perda ou suspensão. Não há possibilidade de cassação (art. 15, CF/88).

Hipóteses de perda de Direitos Políticos: - Cancelamento da


naturalização por sentença transitada em julgado; - Recusa de
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;

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Hipóteses de suspensão de Direitos Políticos: - Incapacidade civil
absoluta; - Condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos; improbidade administrativa.

3. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
3.1) Elementos constitutivos do Estado:

Povo
• É a dimensão pessoal do Estado; são os seus nacionais.

Território
• É a dimensão física sobre a qual o Estado exerce seus poderes; é o domínio espacial
(material) onde vigora uma determinada ordem jurídica estatal.

Governo
• É a dimensão política; o Governo deve ser soberano, ou seja, sua vontade não se
subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou no plano internacional

3.2) Federação X Confederação: Na federação, há uma união indissolúvel de entes


autônomos; não há direito de secessão. Já na confederação tem-se uma reunião de
Estados soberanos. O vínculo é com base em um tratado internacional, o qual pode
ser denunciado (vínculo dissolúvel).
3.3) Características da federação: Descentralização do poder político. Entes
federativos são dotados de autonomia política. E, aqui, temos:
✓ Auto-organização: os estados se auto-organizam por meio da elaboração
das Constituições Estaduais e os municípios por meio de suas Leis
Orgânicas.
✓ Autolegislação: é a capacidade de os entes federativos editarem suas
próprias leis.
✓ Autoadministração: é o poder de exercer suas atribuições de natureza
administrativa, tributária e orçamentária.
✓ Autogoverno: É o poder de eleger seus próprios representantes.
Além disso, temos na federação as seguintes características:

Repartição constitucional de competências


Indissolubilidade do vínculo federativo
Nacionalidade única
Rigidez constitucional
Existência de mecanismo de intervenção
Existência de um Tribunal Federativo
Participação dos entes federativos na formação da vontade nacional

ATENCÃO!!! art. 1º, caput, que a “República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”.

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3.4) A federação brasileira: Art. 18, da CF/88, “a organização político-administrativa
da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. Cuidado!!! Os
Territórios não são entes federativos; portanto, não possuem autonomia política.

Soberania
• É atributo apenas da República Federativa do Brasil, do Estado federal em
seu conjunto. A União é quem representa a RFB no plano internacional
(art. 21, I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania.

3.5) Estados:

✓ Formação dos Estados: Art. 18, § 3o, CF - Os Estados podem incorporar-se


entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
✓ Auto-organização e autolegislação:
Princípios constitucionais sensíveis:
forma republicana, sistema
representativo e regime democrático; direitos da pessoa humana;

autonomia municipal; 
prestação de contas da administração pública (...)
Princípios constitucionais extensíveis: normas de organização em

que a Lei Fundamental estendeu a Estados-membros, Municípios e
Distrito Federal.
Princípios constitucionais estabelecidos: normas espalhadas pela
CF/88 que estabelecem preceitos centrais de observância pelos Estados-
membros em sua auto-organização.
✓ Autogoverno:
Poder Legislativo unicameral (Assembleia Legislativa): art. 27,
CRFB/88: “O número de Deputados equivale ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e
seis, é acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima
de doze”.
Poder Executivo: Governador e Vice, cujos subsídios são fixados por lei
de iniciativa da Assembleia Legislativa. (art. 28, § 1o)
Poder Judiciário: juízes estaduais e Tribunais de Justiça, cuja
competência é determinada pela Constituição do Estado (art. 125, § 1o,
CF/88).
✓ Autoadministração: (art. 25, § 3o, CF/88). “Os Estados poderão, mediante lei
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum”.

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3.6) Distrito Federal: Possui natureza híbrida, pois não é considerado nem estado
nem município. O STF afirma que se trata ente federativo com autonomia parcialmente
tutelada pela União.
✓ A auto-organização: Lei Orgânica, votada em dois turnos com interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que
a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição (art. 32,
“caput”, CF/88).
✓ Autolegislação: são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Mas não são todas. Há exceções.
(Ex: competência para dispor sobre sua organização judiciária, que é privativa da União (art.
22, XVII, CF).

✓ Autogoverno: a eleição do Governador e do Vice-Governador segue as regras


da eleição para Presidente da República. A dos deputados distritais segue a
regra dos deputados estaduais.

Datalhe!!!!: o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32,
“caput”, CF/88).

Súmula Vinculante nº. 39 do STF: ”compete privativamente à União legislar


sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal”

3.7) Municípios:
✓ Auto-organização: Lei Orgânica votada em dois turnos com interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado.
✓ Não há Poder Judiciário.

✓ Iniciativa popular (art. 29, XIII, CF/88): manifestação de, pelo menos, 5%
do eleitorado.
✓ Formação e estrutura: Art. 18, § 4o, CF - A criação, a incorporação, a fusão e
o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei.
3.8) Repartição de competências:
✓ Princípio da predominância do interesse: a União - matérias de
predominância do interesse geral (nacional); Estados - matérias de interesse
regional; e aos Municípios, caberão as matérias de interesse local.
Atenção extra: fixação do horário de funcionamento de agências
bancárias: como está em jogo o sistema financeiro nacional, o interesse
é geral e, portanto, a competência é da União. Já a fixação do horário de
funcionamento de estabelecimentos comerciais é de interesse é local dos
Municípios.

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✓ Princípio da subsidiariedade: sempre que for possível, as questões devem
ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais próximo da tomada de
decisões. Guardem isso com carinho! ☺ Como exemplo, citamos as
competências para dispor sobre transporte.
A exploração do transporte municipal é matéria de competência dos
Municípios; transporte intermunicipal é dos Estados; transporte
rodoviário interestadual e internacional de passageiros é competência da
União.
✓ Competências da União: edita as normas gerais e os Estados e DF
complementam a legislação federal, no que couber. Caso a União não edite as
normas gerais, Estados e Distrito Federal exercerão competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
Competências exclusivas da União: art. 21, CF. São de natureza
administrativa ou material e indelegáveis.
Jurisprudências STF:
- A competência legislativa concorrente do estado-membro para dispor sobre
educação e ensino (CF/88, art. 24, IX) autoriza a fixação, por lei estadual,
do número máximo de alunos em sala de aula. Assim, não há violação à
competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da
educação nacional.
❖ É inconstitucional lei estadual que estabeleça a obrigatoriedade de utilização, pelas
agências bancárias, de equipamento que atesta a autenticidade de cédulas
❖ É constitucional a atribuição de monopólio do serviço postal à Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos
❖ É constitucional a Lei da Anistia (crimes durante a época da ditadura). Trata-se de
competência da União; já a concessão de anistia para infrações administrativas de
servidores públicos estaduais é competência dos Estados.
❖ Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou
distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e
loterias”.
❖ Súmula Vinculante nº. 39: segundo a qual “compete privativamente à União legislar
sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal”.
❖ Súmula Vinculante nº 46: “a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência
legislativa privativa da União”.

Competências privativas da União: art. 22, CF. São de natureza legislativa
e delegáveis aos Estados e ao Distrito Federal.
Competências comuns: art. 23, CF. São competências de natureza
administrativa (material).
Competência legislativa concorrente: art. 24, CF. É atribuída à União, aos
Estados e ao Distrito Federal (os Municípios não foram contemplados!).
A regra do art. 24, I e II despenca em
prova (rs). Vamos levar o seguinte
mnemônico para prova: “PUFETO”
Penitenciário – Urbanístico – Financeiro –
Econômico – Tributário - Orçamento

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✓ Competências dos Estados e do Distrito Federal: remanescente ou
residual. Exceção: há uma competência residual que foi atribuída à União, É a
competência para instituir impostos residuais. Obs: Algumas competências
estão expressas na CF (Ex: art. 25, § 2o; art. 25, § 3o e art. 125, CF).
✓ Competências do Distrito Federal: em regra, as competências legislativas,
administrativas e tributárias reservadas aos estados e aos municípios (CF, art.
32, §1o). Exceções: competência dos Estados para organizar e manter seu
Poder Judiciário, Ministério Público, polícia civil, polícia militar e corpo de
bombeiros militar é da União.
✓ Competências do Municípios:
Legislativa: a Exclusiva é para legislar sobre assuntos de interesse local
(CF, art. 30, I); a Suplementar é para suplementar a legislação federal ou
estadual, no que couber (CF, art. 30, II).
Administrativa: é aquela, atribuída pela CF/88, para que eles tratem de
assunto local.
O Município é competente para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial (Súmula
Vinculante nº 38, STF). Esse entendimento também abrange
drogarias, farmácias...
A fixação do horário de funcionamento das agências
bancárias, por estar relacionado ao sistema financeiro
nacional, extrapola o interesse local. Portanto, não é de
competência dos Municípios.
O Município é competente para legislar sobre limite de
tempo de espera em fila dos usuários dos serviços prestados
pelos cartórios localizados no seu respectivo território, sem
que isso represente ofensa à competência privativa da União
para legislar sobre registros públicos.
É constitucional lei estadual que concede “meia
passagem” aos estudantes nos transportes coletivos
intermunicipais. Já no caso de serviço de transporte local, a
competência para dispor a respeito é da legislação
municipal.
É inconstitucional lei municipal que obriga ao uso de
cinto de segurança e proíbe transporte de menores de 10
anos no banco dianteiro dos veículos, por ofender à
competência privativa da União Federal para legislar sobre
trânsito (CF, art. 22, XI).
Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área. (Súmula Vinculante nº
49).

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4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4.1) Princípios:
✓ Explícitos: Art. 37 – “LIMPE” – Legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
✓ Implícitos: controle judicial dos atos administrativos (art. 5º, XXXV); Princípio
da autotutela (súmula 473 STF); segurança jurídica (art. 2º Lei. 9.784/99);
princípio da motivação; proporcionalidade e razoabilidade; e princípio da
continuidade do serviço público (art. 37, VII, CRFB/88).
4.2) Acesso a Cargos Públicos: o art. 37, inciso I, CF/88: “os cargos, empregos e
funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.

✓ Jurisprudência do STF:

Súmula Vinculante nº. 44 (STF): "Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público".
“A exigência de experiência profissional prevista apenas em edital
importa em ofensa constitucional”.
“A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a
exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei”.
Súmula nº. 683 (STF): “O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido”. (Inclusive foi objeto do XXII Exame de Ordem).
“Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas
com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que
viole valores constitucionais”9

4.3) Concurso Público:


✓ Investidura em cargo ou emprego público: aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos. Exceção: Os cargos em comissão são
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

✓ Prazo de validade do concurso público: de até 2 (dois) anos, prorrogável


uma vez por igual período. A contagem do prazo é feita a partir da
homologação.
Jurisprudência STF:
o A aprovação em concurso dentro do número de vagas previsto no
edital garante direito subjetivo do candidato à nomeação.
o A lei reservará um percentual dos cargos ou empregos públicos para
pessoas portadoras de deficiência.
o NOVIDADE!!! RE 837.311: “O surgimento de novas vagas ou a
abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de
validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no

9 RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016.

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edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada
por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou
expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade
de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a
ser demonstrada de forma cabal pelo candidato”.

4.4) Cargos em Comissão x Funções de Confiança:

Funções de confiança e
Funções de confiança Cargos em comissão
cargos em comissão
Podem ser preenchidos por
pessoas com ingresso sem
Destinam-se concurso público. Entretanto, a
Ocupadas exclusivamente
exclusivamente às Lei deve estabelecer percentuais
por servidores ocupantes
atribuições de direção, mínimo de vagas a serem
de cargo efetivo preenchidas por servidores de
chefia e assessoramento.
carreira, que ingressaram
mediante concurso

✓ Nepotismo: O STF entende que a prática ofende os princípios da moralidade e


da impessoalidade, devendo a vedação ser observada por todos os Poderes da
República e por todos os entes da Federação.
✓ Em 2016 STF: “Nomeação para cargo político não afasta (por si só)
aplicação da súmula sobre nepotismo”. “Nessa seara, tem-se que a nomeação
de agente para exercício de cargo na administração pública, em qualquer nível,
fundada apenas e tão somente no grau de parentesco com a autoridade nomeante,
sem levar em conta a capacidade técnica para o seu desempenho de forma eficiente,
além de violar o interesse público, mostra-se contrária ao princípio republicano”.

4.5) Direitos dos Servidores:

✓ Direito de greve (art.37, VII): o direito de greve será exercido nos termos e
nos limites estabelecidos em lei específica. (Eficácia limitada).

MI - posição concretista geral: a aplicação ao setor público, no que


couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) até
a edição da lei regulamentadora.
Inaplicabilidade do direito de greve a determinados servidores públicos,
como, por exemplo, às forças policiais, devido à índole de sua atividade.
NOVIDADE 2016!!!! RE 693456 - STF decidiu que a administração
pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a
possibilidade de compensação dos dias parados mediante acordo. O
desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido
motivado por conduta ilícita do próprio Poder Público.

4.6) Remuneração dos Servidores Públicos: a remuneração de todos os servidores


e empregados públicos está sujeita a um teto remuneratório geral do funcionalismo
público - subsídio dos Ministros do STF. Mas, temos detalhes:

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Teto Cargos
Subsídio dos Ministros do STF Todos, em qualquer esfera da Federação
Subsídio do Prefeito Todos os cargos municipais
Subsídio do Governador Todos os cargos do Executivo estadual
Subsídio dos deputados estaduais e
Todos os cargos do Legislativo estadual
distritais
Teto obrigatório para os servidores do
Subsídio dos desembargadores do
Judiciário estadual (exceto juízes, por
Tribunal de Justiça
determinação do STF*)
Subsídio dos desembargadores do Teto facultativo para os Estados e Distrito
Tribunal de Justiça (até 90,25% do Federal (não se aplica a deputados estaduais e
subsídio dos Ministros do STF) a distritais, nem a vereadores)

4.7) Acumulação remunerada de cargos e empregos públicos: só é possível se


houver compatibilidade de horários e nos seguintes casos: 2 cargos públicos de
professor; 1 cargo professor com 1 cargo técnico ou científico; 2 cargos ou
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.

✓ Havendo acumulação lícita: necessário que seja observado o teto


remuneratório do funcionalismo público. (art. 37, XVI)
✓ NOVIDADE STF/2017: o Plenário do Supremo pacificou entendimento de que o teto
remuneratório constitucional deve ser aplicado de forma isolada para cada cargo
público acumulado.

4.8) Servidores Públicos e Mandato Eletivo:


✓ Mandato federal, estadual ou distrital: será afastado do cargo.
✓ Mandato de Prefeito: será afastado do cargo, podendo optar pela remuneração.
✓ Investido no mandato de Vereador: poderá: a) se houver compatibilidade de
horários, acumular o cargo público com o mandato eletivo; b) se não houver
compatibilidade de horários, será afastado do cargo público, podendo optar pela
remuneração.

4.9) Estabilidade: se aplica aos servidores públicos estatutários ocupantes de


cargos efetivos. Não cabe falar em estabilidade para servidores ocupantes de cargos
em comissão.

✓ Adquirida após 3 anos de efetivo exercício e avaliação especial de desempenho.


✓ Somente servidores ocupantes de cargos efetivos é que adquirem a
estabilidade.
✓ Perda do cargo (art. 41, § 1º e do art. 169, § 3º):

Sentença judicial transitada em julgado.


Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa
Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de
lei complementar, assegurada ampla defesa
Excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 3º).

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4.10) Improbidade Administrativa: Os atos de improbidade administrativa
resultarão em: i) perda do cargo público; ii) suspensão dos direitos políticos; iii)
indisponibilidade dos bens e; iv) ressarcimento ao erário.

4.11) Responsabilidade Civil do Estado: é objetiva, ou seja, independe de dolo ou


culpa. Cabe ainda direito de regresso contra o agente público que deu causa ao dano
(dolo ou culpa).
✓ As empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de
atividades econômicas não são alcançadas pela regra da responsabilidade civil
objetiva.
✓ Brasil adota teoria do risco administrativo: PJ de direito público e as PJ de
direito privado prestadoras de serviços públicos terão a obrigação de reparar os
danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem a terceiros,
independentemente de dolo ou culpa.
✓ Excludentes de responsabilidade: i) culpa exclusiva da vítima; ii) caso
fortuito ou força maior e; iii) fato exclusivo de terceiros. Se a culpa da
vítima for concorrente com a do agente público, a responsabilidade do Estado
será mitigada, repartindo-se o “quantum” da indenização.

4.12) Obrigatoriedade de Licitação (art. 37, XXI): procedimento formal,


disciplinado em lei, de observância obrigatória para as aquisições do Poder Público
(obras, serviços, compras). Decorre do princípio da indisponibilidade do interesse
público; visa garantir à administração a proposta mais vantajosa.

5. PODER EXECUTIVO
5.1) Investidura e posse do Presidente:
✓ Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, CF/88);
✓ Possuir alistamento eleitoral;
✓ Estar no pleno gozo dos direitos políticos;
✓ Ter mais de 35 anos. Destaque-se que essa idade deve ser comprovada
na data da posse;
✓ Não se enquadrar em nenhuma das inelegibilidades previstas na
Constituição;
✓ Possuir filiação partidária.

5.2) Presidente e Vice-Presidente:


✓ Eleição: sistema majoritário de dois turnos (maioria absoluta dos votos
válidos). Se não tiver essa maioria, será realizado 2 turnos de votações.
✓ Impedimento ou vacância: o substituto do PR é o Vice. No caso de
impedimento ou vacância de ambos os cargos, serão chamados ao exercício da
Presidência, na ordem: i) o Presidente da Câmara dos Deputados; ii) o
Presidente do Senado Federal e; iii) o Presidente do STF.

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✓ Crime de responsabilidade: Se for condenado ele perderá o cargo e ficará
inabilitado por 8 anos para o exercício de função pública. (art. 52, parágrafo
único, CRFB/88)
✓ Vacância do PR e Vice:
NOS DOIS ELEIÇÃO DIRETA NOVENTA
PRIMEIROS ANOS DIAS DEPOIS DE ABERTA A
VACÂNCIA DOS DO MANDATO... ÚLTIMA VAGA
CARGOS DE
PRESIDENTE E ELEIÇÃO INDIRETA, PELO
VICE-PRESIDENTE NOS DOIS ÚLTIMOS
CONGRESSO NACIONAL,
ANOS DO
TRINTA DIAS APÓS ABERTA A
MANDATO...
ÚLTIMA VAGA

5.3) Atribuições do Presidente: Pessoal, sugiro uma leitura atenta do art. 84 da


CRFB/88. Mas, vale uma atenção especial para:
✓ Nomear e exonerar os Ministros de Estado;
✓ Decretos executivos: “Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. São atos
normativos secundários no uso do poder regulamentar. Competência
indelegável do PR.
✓ Decreto Autônomos: “Dispor, mediante decreto, sobre (i) organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (ii) extinção de funções
ou cargos públicos, quando vagos”. São atos normativos primários,
possuindo a mesma hierarquia das leis formais; a competência é delegável (art.
84, parágrafo único, CF).
CUIDADO!!! A criação ou extinção de órgão público não poderá ser
objeto de decreto autônomo: haverá necessidade de lei formal.
Se houver aumento de despesa é necessária lei para tratar da organização e
funcionamento de administração federal
A extinção de funções ou cargos públicos que estiverem ocupados também
depende de lei formal.
✓ Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei. Competência delegável (art. 84, parágrafo único, CF).
✓ Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. Competência
delegável.
A competência para prover e desprover cargos públicos (art.84,XXV,CF,
primeira parte) é delegável aos Ministros de Estado, AGU e PGR.

✓ Iniciar o processo legislativo, seja apresentando projetos de lei de sua iniciativa


privativa (art.61, § 1º) ou projetos de lei de iniciativa geral.
✓ Vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
✓ Prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.

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Compete ao Congresso Nacional julgar as contas do Presidente da
República, com parecer prévio do TCU.
Caso o Presidente da República não preste contas ao Congresso Nacional
nesse prazo de sessenta dias, a Câmara dos Deputados procederá à
tomada de contas do Presidente da República;

✓ Enviar ao Congresso Nacional o PPA, projeto LDO e PLOA.


✓ Editar medidas provisórias com força de lei.
✓ Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional
✓ Decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
✓ Decretar e executar a intervenção federal
Competências delegáveis do PR: atribuições delegáveis ao PGR, AGU e
Ministros de Estado - Editar decretos autônomos; conceder indulto e comutar
penas, e prover e desprover cargos públicos, na forma da lei.

5.4) Responsabilização do Presidente:


✓ Cláusula de irresponsabilidade penal relativa: durante o seu mandato, o
Presidente não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício da
função. Agora, somente se aplica às infrações de natureza penal.
✓ Vedação à prisão cautelar: o Presidente da República somente estará sujeito
à prisão após sentença condenatória, nas infrações penais comuns.
✓ Autorização da Câmara dos Deputados: há um juízo de admissibilidade
político. o PR somente será processado e julgado após autorização da Câmara,
por 2/3 dos seus membros, em votação nominal (aberta).

✓ Competência para processar e julgar o PR:


Crimes comuns:
STF; a denúncia ou queixa-crime é apresentada ao STF, mas este só
poderá recebê-la após o juízo de admissibilidade político da Câmara
dos Deputados. Mesmo após a autorização da Câmara, o STF pode rejeitar
a denúncia e não instaurar o processo.
O PR ficará suspenso das suas funções e só retornará às suas funções
caso seja absolvido ao final do julgamento, ou se decorrerem mais de
180 dias sem que o julgamento tenha sido concluído.
Crimes de responsabilidade: Senado Federal, após juízo de
admissibilidade político da Câmara dos Deputados.
o ADPF 378/ STF: no Senado, haverá novo juízo de
admissibilidade da denúncia (por maioria simples). O Senado
Federal possui discricionariedade para decidir pela instauração ou
não do processo contra o Presidente da República.

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1) Nos crimes comuns, o Presidente ficará
suspenso de suas funções desde o
recebimento da denúncia ou queixa-crime
pelo STF.

2) Nos crimes de responsabilidade, o


Presidente ficará suspenso de suas funções
desde a instauração do processo pelo Senado
Federal.

O que as bancas fazem? Elas invertem ordem.


:)

✓ Condenação do Presidente pelo Senado Federal:


Voto nominal (aberto) de 2/3 dos seus membros.
STF: não é cabível recurso contra o mérito da decisão do Senado Federal
no processo de “impeachment”, mas devem ser assegurados os princípios
do devido processo legal, dentre eles o contraditório, a ampla defesa e a
fundamentação das decisões.
É cabível controle jurisdicional quanto aos aspectos processuais
(formais).
As penalidades: i) perda do cargo e; ii) inabilitação, por 8 (oito) anos, para o
exercício de função pública.

6. PODER LEGISLATIVO
6.1) Poder Político: é uno e indivisível, tendo como titular o povo, que o exerce por
meio de seus representantes ou, diretamente, nos termos da Constituição. Temos aqui
a soberania popular. A organização do Estado deve levar em consideração o princípio
da separação de poderes.

6.2) Poder Legislativo federal: Trata-se de um sistema bicameral - Câmara dos


Deputados + Senado Federal = Congresso Nacional. 


✓ Câmara dos Deputados: representantes do povo, eleitos pelo sistema


proporcional. 

✓ Senado Federal: representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos pelo sistema majoritário simples. Cada Estado e o Distrito Federal
elegem três Senadores, com mandato de oito anos. 

✓ Atuação conjunta CD e SF:

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HIPÓTESES
DE SESSÃO
CONJUNTA

ELABORAR O REG.
COMUM E RECEBER O
DELEGAR AO
REGULAR A COMPROMISSO CONHECER DO DISCUTIR E
PRESIDENTE
CRIAÇÃO DE DO PRESIDENTE VETO E SOBRE VOTAR A LEI
PODERES PARA
SERVIÇOS E DO VICE DA ELE DELIBERAR ORÇAMENTÁRIA
LEGISLAR
COMUNS ÀS DUAS REPÚBLICA
CASAS

6.3) Como ocorrem as reuniões?

✓ Legislatura: 04 anos no qual o Congresso Nacional exerce suas


atividades. Temos sessões legislativas ordinárias extraordinárias.
Sessão legislativa ordinária (SLO): ocorre de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1o de agosto a 22 de dezembro. Em uma legislatura, ocorrem
4 (quatro) SLOs.
Sessão legislativa extraordinária (SLE): ocorre fora do período
normal de trabalho do Congresso Nacional, ou seja, durante os recessos
parlamentares.
✓ Quem faz a convocação?
o Presidente do Senado Federal: decretação de estado de defesa ou
de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de
estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente da República;
o Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara e do
Senado ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as
Casas: em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas
essas hipóteses com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das
Casas do Congresso Nacional.
✓ Jurisprudência importante:
Cláusula de barreira para candidato: os candidatos a deputado federal,
deputado estadual e vereador precisarão obter, individualmente, votação
nominal igual ou superior a 10% do quociente eleitoral, que é calculado
dividindo-se o número de votos válidos da eleição (sem brancos e nulos) pelo
número de cadeiras disponíveis
Fidelidade partidária:
STF - os partidos políticos e as coligações partidárias têm o direito de
preservar a vaga obtida pelo sistema proporcional. Se houver transferência
de legenda e cancelamento de filiação sem razão legítima, deputado perde
mandato (não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário).
Exceção: mudança significativa de orientação programática do partido ou
comprovada perseguição política tornam legítimo o desligamento voluntário
do partido.
Coligações partidárias - eleições proporcionais: a vaga pertencerá à
coligação.

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6.4) Mesa do Congresso Nacional:

✓ Composição: presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais


cargos são exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes
na Câmara dos Deputados e no Senado;
✓ Mandato: 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição subsequente, dentro da mesma legislatura.
6.5) Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs): função típica de
fiscalização/investigação. Trata-se de controle político-administrativo. 

✓ Requisitos de criação:
Requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa;
Indicação de fato determinado a ser investigado; 

Fixação de prazo certo para a realização de seus trabalhos;
✓ Jurisprudência STF:
É inconstitucional que se estabeleça o
requerimento de criação de CPI à deliberação pelo
Plenário. O requerimento por 1/3 dos membros da
Casa Legislativa é suficiente para a instauração de
CPI.

A maioria legislativa, mediante inércia de seus


líderes na indicação de membros para compor uma
CPI, não pode frustrar o exercício, pelos grupos
minoritários, do direito público subjetivo de ver
instaurada investigação parlamentar em torno de
fato determinado e por período certo.

É válida norma do Regimento Interno da Casa


Legislativa que estabeleça um número máximo de
CPI’s que poderão funcionar ao mesmo tempo.

Não se admite a criação de CPI’s para


investigações genéricas ou, como diz o Ministro
Gilmar Mendes, para devassas generalizadas, sob
pena de se produzir um quadro de insegurança e
de perigo para as liberdades individuais

Criação das comissões com objeto específico não


impede a apuração de fatos conexos ao principal,
ou, ainda, de outros fatos, inicialmente
desconhecidos, que surgirem durante a
investigação

CPIs de um ente da federação não podem


investigar fatos referentes aos demais, devido ao
pacto federativo.

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✓ Poderes da CPI:
Convocar particulares e autoridades públicas para depor (exceto membros
do Poder Judiciário para prestar depoimento no exercício da função
jurisdicional);
Realização de perícias e exames necessários à dilação probatória;
Determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do
investigado.
✓ Vedações:
Decretar prisões, exceto em flagrante delito;
Determinar a aplicação de medidas cautelares;
Proibir ou restringir a assistência jurídica aos investigados;
Determinar a anulação de atos do Poder Executivo;
Determinar a quebra do sigilo judicial;
Determinar a interceptação telefônica, por ser esse ato reservado à
competência jurisdicional;
Determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos;
Apreciar atos de natureza jurisdicional.

6.6) Principais atribuições Câmara X Senado X Congresso:

Câmara Deputados Senado Federal Congresso Nacional

Autorizar, por 2/3 de seus Nos crimes de responsabilidade, o


membros, a instauração de Senado irá julgar as seguintes
Aprovar tratados internacionais
processo contra o Presidente e o autoridades: i) Presidente da
mediante decreto legislativo
Vice-Presidente da República e os República; ii) Vice-Presidente da
Ministros de Estado República; iii) Ministros do STF;
iv) membros do CNJ e do CNMP;
v) Procurador-Geral da República
e; vi) Advogado-Geral da União.

O Senado Federal tem a


Proceder à tomada de contas do competência para aprovar
Presidente da República, quando previamente a nomeação de Congresso Nacional poderá
não apresentadas ao Congresso importantes autoridades da aprovar ou suspender a
Nacional dentro de 60 dias após a República (art. 52, III e IV). Esse decretação de estado de defesa
abertura da sessão legislativa procedimento de aprovação é a
famosa “sabatina”.

Compete privativamente à Câmara


O Senado Federal autoriza A sustação dos atos normativos
dispor sobre sua organização,
operações externas de natureza do Poder Executivo que
funcionamento, polícia, criação,
financeira realizadas pelos exorbitem do poder
transformação ou extinção dos
Estados, Distrito Federal, regulamentar ou dos limites de
cargos, empregos e funções de
Territórios e Municípios. delegação legislativa
seus serviços. Ainda, Câmara tem
iniciativa privativa para apresentar
projeto de lei para a fixação da
remuneração de seus servidores.

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O julgamento das contas do
O Senado Federal tem a iniciativa
Presidente compete ao
privativa para apresentar projeto
Congresso (art.49, IX). Mas é
de lei que fixa a remuneração de
competência do TCU apreciar as
seus servidores (art. 52, XIII)
contas do PR, devendo ser
prestada as contas ao Congresso,
anualmente, até 60 dias após a
abertura da sessão legislativa

6.7) Imunidades Parlamentares:

✓ Imunidade material: Parlamentares são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Termo inicial é a data da
posse. Deve existir uma conexão entre a manifestação oral e o exercício da
função.

Jurisprudência STF: Quando a manifestação no recinto do


Congresso Nacional, há a presunção absoluta. Se for fora do recinto,
será necessário perquirir o seu vínculo com a atividade de representação
política.

✓ Imunidade formal: duas prerrogativas: desde a expedição do diploma, os


membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante delito de crime inafiançável; e
possibilidade de sustação do
andamento da ação penal, a pedido de partido com representação na Casa
Legislativa.

Jurisprudência STF: somente é possível aplicar ao parlamentar a


pena de privação da liberdade em dois casos: i) flagrante de crime
inafiançável e; ii) sentença judicial transitada em julgado, segundo
jurisprudência do STF.
6.8) Foro por prerrogativa de função: Deputados e Senadores, desde a expedição
do diploma, serão submetidos a julgamento perante o STF. (art. 53, §1º - inclusive em
relação aos crimes praticados antes da diplomação). Vale para infrações penais
comuns!!
6.9) Perda de mandato:
Perderá o mandato o Deputado ou Senador...

• Que infringir qualquer das proibições do art. A perda do mandato dependerá de juízo do
54 da Constituição; Plenário da Casa Legislativa (decisão
• Cujo procedimento for declarado política)
incompatível com o decoro parlamentar;
• Que sofrer condenação criminal em sentença
transitada em julgado10.

• Que deixar de comparecer, em cada sessão A perda será declarada pela Mesa da Casa
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Legislativa, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros,

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Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por ou de partido político representado no
esta autorizada; Congresso Nacional, assegurada ampla
• Que perder ou tiver suspensos os direitos defesa.
políticos;
• Quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos
casos previstos na Constituição.

Ação Penal nº 470 (“Mensalão”): STF passou a entender que, no caso


de a condenação criminal se dar por crime incompatível com a permanência
do condenado no cargo (condenação por improbidade administrativa ou
quando for aplicada a pena privativa de liberdade por mais de quatro anos),
a perda do mandato será automaticamente.

7. PODER JUDICIÁRIO
7.1) Estrutura do Poder Judiciário: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o
Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela EC nº 45, de
2004), II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído
pela EC nº. 92, de 2016) III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os
Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e
Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.

1) O Tribunal Superior do Trabalho passou a constar


expressamente no rol do art. 92, II-A, como órgão do Poder
Judiciário.
2) Os Ministros do TST devem agora ter notável saber jurídico
e reputação ilibada (art. 111-A)
3) Previu expressamente a competência do TST para processar
e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação
de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões. (§ 3º do art. 111-A)

7.2) Magistrado: Ingresso na carreira: concurso público de provas e títulos, com a


participação da OAB em todas as fases.
✓ Garantias:
Vitaliciedade, no primeiro grau, só será adquirida após 02 anos de
exercício
Inamovibilidade, salvo motivo de interesse público;
Irredutibilidade do subsídio.
✓ Vedações:
Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma
de magistério;
Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em
processo; 
Dedicar-se à atividade político-partidária; 
Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de

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pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei; 
Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração. 
✓ Estatuto da Magistratura: lei complementar, de iniciativa do STF.
✓ “Quinto constitucional”: é para se obter o número de vagas destinadas a
membros do Ministério Público e da Advocacia nos TRF’s e TJ’s.
Membros do MP: deverão ter mais de 10 (dez) anos de carreira.
Advogados: deverão ter notório saber jurídico e reputação ilibada, além
de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional.
Os órgãos de representação de classe farão a indicação de pessoas que
cumpram esses requisitos, mediante lista sêxtupla. Recebidas as
indicações, o Tribunal formará uma lista tríplice, que será enviada ao
Poder Executivo, que, nos 20 (vinte) dias subsequentes, escolherá um de
seus integrantes.
A EC nº 45/2004 estabeleceu que a regra do “quinto constitucional”
também se aplica ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e aos Tribunais
Regionais do Trabalho (TRT`s).
O STF não observa a regra do “quinto constitucional”. O Presidente da
República tem total liberdade para indicar os Ministros do STF.
TSE, TRE`s e STM não observam o “quinto constitucional”.
Há polêmica doutrinária quanto à aplicação da regra do “quinto
constitucional” ao STJ. Na composição desse Tribunal, 1/3 dos membros
serão representantes da Advocacia e do Ministério Público. Em nosso
entendimento, pelo fato de o número de representantes dessas
instituições não ser 1/5, não se aplica a regra do “quinto constitucional”.
Se um quinto dos membros de um Tribunal não resultar em um número
inteiro: fazer o arredondamento para cima.
STF: a recusa do nome de uma ou de todas as pessoas indicadas na lista
sêxtupla é plenamente possível. O que o Tribunal não poderá fazer é
substituir os nomes da lista sêxtupla por outros.
7.3) Conselho Nacional de Justiça: é o órgão de controle interno do Poder
Judiciário, possuindo atribuições de caráter exclusivamente administrativo. Não exerce
função jurisdicional.
✓ Composição: é presidido pelo Presidente do STF independentemente de
qualquer indicação ou nomeação. Demais membros serão nomeados pelo PR,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. O
Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor.
✓ Competências:
Exercer o controle interno do Poder Judiciário; controle administrativo,
financeiro e disciplinar da magistratura.
As Resoluções do CNJ são dotadas dos atributos da generalidade,
abstração e impessoalidade.
Apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos

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administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário.
(Não poderá o CNJ examinar os efeitos de ato de conteúdo jurisdicional
emanado do Poder Judiciário).
CNJ apenas examina a legalidade de atos administrativos, sendo-lhe
vedado examinar a constitucionalidade desses mesmos atos.
Competência correicional e disciplinar. (receber e conhecer das
reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário).
Aperfeiçoar o sistema judiciário brasileiro, promovendo maior eficiência e
transparência na prestação jurisdicional
7.4) Supremo Tribunal Federal: é o órgão de cúpula da organização judiciária
brasileira. Composição: 11 (onze) Ministros, escolhidos dentre cidadãos com + 35 anos
< 65 anos de idade; de notável saber jurídico e reputação ilibada.
✓ Requisitos Constitucionais:
Requisito administrativo: ser indicado pelo Presidente da República e
obter, posteriormente, aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta
do Senado Federal;
Requisito civil: ter mais de 35 e menos de 65 anos;
Requisito político: estar em pleno gozo dos direitos políticos;
Requisito jurídico: ser brasileiro nato;
Requisito moral: possuir reputação ilibada.

✓ Regras de competência: (leitura obrigatória art. 102, CRFB/88). Vamos


estudar as principais: “Processar e julgar, originariamente (...):
ADI de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ADC de lei ou ato
normativo federal; 

Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente,
os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República; 
nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; 

Habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente
da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio
Supremo Tribunal Federal; 

Litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o
Estado, o Distrito Federal ou o Território; 

As causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta; 

Extradição solicitada por Estado estrangeiro; 

Habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou
o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime

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sujeito à 
mesma jurisdição em uma única instância; 

a ação em que todos os membros da magistratura sejam 
direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do
tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados; 

os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

Mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for
atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas,
do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
Supremo Tribunal Federal; 

As ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional
do Ministério Público. 

Autoridade Crime Crime de Responsabilidade
Comum
Presidente da República STF Senado
Vice-Presidente da República STF Senado
Deputados Federais e STF -
Senadores
Ministros do STF STF Senado
Procurador-Geral da República STF Senado
Ministros de Estado STF STF (se o crime for conexo com
o do Presidente, será o Senado)
Comandantes do Exército, STF STF (se o crime for conexo com
Marinha e Aeronáutica o do Presidente, será o Senado)
Ministros dos Tribunais STF STF
Superiores (STJ, TST, TSE e
STM)
Ministros do TCU STF STF
Chefes de missão diplomática STF STF

*Obs: Deputados e Senadores não respondem por crime de


responsabilidade. Existe, todavia, a possibilidade de que a Casa Legislativa
determine a perda de mandato do parlamentar por quebra de decoro
parlamentar (art. 55, II).

✓ Recurso Ordinário:
Habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
Crime político. (Processar e julgar os crimes políticos é dos juízes federais
(art. 109, IV). Mas, da decisão caberá recurso ordinário ao STF)

✓ Recurso Extraordinário: as causas decididas em única ou última


instância; prequestionamento da matéria e repercussão geral. Hipóteses:
Contrariar dispositivo desta Constituição;

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Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
7.5) Superior Tribunal de Justiça: “guardião” da unidade do Direito federal,
buscando uniformizar a interpretação da legislação federal. É um órgão de convergência
e superposição, composto de, no mínimo, 33 Ministros.

✓ Nomeação:

•1/3 dos membros devem ser nomeados dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais (TRF`s).
A)

•1/3 dos membros devem ser nomeados dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJ`s)
B)

•1/3 dos membros devem ser nomeados, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério
Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente. Assim, 1/6 dos membros
C) são representantes da Advocacia e 1/6 do Ministério Público.

✓ Competência: “processar e julgar orginalmente (...)”


Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e,
nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público
da União que oficiem perante tribunais;
Autoridade Crime Crime de
Comum Responsabilidade
Governador STJ Tribunal Especial
Desembargadores dos TJ`s STJ STJ
Membros dos TCE`s STJ STJ
Membros dos TRF`s, TRE`s e STJ STJ
TRT`s
Membros dos TCM`s STJ STJ
Membros do MPU que oficiem STJ STJ
perante tribunais

Mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal
Habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de
Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral

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Conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.
102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos
Revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
Reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de
suas decisões;
Conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito
Federal, ou entre as deste e da União
Mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for
atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal
Homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias
✓ Recurso Ordinário:
Habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão for denegatória;
Mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;
As causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País.
✓ Recurso Especial: objetivo é uniformizar a interpretação da
legislação federal. Requisitos: prequestionamento; causa recorrida deve ter
sido apreciada por TRF ou TJ; controvérsia de direito federal.

Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última


instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.
✓ Incidente de Deslocamento de Competência: “nas hipóteses de grave
violação de direitos humanos, o PGR, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal”. (art.
109, § 5º)
7.6) Justiça Federal: São órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais Federais
(segundo grau) e os Juízes Federais (primeiro grau).

Tribunais Regionais Federais: poderão funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais; assegurar o pleno acesso à justiça.

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✓ Composição: no mínimo, 7 (sete) juízes, recrutados, quando possível, na
respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com + 30 (trinta) < 65 (sessenta e cinco) anos:
1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de dez anos de carreira;
4/5 (quatro quintos), mediante promoção de juízes federais com
mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento,
alternadamente.

✓ Competência “(...) processar e julgar, originariamente”:


Juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e
da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os
membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes
federais da região;
Mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal
ou de juiz federal;
"habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;
Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e
pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição.

Juízes Federais: são os membros da Justiça Federal de primeiro grau de jurisdição,


que ingressam na carreira mediante concurso público. Tanto o concurso quanto a
nomeação são de competência do Tribunal Regional Federal sob cuja jurisdição seu
cargo é provido (CF, art. 93, I)

✓ Competência: (Leitura obrigatória art. 109). Vejamos mais importantes:


As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada ou residente no País;
As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro
ou organismo internacional;
Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;
Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por
lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

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Os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;

8. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA


8.1) Ministério Público: Art. 127, CF/88, “o Ministério Público é instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis”. Não integra a estrutura de nenhum dos três Poderes. Trata-se de
instituição autônoma e independente.
✓ Detalhes:
✓ A lei de organização do Ministério Público da União é da iniciativa
concorrente;
✓ Observância dos princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional. (art. 127, § 1º)
✓ Possuem autonomia funcional, administrativa e orçamentário-financeira;

•Vitaliciedade
Garantias dos •Inamovibilidade
membros do MP
•Irredutibilidade dos subsídios

•Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais
•Exercer a advocacia
•Participar de sociedade comercial, na forma da lei
•Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
função pública, salvo uma de magistério
Vedações aos
membros do MP •Exercer atividade político-partidária
•Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei
•Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Considerações Finais
Pessoal, chegamos ao fim! :)

Confesso que fizemos uma revisão cheia de detalhes. Muito densa realmente. Mas,
temos tópicos fundamentais que podem ser abordados em prova. Fiquem ligados!!

Desejamos a todos uma excelente prova. Aproveitem os últimos dias para reforço dos
pontos críticos. ☺

Forte abraço a todos: Profs. Diego, Nádia e Ricardo

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