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Representantes Regionais
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DIVISÃO AFRO-OCEANO ÍNDICO
@ 22 Boite Postale 1764, 5 Como conversar com quem você ama
Abidjan 22, Cote d’Ivoire
u Japheth L. Agboka Dez dicas para desenvolver um relacionamento mais maduro e
japhethlagboka@compuserve.com
DIVISÃO DA ÁFRICA ORIENTAL significativo.
@ H.G. 100, Highlands, Harare, Zimbábue
u Hudson E. Kibuuka — Roger e Peggy Dudley
100076.3560@compuserve.com
DIVISÃO EURO-AFRICANA 8 As quatro faces de Jesus
@ P.O. Box 219, 3000 Bern 32, Suiça
u Roberto Badenas Cada um dos quatro evangelistas tem um testemunho próprio a dar
74617.1776@compuserve.com
DIVISÃO EURO-ASIÁTICA sobre Jesus e Sua mensagem.
@ Krasnoyarskaya Street 3, Golianovo,
107589 Moscow, Federação Russa — Robert K. McIver
u Heriberto Muller
hcmuller@esd-rda.ru 12 Fé e ciência podem coexistir?
DIVISÃO INTERAMERICANA
@ P.O. Box 140760, A abordagem da fé e da ciência envolve cosmovisões diferentes, mas a
Miami, FL 33114-0760, EUA
u Carlos Archbold erudição e a integridade podem contribuir para uma compreensão
74617.3457@compuserve.com
u Bernardo Rodríguez mútua.
Bernardo@interamerica.org
DIVISÃO NORTE-AMERICANA — Leonard Brand
@ 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, MD 20904-6600, EUA 15 Como escolher o que assistir
u Gerald Kowalsky
74617.3555@compuserve.com Os valores sutis e os não tão sutis mostrados pela televisão e o cinema
u Richard Stenbakken
74532.1614@compuserve.com colocam diante do cristão um desafio sobre o que ver e como ver. Este
DIVISÃO NORTE-ASIÁTICA DO PACÍFICO
@ Koyang IIsan, P.O. Box 43, artigo apresenta algumas sugestões a respeito.
783 Janghang-Dong, Ilsan-Gu, Koyang City,
Kyonggi-do 411-600, República da Coréia — Daniel Reynaud
u Dong Hee Shin
nsdyouth@kornet.net
DIVISÃO SUL-AMERICANA
@ Caixa Postal 02-2600, Editorial Livros
70279-970 Brasilia, DF, Brasil 3 Em paz: Alea jacta est 28 Highly Effective Marriage (Van Pelt)
u Roberto de Azevedo e José M. B. Silva — Alfredo García-Marenko — Lucio Altin
Violeta@dsa.org.br
4 Cartas 28 Israel and the Church (Doukhan)
DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO — Clifford Goldstein
@ Locked Bag 2014, Wahroonga,
N.S.W. 2076, Australia Perfis 29 Our Awesome God:
u Gilbert Cangy 18 James Graves A Refresher Course (Bruinsma)
Gilbert_Cangy@SDASPD.adventist.org.au — Audrey Stovall e Roy Brown — Enrique Espinosa
u Nemani Tausere
Ckingston@adventist.org.au 20 Virginia-Gene Rittenhouse
— Lincoln Steed Vida universitária
UNIÃO SUL-AFRICANA 30 O teste da fé
@ P.O. Box 468, Bloemfontein 9300, Logos
Free State, África do Sul — Michelson Borges
u Jongimpi Papu 22 Onde está Deus quando o
papu@freemail.absa.co.za sofrimento nos atinge? Primeira pessoa
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA — Steve Grimsley 32 A Bíblia escondida
@ P.O. Box 2, HCF Hosur, — Robert Wong
Tamil Nadu 635110, Índia Foro aberto
u Justus Devadas 24 Luz sobre o primeiro dia da Criação Em ação
sudedn@vsnl.com — Richard M. Davidson 34 Estudantes da Nigéria realizam sua
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA DO PACÍFICO maior convenção
@ P.O. Box 040, Silang, Para sua informação — Evans N. Nwaomah
Cavite, 4118 Filipinas 25 A água é boa para o seu coração!
u Oliver Koh 35 Primeira reunião de universitários e
okoh@ssd.org — Dustin Jones profissionais adventistas na Bulgária
DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA Ponto de vista — Ventsislav Panayotov
@ 119 St. Peter’s Street, St. Albans,
Herts., AL1 3EY Inglaterra 26 Proselitismo Responsável: Uma Inserção Intercâmbio
u Paul Tompkins Declaração Inter-religiosa
74617.1257@compuserve.com
u Orville Woolford
71307.1432@compuserve.com

2 Diálogo 14:3 2002


Editorial
Em paz: Alea jacta est Esta revista internacional de fé, pensamento
e ação, é publicada três vezes por ano em
quatro edições paralelas (espanhol, francês,
inglês e português) sob o patrocínio da

C
orria o ano de 49 AC. As tropas de Júlio César estavam marchando para Comissão de Apoio a Universitários e
Roma, em desafio a seu poderoso rival Pompeu e ao senado corrupto. Toda- Profissionais Adventistas (CAUPA),
organismo da Associação Geral dos
via, havia uma lei que proibia um general de avançar com seu exército Adventistas do Sétimo Dia:
além da fronteira boreal da república. 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring,
Após muita discussão e contra o conselho de alguns de seus estrategistas, César MD 20904-6600; EUA.
ordenou que suas tropas cruzassem o rio Rubicão e marchassem para o sul. Nesse VOLUME 14, NÚMERO 3.
momento, de acordo com o historiador Suetônio, ele proferiu as palavras que eco- Copyright © 2002 pela CAUPA.
am através de toda a história como um provérbio sobre decisão irrevogável: Alea Todos os direitos reservados.
jacta est. DIÁLOGO afirma as crenças fundamentais
AA sorte está lançada. “Não posso recuar”. “O que fiz, está feito”. Séculos de- da Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia
pois, em 1521, Martinho Lutero concluiu a corajosa defesa de suas convicções bí- sua missão. Os pontos de vista publicados
na revista, entretanto, representam o
blicas perante o imperador, declarando com palavras semelhantes: “Aqui perma- pensamento independente dos autores.
neço. Não posso agir de outro modo”. Nós, cristãos, temos lançado nossa sorte de
modo irreversível. Nosso Senhor e maravilhoso Mestre é Cristo. Decidimos que Equipe Editorial
Editor-chefe: Humberto M. Rasi
nada e nem ninguém nos desviará dAquele em quem cremos. Editor: John M. Fowler
Como resultado dessa decisão, temos uma certeza firmemente ancorada em Je- Editores-Associados: Alfredo García-Marenko,
sus, o Autor e Consumador de nossa fé. Desfrutamos a paz que transcende o tempo Richard Stenbakken
Gerente Editorial: Julieta Rasi
e o espaço. Por essa razão, recebemos diariamente um abundante suprimento de Consultores: James Cress, George Reid
paz que se manifesta em nossa relação com o mundo, conosco próprios e com Editor de Texto: Beverly Rumble
Deus. Secretária Editorial: Esther Rodriguez
Edições Internacionais: Julieta Rasi
Essa paz é bastante real. É transcendente. Envolve cada aspecto de nossa exis- Secretárias editoriais internacionais:
tência. Corinne Hauchecorne e Louise Geiser
Eis aqui alguns dos “sintomas” da paz interior que recebemos de Jesus: (Francês)
César Luís Pagani (Português)
• Uma perpétua dotação de capacidade para desfrutar cada momento que vive- Julieta Rasi (Espanhol)
mos. Correspondência Editorial
• Uma tendência de pensar e agir espontaneamente, sem referência a experi- Diálogo
ências negativas do passado. 12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
• Uma perda de interesse em interpretar criticamente as ações dos outros. Telefone: (301) 680-5060
• Uma perda gradual de interesse em criar conflitos. Fax: (301) 622-9627
E-mail: 74617.464@compuserve.com ou
• Uma crescente incapacidade de se preocupar. rasij@gc.adventist.org
• Freqüentes e subjugantes desejos de expressar sincera apreciação pelas con-
tribuições dos outros. Comissão (CAUPA)
Presidente: Léo Ranzolin
• Sentimentos de harmonia com outros seres humanos e com o restante da Vice-Presidentes: Baraka G. Muganda,
criação de Deus. Humberto M. Rasi, Richard Stenbakken
• Freqüentes acessos de alegre emoção e uma face sorridente. Secretária: Julieta Rasi
Membros: John M. Fowler, Jonathan
• Uma crescente susceptibilidade de aceitar amor de outros e o urgente desejo Gallagher, Alfredo García-Marenko,
de compartilhar esse amor. Clifford Goldstein, Bettina Krause,
• Uma tendência endêmica de orar sem cessar. Kathleen Kuntaraf, Vernon B. Parmenter,
Gerhard Pfandl, Virginia L. Smith, Gary
Creio que, ao saborear cada artigo desta edição de Diálogo, você encontrará B. Swanson
nova afirmação dessa paz salutar oferecida pelo Príncipe da Paz. CORRESPONDÊNCIA SOBRE CIRCULAÇÃO:
Em paz: Alea jacta est. Deve ser dirigida ao Representante Regional
da CAUPA na região em que reside o leitor.
Os nomes e endereços destes
representantes encontram-se na p. 2.

ASSINATURAS: US$13.00 por ano


(três números, via aérea).
Alfredo García-Marenko Ver cupom na p. 8 para detalhes.
Diretor Associado do Departamento de Jovens
da Associação Geral Diálogo tem recebido corres-
pondência de leitores em 115
países ao redor do mundo.

Diálogo 14:3 2002 3


Cartas
Uma perspectiva sobreviver nestes tempos procelosos, o do sofrimento, mas guinda o sofredor a um
atraente abrigo mais seguro é Jesus. Contudo, círculo honroso de pessoas como Jó e Jesus,
Como estudante que freqüenta uma esse artigo não trata do paradoxo (apa- que embora bons sofreram o pior. Deus faz
grande universidade do governo, sou rentemente) histórico: Deus algumas duas promessas a todo sofredor: Primeira:
grato por que existe uma revista como a vezes permite tragédias e noutras ocasi- “Se você confiar em Mim, seu sofrimento se
Diálogo. Seu conteúdo não apenas inte- ões as previne, permanecendo ainda tornará estratégico na promoção do Meu
ressa aos membros de nossa associação um Deus misericordioso, justo e aman- reino de amor, mesmo nesta vida”. (Isto é,
local de estudantes adventistas, como te, que não impede a livre escolha dos você vence.) Segunda: “Eu terei a última
também nos estimula e permite parti- seres finitos. Essa dicotomia aparente palavra e vou restituir-lhe, na eternidade,
lhar uma perspectiva atraente da fé cris- não contribui para o ajustamento ou a aquilo que o inimigo lhe roubou nesta
tã com nossos colegas que professam aceitação da dor que fere os seres huma- vida.” (Isto é, você vence.) Nas histórias de
outras crenças. nos dia após dia. Jó e Jesus o sofrimento humano e a miseri-
David C. Ahamba Duas perguntas podem, então, ser córdia divina triunfam.
Abia State University feitas: Tem Deus sempre intervindo des- Dwight K. Nelson
NIGÉRIA de a Criação para alterar os aconteci- Berrien Springs, Michigan
Davvy2u@yahoo.com mentos, e desse modo cercear o livre ar- EUA
bítrio humano? Ou incluiu todas as in-
Ajuda-me em meu tervenções possíveis que são seleciona- Um círculo global em
desânimo das através do tempo através da dinâ- expansão
Estou trabalhando como professor mica interação de variáveis, incluindo a Não há revista mais atraente para
de inglês e instrutor voluntário de Bí- mais importante — a oração? Prefiro a universitários e professores adventistas
blia em Sanyang-ri, Coréia do Sul. última opção porque ela me assegura do que a Diálogo, pelo menos na África.
Como sou das Filipinas e não falo core- que Deus é absolutamente justo ao per- Os poucos exemplares da edição france-
ano, sinto-me a miúdo bastante solitá- mitir todos os graus possíveis de liber- sa que chegam com irregularidade até
rio. Num sábado de manhã em que não dade finita, embutidos nas infindáveis aqui têm vasta circulação nos vários
fui ao culto na igreja local por não en- fronteiras da graça. campi de nossa universidade. A revista
tender a língua, desanimei-me com David Hutchins nos mantém em contato com as ques-
meu compromisso missionário. De Little Rock, Arkansas tões culturais, científicas e espirituais
fato, comecei a embalar meus pertences EUA de interesse de nossos colegas noutras
planejando voltar para casa. Ao fazê-lo, partes do mundo. O fato de ser ela pu-
achei um exemplar da Diálogo que ha- O autor responde: blicada em quatro línguas torna nosso
via trazido de minha terra. Ao abri-la É Deus caprichoso em Sua providência? círculo adventista ainda mais amplo.
deparei o artigo “Jack, uma história in- Como podemos explicar a perda de quatro Congratulações!
crível”, de autoria de Jolena Taylor aviões em 11 de setembro, e o salvamento Jerry Kalonji
King. (Diálogo 11:2). Reler a maravilho- de um avião, em dezembro, no qual o ter- University of Lubumbashi
sa providência de Deus na vida dessa rorista levava uma bomba no sapato? O REP. DEM. DO CONGO
jovem trouxe alívio a meu espírito aba- “paradoxo histórico” a que o leitor se refere jerry_kalonji@hotmail.com
tido. Senti que Deus ainda era meu é abordado na história bíblica de Jó, onde a
companheiro fiel. Minha coragem foi dor e o sofrimento humanos são o vórtice
renovada para enfrentar as dificuldades de uma feroz luta cósmica. Caso contrário, Escrevam-nos!
que ainda possa encontrar em meu iso- a perda arbitrária da vida no primeiro capí- Apreciamos seus comentários, reações e
lado posto missionário. Obrigado! tulo de Jó permaneceria inexplicável se o perguntas, mas limitem suas cartas a 200
Sarah S. Delgado véu não fosse afastado e o leitor introduzi- palavras. Escrevam para Dialogue Letters:
Sanyang-ri, CORÉIA DO SUL do à batalha cósmica pela lealdade e confi- 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring,
phlegon_sarah@yahoo.com ança humanas, que se desenrola no “Gran- MD 20904-6600, EUA. Podem também
de Conflito” entre Deus e o arquiinimigo usar o fax: (301) 622-9627 ou o e-mail:
Liberdade humana e Satanás. Quantas vezes essa guerra espiri- 102555.2215@compuserve.com. As cartas
poder de Deus tual tem sido a “oculta” ordem do dia por selecionadas para publicação poderão ser
Li e apreciei o artigo de Dwight Nel- trás da história do sofrimento e dor huma- resumidas por necessidade de clareza ou
son, “Através da dor e além dela” (Diá- nos! Tal conhecimento não diminui a dor do espaço.
logo 14:1). Não há dúvida de que para sofrimento e não explica o caráter aleatório

4 Diálogo 14:3 2002


Como conversar
com quem você ama
Roger e Peggy Dudley

E le: Onde está a minha camisa azul?


Ela: Não tive tempo de passá-la.
Foi um dia muito atarefado.
Ele: O que quer dizer com não ter
tido tempo? Você esteve em casa o dia
vamos discutir são boas para qualquer
relacionamento no qual duas pessoas se
querem bem. Podemos aplicá-las a pais
e filhos, cônjuges, namorados, noivos,
companheiros de quarto, colegas de tra-
todo! balho, membros da mesma igreja e ami-
Ela: Olhe, Buster, estive muito atare- gos íntimos. Todo o mundo tem al-
fada. Tive serviço suficiente para me guém de quem gosta. Assim todos pre-
manter ocupada. cisam saber como falar de modo a me-
Ele: Fazendo o quê? Estive fora o dia lhorar o relacionamento. Eis 10 dicas
Dez dicas para desenvolver um todo trabalhando para colocar o pão na sobre como conversar com quem você
mesa, ao passo que você fica em casa as- ama.1
sistindo novelas.
relacionamento mais maduro e Ela: Você está louco! Não faz a me- 1. Esteja atento aos pensamentos e
nor idéia do que seja trabalhar em casa: sentimentos.
cozinhar, limpar, lavar, passar, cuidar “Sabeis isto, meus amados irmãos;
significativo. das crianças! todo o homem seja pronto para ouvir,
Ele: Isso é conversa fiada! Você tem a tardio para falar, tardio para se irar”.
vida mais fácil do que qualquer pessoa (Tiago 1:19.) Se quisermos produzir re-
que conheço. Você precisa descobrir o lacionamentos carinhosos, precisamos
que é realmente trabalho. tornar-nos bons ouvintes antes mesmo
Ela: Ó, e você conhece, suponho. de pensar em como falar. A comunica-
Você se assenta em seu belo escritório o ção afetuosa envolve compreensão en-
dia todo, apenas para levar seus clientes tre duas mentes e dois corações. Preci-
a almoços e jogar golfe com o chefe. samos saber o que a outra pessoa está
Depois vem para casa à noite, exige co- pensando ou sentindo, a fim de respon-
mida na mesa e quer assistir a TV en- der de um jeito que promova o bom re-
quanto arrumo a cozinha. Você é im- lacionamento.
possível! Ouvir é uma arte que não herdamos
Um dos problemas principais no re- naturalmente; ela precisa ser cultivada.
lacionamento é a falta de comunicação. Primeiramente, não interrompa a outra
Comunicar-se significa expressar pensa- pessoa até que ela acabe de falar. Quan-
mentos e sentimentos de modo que o do estamos ouvindo, somos tentados a
receptor compreenda o que você diz. pensar em respostas e contestações. Por
Pois bem, segundo essa definição o ca- isso achamos que podemos interromper
sal acima está certamente se comuni- para defender nosso ponto de vista.
cando, mas não de modo a melhorar Essa atitude transmite a mensagem:
seu relacionamento. Como podemos “Preocupo-me mais com o que estou
comunicar-nos de maneira a promover pensando do que com o que você está
relacionamentos significativos? Como dizendo”.
conversar com quem amamos? Em segundo lugar, preste toda a
Na busca de respostas, muitas de atenção ao que o ser amado está dizen-
nossas ilustrações são extraídas do casa- do. Isso é mais complexo do que pare-
mento — talvez a área mais crucial do ce, porque é muito fácil distrair-se e dei-
relacionamento. Contudo, as dicas que xar a mente vagar sobre outras coisas.

Diálogo 14:3 2002 5


Ruth Graham, a esposa do famoso que devemos concordar com tudo o tes. Poderia dizer: “Você me deixou
evangelista Billy Graham, ilustra esse que ouvimos. Afinal, temos nossos tão nervoso por chegar tarde outra
ponto com uma experiência particu- próprios gostos. Mas podemos aceitar vez. Porque não é você mais conside-
lar: “Meu marido está freqüentemente os julgamentos e sentimentos de ou- rado de outros?” Ou eu poderia dizer:
preocupado. Ele tem muito com que trem como representativos de seus “Estoud frustrado porque realmente
se preocupar. Certa vez, estávamos es- pensamentos e emoções. A mãe seria me aborrece estr atrazado para um en-
perando visitas para o jantar, e eu per- mais sábia se dissesse: “Sinto que você contro e sinto que causei incoveniên-
guntei o que ele gostaria de ter no car- não goste da sopa. Pessoalmente eu a cia à epssoa que deveriamos ver. Pode
dápio. aprecio, mas você provavelmente po- me ajudar a fazer um ajuste?”
“‘Hum, hum’”, ele resmungou. Eu derá achar outros pratos dos quais Realmente, ninguém pode nos fa-
sabia que ele estava ali em corpo, mas gostará mais”. zer experimentar raiva ou qualquer
mentalmente ausente, e decidi diver- Por fim, procure aperceber-se do outra emoção. Somos responsáveis pe-
tir-me um pouco. significado da mensagem que está re- las emoções que temos.
“‘Pensei que poderíamos começar cebendo. Como as palavras significam
com uma sopa de girinos’”, sugeri. coisas diferentes para diferentes pes- 3. Não transforme pontos secun-
“‘Hum, hum’”. soas, é fácil haver confusão de signifi- dários em pontos importantes.
“‘E teremos aquela bela erva vene- cados ao elas passarem de uma pessoa Ninguém é perfeito. A pessoa ama-
nosa que cresce na gruta como delici- para outra. Podemos testar nossa com- da provavelmente tem hábitos que
osa salad.’”. preensão parafraseando. “Você está você acha desagradáveis. Algumas
“‘Hum, hum’”. frustrado e zangado porque o chefe o pessoas tendem a dimensioná-los para
“‘Como prato principal, eu poderia culpou injustamente pelo erro”. caracterizar todo o relacionamento,
tentar assar algumas ratazanas que te- “Você receia que isso ameace nosso re- usando descuidadamente palavras
mos visto ultimamente rondando o lacionamento se der a idéia de que es- como sempre e nunca. “Você está sem-
defumadouro, e servi-las com capim- tou dedicando muita atenção à Sue”. pre atrasado”. “Você nunca me trata
sanguinário fervido e alpiste assado.’ Então a pessoa que fala tem a oportu- com respeito”. Essas são expressões
“‘Hum,hum’”. nidade de confirmar se o interlocutor extremadas e que não expressam a
“‘E de sobremesa, poderíamos ter recebeu a mensagem desejada ou cor- verdade.
um suflê de lama e ...’ Minha voz foi rigir qualquer mal-entendido. Edith Shaeffer disse certa vez: “Se
diminuindo á medida que seus olhos você exige perfeição ou nada, conse-
começaram a me focalizar. 2. Seja tardio em falar. guirá nada”. Relacionamentos impor-
“‘O que você disse sobre as rataza- Pense cuidadosamente sobre o as- tantes precisam ser baseados em co-
nas?’, perguntou ele”.2 sunto. Fale de modo que a pessoa pos- municação honesta. Portanto, não de-
Ouvir com atenção é muito cansa- sa entender o que você diz. vemos exagerar as faltas dos outros,
tivo, mas reserve algum tempo para se Ouvir atentamente ajudará na for- mas sempre dizer a verdade. Notem,
concentrar nas mensagens de seu côn- mulação da melhor resposta. Contri- porém: A verdade deve ser dita com
juge. buirá para prevenir a tendência de di- amor. “O amor....não se irrita, não
Em terceiro lugar, aceite os pensa- zer o que vem à mente sem reflexão suspeita mal”. (I Coríntios 13:5.) Ser
mentos e sentimentos do ente queri- sobre o assunto. totalmente honesto e ainda completa-
do como genuínos e não tente contes- Uma maneira segura de conseguir o mente bondoso é o segredo da verda-
tá-los ou desviar o assunto. Afirma- apoio do ouvinte é assumir a respon- deira comunicação.
ções como: “Você não deveria se sen- sabilidade pelos sentimentos expres-
tir desse modo”, ou “Nunca diga sos. Isso pode ser conseguido pelo uso 4. Não frustre o ser amado com o
isso”, ou ainda, “Essa é a coisa mais de mensagens com ênfase no “eu”, tratamento do silêncio.
ridícula que ouvi”, rompem a conver- como: (1) A feitura de uma descrição Uma pessoa pode optar pelo silên-
sação e o relacionamento. Por exem- sem nuances condenatórias acerca do cio por diferentes razões. Alguém
plo, Bobby toma um sorvo de sopa no que foi dito ou feito, e que está cau- pode querer punir a outrem, esperan-
jantar e se queixa: “Isto tem um gosto sando o problema; (2) a partilha dos do que o problema desapareça se for
horrível!” A mãe será tentada a dizer: sentimentos que você está vivencian- ignorado. Pode achar que o silêncio
“Não, não tem gosto horrível; está de- do no momento; e (3) explicando por- vale ouro, porque com o tempo o pro-
liciosa!” Mas gosto é uma questão pes- que esta conduta lhe causa um proble- blema se resolve por si mesmo, ou
soal. Se ele não gosta da sopa, nenhu- ma. sentir que ficar calado fará alguma di-
ma evidência objetiva o convencerá. Por exemplo, se estou me sentindo ferença. Nenhuma das razões acima
Bobby ouve da mãe: “Não estou inte- frustrado porque alguém está atrazado funciona — simplesmente erguem
ressada em sua opinião”. em honrar um compromisso, eu pode- muros e barram a comunicação.
Naturalmente, isso não significa ria responder de dois modos diferen- É importante explicar por que você

6 Diálogo 14:3 2002


hesita em falar no momento e usar as sua esposa. Com efeito, ele estava di- soas que se querem bem precisam fazer
três sugestões sobre o uso de mensagens zendo que a queria bem, embora não para manter forte e terno o relaciona-
com ênfase no “eu”, conforme a dica 2. sentisse amor. Às vezes não sentimos mento.
Isso pode resultar na melhora de com- vontade de amar. Às vezes nosso relaci- E quando alguém que você ama faz-
preensão e resolver as questões de onamento parece frio. Às vezes temos lhe confissão e pede perdão, perdoe-o
modo a prevenir seu ressurgimento. raiva um do outro. É então que o verda- de coração. Não espere até se sentir dis-
deiro amor se ergue acima do nível posto. Toda vez que perdoar alguém,
5. Aprenda a discordar emocional e demonstra ao outro que o esqueça a ofensa e não volte à carga.
sem brigar. amamos. Recapitular ofensas passadas impede
“Toda a amargura, e cólera, e ira, e que o relacionamento cresça.
gritaria, e blasfêmia sejam tiradas den- 6. Não responda quando
tre vós, bem como toda a malícia”. (Efé- estiver zangado. 8. Não censure.
sios 4:31.) Duas pessoas nem sempre “A resposta branda desvia o furor, “Melhor é morar num canto do eira-
concordam em tudo. Mas quando você mas a palavra dura suscita a ira”. (Pro- do, do que com a mulher rixosa numa
discorda da pessoa a quem ama, é possí- vérbios 15:1.) “Irai-vos e não pequeis; casa ampla”. (Provérbios 25:24.) Se
vel fazê-lo de maneira calma e respeito- não se ponha o sol sobre a vossa ira”. você já fez críticas alguma vez, prova-
sa, concentrando-se sobre o problema e (Efésios 4:26.) velmente descobriu que a outra pessoa
evitando ataques. Edgar N. Jackson, no livro The Many se torna mais defensiva em relação a
O amor não é um sentimento tépido Faces of Grief, apresenta estes quatro elas. As pessoas não mudam porque al-
e indistinto, embora certos sentimentos “As” para lidar com a ira. Fizemos uma guém quer que elas mudem. Elas o fa-
possam resultar do amor. O amor é a adaptação para conformá-los a este mo- zem quando possuem motivação interi-
decisão de se preocupar com a outra delo: or. Cecil Osborne acha que “não pode-
pessoa e promover seu bem-estar. Há 1. Admita-o (isto é algo freqüente- mos modificar outras pessoas nem por
quase um século, o notável psiquiatra, mente difícil de fazer). Precisamos assu- ação direta e franca, nem mediante ma-
Harry Stack Sullivan, definiu assim o mir a responsabilidade por nossas emo- nipulação”.4 “Na relação de casados, em
amor: “Quando a satisfação ou a segu- ções. vez de esperar que nossas necessidades
rança de outra pessoa se torna significa- 2. Analise-o objetivamente. Pergun- sejam satisfeitas, precisamos procurar
tiva tanto quanto a nossa própria, en- te-se por que está tão contrariado. Por satisfazer as necessidades do cônjuge”.5
tão existe um estado de amor”. Nem que essa explosão emocional? Ela faz Se houver necessidade de mudança,
sempre sentimos amor, mas podemos sentido? uma das opções é sentar-se com a outra
tomar a decisão de agir de modo afetuo- 3. Aja de maneira inteligente e sau- pessoa e de modo afetuoso (usando os
so. dável, andando, rachando lenha, jo- três passos da dica 2 sobre como usar
No livro No Longer Strangers, Bruce gando golfe, arrumando o armário ou mensagens enfatizando o “eu”) pedir
Larson refere a conversa que teve com adiando seus sentimentos, de modo ajuda e sugestões sobre como conseguir
um amigo: “Naquela manhã, quando que seu nível de adrenalina seja reduzi- a mudança de atitude. Se for uma situa-
perguntei a meu amigo como estava se do ao normal. ção familiar, o tempo da reunião em fa-
sentindo, ele me respondeu: Terrível! 4. Abandone-a depois de reconhecer mília é o momento ideal para esse tipo
Tive uma briga com minha esposa on- que a ira não compensa seu custo em de discussão.
tem à noite e fomos para a cama sem estresse e relações prejudicadas. Não
falarmos um com o outro... Mas esta podemos mudar o que já aconteceu, 9. Procure o lado positivo.
manhã ela me deu um beijo e disse: mas podemos escolher como reagir a Talvez certos comportamentos da
‘Querido, eu o amo.’” isso. pessoa amada ou seus traços de caráter
“O que você disse?”, perguntei ansi- o irritem. A tendência natural é criticá-
osamente. 7. Confesse e peça perdão. la. É fácil culpar o outro por situações
“Eu disse: ‘Bem, eu não a amo, não Quando duas pessoas estão intima- insatisfatórias. Mas isso simplesmente
amo a mim mesmo e não amo a Deus. mente ligadas, inevitavelmente já se não funciona. Tendemos a pensar que
Não posso me lembrar de ninguém que ofenderam muitas vezes. Quando você se apontarmos as faltas do outro, ele fi-
eu ame. Mas vou lhe dizer isto: Vou sabe que está errado, admita-o e peça cará agradecido pela ajuda e procurará
orar esta manhã e creio que num futuro perdão. Mesmo que julgue não ser o se reformar. Com efeito, a pessoa sem-
próximo, Deus me endireitará porque culpado, expresse tristeza por seu relaci- pre buscará se defender. Uma relação
Ele me ama. Ele me habilitará a amar de onamento ter sido prejudicado e ofere- nunca é favorecida pela imputação de
novo. E quando o fizer, prometo que ça-se para fazer o que for para reparar o culpa ao companheiro.
você será a primeira na lista!’”3 dano. “Confessai vossas culpas uns aos Ao contrário, as pessoas crescem
Note que, a despeito das palavras ne- outros, e orai uns pelos outros, para que quando são elogiadas por aquilo que
gativas, esse homem realmente amava a sareis”. (Tiago 5:16.) É isso que as pes- estão fazendo direito. Descubra os

Diálogo 14:3 2002 7


pontos de caráter mais fortes no ente jam como nós, embora sejamos um rio de Igreja no Seminário Teológico da An-
querido e enfatize-os. Os relaciona- (como marido e mulher ou como fa- drews University, e Margaret [Peggy] Dudley
mentos crescem quando dizemos a mília), contudo, cada um de nós é (Ph.D.) é conselheira profissional licencia-
nossos cônjuges, filhos ou a quem único e distinto. Se apreciarmos essas da. Estão casados há 50 anos. Seu segundo
quer que seja, que os amamos e que diferenças, poderemos ampliar nossa livro sobre casamento, Intimate Glimpse:
eles são valiosos para nós. Quando experiência e aprender como crescer. 29 Couples Share the Secrets of Happy
eles reconhecem que são importantes, Onde a diversidade é respeitada e a Marriage, está programado para publica-
portam-se de maneira importante. singularidade afirmada, o amor flores- ção pela Review and Herald em 2003.
Ellen White comenta como Jesus ce.
buscava o lado positivo das pessoas. Recapitule essas dez dicas e assinale Notas e referências
“Em cada ser humano Ele divisa infi- uma ou mais nas quais você gostaria 1. As 10 dicas dadas neste artigo foram
nitas possibilidades. Via os homens de melhorar. Com o auxílio de Deus, adaptadas do livro Communication:The Key
to Your Marriage, de H. Norman Wright
como poderiam ser, transfigurados faça um esforço decidido para desen- (Glendale, Calif.: Regal, 1974), pp. 188,
por Sua graça... Olhando para eles volver maneiras novas e mais perfei- 189, mas o material, em sua maior parte, é
com esperança, inspirava-lhes confi- tas de se comunicar com as pessoas nosso.
ança. Encontrando-os com confiança, que lhe são importantes. Os psicólo- 2. Ruth Graham, It’s My Turn (Old Tappan,
N.J.: Fleming H. Revell, 1982), p. 67.
inspirava-lhes confiança... Em Sua gos dizem que leva trinta dias para
3. Bruce Larson, No Longer Strangers (Dallas;
presença as almas desprezadas e caí- criar um novo hábito. Imagine só — Word Books, 1971), p. 67.
das compreendiam que ainda eram dentro de um mês novos hábitos po- 4. Cecil Osborne, Understanding Your Mate
homens, e anelavam mostrar-se dig- dem ser estabelecidos e os antigos (Grand Rapids, Mich.: Zondervan, 1970),
nos de Seu olhar. Em muitos corações morrerão por falta de uso. p. 109.
5. Idem, p. 141.
que pareciam mortos para as coisas 6. Ellen G. White, Educação (Santo André, S.
santas, despertavam-se novos impul- Roger L. Dudley (Ed.D. pela Andrews Paulo: Casa Publicadora Brasileira, terceira
sos. A muito desesperançado abriu-se University), é professor emérito de Ministé- edição), p. 80.
a possibilidade de uma nova vida”.6

10. Reconheça que a pessoa


amada tem o direito de ser
diferente de você.
Deus aprecia a diversidade. Nós a
Subscreva Diálogo

D
vemos em toda a criação. Não há duas epois de um longo e árduo trabalho, você finalmente tem seu diploma
pessoas ou flocos de neve que sejam na mão. Ótimo! E agora que está neste vasto mundo, você se esforça
iguais. Não é preciso que os outros se- para continuar sendo um cristão dedicado, num aprendizado que dura
a vida toda. Não é fácil! Mantenha-se em contato com as atividades e os melho-
res pensadores adventistas ao redor do globo. Participe da Diálogo!
Assinatura anual (3 números): US$13,00; Números anteriores: US$4,00 cada.
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mar seus dados pessoais ou verificar opor- é _______________________________________
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tário nos seguintes websites: Por favor use letra de forma.
• Adventist Development and Relief Nome: _____________________________________________________________
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• Adventist Volunteer Center: Endereço: _____________________________________________________________
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secreatariat/employment.htm Silver Spring, MD 20904-6600; EUA. Fax: 301-622-9627.
E-mail: 110173.1405@compuserve.com

8 Diálogo 14:3 2002


As quatro faces de Jesus

Robert K. McIver

P or que existem quatro evange-


lhos no Novo Testamento? Por
certo um seria suficiente. Essa foi,
pelo menos, a opinião de Taciano, pai
da igreja no segundo século, o qual
acham ser o mais importante?
Embora a maior parte deste artigo
seja dedicada ao exame separado de
cada um dos quatro evangelhos para
descobrir o que distingue um do ou-
compôs o Diatessaron, uma tradução tro, não devemos nos esquecer que há
dos evangelhos em língua siríaca. Em uma harmonia básica entre as narrati-
vez de traduzir os quatro evangelhos, vas de Jesus neles encontradas. Por
ele compilou uma “harmonia” to- exemplo, todos concordam acerca de
mando a versão de cada história im- muitos detalhes de Seu ministério.
Cada um dos quatro portante e inserindo-a numa harmo- Mateus e Lucas registram que Ele nas-
nização dos evangelhos. João Calvino ceu em Belém e os quatro concordam
escreveu um comentário sobre cada li- que Ele cresceu em Nazaré, e que o
evangelistas tem um vro da Bíblia, exceto os evangelhos, Seu ministério se concentrava nas pe-
para os quais preparou também uma quenas cidades e vilas ao longo do lito-
harmonia; então escreveu um comen- ral norte do mar da Galiléia. Mais signi-
testemunho próprio a dar tário a respeito. ficativamente, os quatro evangelhos
Contudo, Taciano e Calvino são ex- partilham a convicção de que a coisa
ceções. Os quatro evangelhos têm fi- mais importante a se saber sobre Jesus,
sobre Jesus e Sua mensagem. gurado no Novo Testamento desde a é a série de acontecimentos relaciona-
primeira vez que alguém perguntou dos à Sua crucifixão, morte e ressurrei-
que escritos deveriam ser nele incluí- ção. Todos concordam que o significa-
dos. As razões por que os primeiros do da cruz tem a ver com quem Jesus é,
cristãos decidiram conservar os qua- e que aquilo que aconteceu com Ele foi
tro evangelhos no Novo Testamento o resultado da vontade de Deus e não
não são conhecidas. Mas por que o fi- uma fatalidade cega. Todos os evange-
zeram, temos agora quatro testemu- lhos destacam o elo que liga a cruz e a
nhos ligeiramente diferentes sobre Je- Páscoa e que Jesus foi crucificado
sus. Assim como diversas testemunhas como o rei dos judeus; fato irônico,
são convocadas num tribunal para dar porque a cruz realmente inaugurou o
sua perspectiva particular dos fatos, reino de Deus. Além disso, todos eles
de modo que a verdade possa emergir enfatizam que Jesus ressuscitou com
com maior clareza, assim também os um corpo real e que Sua morte e res-
quatro evangelistas fornecem quatro surreição proveu o impulso para a ati-
perspectivas de Jesus. Através deles ve- vidade missionária dos primeiros (e
mos, por assim dizer, Jesus em quatro últimos) cristãos. Esses conceitos e
dimensões. A certa altura eu tinha inti- outros mais são partilhados pelos qua-
tulado meu livro sobre os quatro evan- tro evangelhos. Não obstante, cada
gelhos: “Jesus In Four Dimensions”. Os um possui uma visão distinta de Jesus.
editores decidiram que The Four Faces
of Jesus seria um título melhor. Real- O Evangelho de Mateus
mente ele expressa a mesma idéia de João 21:25 expressa a frustração
que cada um dos escritores evangelis- que todos os quatro evangelistas ex-
tas tem um testemunho pessoal de Je- perimentaram: “E ainda muitas outras
sus e de Sua mensagem. O que eles coisas há que Jesus fez; as quais, se

Diálogo 14:3 2002 9


fossem escritas uma por uma, creio ções das boas-novas de salvação. damente do que os outros evangelhos,
que nem ainda no mundo inteiro ca- Mateus também se interessa em com o uso de mais palavras para in-
beriam os livros que se escrevessem”. como os cristãos deveriam reagir ao cluir pormenores que faltam aos ou-
Todos os evangelistas sabiam muito fato de Jesus voltar logo. Em Mateus tros. Há também mais ação em Marcos
mais sobre Jesus do que poderiam in- 24 e 25 ele acrescenta às declarações e é por isso que freqüentemente se su-
cluir em seus evangelhos. Assim eles de Jesus sobre os sinais do fim (que gere ser ele o melhor e mais recomen-
precisaram ser seletivos com seu ma- também se encontram em Marcos 13 e dável evangelho a alguém que esteja
terial. Conseqüentemente, é interes- Lucas 21), quatro parábolas que tra- planejando ler os evangelhos, do co-
sante ver o que cada escritor do evan- tam sobre como os cristãos deveriam meço ao fim, pela primeira vez. Entre
gelho inclui que não esteja nos outros se conduzir desde agora até a Segunda outras coisas, Marcos enfatiza real-
evangelhos. Em Mateus e Lucas, parti- Vinda — a parábola dos dois servos mente o lado humano de Jesus, junta-
cularmente, essa metodologia nos dá (24:45-51), a parábola das 10 virgens mente com o fato de ser Ele o Filho
uma boa idéia quanto a seus interes- (25:1-13), a parábola dos talentos Unigênito de Deus. Ele retrata a Jesus
ses e ênfases especiais. Por exemplo, o (25:14-30) e a parábola do julgamento como Mestre. Acima de tudo, salienta
interesse de Mateus na comunidade das nações (25:31-46). Três dessas pa- o fato de que Jesus não pode ser com-
de crentes é revelado pelo fato de que rábolas se encontram somente em preendido à parte de Seu sofrimento,
diversos pronunciamentos de Jesus, Mateus. morte e ressurreição, e que Ele há de
que só aparecem nesse evangelho, tra- Ele também destaca o dever de os voltar logo. Todo leitor de seu evange-
tam da comunidade. Em Mateus cristãos agirem corretamente. Eles até lho sente o que os primeiros discípu-
18:15-18, um fato peculiar a esse li- guardarão melhor a lei do que os fari- los experimentaram — um chamado
vro, Jesus esboça o que deveria ser fei- seus (5:20). Ele ilustra como isso po- ao serviço.
to se houvesse uma disputa entre dois deria ser feito. Jesus diz que Seus dis-
membros da comunidade. A necessi- cípulos não só não deveriam praticar O Evangelho de Lucas
dade de perdão é enfatizada pela pará- homicídio, mas também não deveri- No início do relato de Lucas, as his-
bola do servo que não quis perdoar am se encolerizar (5:21-26). Não deve- tórias revelam muito sobre as diferen-
(18:21-35), a qual imediatamente se- riam cometer adultério como também ças existentes entre esse evangelho e o
gue a declaração sobre a ordem dentro não deveriam abrigar nenhum desejo de Mateus. Quando Mateus trata da
da comunidade. Essa parábola é en- impuro (5:27-30). Com efeito, eles infância de Jesus, ele conta que reis e
contrada apenas no evangelho de Ma- amarão seus inimigos e serão perfeitos magos orientais estavam envolvidos.
teus. Ademais, Mateus 23:1-3, 5, 8-10, assim como Deus é perfeito (5:43-48). Os personagens que encontramos em
15, 16-21, 27, 28, 32 e 33, menções Além dessa forte ênfase na necessida- Lucas, por outro lado, são os pobres e
peculiares a esse evangelho, ilustram de de os cristãos viverem vidas corre- párias da sociedade — um pobre sacer-
como a comunidade cristã deveria tas, a verdade de que somos salvos dote interiorano e sua mulher, pasto-
conduzir-se de modo diferente da dos pela fé, à parte do que fazemos, en- res, um profeta idoso no templo e, na-
fariseus. contra-se em diversos lugares no ma- turalmente, mulheres. A situação das
Mateus demonstra grande interesse terial exclusivo de Mateus. Isso talvez mulheres em qualquer sociedade do
nas questões ligadas ao relacionamen- seja mais claro na parábola dos obrei- primeiro século, incluindo o judaís-
to entre judeus e gentios, presumivel- ros da vinha (20:1-16). No reino de mo, não seria invejado pela maioria
mente porque era uma questão que Deus, como na parábola, a recompen- das mulheres modernas. Mas, diferen-
preocupava sua comunidade enquan- sa dada no final do dia não se relacio- temente de quase toda a literatura an-
to ele compunha seu evangelho. É na com a quantidade de trabalho rea- tiga, Lucas não só registra as declara-
Mateus que traça a genealogia de Jesus lizado, mas com a bondade do Senhor. ções e feitos de mulheres (Lucas 1:39-
a partir de Abraão (Mateus 1:1; ver 56 é dedicado aos feitos e palavras de
também Lucas 3:23-38, que traça a ge- O Evangelho de Marcos Maria e Isabel), mas através do seu
nealogia de Jesus a partir de Adão). É Somente 30 dos 609 versos do evangelho destaca diversas ocasiões
Mateus que reúne os ensinos de Jesus evangelho de Marcos são próprios em que Jesus manteve diálogo com
sobre a lei num todo conhecido como dele. Assim, em contraste com Ma- mulheres (Lucas 7:36-50; 10:38-42;
o Sermão da Montanha (Mateus 5:17- teus, Lucas e João, o caráter de Marcos 13:10-19).
48). Igualmente é Mateus que mostra não é revelado por seu material pecu- Lucas também preserva algumas
que a missão de Jesus foi inicialmente liar, mas por uma comparação mais das melhores parábolas. Sem ele não
dirigida exclusivamente aos judeus subjetiva. Marcos, o mais sucinto dos teríamos as parábolas do Bom Samari-
(Mateus 10:5 e 6), embora fique claro evangelhos, registra menos aconteci- tano (10:25-37) e do Filho Pródigo
no capítulo 28, versos 19 e 20, que o mentos do que os outros e menos en- (15:11-32). Ele também inclui três pa-
ministério dos discípulos se dirigia a sinos de Jesus. Porém, os eventos nele rábolas que tratam de oração, as quais
todo o mundo na proclamação às na- inscritos são apresentados mais vivi- não se encontram nos outros evange-

10 Diálogo 14:3 2002


lhos (11:5-13; 18:1-8; 18:9-14). Lucas Pensam somente em termos da carne do a Deus. Um Jesus que vem até nós,
também é singular por deixar o leitor (João 3:11, 12; 6:50-52). Muitos dos por vezes numa hora inconveniente, e
saber o que aconteceu depois da res- discursos de Jesus em João 2 a 12 es- ordena: “Venha, siga-me”. Um Jesus
surreição. O livro de Atos é compa- tão ligados a esse conceito de cima/ que nos chama para uma vida de dis-
nheiro do evangelho. Sem Lucas não baixo. Conceito simples, porém utili- cipulado e serviço. Em poucas pala-
saberíamos como a mensagem do cris- zado de modo profundo. vras, um Jesus que nos desafia com a
tianismo avançou além das fronteiras Outro conceito encontrado nesses questão mais profunda e mais impor-
do judaísmo. Devemos, igualmente, discursos é a tendência do futuro pe- tante que temos de enfrentar neste
agradecer a Lucas por nos fazer saber netrar o presente. O julgamento final mundo: “Quanto a você... quem diz
da conversão de Paulo e os detalhes de e a vida eterna são coisas que mais que Eu Sou?” (Marcos 8:29.)
suas atividades missionárias. Sem Lu- apropriadamente pertencem ao futu-
cas saberíamos realmente muito pou- ro. Mas o julgamento já veio em Jesus. Robert K. McIver (Ph.D. pela Andrews
co sobre os primeiros dias da igreja Nossa atitude para com Jesus é nosso University) é professor de estudos bíbli-
cristã. julgamento. Se crermos em Jesus, pas- cos em Avondale College, Cooranbong,
samos do juízo para a vida; se não Austrália. Entre seus livros acha-se o
O Evangelho de João crermos, já estamos condenados The Four Faces of Jesus (Boise, Idaho:
Quando passamos para o evange- (3:16-18). Com efeito, se crermos em Pacific Publ. Assn., 2000), que forma a
lho de João, entramos num mundo Jesus temos vida eterna agora. base deste artigo.
bem diferente dos outros três evange- Diversos temas emergem de João
lhos. Conquanto João seja como os 13 a 17, a seção seguinte desse evan-
outros evangelhos no que tange à ên- gelho. Em contraste com o estilo de
fase sobre os acontecimentos envolvi- liderança adotada pelos gentios, o lí-
dos na traição, morte e ressurreição de der cristão é um líder-servo. Se você
Jesus, o restante do livro é constituído quiser ser um líder, então tem de ser
quase que inteiramente de material aquele que mais serve. Diversas decla-
exclusivo. Depois de introduzir em rações de Jesus nessa seção enfatizam
seu primeiro capítulo muitos dos te-
mas principais que voltarão a ser tra-
que Ele é o único caminho para o Pai.
Ela também inclui a promessa do Es-
Diálogo grátis
tados nesse evangelho, o evangelista pírito e mostra Jesus preparando os para você!
estrutura os capítulos dois a doze em discípulos para Seu sofrimento e o de-
torno de vários milagres importantes les. O amor será a marca distintiva dos Se você é estudante adventista que fre-
qüenta uma universidade não adventista, a
de Jesus (que ele chama de sinais), e discípulos de Jesus.
igreja tem um plano que lhe permite rece-
conversas entre Jesus e Seus diferentes A narrativa joanina do sofrimento,
ber Diálogo gratuitamente enquanto você
ouvintes. Seus discípulos, Nicodemos, morte e ressurreição de Jesus tem di- for estudante. (Aqueles que não são mais
a mulher junto do poço e a multidão, versos aspectos únicos. De modo par- estudantes podem assinar a revista Diálogo
todos são interlocutores nesses diálo- ticular, em João, a cruz é a hora da utilizando o cupom na p. 8.) Entre em con-
gos. Há muitos temas recorrentes nes- glorificação de Jesus. É o momento tato com o diretor do departamento de
sas palestras e ao o leitor se familiari- quando o Filho de Deus é exaltado. É educação ou do departamento de jovens
zar com cada uma deles, terá uma a glorificação de Jesus como Rei. da sua união e solicite que seu nome seja
compreensão mais plena de Jesus. incluído na lista de distribuição da revista
João é capaz de revelar a profunde- Resumindo para aquele território. Inclua na carta seu
nome e endereço completos, o nome da
za de alguns ensinos de Jesus. No en- Os quatro evangelhos preservam
universidade que freqüenta, o curso que
tanto, ele usa linguagem e imagens quatro perspectivas de Jesus. Fazem-
está fazendo e o nome da igreja local da
muito simples. Uma dessas simples nos encontrar face a face com um Je- qual você é membro. Você pode também
mas profundas imagens, é a “de cima sus que não se acomoda facilmente escrever para os nossos representantes nos
versus de baixo”. Muitos grupos de aos compêndios de teólogos cristãos endereços fornecidos na p. 2, enviando có-
idéias estão associados a essa orienta- ou aos sermões pregados semanal- pia da sua carta para os diretores departa-
ção espacial. Jesus é associado com o mente. Esse é o Cristo que assumiu mentais de sua união, já mencionados aci-
reino dos céus e com Deus como Pai. plenamente a natureza humana, mas ma. Na América do Norte, você pode utili-
Ele desceu do Céu, lugar de vida, luz, que ainda era divino. Um Jesus que zar o nosso número de telefone de disca-
verdade e espírito, para a Terra, que é por Sua vida, morte e ressurreição gem gratuita, 1-800-226-5478 ou utilizar o
fax 301-622-9627, ou E-mail message:
caracterizada por morte, trevas, men- mudou a história e tornou a salvação
ssicalo@yahoo.com Caso todos esse conta-
tira e carne. Essa é a razão fundamen- acessível a todos os que nEle crêem.
tos deixem de produzir resultado, escreva
tal por que aqueles que estão presos à Um Jesus que deve, em breve, retornar para o nosso endereço editorial.
Terra não podem compreender Jesus. para destruir o mal e devolver o mun-

Diálogo 14:3 2002 11


Fé e ciência podem
coexistir?
F
Leonard Brand é e ciência podem coexistir? Mui- preconceito, e que Lyell impôs uma te-
tos diriam que os cientistas preci- oria derivada culturalmente e acima
sam deixar fora de suas preocupações dos fatos.3 Gould e outros não concor-
acadêmicas todas as influências religio- dam com as opiniões bíblicas de alguns
sas porque, de outro modo, haveria pre- dos primeiros geólogos; mas concluí-
juízo para a pesquisa da verdade. Con- ram que os colegas de Lyell eram obser-
tudo, creio que o Deus da Bíblia com- vadores mais cuidadosos do que ele
preende os mais altos níveis da erudi- próprio, e que suas opiniões catastrofis-
ção, e não apenas os confortantes temas tas eram interpretações realistas dos fa-
espirituais. Mesmo das ciências que pa- tos. A teoria estritamente gradualista de
A abordagem da fé e da recem menos prováveis como a paleon- Lyell foi prejudicial à geologia, porque
tologia e a geologia, podemos tirar pro- fechou a mente dos geólogos a quais-
veito mediante intuições recebidas do quer interpretações que sugerissem pro-
ciência envolve cosmovisões Criador do Universo, percepções essas cessos geológicos rápidos e catastrófi-
que outros ignoram.1 cos.4 Assim entenderam Gould e Valen-
tine. Esses autores ainda preferem ex-
diferentes, mas a erudição e a Desafios a serem vencidos plicar a geologia dentro dum cenário de
Qualquer tentativa de integrar a fé e milhões de anos, mas reconhecem a
a erudição imediatamente apresenta evidência de que muitos depósitos sedi-
integridade podem contribuir tensão. Pode a religião introduzir pre- mentares são de natureza catastrófica.
conceitos em nossa pesquisa científica Agora que os preconceitos de Lyell fo-
da verdade? Sim, pode. Por exemplo, ram reconhecidos e em parte abando-
alguns cristãos conservadores crêem, na nados, as mentes dos geólogos se abri-
para uma compreensão mútua. base do que consideram ensino bíblico, ram para reconhecer as evidências dos
que os dinossauros nunca existiram. processos catastróficos. Elas já estavam
Mas numerosos esqueletos de dinossau- presentes nas rochas antes, porém não
ros já foram achados. Uma solução é foram reconhecidas por causa dos pre-
deixar a Bíblia fora de nossas preocupa- conceitos de Lyell.
ções acadêmicas, de modo que precon- Esse episódio revela que o preconcei-
ceitos religiosos não interfiram e possa- to não se limita à religião. É um proble-
mos ser mais objetivos. ma contra o qual todos temos de lutar,
Mas tal solução é leviana, como bem a despeito da cosmovisão que adote-
ilustra certo episódio da história da geo- mos. É ingênua a idéia de que a religião
logia. Por mais de cem anos o trabalho introduz preconceitos e que o conheci-
do geólogo pioneiro Lyell foi considera- mento científico que a põe de lado é
do autorizado no campo da geologia.2 objetivo. Durante a leitura da Bíblia, in-
Lyell rejeitou todas as interpretações ca- troduzimos nas entrelinhas nossas idéi-
tastrofistas comuns de seus dias, e as as favoritas e erramos em relacionar as
substituiu pela teoria de que todos os Escrituras com a natureza. Todavia,
processos geológicos ocorrem muito aqueles que não levam a sério as Escri-
lenta e gradualmente durante longos turas, têm seus problemas com outros
períodos de tempo (gradualismo). Os preconceitos e esses são tão significati-
analistas históricos da obra de Lyell, vos quanto os provenientes da religião.
contudo, concluíram que os catastrofis- O estudo da geologia e da paleonto-
tas eram os cientistas mais isentos de logia é usualmente dependente da pre-

12 Diálogo 14:3 2002


missa de que a vida evoluiu através de gam uma cosmovisão diferente, e sua atenção, e os dados que coletam.
anos, e que não envolveu qualquer in- faça um trabalho em colaboração Um cientista cuidadoso, que permite
tervenção divina. Essa cosmovisão na- com eles. Isso requer confiança e à história bíblica fornecer dados para o
turalista pode entremeter preconceitos independência de pensamento seu conhecimento, não usará um méto-
extremamente sutis na pesquisa cientí- para não aceitar tudo quanto seus do científico diverso daquele utilizado
fica. Não obstante, o nervosismo de colaboradores pensam. Ao mesmo por outros cientistas. Quando os cien-
muitos líderes do pensamento cristão, tempo, mantenha um diálogo tistas examinam uma rocha, usam o
ao procurarem uma integração entre a construtivo que pode reduzir a mesmo método científico. Os tipos de
ciência e a religião, não deve ser per- probabilidade de pensamento su- dados potencialmente à sua disposição
functoriamente posto de lado. Há res- perficial. são os mesmos, e eles se valem dos mes-
postas para suas preocupações 5 e esse mos instrumentos científicos e proces-
artigo enfocará parte delas. Exemplos de uma pesquisa sos lógicos de análise de dados. As dife-
publicada e baseada na renças estão: (1) nas questões que os
Abordagens da relação abordagem acima cristãos colocam, (2) no leque de hipó-
entre fé e ciência 1. A Geologia do Grand Canyon. teses que estamos dispostos a conside-
Uma abordagem comum é a de man- Os geólogos têm interpretado as faixas rar e, (3) em quais tipos potenciais de
ter a ciência e a fé separadas.6 Esse mé- de arenito cambriano, no fundo do dados que chamarão nossa atenção.
todo serve muito bem em várias disci- Grand Canyon, como acúmulos de Somente porque partimos daquilo
plinas que tratam de questões sobre as areia em águas rasas, ao longo de uma que cremos ser o ponto inicial mais cor-
quais a Escritura nada diz. Contudo, no antiga praia oceânica, com o nível da reto (como intuição bíblica), isso não
estudo da história da Terra, a Bíblia e a água e depósito arenoso se elevando garante que as hipóteses que desenvol-
ciência atual dizem coisas diferentes, e gradualmente através dos tempos, jun- vemos sejam corretas (as Escrituras não
precisamos de um método que possa to à face do precipício existente. Os Drs. fornecem tantos detalhes assim). Tão-
tratar desse conflito. A solução que te- Arthur Chadwick, Elaine Kennedy e somente inicia uma pesquisa numa di-
nho é conhecer a Deus como um amigo seus colaboradores encontraram um de- reção mais promissora, e se temos razão
pessoal, aprender a confiar em Sua Pala- pósito geológico que desafia aberta- para confiar nas intuições divinas, isso
vra e usá-la como assistente de nosso mente essa interpretação.7 Sua evidên- nos ajudará a progredir melhor em al-
pensamento acadêmico. Entrementes, cia indica acúmulo de areia em águas gumas áreas da ciência, abrindo nossos
nossa interação com outros estudiosos profundas mediante processos muito olhos a coisas que provavelmente não
de opiniões variadas pode ajudar-nos a diferentes daqueles ocorrentes em veríamos de outro modo.
evitar tentativas simplistas de relacio- águas rasas (esses processos em água 2. Fósseis de baleias da Formação
nar as Escrituras com o mundo natural. profunda eram possivelmente também Miocênica/Pliocênica de Pisco, no
Há muitos criacionistas que escrevem mais rápidos, mas isso é outro assunto). Peru. A Formação de Pisco, no Peru,
livros e panfletos sobre evolução ou ge- Eles apresentaram seus dados e conclu- contém numerosos fósseis de baleias
ologia, os quais são, infelizmente, um sões numa reunião profissional de geó- em depósito de diatomitos. Os diatomi-
embaraço aos cristãos conservadores logos, à qual estavam presentes alguns tos microscópicos são organismos que
que têm conhecimento dessas matérias. cientistas que tinham feito muitas pes- flutuam na superfície de lagos e ocea-
Talvez o problema não esteja na utiliza- quisas naquela formação, os quais en- nos. Ao morrerem, seus esqueletos de
ção dos conceitos bíblicos, mas na falta tenderam que as conclusões de Chad- sílica afundam. Nos modernos oceanos,
de conhecimento científico combinado wick e Kennedy estavam corretas. Um eles formaram num milênio acumula-
com a ausência de contato com outros geólogo perguntou posteriormente ao ções da espessura de alguns centíme-
cientistas. Dr. Chadwick o que o tinha levado a tros. A maioria dos cientistas entende
Isso nos leva a uma abordagem testa- ver as coisas que outros geólogos não que os antigos depósitos de diatomitos
da e aprovada, calcada nos passos se- tinham observado. A resposta foi que fósseis se formaram com a mesma lenti-
guintes: sua cosmovisão o estimulou a fazer per- dão, poucos centímetros a cada mil
• Pesquise ativamente e utilize as guntas que outros não haviam formula- anos.
idéias das Escrituras pertinentes à do, e a questionar conclusões que ou- Os geólogos e paleontologistas que
sua matéria. tros aceitavam cegamente. Isso abriu escreveram sobre a geologia e os fósseis
• Esteja a par da obra e pensamento seus olhos para ver coisas que provavel- da Formação Pisco aparentemente não
daqueles que têm uma cosmovi- mente foram deixadas de lado por geó- perguntaram como é possível que sedi-
são diferente. logos que trabalham dentro de uma te- mentos que se acumulam à razão de
• Sempre que possível, submeta a oria científica naturalista convencional. uns poucos centímetros durante milha-
colegas seu trabalho destinado à As questões que um estudioso levanta res de anos podem conter baleias com-
publicação. têm forte influência sobre as caracterís- pletas bem preservadas, as quais pare-
• Seja cortês com aqueles que advo- ticas de rochas e fósseis que chamam cem ter sofrido um sepultamento rápi-

Diálogo 14:3 2002 13


do para sua preservação. Esse foi outro em vinho ou ressuscitado a Lázaro den- Attempt to Explain the Former Changes of the
exemplo no qual a cosmovisão cristã tre os mortos está além do escrutínio Earth’s Surface, by Reference to Causes Now in
Operation, 3 vols. (London: John Murray,
abriu nossos olhos para ver coisas que científico. Que experimentos faria você 1830-33); Principles of Geology, or the Modern
outros não tinham notado — a incon- para provar esses milagres bíblicos? Por Changes of the Earth and Its Inhabitants
gruência das baleias bem preservadas, outro lado, quando a cosmovisão bíbli- Considered as Illustrative of Geology, 11a ed.
em contraste com a suposta acumula- ca sugere hipóteses verificáveis, essas se (New York: D. Appleton and Co., 1892), 2
vols. A 11a edição é a mais usada
ção lenta de diatomitos. tornam contribuições válidas para a ci-
atualmente.
A pesquisa que fizemos durante os ência. 3. S. J. Gould, “Lyell’s Vision and Rhetoric”,
últimos três verões, juntamente com Tentar integrar fé e ciência pode aju- em W. A. Berggren e J. A.Van Couvering,
meu aluno graduado, Raul Esperante, e dar-nos a encontrar o equilíbrio entre eds. Catastrophes and Earth History: The New
outros geólogos, juntou evidências que hipóteses opostas. Por exemplo, nossas Uniformitarianism (Princeton, N.J.:
Princeton University Press, 1984).
apontam para um sepultamento rápido intuições bíblicas nos ajudaram a fazer 4. S. J. Gould, “Is Uniformitarianism
das carcaças de baleias, provavelmente as perguntas corretas e descobrir que, Necessary?” American Journal of Science 263
de umas poucas semanas ou meses (uns pelo menos, alguns depósitos geológi- (1965): 223-228 e J. W. Valentine, “The
poucos anos ao máximo) de duração, e cos se formaram com extrema rapidez. present Is the Key to the Present”, Journal
of Geological Education 14 (1966) 2: 59, 60
sugere como os antigos diatomitos po- Ao mesmo tempo, nossa pesquisa cien-
5. L. R. Brand, “The Bible and Science”, em
dem ter-se formado muito mais rapida- tífica parece indicar que a premissa Humberto M. Rasi, ed., Symposium on the
mente. não-bíblica da ausência de atividade ge- Bible and Adventist Scholarship: Christ in the
Os resultados e conclusões de nossa ológica na Terra, entre a semana da Cri- Classroom (Silver Spring, Md.: Institute for
pesquisa foram apresentados nas reuni- ação e o Dilúvio, parece não ser correta. Christian Teaching, General Conference of
Seventh-day Adventists), vol. 26-B: 139-
ões anuais da Geological Society of A coluna geológica pode não ter sido 162.
America,8 e numa monografia já publi- formada inteiramente no dilúvio gene- 6. S. J. Gould, Et Dieu Dit : Que Darwin soit !
cada.9 Mais monografias serão apresen- síaco, mas se acumulado durante um (Paris: Seuil, 2000).
tadas. Os melhores cientistas da área te- período de tempo antes, durante e de- 7. E. G. Kennedy, R. Kablanow e A. V.
Chadwick, “Evidence for Deep Water
rão oportunidade de avaliar nosso tra- pois do Dilúvio.
Deposition of the Tapeats Sandstone,
balho, e estarão ansiosos de apontar A religião pode introduzir preconcei- Grand Canyon, Arizona”. Actas da 3rd
nossos erros. Isso é um incentivo pode- tos em nossa ciência, mas o mesmo Biannual Conference of Research on the
roso para nos impedir de sermos descui- acontece com outras abordagens. Se fi- Colorado Plateau, C. VanRiper III, e E. T.
dados. zermos um esforço consciencioso para Deshler, eds., U. S. Dept. of the Interior,
Transactions and Proceedings Series NPS/
Tenho gasto tempo nessa pesquisa integrar fé e ciência, ou fé e outras dis- NRNAM/NRTP, 97/12, 1997, pp. 215-228.
de campo (e noutra investigação pa- ciplinas, o esforço pode abrir-nos a 8. R. Esperante-Caamano, L. R. Brand, A. V.
leontológica não mencionada aqui)10, mente para novas intuições. O inverso Chadwick e O. Poma, “Taphonomy of
com geólogos e paleontólogos não-cris- disso também é verdade: Se não buscar- Whales in the Miocene/Pliocene Pisco
Formation, Western Peru”, Geological
tãos, os quais têm uma cosmovisão mos integrar a ciência e a fé, é pouco
Society of America, concilio anual, outubro
completamente diferente da minha. provável que compreendamos adequa- de 1999. Abstracts With Programs, 31(7): A-
Descobri que vale a pena trabalhar com damente as áreas onde a ciência e a reli- 466, R. Esperante-Caamano, L. R. Brand, A.
alguém que tenha um ponto de vista gião parecem estar em conflito. Se não V. Chadwick e F. DeLucchi, “Fossil Whales
diferente. Descobri coisas que eles pro- fizermos um esforço sério para desafiar of the Miocene/Pliocene Pisco Formation,
Peru: Stratigraphy, Distribution, and
vavelmente nunca tomariam em consi- o pensamento convencional e desen- Taphonomy”, Geological Society of
deração, e coisas que eles notaram, as volver uma síntese positiva de ciência e America, concilio anual, novembro de
quais eu provavelmente não veria. Isso fé, é provável que aceitemos o pensa- 2000. Abstracts With Programs,
nos ajuda a evitar respostas simplistas mento convencional sem saber se ele é 32 (7): A-499.
9. R. Esperante-Caamano, L. R. Brand, A. V.
ao procurar compreender a história ge- ou não baseado em sólido fundamento.
Chadwick e O. Poma, “Taphonomy of
ológica. Fossil Whales in the Diatomaceous
Leonard Brand (Ph.D. pela Cornell Uni- Sediments of the Miocene/Pliocene Pisco
Integrando fé e ciência versity) é professor de biologia e paleonto- Formation, Peru”, em M. De Renzi,
Os cientistas extraem suas idéias e M. Alonso, M. Belinchon, E. Penalver,
logia na Loma Linda University, Loma P. Montoya e A. Marquez-Aliaga, eds.,
hipóteses de muitos modos diferentes11 Linda, Califórnia, EUA. E-mail: Current Topics on Taphonomy and
e não importa de onde elas venham lbrand@univ.llu.edu Fossilization (Valencia, Spain:
(mesmo da Bíblia), porquanto só se tor- International Conference Taphos 2002;
nam ciência válida se puderem ser subs- Notas e referências 3rd Meeting on Taphonomy and
Fossilization), pp. 337-343.
tanciadas com fatos. A ciência, natural- 1. Veja L. R. Brand, Faith, Reason, and Earth
10. Por exemplo, L. R. Brand e T. Tang, “Fossil
mente, não tem nada a contribuir para History: A Paradigm of Earth and Biological
Vertebrate Footprints in the Coconino
Origins by Intelligent Design (Berrien Springs,
avaliar boa parte do conteúdo da Bíblia.
Mich: Andrews University Press, 1997).
O fato de Jesus ter transformado água 2. C. Lyell, Principles of Geology, Being an Continua na página 33.

14 Diálogo 14:3 2002


Como escolher
o que assistir
C
Daniel Reynaud om múltiplos canais acessíveis à social ou moral. Por exemplo, a defesa
simples pressão de um botão e da tolerância para com a homossexuali-
vídeos e filmes disponíveis dia e dade e uma atitude mais aceitável em
noite, a mídia visual constitui-se num relação aos aidéticos. Mas de um modo
dilema para os adventistas do sétimo geral, a mídia visual não se propõe
dia.* Muito do que aparece na mídia conscientemente a apresentar um pon-
parece estar fundamentalmente em de- to de vista particular. O fato de ter uma
sacordo com nossa fé. Violência, sexo, atitude social e moral bastante unifor-
estilo de vida destrutivo e excessivo ma- me se explica mais pelas pressões co-
terialismo caracterizam muito do que é merciais sob as quais opera, e não por
Os valores sutis e os não tão rotulado como divertimento. Muitos uma conspiração de maus produtores.
adventistas enfrentam o problema sim- Algumas vezes nós, como público,
plesmente eliminando a mídia visual sentimo-nos como que à mercê desses
sutis mostrados pela televisão e de suas vidas: nada de televisão, nada produtores e das opiniões que nos im-
de vídeos e nada de filmes. Esses são pingem. Contudo, quando você con-
evitados como principal fonte de cor- versa com eles descobre que freqüente-
o cinema colocam diante do rupção. mente eles sentem que estão ao capri-
Contudo, parece pouco realista pri- cho de um público volúvel, cujos gos-
varmo-nos inteiramente da mídia e de tos e desejos procuram constantemente
cristão um desafio sobre o que seu valor potencial. Sem sua compreen- compreender e satisfazer. A história da
são e uso adequados, nossa mensagem mídia está cheia de exemplos de filmes,
pode tornar-se isolacionista e irrelevan- programas de televisão e álbuns musi-
te. Também corremos o risco de ficar cais que deveriam ter sido bem vendi-
ver e como ver. Este artigo desligados da sociedade com a qual pre- dos, mas fracassaram. Eles dispunham
cisamos associar-nos. Naturalmente, de talento popular e produção técnica
uma aceitação irrestrita e acrítica do re- de alta qualidade, mas por alguma ra-
apresenta algumas sugestões a gime que a televisão, vídeos e filmes zão misteriosa deixaram de entusiasmar
oferecem, é claramente contrária ao o público. Como os programas usual-
melhor interesse do cristão. Sobre que mente apresentam alto custo de produ-
respeito. base, então, devemos escolher o que ver ção, os produtores estão freqüentemen-
e o que evitar? te à procura de uma fórmula mágica
que lhes garanta um bom retorno do
Mídia e valores elevado investimento. Daí surge a ten-
Para começar, precisamos compreen- dência de filmes bem-sucedidos serem
der como a mídia visual opera. Muitas seguidos por séries e similares. Não obs-
vezes julgamo-la segundo os mitos po- tante, os produtores ainda não detecta-
pulares que circulam a seu respeito, sem ram o que torna um filme um sucesso e
realmente examinar-lhes a veracidade. outro um fracasso.
Ironicamente, muitos deles são promo- Posto que a mídia não está preocu-
vidos por ela mesma, porque servem a pada em transmitir valores específicos,
seus próprios interesses. precisamos averiguar o que ela preten-
A preocupação primordial da mídia de. Filmes, vídeos e programas são um
não é a estética e nem a moralidade. negócio mais do que qualquer outra
Alguns produtores de programas de te- coisa. E como negócio, o objetivo pri-
levisão e filmes promovem uma agenda mário da mídia é fazer dinheiro. Visto

Diálogo 14:3 2002 15


que os filmes dão lucro principalmente ta e favorecer atitudes racistas e sexis- Assim, como escolher um filme ou pro-
via bilheteria, seu alvo é agradar a um tas. grama de televisão?
público cada vez maior. Para a televi- O que os cristãos notam com mais Eu perguntaria: “Reflete ele o mundo
são, a fonte principal de renda é a pu- freqüência e ao que mais se opõem na ou parte dele? Faz-nos ele mais sensí-
blicidade. Conquanto as classificações televisão e nos filmes são coisas tais veis ao sofrimento, à alegria, à dor e às
sejam importantes para os produtores, como sexo e violência. Mas assidua- maravilhas? Põe-nos ele em contato
as opiniões dos anunciantes pesam ain- mente deixam de notar o materialismo com as emoções de outra pessoa? Há
da mais. Podem ser dados muitos exem- crasso tão ligado a esses meios de entre- mérito estético em sua composição e
plos de programas populares que foram tenimento. A razão pela qual tal materi- deleite em seus processos criativos, tais
tirados do ar simplesmente porque os alismo deixa de nos ofender é porque como uso da linguagem e a justaposi-
anunciantes não acharam ser eles agen- partilhamos dos mesmos valores! A mí- ção de imagens?” Cada uma dessas ca-
tes adequados de seus produtos. Geral- dia tem maior influência quando coin- racterísticas expõe um filme ou progra-
mente, para o público, a principal fun- cide com nossos valores, porque tende ma televisivo a uma reação cristã positi-
ção da televisão é entreter, mas para os a reforçar o que já cremos sem que dis- va.
produtores ela é um meio de vender a so nos demos conta. Quando ela retrata A primeira questão (Reflete ele o
atenção popular para os anunciantes. algo que repudiamos, habitualmente mundo?) pede-nos considerar de que
O que os anunciantes querem dos lhe rejeitamos as idéias, minimizando modos a mídia nos propicia uma visão
programas de televisão é um cenário seu impacto. da condição humana. Eu enfatizaria, a
apropriado para mostrar seus produtos. esta altura, que a condição humana re-
Tipicamente, esse cenário gira em torno O que vemos tratada não precisa ser positiva, toda
da representação de pessoas brancas de Tendo estabelecido o processo pelo doçura e luz. Mui freqüentemente os
classe média alta com estilo de vida qual a mídia gera valores, e até certo cristãos entendem que cenas do mal
eminentemente consumidor. Ver perso- ponto o modo como isso nos passa des- lhes são inapropriadas. Tem havido ten-
nagens populares cujo modo de viver percebido, podemos agora voltar nossa dência à adoção de uma visão do mun-
seja um pouco mais dispendioso do que atenção para a escolha do que vemos. do à moda Disney, tanto literal como
o nosso encoraja o consumismo, e por- Duas questões surgem de pronto: O que metaforicamente. Creio que isso é fun-
tanto, é aquilo que os anunciantes mais veremos? Como veremos? A seleção do damentalmente equivocado. Não há
gostam. O materialismo exagerado da que vemos deve ser complementada um falso romantismo na maneira como
televisão e, de certo modo, seu racismo por uma atitude particular de assistên- Deus retrata o mundo. A Bíblia está
(predominantemente branco) e sexis- cia e processamento, se quisermos man- cheia de imagens do mal bastante gráfi-
mo (os homens aparecem três vezes ter uma abordagem cristã saudável com cas e mesmo perturbadoras — e este é o
mais do que as mulheres e usualmente relação à mídia. Creio que o “como” ponto. Quando ela retrata o mal, no-lo
em posições de influência), são em abre uma extensão de mídia à interação mostra em pleno contexto, tendo por
grande parte o resultado da necessidade cristã positiva; sem isso há pouca mídia vezes uma vantagem inicial, mas sem-
de criar programas que financiem os que possa ser recomendada ao cristão. pre com o sofrimento em longo prazo.
anúncios. O “que” é ao mesmo tempo simples Os cristãos deveriam rejeitar as produ-
Os filmes são um pouco diferentes, e impossível de responder. Freqüente- ções da mídia que ignoram a realidade
pois não dependem da receita de anún- mente as pessoas querem uma lista de do mal e suas conseqüências. Certos
cios. Conseqüentemente, seu sistema filmes aceitáveis. Tal processo se parece programas são excessivamente melosos;
de valores pode variar. Contudo, dois muito com um “índice” invertido — a muitos outros sofrem do problema
fatores tendem a manter o cinema em lista de livros proscritos pela Igreja Ca- oposto ao tornar fascinante ou român-
linha com os valores sociais aceitos: a tólica durante e depois da Reforma. No tico o mal, mostrando a conduta como
necessidade de apelar para grandes se- entanto, os filmes apropriados podem não tendo conseqüências negativas. Ti-
ções de público e a colocação de produ- ser definidos qualitativamente, mas picamente, os heróis usam a violência
tos. Essa última é uma forma disfarçada não quantitativamente. Em outras pala- para alcançar seus fins ou têm múltiplas
de publicidade, mediante a qual uma vras, o que é aceitável para uma pessoa relações sexuais sem a bagagem emoti-
empresa paga honorários em troca de num dado contexto, pode ser impró- va que acompanha tal comportamento.
uma cobertura significativa e positiva prio em circunstâncias diferentes. Obvi- Um programa que reflita o mundo,
de seu produto. Se a marca estiver visí- amente, personalidades distintas reagi- ou pelo menos parte dele, deveria pôr-
vel num filme, alguém provavelmente rão de modos diferentes a certos filmes nos em contato com as experiências de
pagou para tê-la ali. Isto é particular- e programas de televisão, como se dá pessoas reais. A compreensão da verda-
mente verdade com respeito a produtos com toda criação estética tal como mú- deira natureza do mal ou do bem é vali-
tais como companhias de aviação, ci- sica e pintura. Diferenças de gosto pre- osa para o cristão. Torna-nos ela mais
garros e álcool. Com efeito, os filmes cisam ser reconhecidas como parte da sensíveis às necessidades das pessoas e à
tendem a reforçar o consumismo egoís- diversidade humana criada por Deus. natureza do conflito espiritual em nos-

16 Diálogo 14:3 2002


so planeta. Um filme não precisa ser re- bermos sobre os processos, tanto maior nagens foi superficial e seus temas ligei-
alista para conseguir isso. Algumas pa- nossa capacidade de determinar nossa ros, principalmente influenciados pela
rábolas da Bíblia não são literais e ainda resposta á mídia. necessidade de resolver um triângulo
assim ensinam a verdade. Tenho feito palestras sobre mídia em amoroso. Em muitos respeitos ele me
A última questão sobre estética é fre- nível universitário durante os últimos lembrava o Titanic, outro filme cuja téc-
qüentemente ignorada pelos cristãos. dez anos, e a resposta mais comum que nica deslumbrante ocultava faltas idên-
Temos a responsabilidade de desenvol- tenho dos estudantes é que seu conhe- ticas. O que prejudicou a ambos foi a
ver a apreciação estética, porque ela é cimento da técnica de um filme lhes ilusão que criaram de nos mostrar real-
uma dádiva de Deus e um reflexo de proporciona um desprezo saudável ao mente algo histórico e real. Tecnica-
Seu próprio senso de beleza. É apropria- lixo que costumavam ver. Eles se torna- mente ambos tinham muitos aspectos
do vermos e admirarmos um filme ou ram muito mais discriminativos, tanto de realidade — por exemplo, os navios
programa esteticamente bem feito, na escolha do que vêem como no modo e aviões pareciam autênticos. Contudo,
além do seu aspecto moral. como respondem ao que viram. Em ou- ambos usaram esses meios para vender
tras palavras, o conhecimento do filme um sistema de valores sentimental e su-
Como ver transfere o equilíbrio de forças da pelí- perficial.
Tratando agora da importante ques- cula para o espectador. Por sua vez, Shrek é um exemplo clás-
tão sobre como assistir televisão e fil- Há outros modos de educar o espec- sico de um filme irrealista que trata de
mes, permitam-me sugerir algumas coi- tador. Por exemplo: a maioria dos fil- questões reais. Suas imagens foram ge-
sas. Lembrem-se de que a mídia depen- mes da TV é analisada pela imprensa. radas por computador e toda a história
de de valores comerciais. Estar consci- Naturalmente, essas revistas não são é aquele surrado jogo de todo conto de
ente disso nos torna mais sensíveis à necessariamente feitas segundo a pers- carochinha. Mas ele trata de relaciona-
sua influência e age como uma barreira pectiva cristã, e nem sempre os críticos mentos humanos de um modo que re-
contra seus efeitos negativos. De fato, são justos. Freqüentemente eles adotam flete as complexidades que enfrenta-
deveríamos sempre refletir sobre o siste- uma atitude elitista para com o cinema mos na vida real. Os personagens têm
ma de valores subjacentes ao tema do popular. A despeito de tudo isso, as crí- valores em competição que exigem pri-
filme. Freqüentemente a película terá ticas oferecem perspectivas sobre o que oridades e escolhas. No fim, os protago-
valores superjacentes e valores subja- a mídia está apresentando, e são uma nistas optam por relacionamentos base-
centes, os quais podem em realidade fonte de esclarecimento ao espectador. ados na confiança e no perdão, e não
operar em direções opostas. Por exem- Outra maneira de assistir os filmes de na aparência e vantagens pessoais. A li-
plo, o recente filme Briget Jones’ Diary uma perspectiva cristã positiva é discu- nha final do filme, quando a princesa
tem valores superjacentes que parecem ti-los com outros depois do espetáculo, se torna uma criatura obesa e feiosa, se-
apoiar atitudes sexuais frouxas; contu- analisando particularmente seu sistema melhante a Shrek, enfatiza que um va-
do, seus valores subjacentes têm de ver de valores. Essa prática ajuda a aperfei- lor humano real não pode ser baseado
com a integridade e a identidade huma- çoar a capacidade de compreensão do em mera aparência. A despeito da lin-
nas. Visto sob a perspectiva correta, o filme, colimando as perspectivas de ou- guagem ocasionalmente grosseira, de
filme pode sensibilizar-nos com relação tras pessoas que podem ampliar nossa uma perspectiva cristã o filme se presta
a situações que o público secular en- própria opinião, chamando-nos a aten- a uma resposta positiva.
frenta hoje. De um ângulo superficial, ção a aspectos que antes nos escaparam
ele pode ser considerado simplesmente à observação. Daniel Reynaud (Ph.D., University of
como um entretenimento ou mesmo Newcastle) é professor da Faculdade de Ar-
uma experiência negativa. Conclusão tes, no Avondale College, Cooranbong, Aus-
A consciência dos valores de um pro- Permitam-me concluir comentando trália. Ele é o autor de Media Values: Chris-
duto da mídia pode ajudar-nos a reagir brevemente dois filmes populares rela- tian Perspectives on the Mass Media (Co-
a ele de modo apropriado. Ajuda tam- tivamente recentes: Shrek e Pearl Harbor. oranbong: Avondale Academic Press, 1999),
bém a conhecer algo dos processos pe- Vocês podem discordar de minhas colo- E-mail: daniel.reynaud@avondale.edu.au
los quais um programa ou filme é pro- cações, mas pelo menos teremos consi-
duzido. Por exemplo, o conhecimento derado os valores dessas películas. * Estou convicto de que, etimologicamente,
da técnica básica dos filmes pode ser Minha reação a Pearl Harbor foi bas- media é o plural de médium (meio), e que isso
exigiria os verbos no plural. Todavia, é de uso
uma maneira significativa de compre- tante negativa. Foi bem dirigido, mos-
comum sua propensão para o singular, como
ender como a mídia procura persuadir trava técnica excelente que retratava usei neste artigo.
o público. Os ângulos da câmera, a ilu- com clareza os horrores da guerra; mas
minação, o trabalho de edição, a trilha senti que essas virtudes foram neutrali-
sonora — todos esses fatores contribu- zadas por defeitos sérios. O texto foi
em para moldar nossas reações aos per- mal escrito, a história estava superlota-
sonagens retratados. Quanto mais sou- da de clichês, o tratamento dos perso-

Diálogo 14:3 2002 17


Perfil
James Graves
Diálogo com um Juiz da Suprema Corte no Mississippi

A Associação Nacional das Cortes de Justiça concedeu-lhe um prêmio de


Jurista Eminente em 1996. A Conferência Nacional dos Advogados Negros
homenageou-o como o “Juiz do Ano” em 1992. A Associação de Estudan-
tes Negros do Millsaps College atribuiu-lhe a honraria de “Aluno do Ano” em
1993. O governador Ronnie Musgrove, do Estado do Mississippi, designou-o para
■ Juiz Graves, o que o conduziu à carreira
jurídica?
Eu desejava ter uma profissão que
me permitisse realizar o máximo possí-
vel de mudanças na sociedade e prestar
a Suprema Corte Estadual em 29 de outubro de 2001. Mas ele se confessa mais assistência às pessoas.
orgulhoso por ter sido indicado como o “Pai do Ano” no período escolar de
2000-2001, pelo Distrito de Escolas Públicas de Jackson. ■ Fale-nos sobre o que significa ser criado
O juiz James E. Graves Jr., de 47 anos, é adventista do sétimo dia e membro no Mississippi durante o período em que o
ativo na igreja de Jackson como secretário de liberdade religiosa. Filho de um sistema legal se opunha aos direitos civis
ministro batista, Graves é casado com a Dra. Betty Graves. Eles têm três filhos dos negros, e agora ocupar a cadeira de juiz
com 27, 20 e 18 anos de idade. do supremo tribunal desse mesmo Estado.
Em reconhecimento aos incansáveis esforços para salvar e ajudar crianças, Isso é temível e inspira humildade.
Graves foi nomeado “Tutor Campeão” por seus serviços de aconselhamento e Motiva-me a trabalhar denodadamente
consultoria no Programa “Garotos Para Um Amanhã Mais Luminoso”, das es- porque para muitas pessoas no Mississip-
colas de primeiro grau da cidade de Lake. Ele liderou a equipe de Dramatização pi significa muito que alguém como eu
de Julgamento no campeonato estadual de 2001. Graves é totalmente dedicado se assente na Suprema Corte do Estado,
às crianças por toda parte, aprecia sua franqueza direta e está comprometido alguém que cresceu numa pequena ci-
em ser sempre uma influência positiva em sua vida. dade daqui e cursou uma faculdade lo-
O Dr. Graves nasceu no Condado de Hinds, no Mississippi, e graduou-se pela cal. Isso me incentiva a fazer o melhor
Escola Média de Sumner Hil, em Clinton, onde foi o orador da turma. Comple- que puder nesse trabalho.
tou seu bacharelado em Sociologia pela Faculdade Millsaps, onde conheceu
Betty, uma adventista do sétimo dia, com quem estudou a Bíblia e com quem ■ Já se sentiu como se estivesse colocado
mais tarde se casaria após formar-se e batizar-se. Ele obteve sua graduação numa posição arriscada?
como advogado pela Faculdade de Direito da Universidade Siracusa e o Não sei se a chamaria arriscada. Pen-
mestrado em Administração Pública pela Faculdade Maxwell de Cidadania e so ser uma posição onde, obviamente,
Relações Públicas da Universidade de Siracusa, em Siracusa, Nova Iorque. Ad- há um tremendo quinhão de coisas a
mitido à prática jurídica pelo Tribunal do Mississippi, em 1980, o Dr. Graves examinar por duas razões: (1) por ser a
tem servido a esse Estado em várias funções. Sua folha de serviços públicos in- mais elevada corte neste Estado; e (2)
clui: diretor da Divisão de Concessão de Pensão à Criança do Departamento de por ser eu o único afro-americano a
Serviços Humanos; juiz distrital dos condados de Hinds e Yazoo, além de práti- ocupar tal posição no tribunal. Mas não
ca advocatícia particular. sei se ela seria mais arriscada para mim
Graves tem lecionado procedimentos legais na Faculdade de Direito da Uni- do que qualquer outra. É uma situação
versidade Harvard, em Cambridge, Massachusetts. Atuou também como profes- em que se tem grande poder e muita
sor-adjunto da Universidade Estadual de Jackson, onde lecionou sobre lei de im- responsabilidade, e assim preciso ser
prensa e lei de direitos civis. cuidadoso e resoluto em tomar decisões
Contudo, é o Salmo 75, versos 6 e 7, que mantém o juiz Graves bem nesta corte.
alicerçado: “Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a
exaltação. Mas Deus é o que julga; a um abate e a outro exalta”. ■ Que casos lhe têm produzido mais im-
pacto?
Os criminais. Proferir sentenças tem-
me sido a mais difícil decisão a fazer
como juiz. Quando se pode atribuir a
alguém de zero a 30 anos de prisão por
venda de cocaína, por exemplo, o juiz

18 Diálogo 14:3 2002


literalmente tem a liberdade dessa pes- doméstico. Quando alguém morria e os quivo eletrônico de documentos do tribunal.
soa nas mãos. Esse é um tremendo po- herdeiros tinham dúvidas sobre testa- Quais as vantagens de tais mudanças?
der de decisão e não o considero de mento ou propriedade, eles me chama- Os julgamentos se processam mais
modo leviano. vam. rapidamente. São mais interessantes.
Mas quando você está envolvido Os advogados não precisam carregar
■ Como equilibra suas convicções religiosas com a política, eles não se conscienti- aparelhos de TV e vídeo. Basta colocar
com as responsabilidades como juiz do Su- zam disso, não sabem que você está uma foto de 3x4cm no aparelho e a
premo Tribunal? concorrendo e não têm ciência de que imagem é projetada sobre uma tela pa-
Não vejo conflito entre as duas coi- precisam dar sua contribuição e votar. É rabólica de 4,5m. Essa é a forma mais
sas, nem como uma situação em que importante que estejam conscientes, eficiente e econômica de apresentar
tenha de participar de uma com exclu- que participem, que sejam ativos. Não evidências a um corpo de jurados. O
são da outra. Não posso imaginar como sei se precisam fazer pronunciamentos website do tribunal permite que as pes-
realizar uma coisa sem a outra. A reli- ou declarações públicas. Mas precisam soas pesquisem informações que, de
gião sempre se faz presente. O desejo de estar cientes dos temas em debate e par- outro modo, teriam de ser obtidas do
ser justo, de fazer a coisa certa, levando ticipar do processo político, porque a tribunal por via telefônica. Você acessa
em conta o que é justo e moralmente clonagem será, em parte, uma questão o website e as informações estão ali dis-
correto. Essa é a oração que faço todos política. O Congresso irá elaborar e poníveis em qualquer tempo, noite e
os dias para tomar as decisões certas aprovar leis; tudo isso é política e im- dia. E existe a óbvia vantagem no arqui-
pela razão certa. Não faço separação en- portante. vamento eletrônico de documentos, o
tre as duas coisas. qual lhe permite armazenar num CD o
■ O senhor acha que sua posição agora irá que doutro modo ocuparia uma caixa.
■ O senhor encontra oportunidades de tes- criar uma nova cosmovisão para os adven- Fóruns de todo o país têm ficado sem
temunhar de Jesus? tistas, obrigando-os a considerar algumas espaço para o arquivamento de docu-
O tempo todo. Não é tanto através das questões sociais e religiosas sob ótica mentos.
da profissão, mas pelas oportunidades diferente, e mesmo trazê-las à baila?
paralelas que se apresentam dentro da Espero que isso ocorra. Se somente a ■ No clima pós-11 de setembro, poderiam
minha atividade. Há muitas oportuni- posição e o que nela está implícito pro- ser tomadas decisões para reduzir o movi-
dades de testemunhar e falar sobre mi- vocar reflexão e diálogo isso será bom. mento público, inclusive no que tange à fre-
nhas convicções religiosas e fé em Cris- qüência à igreja?
to, e de como isso influencia o que faço. ■ O que o senhor diz aos cristãos que crê- Creio que veremos, da parte de al-
Torno as pessoas cientes de que nesses em que suas disputas não deviam ser deci- guns, uma disposição de limitar certas
10 anos em que sou juiz, nunca entrei didas numa corte de justiça? liberdades civis e religiosas em nome da
na sala do tribunal sem primeiro cair Ora! Francamente, eu gostaria que segurança e do antiterrorismo. E certa-
sobre meus joelhos e orar. menos gente viesse ao tribunal para re- mente haverá os que se disporão a re-
solver suas disputas. Tenho visto casos nunciar a certas liberdades em nome da
■ É importante que os adventistas e a igre- em que membros de uma mesma famí- segurança. Creio que isso certamente se
ja se manifestem em questões controversas lia tentam resolver pendências em tri- desenha no horizonte.
como clonagem, pena de morte e seguran- bunais, as quais, em minha opinião,
ça? poderiam ser solucionadas durante um ■ Quão difícil o senhor acha que seria sua
Não sei se é tão importante manifes- jantar. Obviamente, não concordo com posição ao tomar algumas dessas decisões
tar-se quanto estar ciente dessas ques- a opinião de que as demandas nunca de um ponto de vista legal, em confronto
tões. Penso que, historicamente, os ad- devem ser decididas em tribunal, “por- com o religioso?
ventistas julgaram não ser importante que eu sou cristão e não creio nisso”. Farei o que acredito ser certo, segun-
participar do processo político. Isso Há certas contendas que só são adequa- do a lei e as circunstâncias. Se houver
simplesmente não está certo. À medida damente resolvidas nos tribunais; para alguma proibição constitucional, então
que um maior número de adventistas se isso é que eles existem e é neles que es- terei de fazer valer a Constituição, que
envolver na política, é importante que sas disputas devem ser decididas. creio ser suficientemente abrangente
outros adventistas também o façam. para envolver um montante suficiente
Nunca soube de um adventista que he- ■ O irmão recebeu o Prêmio “Inovação” de liberdade religiosa e civil.
sitasse em me chamar (quando eu advo- em 2000, por seus esforços pioneiros na cri-
gava) numa circunstância em que um ação das primeiras salas de tecnologia ■ Comenta-se que sente o maior orgulho
filho fosse detido, ou quando alguém avançada nos tribunais do Estado do Mis- por sua indicação como Pai do Ano pelo
fosse preso ou era necessário livrar-se de sissippi, no estabelecimento do primeiro Distrito de Educação Pública de Jackson, no
algum problema, ou ainda quando ti- website para o Tribunal de Justiça do Estado
nha uma consulta sobre um problema do Mississippi, e na implementação do ar- Continua na página 21.

Diálogo 14:3 2002 19


Perfil
Virginia-Gene Rittenhouse
Diálogo com uma musicista
que tem uma visão avançada para a educação adventista

V irgina-Gene Rittenhouse marcou indelevelmente a cultura adventista com venzinhos tocaram Bach e Handel. Isso
sua visão de ativismo musical. A música tem sido o seu trabalho por toda restaura nossa fé na juventude america-
a vida, e ainda sua vitalidade hoje é pouco menor do que quando iniciou O na!” A seguir vieram outros falando de
New England Youth Ensemble [Conjunto Musical da Juventude da Nova Ingla- quanto apreciaram o concerto. Subita-
terra] em 1970. Com esse conjunto ela viajou para mais de 40 países. mente, reconheci que havia poder real
Quando tinha 3 anos de idade, a canadense Virginia-Gene foi com seus para em crianças tocando música de gabari-
a África do Sul, onde seu pai serviria como diretor do Helderberg College. Até to. Essa foi a centelha de minha inspira-
seus 19 anos, Virginia-Gene seguiu ali sua carreira musical. De volta à América ção. Daí começamos a tocar em igrejas
do Norte, obteve títulos de mestrado e doutorado em música — este último do por toda parte. Tocamos na sessão da
prestigioso Conservatório Peabody de Nova York. Associação Geral de Atlantic City, Nova
Ela se tornou bem conhecida concertista de piano e violino, casou-se com o Jersey. Estivemos no Congresso Mundi-
Dr. Harvey Rittenhouse, e passou tempo em ministério médico e musical na al da Juventude em Edimburgo, em
Jamaica antes de unir-se ao corpo docente do Atlantic Union College em 1972. 1973; essa foi nossa primeira viagem ao
(Por coincidência, seu pai havia sido deão ali no anos 40.) Em certos aspectos, exterior. Os jovens eram simplesmente
este foi o início da história de como o adventismo veio a conhecer essa mulher uma sensação onde quer que fossem.
extraordinária. A história do Conjunto de Jovens da Nova Inglaterra é a sua Tocamos em muitos centros musicais
história. E isso prossegue numa nova maneira com a transferência, sete anos famosos, inclusive um na Polônia e na
atrás, do Conjunto para o Columbia Union College, em Takoma Park, Rússia.
Maryland, Estados Unidos.
■ Assim, vocês estão constantemente em
movimento desde essa época?
Sim, desde 1973 sem interrupção!
■ O que lhe inspirou a idéia do Conjunto da Todo ano, duas vezes ao ano. Temos
Juventude? O que tinha em mente? uma turnê de inverno, geralmente na
Eu lecionava no Atlantic Union Col- Califórnia ou no nordeste dos EUA. De-
lege, e tinha alunos bem jovenzinhos, pois disso, são turnês internacionais,
violinistas. Apenas como um pensa- praticamente sem interrupção.
mento ocasional fiquei imaginando
que se eles tocassem juntos, quem sabe ■ Qual é o tamanho do grupo?
teriam maior inspiração para praticar. Cerca de 45, em qualquer dada oca-
Assim, reuni em minha sala cinco deles sião.
— com idades de 11 a 13 anos — inclu-
sive meu sobrinho e sobrinha, e disse: ■ Tem idéia de quantos jovens no total par-
“Vamos tocar juntos”. Bem, eles come- ticiparam do grupo?
çaram a tocar juntos; e não demorou Oh, centenas. Eles organizaram um
muito estavam trajando seus uniformes grande encontro em março último e ex-
e começaram a apresentar-se em con- membros do conjunto vieram de toda
certos. Percebi que as pessoas ficavam parte dos Estados Unidos e de outros
encantadas e senti que aquilo era uma lugares. Foi absolutamente maravilho-
verdadeira missão. Nosso primeiro con- so!
certo foi num jantar no Club Kiwanis
durante um Natal. Bem, depois disso ■ Preciso chegar ao motivo por que Diálo-
um comerciante aproximou-se de mim go desejava esta entrevista. Parece que tem
todo emocionado. “Nunca nos senti- empregado o conjunto para promover o va-
mos tão tocados”, disse ele. “Esses jo- lor da educação adventista.

20 Diálogo 14:3 2002


Sem dúvida alguma! Meu pai esteve
envolvido com educação cristã por toda
Eu não tinha idéia do que sucederia
ali; ver centenas de pessoas avançan-
Graves
a vida; diretor do Helderberg College, do em nossa direção, tentando falar- Continuação da página 19.
deão do Atlantic Union College, e as- nos em russo, e flores alinhadas no
sim por diante. De modo que fui cria- palco. Penso que foi um dos momen- ano letivo de 2000-2001. O que o torna
da em ambientes de colégio desde que tos mais inesquecíveis. E daquela cru- um pai tão destacado?
nasci — de fato, nasci num campus. zada evangelística, milhares foram ba- Ser um bom pai sempre foi para mim
Sou absolutamente comprometida tizados, e estivemos naquele batismo. de máxima importância. Uma vez que o
com a educação cristã. E hoje, quando Foi maravilhoso! último ano de meu filho na escola mé-
tantos de nossos jovens estão partin- dia seria também seu último ano em
do para universidades de fora, ainda ■ E são todas belas lembranças do passa- casa, era importante que eu lhe prepa-
me bato fortemente pelo valor singu- do! O que terão pela frente agora? rasse um jantar quando ele voltasse
lar da educação cristã. O Conjunto apresentará 15 concer- para casa, após ensaio da banda e outras
Eu recruto membros do conjunto tos no Carnegie Hall nesta estação. Já atividades.
por todo o país. Penso a respeito de nos apresentamos no Carnegie Hall
um brilhante jovem violinista que mais do que qualquer outra orquestra ■ Isso é ser um bom pai!
está vindo unir-se a nós no Columbia no país, imagino. Cada estação faze- Meu pai sempre foi bom e ainda é. Se
Union College. Ele nos está preferin- mos uma turnê pelos EUA e outros eu pudesse ser apenas metade de um
do sobre a prestigiosa escola de músi- países. Estivemos na Austrália no ano bom pai para meus filhos como ele foi
ca Julliard. Ele teve um terrível tempo passado e na Escandinávia e Rússia no para mim, então serei realmente um
para tomar uma decisão, e eu lhe dis- ano anterior. Temos uma turnê todo bom pai. A coisa mais importante que
se: “Preston, permita-me dizer, nós verão e em breve estaremos partindo desejo que digam a meu respeito quan-
não somos o Julliard. Estamos tentan- para a Inglaterra, Zimbábue e daí para do eu me for é que fui um bom pai para
do conseguir dinheiro para um novo a África do Sul pela quinta vez. Nosso os meus filhos.
prédio de música. Quero que você en- maestro convidado será John Rutter,
tenda que é inadequado, mas você da Inglaterra, o compositor e maestro Entrevista feita por Audrey
não está vindo para um prédio”. de música sacra mais famoso hoje em Stovall e Roy Brown
Disse a Preston que somos peque- dia. A seu pedido nós o estaremos
nos, e que não temos os prédios, etc. acompanhando por toda a África do Audrey Stovall é editora de uma univer-
“Mas, Preston, posso lhe prometer Sul. sidade no Alabama. Seu e-mail:
que nenhum outro lugar lhe pode ofe- Nossa missão particular neste mo- stovallay@hotmail.com
recer o que nós podemos. Nós oferece- mento é o estabelecimento de um or- Roy Brown é apresentador do programa
mos um ambiente cristão”. Conversei fanato para órfãos da AIDS em Harare, televisivo “Em Foco” e produtor de notícias
com os músicos em Nova York e sei o Zimbábue. para a NPR em Fort Myers, Flórida. Seu e-
que eles pensam. A dimensão espiritu- mail: RBrown@fgcu.edu
al ali não existe. Muitos deles adorari- Entrevista feita por
am unir-se ao nosso grupo. Eles rogam Lincoln Steed.
ir conosco em nossas turnês. Se eu
abrisse o programa, teria todos os Lincoln Steed é editor da revista Li-
não-adventistas em nossas turnês. berty e diretor associado de relações pú-
Eles adoram a idéia da missão, e das blicas e liberdade religiosa para a Divi-
turnês, e tudo o mais”. Assim, eu disse são Norte-Americana.
a Preston: “Você terá as turnês. Vamos E-mail: steeli@nad.adventist.org
ao mundo todo. Você tocará no Car- Virginia Gene Rittenhouse pode ser Procurando
negie Hall e terá — o que é mais im- contatada através do e-mail de sua assis-
portante de tudo — uma atmosfera tente: RochelleDavis@CUC.edu. respostas para as
cristã”. Bem, nós o convencemos.
GRANDES
■ Com base em sua longa experiência, QUESTÕES
pode lembrar-se de algum incidente ou
caso que se destaque em sua memória? da vida?
Penso que foi o momento em St.
Petersburgo, uns quatro anos atrás, Confira no website
quando tocamos num grande estádio.
Havia 15.000 pessoas naquela noite.
Bibleinfo.com

Diálogo 14:3 2002 21


Logos
Onde está Deus quando
Steve Grimsley o sofrimento nos atinge?
A resposta ao sofrimento não é uma idéia, uma questão
abstrata; é um assunto pessoal. Ela requer uma resposta
pessoal.

E
ra uma noite chuvosa, na hora de trouxe-me à mente uma questão mais como medida drástica precisa sedar o
maior tráfego. Quando a luz do se- profunda — aquela que tem inquietado animal. O urso, contudo, pensa ser isso
máforo ficou verde, acelerei até os cristãos por gerações. Como pode um ataque e que o caçador está tentan-
uns 60 quilômetros por hora. Ao ga- um Deus de amor permitir a dor e o so- do matá-lo. Ele não reconhece que o
nhar velocidade, subitamente o moto- frimento neste mundo? A distribuição e homem estava agindo por compaixão.
rista que estava à minha frente guinou o grau de sofrimento parecem ser com- “Então, a fim de libertar o urso, o ca-
violentamente para a direita. Minha re- pletamente aleatórios e injustos. Será çador tem de empurrá-lo mais fundo na
ação foi mais de perplexidade do que que eu não merecia escapar do acidente armadilha para diminuir a tensão da
alarme. Tirei o pé do acelerador, mas como aquela mulher que saiu ilesa? mola. Se o urso estivesse semiconscien-
era demasiado tarde. Diante de mim es- Mas meu pequeno acidente foi trivi- te a essa altura, se convenceria de que o
tavam dois veículos parados atrás de al. O que se tem testemunhado confun- caçador era seu inimigo e intentava-lhe
um carro em pane. Girei o volante e de a mente. Milhões pereceram em causar sofrimento e dor. Mas o urso es-
brequei, mas não em tempo de evitar a campos de concentração, de trabalhos taria enganado. Ele chega a essa conclu-
colisão com a traseira do carro à minha forçados e de extermínio. Limpeza étni- são errada porque não é um ser huma-
frente. Então desviei meu carro para o ca, genocídio tribal e os horrores de 11 no”.1
acostamento. de setembro nos levam a pensar: Por Pode isso ser uma analogia entre
Senti dó ao ver meu Mazda 626 que Deus não evitou tudo isso? Ima- Deus e nós?
amassado, mas grato ao mesmo tempo gens televisivas de terremotos tragando Mas, a questão permanece: “Como
por não ter sofrimento qualquer lesão. milhares de pessoas nos levam a querer pode um Deus Todo-Poderoso, onisci-
Contemplei o tráfego completamente saber: Por que Deus não se importa? ente, cheio de amor, tolerar o mal tão
parado. Uma mulher de uns trinta anos Em meio à tragédia e sofrimento hu- generalizado, persistente e inescrutá-
estava ao lado de seu carro com os bra- manos, como é possível a uma pessoa vel?” Considere o ponto de vista Kreeft
ços erguidos, a cabeça inclinada e as lá- racional crer que servimos a um Deus que o bem pode resultar de um mal.
grimas correndo pela face. Ela dizia em de amor? Deus nos mostrou especificamente
voz alta: “Obrigada, Senhor! Obrigada, Com o risco de parecer insensível, como isso funciona. Ele demonstrou
Senhor!” Caminhei em sua direção permitam-me levantar outra pergunta: como a pior coisa jamais ocorrida na
achando que ela fosse a vítima de meu “É possível que Deus possa tolerar cer- história humana resultou no maior
descuido. Rapidamente, porém, ela en- tos males de curto prazo, para tornar bem — a morte de Cristo sobre a cruz.
trou em seu carro resmungando estar possível um bem de longo prazo e que Naquele tempo ninguém pensou que
atrasada para um compromisso e saiu eu, como um ser finito, não posso en- qualquer bem pudesse resultar dessa
queimando pneus. Fiquei ali um tanto tender?” tragédia. E, contudo, Deus sabia o des-
confuso e só então percebi que seu veí- fecho glorioso que nenhum ser huma-
culo não tinha sido abalroado. Sofrimento: no tinha previsto. Se isso aconteceu en-
Mas e o jovem casal cujo Chevrolet Um bem de longo prazo? tão, por que não poderia ocorrer em
Malibu eu atingi? E agora? Bem, nós tí- Peter Kreeft, professor de filosofia no nossa vida individual?
nhamos de tratar com as questões le- Boston College propõe uma analogia da Paul Kreeft ilustra mais uma vez esse
gais, o seguro, a locadora de automó- dor de curto prazo que resulta em bem conceito. “Suponha que você é o diabo,
veis e a oficina de reparos. Por que Jesus maior em longo prazo: o arquiinimigo de Deus, e planeja
não me poupou de tudo isso? “Imagine um urso preso numa arma- matá-Lo. Mas não pode fazer isso. Con-
dilha e um caçador que, condoído, de- tudo, entende que Ele tem a fraqueza
É justo o sofrimento? seja libertá-lo. Ele procura ganhar a ridícula de criar e amar seres humanos
Meu sofrimento, embora menor, confiança do urso mas não consegue; os quais você pode atacar. Ah! agora

22 Diálogo 14:3 2002


você tem reféns! Assim você simples- do campo foram forçados a marchar em de? Encerra-se em ilhas de serenidade,
mente vem ao mundo, corrompe a hu- frente do rapaz, e observar como ele se raramente Se preocupando com minha
manidade e arrasta alguns para a ruína. debatia entre a vida e a morte.3 angústia? Se esse fosse o caso, eu não
Quando Deus envia profetas para ilumi- Wiesel perdeu sua fé, mas essa histó- poderia crer nEle. Se não fosse a cruz,
ná-los, você os mata. ria contém a resposta à pergunta que minha crença submergiria em mitos e
“Então Deus faz a coisa mais tola que temos feito através deste artigo. Deus agnosticismo. Lá no Calvário meu Sal-
se poderia imaginar: ele envia Seu pró- estava em Buna com o rapazinho ho- vador, solitário, esquecido, contorcido,
prio Filho para estar sob as regras do landês, tanto quanto no Calvário com sangrando, alquebrado e sedento, cla-
mundo. Você diz a si mesmo: ‘Não pos- Jesus, Seu Filho, quando Ele também mou em agonia em meu favor. Esse é o
so acreditar que Ele seja tão estúpido! O sofria entre a vida e a morte na cruz. Deus que eu escolheria!
amor perturbou Seu cérebro! Tudo o Assim, há uma resposta à pergunta: Assim, quando a pergunta sobre
que tenho a fazer é inspirar alguns de “Onde está Deus?” Não, não há. Mas há como um Deus de amor pode permitir
meus agentes — Herodes, Pilatos, Cai- Um que responde. dor e sofrimento neste mundo apontar
fás, os soldados romanos — e crucificá- seu dedo acusador, eu retiro do céu um
Lo’. E você faz isso mesmo. Nenhuma resposta, mas Alguém arco-íris, construo um símbolo com
“Assim, lá está ele suspenso na cruz que responde dois troncos grosseiros de madeira e
abandonado pelos homens e aparente- Peter Kreeft resume: “É o próprio Je- implanto a cruz de Cristo no ponto
mente por Deus, sangrando e excla- sus. Não é um amontoado de palavras. mais alto.
mando: ‘Meu Deus, Meu Deus, por que Existe a Palavra. Não é um argumento
Me abandonaste?’ Como se sente agora filosófico bem engendrado; é uma Pes- Steve Grimsley é diretor dos planos de
sendo o diabo? Por certo, triunfante e soa. A Pessoa. A resposta ao sofrimento saúde da Adventist Risk Management, da
vindicado! Mas, naturalmente, você não é uma idéia abstrata, porque essa Associação Geral dos Adventistas do Sétimo
não poderia estar mais enganado. Esse é não é uma questão abstrata, mas um Dia. E-mail: sgrimsley@adventistrisk.org
o supremo triunfo dEle e fragorosa der- assunto pessoal. Requer uma resposta
rota para você. Você mordeu Seu calca- pessoal. A resposta precisa ser alguém e Notas e referências
nhar e o sangue jorrado o destruiu”.2 não apenas algo, porque a questão en- 1. Em Lee Strobel, The Case for Faith (Grand
Agora, se essa ocorrência não é úni- volve alguém — Deus onde está o Se- Rapids, Michigan: Zondervan Publishing
House, 2000), p. 32.
ca, talvez ela assinale que quando sofre- nhor?
2. Ibid., pp. 39, 40.
mos e sangramos, essa é a maneira de “Jesus lá está, postado ao nosso lado 3. Elie Weisel, Night (New York: Avon Books,
Deus derrotar Satanás mais uma vez. A nos momentos mais difíceis de nossa 1969), pp. 75, 76.
maioria dos cristãos bem conhecidos na vida. Estamos despedaçados? Ele foi 4. Strobel, 51, 52.
história parece dizer que se aproximou partido como pão por nós. Somos des-
mais de Deus quando sofreu muito. O prezados? Ele foi desprezado e rejeitado
apóstolo Paulo afirmou: “Pois nós, que pelos homens. Clamamos que não po-
vivemos, estamos sempre entregues à
morte por amor de Jesus... De modo
demos suportar mais? Ele foi um ho-
mem de dores e experimentado nos tra-
Assinatura
que em nós opera a morte, mas em vós balhos. Há pessoas que nos traem? Ele gratuita para a
a vida”. (II Coríntios 4:11 e 12). mesmo foi vendido. Foram as nossas re-
lações mais íntimas rompidas? Ele tam-
biblioteca de sua
Abandonando a Deus bém amou e foi rejeitado. As pessoas faculdade ou
no sofrimento? nos viram as costas? Eles se esconderam
Mas, não é possível abandonar a dEle como de um leproso. universidade!
Deus por causa de Sua aparente ambiva- “Acompanha-nos Ele em todas as
Deseja ver a Diálogo disponível na bibli-
lência em relação ao nosso sofrimento? nossas aflições? Sim, Ele o faz... Ele não
oteca de sua faculdade ou universidade, de
Eli Wiesel descreve como perdeu a fé, somente ressuscitou dentre os mortos,
modo que seus amigos não-adventistas
aos quinze anos, quando aprisionado mas mudou o significado da morte e,
possam ter acesso à revista? Procure o bibli-
no campo de concentração de Buna as- portanto, de todas as pequenas mortes
otecário e sugira que solicite uma assinatu-
sistiu ao enforcamento de um rapaz ho- que sofremos... toda lágrima que derra-
ra gratuita, usando papel timbrado da insti-
landês que se recusou a dar informa- mamos torna-se Sua lágrima. Ele pode
tuição. Cuidaremos do resto!
ções sobre o esconderijo das armas en- não enxugá-las ainda, mas o fará”.4
As cartas devem ser endereçadas a: Dia-
contradas na casa de seu patrão. O peso
logue Editor-in-Chief; 12501 Old Columbia
leve do rapaz prolongou-lhe a morte Deus está conosco no sofrimento
Pike; Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
agonizante por mais de meia hora, pen- Meu Deus é impassível? Ele Se impõe
durado pelo pescoço numa corda torci- a mim como um déspota gigantesco,
da. Wiesel e os milhares de prisioneiros exigindo minha rendição à Sua vonta-

Diálogo 14:3 2002 23


Foro aberto
Luz sobre o primeiro
dia da Criação

Quando leio o relato da Criação em Gêne- tros dias da Criação. O verso 14 diz lite- bre a terra seca e comerem a vegetação
sis, constato que no primeiro dia Deus dis- ralmente: “que as luzes no firmamento do terceiro. Contudo, a simetria parece
se: “Haja luz, e houve luz” (cap.1:3). Al- do céu dividam o dia da noite” (e não invertida no primeiro e quarto dias, vis-
guns versos mais adiante, contudo, leio “Haja luzes... para dividir..”., como na to que a luz aparece antes de sua fonte
que no quarto dia da semana da Criação, maioria das traduções), quem sabe su- física.
Deus chamou à existência “luminares no gerindo que as luzes já existiam antes A quinta proposta sugere que a his-
firmamento dos céus... para alumiar a Ter- do quarto dia. Os luminares “maior” e tória da Criação em Gênesis 1 visava a
ra, para governar o dia e a noite, e para “menor”, bem como as estrelas, poderi- dar destaque à religião monoteística de
fazer separação entre a luz e as trevas” am ter sido criados “no começo” (antes Israel, em contraste com o politeísmo
(1:14-18). Como um cristão que crê na Bí- da semana da Criação, conforme o v. 1; das nações confinantes. A história deli-
blia, pergunto-me qual foi a fonte de luz conferir com João 1:1 a 3) e não no beradamente alterou o relacionamento
que iluminou nosso planeta antes do quar- quarto dia. No quarto dia foi-lhes deter- do Sol, da luz e do ciclo diário, para
to dia, se essa não provinha do Sol. minada a finalidade: “separar o dia da transmitir a idéia do poder do Deus Cri-
Havannah Beetson, noite; e sejam eles para sinais e para ador. Por exemplo, o termo traduzido
Boroko, Papua Nova-Guiné tempos determinados e para dias e como “luminar maior” foi usado em lu-
anos”. Uma variante dessa opinião é gar do vocábulo hebraico designativo

D
iversas explicações têm sido da- que Sol e Lua foram trazidos à existên- de Sol, para evitar qualquer confusão
das. Uma das possibilidades é cia antes da semana da Criação, mas em com o deus pagão do Sol. Todavia, tan-
que a presença de Deus tenha seu estado tohu-bohu (“sem forma e va- to essa solução como a anterior depen-
sido a fonte de luz no primeiro dia da zio”) como a Terra (verso 2), e no quar- dem de uma compreensão figurada e
Criação. O Salmo 104 é um relato estili- to dia foram completados e postos em não literal da narrativa da Criação.
zado da história da Criação e nele se seu pleno estado de funcionamento Das opções acima, as duas primeiras
menciona que Deus cobriu-Se “de luz (verso 16). parecem estar mais em harmonia com
como de um vestido”, na parte que faz A terceira sugestão é que Deus criou os dados bíblicos. Talvez seja possível
referência ao primeiro dia (verso 2). as propriedades físicas da luz visível, e o uma combinação dessas posturas: O Sol
Durante os primeiros três dias, Deus restante do espectro eletromagnético e a Lua podem ter sido criados (pelo
poderia ter separado a luz das trevas no primeiro dia. Essa idéia, contudo, menos em seu estado “sem forma e va-
(como Ele separou a luz das trevas no não é satisfatória se o Universo e a luz zio”) antes da semana da criação, mas o
Mar Vermelho [Êxodo 14:19 e 20]). Sen- de outras galáxias forem mais velhos do próprio Deus foi a origem da luz até o
do Deus a fonte de luz na primeira par- que a vida na Terra. Diversas passagens quarto dia. O autor de Gênesis 1 preten-
te da semana, estaria Ele enfatizando a das Escrituras sugerem que os corpos dia claramente que o relato da Criação
natureza teocêntrica da Criação (cen- celestes e os seres inteligentes foram cri- fosse tido como literal. (Note que o títu-
tralizada em Deus), não heliocêntrica ados antes de a vida ter sido chamada à lo “estas são as origens/relato/história”
(centrada no Sol). Isso preveniria qual- existência neste planeta (Jó 38:7; Eze- é usado em Gênesis 2:4, bem como nas
quer tentação de adorar o Sol, atitude quiel 28:15). Ademais, a sintaxe hebrai- outras nove seções do Gênesis, indican-
que poderia ser estimulada caso o astro- ca de Gênesis 1:16 não exige a criação do que o autor esperava que a Criação
rei fosse o primeiro luminar criado. das estrelas no quarto dia, porém sugere fosse tomada tão literalmente quanto o
A segunda opção sugere que o Sol foi que elas já existiam. restante do Gênesis). Parte da sugestão
criado antes do quarto dia, mas tornou- A quarta sugestão é que a estrutura quatro pode também ser verdadeira,
se visível nesse período ao ser removida literária de Gênesis 1 ditou a ordem dos visto sugerir ter Deus procedido artisti-
a cobertura de nuvens que envolvia o dias da Criação: o Sol, no quarto dia, camente à Criação, de modo que os pri-
mundo. Isso explicaria o ciclo tarde/ para prover luz sobre o primeiro; pássa- meiros três dias formavam o tohu (“sem
manhã antes do dia quarto. A constru- ros e peixes no quinto dia para povoar forma”) mencionado no verso 2, e os
ção gramatical hebraica de Gênesis 1:14 o ar que dividiu as águas no segundo;
é diferente do modelo sintático dos ou- animais no sexto dia para viverem so- Continua na página 33.

24 Diálogo 14:3 2002


Para sua informação
A água é boa
para o seu coração!
Dustin Jones

B eber cinco ou mais copos de água


por dia pode reduzir o risco de en-
fermidades cardíacas, segundo
uma pesquisa efetuada pela Universida-
de de Loma Linda, Califórnia, e publi-
mar”, adverte a Dra. Jacqueline Chan,
pesquisadora e autora principal do arti-
go. A Dra. Chan e o Dr. Synnove Knut-
sen (M.D. e Ph.D), seu autor associado,
descobriram que os adventistas do séti-
cientizar de que há diferença, ao menos
quanto à saúde do coração, se elas for-
mam seus fluidos de água pura ou de
refrigerantes”, diz a Dra. Chan. Embora
mais pesquisas sejam necessárias para a
cada no American Journal of Epidemiolo- mo dia que bebiam cinco ou mais co- confirmação desses dados, a Dra. Chan
gy (maio de 2002). Essa investigação faz pos de água pura por dia, tinham um e o Dr. Knutsen já ajustaram os núme-
parte de um projeto adventista de saúde risco muito menor de padecer enfermi- ros para provar outros fatores potenci-
que teve início em 1976. dades cardíacas fatais, quando compa- ais atuantes em doenças cardíacas fa-
O estudo “Água, Outros Fluidos e rados com aqueles que ingeriam menos tais, tais como idade, uso de fumo, con-
Enfermidades Cardíacas Fatais” de- de dois copos diários.
monstrou que beber cinco ou mais co- Segundo a Dra. Chan, a pesquisa é a Continua na página 27.
pos de água pura por dia é tão impor- primeira desse tipo a comparar a copio-
tante quanto o exercício, a dieta, ou a sa ingestão de água com a redução da
abstenção do fumo, com fins preventi-
vos das moléstias do coração. “Basica-
incidência de patologias cardíacas. Fi-
cou demonstrado que a viscosidade do
Dicas sobre o
mente, não beber água suficiente pode sangue e do plasma, o hematócrito e os consumo de água
ser tão prejudicial ao coração como fu- fibrinogênios — que são considerados
fatores de risco independentes nas mo- Saber quando beber água durante o dia
léstias do coração — podem tornar-se é quase tão importante como o próprio
elevados pela desidratação. Nem a in- fato de ingeri-la. O momento mais termi-
gestão total de fluidos, nem a de outros nante para beber água é quando você acor-
Menos de 2 copos por dia
líquidos combinados, demonstraram da, ocasião em que o corpo está mais desi-
3 a 4 copos por dia
reduzir esse risco. Ao contrário, nas dratado.
5 ou mais copos por dia
mulheres, a ingestão elevada (cinco ou Para muita gente, a primeira coisa de
mais copos por dia) de outros fluidos, manhã é tomar café ou suco de laranja.
1,2 Contudo, sabe-se que ambas as bebidas
mostrou-se um fator de incremento no
1,0 produzem incremento temporário na visco-
risco de enfermidades cardiovasculares.
0,8 Outros líquidos tais como café, leite e sidade do sangue, e num tempo em que o
0,6 refrigerantes cafeinados não demons- sangue se apresenta mais viscoso. O resul-
0,4 traram estatisticamente benefícios sig- tado é o aumento de ataques do coração
0,2 nificativos para o coração. O efeito ini- no período matutino. Uma maneira fácil de
0,0 cial desses tipos de líquidos é retirar combater esse problema é começar cada
Homens Mulheres água do sangue, porque não podem ser dia com um ou dois copos de água.
digeridos até que sua concentração seja Você deveria beber água o dia todo,
reduzida à semelhança daquela do san- mas dê atenção especial à manutenção da
O gráfico acima representa o risco relati-
gue. Isso causa um aumento temporário hidratação do corpo antes de fazer exercíci-
vo de enfermidades fatais do coração em
da viscosidade do sangue, acrescendo os. A hidratação é também importante du-
homens e mulheres sem histórico patoló-
assim o risco de formação de coágulos. rante o exercício físico. O pós-exercício é o
gico cardíaco, derrames ou diabetes, de
A água, contudo, é imediatamente momento mais importante para a reposi-
acordo com a ingestão de água. Os da-
absorvida hidratando o sistema sanguí- ção da água que o corpo usou.
dos foram computados por idade, uso de
neo. Ingerir grandes volumes de água Recomenda-se que os homens bebam
fumo, hipertensão, índices de massa cor-
afina o sangue, reduzindo o risco de co- de seis a doze copos de água cada dia. Para
poral, estado socioeconômico e, no caso
águlos que poderiam provocar ataques as mulheres recomenda-se de quatro e
das mulheres, terapia de reposição
cardíacos. “As pessoas precisam se cons- meio a nove copos de água.
estrogênica.

Diálogo 14:3 2002 25


Ponto de vista
Proselitismo Responsável:
Uma Declaração
Inter-religiosa

C om a crescente globalização e os
atritos inter-religiosos e ideológicos,
tornou-se imperativo um relaciona-
mento construtivo entre as religiões. Para
lidar com essas questões, a Associação
ambigüidades, este documento não o
menciona deste ponto em diante.
Aceitando a crescente realidade do
pluralismo religioso, e com o fim de
fortalecer a liberdade religiosa, a tole-
2. Cientes de suas responsabilidades
comuns, as comunidades religio-
sas deveriam promover relaciona-
mentos entre si mediante conta-
tos e conversações, manifestando
Internacional de Liberdade Religiosa rância, o diálogo e o respeito pelos di- suas convicções com humildade,
convocou reuniões e conferências de espe- reitos iguais para todos, a Conferência respeito e honestidade. O diálogo
cialistas nos Estados Unidos, no Reino sugere diretrizes para a disseminação deveria substituir a confrontação.
Unido e na Espanha, em 1999 e começo responsável da religião ou crença. Es- Ao se testemunhar a outros ou ao
de 2000. A conferência incluiu represen- ses princípios têm primariamente um planejar atividade missionária, a
tantes do Cristianismo (Ortodoxo, Cató- caráter ético e provêem critérios para dignidade inviolável do público-
lico e Protestante), do Islamismo e Juda- guiar indivíduos e comunidades em alvo requer consideração de sua
ísmo, e adotou uma declaração conjunta suas relações de uns para com os ou- história, convicções, estilo de vida
sobre específicos pontos de acordo. tros. Eles também têm relevância para e expressões culturais.
as relações entre comunidades e esta- 3. Religião, fé ou crença são dissemi-
Preâmbulo dos religiosos. Tais preceituações são nadas de modo melhor quando o
Liberdade religiosa e de crença é baseadas na dignidade da pessoa hu- testemunho da vida do mensagei-
um direito humano básico. A despeito mana e em sua liberdade de atender à ro é coerente com a mensagem
do maciço apoio dado a esse direito voz da consciência. anunciada, e leva a uma aceitação
universal durante os últimos 50 anos Os participantes da Conferência es- livre por parte daqueles a quem
por vários instrumentos internacio- tão convencidos de que a observância ela é dirigida.
nais, começando com a Declaração das seguintes diretrizes é indispensá- 4. Ao disseminar a fé ou crenças,
Universal de Direitos Humanos, de vel na promoção de uma cultura de deve-se ser verdadeiro e justo para
1948, e incluindo o Acordo Internacio- paz, coesão social, responsabilidade com as outras religiões e crenças.
nal de Direitos Civis e Políticos, de pessoal e coletiva, e manutenção de Isso requer a comparação dos ideais
1966, a Declaração Sobre Eliminação de direitos iguais para todos. de nossa comunidade com os ideais
Todas as Formas de Intolerância e Discri- Espera-se que todos os indivíduos e de outras comunidades, e não com
minação Baseadas em Religião ou Crença, comunhões religiosas considerem e os alegados fracassos de outros.
de 1981, e a Declaração de Direitos de adotem esses princípios à luz de suas 5. Na disseminação de religião ou
Pessoas Pertencentes a Minorias Nacio- próprias crenças e práticas, ficando as- crenças, tanto os direitos da maio-
nais ou Étnicas, Religiosas e Lingüís- sim comprometidos com o mandado ria como da minoria deveriam ser
ticas, de 1992, continuam a ocorrer vi- divino ou os ideais elevados nos quais protegidos de acordo com os ins-
olações generalizadas dessa faculdade, crêem. trumentos internacionais de di-
as quais devem ser deploradas. reitos humanos, os quais conde-
Liberdade de religião ou crença in- Princípios nam todas as formas de discrimi-
clui o direito de manifestar e comuni- 1. Ensinar, manifestar e divulgar re- nação e intolerância.
car sua fé ou convicções a outros. As ligião ou crença é um direito hu- 6. Ao se referir a outras comunida-
religiões têm diferentes posiciona- mano estabelecido. Todos têm o des religiosas ou crenças, deveria
mentos sobre como devem disseminar direito de tentar convencer os ou- ser utilizada terminologia respei-
aquilo que crêem. A questão de “pro- tros da verdade de sua fé. Todos tosa e não-ofensiva.
selitizar” ou fazer conversos afeta ine- têm o direito de adotar ou mudar 7. Atividades sociais e humanitárias
vitavelmente as relações inter-religio- de religião ou crença sem coerção, não deveriam estar ligadas à di-
sas. O termo “proselitismo” tem vári- segundo os ditames de sua consci- vulgação da fé ou crenças, com o
os sentidos e conotações. Para evitar ência. propósito de explorar os membros

26 Diálogo 14:3 2002


pobres e vulneráveis da sociedade, 10. A divulgação da fé ou crença de- lidades para o bem da sociedade,
oferecendo-lhes incentivos finan- veria respeitar a liberdade das pes- as comunidades religiosas deveri-
ceiros ou materiais no intuito de soas visadas de escolherem ou re- am, onde for possível e em har-
induzi-los a manter ou abjurar sua jeitarem uma religião ou crença, monia com suas convicções, unir
religião ou crença. sem coerção física ou psicológica, seus esforços visando a aprimorar
8. Enquanto o direito de manter e e não deveria forçá-las a romper a justiça, o bem-estar e a paz entre
manifestar crenças e convicções os laços naturais de família, que é os povos e nações.
religiosas for reconhecido, o atri- o componente fundamental da 14. Onde surgirem conflitos com res-
to inter-religioso, o ódio e a com- sociedade. peito à disseminação de religião
petição antagonística devem ser 11. Usar poder político ou econômico ou crença, as comunidades envol-
evitados e substituídos por diálo- ou facilitar sua difusão sob pretex- vidas devem procurar reconciliar-
go sincero e respeito mútuo. to de disseminar a fé ou crença se.
9. Ninguém deveria deliberadamen- religiosa é impróprio e deveria ser
te fazer afirmações falsas quanto a condenado. Associação Internacional
qualquer aspecto de outras religi- 12. A difusão responsável da fé ou de Liberdade Religiosa
ões, nem denegrir ou ridicularizar crença religiosa deveria concordar Conferência de Especialistas
suas crenças, práticas ou origens. com o fato de que isso pode revi- Adotada por consenso.
Informação objetiva sobre elas é gorar a fé das pessoas ou grupos 29 de janeiro de 2000
sempre desejável a fim de evitar a visados, ou levar a uma escolha li- Las Navas del Marqués, Espanha
propagação de julgamentos mal vre e não restrita para a mudança
fundamentados e preconceitos de filiação religiosa.
generalizados. 13. Tendo em mente suas responsabi-
A água…
Continuação da página 25.
Atenção! sumo de calorias, exercício, pressão
O II Congresso Europeu para Estudantes Universitários Adventistas terá lu- sanguínea e estado socioeconômico.
gar na Alemanha, de 1 a 3 de novembro de 2002, e terá como tema: “Cele- “Esse estudo precisa ser repetido, e se
brando Uma Herança e Enfrentando Uma Missão: Podem os Estudantes Adven- os mesmos resultados forem encontra-
tistas Andar Nas Pegadas Dos Reformadores?” dos, então esse seria o método mais
Tópicos “Lutero e a Mensagem Adventista”, “Pode a Teologia Adventista Ser econômico e mais simples de prevenir
Moderna?” “Mantenedores da Chama ou Preservadores das Cinzas?” “Kathe- doenças cardiovasculares”, acrescenta o
rina de Bora, a Esposa de Lutero”, “Como Amar a Deus com Toda a Nossa Dr. Gary I. Fraser (M.D. e Ph.D.), cardio-
Mente”. Reportagens sobre as atividades de estudantes universitários adventis- logista do Instituto do Coração da Uni-
tas, e muito mais. versidade de Loma Linda e principal
pesquisador do novo estudo sobre saú-
Localização: Feriendorf Eisenberg, DE 36275 Kircheim, Alemanha (25km a su-
de adventista. O estudo da água foi fi-
deste de Stuttgart, na auto-estrada A7, entre Fulda e Kassel).
nanciado mediante doações do Natio-
Hospedagem: Dormitório para pequenos grupos em diversos edifícios. nal Institutes of Health.
Custo: Alojamento e refeições disponíveis: 50 Euros por pessoa (inclui refei- Para maiores informações sobre esse
ções de sexta-feira à noite até domingo ao meio-dia). relatório, acessar nosso website: http://
Línguas: Tradução simultânea provida em várias línguas, via fones de ouvido. www.llu.edu/news/today/may0902

Inscrição: Vagas limitadas. Entre em contato com Therese Sanchez antes do


Dustin Jones é um editor de projetos es-
dia 10 de setembro de 2002, pelo e-mail: therese.sanchez@euroafrica.org
peciais do Escritório de Relações da Univer-
Venha e desfrute o coleguismo internacional! Queremos vê-lo no sidade de Loma Linda, Califórnia. Seu e-
Congresso! mail: djones@univ.llu.edu

Diálogo 14:3 2002 27


Livros
Highly Effective Marriage gente, direto e não-apologético. Finalmente, o livro apresen-
Nancy L.Van Pelt (Hagerstown, Maryland: ta sugestões práticas sobre como evitar o fracasso do casa-
Review and Herald Publ. Assn., 2000; mento. O segredo é: Você não pode começar cedo demais.
222 pp.; brochura). Romance, diversão e atividades, todos têm uma parte a de-
sempenhar, mas o elemento mais essencial num casamento
Revisado por Lucio Altin. feliz é o amor e o cuidado que o casal tem um pelo outro,
sempre atendendo ao princípio bíblico de dar preferência ao
outro.
Os leitores interessados em pesquisa e detalhes clínicos
acharão a bibliografia incompleta e o estilo de escrever dema-
siado prolixo. Mas talvez seja esse estilo que contribua para a
legibilidade da obra. Certamente ele não prejudica a contri-

E ste livro é o resultado de uma vida toda dedicada ao mi-


nistério da família. Nancy Van Pelt é uma graduada pro-
fissional da área de família e de serviço ao consumidor. Ela
buição positiva do entendimento das relações da família cris-
tã.

dirigiu mais de 1000 seminários sobre relacionamento fami- Lucio Altin, pastor ordenado e qualificado terapeuta de casamento e
liar durante seus 25 anos de carreira. É também autora de 22 família, é presidente da União Italiana dos Adventistas do Sétimo Dia.
obras, traduzidas em mais de vinte línguas. Seu estilo dinâ-
mico de comunicação, tanto oral como escrito, imprime in-
crível e contagiante vitalidade. O livro reflete o dinamismo,
o vigor, a abordagem direta e, sobretudo, o senso prático da Israel and the Church:
autora. Two Voices for the Same God
Nancy começa traçando um quadro familiar de nosso Jacques Doukhan (Peabody, Massachusetts:
tempo: crescente número de casamentos falidos e mais o fra- Hendrickson Publ., 2002; 108 pp.;
casso cada vez maior das segundas núpcias. A partir desse iní- brochura).
cio não muito agradável, ela enfoca aquilo que mais funcio-
na e não as causas do fracasso. Diagnóstico estéril não faz seu Revisado por Clifford Goldstein.
gênero. Ela está interessada em soluções, inclusive sugestões
práticas e guia divina. Que mais tem ela em mente quando
declara: “Um casamento pode ser feito no céu, mas sua ma-
nutenção precisa ser feita na Terra”? (p. 13)
O livro é dividido em sete seções de três capítulos cada. As
divisões maiores são dedicadas à proposta do que pode ser
feito para a constituição de casamentos felizes. Van Pelt co-
meça dizendo que as necessidades do casal podem ajudar a
A rejeição de Jesus como Messias pelos judeus resultou em
sua destituição como povo eleito. Em seu lugar, Deus co-
locou a Igreja do Novo Testamento. Esse é o pensamento co-
decodificar o mistério do casamento. Daí introduz o concei- mum da teologia cristã.
to de uma conta bancária emotiva. Não se pode retirar aquilo O Dr. Jacques Doukhan, professor do Seminário Teológico
que não se depositou; isso exige duas pessoas para resolver as Adventista do Sétimo Dia da Andrews University, empenha-
diferenças. Esse é um bom ponto de partida para a conside- se em seu livro a desmascarar essa postura. Ele procura o
ração de como viver com um cônjuge imperfeito. A terceira equivalente teológico daquilo que Thomas Kuhn, no domí-
parte trata da arte de comunicação no casamento — ouvir o nio da ciência, chamou de “mudança de paradigma.”
companheiro sem preconceitos. A seguir, como o professor Preocupado com as horríveis conseqüências da “substitui-
Higgins em My Fair Lady, a autora pergunta: “Por que não ção teológica” (i.e., tudo desde a marginalização dos judeus
pode uma mulher ser como um homem?” Mas, diferente- pela sociedade cristã, ao extremo ultrajante do Holocausto),
mente do professor, Van Pelt dá a resposta traçando um Doukhan convida os cristãos a rever seus pontos de vista re-
mapa verbal de diferenças sexuais no modo de processar e ferentes a esse delicado, mal-compreendido e, freqüentemen-
interpretar a comunicação entre marido e mulher. O livro te, doloroso assunto.
também trata habilmente a questão de controle e poder, vis- Naquele que parece ser o melhor capítulo no livro, Dou-
to que o manejo do dinheiro, o controle das crianças ou das khan investe contra a noção de que os judeus em massa rejei-
compras são importantes na relação matrimonial.Van Pelt taram a Jesus. Que alguns o fizeram naturalmente é fato bem
defende o ponto de vista de que, nas relações matrimoniais, conhecido, mas ele mostra com irresistível apoio do Novo
as responsabilidades são complementares e não competiti- Testamento que muitos judeus, com efeito, aceitaram a Cris-
vas. De uma perspectiva bíblica, não é questão de quem está to e continuaram a fazê-lo através dos séculos.
no comando, mas do que posso eu fazer? A sexta parte trata O cisma ocorreu, argumenta ele no capítulo seguinte, não
da intimidade sexual, a qual Van Pelt aborda de modo inteli- por terem os judeus rejeitado a Cristo, mas porque a igreja

28 Diálogo 14:3 2002


rejeitou a lei, particularmente o sábado, criando assim uma Por mais incrível que pareça, a lealdade de muitos cristãos
parede que garantisse que os judeus não poderiam fazer parte para com a igreja está fundamentada primariamente em ra-
dessa comunidade. Se eles aceitassem a postura da igreja isso zões sociais, em vez de na forte crença em Deus. A preocupa-
equivaleria a negar a lei, algo que nenhum judeu piedoso ção do autor já se torna explícita desde as primeiras páginas
admitiria. Enquanto o cristianismo permaneceu firmado em do livro. Podemos saber tudo a respeito do milênio, do sába-
seu passado judaico, os judeus estavam muito mais prontos a do e do estado dos mortos; podemos explicar corretamente
aceitar a Jesus. Contudo, uma vez que a igreja rejeitou suas outros pontos relacionados com a doutrina e as normas reli-
origens judaicas, os judeus foram excluídos. Assim, longe de- giosas, mas alguns de nós temos opiniões estranhas e não-
les rejeitarem a Jesus, a igreja, mudando o sábado para o do- bíblicas acerca de Deus. Bruinsma nota que nosso trabalho
mingo, repudiou não somente suas raízes judaicas, mas aos evangelístico supõe que as pessoas que ouvem sobre doutri-
próprios judeus. Temos todos testificado os tristes resultados nas e a breve volta de Cristo, já crêem no Deus da Bíblia.
desde então. “Edificamos nossas doutrinas especiais sobre o fundamento
Doukhan argumenta mais adiante que tanto judeus como que supomos já existir”. Ele pergunta: “Poderia ser que supu-
cristãos precisam do testemunho um do outro: os judeus pre- semos demasiado? Seria o caso de esse fundamento, se é que
cisam da igreja para chegar à melhor compreensão do papel e ele existe de fato, muitas vezes não ser muito firme e, como
da missão do Messias; a igreja precisa dos judeus para ajudá- resultado, ganharmos pessoas que se tornam adventistas sem
la a restabelecer a relevância da lei. jamais se tornarem cristãos sólidos?” (p. 15) “Freqüentemen-
“Ambas as testemunhas, Israel e a igreja, são necessárias”, te sua religião não passa de simples lealdade ao sistema de
escreve ele, “pois elas não somente confirmam a verdade doutrinas, e não se firma num relacionamento com um Deus
uma da outra, mas cada uma porta uma verdade, uma di- pessoal, Todo-Poderoso e amante”. (p.16)
mensão, que é ignorada ou simplesmente rejeitada pela ou- Embora não identifique sistematicamente as idéias estra-
tra.” nhas que alguns adventistas têm de Deus, o autor lida com
Naturalmente, a posição de Doukhan provocará alguns questões básicas que seriam estudadas num curso chamado
protestos tanto da parte de judeus quanto de cristãos, o que é de “A Doutrina de Deus”. Em linguagem simples, o livro tra-
compreensível, visto o livro levantar algumas perguntas que ta de grandes conceitos teológicos e os analisa corretamente,
mexem com seus paradigmas básicos. de modo que mesmo pessoas sem formação teológica possam
Mas isso, penso eu, foi proposital. acompanhar a argumentação. Mesmo fazendo isso, Bruins-
ma reconhece dificuldades na doutrina de Deus tais como a
Clifford Goldstein é um autor fecundo e editor do Bible Study Guide da existência do mal e do sofrimento e a possibilidade de Deus
Escola Sabatina de Adultos, publicado trimestralmente pela Associação mudar, e trata delas apropriadamente.
Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Silver Spring, Maryland, EUA. Uma das idéias centrais do autor é que Deus é tão trans-
cendente que não pode ser reduzido a um simples axioma de
lógica (pp. 79, 81, 96). Todas as tentativas de compreender a
Our Awesome God: A Refresher Deus mediante abordagem racional não nos levará a parte
Course alguma, e fracassará na confrontação com paradoxos — as-
Reinder Bruinsma (Nampa, Idaho; Pacific serções que são aparentemente contraditórias, mas em reali-
Press Publ. Assn., 2000; 159 pp.; brochura). dade verdadeiras e corretas.
Com essa idéia básica de Deus em mente, o autor explora
Revisado por Enrique Espinosa com equilíbrio tais assuntos como fé em Deus, Sua unidade e
a Trindade, as “provas racionais” da existência divina, os ído-
los e os deuses seculares, o maravilhoso poder do Criador, o
nome de Deus e Seus atributos, a crença em Deus de pessoas
como Jimmy Carter, Alvin Plantinga, Susana Howatch e mui-
tas outras.
Our Awesome God é um livro bem documentado, breve e
que desperta estudo. Lê-lo é um prazer real. Ele comprova
R einder Bruinsma é um experiente pastor, teólogo e admi-
nistrador da igreja. Originário da Holanda, ele obteve
seu Ph.D. em história da igreja pela Universidade de Londres.
aquilo que seu subtítulo apresenta: “Um curso de atualiza-
ção” para a familiarização verdadeira com o Deus da Bíblia.
Ao escrever esse livro ele trabalhava como secretário da Divi-
são Trans-Européia da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Enrique Espinosa (Ph.D. pela Andrews University) era o director da
Our Awesome God começa com uma asserção e uma ques- Escola de Teologia do Adventist International Institute of Advanced Studies
tão oportuna: “A questão mais importante da religião cristã em Silang, Cavite, Filipinas, quando escreveu esta resenha de livro.
[e do Adventismo] é: Como podemos ter certeza de que Deus
existe? E se Ele existe, como podemos realmente conhecê-
Lo?” (p. 17).

Diálogo 14:3 2002 29


Vida universitária
O teste da fé
A história da coragem de jovens adventistas brasileiros
Michelson Borges que enfrentaram o problema de exames no sábado.

A fé de 28 estudantes adventistas foi


posta à prova no ano passado. O
teste pôs em evidência o nome
de Adventista do Sétimo Dia, e promete
um final feliz depois de longa batalha
a anulação da sentença anterior em
tribunal regional. Resultado? Os estu-
dantes não puderam fazer os exames.
Marlon Gouveia Faria, 18 anos,
membro da Igreja Central de Uberlân-
dade que não conheça os adventistas,
e isso me deixa contente”. Lídia Fer-
nandes Félix, 19 anos, disse: “Quando
escolhi ser uma cristã adventista, op-
tei por guardar os mandamentos de
pela liberdade religiosa. dia, diz que apesar de não ter podido Deus, mesmo sabendo que poderia so-
Esses estudantes se prepararam por iniciar seus estudos universitários, frer perdas”.
longo tempo e bem para fazer o vesti- está feliz por pertencer a um grupo Sim, 28 estudantes adventistas não
bular da Universidade Federal de que deu poderoso testemunho de sua puderam prestar os vestibulares. Mas
Uberlândia (UFU). Mas quando saiu o fé. “Muita gente que jamais ouviu fa- sua firme posição em prol da fé e da
horário das provas, ficaram sabendo lar de nossa igreja agora sabe o que livre consciência fez diferença no
para tristeza sua que os exames seriam cremos. O diretor de um cursinho país. O público e os meios de comuni-
realizados no sábado à tarde. Fizeram chegou a nos hipotecar apoio num cação ficaram admirados e boas-novas
então uma solicitação à Comissão Per- programa da TV. Uma professora redi- despontam no horizonte.
manente do Vestibular para que lhes giu uma carta posteriormente publica-
fosse permitido ficar incomunicáveis da num jornal da cidade [ver quadro á Lei e cidadania
desde as 14h até depois do pôr-do-sol, p. 31]; e muitos de meus colegas ma- Em março último, o deputado Silas
quando poderiam fazer as provas. A nifestaram apoio e admiração. Foi Brasileiro apresentou um projeto de
Comissão denegou-lhes o pedido. Eles muito bom poder explicar às pessoas lei que assegura a liberdade religiosa.
apelaram então à Justiça Federal e ob- que desisti do vestibular porque amo Esse documento legal, que agrega ou-
tiveram uma liminar deferindo sua ao meu Deus acima de tudo”. tros seis projetos anteriormente pro-
petição. No entanto, a Comissão do Naor dos Reis Lima, 24 anos, afir- postos, foi aprovado por unanimidade
Vestibular apelou da decisão e obteve ma que a experiência foi “humilhan- pela Comissão de Constituição e Justi-
te”. “Fomos tratados como badernei- ça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
ros, pois até um camburão da Polícia Segundo o deputado, “a intenção é
Federal foi chamado. Mas estar de garantir o respeito ao credo religioso e
O que dizem as bem com minha consciência é o mais
importante”.
evitar que os observadores do sábado
sejam prejudicados.”
leis “Havia entre nós um vestibulando O projeto vai agora para redação fi-
de Campinas, SP, que não estava dis- nal e será encaminhado ao Senado Fe-
O artigo 51, parágrafo VIII, da Consti- posto a perder as provas”, relata Lílian deral. “O último passo para essa vitó-
tuição Federal Brasileira, estabelece que Dangelo da Silva, 21 anos. “Depois ele ria no campo da liberdade religiosa
“ninguém será privado de seus direitos por disse que nossa postura de fidelidade será a aprovação no plenário do Sena-
motivo de crença religiosa ou de convicção a Deus o levou a pensar melhor e deci- do Federal,” adianta o deputado Ge-
filosófica ou política”. Já o artigo 181 da dir pela não participação no vestibu- raldo Magela, relator da CCJ. Depois
Declaração Universal dos Direitos Humanos lar. Talvez tenha sido por isso que da aprovação pelo Senado, a lei deve-
afirma que: “Todos têm direito à liberdade Deus nos permitiu passar por essa ex- rá ser sancionada pelo presidente.
de pensamento, de consciência e religião”, periência, para ajudar a fortalecer a fé Em muitos estados e municípios do
garantindo também a “liberdade de mani- de alguém. Isso ficará para sempre em país já existem dispositivos legais so-
festar essa religião ou crença pelo ensino, minha memória”. bre a questão do dia de guarda. Em
prática, culto e observância, isolada ou co- Priscila Merisa Franco, 20 anos, diz Brasília, em 1998, o então governador
letivamente, em público ou em particular”. ter ficado aborrecida com o adiamen- sancionou lei determinando que as
to de seus sonhos. “Mas, por outro provas, concursos públicos e vestibu-
lado, é difícil encontrar alguém na ci- lares só acontecessem de domingo até

30 Diálogo 14:3 2002


sexta-feira às 18 horas.
A defesa da consciência e da liber-
dade religiosa tem sido uma bandeira
dos adventistas que militam na políti-
ca. Marcos Vinícius de Campos, advo-
gado, professor universitário e ex-de-
putado federal, é um deles. O Dr.
Marcus Vinícius, que é o mantenedor
do site www.liberdadereligiosa.org.br,
afirma que os cristãos têm uma gran-
de responsabilidade de influenciar a
sociedade com seus valores. Acrescen-
ta que “essa influência pode assumir
diversas formas, desde simples ques-
tões concernentes ao estilo de vida,
até proclamações públicas de nossos
pontos de vista com respeito a temas
de interesse social. Partilhar a fé não
significa apenas falar sobre ela, como
também manifestar real interesse em
tornar o mundo um melhor lugar para
se viver. Não podemos dar as costas ao Estudantes de Uberlândia — um poderoso testemunho em prol de suas convicções.
mundo no qual vivemos, a despeito
de nosso desejo e esperança pela volta
de Jesus. Devemos ser sal e luz”.
“Exigir nossos direitos é também
um exercício de cidadania”, declara
Apoio aos estudantes
Vinícius. “Temos de conhecer nossos Os vestibulandos da UFU receberam di- Sandra conclui sua carta dizendo que
direitos e exercê-los com coragem e a versas manifestações de apoio. Duas delas “muitos na história morreram por aquilo
certeza de que não estamos pedindo os deixaram mais impressionados. A pri- em que acreditavam. Vocês não morreram,
qualquer favor, mas tão-somente am- meira foi uma carta da professora de Lín- mas ensinaram a este mundo de descrentes
pliando o conceito de cidadania”. gua Portuguesa e Lingüística da UFU, San- que ainda existem pessoas que não abrem
dra Diniz Costa, publicada no Correio de mão de seus ideais”.
Michelson Borges é editor-associado Uberlândia. Ela diz que sempre teve orgu- O outro testemunho tocante partiu das
da revista Sinais dos Tempos, uma pu- lho de participar do corpo docente da UFU advogadas Renata S. Alves e Lilia M. F.
blicação da Igreja Adventista do Sétimo e sempre defendeu com unhas e dentes a Manfrin, que foram procuradas pelos estu-
Dia no Brasil. Endereço: Caixa Postal instituição, mas afirma que, pela primeira dantes. Elas, que mal conheciam a Igreja
34; 18270-970, Tatuí, SP; Brasil. E- vez, sentiu vergonha de ser professora da Adventista, afirmaram ter sentido muito or-
mail: michelson@cpb.com.br UFU “ao presenciar tamanha manifestação gulho de atender pessoas que não se dão
de arrogância e intolerância religiosa por por vencidas frente a atos arbitrários. “Ima-
parte da Comissão do Vestibular”. ginem o povo brasileiro com tamanha con-
E explica: “Não sou adventista. Ao con- vicção, com tal fé! Seríamos, então, outra
trário, sou espírita convicta. Também não nação, sem direitos espezinhados, respeita-
tenho filhos prestando vestibular na UFU. dores das diferenças raciais e religiosas; se-
Não estou advogando em causa própria”. ríamos um país em paz. Somos gratas por
Para ela, esses jovens lembraram os cristãos sua fé; gratas por nos terem ensinado a ser
martirizados no primeiro século do cristia- mais persistentes e a acreditar mais fiel-
nismo. “É claro que os leões de hoje são mente em nossos ideais”.
mais feios e cruéis, porque são ideológi-
cos”.

Diálogo 14:3 2002 31


Primeira pessoa
A Bíblia escondida
Uma história sobre como a Palavra de Deus tornou-se a
Robert Wong fonte de conforto e vigor numa prisão.

“Bendize, ó minha alma ao Se- depois o privilégio de viajar por 12 paí- (o que não era permitido naquele tem-
nhor, e tudo o que há em mim bendi- ses para testemunhar da verdadeira li- po), eu tinha fome das Escrituras em
ga o Seu santo nome. Bendize, ó mi- berdade em Cristo? Como pôde ele, de- meu coração, visto que a minha Bíblia
nha alma ao Senhor, e não te esque- pois de privado do estudo normal por de bolso havia sido confiscada na che-
ças de nenhum de Seus benefícios”. 25 anos, ter inesperadamente a oportu- gada à casa de detenção. Sabendo de
(Salmo 103:1 e 2) nidade de retornar aos estudos e obter antemão que estaria confinado por lon-
um doutorado aos cinqüenta e poucos go tempo antes de meu encarceramen-

C omo pôde um jovem com pro-


blemas pulmonares suportar 15
anos de confinamento numa
prisão e num campo de trabalhos força-
dos na China, por causa de suas convic-
anos? Como pôde esse menino acanha-
do tornar-se locutor de rádio e evange-
lista? Eu sou esse jovem, esse estudante,
esse prisioneiro.
De entre as muitas bênçãos e cuida-
to prolongado, memorizei tantas passa-
gens da Bíblia quantas pude. Comecei
com o livro de Daniel, verso por verso,
e continuei com Apocalipse, depois os
Salmos e então outros textos familiares
ções religiosas e finalmente sair são e dos providenciais vindos de nosso Se- do Velho e do Novo Testamentos. Pela
salvo? Como foi sua vida preservada — nhor, eu gostaria de partilhar um teste- graça de Deus, dei certa vez um estudo
pelo menos umas seis vezes — de aci- munho especial de quão maravilhoso bíblico a dois colegas de cela sem ter
dentes quase fatais dentro daquele cam- nosso Deus de amor é! Passei os primei- uma Bíblia à mão. Usando uma aborda-
po? Como pôde ele, encerrado numa ros quatro anos de aprisionamento gem temática no estudo sistemático das
cela de 1,80 X 2,75m durante anos, ter numa casa de detenção, e lá fui posto doutrinas cristãs, citei-lhes dez ou mais
sob segurança máxima por causa de mi- versos no primeiro dia. No dia seguinte,
nha crença religiosa. Isso significava recapitulamos as doutrinas e os versos
que eu não podia escrever cartas ou re- bíblicos. No terceiro dia, tentamos repe-
Atenção, cebê-las dos membros de minha famí-
lia. Tudo o que recebi numa tarde quen-
ti-los de cor. Mais tarde até pusemos al-
guns desses versos num cântico.
profissionais te de verão foi um documento conten- Mas o tempo todo eu almejava ter
do minha sentença. Mais tarde fui um exemplar da Bíblia nas mãos. Do
adventistas! transferido para uma prisão regular em ponto de vista humano, durante o perí-
Se você possui um título ou diploma pós-
Shanghai por mais quatro anos, para odo da chamada Revolução Cultural
secundário em qualquer campo acadêmico
completar minha pena de oito anos. As (1966-1976) na China, quando tudo gi-
ou profissional, nós o convidamos a fazar
condições de vida lá eram quase tão ru- rava freneticamente e o tecido social
parte da Rede de Profissionais Adventistas
ins quanto as da casa de custódia — mostrava-se completamente esfacelado,
(RPA). Patrocinado pela Igreja Adventista,
nada de cama, cadeiras, mesa, livros obter uma Bíblia, então um livro pros-
esse registro global eletrônico assiste insti-
para ler, exceto a bíblia vermelha de crito, era pura fantasia. Qualquer tenta-
tuições e agências participantes para locali-
Mao Tse Tung, Mao’s Quotations. A co- tiva de consegui-la clandestinamente
zarem candidatos para posições no ensino,
mida era tudo, menos desejável. me poria em risco e também minha fa-
administrações no ensino, administração,
Havia uma única coisa para compen- mília. Mas nosso Deus é o maravilhoso
área da saúde e a pesquisa, e consultantes
sar e que viria mais tarde: permissão Operador de milagres.
especializados e voluntários para tarefas
para comunicar-me com minha família Um dia, enquanto eu escrevia para
missionárias breves. Entre gratuitamente
por cartas, bem como mediante visitas casa, estava refletindo como poderia
sua informação profissional diretamente no
controladas. Foi-me dito, contudo, que dar uma dica de que eu precisava deses-
website da RPA:
minha carta deveria limitar-se a 100 ca- peradamente de uma Bíblia. Justamente
racteres chineses (menos de um terço nesse momento ouvi uma forte voz —
http://apn.adventist.org de página). Depois da primeira visita um dos detentos estava chamando al-
feita por membros mais chegados de guém com o número de identidade
Anime outros profissionais adventistas a re- minha família, uma nova esperança 115, 115! O Espírito Santo iluminou
gistrar-se! surgiu-me no coração. Mais importante minha mente e me fez lembrar de que
do que receber alimento suplementar em nosso velho hinário chinês, o título
32 Diálogo 14:3 2002
do hino 115 era “Dá-me a Bíblia”. Um
súbito relâmpago mandado por Deus!
inserido pelos membros da família. To-
dos foram detidos e punidos os que re-
Luz…
Maravilhoso! Embora eu não pudesse ceberam os itens contrabandeados. Continuação da página 24.
dizer claramente em minha carta cen- Soube mais tarde que alguém tinha pos-
surada: “Por favor, mandem-me uma to uma agulha dentro de uma barra de últimos três completavam o bohu (“va-
Bíblia”, escrevi: “Enviem-me um livro sabão; isso também fora descoberto e zio”) do verso 2. Parte da quinta suges-
de notas 115”, e sublinhei o número. confiscado. Pareceu-me que a polícia tão é também verdadeira no sentido de
Entreguei a carta ao guarda da prisão coou um mosquito e engoliu um came- que Deus criou as coisas de tal maneira
com uma oração silenciosa. Quando ele lo! Os agentes haviam descoberto uma (e fez Moisés redigir corretamente e em
a examinou e disse OK, vi realmente pequena agulha numa barra de sabão, termos apropriados o relato da Criação)
que ele não havia detectado o segredo mas não viram o Novo Testamento. para servir como barreira contra o poli-
espiritual. Quão surpreso e grato fiquei com o po- teísmo das nações vizinhas de Seu
O mesmo Espírito Santo que me ilu- der e amor de Deus. povo.
minou também abriu os olhos dos “Portanto, não vos inquieteis... Vos- Indiferentemente da explanação pre-
membros de minha família, dando-lhes so Pai celestial sabe que precisais de ferida, a história de Gênesis refuta o
o entendimento de minha mensagem tudo isso. Mas buscai primeiro o Seu culto à Natureza, bem como a adoração
secreta. No dia destinado à visitação reino e a sua justiça, e todas estas coisas ao tão popular deus-sol. A luz e o ciclo
nossos corações pulsavam. Oito minu- vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:31- diário foram criados por Deus e são dEle
tos se passaram e justamente antes dos 33.) dependentes. Posteriormente, na sema-
membros de minha família saírem, dis- Mas como poderia eu ler minha Bí- na da Criação, o Senhor determinou
seram-me: “Quando você usar o sabão, blia sob a constante vigilância do guar- responsabilidades no céu ao Sol e à Lua,
corte-o em pedaços”. Meneei a cabeça e da? Essa é outra história. Nunca me es- do mesmo modo que transferiu para os
emiti um sorriso compreensivo. Depois quecerei do que Deus fez por mim — seres humanos o encargo do gerencia-
da despedida, a polícia me entregou os alguém faminto e sedento de Sua verda- mento da Terra, cobertura natural do
itens essenciais, inclusive uma grande de e justiça. A Bíblia verdadeiramente homem e das criaturas que nela habi-
barra de sabão para lavar roupa. tornou-se uma luz em minha vereda e tam. Em última análise, os céus, o mun-
Nada era fácil numa cela apertada. um guia infalível em meio às trevas. do natural e qualquer capacidade hu-
Pensei por um momento como retirar Ademais, o lugar mais seguro e o cami- mana para controlá-los ou compreen-
aquilo que eu suspeitava estar dentro nho mais eficiente é ter a Palavra de dê-los bem são ainda totalmente de-
da barra de sabão, sem ser visto pelo Deus em nosso coração, em nossa alma pendentes de Deus, o qual tão-somente
guarda e os demais. Era quase hora do e em nossa vida. merece nossa adoração.
pôr-do-sol. De costas para meus compa-
nheiros de cela e com o guarda olhando Robert Wong é diretor de Ministérios Richard M. Davidson (Ph.D. pela An-
noutra direção, pus minha roupa suja Chineses Globais. Endereço: 12/7 Citima- drews University) é autor de diversos artigos
numa bacia. Usei uma linha para divi- rk, 28 Yuen Shun Circuit; Siu Lek Yuen, e livros, e diretor do Departamento de Velho
dir o sabão em duas metades. Um pe- Shatin; Hong Kong. Testamento do Seminário Teológico Adven-
queno Novo Testamento de bolso em- E-mail: robertw@cumsda.org tista do Sétimo Dia da Andrews University,
brulhado em plástico apareceu. Isso
Berrien Springs, Michigan, EUA. E-mail:
foi muito excitante! Rapidamente colo-
davidson@andrews.edu
quei a Bíblia no bolso de minha roupa
de baixo. Agradeci a Deus e orei: “Ó Se-
nhor! Puseste alegria em meu coração,
Fé…
mais alegria do que a deles no tempo Continuação da página 14.
em que se lhes multiplicam o trigo e o
Sandstone [Permian] of Northern Arizona:
vinho. Em paz me deitarei e dormirei, Evidence for Underwater Origin”, Geology
porque só Tu, Senhor, me fazes habitar 19 (1991): 1201-1204. Comentários sobre
em segurança”. (Salmo 4:7 e 8) este foram publicados em: Science News
Na manhã seguinte, vi diversos prisi- 141 (1992) 4:5; Geology Today 8 (1992)
oneiros em fila no saguão. Eles foram 3:78, 79 e Nature 355 (9 de janeiro, 1992):
110.
obrigados a confessar que eram anti-re- 11. Veja A. Cromer, Uncommon Sense: The
formistas. Haviam sido apanhados com Heretical Nature of Science (New York:
artigos proibidos, os quais estavam pen- Oxford University Press, 1993), p. 148;
durados em seu pescoço. Um tinha um K. R. Popper, The Logic of Scientific
Discovery (New York: Harper and Row,
bombom, outro biscoitos e outro, ain- 1999) pp. 31, 32.
da, toucinho acondicionado num tubo
de pasta de dentes, o qual havia sido
Diálogo 14:3 2002 33
Em ação
Estudantes da Nigéria especiais estavam os Pastores Japheth L.
Agboka, diretor dos Ministérios de Ca-
pelania e E. Emmanuel Nlo Nlo, diretor

realizam sua maior de Comunicação da Divisão Afro-Ocea-


no Índico. Os três administradores da
União Nigeriana também estiveram
convenção presentes durante o fim de semana, de-
monstrando assim seu declarado apoio
a esse importante ministério.
Pela primeira vez na história da

M ais de 1.500 delegados assistiram à


15a Convenção Nacional da Asso-
ciação de Estudantes Adventistas
evento, muitos estudantes se prepara-
ram para essa reunião importante com
jejum e oração.
NAAS, três representantes da Associa-
ção Geral participaram da convenção.
O Dr. Humberto M. Rasi (diretor de De-
(NAAS) realizada nos dias 28 de março a O programa da convenção incluía partamento de Educação) falou sobre
1o de abril de 2002, provavelmente a uma mescla equilibrada de apresenta- como integrar a fé e a razão na vida cris-
maior reunião desse tipo na história da ções espirituais, culturais, sociais e cien- tã, e como os adventistas podem se rela-
Igreja Adventista do Sétimo Dia na Ni- tíficas, seguidas de perguntas e discus- cionar de modo construtivo com a cul-
géria. Patrocinada pela Associação Oes- sões. Os estudantes apresentaram rela- tura contemporânea. Alfredo Garcia-
te da Nigéria, sede local da NAAS, a reu- tórios de suas atividades, discutiram Marenko (diretor-associado do Departa-
nião foi realizada pela primeira vez no questões da vida universitária e louva- mento de Jovens) focalizou a ética sexu-
belo campus da Babcock University, ram a Deus com música vocal de alto al de uma perspectiva bíblica, e apre-
uma autorizada instituição adventista nível. As várias seções do programa fo- sentou um filme sobre AIDS que im-
de ensino superior localizada em ram coordenadas por grupos estudantis pressionou profundamente os presen-
Ilishan-Remo, Estado de Ogun, não especialmente formados, sob aconse- tes. O Dr. L. James Gibson (diretor do
muito distante de Lagos. lhamento do presidente da associação Instituto Geocientífico de Pesquisas)
Aproximadamente 3.000 estudantes nacional, Sr. Toyin Titus Oyedele (um pronunciou palestras científicas sobre
adventistas freqüentam atualmente estudante de medicina na University of criação versus evolução, e respondeu a
universidades públicas na Nigéria. Eles Ibadan) e pelo Pr. Evans N. Nwaomah, perguntas sobre esses assuntos. O Prof.
estão organizados em grupos locais na diretor dos Ministérios de Jovens e de Enoch Dare presidiu um painel sobre
maioria dos 100 campi das universida- Capelania para a União Nigeriana. namoro e casamento, com apresenta-
des públicas. A cada dois anos, esses es- O Pr. Onaolapo Ajibade, presidente ções de vários especialistas, inclusive da
tudantes realizam convenções regio- da Associação Nigeriana Ocidental, diri- Dra. Grace O. Adeoye, diretora do Mi-
nais, e em anos alternados, programam giu os devocionais animando os estu- nistério da Mulher da União Nigeriana.
uma reunião nacional. O tema da con- dantes a serem leais a Jesus Cristo como O clímax da convenção teve lugar
venção deste ano foi “Não Longe do Senhor e Salvador, e a viverem vidas no sábado. Barracas adicionais foram
Lar”. Durante os meses antecedentes ao que O honrem. Dentre os convidados montadas para prover proteção contra

Os patrocinadores e oradores da conven-


ção incluíam (da esquerda para a direita):
Dr. Japheth L. Agboka, Pr. Evans N.
Nwaomah, Dra. Grace O. Adeoye, Dr.
Humberto Rasi, Dr. A. Garcia-Marenko, e
Dr. L. James Gibson.
Alguns participantes da convenção no campus da Babcock University.

34 Diálogo 14:3 2002


o sol tropical a um público de mais de
2.500 estudantes, professores e profissi-
Primeira reunião de universitários e
onais. Depois do sermão apresentado
pelo Dr. Rasi, oito estudantes foram ba-
profissionais adventistas na Bulgária
tizados como resultado do testemunho
de seus colegas adventistas. Além disso,
líderes nacionais e regionais da associa-
ção de estudantes foram condecorados
E m abril de 2002, setenta universitári-
os e jovens profissionais adventistas
de várias partes da Bulgária reuniram-
dente da união, assistiu às reuniões e
expressou da parte dos líderes da igreja
seu apoio a essa iniciativa, que visa a
com medalhas de honra ao mérito.
se, pela primeira vez como um grupo, prover encorajamento mútuo e a pro-
Três oficiais da Associação Nigeriana
na igreja adventista da pitoresca cidade mover evangelismo no campus da uni-
de Estudantes Adventistas foram esco-
de Velingrad. O tema da reunião foi: versidade e além.
lhidos para o próximo período adminis-
“Senão Você, Quem? Senão Agora, Os leitores interessados em se corres-
trativo: Onwudebe Azu-Asonye vai atu-
Quando?”, que enfocou novamente o ponder através da Internet com essa
ar como presidente, Francis Ejim como
desafio do testemunho adventista nos nova organização estudantil podem en-
secretário e Chinonso Ogbonna como
campi seculares. trar em contato conosco através do e-
tesoureiro. Já foram traçados planos
O programa de fim de semana in- mail: ventzi@sz.inetg.bg
para a realização da convenção nacio-
cluiu devocionais, cultos, discussões,
nal de 2004 no setor oriental da Nigé-
atividades sociais e apresentações pelo —Ventsislav Panayotov
ria. Nesse meio tempo, várias centenas
Pr. Corrado Cozzi (diretor do Departa- Diretor do Departamento de Jovens
de exemplares da Diálogo, doados pela
mento de Jovens da Divisão Euro-Afri-
Comissão AMICUS da Associação Geral,
cana) e pelo Dr. Humberto M. Rasi (di-
foram distribuídos entre os estudantes
retor do Departamento de Educação da
nas associações regionais.
Associação Geral).
Essa convenção proporcionou aos
Os participantes receberam com en-
membros da NAAS a oportunidade de
tusiasmo a idéia de constituir uma or-
passar algum tempo na única universi-
ganização acadêmica de estudantes uni-
dade adventista no país e desfrutar de
versitários no país, e escolheram nove
suas comodidades. Muitos deles de-
representantes regionais para cooperar
monstraram interesse em transferir-se
com o departamento de jovens da
para a Babcock University, e manifesta-
União Búlgara, na redação de estatutos
ram a esperança de algum dia fazer par-
e na proposição de uma estrutura para a
te de seu corpo discente ou da equipe
associação. O Pr. Nikola Levterov, presi-
de auxiliares. Todos expressaram sua
apreciação pela amável hospitalidade
da família universitária.
Muitos dos participantes afirmaram
que essa foi a melhor convenção nacio-
nal havida nos 20 anos da história da
associação. Ao regressarem a seus lares e
campi, os delegados se perguntaram:
“Quando poderemos nos encontrar de
novo como estudantes e companheiros
de fé?” A resposta foi: “Em 2004 na Ni-
géria Oriental, se o Senhor tardar!”

—Pastor Evans N. Nwaomah,


Diretor dos Ministérios
Jovens e Capelania
União Nigeriana

Acima: Alguns dos representantes regionais à convenção.


Abaixo: Delegados e oradores posam defronte à Igreja Adventista de Velingrad.

Diálogo 14:3 2002 35


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Diálogo 14:3 2002 Inserção37


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artes; correspondência em espanhol, in- pos: computadores, viajar e aprender pos: cantar, tocar piano e partilhar mi-
glês ou português. Endereço: Calle 13, sobre outras culturas; correpondência nha fé; correspondência em inglês. En-
No. 13-01, Veritas; Calabozo 2312; VE- em inglês. Endereço: c/o Edward Kodu- dereço: No. 68 Uwisara Road, Dagon
NEZUELA. sh; O.P.R I.; Box KD 74; Kade, E/R; Township; P.O. Box 11191; MIANMAR.
E-mail: argenisvilla@LatinMail.com GANA. Cláudia Luciana Kroner: 30; soltei-
Guillermo Garcia: 26; solteiro; for- Peter Kaiglo: 35; casado, estudando ra; ensina numa escola adventista e es-
mado em engenharia industrial; inte- educação agrícola; passa-tempos: viajar, tuda biologia na Universidade do Oeste
resses: boa música e amigos sinceros; partilhar Cristo com outros e aprender de Santa Catarina; interesses: trabalhar
correspondência em espanhol ou in- sobre outros paises; correspondência com desbravadores, colecionar selos e
glês. Endereço: Calle A #5 entre 22 y 26; em inglês. Endereço: The University of ter contato com a natureza; correspon-
El Bon, Vazquez; Las Tunas; CUBA. Goroka; P.O. Box 1078; Goroka, E.H.P.; dência em português. Endereço: Caixa
Tariku Gebre: 19; solteiro; estudan- PÁPUA NOVA GUINÉ. Postal 75; 89825-000 Xaxim, Santa Ca-
te no Ethiopian Adventist College; pas- Elliotts Kakona: 22; solteiro; estuda tarina; BRASIL.
sa-tempos: esportes, música cristã e comércio na Polytechnic of Namíbia, e Graça Lacerda: 32; divorciada; pro-
acampar; correspondência em inglês. coordena uma associação de estudantes fessora em escola secundária e estuda li-
Endereço: E.A.C.A; P.O. Box 45; adventistas no campus; interesses: ser- teratura na Universidade Federal de
Shashamene; ETIÓPIA. vir a Deus como diácono em minha Rondônia; interesses: correr, cinema e
Hosea Nyariki Geoffrey: 18; soltei- igreja e aprender de outros países e cul- música; correspondência em português.
ro; estuda pedagogia; interesses: ouvir turas; correspondência em inglês. E- Endereço: Rua Anary No. 6268, Bairro
música religiosa, drama e festivais de mail: polysdassoc@webmail.co.za Risoleta Neves; 78912-320 Porto Velho,

Inserção B
38 Diálogo 14:3 2002
Rondônia; BRASIL. dade e ajudar doentes e desabilitados; da matemática e computação; interes-
E-mail: grabernardes@bol.com.br correspondência em inglês. Endereço: ses: novas tecnologias e pesquisa cientí-
Rosalinda Lachica: 28; solteira; for- P.O. Box 72922; Nairobi; QUÊNIA. fica; correspondência em francês ou in-
mada em administração no Mountain Gulielmo Martinez: 26; solteiro; glês. E-mail: mvuezolophoba@yahoo.fr
View College; passa-tempos: todos os com diploma em gerência, agora estu- Joseph Nshimyimana: 25; solteiro;
jogos de bola e alpinismo; correspon- dando sistemas de engenharia; interes- estuda economia e administração; inte-
dência em inglês. Endereço: c/o Felizar- ses: esportes, acampar e trocar cartões resses: esportes, música cristã e fazer no-
do Ponghon; Narra Drive, Placer, Ting- postais; correspondência em espanhol. vos amigos; correspondência em francês,
bungan; Zamboanga City; FILIPINAS. Endereço: Co. Lamatepec, Zona C. Pa- inglês ou swahili. Endereço: National
Adriana U, Lapalma: 20; solteira; saje C #3; Santa Ana; O SALVADOR. University of Rwanda; B.P. 117; Butare;
estuda para um bacharelado em educa- E-mail: gem2@usa.com RUANDA; E-mail: nshph2002@yahoo.fr
ção física na Universidad Adventista del Obed Obadiah Masankwa: 24; sol- Omony Moses Nathan: 20; solteiro;
Plata; interesses: esportes, desenhar e teiro; estuda pedagogia; interesses: no- estuda medicina e cirurgia; interesses:
colecionar selos; correspondência em velas, voleibol e viajar; correspondência cantar, pesquisa e viajar; correspondên-
espanhol. Endereço: Iturraspe 2645; em inglês ou kiswahili. Endereço: c/o cia em inglês. Endereço: c/o Mr.
Santa Fé; ARGENTINA. E-mail: Mfumbiro 3/9D, Kenyatta University; Omony Norman; Finance Ministry
esmirna28@hotmail.com P.O. Box 30553; Nairobi; QUÊNIA. (T Department); P.O. Box 7031; Kampa-
Nyanjama Linet: 23; solteira; estu- Elsa da Mata: 33; solteira; diplomada la; UGANDA.
dando para um bacharelado; passatem- em educação elementar e adminstração E-mail: omonymn@yahoo.com
pos; ouvir música, viajar e fazer novos escolar; interesses: aprender acerca do Angélica Núnez: 22; solteira; com-
amigos; correspondência em inglês. En- desenvolvimento de crianças, saúde pleta um curso em educação física no
dereço: University of Nairobi; P.O. Box mental de idosos e trocar cartões pos- Instituto Superior S. Pedro; interesses:
30344; Nairobi, QUÊNIA. tais; correspondência em português e esportes, fazer novos amigos e aprender
Sandra Cristina Andrade Loioa: espanhol. Endereço: Av. Antonio Au- de outras culturas; correspondência em
27; solteira; tem diploma em psico-pe- gusto de Aguiar No. 27, 20 Esquerdo; espanhol. Endereço: Santa Marta 5338;
dagogia do Centro Universitário Ad- 1050-012 Lisboa; PORTUGAL. E-mail: CP 1665 José C. Paz, Buenos Aires; AR-
ventista de São Paulo; interesses: viajar, Taelma23@hotmail.com.br GENTINA.
aprender outras língua e fazer novos Marlionaldies Matos P.: 30; soltei- Ejira P. J. Olaka: 23; solteiro; estuda
amigos; correspondência em português. ro; agrônomo; interesses: música clássi- psicologia médica na University of Port
Endereço: Rua Teixeira de Freitas, 06; ca e trocar idéias; correspondência em Harcourt; interesses: ler, ajudar as pes-
48800-000 Monte Santo, Bahia; BRA- espanhol. Endereço: Calle Ira, entre C y soas e futebol; correspondência em in-
SIL. D #56, C. Reparto Jardín; Camaguey glês ou eleme. NIGÉRIA. E-mail:
Aireen R. Macatol: 35; solteira; di- 70100 CUBA. peejay4u@yahoo.com
plomada em educação elementar; inte- Badys Zaffita Mendoza: 32; soltei- Alfayo Ombuya: 20; solteiro; faz
resses: atividades de jovens adventistas, ra; formada em computação; interesse: um curso em ciência, especializando-se
jogos de bola e fazer novos amigos; cor- aprender sobre outros países e culturas; em química; interesses: viajar; música
respondência em inglês, tagalog ou vi- correspondência em espanhol. Endere- cristã e acampar; correspondência em
saya. Endereço: 238 Reparo St.; Baesa, ço: Calle 22 #55 entre 9 y 11; Rpto. inglês ou kiswahili. Endereço: P.O. Box
Caloocan City; FILIPINAS. Frank País Contramaestre; Santiago de 655; Kericho; QUÊNIA. E-mail:
Marie Joy Mamac: 30; casada; for- Cuba; 92100 CUBA. alphayoombuya@yahoo.com
mada em enfermagem no Mountain John Owusu Mensah: 25; solteiro; Annes Ortega R.: 23; solteira; estu-
View College; passa-tempos: tocar pia- estudante no S.D.A. Training College; dando computação; interesses: equita-
no e órgão, pintura e viajar; correspon- passa-tempos: leitura e música; corres- ção, música e desfrutar as praias; corres-
dência em inglês. Endereço: Western pondência em inglês; Endereço: P.O. Box pondência em espanhol. Endereço Cal-
Mindanao Conference; Gango, Ozamiz 18; Asokore, Koforidua, E/R; GANA. le Omar Abelle #5, Baraguá; Ciudad de
City; 7200 FILIPINAS. E-mail: jomensah2002@yahoo.com Avila; 67900 CUBA.
Kabule Manyonzo: 29; solteiro; da Rose Moragwa: 42; viúva; leciona Cecilia Ortiz C.: 41; solteira; pro-
República Democrática do Congo, estu- inglês em escola secundária; passa-tem- fessora nascida no Equador; interes-
dando sociologia na Université de Ki- pos: viajar, estudar a Bíblia e trocar idéi- ses: trocar cartões postais, trabalhar
singani; interesses: viajar, ouvir música as; correspondência em inglês. Endere- com crianças e fazer novos amigos;
e atividades de igreja; correspondência ço: Box 801; Narok; QUÊNIA. correspondência em espanhol ou in-
em francês. Endereço: c/o Maison Ka- Willard Bwalya Mvmbi: 24; soltei- glês. Endereço: Ha-Carmel #62, 2 nd
vatsi Kisingani; P.O. Box 6965; Kampa- ro; estudante de curso pre-médico; inte- floor; Door 4; Kafar-Saba; ISRAEL.
la; UGANDA. resses: cozinhar, natação e jardinagem; Luis Alberto Pacheco: 36; divorcia-
Simpson Tom Maoga: 29; casado, correspondência em inglês. Endereço: do; completa estudo em artes gráficas;
funcionário em manufatura e estudan- The University of Zambia; P.O. Box interesses: piano, flauta e pintura a
do contabilidade; interesses: aprender 32379; PR 2-16; Lusaka; ZÂMBIA. óleo; correspondência em espanhol ou
de outras culturas, desenvolver creativi- Pierre Mvuezolo: 28; solteiro; estu- inglês. Endereço: Calle 102 #13-54; Al-

Diálogo 14:3 2002 Inserção39


C
macén Juvenil; Turbo, Antioquia; CO- Apt. 403; Managuape I; 53441-310 Pau- em cuidado intensivo; interesses: ler,
LÔMBIA. E-mail: lapase@latinmail.com lista, PE; BRASIL. música e fazer novos amigos; corres-
Leysden G. Pandales H.: 20; soltei- Gloria E. Sierra H.: 27; solteira; di- pondência em espanhol. Endereço: Edi-
ra; estuda fisioterapia na Universidad plomada em enfermagem; interesses: fício 34, Apto. 13, Villa Nueva; Hol-
Especializada de las Américas; interes- acampar, música cristã e partilhar mi- guin; 80500 CUBA.
ses: aprender outras línguas, fazer no- nha fé; correspondência em espanhol.
vos amigos e colecionar fotos; corres- Endereço: Calle 68 No. 78 B - 21/23 San
pondência em espanhol. PANAMÁ. E- Pablo II, Sector de Bosa; Bogotá; COLÔM-
mail: loveangie25@hotmail.com BIA. E-mail: gloria573@hotmail.com
Tano H. Paul: 37; casado, diploma- Greicy Carolina Solano T.: 24; sol-
do em história e religião pela Andrews teira; faz cursos de administração de es-
University, lecionando no College Ad- critório e de computação na Universi-
ventiste de Bouake; interesses voleibol, dad Adventista Dominicana; interesses:
música e teatro; correspondência em viajar, música cristã e fazer novos ami-
francês ou inglês. Endereço: 01 BP gos; correspondência em espanhol. En-
1270; Bouake; 01 COSTA DO MARFIM. dereço: Autopista Duarte, Km. 741/2;
E-mail: tanohpn@:yahoo.com.fr Sonador, Bonao; REPÚBLICA DOMINI-
Mae H. Punay: 24; solteira: prepa- CANA. E-mail: gc_solano@yahoo.com
rando-se para tirar um mestrado em ge- Damaris Sosa M.: 22; solteira; tem
rência educacional; interesses: esportes, diploma de ensino pré-escolar e estuda
comunicação através do internet e inglês e computação; interesses: música
aprender acerca de outras culturas; cor- cristã, exercício físico e fazer novos
respondência em inglês e filipino. En- amigos; correspondência em espanhol.
dereço: Southern Masbate Roosevelt Endereço: Calle D#10 Entre Paseo Marti
College; Placer, Masbate; 5408 FILIPI- y José Saco; Florida del Este, Florida Ca-
NAS. E-mail: maepunay@yahoo.com e maguey; 72810 CUBA.
maepunay@hotmail.com Nadia Stieben: 21; solteira; estuda
Jenifer H. Ramas: 20; solteira; estu- engenharia de computação; interesses:
dando contabilidade no Northern Lu- história, religião, aprender de outras
zon Adventist College; interesses: tocar tradições; correspondência em espa-
violão e piano, música religiosa e parti- nhol. Endereço: Zarate 1021; 1653 Villa Convite
lhar minha fé; correspondência em in- Ballester, Buenos Aires; ARGENTINA. E-
Se você é universitário ou profissional
glês e tagalog. Endereço: Catayagan, mail: crisnatali@hotmail.com
adventista e quer ter seu nome alistado
Sta. Lucia 2712 Lloras Sur; FILIPINAS. Oseghale Eugene Sunday: 30; sol-
aqui, envie-nos a seguinte informação: (1)
Sandra R. L. Reis: 38; divorciada; teiro; estuda pedagogia e literatura in-
Seu nome completo, com o sobrenome em
professora; interesses: ajudar a outros e glesa; interesses: ler, jardinagem e nata-
apreciar a natureza; correspondência ção; correspondência em inglês. Ende- letras maísculas; (2) sua idade; (3) sexo; (4)
em português. Endereço: R. Eloy Fer- reço: c/o Amos Ibhiedu; Seventh Day estado civil; (5) estudos correntes ou diplo-
nandes, 81; Jd. Elisa Maria; 02873-600 Adventist Church Edo/Delta Mission; ma obtido e especialidade; (6) faculdade
São Paulo, SP.; BRASIL. P.O. Box 323; Benin City, Edo State; NI- ou universidade que está freqüentando ou
Simon Sackey: 28; solteiro; prepa- GÉRIA. E-mail: Pisuedo@yahoo.com da qual graduou-se; (7) três principais pas-
rando-se para ser professor no S.D.A. Gautam Tiwari : 30; solteiro; com- sa-tempos ou interesses; (8) língua(s) nas
Training College; passa-tempos: evan- pletou um curso em administração de quais quer corresponder; (9) o nome da
gelismo, música e fazer horta; corres- empresa e trabalha como professor na congregação adventista da qual é membro;
pondência em inglês. Endereço: P.O. Northeast Adventist College, Jowai, (10) seu endereço postal; (11) seu e-mail,
Box WB 127; Winneba, C/R; GANA. Meghalaya, ÍNDIA; passa-tempos: ouvir caso o tenha. Por favor, datilografe ou use
Mayelin Sánchez P.: 30, solteira; es- música, leitura e jogar cricket; corres- letra de imprensa clara. Envie esta informa-
tudando computação; interesses: apren- pondência em inglês. E-mail: ção para Dialogue Interchange; 12501 Old
der de outros países e culturas; corres- gautamtiwari@hotmail.com Columbia Pike; Silver Spring, MD 20904-
pondência em espanhol ou inglês. En- Johnson Sunday Udo: 28; solteiro; 6600, E.U.A. Você pode também usar e-
dereço: Calle Pedro Diaz Coello #54 en- médico, completou estudos na Univer- mail: ssicalo@yahoo.com Apenas pore-
tre 4ta. y Cepero Bonilla; Reparto Alex sidade da Nigéria, Nsuka; interesses: mos na lista aqueles que fornecerem os 10
Urquiola; 80600 Holguín; CUBA. música cristã, estudar a Bíblia e acam- items de informação requerida acima. Dia-
Alexandra Santos: 23, solteira; es- par; correspondência em inglês. Ende-
logue não assume responsabilidade pela
tudando enfermagem; interesses: acam- reço: No. 42 Faith Road; P.O. Box 2992;
exatidão da informação dada ou pelo con-
par, música cristã e partilhar minha fé; Uyo, Akwa Ibom State; NIGÉRIA.
teúdo da correspondência que possa resul-
correspondência em português ou espa- Bárbara Zayas A.: 38; solteira, com
tar.
nhol. Endereço: Rua 85 Qd. 62, Bl. 05, duas fiilhas; enfermeira especializada

Inserção
40 D Diálogo 14:3 2002

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