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Responsável pelo Conteúdo:

Prof Ms Avelar Cesar Imamura

Revisão Textual:
Prof. Ms. João Paulo Feliciano Magalhães
Sociologia das Organizações

Para iniciar a Unidade, acesse o item Material Didático. Em


primeiro lugar, você acessará o conteúdo com o Material
Teórico da Unidade. Lerá o texto que apresenta a “Sociologia
das Organizações”.

Em seguida, teste seus conhecimentos, respondendo as


perguntas das Atividades de Sistematização acerca do assunto
abordado.

Você encontrará também dicas de Materiais Complementares,


que enriquecerão ainda mais seu estudo sobre o tema.

Por fim, realize a Atividade de Aprofundamento da Unidade.


Ela o levará a refletir acerca da teoria estudada a partir de um
Fórum de Discussão.

Então, bom estudo e lembre-se em caso de dúvidas, estarei


em contato com você através do ambiente virtual.

Atenção

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Contextualização

No final do século XX vários acontecimentos colocaram em xeque as estratégias


organizacionais das empresas (quase todas elas baseadas no modelo fordista/taylorista).

Tivemos grandes abalos econômicos com o choque do petróleo; o surgimento de


novas tecnologias da informação; a criação de uma rede mundial de computadores: a
internet. Tudo isso colocou novos desafios para o mundo corporativo e as empresas tiveram
que rever as suas estratégias organizacionais.

Vamos iniciar esse estudo introdutório à sociologia das organizações, buscando


compreender as principais transformações no mundo corporativo na época atual.
Material Teórico

Introdução

Para a sociologia, as organizações são unidades sociais artificialmente criadas e


estruturadas com a função de obter resultados específicos que satisfaçam a necessidades de
seus clientes ou de seus participantes. Uma das formas de organização são as empresas,
cujos clientes trocam seu dinheiro pelos bens ou serviços que ela produz (BERNARDES;
MARCONDES, 2000).

A Empresa Fordista

Um tipo inovador de empresa industrial no início do século XX foi a empresa


automobilística de Henry Ford (1862-1947). Em 1903, ele criou na cidade americana de
Detroit a primeira fábrica da Ford Motor Company, durante muito tempo a maior fabricante
mundial de automóveis (PINTO, 2007).
Contrariando os empresários do ramo automobilístico da época, o objetivo de Ford era
a produção em massa da maior quantidade possível de unidades de veículos para torná-los
objeto de consumo de massa. A ideia básica era criar produtos padronizados que eram
fabricados em larga escala, diminuindo assim os custos de produção. Com os preços mais
baixos haveria aumento do consumo (PINTO, 2007). A planta industrial desse tipo de
empresa também era enorme.

Uma novidade importante introduzida por Ford foi a linha de produção em série. O
objeto do trabalho foi colocado sobre uma esteira mecânica e sobre ele era realizada uma
série de operações pelos operários da fábrica até o produto final. Isso exigia uma rígida
divisão do trabalho (PINTO, 2007). Os operários faziam operações manuais repetitivas e a
gerência cuidava da parte do planejamento, por isso esse tipo de empresa ficou conhecido
como empresa vertical.

O sistema fordista expandiu-se pelas economias capitalistas do mundo durante as duas


guerras mundiais.

A partir dos anos 1970 as economias capitalistas sofreram transformações de várias


ordens. Começando pela economia, as contas externas da maioria dos países foram
desequilibradas em meio aos choques ocasionados pelo súbito aumento de preços do petróleo
em 1973 e em 1979 (choque do petróleo) e as sucessivas valorizações e desvalorizações do
dólar impostas pelos EUA. Como consequência desse quadro, houve grandes variações nas
taxas de câmbio dos países, acentuando o processo de internacionalização econômica.
Aumentou significativamente o volume de investimentos financeiros que, por meio da
tecnologia informacional, passaram a especular sobre as flutuações cambiais (PINTO, 2007).

Essa instabilidade macroeconômica ocorreu simultaneamente com o crescimento


dos investimentos no setor de serviços, como o comércio, finanças, saúde, etc., até
novas atividades relacionadas ao entretenimento e lazer.

Essas mudanças questionaram o modelo fordista de empresa e fez surgir novas


experiências nas estratégias organizacionais das empresas.
Economia Informacional

Uma nova economia surgiu em escala global nas últimas décadas do século XX. Ela é
informacional, global e em rede em suas características fundamentais. É informacional
porque a produtividade e a competitividade das unidades ou agentes nessa economia (sejam
empresas, regiões ou nações) dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e
aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as
principais atividades produtivas, o consumo e o comércio, assim como seus componentes
(capital, trabalho, matéria-prima, administração, informação, tecnologia e mercados) estão
organizados em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes
econômicos. É rede porque, nas novas condições históricas, a produtividade é gerada, e a
concorrência é feita em uma rede global de interação entre redes empresariais. Essa nova
economia surgiu nas últimas décadas do século XX porque a revolução na tecnologia da
informação forneceu a base material indispensável para sua criação (CASTELLS, 2005).
Essa nova economia só pode surgir devido a emergência de um novo paradigma
tecnológico organizado em torno de novas tecnologias da informação, mais flexíveis e
poderosas, que possibilitam que a própria informação se torne o produto do processo
produtivo. Ao transformarem o processamento da informação, as novas tecnologias da
informação agem sobre todos os domínios da atividade humana e possibilitam o
estabelecimento de conexões infinitas entre diferentes domínios, assim como entre os
elementos e agentes dessas atividades.

Novo Paradigma Tecnológico

O conceito de paradigma tecnológico ajuda a entender a essência da


transformação tecnológica atual à medida que ela interage com a economia e a sociedade
(CASTELLS, 2005).

A primeira característica do novo paradigma é que a informação é sua matéria-prima:


são tecnologias para processar informação.
O segundo aspecto refere-se à interatividade dos efeitos das novas tecnologias. Como
a informação é parte integrante de toda atividade humana, todos os aspectos da nossa vida
são moldados pelo novo meio tecnológico.

A terceira característica refere-se à lógica de rede em qualquer sistema ou conjunto


de relações usando essas novas tecnologias da informação

Em quarto lugar, o paradigma da tecnologia da informação é baseado na


flexibilidade. Não apenas os processos são reversíveis, mas organizações e instituições
podem ser modificadas pela reorganização de seus componentes. O que distingue a
configuração do novo paradigma tecnológico é sua capacidade de reconfiguração, um aspecto
decisivo em uma sociedade caracterizada por constante mudança e fluidez organizacional.

A quinta característica dessa revolução tecnológica é a crescente convergência de


tecnologias para um sistema altamente integrado. Assim, a microeletrônica, as
telecomunicações, a optoeletrônica e os computadores são todos integrados nos sistemas de
informação. As telecomunicações agora são apenas uma forma de processamento da
informação. As tecnologias de transmissão e conexão estão cada vez mais diversificadas e
integradas na mesma rede operada por computadores: a internet (CASTELLS, 2005).

A empresa horizontal e as Redes Globais de Empresas


A própria empresa mudou seu modelo organizacional para adaptar-se às condições de
imprevisibilidade introduzidas pela rápida transformação econômica e tecnológica. A principal
mudança pode ser caracterizada como a mudança de burocracias verticais para a empresa
horizontal. A empresa horizontal é uma rede dinâmica e estrategicamente planejada de
unidades autocomandadas com base na descentralização, participação e coordenação. Essa
transformação do modelo corporativo, especialmente visível nos anos 1990 em algumas
importantes empresas norte-americanas, acompanha a percepção dos limites do modelo da
produção enxuta experimentado na década de 1980. Esse modelo enxuto (chamado pelos
seus críticos de enxuto e perverso) dependia fundamentalmente da economia de mão de obra,
usando uma combinação de automação, controle computadorizado de trabalhadores,
terceirização de trabalho e redução da produção (CASTELLS, 2005).

Para operar na nova economia global, caracterizada pela onda de novos concorrentes
que usam novas tecnologias e capacidade de redução de custos, as grandes empresas tiveram
de se tornar principalmente mais eficientes que econômicas. As estratégias de formação de
redes dotaram o sistema de flexibilidade, mas não resolveram o problema da adaptabilidade
da empresa. Para conseguir absorver os benefícios da flexibilidade das redes, a própria
empresa teve de tornar-se uma rede e dinamizar cada elemento de sua estrutura interna:
esse é na essência o significado e o objetivo do modelo da empresa horizontal,
frequentemente estendida na descentralização de suas unidades e na crescente autonomia
dada a cada uma delas, até mesmo permitindo que concorram entre si, embora dentro de
uma estratégia global comum.

Empresa em Rede
As novas trajetórias organizacionais não foram consequências automáticas da
transformação tecnológica. Algumas delas precederam o surgimento das novas tecnologias da
informação. Por exemplo, o sistema kan-ban foi introduzido na Toyota pela primeira vez em
1948 e sua implantação não precisou de conexões eletrônicas on-line. As instruções e as
informações eram escritas em cartões padronizados, colocados em diferentes pontos de
trabalho e trocados entre fornecedores e operadores da fábrica. A maior parte dos métodos de
envolvimento de trabalhadores experimentados pelas empresas japonesas, suecas e norte-
americanas exigia mais mudança de mentalidade do que mudança de máquinas. O
obstáculo mais importante na adaptação da empresa vertical às exigências de flexibilidade da
economia global era a rigidez das culturas corporativas tradicionais. Na década de
1980, nos Estados Unidos, uma tecnologia nova era com frequência considerada um
dispositivo para economizar mão de obra e oportunidade de controlar os trabalhadores e não
um instrumento de transformação organizacional (CASTELLS, 2005).

Desse modo, a transformação organizacional ocorreu independentemente da


transformação tecnológica, como resposta à necessidade de lidar com um ambiente
operacional em constante mudança. No entanto, uma vez iniciada, a realização da
transformação organizacional foi intensificada pelas novas tecnologias da informação.

A capacidade de empresas de pequeno e médio porte de se conectarem em redes,


entre si e com grandes empresas, também passou a depender da disponibilidade de novas
tecnologias, uma vez que as redes e as operações diárias tornaram-se global.

As grandes empresas ficariam simplesmente impossibilitadas de lidar com a


complexidade da rede de alianças estratégicas, dos acordos de subcontratação e do processo
decisório descentralizado sem o desenvolvimento da internet. Foi devido à necessidade de
utilização de redes pelas novas organizações – grandes e pequenas – que os computadores
pessoais e as redes de computadores foram amplamente difundidos. E em razão da
necessidade geral de manipulação flexível e interativa de computadores, o segmento de
software tornou-se o mais dinâmico do setor e da atividade ligada à produção de informação
e está moldando os processos de produção e gerenciamento (CASTELLS, 2005).

Nessas condições, a cooperação e os sistemas de rede oferecem a única possibilidade


de dividir custos e riscos, bem como de manter-se em dia com a informação constantemente
renovada. Mas as redes também atuam como porteiros. Dentro delas, novas oportunidades
são criadas o tempo todo. Fora das redes, a sobrevivência fica cada vez mais difícil. Com a
rápida transformação tecnológica, as redes – não as empresas – tornaram-se a
unidade operacional real. Em outras palavras, mediante a interação entre a crise
organizacional e a transformação e as novas tecnologias da informação, surgiu uma nova
forma organizacional como característica da economia informacional global: a empresa em
rede.
Por que a empresa em rede é a forma organizacional da economia informacional
global? Uma resposta fácil é dizer que é o que surgiu no período de formação da nova
economia e é o que parece estar atuando. Mas é intelectualmente mais satisfatório entender
que essa atuação parece estar de acordo com as características da economia informacional:
organizações bem-sucedidas são aquelas capazes de gerar conhecimentos e processar
informações com eficiência; adaptar-se às flutuações da economia global; ser flexível o
suficiente para transformar seus meios tão rapidamente quanto mudam os objetivos sob o
impacto da rápida transformação cultural, tecnológica e institucional; e inovar, já que a
inovação torna-se a principal arma competitiva. Essas são, na verdade, as características do
novo sistema econômico. Nesse sentido, a empresa em rede concretiza a cultura da economia
informacional global: transforma sinais em commodities, processando conhecimentos
(CASTELLS, 2005).

Novas estratégias organizacionais das empresas

A reestruturação econômica dos anos 1980 induziu várias estratégias


reorganizacionais nas empresas. Alguns analistas dizem que a crise econômica da década
de 1970 resultou da exaustão do sistema de produção em massa. Para outros, a difusão de
novas formas organizacionais foi a resposta à crise de lucratividade do processo de
acumulação de capital. Outros sugerem uma evolução de longo prazo do fordismo ao pós-
fordismo como expressão de uma transformação das relações entre produção e produtividade
de um lado e consumo e concorrência de outro. Outros ainda salientam a inteligência
organizacional, o aprendizado organizacional e a administração dos conhecimentos como
elementos principais das novas empresas da Era da Informação (CASTELLS, 2005).
Essas interpretações das principais transformações organizacionais nas últimas décadas
mostram uma excessiva propensão a fundir em uma única tendência vários processos de
transformação que são diferentes. É preciso considerar o desenvolvimento de diferentes
trajetórias organizacionais, ou seja, de procedimentos voltados para o aumento da
produtividade e competitividade no novo paradigma tecnológico e na nova economia
informacional global.

Vejamos abaixo algumas dessas novas trajetórias organizacionais.

a) Da produção em massa à produção flexível

A primeira e mais abrangente tendência de evolução organizacional é a transição da


produção em massa para a produção flexível, ou do fordismo ao pós-fordismo. O
modelo de produção em massa fundamentou-se em ganhos de produtividade obtidos por
economias de escala em um processo mecanizado de produção padronizada com base em
linhas de montagem, sob as condições de controle de um grande mercado por uma forma
organizacional específica: a grande empresa estruturada nos princípios de integração vertical e
na divisão social e técnica institucionalizada de trabalho. Esses princípios estavam inseridos
nos métodos de administração de Taylor e na organização científica do trabalho adotado por
Henry Ford (CASTELLS, 2005).

Quando a demanda de quantidade e qualidade tornou-se imprevisível; quando os


mercados ficaram mundialmente diversificados e, portanto, difíceis de ser controlados; e
quando o ritmo da transformação tecnológica tornou obsoletos os equipamentos de produção
com objetivo único, o sistema de produção em massa ficou muito rígido e dispendioso para as
características da nova economia. O sistema produtivo flexível surgiu como uma possível
resposta para superar essa rigidez.

Sistemas flexíveis de produção em grande volume, geralmente ligados a uma situação


de demanda crescente de determinado produto, coordenam grande volume de produção,
permitindo economias de escala e sistemas de produção personalizada reprogramável. As
novas tecnologias permitem a transformação das linhas de montagem típicas da grande
empresa em unidades de produção de fácil programação que podem atender às
variações do mercado (flexibilidade do produto) e das transformações tecnológicas
(flexibilidade do processo) (CASTELLS, 2005).

b) A crise da grande empresa e a flexibilidade da pequena empresa

A segunda tendência identificável é a crise da grande empresa e a flexibilidade das


pequenas e médias empresas como agentes de inovação e fontes de criação de
empregos. Para alguns autores, a crise da empresa de grande porte é consequência da crise
da produção padronizada em massa. O renascimento da produção personalizada e da
especialização flexível seria mais bem recebido pelas pequenas empresas (CASTELLS, 2005).
Essa tese sofre críticas com base em dados dos Estados Unidos, Europa ocidental e
Japão, onde as empresas de grande porte continuam a concentrar uma proporção crescente
de capital e de mercados em todas as principais economias. As empresas de pequeno e médio
porte em geral continuam sob o controle financeiro, comercial e tecnológico das grandes.
Além de que as pequenas empresas são menos avançadas tecnologicamente e menos capazes
de introduzir inovações tecnológicas no processo e no produto do que as empresas maiores.

As empresas de grande porte tiveram que mudar suas estruturas


organizacionais. Algumas das mudanças implicaram o uso crescente da subcontratação
de pequenas e médias empresas, cuja vitalidade e flexibilidade possibilitavam ganhos de
produtividade e eficiência para as grandes empresas.

Então, ao mesmo tempo, é verdade que as empresas de pequeno e médio porte


parecem ser formas de organização bem adaptadas ao sistema produtivo flexível da economia
informacional e também é certo que seu dinamismo surge sob o controle das grandes
empresas, as quais permanecem no centro da estrutura do poder econômico na nova
economia global. Não estamos testemunhando o fim das poderosas empresas de
grande porte, mas estamos, sem dúvida, observando a crise do modelo corporativo
tradicional baseado na integração vertical e no gerenciamento funcional hierárquico
(CASTELLS, 2005).

c) Toyotismo

Uma terceira evolução diz respeito a novos métodos de gerenciamento, a maior


parte deles vindas de empresas japonesas, embora em alguns casos tivessem sido testados em
outros países. O enorme sucesso em produtividade e competitividade obtido pelas
companhias automobilísticas japonesas foi, em grande medida, atribuído a essa revolução
administrativa. O toyotismo se opõe ao fordismo, como a nova fórmula de sucesso, adaptada
à economia global e ao sistema produtivo flexível. O modelo original japonês tem sido muito
imitado por outras empresas frequentemente levando a enorme melhoria no desempenho
dessas empresas em comparação ao sistema industrial tradicional. Alguns elementos desse
modelo são bem conhecidos: sistema de fornecimento kan-ban (ou just-in-time), no qual os
estoques são eliminados ou reduzidos mediante entregas pelos fornecedores no momento
certo; controle de qualidade total dos produtos ao longo do processo produtivo; envolvimento
dos trabalhadores por meio de trabalho em equipe, iniciativa descentralizada, maior
autonomia na tomada de decisão, recompensa pelo desempenho das equipes e hierarquia
administrativa horizontal, com poucos símbolos de status na vida diária da empresa
(CASTELLS, 2005).

A verdadeira natureza diferencial do toyotismo em relação ao fordismo não diz respeito


às relações entre as empresas, mas entre os gerentes e os trabalhadores. O gerenciamento
japonês pode ser considerado pós-fordista? Sem dúvida, não é nem pré, nem pós-fordista,
mas um modo original e novo de gerenciamento de processo de trabalho: a característica
central e diferenciadora do método japonês foi abolir a função de trabalhadores profissionais
especializados para torná-los especialistas multifuncionais.

d) Formação de redes entre empresas

Consideremos agora duas outras formas de flexibilidade organizacional na experiência


internacional, caracterizada por conexões entre empresas: a) o modelo de redes
multidirecionais posto em prática por empresas de pequeno e médio porte e; b) o modelo
de licenciamento e subcontratação de produção sob o controle de uma grande empresa
(CASTELLS, 2005).

As pequenas e médias empresas muitas vezes ficam sob o controle de sistemas de


subcontratação ou sob o domínio financeiro/tecnológico de grandes empresas. No entanto,
muitas vezes elas também tomam a iniciativa de estabelecer relações em redes com várias
empresas grandes e/ou com outras menores e médias, encontrando nichos de mercado e
empreendimentos cooperativos. Podemos lembrar as indústrias de Hong Kong. Seu
sucesso no setor de exportação baseou-se por um longo período (entre o final dos anos 1950
e o início da década de 1980) em redes de pequenos negócios domésticos competindo na
economia mundial. Mais de 85% das exportações de produtos manufaturados em Hong
Kong, até o início da década de 1980, eram fabricados em empresas familiares, 41 % das
quais eram pequenas empresas com menos de cinquenta trabalhadores. A maior parte delas
não era subcontratada de empresas maiores, mas exportava por intermédio da rede de
empresas importadoras/exportadoras de Hong Kong.

Um tipo diferente de rede produtiva é a exemplificada no chamado Modelo


Benetton. A malharia italiana, multinacional da região de Veneto, opera com franquias
comerciais e conta com milhares de lojas em todo o mundo para a distribuição exclusiva de
seus produtos, sob o mais rígido controle da empresa principal. Uma central recebe feedback
on-line de todos os pontos de distribuição e mantém o suprimento de estoque, bem como
define as tendências de mercado em relação a formas e cores. O modelo de redes também é
eficaz no nível da produção, fornecendo trabalho a pequenas empresas e domicílios na Itália e
em outros países do Mediterrâneo (CASTELLS, 2005).

e) Alianças corporativas estratégicas

Outro modelo organizacional que está surgindo nos últimos anos refere-se à
interligação de empresas de grande porte no que passou a ser conhecido como alianças
estratégicas. Essas alianças são muito diferentes das formas tradicionais de cartéis e outros
acordos oligopolistas porque dizem respeito a épocas, mercados, produtos específicos e não
excluem a concorrência em todas as áreas não cobertas pelos acordos. Foram especialmente
relevantes nos setores de alta tecnologia, à medida que os custos de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) aumentaram muito e o acesso a informações privilegiadas tornou-se
cada vez mais difícil em um setor em que a inovação representa a principal arma competitiva.
O acesso a mercados e a recursos de capital é frequentemente trocado por tecnologia e
conhecimentos industriais (CASTELLS, 2005).

Em outros casos, duas ou mais empresas empregam esforços conjuntos para


desenvolver um novo produto ou aperfeiçoar uma nova tecnologia, em geral sob o
patrocínio de governos ou órgãos públicos. A estrutura das indústrias de alta tecnologia em
todo o mundo é uma teia cada vez mais complexa de alianças, acordos e joint ventures em
que a maioria das grandes empresas está interligada. Essas conexões não impedem o
aumento da concorrência. Ao contrário, as alianças estratégicas são instrumentos decisivos
nessa concorrência, com os parceiros de hoje tornando-se os adversários de amanhã, embora
a colaboração em determinado mercado esteja em contraste com a luta feroz pela fatia de
mercado em outra região do mundo.

Essas novas tendências organizacionais ainda estão em curso, moldando os produtos, a


sociedade, a cultura e até a maneira de pensar e de agir dos indivíduos. Estamos observando,
ainda surpresos, essa nova Era da Informação e todos os seus desdobramentos tecnológicos e
comportamentais.
Material Complementar

Você vai encontrar material sobre a Unidade nos links abaixo:

http://www.emco.com.br/PDF/empresa_rede.pdf

http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a15.pdf

http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A066.pdf

http://www.hp.com/latam/br/pyme/solucoes/may_solucoes_03.html

http://www.scielo.br/pdf/soc/n8/n8a15.pdf

http://read.adm.ufrgs.br/edicoes/pdf/artigo_293.pdf
Referências

BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo C. Sociologia aplicada à administração,


5.ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede, 8.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo


e toyotismo. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Anotações
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