Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Este artigo é resultado de uma revisão teórica sobre a Política Nacional de Juventude (PNJ) e tem
como premissa a necessidade de maior reflexão sobre esse tema, considerando os graves pro-
blemas enfrentados pelos jovens na atualidade. Apresenta, inicialmente, alguns comentários
sobre o significado da juventude para a sociedade contemporânea e, logo a seguir, alguns dados
sobre a situação da juventude brasileira, destacando a premência de políticas públicas adequa-
das às necessidades específicas das diferentes juventudes. Após essa breve contextualização, é
realizada uma abordagem sobre a gênese e o desenvolvimento dessa política, e apresentado o
mapeamento dos programas nacionais existentes atualmente. Encerra a exposição com uma
análise sobre a atual PNJ e com a indicação de alguns desafios para a sua consolidação.
PALAVRAS-CHAVE: juventude, jovens, política nacional de juventude, programas nacionais de ju-
ventude, políticas públicas
663
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
664
Roselani Sodré da Silva,
Vini Rabassa da Silva
Desse total, 14 milhões vivem em famílias com ren- ou desempregados, expulsos do meio rural por
falta de alternativas, submetidos à violência, que
da familiar per capita de até meio salário mínimo sofrem e praticam, que têm inúmeros de seus
(PNAD, 2007). Estudos do IBGE/PNAD (2007) direitos negados. Falamos de jovens negros (as),
que sofrem o racismo e os efeitos da escravidão.
apontam que quase a metade dos desempregados
Excluídos (as) do mercado de trabalho, do siste-
do país é jovem. Esses dados se agravam a partir ma de ensino e vítimas preferenciais da violên-
da constatação de que, em média, os trabalhado- cia e do genocídio praticado pelo estado. Fala-
mos de jovens das mais diferentes expressões
res jovens ganham menos da metade do que rece- sexuais, ainda marcadas pela intolerância e pelo
bem os adultos (PNAD, 2006). Metade dos 54% desrespeito. De jovens estudantes de escolas pú-
blicas completamente desestruturadas, sem pro-
que estão empregados trabalha sem carteira assi-
fessores, esquecidas pelo poder público. De jo-
nada. Ou seja, do total de jovens, apenas 27% têm vens universitários pobres sem qualquer políti-
emprego com carteira assinada e, portanto, direi- ca de permanência que garanta os estudos. De
jovens que não têm perspectivas de ingressar na
tos trabalhistas e previdenciários assegurados universidade. Falamos de jovens excluídos dos
(IPEA, 2008). espaços de participação e de poder (Rio Grande
do Sul. Assembléia Legislativa, 2010, p.2).
A violência é outro fator que vem atingindo
a população juvenil. Atualmente, mais de 70% da
Assim, essas organizações juvenis, nesse
população carcerária2 do país é constituída por
trecho introdutório, expressam a tendência em
indivíduos que pertencem a essa faixa etária. O
caracterizar a juventude atual como uma fase da
acesso, a permanência e o êxito na educação tam-
vida na qual a maioria de seus integrantes entra
bém representam algumas das dificuldades dos
em confronto com várias manifestações da ques-
jovens nessa área, principalmente daqueles das
tão social, indicando que as desigualdades econô-
classes de baixa renda. Apenas 13% do total estão
micas, sociais e culturais dividem esse segmento
cursando o ensino superior e 70% dos considera-
em duas juventudes distintas: os que conseguem
dos pobres são negros (IPEA, 2008). Somam-se a
usufruir da condição de “ser jovem” e os que pas-
esses dados os problemas que eles enfrentam na
sam da infância diretamente à condição de vida
área da saúde – a contaminação pelo HIV/AIDS, as
adulta, inserindo-se no mercado de trabalho for-
DSTs e a gravidez não planejada, o uso de drogas
mal ou informal precocemente, ou, ainda, ingres-
lícitas e ilícitas – e, em outras áreas, como a da
sando no mundo da marginalidade.
cultura. A escassez de oportunidades de acesso a
Ainda, nesse Pacto da Juventude Gaúcha,
espaços e produções culturais leva os jovens
na análise das quinze demandas apresentadas no
despenderem seu tempo ocioso em atividades ina-
documento,3 é possível perceber claramente que
dequadas e perigosas.
os jovens “exigem” políticas públicas exclusivas
Em maio de 2010, organizações de juventu-
para o segmento jovem e focalizadas nos grupos CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
de do Estado do Rio Grande do Sul, participantes
menos favorecidos. Chama a atenção a frequência
do encontro realizado pela Assembleia Legislativa,
do uso da palavra “exigimos” na argumentação de
que tratou das políticas públicas para a juventu-
onze das demandas apresentadas, refletindo a cons-
de, lançaram o Pacto da Juventude Gaúcha, inclu-
ciência desses jovens do seu papel como sujeitos
indo, no texto introdutório, várias situações
de direitos. Negando a condição que lhes é atribu-
vivenciadas pela juventude na atualidade.
ída, muitas vezes, de expectador passivo, eles cla-
De que jovens estamos falando? Falamos de jo-
vens que, em sua maioria, estão subempregados 3
O Pacto da Juventude Gaúcha apresenta quinze propos-
tas contemplando as áreas da: Educação – Ensino Bási-
2
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional, co; Educação - Assistência estudantil; Saúde; Seguran-
do Ministério da Justiça (DEPEN), os presídios brasilei- ça Pública; Trabalho; Juventude Camponesa; Comuni-
ros abrigam 440 mil detentos em 1.134 prisões, sendo cação; Igualdade Racial; Direito à Cidade; Cultura; Espor-
que mais de 280 mil (cerca de 70%) são jovens entre 18 te; Educação – Universidades; Diversidade sexual; Parti-
e 29 anos, que não completaram o ensino fundamental, cipação; Jovens Mulheres. Mais detalhes sobre as pro-
incluindo cerca de 10% de analfabetos. postas buscar no site www.al.rs.gov.br/Download/CCDH/
www.projovemurbano.gov.br/site/interna.Noticias Pacto_Juventude_Gaucha.PDF.
665
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
mam pelo direito de serem protagonistas na cons- Menor (SAM) e, em 1964, a Fundação Nacional
trução de políticas públicas e corroboram as con- do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), responsá-
siderações apresentadas pela UNESCO (2004, vel pela Política Nacional de Bem-Estar do Menor
p.20), “... de que políticas de juventudes compre- (PNBEM). A concepção político-social implícita
endem, de fato, políticas de/para/com juventudes”. nessa lei era de um instrumento de controle social
Convém destacar que muitas demandas da infância e da adolescência, vítima de omissão e
apresentadas pela juventude não são exclusivas transgressão da família, da sociedade e do Estado
desse segmento, uma vez que decorrem da questão em seus direitos básicos. Conforme a UNESCO
social na contemporaneidade. Portanto, deve-se ter (2004), a lógica que fundamentava a Política Naci-
o cuidado de não construir uma imagem de onal do “menor” era a do “saneamento social”, pois
vitimização desse segmento social associada a preocupação principal era com a garantia da or-
meramente à questão geracional. dem social e não com o atendimento das necessi-
dades e direitos desse segmento social. Nesta dire-
ção, Motta Jr. (2001) observa que:
GÊNESE E DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA
DA JUVENTUDE Para adequar o Código de Menores ao Código Penal
de 1940, o Decreto Lei nº 6 026, de 24 11 1943
dispôs “sobre as medidas aplicáveis aos menores
Internacionalmente, a discussão mais efeti- de 18 anos pela prática de fatos considerados infra-
ções penais”, que distinguia os menores infratores
va sobre a importância do segmento juvenil, den-
de 14 a 18 anos em duas classes, conforme de-
tro das políticas públicas, surge a partir dos com- monstrassem ou não periculosidade (p.147).
promissos firmados pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em 1965, na Declaração sobre a O reconhecimento da necessidade de polí-
Promoção entre a Juventude dos Ideais da Paz, Res- ticas públicas de caráter geracional para a juventu-
peito Mútuo e Compreensão entre os povos. Essa de, tendo como diretriz a concepção de adolescen-
temática retorna e ganha maior visibilidade, em tes e jovens como sujeitos de direitos, é recente.
1985, com a instituição pela ONU do primeiro Ano No Brasil, o reconhecimento da criança e do ado-
Internacional da Juventude: Participação, Desen- lescente como prioridade nacional foi uma con-
volvimento e Paz. Somente dez anos depois, em quista dos movimentos sociais iniciados a partir
1995, foram construídas as estratégias internacio- dos anos de 1980, que culminaram com a realiza-
nais de enfrentamento dos desafios da juventude, ção, em 1985, do “Encontro Nacional de Grupos
por meio do Programa Mundial de Ação para a de Trabalhos Alternativos e a Criação do Movi-
CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
Juventude (PMAJ), aprovado na Assembleia Geral mento Meninos e Meninas de Rua” (Lopes; Silva;
das Nações Unidas, pela Resolução nº 50/1981. Malfitano, 2006). Finalmente, em 1988, a Consti-
Posteriormente, destacam-se a Declaração de Lis- tuição Federal incluiu no, Art.227, crianças e ado-
boa sobre a Juventude, lançada após a I Conferên- lescentes como sujeitos de direitos.
cia Mundial de Ministros Responsáveis pelos Jo- Por parte do Governo Federal, esse tema
vens, em 1998, e o Plano de Ação de Braga, com passou a tomar força a partir de 1989, quando o
origem no Fórum Mundial de Juventude do Siste- Brasil, um dos países signatários da Convenção
ma das Nações Unidas (IPEA et al, 2009). da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre
No Brasil, é possível considerar o Código os Direitos da Criança, comprometeu-se a adotar
de Menores, sancionado em 12 de outubro de medidas para efetivar os direitos reconhecidos por
1927, pelo Decreto nº 17 943, como o marco legal essa Convenção. A instituição do Estatuto da Cri-
que deu início à ação do Estado em políticas para ança (ECA, Lei nº 8.069), em junho de 1990, re-
a juventude. Sob a inspiração desse Código, fo- presentou um grande avanço na defesa dos direi-
ram criados, em 1941, o Serviço de Assistência ao tos da criança e do adolescente.
666
Roselani Sodré da Silva,
Vini Rabassa da Silva
Com a Constituição de 1988, a Convenção sobre Grupo Técnico “Cidadania dos Adolescentes”,
os Direitos da Criança de 1989 e o Estatuto da
Criança e do Adolescente de 1990, introduziu- constituído por várias entidades públicas e priva-
se, na cultura jurídica brasileira, um novo das e organizações da sociedade civil, entre elas a
paradigma inspirado pela concepção da criança
Ação Educativa, por iniciativa do Fundo das Na-
e do adolescente como verdadeiros sujeitos de
direito, em condição peculiar de desenvolvimen- ções Unidas para a Infância (UNICEF), formulou
to (Lopes; Silva; Malfitano, 2006, p.119). um conjunto de propostas para a criação de uma
política de adolescentes. Esse trabalho envolveu
Embora os termos jovem e juventude não mais de 1.500 participantes de todas as regiões do
tenham sido inseridos tanto no artigo referente aos país, por meio de teleconferências.
direitos e garantias fundamentais da Constituição As propostas foram apresentadas, primei-
de 1988, nem no ECA, no qual aparece apenas a ro, aos candidatos à eleição presidencial de 2002.
categoria adolescentes, incluindo somente os jo- Posteriormente, em 2003, o Grupo Técnico Cida-
vens da faixa etária dos 15 aos 18 anos incomple- dania dos Adolescentes enviou um conjunto de
tos, esses instrumentos serviram de suporte para propostas ao Ministério da Educação, da Cultura,
o estabelecimento de condições legais na do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho, Espor-
“reformulação das políticas públicas em favor da te e Assistência Social. No decorrer das discus-
infância e da juventude” (Lopes; Silva; Malfitano, sões, foi sendo desenvolvida a percepção da ne-
2006, p.119). É importante salientar que, mesmo cessidade de construir políticas públicas específi-
atendendo só a uma parcela da população jovem, cas para o segmento da juventude, ou seja, políti-
os adolescentes, com a criação do ECA, em 1990, cas que atendessem aos jovens da faixa etária além
a juventude começou a ter maior visibilidade e da reconhecida como adolescência. Assim, reali-
atenção das políticas públicas. zou-se uma nova etapa de discussão, denominada
O Brasil passou a adotar uma nova cultura de Projeto Juventude.
jurídica, pois, “pela primeira vez em nossa histó- Motivado pelas demandas apresentadas por
ria, as crianças e os adolescentes deixaram de ser tais movimentos, ainda em 2003 começa a trami-
objetos e se tornaram sujeitos de Direito. O ECA tar, no Congresso Nacional, o Projeto de Emenda
veio substituir a doutrina da situação irregular’ pela Constitucional – PEC nº 138/2003, que dispunha
‘doutrina da atenção integral’”4 (2006, p.119). sobre a proteção dos direitos econômicos, sociais
Porém, apesar dos avanços conquistados, os e culturais da juventude, ou seja, objetivava ga-
governos e a sociedade continuaram focalizando as rantir, para esse segmento, os direitos constitucio-
suas ações nos adolescentes dentro da faixa etária nais já assegurados às crianças, adolescentes e ido-
do ECA e naqueles excluídos de seus direitos soci- sos. Essa iniciativa representou o reconhecimento CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
ais (Sposito; Carrano, 2008). Os jovens acima des- da importância do segmento para a elaboração de
sa faixa etária pouco se têm beneficiado de políticas políticas públicas, reconhece esse grupo como
específicas, sendo atendidos pelas políticas públi- sujeitos detentores de direitos.
cas voltadas para a comunidade em geral. Nesse mesmo ano, a Câmara Federal estabe-
A partir do ano 2000, começaram a se in- leceu a Comissão Especial de Juventude, com a
tensificar os estudos sobre a juventude brasileira. atribuição de realizar uma ampla discussão com a
Destacaram-se, nesse período, discussões, estudos sociedade para identificar e indicar os elementos
e pesquisas da UNESCO; da Ação Educativa, As- essenciais à construção do Plano Nacional de Ju-
sessoria, Pesquisa e Informação; do IPEA; do Ins- ventude e do Estatuto da Juventude, bem como a
tituto Cidadania e de Universidades. Em 2001, o indicação ao Governo Federal da necessidade de
4
Não se pretende, neste estudo, aprofundar a análise do
criar um órgão federal gestor da política nacional
Código de Menores. Para uma visão mais abrangente de juventude.
desse tema, ver artigo de Lopes, Silva e Malfitano, publi-
cado na Revista HISTEDBR on-line, nº 23, set. 2006.
667
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
Em 2004, começaram a tramitar, na Câmara Juventude (PNJ), os jovens da faixa etária dos 15
dos Deputados, dois projetos de lei tratando desse aos 29 anos passaram a ser considerados sujeitos
tema: o Projeto de Lei – PL nº 4.529, que dispunha de direitos. Conforme o CONJUVE et al (2006), é
sobre o Estatuto da Juventude, e o PL nº 4.530, necessário reconhecer os jovens como “... sujeitos
que visava a estabelecer o Plano Nacional de de direitos e promotores e destinatários de políticas
Juventude, aprovado pela Comissão Especial de públicas”. Identificando a importância do reconhe-
Juventude da Câmara dos Deputados e aguardando cimento do papel dos jovens como agentes ativos e
votação em plenário. autônomos, “... o reconhecimento dos seus direi-
Atendendo às demandas apresentadas pela tos deve estar alicerçado em uma perspectiva ampla
sociedade civil organizada e pela Câmara de Deputa- de garantia de uma vida social plena e de promoção
dos, a Secretaria-Geral da Presidência da República de sua autonomia” (CONJUVE et al, 2006, p.7).
formou, nesse mesmo ano, um Grupo Interministerial Segundo as conclusões do diagnóstico ela-
constituído pela representação de 19 Ministérios. Esse borado pelo Grupo Interministerial sobre os pro-
grupo encarregou-se de realizar um estudo sobre os gramas federais e as condições socioeconômicas
programas e projetos federais existentes e de identifi- dos jovens brasileiros, para a Política Nacional de
car as necessidades sociais, econômicas e culturais Juventude poder avançar no atendimento dos di-
dos jovens brasileiros, com o propósito de subsidiar reitos fundamentais desse segmento social, o país
os debates para a construção da Política e do Plano precisaria enfrentar os seguintes desafios: a) am-
Nacional de Juventude. pliar o acesso ao ensino e a permanência em esco-
Em junho de 2005, a criação da Secretaria las de qualidade; b) erradicar o analfabetismo; c)
Nacional de Juventude (SNJ), do Conselho Nacional gerar trabalho e renda; d) preparar para o mundo
de Juventude (CONJUVE) e do Programa Nacional do trabalho; e) promover uma vida saudável; f)
de Inclusão de Jovens (Projovem, Lei nº 11.129), democratizar o acesso ao esporte, ao lazer, à cultu-
representou um novo momento para a juventude ra e à tecnologia da informação; g) promover os
brasileira. O CONJUVE representa um importante direitos humanos e as políticas afirmativas; h) es-
canal de diálogo entre a representação juvenil e o timular a cidadania e a participação social; i) me-
governo federal, e tem como objetivo assessorar a lhorar a qualidade de vida no meio rural e nas
Secretaria Nacional de Juventude na elaboração, comunidades tradicionais.
desenvolvimento e avaliação das políticas de A proposta de Plano Nacional de Juventu-
juventude. Conforme informações do Guia de de, construída após um grande debate nacional
Políticas Públicas de Juventude (2006), compete com as juventudes, promovido pela Câmara de
CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
668
Roselani Sodré da Silva,
Vini Rabassa da Silva
por exemplo, o item 2.3.2, que trata do no mapeamento, os Ministérios ou Órgãos Fede-
Protagonismo e Organização Juvenil, define que o rais parceiros no desenvolvimento dos Programas,
“Protagonismo quer dizer, então, lutador princi- sendo indicado apenas o principal órgão respon-
pal, personagem principal. Portanto, protagonismo sável. É importante considerar, também, haver pro-
juvenil significa que o jovem tem de ser o ator gramas estruturantes, de atendimento geral à co-
principal em todas as etapas das propostas a se- munidade como, por exemplo, os voltados para
rem construídas ao seu favor.” (PL nº 4530/2004) educação, ampliação do acesso e permanência es-
Dessa forma, ele indica a inserção dos jovens no colar de jovens – Programa Brasil Alfabetizado,
processo de construção, acompanhamento e avali- Programas de Expansão do Ensino Médio e Supe-
ação das políticas públicas. rior, Programa Nacional do Livro Didático para o
Finalmente, ocorreu no dia 07 de julho de Ensino Médio (PNLEM), entre outros. Porém eles
2010, no Senado Federal, a votação e a aprovação não foram incluídos no mapeamento, pois a PNJ
da PEC nº 042/2008, acompanhada por um amplo congrega apenas os programas focalizados nos jo-
movimento da juventude organizada, conhecida vens de famílias em situação de risco e de
como PEC da Juventude, oriunda da Câmara de vulnerabilidade social.
Deputados como PEC nº 138/2003. A expectativa,
agora, é pelo avanço na atualização e aprovação do
Plano Nacional de Juventude e do Estatuto Nacio- BREVE ANÁLISE SOBRE A POLÍTICA DA
nal de Juventude, pois, conforme destaca Cury JUVENTUDE NO BRASIL
(2009), o principal desafio da PNJ é ser transfor-
mada em uma política pública de Estado e ter ga- Na análise dos programas da PNJ, observa-
rantida a sua continuidade, independentemente se que a educação é a área com um número maior
da vontade do governante que esteja no poder. de ofertas, incluindo programas voltados para o
aumento da escolaridade ou reinserção escolar
(PROEJA, PROUNI, Projovem Campo, Projovem
PROGRAMAS NACIONAIS DE JUVENTUDE Urbano e Pronaf Jovem). Contam-se, ainda, aque-
les voltados para outras áreas, mas desenvolvidos
Um levantamento realizado nos diferentes através de instituições educacionais (Projeto
Ministérios permitiu identificar 20 programas naci- Rondon, Programa Escola Aberta, Segundo Tem-
onais de juventude, distribuídos em três categorias po, Juventude e Meio Ambiente, SPE e PSE). Cons-
de atendimentos: universais, atrativos e exclusivos. tata-se haver baixa oferta de oportunidades nas
Destaca-se que esse número de programas pode ser áreas da cultura e do meio ambiente, com apenas CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
reduzido se o recorte da faixa etária for acima dos um programa cada (Cultura Viva – Pontos de Cul-
18 anos, constituída pelo segmento ainda não con- tura e Juventude e Meio Ambiente) e a área dos
templado por políticas sociais específicas. esportes com apenas dois programas (Segundo
Apresenta-se, em anexo, o mapeamento re- Tempo e Bolsa Atleta).
sultante do levantamento realizado, identificando Constata-se, também, que, em relação ao for-
o objetivo, as ações previstas, a faixa etária a que talecimento da participação e cidadania, apenas três
se destina e o órgão responsável pelos programas programas têm entre seus objetivos a participação
identificados.5 juvenil (Projovem Adolescentes, Projovem Urbano
Convêm salientar que não foram citados, e o Programa Juventude e Meio Ambiente). E seis
programas apresentam, em seus objetivos ou ações,
5
Esse mapeamento apresenta sistematizações que inte- preocupação com o desenvolvimento da cidadania
gram dados de diferentes Ministérios e do IPEA, consi-
derando que, às vezes, foi necessário buscar informa- (Projovem Campo, Programa Escola Aberta, Progra-
ções complementares em outros sites para obter dados
mais atualizados de cada Programa. ma Pontos de Cultura, Programa Segundo Tempo,
669
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
Um dos principais desafios para a implementação e a construção de uma cultura de paz. Portanto, a
de uma política pública asseguradora de direitos união desses dois programas, a exemplo do que já
sociais para a juventude é obter a mobilização per- foi feito com o Projovem Integrado, poderá congre-
manente da sociedade civil, conjugada à vontade gar esforços, ampliando a abrangência e aumentan-
e à decisão política para ampliar, aperfeiçoar, ava- do a possibilidade de eficácia.
liar e monitorar, além de realizar o controle social Também é possível perceber uma
democrático das atuais iniciativas. sobreposição de ações entre as modalidades do
É fundamental investir na construção de Projovem Urbano, trabalhador e campo e o Pro-
novos programas, por exemplo, para desenvolver grama Jovem Aprendiz no referente à faixa etária
talentos na área da cultura, a fim de atender, de dos beneficiários, podendo levar, em alguns ca-
forma efetiva, a necessidades ainda não suficiente- sos, um mesmo jovem a se beneficiar de dois pro-
mente contempladas. Particularmente, alerta-se para gramas. Principalmente no caso das modalidades
a urgência do uso de inovações pedagógicas arti- Projovem urbano e trabalhador e o Programa Jo-
culadas com a área da saúde, da cultura e da assis- vem Aprendiz, atuantes em áreas de abrangência
670
Roselani Sodré da Silva,
Vini Rabassa da Silva
671
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
CURY, Beto. Os muitos desafios da política nacional de MOTTA JR, Eliseu F. Infância e juventude. Os meios
juventude. In: AVRITZER, Leonardo (Org.). Experiências modernos de comunicação e os mecanismos de controle.
nacionais de participação social. São Paulo. Cortez, 2009. Juslitio, São Paulo, v.63, n.196, out./dez., 2001. Disponí-
vel em: <http://bdjur.stj.gov.br/ xmlui/bitstream/handle/
DAYRELL, J.T.; GOMES, N.L. A juventude no Brasil. Dis- 2011/24315/infancia_juventude_meios_modernos>.
ponível em: <www.fae.ufmg.br/ objuventude/textos/ Acesso em: 26 jun. 2010.
SESI>. Acesso em: 23 jun 2010.
RIO GRANDE DO SUL. Assembléia Legislativa. Pacto da
IBASE; PÓLIS. Juventude brasileira e democracia: parti- juventude gaúcha. Disponível em: <http://
cipação, esferas e políticas públicas. Relatório Final – nov. w w w. a l . r s . g o v. b r / D o w n l o a d / C C D H /
2005. Grafitto. Pacto_Juventude_Gaucha.PDF>. Acesso em: 26 jun.
IBGE. PNAD. Pesquisa Nacional por Amostra de 2010.
Domicílos. 2007. Educação juventude raça/cor: primei- SPOSITO, M.P.; CARRANO, P.C.R. Juventude e políticas
ras análises. Brasília: Comunicado da Presidência nº12, no Brasil. In: DÁVILA,Oscar Leon (Org.) Políticas públi-
2008. cas de juventud em América Latina: para Ediciones CIDPA,
IPEA et al. (Org.) Juventude e políticas sociais no Brasil. de Vinã del Mar, Chile/In: REUNIÃO ANUAL DO ANPED,
Brasília: IPEA, 2009. 303p. 26, Poços de Caldas, MG, de 5 a 8 de dez. 2003. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n24/n24a03.pdf>.
IPEA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílos Acesso em: 09 mar. 2010.
(PNAD). 2008. Juventude: primeiras análise. Disponível
em: <http://www.ipea.gov.br/sites/ 000/2/pdf/ SPOSITO, M.P. Trajetórias na constituição de políticas
091203_ComPres36Juvent.pdf>. Acesso em: 26 jun. públicas de juventude no Brasil. In: FREITAS, M.V. de;
2010. PAPA, F. de C. (Org.) Políticas públicas: juventude em
pauta. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2008. p.57-75.
LOPES, R.E.; SILVA, C.R.; MALFITANO, A.P. Adolescên-
cia e juventude de grupos populares urbanos no Brasil e UNESCO. Políticas públicas de/para/com juventudes.
as políticas públicas: apontamentos históricos. Revista Brasília: UNESCO, 2004. 304p.
HISTEDBR On-line, Campinas, n.23, p.114-130, set. 2006.
CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
672
Quadro 1 - Mapeamento dos Programas Nacionais De Juventude
É um serviço socioeducativo de convívio, que - Completamento da proteção social básica. Jovens com idade de 15 Ministério do
visa a complementar a proteção social básica, - Criação de mecanismos para garantir o convívio a 17 anos, adolescentes Desenvolvimento
criando mecanismos para garantir o direito à familiar e comunitário. beneficiários do Social
convivência familiar e comunitária e criar -Promoção para incluir os jovens através de Programa Bolsa Família
1. Projovem
Vini Rabassa da Silva
Objetiva elevar o grau de escolaridade -Reinserção do jovem na escola. Jovens com idade de 18 Secretaria Nacional
visando ao desenvolvimento humano e ao - Capacitação para o mundo do trabalho. a 29 anos. de Juventude
exercício da cidadania, por meio da conclusão -Identificação de oportunidades de trabalho.
2. Projovem do ensino fundamental, da qualificação -Planejamento e desenvolvimento de ações
Urbano profissional e do desenvolvimento de comunitárias.
experiências de participação cidadã. -Inclusão digital como instrumento de inserção
produtiva e de comunicação.
O Projovem Campo - Saberes da Terra tem -Elevação da escolaridade e qualificação profissional. Jovens com idade de 18 Ministérios da
como objetivo desenvolver políticas públicas -Estimulo ao desenvolvimento sustentável como a 29 anos. Educação
673
de Educação do Campo e de Juventude que possibilidade de vida, trabalho e constituição de
deem a oportunidade de escolarização em sujeitos cidadãos no campo.
Ensino Fundamental para jovens agricultores -Fortalecimento do desenvolvimento de propostas
familiares excluídos do sistema formal de pedagógicas e de metodologias adequadas à
ensino. A modalidade é a de Educação de modalidade de Educação de Jovens e Adultos no
3. Projovem Jovens e Adultos, integrada à qualificação campo.
Campo social e profissional adequada ao campo. -Realização da formação continuada em
metodologias e princípios político-pedagógicos
voltados para as especificidades do campo para
educadores envolvidos no Programa.
-Realização da formação continuada em
metodologias e princípios político-pedagógicos
voltados para as especificidades do campo para
educadores envolvidos no Programa.
O Projovem trabalhador - jovem cidadão, que -Preparação do jovem para o mercado de trabalho e Jovens com idade de 18 Ministérios do
unifica os programas Consórcio Social da para ocupações alternativas geradoras de renda, a 29 anos. Trabalho e Emprego
4. Projovem
Juventude, Juventude Cidadã e Escola de identificando oportunidades de emprego.
Fábrica, visando à preparação dos jovens para
Trabalhador
o mercado de trabalho e ocupações
alternativas geradoras de renda.
Continuação
Tem por objetivo garantir apoio financeiro aos - Concessão de suporte à formação de gerações de Maiores de 12 anos de Ministério do
atletas com mais de 12 anos, que não contam atletas com potencial para representar o país. idade. Esporte
com o patrocínio da iniciativa privada e que -Ampliação das práticas esportivas.
5. Programa já começaram a mostrar seu alto potencial em - Oferta de entretenimento para os jovens buscando a
Bolsa-Atleta competições nacionais e internacionais. O redução dos gastos em saúde e em programas de
Programa permite que o atleta treine sem combate às drogas e à violência.
precisar abandonar os estudos ou o esporte
para ajudar no sustento da família.
É um projeto de integração social que envolve -Apoio às atividades realizadas pelos rondonistas Jovens Estudantes do Ministério da Defesa
a participação voluntária de estudantes (como são chamados os professores e estudantes Ensino Superior
universitários na busca de soluções que universitários que participam do Projeto). As ações
contribuam para o desenvolvimento concentram-se nas áreas de comunicação, cultura,
6. Projeto
sustentável de comunidades carentes e direitos humanos e justiça, educação, meio
Rondon
ampliem o bem-estar da população; busca ambiente, saúde, tecnologia e produção e trabalho
aproximar esses estudantes da realidade do
País, além de contribuir, também, para o
desenvolvimento das comunidades assistidas.
674
Contribuir para a melhoria da qualidade da -Promoção de atividades alicerçadas no interesse da Jovens, Adultos e Idosos. Ministério da
educação, a inclusão social e a construção de comunidade local e escolar e em parceiras entre Educação
7. Programa uma cultura de paz, por meio da ampliação da governo e sociedade civil organizada, na oferta de
Escola integração entre escola e comunidade; oficinas de cultura, esporte, lazer, geração de renda,
Aberta ampliar as oportunidades de acesso à formação para a cidadania e ações complementares
formação para a cidadania e redução de às de educação formal
violências na comunidade escolar.
Contribuir para o desenvolvimento dos - Oferta de curso de qualificação profissional com Jovens da faixa etária Ministério do
adolescentes e jovens, por meio de educaão duração relativa ao grau de complexidade da entre 14 e 24 anos. Trabalho e Emprego
profissional, estmulo prtica da cidadania e de atividade a ser desenvolvida, promovidos pelo
8. Programa
valores ticos, preparando-os para o mundo do Sistema "S", para jovens contratados por empresas ou
Jovem
trabalho. órgãos públicos, na modalidade de "Aprendiz". Eles
Aprendiz
recebem uma remuneração correspondente ao
salário mínimo/hora. (nacional ou regional), pagos
pela empresa contratante
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
Continuação
675
11. Programa como potencializar energias sociais e culturais, - O Programa contribui ainda para valorizar o ensino; comunidades
Cultura visando à construção de novos valores de conhecimento dos mestres do saber (ação Griô); indígenas, rurais e
Viva- cooperação e solidariedade. fortalecer o contato entre as comunidades, a quilombolas; agentes
Pontos produção audiovisual e sua distribuição (ação culturais, artistas, professores
de Cultura Cultura Digital); estimular o protagonismo juvenil e militantes que desenvolvem
(ação Agente Cultura Viva); e aproximar a cultura ações no combate à exclusão
brasileira da escola (ação Escola Viva). social e cultural.
Objetiva a formação inicial e continuada de - Oferta de educação profissional técnica de nível Idade mínima de 18 anos. Ministério da
trabalhadores e a educação profissional e médio com ensino médio destinado a quem já Educação
12. Programa
técnica de nível fundamental e médio. Porém concluiu o ensino fundamental e ainda não possui o
Nacional de
esses objetivos possuem uma peculiaridade na ensino médio e pretende adquirir o título de técnico.
Integração da
sua forma de realização, pois propõem que essa -Formação inicial e continuada com o ensino médio,
Educação
educação seja ofertada de forma integrada, de destinado a quem já concluiu o ensino fundamental
Profissional
modo que o ensino fundamental ou médio e ainda não possui o ensino médio e pretende
co m a
caminhe juntamente com a formação técnica. adquirir uma formação profissional mais rápida.
Educação
-Formação inicial e continuada com ensino
Básica na
fundamental (5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano), para
Modalidade
aqueles que já concluíram a primeira fase do ensino
de Educação
fundamental.
Jovens e
-Dependendo da necessidade regional de formação
Adultos
profissional, são, também, admitidos cursos de
PROEJA
formação inicial e continuada com o ensino médio
de Jovens e Adultos (PROEJA)
Continuação
676
15. Programa
condição de bolsistas
Universidade
integrais, com renda per
para todos
capita familiar de um
(ProUni)
salário mínimo e meio, e
bolsa parcial 50%, para
os de renda máxima de
três salários mínimos.
Tem como objetivos: democratizar o acesso à prática e - Oferta de, no mínimo, a prática de duas O programa tem como Ministério do
à cultura do esporte, de forma a promover o modalidades coletivas (futebol, futsal, handebol, público-alvo crianças, Esporte
desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e basquete ou vôlei) e uma modalidade individual adolescentes e jovens
jovens, como fator de formação da cidadania e (atletismo, natação, vela, tênis de mesa, dança, expostos aos riscos
melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em capoeira, etc.). sociais.
áreas de vulnerabilidade social. Oferecer práticas -Desenvolvimento de ações complementares,
esportivas educacionais, estimulando crianças e utilizando os espaços físicos da escola ou espaços
adolescentes a manter uma interação efetiva que comunitários, tendo como enfoque principal o
contribua para o seu desenvolvimento integral; esporte educacional.
16. Programa
oferecer condições adequadas para a prática desportiva
Segundo
educacional de qualidade.
Tempo
Desenvolver valores sociais e contribuir para:
-a melhoria das capacidades físicas e habilidades
motoras;
-a melhoria da qualidade de vida (autoestima,
POLÍTICA NACIONAL DE JUVENTUDE: trajetória e desafios
O PSE tem como objetivo contribuir para a formação -Avaliação das Condições de Saúde das crianças, Alunos da rede pública Ministérios da
Roselani Sodré da Silva,
integral dos estudantes por meio de ações de adolescentes e jovens que estão na escola de ensino fundamental, Educação e
promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao pública. ensino médio, rede Saúde
enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem -Promoção da Saúde e de atividades de federal de educação
18. Programa o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede Prevenção. profissional e tecnológica
Saúde na pública de ensino. - Oferta de educação permanente e capacitação e EJA
Escola PSE dos profissionais da educação e da saúde e de
jovens.
-Monitoramento e avaliação da saúde dos
estudantes.
- Monitoramento e avaliação do Programa.
Seu objetivo é contribuir para a difusão de estratégias Atuação s partir de 3 eixos Público de adolescentes e Secretaria
pautadas na valorização da vida de adolescentes Eixo 1 - Articulação política/ advocacy; jovens Especial de
19. Programa
brasileiros, grupo etário que hoje é extremamente Eixo 2 - Produção de indicadores; Direitos
de Redução
vulnerável à letalidade por homicídios em todo o país. Eixo3 - Desenvolvimento de metodologias de Humanos da
da Violência
677
Visa a promover ações de sensibilização, articulação intervenção. Presidência da
Letal contra
política e produção de mecanismos de monitoramento, República
Adolescentes
no intuito de assegurar que as mortes violentas de
e Jovens
adolescentes dos grandes centros urbanos brasileiros
sejam tratadas como prioridade na agenda pública.
Articular políticas de segurança com ações sociais; Entre os principais eixos do Pronasci destacam- Prioridade para os jovens Ministério do
priorizar a prevenção. Busca atingir as causas que se : de 15 a 24 anos de idade, Desenvolvime-
levam à violência, sem abrir mão das estratégias de -Valorização dos profissionais de segurança moradores das regiões nto Social
ordenamento social e segurança pública. pública; metropolitanas mais
-Reestruturação do sistema penitenciário; violentas do país.
- Combate à corrupção policial;
20. Programa
-Envolvimento da comunidade na prevenção da
Nacional de
violência .
Segurança
Protejo - Jovens bolsistas em território de
Pública com
descoesão social agirão como multiplicadores a
Cidadania
fim de atingir outros rapazes, moças e suas
(Pronasci)
famílias, contribuindo para o resgate da cidadania
nas comunidades.
Sistema Prisional - A criação de mais de 40 mil
vagas no sistema penitenciário do país para
atender a públicos específicos. Os jovens entre 18
e 24 anos terão unidades prisionais diferenciadas.
Fonte: Sistematização elaborada através de consulta aos sites dos Ministérios e do IPEA (2009).
This article is the result of a theoretical review Cet article resulte d’une révision théorique
on the National Youth Policy (NYP) and has got as a concernant la Politique Nationale pour la Jeunesse (PNJ)
premise the necessity for a greater reflection on the et part du principe qu’une réflexion plus approfondie
subject, considering the severe problems facing the sur ce thème est indispensable compte tenu des graves
young people currently. It presents initially some problèmes affrontés par les jeunes d’aujourd’hui. On y
comments about meaning of youth for the présente tout d’abord quelques observations sur
contemporary society, and fallowing, some data about l’importance des jeunes dans la société contemporaine
the situation of Brazilian young people, highlighting et, tout de suite après, des données sur la situation des
urgency public policies appropriate to the specific jeunes Brésiliens qui soulignent la nécessité urgente
needs of different young people. After this brief de politiques publiques adaptées aux besoins
contextualization it is discussed the creation and spécifiques des différents groupes de jeunes. Après cette
development of this policy, a mapping of the national brève présentation de la réalité, on fait une approche
programs currently in existence is presented. It ends de la genèse et du développement de cette politique et
the presentation with a analysis of the current NYP on présente la répartition des programmes nationaux
and with the indication of some challengers to qui existent actuellement. Cette présentation se ter-
consolidate it. mine par une analyse du PNJ actuel et montre quelques
défis liés à sa consolidation.
KEY WORDS: youth, young people, national youth policy, MOTS-CLÉS: jeunesse, jeunes, politique nationale pour La
national youth program, public policies. jeunesse, programmes nacionaux pour la jeunesse,
politiques publiques.
Roselani Sodré da Silva - Mestre em Política Social pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL).
Assessora Técnica da Seretaria Municipal de Educação de Pelotas. Atuou como Assessora Técnica para
as Áreas de Educação e Cultura do Escritório da UNESCO em Porto Alegre. Membro do Conselho Consul-
tivo do Fórum dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Principais publica-
ções: Direitos humanos, juventude e trabalho. Anais III Seminário de Política Social do Mercosul. UCPel,
CADERNO CRH, Salvador, v. 24, n. 63, p. 663-678, 2011
2011; Direito à educação, condição juvenil e política de juventude. In: Políticas Públicas e Educação:
constituindo a cidadania? 2010, Rio Grande. Anais do Seminário Políticas Públicas e Educação: consti-
tuindo a cidadania?. Rio Grande: FURG, 2010; Plano Estratégico de Desenvolvimento da Região Sul do
RS. Pelotas: Cópias Santa Cruz Ltda. 2010.
Vini Rabassa da Silva - Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul. Professora no Curso de Serviço Social e no Programa de Pós-Graduação em Política Social da Univer-
sidade Católica de Pelotas/UCPEL. Tem experiência na área de Políticas Sociais, particularmente na polí-
tica de assistência social, tendo trabalhado na gestão, coordenação e execução de programas sociais em
Organização Não governamental, na formação de conselheiros de políticas sociais e na assessoria de
conselhos municipais. Pesquisas realizadas e, em andamento, nos seguintes temas: política da assistência
social, conselhos gestores, participação e controle social de políticas públicas, serviço social e ação profis-
sional, e migrações internacionais. Principais publicações: Direitos humanos, juventude e trabalho. Anais
III Seminário de Política Social do Mercosul. UCPel, 2011; III Seminário de Política Social no Mercosul -
Temas emergentes e perspectivas para o futuro. Pelotas: EDUCAT, 2011; Conselhos municipais de assis-
tência social: história, fragilidades e possibilidades. Argumentum, v. 2, p. 163-173, 2010; Control social
democratico en la politica de asistencia social brasileña. Panorámica Social, v. 1, p. 001-002, 2010.
678