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A BEM-AVENTURANÇA DA UNIDADE ENTRE OS IRMÃOS

Salmo 133

1 Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!


2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas
vestes.
3 É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida
para sempre.

INTRODUÇÃO

O salmo 133 mostra um belo discurso sobre os benefícios da unidade do povo de Deus.
Um dos grandes desafios, de fato, para a comunidade que serve ao Senhor é se manter unida.
O salmista mostra as bem-aventuranças providas da união e exalta o senso de comunidade
no povo.
O salmo é de Davi e o provável contexto para a composição do mesmo está relacionado
com o período em que a nação se viu unida sob um único governo central, ou seja, sob a
orientação do rei Davi12. Essa unidade da nação deveria ser nutrida e celebrada, pois com a
união, certamente a bênção do Senhor alcançaria seu povo.
Assim, o salmo mostra as maravilhas de se observar essa orientação para a nação com
extensão das bênçãos para todas as áreas da vida onde fosse necessário o convívio entre
pessoas, ou seja, a comunhão seria importante em todos os ambientes e circunstâncias.
Quanto à Igreja do Senhor, o princípio não muda. A comunhão igualmente é necessária
no corpo de Cristo para que o nome do Senhor seja exaltado.

I – A BEM-AVENTURANÇA DA UNIDADE ENTRE OS IRMÃOS

O texto começa vaticinando que é “bom e agradável viverem unidos os irmãos!”. Apesar
das aparências ao contrário, a comunhão é celebrada na bíblia como algo bom. Ela é
aprovada por Deus. É o caminho pelo qual Deus desejou que seu povo andasse.
“Bom” pode dar a noção inicial de aprovado pelo Senhor. Assim, mesmo que tenhamos
dificuldades para exercer a comunhão, mesmo que a unidade seja um desafio, ela é aprovada
por Deus.
Além dela receber uma mera aprovação, a comunhão é coroada com a promessa de ser
agradável; de trazer alegria e satisfação para a comunidade. Evidentemente que uma alegria
e satisfação pessoal, mas, principalmente, satisfação e agradabilidade no nível de
comunidade, relativo a todo o povo.
Possivelmente Davi tinha em mente que antes da união estatal de Israel sob seu
comando, o povo padeceu por diversas vezes e de diversas formas. Na época dos juízes, por
exemplo, cada qual fazia o que “parecia bem aos seus olhos” (Jz 21.25), ou seja, a nação
estava fragmentada, dividida. Quais as consequências disso? O povo era constantemente
oprimido pelos povos ao redor, a lei era vilipendiada e o culto ao Senhor era ultrajado. Não
poderia haver alegria com um proceder desta forma. Mas, com a subida de Davi ao governo,
a proposta era justamente mudar a situação. O governo centralizado e a união do povo ao
redor da sublime vontade de Deus geraria, ao contrário das catástrofes anteriores, momentos
bons e agradáveis para a nação.

1
CALVINO, João. Salmos Volume 4: Série Comentários Bíblicos. São José dos Campos – SP: Editora Fiel, 2009. p. 436.
2
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. volume III. Santo André – SP: Geográfica
Editora, 2006. p. 335.
Talvez seja importante mostrar o tipo de unidade aqui pregada como boa e agradável.
Certamente não é uma unidade opressora, aquela que aniquila a personalidade das pessoas
e as captura para a servidão irrefletida. Pelo contrário, a unidade aqui mostrada conserva a
personalidade e liberdade das pessoas. As tribos de Israel não foram extintas ou aniquiladas
com a subida de Davi ao governo. Elas ainda continuaram existindo e cada uma tinha suas
peculiaridades. Certamente tinha suas regionalidades, suas características próprias, seus
sotaques. A unidade não significa uniformidade.
Logo, a unidade deve ser compreendida como a concordância básica de pensamento e
fé em questões fundamentais. A unidade igualmente está relacionada a ter elementos de
“uso” comum na sociedade. Assim sendo, alguns elementos deveriam alcançar todo o povo.
A Palavra de Deus, por exemplo, deveria ser centralizada e um bem comum. O povo de Deus
deveria, todo ele, andar em concordância com os mandamentos do Senhor. O culto também
deveria ser um bem comum de forma que todos tivessem uma identificação com o culto que
agrada ao Senhor. Os planos para o reino e a expansão da nação, da mesma forma, seriam
metas abraçadas por toda a nação.
Portanto, um desafio para o estabelecimento da verdadeira comunhão e unidade é
equilibrar as questões pessoais com aquelas coletivas; é compreender que a união não deve
destruir a individualidade e a individualidade não deve se sobrepor à sociedade.

II – UNIDADE COMO ÓLEO

(a) Alguns entendimentos da ilustração. A imagem do óleo posto sobre a cabeça de Arão
que escorre pela sua barba até a orla da veste é bastante sugestivo. Muitos tentaram
explicar de diferentes formas a ilustração. i) O óleo era raro e caro e especialmente
utilizado para a consagração, logo, a comunhão igualmente é rara e preciosa. ii) O óleo
era fragrante, cheiroso, assim a comunhão seria como as agradáveis (fragrantes)
bênçãos do Espírito. “No seu simbolismo mais profundo vemos as bênçãos perfumadas
do Espírito Santo coroando a união dos irmãos em uma verdadeira unidade
espiritual”3.
(b) O ponto central da metáfora4. A explicação que parece oferecer o melhor sentido para
a metáfora afirma que o ponto chave em questão é que o óleo unge todo o corpo de
Arão. O mesmo óleo que é colocado na cabeça, é aquele que passa pela barba, molha
todo o corpo até chegar as orlas das vestes. Assim, essa figura do óleo que percorre
todo o corpo representa a unidade do povo de Deus. O óleo representaria o “fator
comum” que pertenceria a toda comunidade. O óleo seria o elemento de ligação entre
as partes do corpo. Todo o corpo pode experimentar do mesmo óleo, da mesma unção.
Assim, como todo o corpo estava unido pelo óleo, assim todo Israel estaria reunido pela
comunhão.
(c) Uma aplicação teológica. Não podemos deixar passar despercebido a figura do óleo sem
considerarmos seu valor teológico. O óleo na Bíblia representa a unção do Espírito
Santo5. Desta forma, temos a visão da pessoa da trindade, Deus Espírito, manifesto
no meio da comunhão do povo de Deus. O Espírito Santo igualmente age em todo o
corpo, alcançando cada membro do povo de Deus trazendo-os à sublime vida com
Deus. É fundamental considerar a ação do Espírito para consolidação da comunhão
nos padrões bíblicos. É o Espírito quem regenera o ser e o traz para dentro da família
de Deus. É o Espírito quem distribui dons para edificação do corpo de Cristo. O mesmo
é que produz seu fruto na vida do servo de Deus, capacitando-o para os desafios da
vida em comum. O fruto do Espírito inclui: amor, alegra, paz, longanimidade,
benignidade, bondade e fidelidade. Elementos cruciais para a manutenção da
comunhão.

3
CHAPMAM, M. L. et. al. Comentário Bíblico Beacon. volume 3. Rio de Janeiro RJ: CPAD, 2005. p. 313.
4
Conforme: NICODEMUS, Augustus. Salmo 133: Quando os irmãos vivem unidos. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=vn9mxXtE400>. Acesso em: 18 fev. 2018.
5
WIERSBE, 2006. p. 335.
III – UNIDADE COMO ORVALHO

O monte Hermon é uma imponente montanha ao norte de Israel, hoje no território


pertencente à Síria. Ele pode ser visto a quilômetros. Seu cume é coberto de gelo. No seu
sopé, há diversas nascentes que originam o rio Jordão. Dessas nascentes e pelo degelo de
partes do Hermon, surgem o orvalho que rega a terra da palestina.
Quanto ao orvalho, a compreensão da imagem recebe tratamento parecido com a
anterior.

(a) Alguns entendimentos da ilustração. i) existe a ideia de que da mesma forma como o
orvalho do monte Hermon humedece a terra e supre-a de seiva e frescor, assim a
comunhão seria esse frescor e refrigério na vida do povo de Deus. Conforme Calvino
(2009): “Davi sugere que a vida do homem não teria vitalidade, seria inútil e miserável,
se não fosse sustentada pela harmonia fraternal” (p. 439). A imagem quer trazer a ideia
do frescor e qualidade refrescante das bênçãos de Deus descendo sobre seu povo6. ii)
existe a ideia de uma troca sinérgica de forças entre Hermon e Sião. Pois, mesmo Sião
sendo a capital federal da nação, precisaria da energia que provém do Hermon para
sobreviver. Da mesma forma, o Hermon, mesmo sendo imponente, receberia seu
significado a partir de Sião. Assim, a comunhão seria igualmente estabelecida nesta
troca de favores e energias.
(b) O ponto central da metáfora7. A questão da unidade ainda é ressaltada como o ponto
central da comparação. O mesmo orvalho que procedia do monte Hermon, e caía nas
regiões do extremo norte, era o mesmo que descia sobre Sião. A bênção era
compartilhada e alcançava todo o Israel. Logo, assim como havia um mesmo orvalho
para todos, a nação deveria permanecer unida como um todo.
(c) Uma aplicação teológica. A observação teológica do texto nos aponta para perceber o
significado do símbolo “orvalho”. Orvalho está intimamente relacionado com água, na
verdade são gotículas de água que se precipitam por causa da condensação da
umidade8. Água na Bíblia aponta para a Palavra de Deus9: “Goteje a minha doutrina
como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e
como gotas de água sobre a relva”. (Deuteronômio 32:2). O apóstolo Paulo comentou
que Cristo se entregou pela Igreja: “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da
água, pela palavra”. (Efésio 5.26). Jesus se identificou como a fonte de água viva e
também como a palavra: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em
mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”. (João 7.37-38).
Assim, numa leitura teológica, encontramos o Senhor Jesus Cristo também presente
agindo no estabelecimento da comunhão entre os irmãos por meio de sua palavra. O
Deus filho age diretamente para que seu povo, sua igreja, permaneça unidade e
desfrute às bênçãos de seu orvalho!

IV – AS BÊNÇÃOS DO SENHOR DA UNIDADE

“Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre”. Nesta comunhão a bênção
do Senhor é ordenada. Toda a trindade está envolvida na questão da comunhão. Deus Pai,
agora, derrama sua bênção, ordenando a vida para sempre. Deus Filho age com a palavra
irrigando as mentes e corações do seu povo e o Deus Espírito unge toda a igreja com seu
óleo, trazendo renovo e forças à comunidade.
A bênção do Senhor está na unidade. O homem não nasceu para viver isolado. O povo
de Deus nasceu para ser um grande povo; e nação abençoada em Abraão. A igreja é
conhecida como o “corpo” de Cristo, o que, ontologicamente a associa com comunidade. Tudo

6
Idem. p. 314.
7
Conforme: NICODEMUS, Augustus. Salmo 133: Quando os irmãos vivem unidos. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=vn9mxXtE400>. Acesso em: 18 fev. 2018.
8
Conforme Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Orvalho. Acesso em: 18 fev 2018.
9
WIERSBE, 2006. p. 336.
que ocorre na igreja é visando ao fim proveitoso de todo o povo de Deus. Os dons são
derramados para edificarem à igreja. A ação do Espírito e a produção de seu fruto é para a
vida em comunhão. O amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade e
a fidelidade só tem significa na vida comunitária, em sociedade. O batismo tem sua
expressividade quando publica aos outros uma decisão de fé. A ceia do Senhor só é realizada
no contexto da igreja quanto todos estão reunidos à mesa. Enfim, o projeto de Senhor envolve
a fraternidade e união de seu povo. No final de tudo, estaremos na Nova Jerusalém, que é
ilustrada como sendo uma cidade onde todos se reúnem e vivem eternamente em harmonia,
dando glórias e Deus e bendizendo seu nome. Conforme Wiersbe (2006, p. 336): “Quando
chegarmos à Sião celestial (Hb 12.18-29), desfrutaremos uma ‘vida para sempre’ em união”.

APLICAÇÕES

1) Irmãos, oremos e batalhemos para alcançar ou manter esta bênção em nossas


igrejas. Apesar das dificuldades, a unidade entre os irmãos é de extrema
importância e gera a bênção do Senhor.
2) Que nos espelhemos no Deus trino para estabelecer nossa comunhão. Pois, o
Senhor é uma comunidade perfeita. Além disso, tenhamos compreensão de que a
trindade está envolvida no objetivo de estabelecer na igreja a comunhão aceitável a
Deus. Clamemos ao Senhor. Que o Santo Espírito continue nos ungindo para a
unidade. Que o Senhor Jesus Cristo continue nos iluminando com sua Palavra para
seguirmos passos seguros. Que o Deus Pai, Todo-Poderoso, continue irradiando
suas bênçãos na comunhão como os raios do sol invadem a terra.
3) Que vejamos mais claramente que a vida e objetivo da igreja gira em torno,
completamente, da ideia de unidade, comunhão e união. Que o Senhor capacite
sua Igreja a se aperfeiçoar dia após dia nesse entendimento. Necessidade entender
que não existe igreja de uma pessoa só! Individualizada e à parte de qualquer
comunhão! A igreja existe no coletivo e assim deve caminhar.
4) Que possamos compreender que não somente em termos eclesiásticos, a comunhão
entre os irmãos é importante, mas também nos aspectos familiares e sociais. Uma
família dividida não prosperará e passará por dificuldades. Relacionamentos sociais
instáveis e sem comunhão, sem elementos de ligação e sem amor, estarão fadados,
igualmente, ao fracasso.

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