VIAJAR nos livros

Guia Orientador
de Leitura

D IA I NTERNACIONAL
DO L IVRO I NFANTIL
Viajar nos Livros
Era uma vez um tempo em que ainda não havia vacinas (ou havia muito poucas), e os meninos aguen-
tavam semanas na cama, sem poderem ir à escola, desembaraçando-se alegremente de papeiras, varice-
las, tosses convulsas e gripes que duravam eternidades. Era também um tempo em que ainda não havia
televisão, nem se sonhava com vídeos ou jogos de computadores. Num tempo desses fiz a minha
provisão de sonho e aventura: durante uma pneumonia, curada a papas de linhaça, li A Ilha do Tesouro
e Moby Dick.
Por isso até hoje esses livros têm cheiro, o cheiro inconfundível dos remédios para sempre colado
à ideia do cheiro do rum, da estalagem do Capitão Benbow, ou do convés do “Pequod”. E desde então
aprendi que se pode viajar de muitas maneiras, com a companhia que quisermos, durante o tempo que
entendermos. Basta um livro nas nossas mãos para que mundos verdadeiros e mundos imaginados
se estendam à nossa frente, sem fronteiras, sem passaportes, sem horários de chegada ou de partida.
Infelizmente a literatura portuguesa não é muito rica em livros de viagens. Fizemo-nos ao mar - e dessa
aventura demos conta nos Lusíadas; perdemo-nos por desvairadas terras - e dessa aventura demos
conta na Peregrinação. Depois - cansámo-nos um pouco…
Esta selecção de livros é, como todas, subjectiva.
De um modo mais ou menos abrangente, todos incidem sobre o tema da viagem. E todos têm um
final comum: viajar.
É bom, porque existe um lugar (ou um sonho, ou alguém) a que vale a pena regressar.

Alice Vieira
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Sonhava ser marinheiro olhando ao longe o farol do Bugio.

Mas era um rato. Só que o sonho foi mais forte, e lá vai ele, numa casca de noz, entre sardinhas,
tubarões e baleias, numa viagem para “ver o mar todo inteiro”.

O RATINHO MARINHEIRO
Autor: Luísa Ducla Soares
Ilustrações: Maria João Lopes
Editora: Civilização

Raimundo é um pato “gaiteiro, galhofeiro e zombeteiro” com o sonho de correr mundo. E, apro-
veitando um dia em que não encontrou o caminho de casa, decidiu fazer-se à estrada.
Com manhas e artimanhas vai conseguindo levar a sua viagem até ao fim, ludibriando galos,
raposas, serpentes e homens.
Mas viajar sempre também cansa e até mesmo um pato, embora já transformado em cisne, acaba
por ter saudades de casa. Uma viagem de aprendizagem e crescimento, que os mais novos vão
AVENTURAS DO PATO gostar de ler.
RAIMUNDO
Autor: Bernardo Pinto
de Almeida
Ilustrações: Pedro Proença
Editora: Assírio e Alvim
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Para uma formiga, que viagem mais perigosa e arriscada do que tentar subir ao alto de uma árvore!
É difícil porque há folhas que é preciso contornar, e ventos adversos que sopram - mas tudo vai valer
a pena porque, de lá de cima, a paisagem é magnífica. A iniciação às viagens, para os mais novinhos.

VIAGEM AO ALTO
DE UM R AMO
Autor: Alexandre Honrado
Ilustrações: Simona Traina
Editora: Ambar

No dia em que confiaram a Raul Ventura a missão delicada de entregar uma mensagem de paz a todos
os habitantes de uma galáxia desconhecida de nome B-4 começou a sua carreira de cosmonauta.
É uma viagem destemida que o leva a oito planetas desconhecidos – cujos habitantes pouca aten-
ção parecem dar ao que ele lhes pede.
Quando no final deste álbum, destinado aos muito novinhos, se fica a saber que Raul é filho
da D. Fernanda, porteira, farta das má-criações dos inquilinos dos oito andares do Bloco 4, tudo tem
uma dimensão diferente…
RAUL VENTURA
COSMONAUTA
Autor: Gérard Moncomble
e Fréderic Pillot
Editora: Nova Gaia
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“O que são fronteiras?”, perguntou a Ana. E logo ali quis conhecer o que havia para lá das fronteiras
do seu jardim.
Na companhia do gato, parte à descoberta do mundo, atravessando rios nas asas
de uma garça, montanhas no dorso de uma cabra, nas garras de um falcão e de uma
águia, e mares com os patos que migram para o sul.
As asas de uma gaivota levam-na de regresso a casa, onde conta à tarta-
ruga a sua experiência: em toda a parte há casas e pais e mães e animais
e jardins, e fronteiras foi coisa que não encontrou.
O ATLAS DA ANA
Autor: Ornella Pozzolo
Ilustrações: Nicoletta Ceccoli
Editora: Livros Horizonte
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Um recém-nascido que não gosta do mundo que encontra, e que embarca à descoberta de um
mundo melhor com o autor de uma história por fazer e a Manuela, que é pintora “e já não fazia
desenhos para histórias há muito tempo”.
E é no tapete voador desenhado pela Manuela que a viagem vai começar. Conhecem a Ilha do Faz-
-de-Conta, o País das Pessoas Alegres e Sorridentes Menos Uma, a Aldeia do Sol a Pino, o País ao
Contrário - até que chegou a hora de voltar a casa. Mas antes de adormecer, o Menino avisa que
a aventura não acaba ali, e que um dia a viagem vai ser para lá das estrelas. Palavra de Menino.
O MENINO CHAMADO
MENINO
Autor: Álvaro Magalhães
Ilustrações: Manuela Bacelar
Editora: Asa
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OS LUSÍADAS
(CONTADOS ÀS
CRIANÇAS
E L EMBRADOS SO P OVO )
Adaptação: João de Barros
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A maior de todas as nossas viagens. De Lisboa a Calecut, Vasco da Gama e os portugueses, eleitos
da deusa Vénus, enfrentam perigos, armadilhas, “naufrágios, perdições de toda a sorte/que o menor
mal de todos seja a morte”, como escreve Luís de Camões no original. Aqui temos a versão para
os mais novos - e para aqueles que já dele se esqueceram.

OS LUSÍADAS DE LUÍS
DE C AMÕES (C ONTADOS
ÀS C RIANÇAS E L EMBRADOS
AO P OVO )
Adaptação: João de Barros
Ilustrações: Martins Barata
Editora: Livraria Sá da Costa

PEREGRINAÇÃO DE FERNÃO
MENDES PINTO
Adaptação: Aquilino Ribeiro
Ilustrações: Martins Barata
Editora: Livraria Sá da Costa
Treze vezes cativo e dezassete vendido, a Fernão Mendes Pinto não faltou matéria para contar nas
páginas do livro que foi escrevendo na sua casa do Pragal, retirado da vida aventurosa, pobre e desi-
ludido do mundo.
Verdadeiras ou imaginárias, quem se preocupará em sabê-lo?
Nas palavras de Aquilino Ribeiro, este é “o mais formoso livro de aventuras, como não há segundo
na língua portuguesa.” Uma viagem magnífica de um quarto de século por terras do Oriente, com
naufrágios e emboscadas, piratas e corsários, cidades com estranhas ressonâncias, mares desconheci-
dos, ilhas desertas, saques e incêndios, através de “mundos nunca vistos nem sonhados” e “mares
e rios nunca falados”.
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A viagem de um menino que entendia a voz das ondas e adormecia a olhar para o mar que lhe
diziam povoado de gigantes.
Um menino que cresceu e estudou, embarcou na “Flor do Mar” e descobriu a Ilha das Maravilhas,
e a maior maravilha de todas: “que o Gigante era um penedo/que tinha forma de gente”.
A viagem de Bartolomeu Dias, em versos que a memória dos mais velhos recorda ainda hoje.

BARTOLOMEU MARINHEIRO
Autor: Afonso Lopes Vieira
Ilustrações: Raul Lino
Editora: Livros Cotovia

E um dia chegámos ao Brasil e encontrámos um território imenso. Nem sequer lá tencionávamos

chegar: foi apenas a segunda viagem a caminho das índias que se desviou da rota… Todas as viagens
trazem sempre surpresas.

A VIAGEM DE PEDRO
ÁLVARES CABRAL
Autor: Nuno Calado
Ilustrações: José Pires
Editora: Terramar
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Certamente o mais conhecido de todos os nossos relatos de viagens - verdadeiros ou não. Vários
têm sido os autores que a têm adaptado, glosado, utilizado. Esta nau “que tem muito que contar”,
que passa por tormentos e dificuldades, até que acaba por arribar nas areias de Portugal, trazida por
anjo ou demónio - conforme os autores o preferirem…
A nau em que, no fundo, todos viemos.

A NAU CATRINETA
Autor: António Torrado
Ilustrações: Paula Soares
Editora: Civilização

Outra versão da viagem de Bartolomeu Dias - aqui com a intervenção do capitão da Nau Catrineta,
“perna de pau e maneta”, a fazer aumentar os receios da tripulação da caravela que, no entanto, sabe
que “monstros e gigantes/só os há no pensamento”, e que é preciso ter coragem para vencer as
tormentas e apanhar a nau que nos há-de levar para além de nós.

AS NAUS DE VERDE PINHO

Autor: Manuel Alegre
Ilustrações: Afonso
Alegre Duarte
Editora: Editorial Caminho
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Pode-se viajar através de um retrato. Que olhar é este? Que flor é esta? E com ele, através das memó-
rias despertadas: as histórias que me contaste, os lugares onde me levaste, as palavras que me disses-
te. Um filho que questiona um pai, a partir de uma fotografia a preto e branco, onde ele está com
um cravo no cano da espingarda. A evocação do 25 de Abril a duas vozes, uma viagem de ternura
e de esperança “porque as flores e as promessas são sempre para cumprir”.

VIAGEM À FLOR DE UM MÊS

Autor: José Jorge Letria
Ilustrações: André Letria
Editora: Campo das Letras
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A viagem de um boneco de madeira até conquistar o direito a ser homem.

Viagens de muitos perigos, de más e boas companhias, a passar pelo Campo dos Milagres, pela
prisão, pela Ilha das Abelhas, pela Terra dos Brinquedos, pelo corpo de tubarões.
Um Grilo Falante e uma Fada Azul fazem o que podem para ajudar Pinóquio nesta aprendizagem
AS AVENTURAS
DE PINÓQUIO
da vida.
Autor: Carlo Collodi
Tradução: José Colaço Barreiros
Ilustrações: Manuela Bacelar
Editora: Editorial Caminho

Esta é a viagem de um jovem de catorze anos, cujas ocupações favoritas eram comer e beber e pregar
partidas, no dorso de um ganso, até à Lapónia. E é a partir desta aparentemente estranha história
que se desenrola um dos mais fascinantes livros de viagens que existem na literatura destinada não
apenas aos jovens, mas a todos os que ainda acreditam no poder das palavras e do sonho que elas
em nós despertam.
É, no fundo, uma viagem de aprendizagem e de crescimento onde se entrelaçam muitas histórias
e lendas, e a fronteira entre o real e o imaginário é difusa.
A MARAVILHOSA VIAGEM
DE N ILS H OLGERSSON
ATRAVÉS DA SUÉCIA
Autor: Selma Lagerlof
Tradução: Maria de Castro
Ilustrações: Ester Rego
Henriques Oswald
Editora: Relógio d’Água
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Uma das viagens mais conhecidas da história da literatura, e decerto um dos romances mais popu-
lares de Júlio Verne.
Tudo começou quando Phileas Fogg declarou: ”aposto vinte mil libras, contra quem quiser, que farei
a viagem à roda do mundo em oitenta dias pelo menos ou, por outras palavras, em mil novecentas
e vinte horas, ou cento e quinze mil e duzentos minutos”. Aí começa a vertigem desta viagem, com A VOLTA AO MUNDO
o fiel Passepartout a acompanhar o amo sem desfalecimentos, saltando de paquete em paquete, EM 80 DIAS
Autor: Júlio Verne
de comboio em comboio, de elefante em elefante, de perigo em perigo. Tradução: A. M. Cunha
Ilustrações: Neuville e L. Benett
Editora: Publicações Dom
Quixote

Para conseguir regressar a casa, depois de um violento ciclone a ter levado para lugares desconheci-
dos, Dorothy terá de viajar ate à Cidade das Esmeraldas, governada por Oz, o Grande Feiticeiro.
Uma viagem longa e recheada de inúmeros perigos, onde encontra o Espantalho que sonha ter um
cérebro, um Lenhador de Lata que sonha ter um coração e um Leão que sonha ter coragem. Mas
para que tudo se resolva, é preciso ainda viajar até ao Reino da Bruxa Má do Oeste e matá-la, e via-
jar depois até ao Reino da Bruxa Boa do Sul, para que esta os ajude.
Um clássico da literatura, que o cinema popularizou, dando a Dorothy o rosto de Judy Garland. Esta
edição deixa de lado as clássicas ilustrações de William Wallace Denslow (até agora julgadas insepa-
ráveis do texto…) e dá-nos a “versão” da premiadíssima Lisbeth Zwerger, numa concepção comple- O FEITICEIRO DE OZ
Autor: L.Frank Baum
tamente diferente - e, por isso mesmo, muito enriquecedora. Também nesta edição se deixou Ilustrações: Lisbeth Zwerger
de lado a tradução original de Maria Lamas. Tradução: Isabel Ramalhete
Editora: Ambar

AVENTURAS DE JOÃO
SEM M EDO
Autor: José Gomes Ferreira
Editora: Publicações Dom
Quixote
IRATAN E IRACEMA,
OS MENINOS MAIS
MALCRIADOS DO MUNDO
Autor: Olavo d’Eça Leal
Ilustrações: Paulo Ferreira
Editora: Vega
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“Era uma vez um rapaz chamado João que vivia em Chora-Que-Logo-Bebes, exígua aldeia aninha-
da perto do Muro construído em redor da Floresta Branca”. E, como sempre acontece quando há
muros a delimitar os sonhos, João gritou um dia: “Não aturo mais isto. Vou saltar o Muro!”.
E ei-lo que se lança numa viagem de espanto e olhos bem abertos, com todos os ingredientes das
habituais histórias do maravilhoso – fadas, princesas, princípes com orelhas de burro, etc. – mas
numa perspectiva desmistificadora, sempre à imagem e semelhança dos humanos. E no regresso,
enriquecido com tudo o que viu, João decide mudar de vida.
Mas, “provisoriamente, e para restaurar as forças”, tudo o que pede é “um jantarinho cá dos nossos,
com grelos…”.
“Iratan e Iracema prepararam a malinha com os livros e a merenda, esqueceram-se de se despedir
dos pais, e saíram. lam para a escola. Em princípio iam para a escola mas, no fundo, não sabiam bem
se iam para a escola” e, no primeiro desvio que encontraram, “desviaram-se sem hesitar.”
A partir daqui todas as aventuras podem acontecer, numa estranha viagem de dois irmãos irreve-
rentes, malcriados, insuportáveis – ou, muito simplesmente, duas crianças com sentido de humor
num mundo onde ele não existe. Uma viagem onde se avistam Torres Tenebrosas, onde é preciso
atravessar a Zona da Incompreensão e se encontram fantasmas e bruxas, se navega pelas páginas
de livros esquecidos, se atravessam Cidades de Silêncio e Palácios de Ferro, e se encontram faquires,
lobos, cães de três cabeças e Vendedores de Memórias. Uma escrita empolgante, que nos deixa sem
fôlego e nos faz desejar sermos também meninos malcriados como estes.
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Aviso: a qualquer um pode acontecer o mesmo. Ou seja: entrar nas páginas de um livro e não sair
mais delas. Para isso é preciso ter ouvido capaz de ouvir as vozes que rebentam pelo meio das
palavras, os apelos das personagens - tal como aconteceu a Bastien, com imaginação a mais para a
estreiteza das paredes da sala de aula. E quando o reino da Fantasia está em perigo, nem olha
para trás - e lá vai ele por uma viagem de magia entre gigantes e elfos, tartarugas, bruxas e perigos
inimagináveis que terá de passar para poder salvar a Imperatriz Menina.

A HISTÓRIA INTERMINÁVEL
Autor: Michael Ende
Tradução: Manuel João Gomes
Ilustrações: Roswitha Quadflieg
Editora: Círculo de Leitores
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CÉU ABERTO
Autor: Virgínia de Castro
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Ilustrações: A. Duarte
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Editora: Clássica Editora
PORTUGAL PEQUENINO
Autor: Maria Angelina
e Raul Brandão
Ilustrações: António Pimentel
Editora: Vega
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A viagem de uma família lisboeta, da Calçada do Sacramento, de um tempo em que ainda não havia
televisão, nem telemóveis, nem viagens de avião encaradas com a normalidade dos nossos dias…
De um tempo em que os meninos da burguesia endinheirada eram educados em colégios na Suíça.
Maria e Dinis de Sousa levam as suas crianças - Rodrigo, Rita e João - “num vapor alemão que vem
da Alemanha e segue para Génova”. A viagem com todos os pormenores, histórias relativas aos
lugares por onde vão passando, num didactismo justificado pela época em que a obra foi publicada
(1907), mas com uma vivacidade de escrita que a torna leitura apelativa aos meninos de hoje.
Inesquecível a figura do Primo Jeremias, continuamente repetindo “isto é, se me dão licença…
(E quem quiser seguir a história, poderá ler “Em Pleno Azul”, na mesma editora).
Diz-se que foram as “Viagens de Nils Holgersson” a motivar a escrita deste livro, embora aqui a
realidade seja muito mais pungente e viva.
A história da Pisca e do Russo, em contacto com a natureza e com ela muitas vezes se confundin-
do, numa viagem por terras de Portugal, que nos leva “ao rigor do inverno e às serras de Trás-os-
-Montes”, ao cenário do Douro,”o rio mais belo, mais dramático e mais variado de Portugal”, à linha
de Moncorvo e ao amanhecer em Entre-os-Rios.
Uma viagem com lugares bem explícitos, pequenas aldeias perdidas no mapa e cidades de nome
feito, as actividades da pesca diferentes segundo os lugares. Do norte ao sul, as paisagens vão-se suce-
dendo, e nem faltam os pardais de Lisboa, ou os carapaus vendidos na rua, embrulhados no folhe-
tim do “Diário de Notícias”. Uma viagem-sonho, que acaba por regressar ao lugar de partida, onde
tudo está nos seus lugares.
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Era uma vez um cavaleiro que vivia “em certo lugar da Dinamarca, perto do mar, numa grande flo-
resta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos”, que numa noite de Natal toma uma decisão: “ir em
peregrinação à Terra Santa e passar o Natal seguinte na gruta onde Cristo nasceu e onde rezaram
os pastores, os Reis Magos e os AnJos”.
É a viagem de regresso que seguimos nesta obra, que nos leva por Ravena, Veneza, Ferrara, Bolonha,
Florença, Génova, Antuérpia, até chegar “à clareira de bétulas onde ficava a sua casa”. Uma viagem O CAVALEIRO
onde se ouvem muitas histórias, de marinheiros e de artistas, de poetas e mundos novos, de cofres DADINAMARCA
Autor: Sophia de Mello
cheios de pérolas e de pimenta. Uma história de perigos, de ardilosas solicitações e de muitos Breyner Andresen
perigos - mas o espírito de Natal acaba sempre por ser mais forte. Ilustrações: Armando Alves
Editora: Figueirinhas

Às vezes, ir de um extremo ao outro da cidade do Porto pode resultar na mais excitante das viagens.
É o que acontece a Anselmo, no dia em que vai a casa do padrinho num autocarro dos mais anti-
gos. A confusão instala-se a partir do momento em que o condutor ouve, entre os passageiros, o
miar de um gato.
A viagem transforma-se em perseguição, de tal modo que Anselmo se vê, de repente, na rua e à chuva.
Se não tem sido apanhado por uma motocicleta, nunca chegaria ao seu destino.

A VISITA AO PADRINHO
Autor: Ilse Losa
Ilustrações: Ângela Melo
Editora: Afrontamento
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Também uma onda pode servir de navio, e um rio pode transformar-se no maior e mais perigoso
dos oceanos. Aqui os lugares de passagem têm nomes dos dias de hoje, Cacilhas, Trafaria, Belém,
Ponte 25 de Abril, Cais do Sodré - mas não é por isso que a viagem deixa de ser uma aventura.
Sobretudo quando a onda-navio nos larga no Cais do Sodré e alguém nos pergunta pelo bilhete…

A ONDA GRANDE E BOA

Autor: Carlos Pinhão
Ilustrações: Paula Amaral
Editora: Livros Horizonte

Nesta ”aventura”, todos os caminhos vão dar a Aveiro. E é por essa região que a viagem dos cinco
amigos se processa, com as inevitáveis passagens pela Barra, pela Vagueira, pela Costa Nova, por
Ílhavo - tudo bem condimentado com ovos moles, que tornam todas as viagens mais excitantes…

NA TERRA E NO MAR
Autor: Ana Maria Magalhães
e Isabel Alçada
Ilustrações: Arlindo Fagundes
Editora: Editorial Caminho
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Chegar a Fátima num dois-cavalos desconjuntado pode ser a viagem mais complicada do mundo. Que
o diga o Capitão Florêncio mais a D. Ester e amigas, num total de oito pessoas dentro do automóvel.
Uma viagem com sabor a croissants, pão-de-ló, cavacas das Caldas, bolos de amêndoa, feijoada à
transmontana - e a chegada providencial do “Mãozinhas”, carteirista de profissão, “sempre às
ordens”.
Uma viagem com passagem por destinos vários, incluindo a pré-história. Fátima é que, por moti-
vos vários, nunca se avistou…

A CAMINHO DE FÁTIMA
Autor: Mário Castrim
Ilustrações: José Miguel Ribeiro
Editora: Editorial Caminho
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ULISSES
Autor: Maria Alberta Menères
Ilustrações: Isabel Lobinho
Editora: Asa
A ENEIDA
Autor: Virgílio
Adaptação: Ricardo Alberty
Ilustrações: J. Kuhn-Régnier
Editora: Editorial Verbo
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Uma adaptação das viagens de Ulisses cantadas por Homero na Odisseia. A caminho de Ítaca, pelo
mar fora, “vencendo vento e vento através de onda e onda”, uma viagem de perigos e armadilhas,
sonhos e pesadelos, ódios e paixões, em que os deuses têm papel determinante, e a guerra se
apresenta sempre em pano de fundo. Mas Ulisses é homem de astúcias várias, vence monstros e
gigantes, derrota o feitiço das sereias e consegue chegar a bom porto. Que é como quem diz, aos
braços de Penélope.
Depois da guerra de Tróia, Eneias conduz os seus companheiros numa atribulada viagem até um
mundo novo, “essa terra fecunda e bela a que os gregos chamam Hespéria, e os seus habitantes cha-
mam Itália”. E viajamos no som dos nomes mágicos que passam pelas páginas desta obra, as ilhas
de Zacinto cobertas de bosques, as de Nerito cheias de rochas, as margens floridas de Ãccio, e a costa
de Dulíquio, Ausónia, Cartago, Delos, Naxos.
Com os deuses, como sempre, a comandarem a vida dos homens.
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Tradicionalmente considerado como fazendo parte de As Mil e Uma Noites, o livro de Sindbad,
o Marinheiro dá-nos a conhecer as sete viagens que ele realizou por mares e ilhas do misterioso
oriente, atacado por selvagens, antropófagos, gigantes, serpentes, elefantes. De todas elas recolheu
sabedoria, riqueza - e o prazer de as contar, na tranquilidade finalmente apetecida de sua casa, entre
família, parentes e amigos.
SINDBAD, O MARINHEIRO
Versão portuguesa: António
José Massano
Ilustrações: Gustave Doré
Editora: Teorema

“Num lugar da Mancha de cujo nome não quero recordar-me”- eis a famosa abertura do (mais
famoso ainda) livro que relata a viagem do Cavaleiro da Triste Figura por este mundo de Cristo, sem-
pre em defesa dos oprimidos e de sua dama, a bela Dulcinea del Toboso. Um clássico de todos
os tempos e para todas as idades, numa das suas mais recentes edições a pensar no público jovem:
uma linguagem acessível, mas que guarda a cadência e o ritmo da escrita original de Cervantes, ser-
vida por ilustrações feitas a partir de fotografias dos locais por onde Quixote, Sancho e Rocinante
vão passando. DOM QUIXOTE
DE L A M ANCHA
Autor: Miguel de Cervantes
Tradução: Elsa Magalhães
Ilustrações: António Albarrán
Editora: Girassol
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As viagens de Robinson Crusoe - da primeira vez para África, onde fez fortuna; a segunda sem igual
sorte, em que ficou ao serviço de piratas durante dois anos; a terceira, em fuga e sem destino certo,
que o levou a ser recolhido por um barco de portugueses e chegar ao Brasil; e a quarta até à Guiné
onde, depois de uma tempestade, naufragou numa ilha deserta, sendo o único sobrevivente.
ROBINSON CRUSOE Aí resiste quatro anos, até construir um barco e fazer-se de novo ao mar. Mas as tempestades tra-
Autor: Daniel Defoe zem-no de novo à sua ilha, onde irá sobreviver, com a ajuda de Sexta-Feira, até à chegada do navio
Adaptação: John Lang
Ilustrações: Luís França
inglês que o leva de regresso à pátria, quase trinta anos depois de dela ter saído.
Editora: Lisboa Editora

As famosas viagens do médico inglês Samuel Gulliver ao país dos homens pequenos, ao império dos
gigantes, à Ilha Voadora, à terra das Academias dos Mágicos, dos Imortais e dos Japões, terminando
no País dos Cavalos. Pelo meio a intervenção de marinheiros portugueses que o trazem até Lisboa,
donde poderá finalmente regressar à pátria.

AS VIAGENS DE GULLIVER
Autor: Jonathan Swift
Adaptação: Adolfo
Simões Muller
Ilustrações: Rui Pimentel
Editora: Europa-América
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Publicado em 1851, várias são as adaptações e edições feitas para um público juvenil desta viagem
do jovem Ismael a bordo do baleeiro “Pequod”, comandado com mão de ferro pelo Capitão Ahab,
temido por toda a tripulação. Ahab vive com uma única obsessão: encontrar-se de novo com a ter-
rível baleia branca, Moby Dick, que em tempos, numa luta corpo a corpo pelo meio de vagas e ven-
tos de tempestade, lhe roubou a perna. Uma viagem dramática por mares desconhecidos, povoados MOBY DICK
de aves e animais marinhos, e gente de terras longínquas e estranhos nomes. Autor: Herman Melville
Ilustrações: Libico Maraja
Editora: Paulus

Numa carta a um amigo, Stevenson escreve a propósito deste livro: “trata de piratas, começa na
Estalagem do Almirante Benbow, a história anda toda à volta de um mapa, de um tesouro, de uma
revolta, de um velho chamado Trelawney, de um médico, de um cozinheiro só com uma perna,
de uma cantiga com o refrão “ho, ho, ho, e uma garrafa de rum! - imagina no homem em que eu
me transformei!” E é no navio “Hispaniola” que a viagem vai decorrer, a caminho da ilha do tesouro,
com os nossos corações a saltarem de medo ao som dos passos do capitão Silver, do papagaio a gritar
“peças de oito”, de traições e mistérios, e o estrondo das ondas a rebentar sobre as nossas cabeças.
A ILHA DO TESOURO
Autor: Robert Louis Stevenson
Tradução: Alsácia Machado
e Mouro Pires
Ilustrações: Mervyn Peake
Editora: Publicações Dom
Quixote
Ficha Técnica
Título: Viajar nos Livros | Autor: Alice Vieira | Ilustrador: João Caetano
Coordenação Editorial: Instituto Português do Livro e das Bibliotecas,
Campo Grande, 83 - 1.º, 1700-088 Lisboa, www.iplb.pt
Design Gráfico: João Caetano | Arranjo Gráfico: Guidesign
ISBN: 972-8436-36-x | Depósito Legal: 193924/03
Tiragem: 10 000 exemplares
Impressão: Guide - Artes Gráficas, Lda.

© iplb, Abril 2003