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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

MÓDULO 2 – FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE SANEAMENTO


BÁSICO

Prezado capacitando,
No Módulo 1 vimos um pano de fundo sobre a história do saneamento no Brasil e no
mundo, o marco regulatório estabelecido em 2007 e que trata das diretrizes nacionais
para o saneamento básico, a Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007) e o que isto representou para a
história do saneamento do Brasil, com a exigência legal do processo de planejamento
formal.
Vimos também algumas considerações sobre as ações do planejamento e da elaboração
do plano de saneamento. Aprendemos que o planejamento é essencial para que as ações
sejam efetivas, eficientes e eficazes.
No módulo anterior foram apresentados alguns aspectos sobre as possíveis modalidades
de prestação dos serviços, regulação e fiscalização, bem como a interdependência
existente entre todos esses elementos. Agora, neste módulo, vamos explorar um pouco
mais o processo de planejamento formal, abordando algumas teorias que irão nos ajudar a
compreender as metodologias possíveis de serem empregadas na elaboração dos planos.
Veremos também de que forma a lei aborda os elementos do saneamento, estabelecendo
diretrizes para elaboração dos planos.
Sendo assim, esperamos que, ao concluir o Módulo 2, você se sinta apto a reconhecer o
planejamento como uma ferramenta fundamental para a estruturação do plano de
saneamento básico, bem como habilitado a reconhecer as fases e etapas do plano.
Esses dois primeiros módulos são de fato a base para encaminharmos a elaboração de um
plano de forma mais consistente e estruturada, de tal sorte que o saneamento básico seja
o promotor da saúde pública e ambiental no município, considerando as particularidades
regionais e locais, envolvendo tanto o ambiente urbano, quanto a área rural.
Destacaremos, ainda, a importância da participação e do controle social durante todo o
processo de planejamento.

Feita essa apresentação do Módulo 2, reiteramos nossos votos de bons estudos!


Capacitando,
Assista ao vídeo de apresentação do Módulo 2 disponível na plataforma virtual do curso.

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

SUMÁRIO

1. A LEGISLAÇÃO E O PLANEJAMENTO........................................................................................ 4

2. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO ........................................................................................... 9

3. ELEMENTOS INTRÍNSECOS AO PLANEJAMENTO .................................................................... 15

4. OS FUNDAMENTOS DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO..................................................... 19

5. O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO .................................... 22

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 36

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

1. A LEGISLAÇÃO E O PLANEJAMENTO
Vamos agora analisar um pouco mais em detalhes o que a legislação nacional traz sobre
saneamento básico com relação ao tema gestão e planejamento, buscando compreender de que
forma a esfera legal deverá cumprir com o seu papel integrador para o setor. A seguir,
apresentamos o conceito de gestão ambiental, por sua aproximação com a gestão em
saneamento.

GESTÃO AMBIENTAL - Trata-se de um conjunto de políticas, programas e práticas que levam em


conta a saúde e a segurança das pessoas e do ambiente. A gestão é realizada por meio da
eliminação ou da minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento,
implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos e atividades
(IBAMA, 2006).

No Módulo 1, aprendemos quais são as quatro ações de gestão dos serviços de saneamento
estabelecidas pela Lei das Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico – Lei 11.445/07. Vamos
relembrá-las?

 o planejamento;
AÇÕES DE GESTÃO DOS  a prestação dos serviços;
SERVIÇOS DE SANEAMENTO:  a regulação; e
 a fiscalização.

Cada função possui um responsável por sua implementação, sendo que ainda há a possibilidade
do titular dos serviços delegar as competências. Para entender melhor como isto funciona, analise
o Quadro 1.

Quadro 1 - Gestão dos serviços no Plano de Saneamento Básico


FUNÇÃO RESPONSÁVEL
PLANEJAMENTO Titular, ou seja, o município.
 Órgão ou entidade do titular, a quem se tenha atribuído por lei a competência de prestar o
serviço público.
PRESTAÇÃO DOS
 Órgão ou entidade de consórcio público ou de entre da federação com quem o titular celebrou
SERVIÇOS
convênio de cooperação, desde que delegada a prestação por meio de contrato de programa.
 Órgão ou entidade a quem se tenha delegado a prestação dos serviços por meio de concessão.
 A regulação de serviços públicos de saneamento básico poderá ser delegada pelos titulares a
qualquer entidade reguladora constituída dentro dos limites do respectivo estado, explicitando,
REGULAÇÃO
no ato de delegação da regulação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem
o
desempenhadas pelas partes envolvidas (art. 23, § 1 , Lei nº 11.445/07).
Titular, que pode delegar a:
 Conselho Municipal;
FISCALIZAÇÃO
 ente ou órgão regulador municipal ou estadual;
 consórcio.
Fonte: Adaptado da Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007)

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Todas as funções de gestão devem viabilizar formas de controle social, de forma a atender ao
princípio fundamental estabelecido na Lei nº 11.445/07, art. 2º, inciso X.

CONTROLE SOCIAL - Trata-se do conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à


sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de
formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de
saneamento básico (Lei nº 11.445/07, art. 3º, inciso IV).

Neste módulo, vamos nos ater ao planejamento. Caso queira recordar conceitos sobre a
prestação, regulação e fiscalização, volte ao módulo anterior para revisá-los. Para começarmos,
vamos definir planejamento.

PLANEJAMENTO - É um meio sistemático de determinar o estágio em que o processo se


encontra, onde se deseja chegar e qual o melhor caminho para chegar lá. É um processo
contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada das informações, por meio de
procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores alternativas
para o aproveitamento dos recursos disponíveis.
Sua finalidade é atingir metas específicas no futuro, levando à melhoria de uma determinada
situação e ao desenvolvimento de uma sociedade. O planejamento deve ser orientador dos
instrumentos metodológicos, administrativos, legislativos e de gestão para o desenvolvimento de
atividades num determinado espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos
cidadãos (SANTOS, 2004).

O planejamento é dito indelegável a outros entes, ou seja, ele sempre será uma função de
compromisso do titular da prestação de serviços. Já as demais etapas são passíveis de delegação
(art. 8º), isto é, o titular pode delegar para outro ente a sua execução.
Na etapa de planejamento, gera-se o principal produto a ser construído pelos municípios: o Plano
Municipal de Saneamento Básico, baseado no conteúdo expresso pela Lei Federal nº 11.445/07.
Que tal tentarmos compreender de forma esquemática como é o processo de planejamento e
como ele é estruturado? Observe a Figura 1.

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Figura 1 - Planejamento do Plano Municipal de Saneamento


Básico

Como resultado desse conjunto de ações, visando determinado objetivo, gera-se o plano,
estabelecido com base em princípios, diretrizes, objetivos, metas, programas, projetos e ações
capazes de promover a transformação desejada.

PLANO - É uma espécie de orientação técnica para que se atinjam os objetivos do


planejamento e deve estar em consonância com esses objetivos. Deve se basear em uma
análise da situação atual e uma projeção da situação futura do ambiente, caso nenhuma
intervenção seja feita. E finalmente, deve conter um conjunto de orientações que indiquem
quais intervenções devem ser realizadas (FINOTTI, 2009, p. 34).

O plano assume uma posição central na política para a prestação dos serviços, sendo sua
existência, conforme atesta a Lei Federal do Saneamento Básico, condição indispensável para:
 a validade dos contratos de delegação da prestação dos serviços de saneamento básico (inciso
I do art. 11);
 a definição dos planos de investimentos e projetos dos prestadores, que devem estar
compatíveis com as diretrizes do plano (§ 1º do art. 11);
 o exercício das atividades da entidade reguladora e fiscalizadora, a quem cabe verificar o
cumprimento do plano por parte dos prestadores de serviços (parágrafo único do art. 20);
 a alocação de recursos públicos federais e os financiamentos com recursos da União, ou com
recursos geridos ou operados por órgãos ou entidades da União (art. 50).
A Lei do Saneamento Básico estabelece também o conteúdo mínimo do Plano de Saneamento
Básico (art. 19), bem como dos aspectos relativos ao processo de elaboração do Plano Municipal
de Saneamento Básico (art. 47). Esses temas serão tratados com maior profundidade nos
próximos módulos. Apenas destacamos na Leitura Complementar, os tópicos contidos na Lei
acerca desses temas.
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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Conteúdo mínimo do Plano de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07)


Art. 19. A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser
específico para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo:
 diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de
indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as
causas das deficiências detectadas.
 objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções
graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais.
 programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo
compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais
correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento.
 ações para emergências e contingências.
 mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
programadas.

Aspectos do processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico:


I. Realização de diagnósticos e, se for o caso, de estudos específicos.
 O diagnóstico é fundamental para identificar a situação atual do saneamento básico no
município, sendo ferramenta básica para a tomada de decisões na área. Mais orientações e
informações sobre o “diagnóstico” serão obtidas no Módulo 4.
II. Definição de princípios e diretrizes que o orientam.
III. Definição e proposição dos objetivos e metas, que devem ser graduais e progressivas ao longo
da execução do plano.
IV. Determinação das áreas e ações prioritárias para intervenção e dos investimentos
necessários, considerando os diferentes componentes do saneamento básico.
V. formulação dos programas e projetos e das condições de sua execução para o atendimento
universal e de qualidade.
VI. Organização institucional, administrativa e operacional para a prestação, regulação,
fiscalização e avaliação da prestação dos serviços.
VII. Regulamentação legal e jurídico-administrativa da gestão, incluídos os atos normativos de
regulação, os instrumentos de delegação da prestação e/ou da regulação e fiscalização, se for o
caso, e os procedimentos administrativos.

(BRASIL, 2011c, p.60)

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Dois itens importantes que você precisa igualmente saber estão relacionados aos prazos e conteúdo do
plano.
Em relação aos prazos para elaboração e revisão dos planos, o que a lei estabelece?

 Tanto o Plano Nacional de Saneamento Básico como os Regionais e Municipais devem ser
elaborados com horizonte de 20 (vinte) anos, avaliados anualmente e revisados a cada 4 (quatro)
anos (art. 52, § 2º), preferencialmente em períodos coincidentes com os de vigência dos planos
plurianuais.
 Outras recomendações sobre os prazos a serem considerados nos Planos de Saneamento Básico
podem ser obtidas no documento Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração do Plano de
Saneamento Básico - versão 2011 (BRASIL, 2011c).

Importante também destacar e lembrar que o plano deve atender aos quatro componentes do
saneamento: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, e
manejo de águas pluviais, realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio
ambiente.
Vamos rever algumas outras questões postas pela lei relativamente aos planos nos quadros
apresentados a seguir:

Os planos deverão ser editados pelos titulares, podendo ser elaborados com base em estudos
fornecidos pelos prestadores de cada serviço. Mesmo no caso de delegação dos serviços, o
prestador deverá cumprir o Plano de Saneamento Básico em vigor.

Os Planos de Saneamento Básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas
em que estiverem inseridos e com outros planos desenvolvidos por instâncias superiores, pela
região ou município, como foi bem discutido no Módulo 1.
* O Plano da Bacia Hidrográfica é um dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos previstos
pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de janeiro de 1997. Veja informações mais
detalhadas sobre esse tema acessando a própria Lei.

O Plano de Saneamento Básico deverá englobar integralmente o território do ente da federação


que o elaborou (art. 19, § 8º). Quando se optar por serviços regionalizados, ou seja, quando houver
um único prestador do serviço para vários municípios, contíguos ou não, deverá haver
compatibilidade de planejamento dos respectivos planos municipais (Lei nº 11.445/07, art. 14).
Nesse caso, poderá ser elaborado um plano para o conjunto de municípios atendidos (Lei nº
11.445/07, art. 17).

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Como você pode ver, os prazos são curtos, e o seu cumprimento condiciona o acesso a recursos
orçamentários destinados a serviços de saneamento básico! Fique atento e divulgue isso no seu
município!

Para saber mais:


Acesse as Diretrizes Para a Definição da Política e Elaboração do Plano de Saneamento Básico em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Diretrizes_Politica_Planos_de_Saneamento.pdf >

Organizando os estudos...
Como você já sabe, o presente módulo objetiva levá-lo a compreender as etapas que fazem parte
da elaboração dos planos de saneamento básico. No sentido de orientá-lo na sequência dos
estudos, apresentamos na Figura 2 o que será abordado nos capítulos seguintes, uma vez que o
capítulo 1 tratou dos aspectos da legislação.

Figura 2- Organização dos próximos capítulos do Módulo 2

Vamos, então, ao aprofundamento desses temas?

2. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
O processo de planejamento pode ser balizado por seis questões essenciais:
 Qual é o objeto a ser planejado?
 Quais são os sujeitos do processo de planejamento?
 Sob quais pressupostos o planejamento será realizado?
 Quais são os objetivos do plano?

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

 Qual é a metodologia que será utilizada para a sua elaboração?


 Qual é a viabilidade do plano?

Vamos refletir um pouco sobre cada uma delas...


A. Qual é o objeto a ser planejado?
Segundo Brasil (2011c, p. 62) “não se planeja algo que não se conhece, o ato de planejar pressupõe
certo domínio e conhecimento sobre o objeto”.
Isso não quer dizer apenas domínio das técnicas, mas também do seu conceito, da sua história,
das políticas públicas que tratam do objeto, dos fatores políticos, econômicos, sociais, culturais e
técnicos que determinaram o estado presente do objeto. Significa, ainda, tomar ciência do
conhecimento prático e da vivência das populações frente ao objeto.
Bom, o objeto do qual estamos tratando neste curso é o saneamento básico. Assim, é importante
que identifiquemos exatamente esse objeto.

Vamos reforçar mais uma vez a definição de “saneamento básico”, dada pela Lei Federal do
Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07)?

SANEAMENTO BÁSICO - É o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações


operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações
prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos
sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo
doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas
redes urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem
urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de
vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
(Lei nº 11.445/07, art. 3º, § 1º)

O saneamento básico é constitucionalmente estabelecido como um assunto de interesse local.


Assim, quando da elaboração dos planos de saneamento básico, os municípios devem incorporar
outros temas considerados pertinentes à realidade socioambiental local, tais como:
 disciplina sanitária do uso e ocupação do solo;
 controle de vetores de doenças transmissíveis;

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

 melhorias sanitárias intradomiciliares, dentre outros.

Lembre-se:
Um processo de planejamento totalmente vinculado com as realidades locais inclui temas
peculiares ao município e às entidades vinculadas direta e indiretamente ao saneamento básico.

B. Quais são os sujeitos do processo de planejamento?


Em relação aos sujeitos do processo de planejamento, principalmente em nível municipal, ainda
predomina a visão de que o ato de planejar é uma ação que está sob o domínio dos técnicos, que
são capazes de avaliar a realidade e projetá-la para o futuro. Porém, por ser considerado um ato
político, inserido num processo participativo, o ato de planejar deve envolver diversos atores
sociais, como podemos ver na Figura 3.

Figura 3 – Sujeitos do processo de planejamento

Nesse contexto caberá aos sujeitos do processo de planejamento, mediante sua vivência e
conhecimento da realidade local, levantar questões e participar das discussões necessárias para a
proposição de projetos que comporão o Plano de Saneamento Básico. Dessa forma, o poder local
torna-se o grande protagonista das políticas públicas de saneamento básico ao dar um passo
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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

importante no sentido de promover o processo de planejamento e o plano propriamente dito, de


modo que atinjam a abrangência merecida em prol da melhoria da qualidade de vida e da
preservação do meio ambiente.
O processo de planejamento deve ser coordenado por uma equipe que tenha capacidade de
conduzir discussões de modo democrático, ponderando as necessidades e aflições de cada
segmento social. Dessas discussões devem ser gerados pressupostos e projetos que transformem
a realidade atual, corroborada pelos diversos atores sociais.

Os sujeitos do processo de planejamento precisam ampliar o seu conhecimento sobre o objeto a ser
planejado, por isso é importante que, durante a elaboração do plano, sejam promovidas discussões,
palestras e outros eventos que promovam a mobilização social (BRASIL, 2011c, p. 63).

Voltaremos ao tema da participação social com maiores detalhes no próximo módulo.

C. Sob quais pressupostos o planejamento será realizado?


Os pressupostos são os elementos que orientam a elaboração do plano, apontando para a direção
a ser seguida. Trata-se da estrutura formal e técnica para a construção do plano. Em qualquer
processo de planejamento, para que tenhamos sucesso na elaboração do plano, temos que partir
de elementos norteadores gerais, normalmente vinculados a metodologias já consagradas e então
adaptadas às realidades locais. Importante perceber que é a partir dos pressupostos que as bases
para a promoção das transformações necessárias serão definidas, constituindo-se de um conjunto
de elementos que conformam um projeto social.

D. Quais são os objetivos do plano?


O estabelecimento de objetivos é fundamental para o processo de planejamento, ou seja, é
preciso responder a questões fundamentais, tais como:
 Qual o alvo do plano?
 Para que o plano será realizado?
 Onde se pretende chegar?

O Plano de Saneamento Básico, quanto à prestação de serviços públicos, “deve definir os objetivos e
metas de curto, médio e longo prazo para a universalização, admitidas soluções graduais e
progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais.” (BRASIL, 2007a, art.
19, inciso II). Para tanto, devem ser definidos programas, projetos e ações compatíveis com os
respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos (BRASIL, 2011c).

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

E. Qual é a metodologia que será utilizada para a sua elaboração?


A questão fundamental da metodologia é: como chegar ao objetivo pretendido?
A metodologia envolve a escolha dos métodos e ações que serão utilizados na elaboração do
plano de saneamento básico, os quais muitas vezes confluem para vertentes teóricas do
planejamento urbano. O planejamento participativo é o método mais indicado para a elaboração
do Plano de Saneamento Básico.

O planejamento participativo depende da cooperação de diversos segmentos na elaboração do


plano. Tal planejamento busca incluir a população nas decisões governamentais, com vistas a
superar o enfoque tecnicista do planejamento tradicional, possibilitando a definição de prioridades
mais voltadas para as reais necessidades sociais. Nesse contexto, o planejamento deve assegurar a
ampla divulgação das propostas e dos estudos que o fundamentam, bem como o recebimento de
sugestões e críticas por meio de audiências ou consultas públicas e sua análise por órgão colegiado
com representação da sociedade organizada.

F. Qual é a viabilidade do plano?


O plano deve ser analisado quanto a sua viabilidade em diversos aspectos, que por fim indicarão a
viabilidade da sua própria realização e consequentemente dos seus produtos. As ações propostas
no plano devem ser factíveis e condizentes com a realidade de cada município.
Observem na Figura 4, os principais aspectos que devem ser avaliados na realização do estudo de
viabilidade do plano, aplicado ao saneamento básico.

Figura 4 – Principais aspectos do estudo de viabilidade do plano

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Fonte: Adaptado de Brasil (2011c)

Vamos entender o que significam estas viabilidades segundo Brasil (2011c, p. 61 e 62):

I. Viabilidade Econômica
Considera os custos das intervenções propostas, tanto os de implantação (investimentos), como os
de operação e manutenção posterior (despesas de custeio), os recursos disponíveis e as condições
de financiamento desses custos, inclusive a capacidade de geração de receitas próprias e outras
fontes e formas de sustentabilidade ao longo do tempo.
II. Viabilidade Política
Envolve considerações sobre o contexto político em que se insere o plano e as possibilidades
concretas de sua execução, a capacidade de dialogar e de tratar os diferentes interesses dos
protagonistas da cena urbana, ou seja: políticos, movimentos sociais, ONGs, funcionários do
aparato estatal e interesses privados.
II. Viabilidade Técnica
Considera a disponibilidade de matéria-prima e equipamentos para execução das intervenções; a
adequação das tecnologias propostas à realidade cultural, social e ambiental; e a existência de
pessoal capacitado para desenvolver ações planejadas.
III. Viabilidade Institucional
Avalia a capacidade de governar, de dispor das estruturas e condições administrativas e legais para
realizar e executar a ação de planejamento.
IV. Viabilidade Ambiental
Avalia os impactos positivos e negativos do plano sobre o ambiente físico, o natural e o patrimônio
artístico, histórico e cultural.
V. Viabilidade Sociocultural
Corresponde ao estudo da compatibilidade dos custos dos programas e projetos a serem
implementados com a realidade socioeconômica local e da população beneficiária, incluída sua
capacidade de pagamento. Refere-se, ainda, à análise dos impactos sociais e culturais da
implementação do plano.

Caro capacitando! Esperamos que tenha conseguido compreender um pouco mais sobre o
processo de planejamento a partir dos elementos destacados acima. Vamos, agora, aprofundar
um pouco mais o tema planejamento, conhecendo seus elementos intrínsecos, tema do próximo
capítulo.

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Capacitando,
Neste momento você pode assistir ao vídeo Fundamentos de Planejamento
disponível na plataforma.

3. ELEMENTOS INTRÍNSECOS AO PLANEJAMENTO


Quando pensamos em realizar algo que visa mudar certa condição, automaticamente iniciamos
um processo de planejamento. O ato de planejar é algo natural em nosso processo mental diário,
para pensarmos o que faremos durante o dia, durante a semana, no mês, no ano, ou até nas
próximas férias, ou nos próximos 10 ou 20 anos.
Agora, imagine a necessidade de planejar o futuro de um município, para um prazo de 5, 10 ou 20
anos, em termos das ações estruturais e estruturantes voltadas ao seu sistema de saneamento
básico, vinculado intrinsecamente com a saúde de cada cidadão, com a saúde coletiva (pública) e,
ainda, com a saúde ambiental. Já imaginou?
Independentemente do nível de complexidade das medidas a serem implementadas por
decorrência do ato de planejar, podemos considerar como “esquema inicial” desse ato um
conjunto de quatro elementos fundamentais, ao lado de quatro perguntas igualmente
fundamentais, que deverão estar contemplados na elaboração do Plano de Saneamento Básico e
refletidos em seu respectivo produto final. Veja na Figura 5 que elementos são esses.

Figura 5 – Elementos fundamentais do planejamento

Vamos explorar um pouco mais cada um desses itens?

 Contextualização histórica do município – “De onde viemos?”


Esse seria o primeiro componente de um processo de planejamento estruturado. Nessa etapa
inicial, faz-se um resgate e uma análise de todas as transformações pelas quais o município e a

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

população local passaram ao longo do seu processo de formação e desenvolvimento, dando


ênfase aos aspectos relacionados com o saneamento.

Lembre-se:
Saúde, saneamento e meio ambiente são elementos fortemente vinculados!

 Elaboração de diagnósticos – “Onde estamos?”


Em se tratando de saneamento, essa pergunta se dirige a seus quatro elementos, já citados, além
dos setores correlatos que são afetos ou afetados por essas estruturas de saneamento. Assim, por
exemplo, o diagnóstico sobre os serviços de saúde, sobre a incidência de doenças de veiculação ou
origem hídrica, sobre aspectos da economia local, dentre outros, merecem muita atenção, pois
fornecem subsídios importantes para a elaboração de políticas e planos.

Lembre-se:
Em todo o processo, e não apenas na etapa dos diagnósticos, a participação da sociedade
como um todo é fundamental. Imaginar que diagnósticos resultam tão somente de estudos
técnicos pode conduzir a um retrato da realidade distorcido ou incompleto.

 Elaboração de políticas e planos – “Onde queremos ou precisamos chegar?”


Trata-se do momento em que se procede à aplicação das políticas e execução dos planos. O êxito
dessa etapa depende, também, do êxito das anteriores. Ou seja, somente diante de um retrato
fidedigno do presente (diagnóstico) e do passado (contextualização histórica), poderemos
ponderar de forma mais segura sobre o futuro desejado para o município e elaborar, assim, a
política municipal de saneamento e o plano propriamente dito (programas, projetos e ações). Esse
elemento torna possível determinar o que denominamos de prognóstico. Esse é um momento que
acaba por indicar a necessidade de elaborar políticas e planos, ou seja, de estabelecer objetivos,
metas, meios, métodos, recursos, etc, que conduzam a um cenário futuro desejado, alterando a
realidade local, de forma a encaminhá-la a um patamar de melhor qualidade.

“Fase de prognóstico: visa mostrar como ficará a situação do meio em estudo nos próximos anos.
Sua função é demonstrar como o setor vai evoluir sem que nenhuma ação seja realizada. O
prognóstico permite a construção do cenário futuro sem intervenção” (FINOTTI, 2009, p. 34).

 Aplicação das políticas e execução dos planos – “Como chegaremos lá?”


Dá-se pela proposição de um conjunto integrado de programas, projetos e ações, orientados por
objetivos e metas. Os programas, projetos e ações representam de fato a operacionalização dos
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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

objetos planejados e documentados nos planos, por isso contêm o detalhamento suficiente à
execução desses objetos.
A elaboração de uma política que passe a delinear as ações do município para o setor é de
fundamental importância, pois representa o desejo da comunidade retratado em lei como um
compromisso de todos para os rumos a serem tomados, sempre com a visão da melhoria
contínua. Os planos, por sua vez, são peças fundamentais no mecanismo de planejamento.

Lembre-se:
A política deve ser feita de forma a perpassar as diferentes gestões que venham a se valer
dela, representando, assim um documento de base para todos os gestores, considerando
sempre a participação da população como fundamental.

O plano trata da documentação dos objetos planejados, mediante uma prática de revisão
periódica, visando avaliar os sucessos e insucessos, bem como proceder a adequações
diante de eventuais novas realidades. As políticas e planos serão orientados por objetivos e
metas específicas. São estabelecidas diretrizes que encaminham as estratégias para a
elaboração do desdobramento dos planos.

Vamos analisar agora o processo de planejamento em saneamento frente a uma das teorias mais
disseminadas nas ciências da administração: o ciclo PDCA, idealizado por Shewhart na década de
1920 e atualizado e disseminado por Deming na década de 1950 (DEMING, 1990).
A sigla vem das iniciais de quatro palavras em língua inglesa: plan, do, check e act. A tradução para
o português significa: planejar, executar, checar e agir, respectivamente. A ideia de ciclo,
conforme apresentada na figura a seguir, é fundamental para o processo de planejamento, pois a
partir de experiências sobre processos passados poderemos continuamente melhorar os novos
planejamentos, criando um círculo virtuoso e uma análise contínua. Para saber mais sobre cada
um dos componentes do ciclo PDCA, observe a Figura 6.

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Figura 6 – Ciclo do PDCA

Fonte: Adaptado de Deming (1990)

Perceba como essa teoria geral da administração se conecta com o que estabelece a Lei Federal
do Saneamento Básico, em termos de organização da chamada política para o setor.
Ainda com relação às metodologias de planejamento, na proposta do Plano Nacional de
Saneamento Básico – PLANSAB (BRASIL, 2011e), foram utilizadas as metodologias de
Planejamento Estratégico Situacional (PES)1 e por cenários, que são descritas no documento
Visão estratégica para o futuro do saneamento básico no Brasil – panorama do saneamento
básico no Brasil (BRASIL, 2011f).
Na concepção do PES, o ator que participa do planejamento faz parte da realidade que está sendo
avaliada e coexiste com outros atores que participam do planejamento. Já a “situação” passa a ser
a arena onde se encontram os atores e suas ações, fazendo com que a contradição e o conflito
sejam assumidos. Uma das inovações que trouxe essa metodologia é a superação do conceito de
etapas que prevalece no planejamento tradicional, substituindo-as por “momentos” dinâmicos,
não excludentes, que não se esgotam e podem coexistir e se reformular, durante toda a vida do
plano. Dessa forma, sua estruturação envolve quatro momentos. Veja como estes interagem entre
si, na Figura 7.

1
PES: é considerado um instrumento público que possibilita a articulação entre o governo e a sociedade (BRASIL, 2011f).

18
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Figura 7 – Planejamento Estratégico Situacional (PES)

Fonte: Elaborado com base em Brasil (2011f)

O processo de planejamento do saneamento proposto deve partir dos pressupostos fundamentais


apresentados e da idealização de programas, projetos e ações coerentes e compatíveis com os
métodos participativos.

Para saber mais:


Acesse as informações sobre esses métodos no documento: Visão estratégica para o futuro do
saneamento básico no Brasil – Panorama do Saneamento Básico no Brasil – Vol. Nº 6, através do
link: <http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/PlanSaB/PANORAMA_Vol_6.pdf>.

Como fazer?
Vamos, no decorrer do curso, tentar contribuir com a construção desse caminho, sempre
lembrando que, como pano de fundo a tudo isso, o pressuposto da participação social é
fundamental para que se tenha o objeto planejado mais próximo possível da realidade local.
Veremos, nos próximos módulos, elementos que possam contribuir com estratégias de promoção
da participação popular e demais etapas e temas importantes para a elaboração de um plano de
saneamento que seja executável segundo as realidades locais.

4. OS FUNDAMENTOS DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO


Compreendida a ação do planejamento e os elementos intrínsecos ao ato de planejar, vamos ver
agora os princípios e objetivos legais que devem ser observados com vistas a fundamentar a
elaboração do Plano de Saneamento Básico.

19
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Lembre-se:
O documento-base do saneamento básico é a Lei nº 11.445/07 (Lei Federal do Saneamento Básico).

Os planos de saneamento básico devem orientar a prestação de serviços, com ações embasadas
no controle social e no princípio de justiça social.
O saneamento básico, tema dos planos a serem desenvolvidos, apresenta-se como medida
preventiva, amplia-se e ganha, assim, o sentido de medida promotora de saúde. “O chamado
saneamento promocional tem uma natureza multidimensional, cujos efeitos ultrapassam os
limites das intervenções feitas na esfera da estrutura física, ampliando-se a uma perspectiva de
saúde que vai além da mera ausência de doenças e incorporando, desse modo, as dimensões:
social, econômica, política, cultural e ambiental” (SOUZA; FREITAS, 2006, p. 8). “Nessa visão, o
saneamento também incorpora um conjunto de ações de educação e de participação social que
pressupõe cidadãos ativos e críticos para que as intervenções possam atingir a efetividade
necessária a fim de garantir qualidade de vida” (BRASIL, 2011c, p. 65).
A Figura 8 esquematiza a visão atual sobre a natureza das ações de saneamento básico.
Figura 8 – Visão atual do saneamento

Fonte: Adaptado de Brasil (2011c)

Os fundamentos, princípios, diretrizes e objetivos, descritos em leis e políticas nacionais, bem


como estaduais, devem ser considerados na construção dos planos de saneamento básico, pois
lhes dão sustentação legal. Alguns trechos importantes e representativos desses instrumentos
legais são destacados a seguir.

20
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

• A cidadania e a dignidade da pessoa humana como fundamentos da República Federativa do Brasil (art.
1º).
• A erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais, como
objetivos fundamentais da Nação (art. 3º).
• A saúde como direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988)

visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (art. 6º e 196).
• A moradia digna, garantida pelo direito social ao trabalho e pelas políticas públicas de promoção da
construção de moradias, da melhoria das condições habitacionais, do saneamento básico, do
desenvolvimento urbano fundado no adequado ordenamento territorial e das funções sociais da cidade
(art. 6º, 23, 30 e 182).
• Compete ao sistema único de saúde, além de outras atribuições, participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico (art. 200).
• O direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações (art. 225).
• A promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente (art. 225).

• Garantia do direito a cidades sustentáveis, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura


urbana e aos serviços públicos, para as presentes e futuras gerações (art. 2º, inciso I).
ESTATUTO DA CIDADE

• Gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos


(Lei nº 10.257/2001)

vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e


projetos de desenvolvimento urbano (art. 2º, inciso II).
• O pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante a
ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar a deterioração das áreas urbanizadas, a poluição
e a degradação ambiental, e a adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de
expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do
município e do território, com justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização (art. 2º, incisos VI, VII, IX).

• Universalização do acesso (inciso I) com integralidade das ações (inciso II), segurança, qualidade e
LEI FEDERAL DO SANEAMENTO BÁSICO

regularidade (inciso XI) na prestação dos serviços.


(art. 2º da Lei nº 11.445/2007)

• Promoção da saúde pública (incisos III e IV), segurança da vida e do patrimônio (inciso IV) e proteção
do meio ambiente (inciso III).
• Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de proteção
ambiental e outras de relevante interesse social (inciso VI).
• Adoção de tecnologias apropriadas às peculiaridades locais e regionais (inciso V), adoção de soluções
graduais e progressivas (inciso VIII) e integração com a gestão eficiente de recursos hídricos (inciso XII).
• Gestão com transparência baseada em sistemas de informações, processos decisórios
institucionalizados (inciso IX) e controle social (inciso X).
• Promoção da eficiência e sustentabilidade econômica (inciso VII), com consideração à capacidade de
pagamento dos usuários (inciso VIII).

21
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

• A saúde como direito universal com atendimento integral e igualitário.


LEI ORGÂNICA DA SAÚDE

• Promoção da saúde pública.


(Lei nº 8.080/1990)

• Salubridade ambiental como um direito social, patrimônio coletivo que todos devem proteger e
promover.
• Proteção e sustentabilidade ambiental.
Saneamento é um dos fatores determinantes e condicionantes da saúde.
SUS deve participar da formulação da política e na execução de ações de saneamento básico.

• Água como um bem de domínio público, como um recurso natural limitado, dotado de valor
econômico, cuja disponibilidade e qualidade devem ser asseguradas para a atual e as futuras gerações
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS

(art. 1º, incisos I e II, e art. 2º, inciso I).


• Direito ao uso prioritário dos recursos hídricos para o consumo humano e a dessedentação de
(Lei nº 9.433/1997)

animais em situações de escassez (art. 1º, inciso III).


HÍDRICOS

• Gestão dos recursos hídricos voltada a garantir o uso múltiplo das águas (art. 1º, inciso IV).
• Garantia da adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas,
econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do país (art. 3º, inciso II).
• Garantia da articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regional, estadual e nacional (art. 3º, inciso IV).

SISTEMA NACIONAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL


• Moradia digna como direito e vetor da inclusão
– SNHIS
social (art. 4º, inciso I).
(Lei nº 11.124/2005)
Agora que estamos inteirados sobre os processos de planejamento e fundamentos legais que dão sustentação à
elaboração do Plano de Saneamento Básico, vamos tomar conhecimento, em específico, do processo de elaboração
desse instrumento.

5. O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

“O processo de elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico depende das dinâmicas locais,
da capacidade técnica do município, do nível de organização social, dos recursos disponíveis para o
processo, dos interesses que estão em jogo e da própria escolha da administração local em relação
às abordagens de planejamento” (BRASIL, 2011c, p. 73).

A complexidade inerente ao processo de planejamento deve ser tratada de forma racional,


objetiva e criteriosa, criando estratégias para reduzir as diferenças entre os atores envolvidos e, ao
final, gerar um documento que atenda aos interesses da população municipal, parcial ou
totalmente.
Em síntese, conforme mostra a Figura 9, o processo de elaboração do Plano de Saneamento

22
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Básico proposto pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2011d), pode ser dividido em três grandes
fases, as quais se dividem em sete etapas.

Figura 9 – Processo de elaboração do Plano de Saneamento Básico

Fonte: Adaptado de Brasil (2011d)

Veremos, na sequência, alguns apontamentos sobre o que é abrangido por uma dessas fases e
etapas para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico.

FASE I – PLANEJAMENTO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO

Esta fase compreende as atividades preparatórias para a elaboração propriamente dita do Plano
de Saneamento Básico, que são descritas a seguir.

Etapa 1 – Coordenação, participação, mobilização social e comunicação

 Coordenação
Para acompanhamento e operacionalização do processo de elaboração do plano, o Ministério das
Cidades (BRASIL, 2011f) recomenda a constituição do comitê ou de coordenação e um comitê
devidamente formalizados.

23
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

O Comitê de Coordenação é responsável pela coordenação, condução e acompanhamento da elaboração


do Plano. Já o Comitê Executivo é responsável pela operacionalização do processo de elaboração do Plano.
Recomenda-se que o Comitê de Coordenação inclua representantes dos Conselhos da Cidade, de
Saneamento, de Saúde, de Meio Ambiente, caso existam, da Câmara de Vereadores e do Ministério Público
e de organizações da Sociedade Civil (entidades profissionais, empresariais, movimentos sociais e ONGs,
outros).
O Comitê Executivo deve ter composição multidisciplinar e incluir técnicos dos órgãos e entidades
municipais e dos prestadores de serviço da área de saneamento básico e de áreas afins ao tema, sendo
desejável a participação ou o acompanhamento de representantes dos Conselhos, dos prestadores de
serviços e organizações da Sociedade Civil.
É desejável que os membros dos comitês estejam capacitados de forma a ampliar, atualizar e
equalizar os conhecimentos sobre os temas relevantes do saneamento básico, como, por exemplo,
aspectos históricos, políticos e técnicos.
Como sugestão, os envolvidos nesse processo podem procurar cursos técnicos, universidades,
ONGs e redes de capacitação como a RECESA.

 Participação, mobilização social e comunicação


A elaboração do Plano de Saneamento Básico deve atender ao previsto no § 5º, art. 19, da Lei nº
11.445/07, no qual é assegurada:

“[...] a ampla divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as
fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas.”

O método a ser utilizado deve atender, ainda, ao princípio do controle social, referido no inciso X,
art. 2, da Lei nº 11.445/07, como o conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à
sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de
políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento
básico.
O controle social deve ser a base do Plano de Saneamento Básico, integrando desde o início o
processo de planejamento, prevendo os mecanismos de inclusão e participação dos atores sociais,
bem como dos meios e formas de divulgação das ações realizadas em todo o processo de
construção do plano.
Como você pode perceber, o controle social pressupõe o envolvimento da sociedade como um
todo. Neste contexto, insere-se a participação social.

“A participação social se constitui em instrumento de democratização da gestão pública,


propiciando o aperfeiçoamento contínuo das políticas e serviços públicos e a adequação destes às
necessidades da sociedade. A participação pressupõe a busca da convergência de propósitos, a
resolução de conflitos, o aperfeiçoamento da convivência social, a transparência dos processos
decisórios e o foco no interesse da coletividade.” Brasil (2011c, p. 75)

24
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Veja, abaixo, algumas indicações básicas a propósito da participação social, sugeridas por Brasil
(2011c). Estas indicações, no entanto, não esgotam o modo pelo qual pode se dar a participação
social.

INDICAÇÕES BÁSICAS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL


 participação direta da comunidade por meio de reuniões comunitárias em áreas urbanas e
rurais, apresentações, debates, pesquisas e qualquer meio que possibilite a expressão de
opiniões individuais ou coletivas, cursos de capacitação, dentre outros.
 participação em atividades coordenadas, como audiências públicas, consultas, conferências,
conselhos e seminários.
 participação em fases determinadas da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico,
por meio de críticas, sugestões ou alegações, apresentadas na forma oral e/ou escrita.
 participação por meio de representantes no comitê de coordenação e no comitê executivo.

Na Figura 10 apresentada a seguir, podemos visualizar de que forma as comunidades participantes


da elaboração do Plano de Saneamento Básico podem ser organizadas.

Figura 10 – Comunidades participantes da elaboração do Plano de Saneamento Básico

Comunidades
participantes
do plano

Fonte: Adaptado de Brasil (2011c)

A mobilização social não é um processo fácil e requer uma ampla divulgação do que se está
tentando alcançar, dos objetivos e da importância da participação de todos para que o Plano de
Saneamento Básico reflita as expectativas e necessidades da sociedade local. Uma forma de
alcançar isso se dá por meio da comunicação social. O desenvolvimento de um plano de

25
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

comunicação social constitui-se em uma ferramenta importante para atingir os propósitos da


participação social.
Veja o que Brasil (2011c) sugere como objetivos do plano de comunicação social:

OBJETIVOS DO PLANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


 divulgar amplamente o processo de elaboração, informar os objetivos e desafios do Plano de
Saneamento Básico, bem como as formas e canais de participação;
 disponibilizar as informações necessárias à participação qualificada da sociedade nos processos
decisórios do plano;
 estimular todos os segmentos sociais a participarem do processo de planejamento, fiscalização
e regulação dos serviços de saneamento básico.

Voltaremos a este tema, aprofundando um pouco mais as questões de controle e mobilização


social no Módulo 3. Acompanhe agora o que se apresenta na Fase II – Elaboração do Plano de
Saneamento Básico.
A mobilização e a participação social deverão ter trazido elementos acerca da situação do
saneamento básico do município, bem como os anseios da comunidade com relação à solução dos
problemas, carências, necessidades etc. Isso tudo deverá levar à elaboração de um Termo de
Referência (TR), gerado de forma participativa, de modo que seja o mais completo e adequado
possível às necessidades e realidade local. Ele poderá ser utilizado como instrumento-base para
contratação de serviços especializados à execução do Plano de Saneamento Básico.

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) – Instrumento balizador das atividades a serem desenvolvidas


no Plano de Saneamento Básico e pode ser elaborado por empresa contratada ou pelo
próprio corpo técnico da administração municipal.

Esta etapa inicial, como você pode ver, consiste no planejamento do processo que levará à
próxima etapa, que é a da elaboração do Plano de Saneamento Básico.

FASE II – ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Etapa 2 - Diagnóstico da situação do saneamento básico e de seus impactos nas condições de


vida da população

O ponto de partida desta etapa é a definição do enfoque metodológico a ser utilizado. Lembre-se
que a prática de planejamento não é uma ação meramente técnica, mas também política.
Convém ressaltar, de acordo com BRASIL (2011c, p.79), que a área de abrangência do Plano

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Municipal de Saneamento Básico e, portanto, do diagnóstico, deve contemplar todo o território do


município, área urbana e rural. Em face das desigualdades no acesso e na qualidade dos serviços,
principalmente entre as áreas rurais e urbanas e no interior destas, é recomendável o uso de
unidades de análise que permitam apreender essas desigualdades.
O processo de elaboração de diagnósticos e prognósticos busca contemplar o olhar técnico e as
demandas sociais por meio da participação dos diversos segmentos da sociedade, conforme
apresentado esquematicamente na Figura 11.

Figura 11– Processo de elaboração do diagnóstico

O diagnóstico deve ser respaldado por técnicas de pesquisa documental e bibliográfica, em fonte
de dados secundários e em dados primários, obtidos em campo.

Lembre-se:
O diagnóstico deve ser realizado observando a racionalidade técnica (métodos objetivos), assim
como as demandas sociais (métodos subjetivos). As abordagens entre corpo técnico e sociedade
devem ser complementares, sendo que o primeiro deve subsidiar as discussões com a sociedade, e
esta deve fornecer elementos de sua vivência, em um diálogo contínuo, transparente e
democrático (BRASIL, 2011c, p. 78-79).

Veja na Figura 12 os temas que devem ser pesquisados e abordados no diagnóstico técnico-
participativo. E em seguida, observe as considerações.

Figura 12 – Temas que precisam ser abordados no Diagnóstico Técnico-Participativo

27
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Fonte: Adaptado de Brasil (2011c)

 Os dados obtidos no diagnóstico devem ser transformados em sínteses, com linguagem


acessível, para que sejam disponibilizados e apresentados à sociedade, de forma a proporcionar o
efetivo e amplo conhecimento dos dados e informações que fazem parte do Plano Municipal de
Saneamento Básico.
 Os dados obtidos durante a pesquisa devem ser organizados em uma base de dados de fácil
acesso e de simples operação, devendo passar por adequado tratamento estatístico e análise crítica
das informações, que poderá vir a compor o Sistema de Informações Municipais de Saneamento
Básico.

28
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

Para saber mais:


Galvão Junior, Sobrinho e Sampaio (2010), no livro A informação no contexto dos planos de
saneamento básico, apresentam as fontes de consulta nos níveis federal, estadual e municipal,
além do tipo de informação a ser buscada para cada um dos temas que devem compor o Plano
Municipal de Saneamento Básico. Acesse o conteúdo deste livro através do link:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/LIVRO_-_ARCE_WEB.pdf>.

Vejamos, agora, o que compreende a Etapa 3.

Etapa 3 – Prognósticos e alternativas para a universalização, condicionantes, diretrizes,


objetivos e metas

Esta etapa está intrinsecamente relacionada com a programação das ações do Plano Municipal de
Saneamento Básico (que será detalhada no Módulo 5), e podem ser trabalhadas
concomitantemente, já que são complementares.
O prognóstico e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento, conforme
exposto por Brasil (2011c), envolvem a formulação de estratégias para o atendimento das
diretrizes para alcançar os objetivos e metas definidas para o Plano Municipal de Saneamento
Básico, utilizando os dados do diagnóstico.
Esta etapa deve articular e integrar a política, programas e projetos de saneamento básico com
outras áreas afins como, por exemplo, saúde, habitação, meio ambiente, recursos hídricos,
educação, visando a eficácia, eficiência e efetividade das ações preconizadas. Ainda nesta etapa,
devem ser estudadas opções de intervenção, bem como cenários alternativos, com vistas a suprir
as carências das quatro grandes áreas do saneamento básico tanto em meios urbanos, quanto
rurais. A elaboração dos cenários deve considerar a demanda dos sistemas em termos
quantitativos e qualitativos, estabelecendo projeções para as diferentes áreas.
A projeção das demandas nas áreas do abastecimento de água e esgotamento sanitário deve
considerar a pertinência das metodologias, dos parâmetros, dos índices e das taxas de projeções
populacionais utilizados para a elaboração dos planos diretores, caso existam.
Quanto às projeções da produção de resíduos, estas “devem se basear, prioritariamente, nas
indicações dos planos diretores ou planos de gestão integrada de resíduos sólidos, caso existam, ou
em metodologias simplificadas que possam ser desenvolvidas utilizando dados secundários.”
(BRASIL, 2011d).
A realização das ações estruturais e não estruturais para o manejo de águas pluviais deve basear-
se nos estudos decorrentes do diagnóstico.
 Todas as projeções devem considerar o horizonte de planejamento do Plano Municipal de
Saneamento Básico, de 20 anos.

29
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Lembre-se:
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010b), o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) pode ser parte integrante do Plano de
Saneamento Básico, respeitado o conteúdo mínimo previsto e observado o disposto no art. 19, § 2º,
da Lei nº 11.445/07.

Cenários alternativos das demandas por serviços de saneamento básico


Conforme Brasil (2011c, p. 81), os cenários alternativos das demandas por serviços de
saneamento básico devem ser construídos de forma que “[...] permitam orientar o processo de
planejamento do saneamento básico, identificando-se as soluções que compatibilizem o
crescimento econômico, a sustentabilidade ambiental, a prestação dos serviços e a equidade
social nos municípios. Deve-se estabelecer uma amplitude de cenários que representem
aspirações sociais factíveis de serem atendidas nos prazos estabelecidos. Em resumo, esses
cenários têm por objetivo identificar, dimensionar, analisar e prever a implementação de
alternativas de intervenção, considerando a incerteza do futuro e visando o atendimento das
demandas da sociedade [...]”.
Conforme Brasil (2011c, p. 81), os cenários deverão observar:
 o sistema territorial (urbano e rural).
 os aspectos demográficos e de habitação.
 as características socioambientais.
 as demandas do setor industrial. e
 as demandas do setor de irrigação e agrícola.
Alternativas de compatibilização das carências de serviços públicos de saneamento básico com
as ações decorrentes do plano
As possibilidades de intervenção do Plano Municipal de Saneamento Básico devem considerar
cenários alternativos, redução gradativa ou mitigação temporária dos déficits e deficiências na
prestação dos serviços. Estes deverão ser compatíveis de forma qualitativa e quantitativa com as
demandas de intervenção.
Como previsto pela política, os serviços de saneamento devem ser disponibilizados a todos,
inclusive às populações de baixa renda para as quais seja inviável o pagamento de taxas e tarifas.
Nesses casos, devem ser instituídas as taxas ou tarifas sociais ou de subsídio direto.

30
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

“A compatibilização de carências envolve, ainda, o exame das alternativas institucionais para o


exercício das atividades de planejamento, prestação de serviços, regulação, fiscalização e controle
social, com definição dos órgãos municipais competentes para criação ou reformulação dos
existentes, considerando as possibilidades de cooperação regional (gestão associada) para suprir
deficiências e ganhar em economia de escala” (BRASIL, 2011c).

A programação das ações do Plano Municipal de Saneamento Básico deve ser elaborada para o
horizonte de 20 anos, considerando o atendimento das metas imediatas, de curto, médio e longo
prazo.
Os objetivos e metas do Plano Municipal de Saneamento Básico devem ser definidos
coletivamente a partir de discussões com os diversos segmentos da sociedade e com todos os
envolvidos na sua elaboração. Os objetivos e metas devem ser elaborados para serem executados
gradualmente, conforme necessidade, urgência, recursos financeiros e pessoal disponível, entre
outros fatores, e de forma que possam ser avaliados por meio de indicadores.

Etapa 4 – Programas, projetos e ações

Os programas, projetos e ações servem como instrumento de ligação e execução entre as


demandas da população, ações da administração pública municipal e do Plano de Saneamento
Básico. Os programas, projetos e ações devem:
 focar a resolução das demandas sociais resultantes de problemas em qualquer uma das
quatro áreas do saneamento básico.
 ser organizados e avaliados conforme sua pertinência, relevância e compatibilização com
os princípios, metas e objetivos do Plano Municipal de Saneamento Básico.
 ser hierarquizados, priorizando as intervenções mais imediatas, conforme a disponibilidade
orçamentária, de pessoal técnico, urgência, abrangência, entre outros, devendo ser
apresentado, pelo menos, o projeto básico de cada ação.
Como exemplo, citamos o Plano Municipal de Saneamento Básico de Belo Horizonte, o qual
estabeleceu a priorização dos investimentos segundo bacias elementares e atendeu a três
critérios, conforme apresentado no livro Política e plano municipal de saneamento ambiental:
experiências e recomendações (BRASIL, 2011b):
 Índice de salubridade ambiental (ISA), que quantifica a cobertura por serviços de
saneamento nas diversas unidades territoriais.
 Densidade populacional em cada bacia elementar, objetivando obter-se maior
abrangência do benefício em termos populacionais.
 Existência de programas de saneamento previstos e/ou em implementação por bacia
elementar, inclusive com a identificação da disponibilidade de recursos para esses
investimentos.

31
CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

O ISA foi construído a partir de somatório ponderado de índices setoriais referentes a cinco
componentes do saneamento básico:
 Abastecimento de água.
 Esgotamento sanitário.
 Manejo de resíduos sólidos.
 Manejo de águas pluviais. e
 Controle de vetores.

Para o critério de densidade populacional em cada bacia elementar, os envolvidos no processo de


planejamento adotaram o critério de atribuição de nota para a priorização à existência ou não de
programas de saneamento. Foram adotados pesos de acordo com o tipo de programa e a
existência ou possibilidade de obtenção de recursos. A nota final correspondeu à soma de todas as
notas, podendo assumir o valor máximo de 100.
Na atualização do plano, ocorrida em 2006, foram definidas faixas de priorização para a aplicação
de recursos financeiros do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Para saber mais:


Acesse a publicação Política e Plano Municipal de Saneamento Ambiental: experiências e
recomendações e saiba mais sobre a metodologia do Plano de Saneamento de Belo Horizonte,
acessando o link:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Experi%C3%AAncias_e_Recomenda
%C3%A7%C3%B5es_WEB.pdf>.

As ações a serem contempladas no Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme Brasil


(2011c), devem sempre considerar as questões destacadas abaixo:
 Custos: estimativas de custos, baseadas nos resultados dos estudos concernentes aos
“prognósticos e alternativas para a universalização” capazes de suprir as ações formuladas com
base nas demandas do município.
 Prazos de execução: ações imediatas ou emergenciais – até 3 anos; de curto prazo – de 4 a 8
anos; de médio prazo – entre 9 e 12 anos; e de longo prazo – entre 13 e 20 anos, de modo a
projetar estados progressivos de melhoria de acesso e qualidade da prestação dos serviços de
saneamento básico no município.
 Compatibilidade e priorização: os programas, projetos e ações devem ser compatibilizados
com a urgência de execução, projeções orçamentárias das esferas governamentais e com as
metas estabelecidas.
 Avaliação: devem ser apresentados os mecanismos e procedimentos a serem utilizados na
32
MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

avaliação sistemática da eficácia, eficiência e efetividade das ações programadas e para a


obtenção de assistência técnica e gerencial em saneamento básico ao município, pelos órgãos
regionais (se existirem) e entidades estaduais e federais.
 Relação com outros planos, programas e ações, realizados e previstos para o município ou
região.
 Outros itens: outros aspectos que possam ser descritos seriam os relacionados com
desenvolvimento, organização e execução de ações, serviços e obras de interesse comum para
o saneamento básico, respeitada a autonomia municipal.

Etapa 5 – Ações para emergências e contingências

Outras ações que devem ser apresentadas no Plano Municipal de Saneamento Básico são as de
emergência e contingência.

AÇÕES DE EMERGÊNCIA - São as que visam mitigar os efeitos de acidentes, de causa natural
ou não, em qualquer um dos serviços de saneamento básico.
AÇÕES DE CONTINGÊNCIA - São as que visam evitar ou minimizar impactos ambientais nos
serviços de saneamento básico, que podem ou não ocorrer. Diferentemente das emergências, as
contingências referem-se a eventos previsíveis e não acidentais.

Com relação às ações de emergência e contingência, devem ser previstos:


 planos de racionamento e atendimento a aumentos de demanda temporária.
 regras de atendimento e funcionamento operacional para situação crítica na prestação de
serviços públicos de saneamento básico, inclusive com adoção de mecanismos tarifários de
contingência.
 diretrizes para a articulação com os Planos Locais de Risco e para a formulação dos Planos
de Segurança da Água.
 outras medidas diretivas que sejam consideradas importantes na realidade do município.

Etapa 6 – Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e


efetividade das ações programadas

O Plano Municipal de Saneamento Básico deverá definir os sistemas e procedimentos para o seu
próprio monitoramento e avaliação no que diz respeito a:
 objetivos e metas do Plano Municipal de Saneamento Básico e resultados das suas ações aos
serviços de saneamento.

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

 qualidade, regularidade e frequência dos serviços.


 indicadores técnicos, operacionais e financeiros da prestação dos serviços.
 qualidade de vida.
 impacto nos indicadores de saúde do município e nos recursos naturais.
Outros indicadores de acesso e qualidade dos serviços e da relação com outras políticas de
desenvolvimento urbano também podem ser utilizados, a exemplo do disposto no documento
Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração do Plano de Saneamento Básico (BRASIL,
2011d).
Os mecanismos de representação e participação social no acompanhamento, monitoramento e
avaliação do Plano Municipal de Saneamento Básico devem ser desenvolvidos ou aprimorados,
assim como deve ser feita a inclusão, nesse processo, de autoridades e/ou técnicos das
instituições do poder público municipal e das representações da sociedade em organismos
colegiados, tais como:
 Conselho das Cidades.
 Conselhos Municipais de Saneamento (quando houver).
 Conselhos Municipais de Saúde.
 Conselhos Municipais de Meio Ambiente.
 Conselho Gestor do Fundo Local de Habitação de Interesse Social (quando houver).
 Comitê de Bacia Hidrográfica (quando houver).
 Representantes de organizações da sociedade civil (entidades do movimento social,
entidades sindicais, profissionais, grupos ambientalistas, entidades de defesa do
consumidor e outras).
Outra forma utilizada para a avaliação das ações executadas ocorre por meio dos chamados
indicadores. Os indicadores têm a função de apontar, mediante dados quantitativos, o alcance, a
abrangência e o efeito dos programas, planos e ações propostos pelo Plano Municipal de
Saneamento Básico.

Para saber mais:


Com base nas publicações feitas pela Comissão da Coordenação da Região Norte (CCRN), em 2000,
pelo Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2004, e no Plano
Municipal de Saneamento de Belo Horizonte, o Guia para a elaboração de Planos Municipais de
Saneamento Básico (BRASIL, 2011a) apresenta alguns exemplos de indicadores para avaliação. Para
visualizar o Guia, acesse o link:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Guia_WEB.pdf>.

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

FASE III – ETAPA 7 – APROVAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

As etapas descritas anteriormente (diagnóstico, prognósticos, programas, projetos, ações para


emergência e contingência, mecanismos e procedimentos de avaliação sistemática das ações do
plano) deverão ser apresentadas e amplamente discutidas com os diversos segmentos da
sociedade, ao longo do processo de elaboração do plano, de modo a identificar aspectos que
devem ser alterados, buscando atender as necessidades da sociedade.
Posteriormente, o plano deverá ser encaminhado para aprovação. É recomendável que a etapa da
avaliação e aprovação do plano se dê num evento formal, como, por exemplo, uma Conferência
Municipal de Saneamento Básico. Um documento-síntese deverá ser elaborado ao final, o qual
retratará o resultado das discussões ocorridas na Conferência.
Recomenda-se que o Plano Municipal de Saneamento Básico seja aprovado em três instâncias, na
seguinte sequência, para que passe a se constituir em um instrumento de política pública:
 Conferência Municipal de Saneamento Básico – representação da população do município.
 Conselho Municipal de Saneamento, Meio Ambiente ou de Saúde – representação da
instância colegiada.
 Executivo Municipal ou Câmara Municipal, conforme determinar a respectiva Lei Orgânica
ou a lei que tratar da Política Municipal de Saneamento Básico (Lei do Plano Diretor, Lei
de Política Urbana ou outra).
A execução das ações do Plano Municipal de Saneamento Básico passa, então, conforme Brasil
(2011c), para a responsabilidade das diversas instituições do município, inclusive as delegatórias
da prestação e/ou da regulação e fiscalização dos serviços. O acompanhamento e avaliação
continuada de sua execução ficam a cargo da instância ou organismo instituído ou designado para
esse fim, no próprio processo de construção do Plano Municipal de Saneamento Básico.

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Caro capacitando!
Neste módulo, você teve a oportunidade de aprender um pouco mais sobre o processo e as
etapas de elaboração do Plano de Saneamento Básico. Vimos que o planejamento é uma
ferramenta fundamental para a estruturação desse instrumento. Vimos, também, teorias,
metodologias e as etapas fundamentais de elaboração do plano. Esperamos que os
conhecimentos adquiridos permitam avaliar se o desenvolvimento do plano está de acordo
com as diretrizes especificadas pela Lei Federal do Saneamento Básico (Lei nº 11.445/07)!
No próximo módulo, você aprenderá mais sobre o tema “participação social” – tema que
deve permear todas as etapas de elaboração do plano –, os desafios e possibilidades da
participação, bem como a promoção, mobilização e comunicação social.
Quanta coisa importante você deve estar aprendendo! Fique atento e bons estudos!

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Congresso Nacional, 1988.
_____. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de
2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências.
DOU, Brasília, 2010a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/Decreto/D7217.htm>. Acesso em: 10 dez. 2010.
_____. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
e dá outras providências. DOU, Brasília, 1990. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf>. Acesso em: out. 2012.
_____. Lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a
Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. DOU, Brasília, 1997. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 23 out. 2012.
_____. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. DOU, Brasília,
2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso
em: set. 2012.
_____. Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui
o Conselho Gestor do FNHIS. DOU, Brasília, 2005. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11124.htm>. Acesso em: out.
2012.

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MÓDULO 2 - FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO

_____. Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico; altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666,
de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio
de 1978; e dá outras providências. DOU, Brasília, 2007b. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 25 out.
2012.
_____. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. DOU, Brasília, 2010b.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>.
Acesso em: 10 dez. 2010.
_____. Ministério das Cidades. Guia para a elaboração de Planos Municipais de Saneamento
Básico. 2. ed. Brasília: Ministério das Cidades, 2011a. 152 p., il. Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Guia_WEB.pdf>. Acesso
em: out. 2012.
_____. Ministério das Cidades. Organização Pan-Americana da Saúde. Política e plano municipal
de saneamento ambiental: experiências e recomendações. Brasília: OPAS, 2011b. 89 p., il.
_____. Ministério das Cidades. Peças técnicas relativas a planos municipais de saneamento
básico. Brasília: Ministério das Cidades, 2011c. p. 53-85. Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Pe%C3%A7as_Tecnicas
_WEB.pdf>. Acesso em: 25 out. 2012.
_____. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Diretrizes para a
Definição da Política e Elaboração do Plano de Saneamento Básico. Brasília, 2011d. Versão 2011.
Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/Diretrizes_Politica_Plan
os_de_Saneamento.pdf>. Acesso em: 20 dez 2012.
_____. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano Nacional de
Saneamento Básico – PLANSAB – (Proposta de Plano). Brasília, 2011e. Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/PlanSaB/Proposta_Plansab_11-08-
01.pdf>. Acesso em: 25 out. 2012.
_____. Ministério das Cidades. Visão estratégica para o futuro do saneamento básico no Brasil –
panorama do saneamento básico no Brasil, v.6. Brasília: Ministério das Cidades/Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental, 2011f.
DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. São Paulo: Marques Saraiva, 1990.
FINOTTI, A. R. (Org.); SCHNEIDER, V. E. (Org.) ; CAGLIARI, Jóice (Org.). Capacitação de gestores em
saneamento ambiental. 1. ed. Caxias do Sul: Recesa, 2009. v. 1. 345p .
GALVÃO JUNIOR, A de C; BASÍLIO SOBRINHO, G; SAMPAIO, C. C. A informação no contexto dos
planos de saneamento básico. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 2010. 285p. Disponível em:
<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/LIVRO_-
_ARCE_WEB.pdf>. Acesso em: 31 out. 2012.

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CURSO A DISTÂNCIA PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO

IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS.


Cadernos de formação volume 1: Política Nacional de Meio Ambiente. Ministério do Meio
Ambiente. 2006. Brasília: MMA.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. Termo de referência para elaboração de
planos municipais de saneamento básico: procedimentos relativos ao convênio de cooperação
técnica e financeira da Fundação Nacional de Saúde – Funasa/MS. Brasília: Ministério da Saúde,
2012. 68 p. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/wp-
content/uploads/2012/04/2b_TR_PMSB_V2012.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2012.
SANTOS, R. F. dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.
184 p.
SOUZA, C. M. N; FREITAS, C. M. de. O saneamento na ótica da prevenção de doenças e da
promoção da saúde. In: CONGRESO DE LA ASOCIACÓN INTERAMERICANA DE INGENIERÍA
SANITARIA Y AMBIENTAL, 30., 2006, Punta del Leste. Anais... Punta del Leste: AIDIS, 2006.

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