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O Início da Industrialização Brasileira – 1930 até 1955

Este processo se inicia ainda no fim do Império, quando o Brasil começa a dar seus primeiros passos
rumo à substituição do modelo agroexportador pelo capitalismo industrial.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914/1918), temos a intensificação desse processo. O cenário
do país era voltado basicamente para produção cafeeira, com a valorização desse mercado por parte dos
governantes (política do café-com-leite).

Estes governantes adotavam uma política que visava mascarar a queda nas vendas do café e
proteger, acima de tudo, os interesses do setor cafeeiro. Nesse período existe a formação dos chamados
“estoques reguladores” que consistiam no financiamento externo para suportar essa produção – o governo
pegava empréstimos externos e internos para comprar o excedente da produção e manter as vendas em
alta – com o estoque regulador representando mais de 10% do PIB do país nesse momento.

Tal atitude tinha consequências péssimas para o país como aumento do endividamento externo e
expansão da base monetária, que levava a uma inflação desenfreada. A Crise de 1929 chega e a política de
valorização do café continua, pois agradava a parcela dos governantes que detinham esse monopólio. E,
apesar da crise, a produção do café atinge seu ápice em 1933 com a manutenção do lucro dessa pequena
parcela da população.

Porém, por outro lado, essa política de fomento de renda estimulada pela política cafeeira
provocava contínuo processo de desvalorização da moeda. Isso gerava um efeito dominó, com aumento nos
preços relativos e consequente queda nas importações (pois o preço aumentava também).

Então, após a crise de 1929, inicia-se um período em que os investimentos externos escassos e a queda nas
importações levam o país a voltar-se para o próprio mercado, buscando no capital nacional, na sociedade
(via impostos) e no Estado, as fontes de recursos para o crescimento econômico.

 Medidas do Governo Vargas (1930 a 1945):


– Abandono do liberalismo econômico
– Início das intervenções na economia => governo funciona como indutor a setores
“privilegiados” como as commodities agrícolas (café, borracha, mate, etc)
– Organização da administração pública
– Produção interna ainda dependente das importações de insumos
– Segunda Guerra Mundial coloca o país como exportador de insumos, gerando um balanço de
pagamentos positivo e um acúmulo de reservas.
– Criação da CSN e Vale → inversões do Estado na produção de insumos básicos voltados à
produção de bens de capital

Esse cenário leva a um incentivo à produção interna com fortalecimento dos setores produtores
internos aliados aos setores que acumularam renda oriunda da política cafeeira. Temos início ao Processo
de Substituição das Importações, que se desenvolve em “rodadas”, uma vez que o fim de um ciclo gera a
demanda por outros tipos de bens.

Primeira Rodada: Bens não duráveis – têxteis, calçados e alimentos


Segunda Rodada: Bens duráveis – eletrodomésticos e automóveis
Terceira Rodada: Bens intermediários – ferro, aço e cimento
Quarta Rodada: Bens de Capital – máquinas e equipamentos

Contou com um incentivo natural às industrias (tecelagem, cimento, ferro e aço) - que já estavam
instaladas no país e não exigiam muita tecnologia nem investimento e não sofreram as consequências da
crise de 29.
O PSI é uma industrialização fechada, pois:
 É voltado para dentro, visa o atendimento do mercado interno.
 Depende de medidas que protejam a indústria nacional como:
 Desvalorização cambial
 Controles cambiais
 Taxas múltiplas de câmbio
 Tarifas aduaneiras

O motor do PSI é o estrangulamento externo, o que significa dizer que essa industrialização não visava
reais melhorias em maquinário, funcionários ou processos, a aposta dessa medida era em aumentar o preço
do produto importado para que a população desse preferência ao produto nacional.

É uma industrialização por etapas:


 Apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes
(rodadas)
 A pauta de importações ditava a sequência dos setores que viriam a ser objeto dos
investimentos industriais.

Contudo, obviamente as coisas não aconteceram de uma maneira tão linear assim, pois desde o
início do processo houveram diversas iniciativas para desenvolver setores mais “pesados” da indústria.

As Dificuldades para implantação do PSI:

A – Tendência ao Desequilíbrio Externo:


i. A política cambial transferia renda da agricultura para a indústria (“confisco cambial”) e
desestimulava as exportações agrícolas;
ii. Indústria sem competitividade devido ao protecionismo;
iii. Elevada demanda por importações devido ao investimento industrial e ao aumento da renda.

B - Aumento da participação do Estado


Ao Estado caberiam quatro funções principais:
i. Adequação do arcabouço institucional à indústria.
i. Geração de infraestrutura básica
ii. Fornecimento dos insumos básicos
iii. Captação e distribuição de poupança.

Problemas: necessidade de capacidade de planejamento e financiamento crescentes


C - Aumento do grau de concentração de renda
O PSI era concentrador de renda em função do:
i. Êxodo rural;
ii. Investimento industrial de capital intensivo;
1. Desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para mão de obra pouco
qualificada e baixos salários com o inverso ocorrendo no mercado de mão de obra
qualificada (baixa mão de obra qualificada)
2. O protecionismo e a concentração industrial permitiam preços elevados e altas margens de
lucro para as indústrias.

D - Escassez de fontes de financiamento:


i. Quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência principalmente da “Lei da Usura”
(limitação na cobrança da taxa de juros).
ii. Ausência de uma reforma tributária ampla apesar das mudanças ocorridas na economia
brasileira.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o país passa por um breve retorno a política cambial liberal,
que levou a um aumento explosivo das importações e rapidamente esgotou as reservas internacionais
acumuladas durante a guerra.
Em 1947, o governo Dutra retrocede e volta a manter a taxa de câmbio fixa, além de restringir as
importações por meio de controles cambiais, o que leva a uma perda de competitividade das exportações
brasileiras exceto o café.
Nesse período, houve ainda um controle sobre a importação de bens “não essenciais”. Isso
beneficiou o setor industrial já que limitavam a importação de manufaturados, mas não de máquinas,
equipamentos e insumos. Pode ser observado então, um crescimento da indústria de transformação
(material elétrico, de transportes e metalurgia).
O Governo Dutra também apresenta a primeira breve tentativa de planejamento com a criação do
plano SALTRE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), mas que acaba fracassando por falta de
mecanismos de financiamento.
No início do seu governo, Dutra conseguiu retomar a estabilidade monetária, controlando a inflação
que havia disparado durante a Segunda Guerra. Porém, no último biênio do governo, a política econômica
ortodoxa foi abandonada e o descontrole voltou, com aumento da inflação (12%) e crescimento do PIB
(7%).
O novo governo Vargas (51/54) manifestou-se na tomada de atitudes por um lado nacionalistas,
com a criação da Petrobras (53) e medidas que favoreciam a indústria nacional como taxas de câmbio
múltiplas (leilões de câmbio) e fortalecimento do nacionalismo com as primeiras reconciliações de dívida
com o FMI, e por outro lado, de abertura ao capital estrangeiro.
Esse último tipo de posicionamento tem como maior símbolo a instituição do CBMEU (Comissão
Mista BR-EUA), com o início de uma economia planificada com a proposição de uma série de projetos de
desenvolvimento, concentrados na área de transportes e energia, que seriam financiados pelo Estado
Brasileiro e bancos estrangeiros.
Com a mudança da política econômica norte americana, a CMBEU chegou a fim e muitos projetos
não chegaram a se concretizar. Porém, rendeu um fruto de importância decisiva. A criação do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), que foi criado em 1952 para financiar e gerir os recursos
dos projetos e, mais tarde, se transformaria em peça-chave do projeto desenvolvimentista de JK e dos
governos militares.

O ESTADO E A INDUSTRIALIZAÇÃO 1956-1963

Questões Políticas do Periódo


 Continuidade do modelo democrático-populista: Dutra, Vargas e Café Filho
 Relativa estabilidade política com JK – política desenvolvimentista 1956/60
 Deterioração do ambiente institucional – governos conturbados – 1961 a 1974 – renúncia Jânio
Quadros (7 meses de governo) e João Goulart
 Golpe Militar de 1964

O Plano de Metas (1956-60)


 É uma fase importante do PSI
 A lógica do Plano de Metas vai além do PSI, já que a industrialização por ele promovida não é
apenas uma reação ao estrangulamento externo
 Alguns investimentos setoriais serviam para atacar alguns pontos de estrangulamento, outros
setores eram tomados como pontos de germinação.

Pontos de Estrangulamento: áreas de demanda insatisfeita em função das características


desequilibradas do desenvolvimento econômico
Pontos de Germinação: áreas que geram demanda derivada. Ex: indústria automobilística gera
demanda por pneu, vidro, aço, etc
O plano pode ser dividido em 3 pontos chaves:
I. Investimentos estatais em infraestrutura (transporte e energia elétrica)
II. Estímulo ao aumento da produção de bens intermediários (aço, carvão, cimento, zinco, etc.)
III. Incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital

O cumprimento das metas estabelecidas foi bastante satisfatório

“Crescer 50 anos em 5” - JK

O Plano de metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam 4 setores da economia brasileira: energia,
transporte, indústrias de base e alimentação

 Energia (metas de 1 a 5): Energia elétrica, nuclear, carvão, produção e refino de petróleo;
 Transportes (metas de 6 a 12): Reativar estradas de ferro, estradas de rodagem, portos, barragens,
marinha mercante e aviação.
 Alimentação (metas de 13 a 18): trigo, armazenagem e silos, frigoríficos, matadouros, tecnologia no
campo e fertilizantes.
 Indústrias de base (metas de 19 a 29): Alumínio, metais não ferrosos, álcalis, papel e celulose,
borracha, exportação de ferro, indústria de automóveis e construção naval, máquinas pesadas e
material elétrico.
 Educação (meta 30)
 Brasília (meta 31) - meta-síntese

O principal mecanismo de financiamento do Plano de Metas foi a inflação resultante da expansão


base monetária que financiava o gasto público e aumento de crédito para o setor privado. Tratava-se,
portanto, de um mecanismo clássico de extração de poupança forçada da sociedade como um todo, via
inflação, e seu redirecionamento aos agentes (públicos e privados) encarregados de realizarem as medidas
do Programa. Esse financiamento foi fundamental para concepção do plano de Metas porque garantiu um
significativo investimento em indústria de base.

As Políticas Monetária e Fiscal durante o governo JK tornavam-se passivas, subordinadas ao objetivo


maior de transformação estrutural da economia. O uso de financiamento para atender à prioridade de
desenvolvimento traduziu-se em uma forte elevação do índice geral de preços entre 57 e 58, levando a um
aumento da inflação, do déficit público (governo gasta mais que arrecada) e da dívida externa (o
endividamento do país cresce em função de arrecadar recursos para o plano), além de um déficit do
balanço de pagamentos (importação elevada nessa época para conseguir realizar a construção de
indústrias)

*Normalmente uma Política Monetária tem como objetivo principal a estabilização da moeda e
para isso usa mecanismos de controle como: taxa de juros e disponibilidade do sistema financeiro. O
objetivo do plano de metas não é a estabilização da moeda, é o crescimento, desenvolvimento e
industrialização, por isso pode ser chamada de passiva.

Os principais instrumentos de ação do governo para alcançar as metas foram:


 Investimentos das empresas estatais
 Crédito com juros baixos e carência longa por meio do Banco do Brasil e do BNDE (pagamento dos
juros sem amortização, normalmente a prestação é composta de juros + amortização)
 Uma política de reserva de mercado (ex: informática não podia importar computador, para proteger
o mercado interno, o que levou a intensificação do contrabando)
 Avais para a obtenção de empréstimos externos (garantia do governo para empresas pegarem
empréstimos externos, o governo se comprometia a pagar se a empresa não conseguisse)
 Incentivos ao capital estrangeiro
 Taxas de câmbio múltiplas
Os principais problemas do plano estavam na questão do financiamento.
 Os investimentos públicos, na ausência de uma reforma fiscal condizente com as metas e os gastos,
tiveram que ser financiados pelo menos em parte pela expansão monetária (emissão de moeda ) -
esta se fosse bem controlada também teria um lado positivo: pode ajudar a impulsionar a
economia.
 Existe aceleração inflacionária no período. A emissão de moeda gera liquidez na economia, sem a
contrapartida da oferta de produtos, como consequência há um aumento da inflação → aceleração
inflacionária (ocorreu devido a injeção de recursos na economia, à movimentação da economia com
os projetos que estavam acontecendo.
 Do ponto de vista externo há uma deterioração do saldo em transações correntes e o crescimento
da dívida externa.

Como o governo se financia? Impostos. Para financiar o plano de Metas, o governo deveria ter feito
uma reforma fiscal para aumentar a arrecadação de impostos. Em vez disso, preferiu apenas emitir moeda
(expansão monetária).
Para avaliar o governo Juscelino, deve-se ressaltar a virtuosa combinação de crescimento
econômico acelerado, transformação estrutural da economia brasileira e pleno gozo das liberdades
democráticas no país.
As principais metas de ampliação da produção e da infraestrutura econômica, reunidas no
Programa de Metas, foram alcançadas assim como a meta-síntese da construção de Brasília (propulsora da
interiorização de ocupação econômica e demográfica do Brasil, que se desenrola até hoje). Nesse sentido, a
política de desenvolvimento econômico de JK foi coroada de sucesso, ainda que deva se lembrar que
agravou a concentração regional da produção e foi omisso em relação a agricultura e à educação básica.

Pelo outro lado, Juscelino deixaria para seus sucessores a parte ruim dos “50 anos em 5”: a inflação
alta, o déficit público e a deterioração das contas externas.
A disputa pela sucessão de Juscelino leva a eleição de Jânio Quadros. Defrontado com os problemas
macroeconômicos herdados da administração de JK, ele lançou um pacote de medidas ortodoxas, que
incluíam uma forte desvalorização cambial e a unificação do mercado de câmbio, a contenção do gasto
público, uma política monetária contracionista e a redução dos subsídios às importações do petróleo e
trigo.
Tudo indicava, que se não possuía um conjunto de metas de desenvolvimento econômico, possuía
uma estratégia que previa o esforço de estabilização doméstica e a recuperação do crédito externo, ao qual,
se seguiria a retomada, em novas bases, do crescimento, contando com a contribuição decisiva dos capitais
estrangeiros, oficiais e privados.
No entanto, sem base parlamentar, Jânio renunciou num dos gestos mais dramáticos da história do
país. O seu sucessor, o vice João Goulart, sofre um veto militar. O congresso, para conciliar o cenário de
tensão, aprova a mudança do sistema de governo para parlamentarista permitindo que Jango tomasse
posse com poderes reduzidos.
Após dois anos nessa situação e vendo-se tolido em seus poderes, o presidente decide antecipar o
plebiscito sobre o regime do governo e consegue o retorno ao presidencialismo.
Nesse cenário é lançado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social que teve como
pano de fundo a queda na taxa de crescimento da economia e visava conciliar crescimento com reformas
sociais (agrária e crescimento do salário real) e combate à inflação, buscando utilizar medidas heterodoxas.

Os objetivos específicos do Plano eram:


1. Garantir taxa de crescimento do PIB de 7% a.a., próximo à média dos anos anteriores;
2. Reduzir a taxa de inflação para 25% em 1963, visando alcançar 10% em 1965;
3. Garantir um crescimento real dos salários à mesma taxa do aumento da produtividade;
4. Realizar a reforma agrária como solução não sóó para a crise social como para elevar o
consumo de diversos ramos industriais;
5. Renegociar a dívida externa para diminuir a pressão de seu serviço sobre o balanço de
pagamentos
Em relação a inflação, indicava que ela resultava de excesso de demanda causado pelo déficit
público. Para conter a escalada de preços, propunha-se um conjunto de medidas comumente presentes em
planos de estabilização de cunho ortodoxo como correção de preços públicos defasados, realismo cambial,
corte de despesas, controle de expansão do crédito ao setor privado e aumento do compulsório sobre
depósitos à vista.
A estratégia de desenvolvimento dava ênfase no processo de industrialização pela via de
substituição de importações como forma de enfrentar os pontos de estrangulamento da economia
brasileira. Para superar a crise econômica, o país deveria realizar uma ampliação do mercado interno,
através da reforma agrária e outras políticas voltadas a redistribuição de renda.

A situação econômica no país estava bastante complicada após os Estados Unidos negarem a
proposta de reescalonamento da dívida externa e ajuda financeira adicional. Com isso, em 63, João G.
abandona a ortodoxia econômica e decide restituir os subsídios ao trigo e ao petróleo (que haviam sido
abolidos em janeiro de 1963), aumentou em 60% os vencimentos do funcionalismo e reajustou o salário-
mínimo em 56%. A taxa de inflação mensal tornou a se acelerar, mantendo-se em patamar elevado até ó o
fim de 1963.
Nessa mesma época assiste-se ao descontrole das contas públicas (aumento significativo da oferta
de moeda) e à permanência do déficit do balanço de pagamentos, em meio a redução das entradas
autônomas de capitais. Isso tudo resultou numa forte desaceleração da atividade econômica, resultante
tanto das medidas contracionistas do Plano Trienal, como de fatores estruturais relacionados à perda de
dinamismo do processo de substituição das importações.
Politicamente, agrava-se a radicalização no país com, de um lado, a invasão de terras e expropriação
de capitais estrangeiros, nacionalização empresas de petróleo e comunicações e remessa de capitais e, de
outro, o acirramento da conspiração militar contra João Goulart.
A deterioração do quadro macroeconômico conturbou ainda mais o quadro político já bastante
instável, que somado a um descontentamento geral (classes empresariais, média, sindicalismo, os militares,
Igreja) culminou com o Golpe civil-militar de março 1964, que derruba J.Goulart e alça ao poder o Gal.
Castello Branco.
Economia planificada e o “Milagre Econômico” – 1964 até 1973

Cenário Político:
 Regime de exceção após golpe militar de 1964 (regime político ditatorial)
 Três presidentes militares: Castello Branco, Costa e Silva e Médici (4 anos)
 Retomada do crescimento para legitimar o regime através de vários planos econômicos com o
objetivo de salvar o país do caos econômico e político
 Desequilíbrio na relação entre as 3 forças de poder – Executivo, Legislativo e Judiciário
 Ato Institucional n°5 de 1968 fecha o Congresso
 Cerceamento das liberdades democráticas e de expressão
 Política de relação trabalhista - Legislação sem direito de greve
 Política salarial restritiva – regras de correção
 Contenção salário real

Período: 1ª fase (1964-1967)

Fase de ajustes conjuntural e estrutural para conter inflação, desequilíbrio externo e estagflação
(estagnação da atividade econômica, acompanhada de aumento da inflação) do início do período

PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo):


 Diagnóstico da inflação: responsabilidade primordial do processo inflacionário se deve aos déficits
governamentais e à contínua pressão salarial. Os déficits contribuíram para a expansão dos meios
de pagamento que, por sua vez, sancionavam os aumentos de salários.
 Criou-se então um plano de emergência destinado a combater eficazmente a inflação
 Plano de estabilização de preços ortodoxo, reformas dos sistemas financeiros, e da estrutura
tributária e de trabalho
 O diagnóstico da inflação inspirou as medidas do Plano:
o Ajuste fiscal com base em metas de aumento da receita (através do aumento dos impostos
e das tarifas públicas) e de corte das despesas do governo
o Orçamento monetário que previa taxas decrescentes da expansão dos meios de
pagamentos
o Política de controle de crédito para o setor privado (o crédito total é limitado às mesmas
taxas de expansão definidas para os meios de pagamento)
o Mecanismo de correção salarial (aplicado primeiro à administração pública e, em 1966,
também ao setor privado)
 Metas do PAEG:
o Inflação diminuir (70% em 1964 para 10% em 1966)
o PIB subir 6% ao ano em 1965 e 1966
o Receita da União passar de 15% para 58%
o Déficit da União passar de -62% para 3%
o M1 e crédito privado diminuir de 70% para 15%
 A meta de inflação comparada com as demais mostra que o plano previa crescimento nulo dos
meios de pagamento em 1964, o que permitia alguma expansão em 1965 e 1966
 No campo fiscal, percebe-se uma política mais rígida para corte de despesas em 1964, dando certo
alívio para 1965
 O plano possui estratégia gradualista pela necessidade de uma “inflação corretiva” e de se evitar
uma crise de estabilização. Não se propôs eliminar o processo inflacionário em curto prazo, mas
atenuá-lo ao longo de três anos com o objetivo de não ameaçar o ritmo da atividade produtiva
 “Inflação corretiva”: a aceleração da inflação é acompanhada de um processo de desajuste de
preços relativos, penalizando, principalmente, os preços fixados em contratos de longo prazo
(salários, alugueis, tarifas públicas). Esse desajuste acaba sendo uma fonte realimentadora da
inflação (contínuas demandas por correções de preços defasados). Porém, a correção das tarifas
públicas e da taxa de câmbio além de atenuar as distorções de preços relativos, contribui para o
ajuste fiscal e para o balança de pagamentos, respectivamente
 Crise de Estabilização: os grandes cortes fiscais e monetários necessários para reduzir a inflação
rapidamente poderiam provocar grave recessão econômica, o que não era recomendável. Para
contribuir para o processo de legitimação do golpe, era necessário preservar a renda agregada (sem
causar grandes quedas) enquanto se implementava o plano. Com a inflação sob controle, seriam
implementadas políticas para o crescimento e desenvolvimento econômico

 Política de incentivo às exportações, capitais externos, conservação da dívida externa, política de


investimento público e de infraestrutura
 Reformas institucionais: desordem tributária, mercado financeiro subdesenvolvido, falta mercado
de capitais.
 Introdução correção monetária – ativo real

Reformas Estruturais (1964-1967):


 Foco na estrutura tributária e financeira. Porém, uma das principais mudanças é relacionada ao
mercado de trabalho com a criação do FGTS que substituiu o regime de estabilidade no emprego
(entendido como entrave institucional ao aumento do emprego e, então, ao crescimento
econômico)
 Reforma Tributária:
o Objetivos: aumento da arrecadação do governo (aumento da carga tributária) e
racionalização do sistema tributário
o Metas: reduzir custos operacionais da arrecadação (ao eliminar impostos de pouca
relevância) e definir estrutura que incentive o crescimento econômico
o Principais medidas: 1) instituição da arrecadação de impostos através da rede bancária; 2)
extinção dos impostos do selo sobre profissões e diversões públicas; 3) criação do ISS
(Imposto Sobre Serviços), de uma série de mecanismos de isenção e incentivos a atividades
prioritárias (aplicações financeiras e investimentos em capital fixo) e do FPEM (Fundo de
Participação dos Estados e Municípios – parte dos impostos federais arrecadados era
repassada para as outras esferas de governo); 4) substituição do imposto estadual sobre
vendas pelo ICM (Imposto sobre Circulação de Mercadorias); 5) ampliação da base de
incidência do imposto sobre a renda de pessoas físicas
o Resultados: Elevação da carga tributária, porém foi uma reforma regressiva, beneficiando as
classes mais ricas com os incentivos e isenções sobre o imposto de renda. A maior parte do
aumento da arrecadação foi obtida pelos impostos indiretos (que penalizam mais as classes
mais baixas). Limitou o direito dos estados e municípios legislarem sobre tributação (caráter
centralizador)
o O êxito da reforma em aumentar a carga tributária e promover o desenvolvimento
financeiro e econômico se deve à racionalidade das medidas e ao regime autoritário
 Reforma Financeira:
o Objetivos: complementar o SFB (sistema financeiro brasileiro), constituindo um segmento
privado de longo prazo através de mecanismos de financiamento capazes de sustentar o
processo de industrialização vigente (de forma não inflacionária)
o Meta: reorganizar o funcionamento do mercado monetário, feito através da criação do
Bacen (Banco Central do Brasil) como executor da política monetária e do CMN (Conselho
Monetário Nacional) com funções normativa e reguladora do SFB
o Modelo: instituições financeiras atuam em segmentos distintos do mercado, cabendo aos
bancos de investimento o papel de prover financiamento de longo prazo, como
intermediários na colocação de títulos no mercado de capitais e, em menor escala, como
emprestadores finais. Manteve-se um papel importante para os bancos públicos no crédito
de longo prazo
o A necessidade de combater a inflação de forma gradual, exigia a criação de mecanismos de
proteção do retorno real dos ativos e de incentivo à demanda até se atingir a baixa inflação
o Mecanismos: 1) criação da ORTN para os títulos públicos (correção monetária da dívida
pública com base na inflação ocorrida ao longo de cada período de pagamento de juros); 2)
Criação da Lei do Mercado de Capitais (1965) e Resoluções posteriores do Bacen para os
ativos privados de renda fixa (autorizaram a emissão de diversos tipos de instrumentos
financeiros com correção monetária); 3) Concessão de reduções ou isenções de impostos
de renda para empresas emissões de ações e poupadores para os ativos de renda; 4)
Criação de novos mecanismos de captação de longo prazo para os bancos públicos
 Reforma Externa:
o Ampliação do grau de abertura da economia ao capital externo, de risco (investimento
diretos) e de empréstimo
o Medidas: 1) regulamentações que permitiam a captação direta de recursos externos por
empresas privadas nacionais; 2) regulamentação para captação de empréstimos externos
pelos bancos nacionais para repasse às empresas domésticas; 3) mudança na legislação
sobre investimentos estrangeiros no país para facilitar a remessa de lucros ao exterior
o Objetivo: tornar mercado brasileiro mais competitivo na captação de investimentos diretos.
A abertura financeira contribuiria para o aumento da concorrência e da eficiência do SFB

Balanço do período 1964-1967:


 Atividade econômica se recuperou, mas cresceu a taxas moderadas
 Recuo da inflação e baixo crescimento do PIB, porém PAEG não cumpriu as metas estabelecidas
 Pressões inflacionárias de demanda e de custos foram combatidas com as políticas. Mas o sucesso
do Plano foi comprometido pelos aumentos atribuídos a outros custos básicos (impostos, tarifas
públicas, câmbio e juros) e pela criação da correção monetária para ativos e contratos em geral
 Elevação da carga tributária (16% do PIB para 21% em 1967)
 FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo – investimento da economia) no valor de 15,5% entre
1964/1967
 O nível adequado da taxa de câmbio real com o fraco crescimento econômico entre 1964 e 1965,
permitiu o aumento dos saldos comerciais (Balança comercial a $ 412 MM)
 Expansão das exportações (24% acumulados 64-66) e retração das importações (27% 64-65)
 O saldo do balanço de pagamentos foi favorecido também pelo ingresso de capitais voluntários
(investimentos diretos, basicamente) e de empréstimos de regularização no período
 Principal efeito da reforma financeira a curto prazo foi a efetiva criação de um mercado de dívida
pública no pais, viabilizando o financiamento não monetário dos déficits do governo

Período: Recuperação e Milagre Econômico (1968-1973)

Em 1968, a economia brasileira inaugurou uma fase de crescimento vigoroso, com o período de maior
crescimento do PIB na história brasileira (11% a.a em média) decorrente de fatores como:
 Reformas institucionais do PAEG (medidas de exportação e crédito a longo prazo)
 Existência de capacidade ociosa na economia (indústria), fruto da debilidade econômica do periódo
anterior
 Crescimento da economia internacional (ampla liquidez no mercado internacional)
 Afrouxamento das políticas monetária e fiscal no Brasil
 O regime autoritário vigente, que facilitava a implementação das políticas do governo
 A “simpatia” americana pelo regime

Políticas do Período:
 Política Monetária: "flexível e gradualmente expansionista”, com redução da taxa de juros
 Política de Crédito: expansionista para o consumo (crédito ao consumidor - CDC) e agricultura
 Controle de Preços: Para compensar os possíveis efeitos da expansão monetária sobre a inflação,
foram instituídos controle de preços, através de um órgão criado para esse fim, inicialmente CONEP
de caráter voluntário, depois CIP (Conselho Interministerial de Preços) de controle compulsório
(1967). Passou a tabelar não apenas preços públicos (tarifas, câmbio e juros do crédito público),
mas também uma série de preços privados — basicamente, insumos industriais. Os juros cobrados
pelos bancos comerciais foram também tabelados pelo Bacen.
 Política Fiscal: também "flexível" e gradualmente expansionista com incentivos fiscais e juros
subsidiados. Crescente financiamento do déficit público através da emissão de títulos, mantendo
elevado o nível de dispêndio (especialmente para investimentos em infraestrutura)
 Política Cambial e de Comércio Exterior: introdução das minidesvalorizações cambiais (1968), que
incentivando o aumento das exportações, visava evitar que a inflação causasse uma defasagem
cambial significativa, que viesse a prejudicar a balança comercial e, indiretamente, a atividade
econômica.
 Política de Investimentos: empréstimos externos e investimento direto, ação do BNDE também para
setor privado, extensão da CM aos vários instrumentos financeiros da economia (inicialmente
apenas títulos e financiamento habitacional)
 Política Salarial: preocupação com custos, manteve fórmula anterior, mas atenuando os efeitos
negativos sobre o salário real (expandindo demanda)
 Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED), foi um plano nitidamente mais desenvolventista do
que o PAEG, e tinha como prioridades:
o Estabilização gradual dos preços, mas sem a fixação de metas explícitas de inflação
o Fortalecimento da empresa privada, visando à retomada dos investimentos
o Consolidação da infraestrutura, a cargo do governo
o Ampliação do mercado interno, visando a sustentação da demanda de bens de consumo.

Fontes de Crescimento Econômico:


 Investimento público em infraestrutura
 Expansão do crédito ao consumidor e maior demanda por bens duráveis
 Criação do BNH: setor de construção civil (habitação e saneamento básico)
 Crescimento das exportações, principalmente de commodities (açúcar, café). Aumento da oferta
devido ao aumento do investimento
 Forte entrada de capitais externos (investimento e empréstimos)

Balança do Período:
 Forte crescimento da economia (11% a.a, em média), liderando bens de consumo duráveis (carros,
eletrodomésticos) e bens de capital (máquinas, equipamentos)
 Acumulação de reservas de recursos externos (US$ 0,3bi para US$ 6,4bi) em função das transações
com o exterior
 Superávits do balanço de pagamentos (mais de US$ 2bi em 1972-1973) devido a exportações
(balança comercial positiva) e investimentos/empréstimos (balança de capital positiva) – a
tendência à redução dos saldos do BP à medida que o PIB brasileiro crescia foi evitada com base
numa política deliberada de captação de recursos externos
 Forte crescimento das importações e exportações (25% a.a, em média)
 Aumento da taxa de investimento (de 15,5% para 19,5% a.a., em média)
 Balança comercial (praticamente nula entre 1968-1973) + Balança de serviços (juros, seguros,
fretes) = Balança de transações correntes (saldo em conta corrente negativo devido principalmente
aos juros/seguros/fretes que o Brasil tinha que pagar)

Questões para o Futuro:


 Correção monetária criada para auxiliar a distorção da inflação, gerou efeitos perversos sobre a
dinâmica de preços. Há uma defasagem nos períodos de correção dos salários (descontinuidade)
 Aumento da dependência externa do país em dois setores: industrial (importação de petróleo e
bens de capital) e financeiro (este como reflexo da política de endividamento). Aumento da
produção interna, do consumo de carros leva a uma maior demanda por petróleo
 Maior endividamento externo (passou de US$ 4bi para US$ 15bi entre 1968 e 1973)
 Economia “superaquecida” antes mesmo do choque do petróleo (PIB cresceu 14% em 1973)
 Inflação muito mais baixa
 Reorganização da estrutura fiscal e financeira e a recuperação do BP.

Os Planos Nacionais de Desenvolvimento e os choques externos – 1972 até 1979

Período: 1º PND (1972-1974)

Cenário:
 Plano que estava sob responsabilidade do Ministro Reis Veloso com PIB entre 8 e 9% e inflação
anual abaixo dos 20%.
 Aumento das reservas cambiais em $ 100 MM e da taxa de investimento (17 para 19%)
 Queria duplicar a renda per capita até o final de década, com taxa de expansão do nível de emprego
em 3,2%
 Momento de transição política do Médici para Geisel

Resultados:
 Aumento da dependência externa – financiamento e importações de bens de capital e petróleo
 Aumento da participação do petróleo no consumo de energia primária – 34 para 40%
 Aumento da dívida externa – US$ 15 bilhões em 1973
 Como existe dependência externa (vulnerabilidade externa do país), vai ter que: gerar superávits
comerciais para compensar (total ou parcialmente) as despesas financeiras, controlando os déficits
em conta corrente; e/ou captar novos recursos no mercado externo, refinanciamento da dívida
(renegociação dos prazos e das taxas de juros) para compensar os déficits correntes com superávits
na conta de capital
Essas ações aumentam a dependência ao mercado internacional, ficando mais vulnerável aos seus
reveses. A geração de superávits comerciais requer política cambial adequada e demanda externa
em crescimento enquanto a emissão de novas dívidas requer um mercado internacional com
disponibilidade de liquidez e receptivo a novas dívidas do país devedor
 Crescimento do país fica dependente do cenário externo e como solução para crise, deve-se reduzir
as importações, desvalorizar o câmbio, etc.

1º Choque do Petróleo:
 Em dezembro de 1973, ocorre o 1º choque do petróleo: Houve aumento alto e brusco do preço por
barril pelos países da OPEP ($3,29 para $11,58)
 A dependência externa do Brasil passa para uma posição de restrição externa (com os novos preços,
a capacidade de importação é diminuída e, consequentemente, o crescimento também)
 Para os países desenvolvidos, os efeitos do choque foram o aumento dos juros (que ocasiona o
aumento da dívida brasileira) e a contração da atividade econômica (que ocasiona a redução das
exportações brasileiras, pois esses países passam a importar menos)
 Para o Brasil, os efeitos foram a balança comercial deficitária em $4,7bi e a redução da taxa de
crescimento do PIB (14 para 8,2%)
 Ocasionou a entrada de “petrodólares” no mercado financeiro internacional que são a
liquidez/dinheiro vindo da venda de petróleo internacional. Há um aumento de recursos nos países
produtores de petróleo, gerando uma liquidez internacional. Esse dinheiro, a princípio, migra para
os países industrializados em busca de retorno financeiro (o que alivia as dificuldades após o
choque do petróleo para estes países), mas os petrodólares acabam sendo emprestados para os
países dependentes, aumentando o endividamento
 Houve financiamento dos déficits em conta corrente de países em desenvolvimento
Diante da economia superaquecida e do choque externo, o governo Geisel tem duas opções:
1. Ajuste (desvalorização cambial – mudanças de preços relativos - e recessão momentânea, para
corrigir desequilíbrio externo e evitar que elevação do preço do petróleo se transformasse em
inflação permanente – inflação de custo. Isso permite o crescimento econômico somente se este for
liberado pelo aumento das exportações liquidas e pela redução da absorção interna) – modelo de
ajuste conjuntural e potencial recessivo
2. Financiamento (obter empréstimos externos, manter crescimento e, gradualmente, ajustar preços
relativos. Busca a superação da dependência externa, investimento na ampliação da capacidade de
produção doméstica de bens e capital e petróleo) – modelo de ajuste estrutural que visa remover
ou atenuar a restrição externa

Questão de Prova
Que medidas o governo tem que tomar para sair dessa posição de restrição externa?
- Promover o ajuste externo através de desvalorização cambial (mudança nos preços relativos), o que
permite crescimento econômico somente se for liderado por aumento das exportações liquidas (modelo de
ajuste conjuntural potencialmente recessivo)
- Buscar a superação da dependência externa, investindo na ampliação da capacidade de produção
doméstica de bens de capital e petróleo, o que também contribuiria a longo prazo para reduzir a
dependência financeira (estratégia de ajuste estrutural, visa diminuir a restrição externa de forma
duradoura através da substituição de importações e do aumento da capacidade de exportar, o que também
contribuiria a longo prazo indiretamente par reduzir a dependência financeira)

Período: 2º PND (1974-1979) – Governo Geisel

Governo opta pelo financiamento e lança o II Programa Nacional de Desenvolvimento (1974) com
responsabilidade do Ministro Delfim Neto
O II PND procurava ajustar a estrutura de oferta de longo prazo da economia brasileira, aprofundando o
processo de substituição de importações e ampliando a capacidade exportadora. Essa estratégia dependia,
crucialmente, de manutenção do financiamento externo (dívida contratada a juros flutuantes)
Os setores visados pelo II PND foram bens de capital e insumos industriais (“completando” a estrutura
industrial do País) com papel fundamental das Estatais. Setores de infraestrutura, energia e exportação
também eram focos do plano.

Principais projetos do II PND:


 Substituição de importações no setor de bens de capital;
 Ampliação da capacidade de oferta de aço, zinco, alumínio e minério de ferro (Carajás);
 Aumento da oferta de energia (através da Usina de Itaipu e energia nuclear)
 Investimentos na prospecção de petróleo (Bacia de Campos)

Metas do II PND:
 PIB de 10% e crescimento industrial de 12%
 Renda per capita de US$ 1.000
 Crescimento de 20% das exportações, sendo 7% da agricultura
 Captação de recursos externos através da liquidez dos petrodólares
 Investimentos de empresas estatais e privadas
 Avançar no processo de substituição das importações e ampliar capacidade exportadora do país de
bens primários, semimanufaturados e manufaturados
2º Choque do Petróleo:
 Em 1979, ocorre o 2º choque do petróleo com novo aumento brusca do preço por barril ($13,6 para
$30)
 Interrompeu, de forma duradoura, o fluxo de capital dos países industrializados para aqueles em
desenvolvimento
 Ocasiona a elevação das taxas de juros internacionais, levando a um novo patamar de juros e à
recessão dos países industriais
 No Brasil, houve aumento do déficit em conta corrente por conta do aumento das importações,
diminuição das exportações e aumento das despesas com dívida externa devido aos juros na
balança de serviços (taxas flutuantes – revistas a cada seis meses)
 Os juros mais altos também dificultam a captação de novos empréstimos pelos países já
endividados (atraem recursos para os países industrializados e aumentam o risco atribuído aos
países devedores)
 Resultado desse cenário foi o racionamento de crédito para os países altamente endividados,
levando à “crise da dívida” da América Latina. Como não podiam saldar ou refinanciar as despesas
elevadas, esses países tiveram que declarar moratória da dívida externa (México foi o primeiro) que
prejudica a credibilidade do país (dificulta novas captações e rolagem da dívida)

Balanço do período 1974-1979:


 Continuidade do crescimento do PIB, porém com taxa bem menor (14% em 1973 que passou para
6,8% em 1979, sendo 7,8% no caso das indústrias de transformação)
 Elevação da taxa de investimento que atingiu 23% do PIB, em média (maior patamar da história)
 Exportações e importações continuam crescendo com taxas próximas a 20%
 Aceleração da inflação de custo (atingiu 100% em 1979)
 Aumento da dívida externa líquida ($15bi em 1974 que passou para $46bi em 1979)
 Deterioração na composição da Balança de Pagamentos (Ajuste estrutural)
 Deterioração – déficit em conta corrente aumentou de $1,2bi para $6,5bi
 Balança comercial anual sai do equilíbrio para o déficit de $2,3bi
 O déficit da conta de serviços aumentou de $1,2bi para $4,3bi
 O superávit da conta de capital aumentou de $2,2bi para $7,9bi
 Dívida externa/exportações aumentou de 1,8 para 2,5, o que significa que houve deterioração da
posição financeira do país

Em resumo, Geisel tomou a decisão de manter o crescimento, aumentar as exportações e fazer o 2º PND

Resultados do 2º PND:
 Objetivos estruturais foram alcançados
 Custos macroeconômicos consideráveis (crescimento do PIB diminuiu, inflação alta, déficit da
balança de pagamentos, endividamento externo)
 Endividamento externo com consequências para década seguinte
 Completou modelo de substituição de importações (ISI – indust.subst.import)
 Considerável crescimento econômico
 Mudança na estrutura produtiva do país (insumos que antes eram importados passaram a ser
produzidos internamente)
 A substituição de importações promovidas pelo II PND fez com que a contração das importações
fosse bem maior do que a do PIB durante a recessão (explicada pela significativa redução da
quantidade já que os preços caíram apenas moderadamente)
 A queda nas importações de petróleo refletiu em outro efeito estrutural do II PND: a substituição do
insumo na matriz energética brasileira (participação reduziu de 43% em 1978 para 34% em 1983)
 A quantum de exportações cresceu continuamente a partir de 1978 (com exceção de 1982, auge da
recessão internacional)
A Década de 80: A “Década Perdida”?

Contexto Político Inicial:


 Mudança de governo: Giesel para Figueiredo
 Abertura Política: anistia de exilados, maior liberdade sindical, reforma partidária

Contexto Econômico:
 Início: Desequilíbrio externo, choques de oferta e déficits públicos (pressões inflacionárias que
se propagam devido à indexação da economia). Inflação de 77% com tendência de aceleração
(1979)
 3 fases em relação ao PIB: Elevadas taxas de crescimento (79-80); Recessão (81-83);
Recuperação puxada pelas exportações (84)
 Os objetivos de mudança estrutural do II PND foram alcançados. Porém, houve custos
macroeconômico. A estratégia de endividamento externo que viabilizou o II PND foi ousada e
causou dificuldades à economia brasileira na década de 80

Período: Governo Figueiredo (1979-1984)

Cenário:
 Internacional: 2º choque do petróleo (1979) e elevação da taxa de juros internacional
 Doméstico: Pressões inflacionárias e deterioração da situação fiscal do governo (redução da
carga tributária bruta, aumento dos juros da dívida interna, orçamento monetário deficitário)
 Início de 1979: a economia brasileira entrava no 12º ano consecutivo de vigoroso crescimento e
endividamento externo. Mercado internacional ainda se mostrava favorável a esse modelo de
crescimento, mas dava sinais de iminente mudança. Houve aumento dos juros básicos nos EUA
e, internamente, a inflação acelerava, apesar das políticas de controle da demanda agregada
(por vias fiscal e monetária) implementada desde 1976
 Meados de 1979: Com o segundo choque de petróleo, há a resposta restritiva dos países
industrializados que elevaram suas taxas de juros. Mudança longa do cenário externo

Mudanças e Estagflação de 1981-1984:


 O novo contexto exigia do Brasil rápidas medidas de ajuste externo. Na visão de Simonsen, o
ajuste recessivo seria a única forma de controlar o grave desequilíbrio da Balanço de
Pagamentos
 Substituição de Simonsen por Delfim Netto no Ministério do Planejamento por críticas à política
econômica restritiva
 Para Delfim, o estrangulamento externo refletia, antes que um excesso generalizado de
demanda, um desajuste dos preços relativos que distorcia a distribuição dessa demanda entre os
diversos setores.
 Objetivo era combater inflação sem comprometer o crescimento, usando maxidesvalorização e
“prefixação” da correção monetária
 Medidas tomadas:
o Medidas de controle monetário já estabelecidas foram reforçadas, gerando taxas
negativas do crescimento do M1 do crédito entre 1979 e 1980
o Determinada maxidesvalorização cambial de 30% nominais (1979)
o Na área fiscal, as tarifas públicas foram corrigidas e os gastos públicos foram controlados
o A prefixação da correção monetária (corrigia contratos em geral) em níveis inferiores aos
da inflação curso visaram, sem sucesso, induzir expectativas de queda da inflação
o Correção da taxa de câmbio para redirecionar a demanda em favor dos bens de
produção doméstica e estimular as exportações
o Reajustes salariais, reconhecendo que a inflação impunha perdas reais aos salários,
causando mais aceleração inflacionária
 Acabou ocorrendo a aceleração inflacionária devido às correções de câmbio e das tarifas
públicas
 Essa maior aceleração e a prefixação da correção monetária levam à inflação inercial
(propagação indiscriminada do aumento de preço)
 O modelo de ajuste externo não pretendia ser recessivo, mas seus ajustes se tornaram inócuos
porque a aceleração da inflação era rápida
 Entre 1979 e 1980, a recessão foi evitada pelo aumento das exportações e “crescimento inercial”
dos investimentos públicos e privados do II PND
 Em relação ao balanço de pagamentos, o desequilíbrio externo não foi amenizado porque a
maxidesvalorização de 1979 não resultou em desvalorização real do câmbio (foi corroída pelo
rápido aumento da inflação) e por conta do aumento do déficit comercial que, apesar do forte
crescimento das exportações, foi puxado pelo aumento dos preços (principalmente do petróleo)
 Essa fase “heterodoxa” fracassa e a inflação “explode” (passa de 52%, em média, no período
1974-80, acelerando para 93% em 1979-80)
 A partir de 1981, opta-se pela recessão para gerar superávits comerciais e redução da absorção
interna, devido à economia ainda estar aquecida (PIB cresceu, em média, 8% em 1979-80) e à
piora na situação cambial (perda de reservas)
 Em 1981-1983, embora o quadro de elevado déficit em conta corrente tenha se mantido, houve
uma reversão da tendência da balança comercial que se torna superavitária devido a 3 fatores:
efeitos de duas maxidesvalorizações cambiais (1979 e 1983), recessão da economia brasileira
que contraiu as importações (1981 e 1983) e substituição de importações promovida pelo II PND
 Em 1983-1984, adota-se a política fiscal que também se torna restritiva. Investimentos públicos
foram drasticamente cortados (redução da taxa de investimento da economia) e a carga
tributária foi elevada. Nesse caso, a restrição não visava atender somente a demanda agregada,
mas também o próximo déficit público. O aumento da inflação reduzia a receita real do governo
(“Efeito Tanzi” = considerando-se a desvalorização da moeda com qual os tributos são pagos,
quanto maior for a inflação nesse período, menor será a arrecadação real do governo)

Medidas Heterodoxas de Delfim:


 Controle das taxas de juros
 Expansão do crédito para a agricultura
 Criação da SEST para controlar estatais e ajustar tarifas
 Eliminação dos incentivos fiscais (de importação e exportação)
 Estímulo à captação externa
 Maxidesvalorização cambial de 30% (1979 e 1983, com sucesso na segunda tentativa)
 Prefixação da correção monetária (50% e cambial de 45%) em 1980 para combate à inflação
(efeito psicológico)
 Nova lei salarial (reajuste semestral e diferenciado)

Resultados das Medidas:


 Aceleração inflacionária para os 100% a.a
 Acentuação do processo especulativo devido à maxidesvalorização cambial e à prefixação que
provocou perdas nos ativos financeiros.

Ajustes com o FMI:


 Países em desenvolvimento com problemas com a dívida externa:
o Insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no chamado “setembro negro”
(1982)
o O que provocou o rompimento completo do fluxo de recursos voluntários aos países em
desenvolvimento
 A política adotada baseava-se em acordos com o FMI:
o Na contenção da demanda agregada: 1) redução do déficit público; 2) aumento da taxa
de juros interna e restrição do crédito; 3) redução do salário real e desemprego
o Em tornar a estrutura de preços relativos favorável ao setor externo: 1) desvalorização
real do cruzeiro; 2) elevação do preço dos derivados de petróleo; 3) contenção de alguns
preços públicos, subsídios e incentivos à exportação

Resultados dos Ajustes:


 Profunda recessão em 1981 (-4,3%) e 1983 (-2,9%) e baixo crescimento em 1982 (0,7%).
 Aceleração da inflação em 1982, estabilizada em 200% nos anos de 1983 e 1985
 A política de comércio exterior foi bem-sucedida: a balança comercial sai deficitária em 1980
para superávits de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984
 Em 1984, há superávit e recuperação do produto (5,4%), explicado em parte pelo sucesso do II
PND que permitiu processo de substituição de importações e criou setores com competitividade
externa, mas também desvalorização

Período: Governo Sarney (1985-1990)

Resumo do Período:
 O país vinha de um processo de crescimento econômico positivo em 1984 e o bom resultado nas
contas externas desse ano se deve ao processo de amadurecimento dos investimentos em
substituição de importações e promoção das exportações do II PND, à maxidesvalorização da
moeda de 1983, à recessão verificada nos anos anteriores e à recuperação da economia
americana
 Combate à inflação era meta principal
 Diferentes planos de estabilização: Cruzado (1986), Bresser (1987), Verão (1989)
 Elementos principais: heterodoxia e inflação inercial
 Oscilações na inflação e no crescimento
 Ambiente de redemocratização
 Até governo Collor (1990), o Brasil ficou excluído do fluxo de capitais internacionais
 Descontrole das contas públicas (aumento do déficit operacional)
 Endividamento interno crescente, prazos mais curtos, taxas de juros e liquidez crescentes
 Política monetária: necessidade de sustentação dos juros elevados, com endogenização da
oferta de moeda (descontrole da política monetária)
 Subindexação de contratos para reduzir o valor real da dívida pública

Plano Cruzado (Fev/1986):


 Primeira tentativa heterodoxa de estabilização

OBS: teses ortodoxas veem a inflação essencialmente como resultado de um excesso de demanda,
provocado, em geral, por um governo que gasta além do que arrecada. Teses heterodoxas admitem a
possibilidade teórica de inflação de demanda, no sentido de que, acima do pleno emprego, expansões
fiscais geram inflação (inflações de custos)

 Medidas:
o Reforma monetária e Congelamento: a mudança de moeda tinha como objetivo criar a
imagem de uma nova moeda forte e permitir a intervenção de contratos. O
congelamento dos preços leva à queda imediata da inflação. Põe fim à chamada inércia
inflacionária provocada pela indexação. A demanda cresce (pessoas tem a sensação de
que tem mais dinheiro e podem comprar mais) e a oferta diminui (falta de produtos,
muitas filas e produção industrial despenca)
o Desindexação da Economia: O objetivo era acabar com o problema da expectativa de
inflação embutida nas obrigações financeiras, evitando transferências de renda entre
credores e devedores que seriam especialmente graves em caso de papéis com
rendimentos nominais pré-fixados
o Índice de preços e caderneta de poupança: O objetivo era eliminar a contaminação do
índice pela inflação do mês de fevereiro. As cadernetas de poupança passavam a ter
rendimentos trimestrais, e não mensais. O intuito era evitar o fenômeno da ilusão
monetária (queda do rendimento nominal e consequente despoupança)
o Política Salarial: os salários em cruzados deveriam ser calculados pela média dos últimos
seis meses (setembro de 1985 a fevereiro de 1986) em valores correntes
 Crescimento econômico em função do crescimento que já vinha antes, do aumento da renda
real, da ilusão monetária e da expansão da oferta de moeda e taxas de juros baixas
 Crescimento leva à pressão sobre vários mercados. Pressiona alguns setores de bens de
consumo (gera escassez, filas e ágios) e causa problemas na Balança Comercial e nas contas
externas
 O Plano levou a um superaquecimento da economia e o governo se viu diante da necessidade de
descongelar os preços. Porém, a população não iria aceitar isso de forma positiva

Do Cruzado à Moratória:
 A diferença entre o II PND e o Plano Cruzado é que o II PND foi todo concebido, tinha uma lógica
de criação antes de ser posto em prática. Já o Plano Cruzado foi uma série de tentativas e erros,
sem planejamento (problemas de concepção e execução)
 Cruzadinho: primeira tentativa tímida de conter a demanda. Pacote fiscal para desaquecer o
consumo e, ao mesmo tempo, financiar um plano de investimentos em infraestrutura e metas
sociais
 O descontentamento com o Cruzadinho foi geral, pois era insuficiente para desaquecer o
consumo e gerou poucos recursos para financiar o programa de investimentos anunciado pelo
governo. A insatisfação da população, que já vinha crescendo com os problemas do ágio e do
desabastecimento, aumentou ainda mais com a eliminação do índice de preços oficial
 Com o desabastecimento, governo recorre às importações, impactando na balança comercial
somente no segundo semestre de 1986
 Cruzado II: novo pacote fiscal, com o objetivo de aumentar a arrecadação em 4% do PIB. Para tal,
houve a contenção do déficit público (aumento dos tributos, mas sem redução dos gastos) e
realinhamento de preços. Anúncio do aumento de impostos indiretos em produtos da “ponta”
do consumo (automóveis, cigarros e bebidas)
 Saída descoordenada do congelamento com elevação da taxa de juros real (reintrodução de
mecanismos de indexação)
 Com a expressiva piora das contas externas, foi decretada a moratória unilateral da dívida
externa em 1987, o que diminuiu ainda amis a entrada de recursos externos no país

Plano Bresser (1987):


 Sequelas do Cruzado:
o Expectativa de congelamento
o Perda de apoio político
o Ensinamentos: é necessário controlar DA, deve-se ter atenção com as contas externas,
ter cuidado com problemas distributivos, não se deve realizar congelamento por tempo
indefinido e deve-se ter cuidado com descongelamento
 Plano com medidas ortodoxas e heterodoxas (inflação diagnosticada como inercial e de
demanda) com objetivo de promover um choque deflacionário na economia
 Pelo lado ortodoxo, as políticas fiscal e monetária seriam ativamente usadas contra a inflação
(diferente do Cruzado):
o Juros reais positivos para contrair consumo e evitar especulação de estoques
o Redução do déficit público através de aumentos de tarifas, eliminação de subsidio do
trigo, corte de gastos e de investimentos públicos
o Decretados aumentos pouco antes do anúncio de congelamento (eletricidade,
combustíveis, aço, telefone)
 Do lado heterodoxo, as medidas foram:
o Congelamento de preços e salários em 3 fases (congelamento por três meses,
flexibilização do congelamento e descongelamento
o Salário fixados a uma nova base URP (Unidade de Referência de Preços). Se a inflação se
acelerasse ou desacelerasse, a variação dos salários seria suavizada pela média
o Taxa de câmbio não foi congelada para evitar deterioração das contas externas como
ocorreu nos primeiros meses do Plano Cruzado (Desvalorização cambial)
o Criação de uma nova Tablita (tabela de preços resultante do congelamento dos preços) e
de regras para contratos de aluguéis
 Problemas:
o Sucesso apenas inicial na redução da inflação
o Diante do temor de novo congelamento, houve remarcações preventivas de preços que
contribuíram para aumentar os desequilíbrios entre preços relativos (Reposições
salariais e reindexação no descongelamento)
o Acordos salariais firmados acabaram minando também a redução do déficit público e
contribuíram para elevação da taxa mensal de inflação
o Fragilidade da contenção monetária e fiscal
o Fragilidade política (passagem de 4 para 5 anos de mandato)

Plano Verão (1989 – curta duração):


 Ministro Mailson inicia com a “Política do Feijão com Arroz”, estratégia para contenção da
aceleração inflacionária e redução do déficit público de modo ortodoxo gradualista que se
baseava no congelamento dos valores nominais dos empréstimos do setor público e na
contenção salarial do funcionalismo público. No começo, deu certo, mas os aumentos de preços
públicos e um choque agrícola desfavorável fizeram com que os preços acelerassem
 O fracasso dessa política, levou à radicalização das propostas de desindexação, resultando no
Plano Verão
 Foram extintos todos os mecanismos de indexação, como a URP
 Plano híbrido: Elementos ortodoxos (redução de despesas de custeio, reforma administrativa
para reduzir custos, limitações a emissões de títulos pelo governo e medidas de restrição de
crédito) e elementos heterodoxos (congelamento de preços e salários)
 Reforma monetária: Cruzado Novo
 Não foram decretadas novas regras de indexação e o congelamento foi anunciado por tempo
indeterminado
 Desvalorização e fixação da taxa de câmbio
 Não houve ajuste fiscal e apresentou descontrole monetário
 Os elevados juros não foram capazes de contar o movimento de antecipação do consumo, pelo
temor de explosão dos preços depois do fim do congelamento
 Reaceleração inflacionária (rumo à hiperinflação)

Constituição de out/1988:
 O aumento permanente do gasto público e o “engessamento” do orçamento do governo federal
(vinculações para a Saúde, Educação etc.) estão na raiz dos problemas fiscais das últimas duas
décadas
 Com a chamada “Constituição cidadã”, criaram-se novos gastos (na área da Previdência,
sobretudo) e mais transferências para Estados e Municípios, com a consequente necessidade de
se elevar a carga tributária
 A Constituição apresentou diversos avanços em relação aos direitos, mas afetou severamente a
capacidade do governo controlar as contas públicas por conta do crescimento da vinculação de
receitas do governo, da redução da participação dos gastos federais no total do gasto público
(diminuindo a capacidade de controlar os dispêndios) e do incremento das despesas com a
Previdência

Balanço do Período 1985-1989:


 Crescimento médio razoável do PIB (4,3% a.a.), mas errático (muito oscilante)
 Descontrole fiscal (aumento do déficit e da dívida interna, negociada a prazos cada vez mais
curtos e taxas mais elevadas)
 Inflação “galopante” (variação do IGP atinge 1.800% ao final de 1989!)
 Planos heterodoxos fracassaram. De fato, existia um grande componente inercial na inflação que
precisava ser contido, entretanto, o congelamento se mostrou ineficaz. Havia, antes dos planos,
algumas pressões de demanda, mas essas eram localizadas e repassadas para os demais preços
pela economia estar plenamente indexada.
 Plano Cruzado: A expansão vista no período se deu, sobretudo, em bens de consumo duráveis e
investimentos. Mas as exportações tiveram o pior desempenho, pois a produção doméstica se
voltou para o consumo interno
 Plano Brasser: A agropecuária que garantiu um desempenho positivo do PIB. Já a perda de poder
aquisitivo dos salários e juros reais mais elevados desestimularam as vendas do comércio e da
indústria. Expansão das exportações devido à flexibilização do câmbio e ao desaquecimento da
demanda interna
 Política do Feijão com Arroz: Pior desempenho da economia, mas o bom comportamento das
exportações impediu uma queda mais expressiva do PIB

Questão da Dívida Externa:


 Dois momentos (1937 e 1987), o Brasil recorreu a moratória, levando à perda de credibilidade
 Plano Brady (março 1989): bancos americanos concederam desconto 35%
 Devedores compraram títulos do Tesouro dos EUA e deram em garantia depósito dos juros
devidos

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