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Trabalho
Introdução à
Programação Neurolinguística
Paulo Nogueira
Junho, 2014
Título
Introdução à Programação Neurolinguística
Trainer
Paulo Nogueira
paulonogueira@defineaccao.com
Editor
Edição
Junho de 2014
Versão 2014.1
Imagem da Capa
flpbrasil.comfypage.com
Agradecimentos
Agradeço a todos os clientes, colegas, formadores e formandos o contributo, através de ideias e
sugestões, que têm contribuído para a melhoria contínua na elaboração dos manuais de trabalho.
Autorização
Este documento pode ser usado livremente e disseminado desde que mencionada a fonte.
Sobre o Trainer
3
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Conteúdo
Resumo
0. Expectativas
1. A Programação Neurolinguística
1.1. O que é?
A PNL pode ser abordada como:
Estudo da estrutura da experiência subjectiva.
Modelagem da excelência humana.
Tecnologia da comunicação.
Atitude de vida.
Colecção de técnicas para a mudança do comportamento.
“Tomar o controlo, estar ao volante da própria vida, programar o seu futuro é um dos desafios que
a PNL lhe propõe.” Não obstante, PNL é também a comunicação consigo mesmo e com os outros,
e ainda alargar a flexibilidade e, sobretudo compreender os processos mentais e cognitivos que
estão por trás do comportamento, das emoções e do estado de espírito.
PNL tem a ver com autodescoberta, exploração da identidade e missão. É simultaneamente uma
ciência e uma arte multifacetada que oferece uma visão da estrutura do pensamento e ferramentas
aplicáveis em todas as áreas da vida, pessoal, familiar, profissional...
Sendo uma escola essencialmente pragmática, todo o conhecimento veiculado pela PNL tem uma
aplicação prática. Daí o desenvolvimento de modelos, técnicas e métodos que, aplicadas
sistemática e correctamente, levam a superar as limitações que bloqueiam a conquista da felicidade
pessoal e do progresso profissional.
Em constante disseminação por todo o mundo, a PNL tem sido aplicada em sectores tão distintos
como ensino/aprendizagem, organização de empresas, liderança, desenvolvimento pessoal, saúde,
formação, vendas, entre muitos outros.
A prática da PNL desencadeia um processo terapêutico e, principalmente, evolutivo e transformador,
gerando novos valores, capacidades e comportamentos.”1
Segundo Richard Bandler,
“Programação Neurolinguística é o estudo da estrutura da experiência
subjectiva do ser humano e o que pode ser feito com ela.”
A razão do nome Programação Neurolinguística vem de:
Programação: A estratégia da mente e do corpo ou a sequência dos nossos pensamentos
e acções.
Neurologia: A mente e a estrutura do pensamento.
Linguística: Como usamos a linguagem e como ela nos afecta.
A PNL tem recebido contributos significativos para o seu desenvolvimento, nomeadamente por
Robert Dilts, Tad James e Connirae Andreas, entre outros.
2. Princípios e pressupostos
2.1. Princípios básicos
Os princípios básicos da PNL são as pedras basilares da edificação dos modelos e técnicas que
ajudam a olhar o “mundo” de uma perspectiva até então despercebida. Os princípios básicos mais
importantes são:
Percepção é projecção.
Causa ou efeito?
Pomos as culpas nos outros em vez de colocarmo-nos ao lado da causa e assumir que “tudo o
que acontece é responsabilidade minha!”.
O que me acontece sou eu quem produz, são as minhas próprias sensações. Eu sou o autor
dos meus próprios pensamentos e consequentemente, o causador das minhas próprias acções.
Assim, o que sinto só tem a ver comigo e não com o outro.
Estar ao lado do efeito é procurar culpados, desresponsabilizando-se das suas próprias acções
e resultados, focando-se no espaço do problema. Pode sempre escolher colocar-se no espaço
das soluções procurando a causa e assim responsabilizar-se pela condução da sua vida.
Quanto mais procuramos afastar aquilo que não queremos mais o atraímos, por isso, não
devemos instruir os outros, e nós próprios, com a negação!
Quantas vezes sabemos “o que não quero” em vez de “o que quero”, e o resultado obtido é “o
que não quero”!
Convicções ilimitadas…
Convicções são verdades que tomamos como absolutas e que auto-realizamos. Quando elas
são limitadoras, os resultados obtidos são, também eles, limitados. Quando essas convicções
são ilimitadas, elas produzem resultados ilimitados!
Como exemplo, repare as vezes que diz por dia “Eu sei…”! Cada vez que acredita que sabe,
está-se a limitar a novas perspectivas, limitando as suas experiências.
2.2. Pressupostos
A PNL assenta em pressupostos que funcionam como indicações de abertura para nós e para os
outros. Eles são fundamentos sobre os quais os modelos, as distinções e as técnicas da
Programação Neurolinguística são construídas. São pressupostos e não verdades absolutas e,
como tal, não é necessário que acredite neles como tal, mas ao pô-los em prática, irá sentir as
mudanças reais no seu equilíbrio emocional que promoverão uma melhoria na qualidade da sua
vida. Ao praticá-los no dia-a-dia, os pressupostos da PNL apresentam-nos uma significativa
mudança na perspectiva e visão que temos do mundo.
O seu número varia de autor para autor. A seguir apresentam-se apenas os sete necessários que
servirão de base ao primeiro exercício proposto. Nos Anexos pode consultar uma lista mais
alargada. Os pressupostos da PNL são:
Ao perceber que cada pessoa responde aos acontecimentos de acordo com a sua experiência
interna e não à realidade em si, irá compreender melhor as crenças e valores do outro. Não
necessita de concordar com ele, mas poderá tentar compreendê-lo e, consequentemente,
respeitá-lo.
Considera que a realidade é o território? A nossa mente faz a representação dessa realidade,
construindo um mapa interno que é a representação dessa realidade. Assim, cada um vai ter
o seu próprio mapa. Então, os nossos mapas mentais do mundo não são o mundo. Reagimos
aos nossos mapas em vez de reagir directamente ao mundo. Mapas mentais, especialmente
sensações e interpretações, podem ser actualizados com mais facilidade do que se pode
mudar o mundo.
Assim, nenhum mapa individual do mundo é mais real do que qualquer outro. As pessoas
respondem às suas próprias percepções da realidade.
É provável que já se tenha preocupado com um problema para o qual não conseguiu
encontrar solução sozinho! Quanto mais pensava nele, mais difícil era encontrar a tão
desejada solução. Maior ele se tornava. Essa situação era apenas o efeito que teve origem
numa causa, mas a sua preocupação focava-se no “efeito” não na “causa”, no espaço do
problema e não no espaço da solução, percebendo como a situação ocorreu para se focar no
processo e não no resultado.
Quando dirigimos a atenção para um determinado objecto, ele vai tornar-se cada vês mais
nítido, maior, como se ele se alimenta-se da nossa atenção!
Lembre-se, um problema só o é enquanto tal, se existir uma solução! Assim, estará perante
duas possibilidades: a primeira é a de não haver solução. Então, a situação como tal não
constitui nenhum problema. Esqueça! A segunda, é a de que existe solução, então “esqueça”
o problema e foque-se nessa solução, preferencialmente foque-se nas três ou cinco possíveis
soluções desse problema, porque elas existem! Escolha a que lhe parece melhor.
As nossas experiências são vividas num mundo sistémico, no qual baseamos os nossos
pensamentos e decisões no nosso próprio modelo mental do mundo. O modelo individual do
mundo permite dirigir a atenção mas, cada um presta atenção para coisas diferentes. Por
exemplo, ao olhar para uma mesma pessoa, enquanto alguém pode dirigir a sua atenção para
o relógio, outro pode dirigir a sua atenção para o cabelo. A própria forma de estar na vida
recebe atenção diferente – um pretende ter o maior sucesso na sua profissão enquanto outro
simplesmente quer mudar de profissão, outro não mata o mais pequeno dos insectos
enquanto outro não tem qualquer respeito pela vida humana. Richard Bandler e John Grinder,
em “A Estrutura da Magia”, expressaram esta forma de sermos todos tão parecidos, mas ao
mesmo tempo tão diferentes da seguinte forma: “Nós como seres humanos não operamos
directamente no mundo. Cada um de nós cria uma representação do mundo em que vivemos
– isto é, criamos um mapa ou modelo que usamos para gerar nosso comportamento. Nossa
representação do mundo determina em grande escala o que será nossa experiência do
mesmo, como perceberemos o mundo, que escolhas teremos à disposição enquanto nele
vivermos".
Este conjunto de partes que se influenciam mutuamente formam o sistema em que vivemos
(família, equipa, organização, bairro, cidade, crenças, valores,…). Para Peter Senge, em “A
Quinta Disciplina - Caderno de Campo”, "Um sistema é um todo percebido cujos elementos
mantêm-se juntos porque afectam continuamente uns aos outros, ao longo do tempo, e
actuam para um propósito comum".
Reflicta: de que forma está a contribuir para a manutenção do seu sistema?
Este pressuposto pode também ser descrito como, “se o que está a fazer não está a funcionar,
faça outra coisa!
Quando obtemos um determinado resultado, habituamo-nos a fazer as mesmas coisas para
obter os mesmos resultados. Caímos em rotinas e fechamo-nos na nossa zona de conforto.
Se quer algo de novo, faça algo de novo, especialmente quando existem tantas alternativas.
É necessário o mínimo de flexibilidade para adaptar-se com sucesso e sobreviver num
sistema. Faça qualquer coisa! Se sempre faz o que sempre fez, na melhor das hipóteses
apenas conseguirá o que sempre conseguiu. Se aquilo que estiver a fazer não produzir a
resposta desejada, modifique o comportamento, faça de outra maneira até obter a resposta.
Para a PNL, o fracasso não existe, as pessoas é que consideram os resultados diferentes
dos que desejavam como respostas aos seus comportamentos, como um fracasso.
Thomas Edison, quando confrontado com os seus sucessivos insucessos para a criação da
lâmpada, declarou que não, de forma alguma foram insucessos, terá aprendido mil formas de
não fazer uma lâmpada!
O erro faz parte da experiência e deve ser tido como mais um factor do processo de
aprendizagem.
A PNL olha os resultados que, de acordo com o princípio “causa ou efeito”, são consequência
de um comportamento ou acção. Se esse resultado não é o desejado, então o foco deve
incidir em como é que aconteceu para poder entender o processo e corrigi-lo de forma a
alcançar o desejado.
Segundo Tom Chung", "Não existe fracasso, a não ser em não continuar tentando com
criatividade e flexibilidade".
3
Vallés, Gustavo Bertolotto, “Programação Neurolinguística”, Editorial Estampa, 2ª Edição, Julho 2010
©Define Acção – Consultoria, Lda. 12
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Exercício
Ampliando o mapa com pressupostos de PNL
Arline Davis
Neste exercício, vai trabalhar com uma situação limitante na sua vida. Não é necessário falar do
conteúdo desta situação. Queremos focar aquilo que se modifica e melhora em termos de atitude,
crença, expectativa, esperança, percepção, etc., à medida que usa estes pressupostos da
Programação Neurolinguística para ampliar o seu modelo de mundo.
sistema tem os
recursos
necessários para
mudanças Situação
Limitante
Os recursos Você faz
existem no parte do
sisitema sistema
Qual é a sua
contribuição para
a manutenção da
Há intenção situação?
Está funcionando o que está Flexibilidade positiva por trás
requerida do
comportamento
fazendo?
Identifique três respostas Qual é o propósito positivo
alternativas? por trás das acções de todos
presentes?
Fisiologia Emoções
Comportamento
Linguagem Sentimentos
Acções
Foco/Crenças Estado
Podemos considerar três sistemas de representação essenciais, através dos quais “lemos” a
realidade:
Sistema de Representação Primário – é o sistema preferencial, que a pessoa usa
habitualmente para pensar de maneira consciente e organiza a sua experiência (predicados,
fisiologia, tonalidades).
Sistema Orientador – maneira preferida de trazer informações para a mente consciente.
Sinestesia – é o conjunto de ligações neurológicas, operando simultaneamente, entre
diversos sistemas. Obtemos informação de um dos sentidos, mas representamos essa
informação interna usando outro sentido (sons a gerarem imagens visuais)
4
Xavier Guix, “Nem eu me explico nem tu me entendes”, Lua de Papel
5“Silent Messages: Implicit Communication of Emotions and Attitudes”
©Define Acção – Consultoria, Lda. 15
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma frase
não lhe dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar, recordar-se,
saber, crer etc. Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como é que você sabe isso?" ou "Como é
que você faz para aprender isso/recordar-se…?", permitem obter a informação.
Às vezes, poderá descobrir vários sistemas utilizados na mesma frase. Por exemplo:
- "Vejo bem o que você está a dizer."
- "O que você experimentou está a dizer-me."
Mesmo nesse caso, o sistema dominante fica facilmente referenciável. A primeira pessoa é
provavelmente visual. A sua estratégia consiste em traduzir o que você diz (A) em imagem (V). É
assim que as suas palavras podem fazer sentido para si.
A segunda é de dominante auditiva. Ela traduz o vivido Cinestésico do parceiro em termos auditivos.
É utilizando tal registo que ela dá sentido às suas palavras.
Para ilustrar uma combinação diferente, em circunstâncias semelhantes, um Cinestésico teria
podido dizer: "Sinto muito bem o que você me está a dizer." É a frequência de emprego desses
termos que permite determinar a dominante sensorial.
Exercício
Descobrir predicados
Adaptado de Vallés, Gustavo Bertoloto,
“Programação Neurolinguística”
1. Durante dois minutos, feche os olhos, descontraia-se e concentre-se na última viagem que fez.
Pode ser na de hoje, para chegar até aqui. Recorde todos os pormenores dessa experiência: quando
saiu de casa, o trajecto, o que viu, ouviu e sentiu, quando chegou,…
2. Tem quatro minutos para escrever um breve relato dessa experiência e os pormenores sensoriais
que pode recordar.
3. Consulte a lista de predicados e, no seu relato, marque com V todos os predicados que se
relacionem com a experiência visual, com A os que identificar com a auditiva e com C os
relacionados com a cinestésica.
4. Conte os predicados mais usados e organize-os hierarquicamente, segundo a sua frequência.
5. Partilhe a sua experiência.
Os movimentos dos olhos precedem a expressão verbal do pensamento. Assim, a forma como
determinada pessoa, repetidamente, movimenta os olhos, denominadas pistas de acesso ocular,
pode ser um indicador de qual o sistema privilegiado de representação utilizado por essa pessoa.
Assim, por exemplo, se, por ocasião de uma série de perguntas que faz a um de seus interlocutores,
prestar atenção aos movimentos oculares dele no momento em que prepara a resposta que vai dar,
poderá observar que ele tem tendência a erguê-los ou baixá-los. Poderá então deduzir o sistema de
representação a que ele recorre para responder. Será suficiente então verificar a sua hipótese,
colocando-a em relação com os predicados empregados quando da resposta verbal.
Frequentemente, os movimentos dos olhos e predicados trabalham em uníssono. Aquele que sente
utiliza o vocabulário Cinestésico enquanto os seus olhos dirigem-se para baixo à esquerda. Aquele
que usa termos auditivos conserva os olhos horizontalmente, e aquele que emprega termos visuais
desloca os olhos para cima. Quantas vezes, em resposta a um pedido de informação, você já
observou o interlocutor responder "vejamos", enquanto deslocava os olhos e a cabeça para cima,
como se quisesse procurar a resposta no céu.
Em outros momentos, predicados e movimentos dos olhos diferem: "Sinto-me bem nesta situação"
(predicado C), acompanhado de um movimento dos olhos para cima à direita (V).
Quando predicados e movimentos dos olhos diferem, os predicados indicam o sistema com o qual
a pessoa dá um sentido à situação que está a viver. É o sistema de representação propriamente
dito. Os movimentos dos olhos indicam o sistema condutor que esta pessoa toma emprestado para
chegar a essa representação.
Podemos concluir que o melhor conhecimento do funcionamento do nosso cérebro abre horizontes
fascinantes, ricos em consequências práticas. Desse modo, baseando-se em observações precisas,
a PNL fornece um conjunto de noções e de métodos que permite perceber melhor como cada qual
se organiza "na sua cabeça" para construir a sua experiência da realidade. Esses indicadores
objectivos (predicados e movimentos dos olhos) são o primeiro elemento que é necessário dominar
para utilizar tais métodos, qualquer que seja o campo de aplicação:
Melhoria da comunicação nas relações profissionais (gestão, negociação, venda...);
A acção pedagógica;
As intervenções que visam à mudança.
Exercício
Detectar os acessos oculares
Gustavo Bertolotto Vallés
“Programação Neurolinguística”
Instruções:
1. A formula a B as seis primeiras perguntas de cada grupo. Tome a precaução de observar
atentamente B enquanto formula a pergunta, para não perder qualquer pormenor da sua
reacção.
2. B não responde verbalmente, deixa apenas que os seus olhos procurem internamente a
resposta à pergunta e, quando a tiver encontrado, faz um sinal com a cabeça. Recorde-se
de que os movimentos são involuntários.
3. A toma nota dos movimentos de olhos de B através de setas que indiquem a direcção e a
sequência em que foram produzidos os movimentos.
4. Uma vez completado o questionário, A faz a contagem das respostas e calcula a proporção
em que B utiliza cada um dos sistemas.
5. Trocam as posições. Seguindo as mesmas instruções, B faz a A as outras seis perguntas.
Perguntas:
de carácter visual
1. Quais são as cores da bandeira da Grécia?
2. De que cor são os olhos da tua mãe?
3. Qual das tuas amigas usa o cabelo mais curto?
4. Constrói mentalmente um móvel que sirva para guardar perfumes.
5. Soletra a palavra “descobrimento” ao contrário.
6. Visualiza-te vestido como um músico de rock.
7. Que forma tinha a mesa em que comias quando eras pequeno?
8. Qual a paisagem que mais te agradou na tua última viagem?
9. Qual a divisão mais escura da tua casa?
10. Imagina um animal meio formiga meio águia.
11. Descreve pormenorizadamente o rosto de uma pessoa da tua família.
12. Imagina um amigo teu vestido com roupa da mulher.
de carácter auditivo
1. Escuta um bebé a chorar.
2. Escuta a voz da tua mãe a chamar-te quando estava aborrecida.
3. Qual dos teus amigos tem a voz mais agradável.
4. Imagina o teu animal preferido a falar. O que te diria?
5. Trauteia internamente a canção favorita da tua adolescência.
6. Como soaria a voz do teu chefe se falasse como o Pato Donald?
©Define Acção – Consultoria, Lda. 19
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Exercício
Teste o seu sistema de representação preferencial
David Molden
“Neurolinguística nos Negócios -
Técnicas de PNL para desenvolver suas habilidades gerenciais”
Para cada uma das perguntas abaixo existem três respostas. Escolha aquela que lhe parece mais
natural. Faça isso rapidamente, e gaste poucos segundos com cada pergunta.
a) Ver a imagem?
b) Falar sobre o assunto consigo mesmo e com outras pessoas?
c) Sentir como ele pode evoluir?
a) Conjecturar ideias?
b) Imaginar diferentes perspectivas?
c) Falar sobre as opções?
a) Anunciar a novidade?
b) Projectar uma imagem clara, para que todos vejam?
c) Dar uma “palmada” nas costas de cada um?
©Define Acção – Consultoria, Lda. 20
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
a) Debater as opções?
b) Imaginar as possibilidades?
c) Ter uma atitude flexível?
Pontuação:
Para calcular as suas respostas, escreva o número 1 na coluna próxima a cada resposta
escolhida. Deixe as outras duas colunas em branco. No final conte o número de respostas em cada
coluna.
Quadro de pontuação
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
1 a b c
2 b c a
3 b a c
4 b a c
5 c b a
6 a b c
7 a c b
8 b c a
9 b a c
10 c a b
11 a b c
12 c b a
Totais
Visual
1. Olhar à sua volta, fechar os olhos e visualizar o que estava a ver antes.
2. Jogo da memória, caça-palavras, jogo das 7 diferenças.
3. Perceber o maior número de cores à sua volta.
4. Quando andar na rua preste atenção aos prédios, árvores e edifícios à sua volta.
Auditivo
1. Ficar algum tempo de olhos fechados e prestar atenção ao maior número de sons à sua volta.
2. Ouvir música de olhos fechados e perceber os sons dos diferentes instrumentos.
3. Experimentar falar em diferentes tons e velocidades (mais agudo/grave; mais rápido/lento).
4. Quando estiver a falar, preste atenção ao som de sua voz.
Cinestésico
1. Ao tomar banho prestando atenção às sensações corporais (experimente fazê-lo às escuras).
2. Prestar atenção às diferentes texturas dos objectos (roupas, almofadas, papel).
3. Sentir o cheiro da comida antes de começar a comer.
4. Antes de dormir, ir relaxando uma parte do corpo de cada vez, prestando atenção às
sensações.
3.2.2.2. Calibrar
A observação da conduta não-verbal é um processo importante para ler as mensagens mais subtis
que se escondem por detrás de um gesto. As emoções põem em funcionamento um determinado
número de músculos faciais, com uma tal precisão que nos faz perceber o que a pessoa está a
sentir.
Calibrar é a capacidade de observar atentamente as diferenças dos sinais não-verbais que a pessoa
emite em relação à situação inicial. Esses sinais não-verbais podem ser:
Cor e tensão da pele Movimento das mãos
Músculos faciais Movimento corporal (tiques)
Respiração Postura
Espessura do lábio inferior Utilização do espaço
Contacto ocular Comportamento
Exercício
Calibrar visualmente
Formulário de observação
Preencha na escala: + para simpático | - para desagradável
Cor da pele
Clara Escura
Tensão da pele
Brilhante Baça
Simétrica Assimétrica
Respiração
Rápida Lenta
Alta Baixa
Espessura do lábio inferior
Com linhas Sem linhas
Olhos
Focados Desfocados
Grandes pupilas Pequenas pupilas
Outros aspectos
3.2.2.3. Espelhar
Espelhar é "copiar" fisicamente os comportamentos da outra pessoa de uma maneira subtil. Espelhe
apenas um aspecto do comportamento da outra pessoa enquanto estiver a falar com ela. Quando
isso se tornar fácil, inclua outro suavemente, e vá gradualmente acrescentando outro e outro até
estar a espelhar sem pensar sobre isso. Quanto mais praticar, mais fácil se torna. Como retribuição,
a mesma reacção positiva e confortável que criou para a outra pessoa, será sentida por si.
Ao espelhar, tenha a certeza de que está a ser subtil. Se a outra pessoa está a fazer grandes gestos,
impetuosos, pode escolher fazer gestos idênticos, mas de menor amplitude, movimentos menos
óbvios. No início pode parecer desajeitado, mas o valor de aprender a conseguir e manter o rapport
vale todo o tempo e o esforço que leva para se tornar um especialista nessa área de comunicação.
Comportamentos que pode espelhar:
Respiração: Adapte a sua respiração para o mesmo ritmo da respiração da outra pessoa.
Postura Adapte o seu corpo para combinar com a postura do corpo do outro, ou parte
Corporal: do corpo do outro.
Movimentos Espelhe qualquer movimento do corpo que seja constante ou característico.
Corporais: Pode imitar gestos com elegância e subtileza. Também pode igualar a
inclinação, orientação ou balanços do corpo do outro
Expressões Levantar sobrancelhas, apertar lábios, enrugar o nariz, etc.
Faciais:
Qualidades Tais como tonalidade, volume, ritmo, velocidade, inflexão, hesitações,
Vocais: pontuação, etc.
Palavras Detecte os predicados utilizados pela outra pessoa, e use-os na sua própria
Processuais: linguagem.
Fala: Utilize, com discrição, frases repetitivas ou expressões usadas pela outra
pessoa, igualando-se ao estilo de falar do outro.
Espelhamento Use um aspecto do seu comportamento para espelhar um aspecto diferente
Cruzado: do comportamento do outro. Por exemplo: balançar suavemente uma parte do
seu corpo no mesmo ritmo da respiração do outro.
In Manual do 21º Curso para Practitioner na Arte e Ciência da Programação Neurolinguística - InPNL
Quanto mais praticar, mais se tornará consciente dos diferentes ritmos, gestos, padrões da
respiração que você e os outros têm. É fascinante entrar no "mapa do mundo" da outra pessoa
espelhando o comportamento dela. Dessa maneira pode aprender muito mais sobre ela.
3.2.2.4. Rapport
“A nossa estrutura neurológica tem impacto e influencia a dos outros.”
Xavier Guix
Rapport é encontrar o outro no seu sistema de representação de modo a que ele aceite as suas
sugestões. Quando há rapport, há uma situação de mútua confiança e compreensão entre duas ou
mais pessoas, isto é, cria-se empatia.
Quando as pessoas estão a comunicar em rapport, acham que é fácil serem entendidas e acreditam
que os seus interesses são considerados pela outra pessoa. Rapport significa receptividade ao que
a outra está a dizer, embora não implique, necessariamente, que concorde com o que está a ser
dito. Quando está em rapport, ambos sentem que estão a ser escutados e ouvidos. Num nível
inconsciente, existe o confortável sentimento de "Essa pessoa pensa como eu, eu posso relaxar".
O verdadeiro rapport cria uma atmosfera de confiança mútua. Se está a usar o rapport como uma
táctica para manipular a outra pessoa para a sua maneira de pensar, em algum nível ela saberá
disso instintivamente e não irá reagir positivamente. Se você se tornar um perito na arte do rapport
©Define Acção – Consultoria, Lda. 24
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
e a sua intenção for ouvir e ser ouvido para alcançar soluções ganha-ganha, ou para criar amizades
genuínas, irá tornar-se um comunicador poderoso e confiável.
Alguns indicadores dizem-lhe quando está “sintonizado” com o outro, isto é, ele está disposto a
aceitá-lo e a segui-lo:
Mudança da cor de pele
Confidências
Determinado estado interior
O outro espelha de volta
Em resumo:
Outras Fisiologia
Espelhar
e
Sincronizar
Palavras Tonalidade
• Predicados • Tom
• Palavras importantes • Tempo
• Experiências e • Timbre
associações comuns • Volume
plenamente presente no ambiente. Vai dizer "Eu..." para exprimir-se a respeito das suas
percepções, das suas ideias e dos seus sentimentos.
2ª Posição: “o seu ponto de vista” (identificação com o outro, ou em lugar do outro) - É tomar a
perspectiva do outro. A "visita" é temporária e visa recolher informações. Evidentemente, ao sair da
primeira posição para entrar na segunda posição, vai comprometer a qualidade da informação
levantada. Para conseguir entrar na segunda posição é muito importante ir levando o pressuposto
de que "Sempre há uma intenção positiva por trás dos comportamentos”. Na segunda posição, pode
descobrir qual é a intenção positiva do outro e também poderá avaliar a eficácia e a adequação dos
comportamentos e deixas que você na primeira posição está a trazer para a interacção. Durante
essa "visita" em que se coloca no lugar do outro, vai levantar pensamentos, percepções e
sentimentos desta perspectiva. Vai expressar-se falando "eu" como se fosse a outra pessoa e referir-
se àquele você mesmo da primeira posição como "você". Ao sair da segunda posição, vai guardar
a informação obtida e voltar-se completamente para si mesmo.
3ª Posição: É o acto criativo de combinar dois diferentes pontos de vista. Na terceira posição, sai
do circuito da interacção das duas pessoas - não está mais envolvido na interacção. Você é uma
testemunha isenta, porém interessada e até compassiva. Na terceira posição, você não é ninguém
especificamente, não traz nenhum julgamento à observação; é muito mais uma perspectiva para
levantar informações sobre a natureza da interacção e o equilíbrio (ou não) dos comportamentos no
circuito de comunicação. Durante a visita à
terceira posição, vai falar sobre os outros dois. O
corpo estará descontraído e relativamente
quieto.
4ª Posição: É uma síntese de todas as outras
posições e toma a perspectiva do sistema, assim
produzindo uma experiência da natureza
colectiva do sistema maior em relação à
interacção. É como se estivesse a identificar-se
com o sistema como um todo, para tomar
consciência de soluções adequadas para o mais
alto bem do sistema maior. A quarta posição está
na essência do espírito de equipa ou de
comunidade. A linguagem aqui é "nós",
abrangendo todas as pessoas no sistema.
Exercício
Posições perceptivas
1. Como percebe o contexto e a situação? O que quer desta interacção? Que nome dá ao
comportamento do outro? (por exemplo, "Ele/a está a ser...).
2. Agora está na segunda posição, no lugar do outro. Fala como se fosse o outro, como percebe o
contexto, a situação e o comportamento de... (diga o nome do Explorador)? O que (responda como
se fosse a outra pessoa) pensa e sente a respeito? O que quer do/a... (diga o nome do Explorador)?
Qual é a intenção positiva por trás do seu comportamento aqui?
4. Do ponto de vista do sistema, como percebe o relacionamento e o contexto? O que mais... (diga
o nome do Explorador) pode fazer para harmonizar o sistema?
Depois de explorar os 4 pontos de vista, o Explorador volta para a primeira posição e nota de que
maneira sua percepção mudou. Faz um ensaio mental das modificações de comportamento e
comunicação que foram sugeridas pelas terceira e quarta posição. Se quiser, pode circular outra
vez pelas várias posições para avaliar as mudanças geradas pelas modificações.
Muitas vezes, dizemos, "se eu fosse você, eu faria assim... ". Do ponto de vista da PNL, a pessoa
está a dizer: "Se eu usasse o MEU modelo de mundo para responder à SUA situação, eu faria
assim... ".
Muitas vezes, ao assumir o lugar do outro, o explorador descobre que, se tivesse a percepção de
escolhas e experiências de vida do outro, numa situação idêntica faria a mesma coisa, se fosse este
outro.
O Explorador pode ainda deparar-se com alguma inflexibilidade ou modelos mentais fechados ao
tentar realizar o exercício, devido a ideias preconcebidas. Neste caso, o guia pode levar o explorador
a aplicar as seguintes atitudes:
“O mapa não é o território”: todas as pessoas têm visões de mundo diferentes; não existe
um modelo “certo” de mundo.
Conhecer o modelo de mundo das pessoas é de grande valia para comunicar e interagir
com eficácia.
As pessoas fazem as melhores escolhas possíveis para elas, dada a sua percepção das
possibilidades e capacidades que acreditam que têm à sua disposição.
É importante separar o comportamento da intenção positiva que o motivou. É mais
adequado responder à intenção positiva do que ao comportamento.
“Resistências” e objecções são, muitas vezes, uma comunicação sobre intenções positivas
que não estão sendo satisfeitas.
Modelo S.M.A.R.T
Exercício
Instalação de um objectivo
Exercício
Descubra o que quer
1 - Faça de conta que é a véspera de Natal, ou o dia do seu aniversário. Faça um brainstorm e crie
uma lista de coisas, sejam quais forem, que gostaria de ser, conseguir, criar, doar, ter e/ou fazer
nos próximos 20 anos. Inclua objectivos de várias áreas da sua vida: objectivos financeiros,
objectivos em relacionamentos, objectivos em termos físicos, objectivos de desenvolvimento
pessoal, objectivos de contribuição - qualquer coisa que gostaria de aprender, fruir ou fazer. Esta é
a sua oportunidade de sonhar sem limites.
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2 – Reveja a sua lista de objectivos e escreva 1, 3, 5, 10 ou 20 anos, à frente de cada meta, para
indicar quanto tempo quer que leve ou pensa levar para alcançá-la.
3 - Reveja a sua lista outra vez e escolha os seus quatro maiores objectivos de um ano. Escreva,
com certeza, porque alcançará estes objectivos nos próximos 12 meses.
Objectivo 1
Objectivo 2
Objectivo 3
Objectivo 4
4 - Escreva que tipo de pessoa é que precisa de ser ou de se tornar para conseguir o que quer.
Descreva os traços de carácter, valores, crenças, virtudes etc., que quer interiorizar.
definir objectivo
Conhecer
Conhecer o que é
importante
as razões
ACÇÃO
ACÇÃO
ACÇÃO
Ajustar
Métodos
AVALIAR o
que estamos objectivo atingido
a obter
A Walt Disney desenvolveu uma estratégia para criar desenhos animados criativos e assim foram
realizados grandes sucessos. Este pode ser um bom método para abordarmos as ideias que surgem
no momento do planeamento.
A estratégia da Disney, ou a estratégia criativa da Disney, envolve três estágios distintos, em que
cada um deles requer uma aproximação distinta:
O Sonhador
O que fazer?
Foco: O quê?
Estilo cognitivo: Visão – define o “quadro geral”
Atitude: Tudo é possível.
Micro estratégia: Sintetiza e combina os sentidos.
Fisiologia: Cabeça e olhos para cima. Postura simétrica e relaxada.
Fases do Sonhador: Querer
Objectivos: Especificar o objectivo em termos positivos, e os benefícios
que serão obtidos através da ideia.
O Realista
Pessoa que pensa melhor sobre as coisas. Planeia como chegar aos objectivos.
Foco: Como?
Estilo cognitivo: Define os passos a curto prazo.
Atitude: Age “como se” fosse possível realizar o sonho.
Micro estratégia: Associe-se ao lugar dos participantes (2ª posição) e
comece a criar um “storyboard”.
Fisiologia: Cabeça e olhos para a frente. Postura simétrica e um pouco
para a frente.
Fases do Realista: Como fazer?
Objectivos: Estabelecer parâmetros de tempo e marcadores de progresso.
Certificar-se de que pode ser iniciado e mantido pela pessoa ou grupo adequado e de que o
progresso pode ser avaliado por dados sensoriais.
O Crítico
Pessoa que procura as peças que não encaixam. Avalia o plano de acordo com os valores chave e
procura os problemas e os elos perdidos.
Exercício
Estratégia Disney (procedimento)
Robert Dilts
1. Em Meta posição, seleccione três posições e chame-as (1) Sonhador, (2) Realista e (3) Crítico.
Posicione o Crítico longe das outras duas posições para que ele não interfira.
Realista
2
Sonhador
1
Crítico
3
Meta
Posição
2. Ancore a estratégia apropriada para cada posição. Use a Meta posição para ter a certeza de que
o estado fisiológico associado a cada posição fique "puro".
a. Pense num momento em que foi capaz de sonhar criativamente ou fantasiar sem nenhuma
inibição; coloque-se na posição (1) e reviva aquela experiência.
b. Pense numa situação em que foi bastante realista e desenvolveu um plano específico para
colocar uma ideia em acção; coloque-se na posição (2) e reviva aquela experiência.
c. Pense numa situação em que criticou construtivamente um plano, isto é, ofereceu críticas
positivas e construtivas, além de localizar os obstáculos. Coloque-se na posição (3) e reviva
aquela experiência.
3. Identifique um objectivo que quer atingir e coloque-se na posição (1) Sonhador. Visualize-se a si
próprio alcançando o objectivo como se fosse uma personagem de um filme. Permita-se pensar
sobre o assunto por alguns minutos, desinibido e livre.
4. Coloque-se na posição (2) Realista; associe-se ao "sonho" e sinta-se nas posições de todos os
personagens importantes. Depois, veja o processo como se fosse uma sequência de imagens
("storyboard").
5. Coloque-se na posição (3) Crítico e descubra o que mais é preciso ou o que está a faltar. Lembre-
se que o Crítico critica o plano e não o Sonhador ou o Realista. Às vezes, é conveniente que o
Crítico reconheça primeiro os elementos positivos do plano antes de focar aquilo que está a faltar.
6. Vá para a Meta posição e transforme as críticas em perguntas tipo "Como...?" para o Sonhador.
7. Volte à posição (1) Sonhador e, criativamente mude o plano, apresentando soluções alternativas
e novos detalhes para responder às perguntas do Crítico.
8. Depois de repetir essas três posições várias vezes, pense conscientemente nalguma coisa de
que gosta e faz bem. Continue andando pelo ciclo das três posições. Isto promoverá o pensamento
lateral e a gestação inconsciente.
9. Continue a circular pelas três posições até que o plano esteja bom e congruente para todas elas.
O modelo denominado “níveis neurológicos”, em PNL, foi desenvolvido por Robert Dilts com base
no trabalho de antropólogo Gregory Bateson que, em 1972, desenvolveu os níveis lógicos de
aprendizagem e mudança. Bateson identificou 4 níveis de aprendizagem e mudança, cada um mais
abstracto que o nível anterior mas todos com grande impacto sobre o indivíduo.
Os níveis são apresentados segundo uma
hierarquia, que existe, mas ao nível da
abstracção, subjectividade e envolvimento
do inconsciente. No entanto, todos se ligam
entre si e todos se influenciam mutuamente.
Os níveis superiores na hierarquia, mais
abstractos, influenciam os níveis inferiores
e estes podem, mas não necessariamente,
influenciar os níveis superiores.
Os quatro níveis identificados por Bateson
foram: Meio ambiente, Comportamento,
Capacidades e Crenças e Convicções. A
estes, Dilts acrescentou Identidade e
Espiritualidade, ou Missão, também
identificado como Consciência Colectiva ou
Sistema Maior.
Sem ser consistente ou exaustivo, o modelo
tem sido amplamente adoptado no pensamento da PNL. Os níveis são:
Ao acrescentar “Neuro” ao nome que Bateson tinha dado ao modelo (“níveis lógicos”), Robert Dilts
quis transmitir que quanto mais elevado o foco da experiência na hierarquia, maior a abrangência
neurológica envolvida no organismo.
Este modelo permite identificar incongruências que podem estar a dificultar a definição e a
realização dos objectivos e resultados. Os resultados podem ser especificados por:
Tipo de ambiente que deseja.
Como deseja agir.
Habilidades que deseja.
Atitudes e crenças que deseja adoptar.
Tipo de pessoa que deseja ser.
Ao tornarem-se cada vez mais abstractos, conforme se sobe na hierarquia, a partir de
comportamentos específicos e da experiência sensorial, eles têm um efeito mais amplo sobre o
comportamento e experiência do indivíduo.
Quando prestamos atenção à linguagem de uma pessoa, podemos perceber com que Nível ela está
a lidar.
O uso dos Níveis Neurológicos cobre uma vasta área de possibilidades. Podem ser utilizados com
qualquer aplicação da PNL para criar congruência, aumentar a consciência e a compreensão de si
mesma.
Para algumas pessoas a forma de lidar com este desafio está ao mesmo nível, quando a verdadeira
questão está no seu Comportamento. Mude-o e o problema no Ambiente Externo ficará resolvido.
- É melhor mudar a sua atitude se quiser ser feliz. Comportamento
O quê?
Mudar apenas o comportamento poderá não ser suficiente, enquanto, se mudar ou aumentar as
suas capacidades, o seu comportamento mudará.
- Não sei como fazer este tipo de trabalho. Capacidades
Como?
As capacidades são acções ou hábitos inconscientes e, para melhorar ou mudá-las, será necessário
verificar as crenças dessa pessoa.
Declarações sobre crenças e valores, que estão conectadas com o sistema nervoso autónomo, são
mais facilmente abordáveis através da Identidade.
- Está a dizer que sou um perfeccionista? Identidade
Quem?
Exercício
A linguagem dos níveis neurológicos
Ao analisar as palavras e expressões usadas por nós mesmos ou outras pessoas, é possível
perceber a que nível está essa pessoa a pensar/assumir a sua afirmação.
Exercício
Padrão de alinhamento dos níveis neurológicos
1. Marque no espaço lugares diferentes para os diferentes níveis neurológicos. Vai andar através
dos vários níveis.
2. Entre no espaço Mundo e pergunte a si próprio: Quando e onde preciso estar totalmente
congruente em relação ao meu objectivo? O que vejo à minha volta nos vários contextos da
minha vida? Quem está presente? O que ouço? O que cheiro? Como é o ambiente em que me
insiro? A casa, o trabalho... outros locais ....
3. Dê um passo e entre no nível Comportamento: o que é que eu faço, como costumo agir nos
vários contextos da minha vida? O que mais quero fazer?
4. Capacidades: Como realizo essas acções nesses contextos? Que capacidades e
competências possuo para tomar as decisões correctas? O que já sei eu? O que mais preciso
de saber?
5. Convicções: Qual é a razão pela qual utilizo essas capacidades para realizar essas
actividades? Quais são os valores importantes para mim neste contexto? Que crenças e
convicções guiam o meu comportamento?
6. Identidade: Quem sou eu com esse objectivo?
7. Entre no espaço Espiritual-Missão: Qual é a minha missão? A quem mais eu sirvo com a minha
actuação neste contexto - família, amigos, colegas? Como me conecto com o todo? Que
metáfora ou símbolo lhe vem à mente? Pode ser uma imagem, uma palavra...
8. Ponha esse símbolo numa das suas mãos e feche a mão. Volte-se e, segurando esse símbolo,
dê um passo em frente, para o espaço Identidade.
9. Identidade: experimente como a experiência no nível Espiritual enriquece a experiência de si
mesmo no nível da Identidade.
10. Crenças e valores: observe como a experiência nos níveis Espiritual e Identidade enriquece e
realinha as crenças e os valores.
11. Capacidades: experimente como a experiência nos níveis Espiritual, Identidade e
Crenças/valores enriquece a experiência de si mesmo no nível Capacidades. Note como se
fortalecem, mudam e enriquecem as suas capacidades.
12. Comportamento: perceba como comportamentos até aparentemente insignificantes são
reflexos e manifestações de todos os níveis superiores da sua experiência. Note como a sua
missão, a sua identidade, os seus valores e crenças e as suas capacidades estão presentes e
geram o seu comportamento.
13. Ambiente: agora observe como o ambiente externo está transformado e enriquecido com o
alinhamento de todos os níveis.
5. Crenças e convicções7
“O Homem é aquilo em que acredita.”
Anton Tchekhov
Uma crença ou uma convicção é um sentimento de certeza sobre o significado de alguma coisa. É
uma generalização sobre a percepção que temos do mundo e que nos impele para a acção desejada
(convicção ilimitada) ou que nos impede de fazer aquilo que pretendemos (convicção limitadora).
Estes filtros – crenças e convicções – funcionam como administradores do cérebro que, juntamente
com os valores, determinam, justificam, autorizam e possibilitam a acção e o comportamento, sendo
por isso os principais factores de motivação.
As nossas crenças servem para guiar-nos em áreas onde não conhecemos a realidade. É por isso
que as crenças têm uma influência tão profunda nas percepções e visões do futuro. Para alcançar
as nossas realizações é necessário acreditarmos que são possíveis, mesmo se não pudermos ter
a certeza de que vão ocorrer.
O mundo ao nosso redor é um reflexo do nosso mundo interior. Tudo que vemos fora de nós tem
paralelo no nosso íntimo. Por exemplo, se estiver convencido de que não é uma pessoa
interessante, inconscientemente buscará a confirmação dessa convicção no mundo exterior.
Tenderá a ignorar e a desvalorizar tudo o que contradiz a convicção e notar bem apenas aquilo que
pode interpretar como confirmações. Assim, as crenças podem funcionar como profecias auto-
realizadoras.
Se recordar os pressupostos da PNL, “as experiências
possuem uma estrutura”. Assim, ao mudar os padrões
dessa estrutura, dos pensamentos e recordações, a
nossa experiência muda automaticamente.
Então, quando percebemos a convicção, podemos
neutralizar as lembranças desagradáveis, potenciando e
enriquecer outras, agindo para que as novas experiências
sejam mais úteis, reflectindo-se, essa acção, nos
resultados pretendidos. Ao atingir os resultados
pretendidos com esta nova experiência, estamos a
reforçar uma nova crença, esta ilimitada.
"Fracasso gera fracasso … sucesso alimenta sucesso e gera mais sucesso e cada sucesso cria
mais crença e momentos para serem bem-sucedidos numa escala cada vez mais alta."8
A) Convicções Limitadoras
1.
2.
3.
4.
5.
• Pergunte:
B) Convicções Fortalecedoras
• RISQUE cada uma das antigas convicções limitadoras e então escreva sua NOVA
convicção fortalecedora e ilimitada.
1.
2.
3.
4.
5.
• Repita todas as convicções ilimitadas em voz alta várias vezes começando com: “a verdade
é que ...” (grupo: todos ao mesmo tempo)...
5.3. Âncoras
Existem gestos, músicas, palavras, olhares, toques, cheiros, sabores e tantas outras coisas que, de
repente, nos transportam a momentos longínquos, em outros espaços e recordações e que alteram
o nosso estado.
A isso chamamos âncoras, que tanto podem levar-nos a estados positivos (âncoras positivas) como
a estados negativos (âncoras negativas). Por isso, é importante tomar consciência da sua existência
e utilização para podermos começar a tomar o controlo dos nossos estados emocionais.
A ancoragem é um processo a partir do qual a mente associa um determinado estímulo a um
desempenho ou reacção.
Uma âncora muito comum é o abraço de intimidade e carinho. Este é o exemplo de uma âncora de
efeito oposto! Tantas vezes o abraço é utilizado para reconfortar o outro numa situação menos boa
e isso pode acabar por ficar associado a esse momento de tristeza. Um próximo abraço, mesmo
num momento de felicidade, pode despoletar uma emoção de tristeza, nada desejada naquele
momento.
©Define Acção – Consultoria, Lda. 44
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Chaves do sucesso
Podemos “recriar” estados aos quais vamos associar estímulos e, dessa forma, alterar padrões que
nos possam ser mais benéficos. A isso chama-mos instalar uma âncora, cuja instalação, para ser
eficaz, deve obedecer aos seguintes princípios básicos:
1. Intensidade do estado (ponto mais elevado do estado):
a pessoa deve estar num estado associado e congruente,
com intervenção de todo o seu organismo, no momento de
aplicação do estímulo.
2. Timing - o momento exacto de instalação da âncora: o
estimulo deve ser aplicado no culminar da experiência.
3. Singularidade do estímulo (resposta ao original): o
estímulo escolhido deve enviar para o cérebro um sinal
diferenciado e inconfundível, por isso ele deve ser
exclusivo.
4. Repetição da âncora de forma efectiva: para que funcione, a âncora deve ser imitada com
exactidão (local, pressão, som…)
Exercício
Procedimento padrão de ancoragem
1. Identifique o estado emocional que quer ancorar (autoconfiança, calma, força, motivação,
etc.).
2. Identifique uma experiência de referência, uma recordação em que aquele estado era muito
intenso. Associe-se.
3. No auge da experiência emotiva, instale o estímulo (a âncora).
4. Quebre o estado.
5. Teste a âncora.
Exercício
Instalação de uma âncora simples
Exercício
Círculo de excelência (âncora espacial)
6. Submodalidades
Se, de entre uma variedade de copos diferentes, alguém lhe pedisse para lhe dar um, qual é que
daria? E se no fim de, simpaticamente ter dado o copo a essa pessoa, ela responde-se - não é esse!
- Mas no meio de tantos como saberia qual deveria ter dado?
Na realidade existem muitas coisas diferentes que são designadas pelo mesmo rótulo. Quantas
dessas coisas, por terem determinada forma, cor, textura, som, cheiro, sabor…, provocam uma
alteração do nosso estado emocional?
Vimos, no capítulo 3, que processamos todas as informações através dos cinco sentidos (VACOG)
e é através deles que representamos as experiências, pelo que em PNL denominamos:
Modalidades (Sistema de representação): são a maneira como codificamos mentalmente
a informação, ou experiências sensoriais num ou mais sistemas de representação (visual,
auditivo, táctil, gustativo e olfactivo). Permite-nos receber e armazenar informação, separá-
la e utilizá-la. As distinções que fazemos enquanto seres humanos (interna e externamente)
chegam-nos através destes filtros.
Ao experimentar pequenas partes de cada modalidade, começamos a compreender a importância
que elas têm na recuperação de experiências de vida e como mudar as emoções associadas a
essas experiências. A essas pequenas partes chamamos:
Submodalidades: são as distinções dentro de cada uma das modalidades (sistema de
representação), que serve para definir o que ocorre no exterior e representamos
internamente. São o menor dos blocos do nosso pensamento, responsáveis pela qualidade
das nossas representações internas. As submodalidades são um recurso de grande
importância na alteração dos estados.
Exercício
Mapping across – análise de contraste
1. Visualize dois estados, sensações, situações, valores, convicções, que quer contrastar.
Uma desejável e outra indesejável. Uma de possibilidades ilimitadas e outra limitadora.
Veja o que via, ouça o que ouvia, sinta o que sentia.
2. Anote as submodalidades de uma e de outra. Faça um break state entre uma e outra.
3. Determine as submodalidades fulcrais (drivers), ou seja, as submodalidades que fazem
a diferença.
4. Visualize a situação indesejável. Substitua as submodalidades contrastantes pelas
submodalidades da situação desejável.
5. Teste: como sente agora a primeira experiência?
6. Ponte para o futuro.
Distância
Localização
Movimento
Clareza
Paisagem/quadro
Focalização
Tamanho dos objectos
Volume
Tom
Timbre
Auditivas
Tempo
Distância
Ritmo
Cadência
Inflexões
Localização
Intensidade
Área
Textura
Duração
Cinestésicas
Temperatura
Peso
Fluxo
Localização
Movimento
Sensações
Tensão muscular
Cheiro e sabor
7. Metamodelo
“Se o pensamento corrompe a linguagem, a linguagem
também pode corromper o pensamento.”
George Orwell
O Metamodelo foi o primeiro modelo da PNL a ser desenvolvido por John Grinder e Richard Bandler.
Ao modelarem as habilidades linguísticas dos terapeutas Virgínia Satir e Fritz Pearls, perceberam
as correspondências dos padrões observados com a investigação de Grinder sobre Gramática
Transformacional de Noam Chomski.9
O nome Metamodelo deriva da palavra Metalinguagem, que em linguística remete para a linguagem
sobre a linguagem.
O Metamodelo consiste em 13 padrões, divididos em 3 categorias:
1. Omissões
2. Generalizações
3. Distorções
Objectivo: Obter informações mais claras e melhor compreensão daquilo que as pessoas dizem.
Método: Perguntas sobre o que as pessoas dizem (estrutura de superfície), que conduzem a
significados inconscientes ou escondidos (estrutura profunda).
As perguntas ajudam a eliciar experiências concretas, permitindo resgatar informações perdidas,
especificar a partir de generalizações, e questionar suposições não comprovadas.
As teorias da linguagem, semântica e a gramática transformacional forneceram as bases para o
desenvolvimento do modelo, destacando-se o contributo de três autores:
Saussure: (1906-1913: desenvolvimento das suas teorias)
Diferença entre langue (língua) e parole (discurso); Significante vs. Significado.
Origem do estruturalismo.
Korzybski: General Semantics (1933)
"O mapa não é o território!"
Chomsky: Gramática Generativa Transformacional - Syntactic Structures (1957)
Só 2% da informação contida no padrão de pensamento é perceptível à superfície (palavras e
frases - Estrutura de superfície).
Estrutura de Superfície
Omissões
Generalizações
Distorções
Estrutura Profunda
9Os resultados dessa combinação foram publicados em The Structure of Magic, Volume I.
©Define Acção – Consultoria, Lda. 49
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
Ontologia Linguística
Semântica: Hierarquias de Palavras - categorias e classes (chunks)
Chunking Up
Chunking Down
7.1. Distorções
Exercício
Pressupostos ou leitura de pensamento?
Verifique se os comentários sobre as frases abaixo estão Pressupostos na respectiva frase (P) ou
se é trata de Leitura de Pensamento (LP)?
Não sei bem se hei-de pôr fim à relação com a minha mulher.
Ele é casado.
Estima muito a sua esposa.
Não se divorcia por causa dos filhos.
Passa a vida em dúvida. Nunca decide nada.
Se não aprender a comunicar melhor com o meu chefe nunca terei aumento de
ordenado.
Sente-se maltratado pelo chefe.
Não sabe comunicar com o chefe.
Ele quer aprender novas formas de comunicar.
Há uma relação entre o ordenado e a forma de comunicação.
7.2. Generalizações
7.3. Omissões
Resumo do Metamodelo
Exercício
Padrões de linguagem - pressupostos
7.4. Procedimento
Passo 1: Colher todas as informações de que precisa para compreender o seu parceiro (como
faria um jornalista ou um produtor de cinema).
Passo 2: Descobrir o que a personagem principal da história vivencia, pensa e constrói
internamente e como chega a isso.
Passo 3: Indagar mais intensamente sobre aquelas ideias do parceiro que o restringem em suas
possibilidades de escolha e faz com que ande em círculos. Essa indagação consiste em
descobrir como surgiram essas ideias e mostrar-lhe novas possibilidades para explorar
e interpretar o mundo.
A ideia de que algo poderia ser diferente libera o potencial criativo e a percepção do presente.
“Às vezes uma pergunta acertada pode colocar toda a questão sob um outro prisma.”
(Bernd Isert, A Linguagem da Mudança, Ed. Qualitymark, RJ).
Anexos
A1. Pressupostos da PNL
Ao perceber que cada pessoa responde aos acontecimentos de acordo com a sua experiência
interna e não à realidade em si, irá compreender melhor as crenças e valores do outro. Não
necessita de concordar com ele, mas poderá tentar compreendê-lo e, consequentemente,
respeitá-lo.
Considera que a realidade é o território? A nossa mente faz a representação dessa realidade,
construindo um mapa interno que é a representação dessa realidade. Assim, cada um vai ter
o seu próprio mapa. Então, os nossos mapas mentais do mundo não são o mundo. Reagimos
aos nossos mapas em vez de reagir directamente ao mundo. Mapas mentais, especialmente
sensações e interpretações, podem ser actualizados com mais facilidade do que se pode
mudar o mundo.
Assim, nenhum mapa individual do mundo é mais real do que qualquer outro. As pessoas
respondem às suas próprias percepções da realidade.
É provável que já se tenha preocupado com um problema para o qual não conseguiu
encontrar solução sozinho! Quanto mais pensava nele, mais difícil era encontrar a tão
desejada solução. Maior ele se tornava. Essa situação era apenas o efeito que teve origem
numa causa, mas a sua preocupação focava-se no “efeito” não na “causa”, no espaço do
problema e não no espaço da solução, percebendo como a situação ocorreu para se focar no
processo e não no resultado.
Quando dirigimos a atenção para um determinado objecto, ele vai tornar-se cada vês mais
nítido, maior, como se ele se alimenta-se da nossa atenção!
Lembre-se, um problema só o é enquanto tal, se existir uma solução! Assim, estará perante
duas possibilidades: a primeira é a de não haver solução. Então, a situação como tal não
constitui nenhum problema. Esqueça! A segunda, é a de que existe solução, então “esqueça”
o problema e foque-se nessa solução, preferencialmente foque-se nas três ou cinco possíveis
soluções desse problema, porque elas existem! Escolha a que lhe parece melhor.
As nossas experiências são vividas num mundo sistémico, no qual baseamos os nossos
pensamentos e decisões no nosso próprio modelo mental do mundo. O modelo individual do
mundo permite dirigir a atenção mas, cada um presta atenção para coisas diferentes. Por
exemplo, ao olhar para uma mesma pessoa, enquanto alguém pode dirigir a sua atenção para
o relógio, outro pode dirigir a sua atenção para o cabelo. A própria forma de estar na vida
recebe atenção diferente – um pretende ter o maior sucesso na sua profissão enquanto outro
simplesmente quer mudar de profissão, outro não mata o mais pequeno dos insectos
enquanto outro não tem qualquer respeito pela vida humana. Richard Bandler e John Grinder,
em “A Estrutura da Magia”, expressaram esta forma de sermos todos tão parecidos, mas ao
mesmo tempo tão diferentes da seguinte forma: “Nós como seres humanos não operamos
directamente no mundo. Cada um de nós cria uma representação do mundo em que vivemos
©Define Acção – Consultoria, Lda. 54
Paulo Nogueira Introdução à Programação Neurolinguística
– isto é, criamos um mapa ou modelo que usamos para gerar nosso comportamento. Nossa
representação do mundo determina em grande escala o que será nossa experiência do
mesmo, como perceberemos o mundo, que escolhas teremos à disposição enquanto nele
vivermos".
Este conjunto de partes que se influenciam mutuamente formam o sistema em que vivemos
(família, equipa, organização, bairro, cidade, crenças, valores,…). Para Peter Senge, em “A
Quinta Disciplina - Caderno de Campo”, "Um sistema é um todo percebido cujos elementos
mantêm-se juntos porque afectam continuamente uns aos outros, ao longo do tempo, e
actuam para um propósito comum".
Este pressuposto pode também ser descrito como, “se o que está a fazer não está a funcionar,
faça outra coisa!
Quando obtemos um determinado resultado, habituamo-nos a fazer as mesmas coisas para
obter os mesmos resultados. Caímos em rotinas e fechamo-nos na nossa zona de conforto.
Se quer algo de novo, faça algo de novo, especialmente quando existem tantas alternativas.
É necessário o mínimo de flexibilidade para adaptar-se com sucesso e sobreviver num
sistema. Faça qualquer coisa! Se sempre faz o que sempre fez, na melhor das hipóteses
apenas conseguirá o que sempre conseguiu. Se aquilo que estiver a fazer não produzir a
resposta desejada, modifique o comportamento, faça de outra maneira até obter a resposta.
Para a PNL, o fracasso não existe, as pessoas é que consideram os resultados diferentes
dos que desejavam como respostas aos seus comportamentos, como um fracasso.
Thomas Edison, quando confrontado com os seus sucessivos insucessos para a criação da
lâmpada, declarou que não, de forma alguma foram insucessos, terá aprendido mil formas de
não fazer uma lâmpada!
O erro faz parte da experiência e deve ser tido como mais um factor do processo de
aprendizagem.
A PNL olha os resultados que, de acordo com o princípio “causa ou efeito”, são consequência
de um comportamento ou acção. Se esse resultado não é o desejado, então o foco deve
incidir em como é que aconteceu para poder entender o processo e corrigi-lo de forma a
alcançar o desejado.
Segundo Tom Chung", "Não existe fracasso, a não ser em não continuar tentando com
criatividade e flexibilidade". A utilidade deste pressuposto no dia-a-dia pode ser vivenciada
pelo pressuposto seguinte
Ter uma escolha, ou opção, é melhor que não ter nenhuma! Se a opção for única estará preso
a ela, mas se tiver duas opções então deparar-se-á com um dilema! A partir de três opções
poderá efectivamente, fazer uma escolha e é essa escolha, a mais perceptível como
disponível no momento, que influenciará o seu comportamento.
As pessoas fazem as melhores escolhas disponíveis, dadas as capacidades e possibilidades
que percebem como disponíveis a partir do seu modelo do mundo. Todo o comportamento,
por mais diabólico, louco ou bizarro, parece ser a melhor escolha disponível para aquela
pessoa naquele momento. Se lhe for dada uma escolha mais apropriada (dentro do contexto
do seu modelo do mundo), a pessoa vai estar inclinada a optar por ela.
Os mapas mais sábios são os que viabilizam o maior e o mais rico número de escolhas, por
oposição “mais real ou acurado”. A parte do sistema com maior flexibilidade será o elemento
controlador ou catalítico.
Os outros recebem o que dizemos e fazemos através dos seus mapas mentais do mundo.
Quando alguém ouve algo diferente do que tivemos a intenção de dizer, esta é a nossa
possibilidade de observarmos que comunicação é o que se recebe. Observar como a nossa
comunicação é recebida, permite-nos ajustá-la, para que da próxima vez ela possa ser mais
clara.
“Não há erros ou fracassos, tudo é feedback.”
Estamos sempre a comunicar, pelo menos não verbalmente, e as palavras são quase sempre
a parte menos importante. Um suspiro, um sorriso ou um olhar são formas de comunicação.
Até os nossos pensamentos são formas de comunicarmos connosco, e eles revelam-se aos
outros pelos nossos olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais.
Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso. Muita
gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca se ter disposto a fazê-las. Faça
de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, o mundo da experiência
vai mostrar-lhe isso.
Bibliografia
Bandler, Richard e Grinder, John, “Ssapos em Príncipes”, Sumos Editorial, 1982;
Cayrol, Alain e Barrère, Patrick, “Guia da PNL - Novas técnicas para o desenvolvimento
pessoal e profissional”, Editora Record;
Guix, Xavier, “Nem eu me explico, nem tu me entendes”, Lua de Papel, 1ª Edição;
Lupi, J. J., “Feng Shui da Mente”, B!YOU!;
Lupi, J.J., “comunicar e Influênciar com PNL”, B!YOU!;
Molden, David, “Neurolinguística nos Negócios - Técnicas de PNL para desenvolver suas
habilidades gerenciais”, Editora Campus;
O’Connor, Joseph e Seymour, John, “Introdução à Programação Neurolinguística”, Editora
Summus, 2005;
O’Connor, Joseph e Seymour, John, “Nlpworkbook”, HarperCollins Publishers, 2001;
Oswald, Yvonne, “O Poder das Palavras”, Sinais de Fogo, 2009;
Robbins, Anthony, “O Poder sem Limites”, Pergaminho, 1ª Edição, 2003, 1ª Reimpressão,
2007;
Vallés, Gustavo Bertolotto, “Programação Neurolinguística”, Editorial Estampa, 2ª Edição,
Julho 2010;
Wittmann, Luzia, Manual do “21º Curso para Practitioner na Arte e Ciência da Programação
Neurolinguística”, InPNL;
Webgrafia
www.golfinho.com.br
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