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A Genética na Investigação Criminal (DNA)

Histórico

Muito se passou desde a proposta de Bentham, em 1832, nos Estados Unidos, em


empregar a tatuagem como processo de identificação civil, ou nos tempos mais ou
menos remotos, quando, premidos pela necessidade de identificar seus semelhantes,
empregavam-se os mais bárbaros e desumanos processos de identificação.
Destituídos de quaisquer recursos científicos, tais “tratamentos” consistiam na
marcação com ferro em brasa em indivíduos que houvessem praticado, por exemplo,
um roubo, ou se tratasse simplesmente de um escravo em fuga. Já neste século, com
a descoberta dos antígenos eritrocitários, tornou-se possível a idéia de discriminar
indivíduos através de análises sangüíneas.
Mas em agosto de 1986, na Inglaterra, um caso criminal envolvendo o estupro e
homicídio de duas adolescentes foi solucionado com a determinação da autoria do
delito após toda a população masculina de dois vilarejos do condado de Leicester ter
contribuído com a doação de amostras de sangue para confronto com vestígios de
sêmen coletados do corpo das vítimas. Estava assim inaugurada uma nova página no
emprego da biologia molecular e sua utilização na identificação humana criminal.

O exame de DNA
Apontada como a maior revolução científica na esfera forense desde o
reconhecimento das impressões digitais como uma característica pessoal, as técnicas
de identificação fundamentadas na análise direta do ácido desoxirribonucléico
(significado da sigla DNA, de Deoxyribonucleic Acid) ostenta pelo menos duas
vantagens sobre os métodos convencionais de identificação: a estabilidade química do
DNA, mesmo após longo período de tempo, e a sua ocorrência em todas as células
nucleadas do organismo humano, o que permite condenar ou absolver um suspeito
com uma única gota de sangue ou através de um único fio de cabelo encontrado na
cena do crime.

O Instituto de Criminalística e o DNA


Pioneiro na execução de exames oficiais no país, o Instituto de Criminalística do
Paraná recebe materiais biológicos de todas as regiões do Estado além de
solicitações de outros estados. Por ser uma instituição voltada para a esfera forense,
executa seus exames rigorosamente dentro do âmbito oficial, quando houver
solicitação da Autoridade Policial, Ministério Público ou Poder Judiciário, e, para tanto,
dispõe de três Peritos Criminais especialistas em biologia molecular para proceder as
análises solicitadas.
Do ponto de vista das aplicações práticas na atividade pericial forense, os exames de
DNA são empregados, dentre outros, nos seguintes casos:

 Identificação de suspeitos em casos de violência sexual (estupros, atentado violento


ao pudor, atos libidinosos)
 Identificação de cadáveres carbonizados ou em decomposição
 Identificação de corpos mutilados
 Identificação de peças ósseas e órgãos humanos
 Investigação de paternidade
 Produção de perfis de material genético recuperado a partir de evidências de natureza
biológica presentes em suportes diversos encontrados em locais de crimes (manchas
de sangue, manchas de esperma, manchas de saliva, pêlos e outros)
Casos
Devido à ética e à privacidade, concedidas aos envolvidos (e seus respectivos
familiares) nos casos em que a genética forense é utilizada, não é possível encontrar
tantos casos descritos detalhadamente na literatura. Sabe-se que a genética forense
foi empregada pela primeira vez pelo pioneiro na área, Alec Jeffreys, em 1985. Nesse
contexto, dois casos foram solucionados com o auxílio das práticas de análise de
DNA:

* O primeiro envolvia um jovem, residente da Inglaterra, que, ao voltar de uma visita a


seu país de origem, Gana, foi proibido de entrar no Reino Unido, sob a suspeita de
documentação falsa. A análise de DNA, então, possibilitou provar que a família
biológica do jovem residia na Inglaterra de fato, e assim, ele pôde retornar a seu lar.

* O segundo, mais grave, envolvia dois estupros ocorridos em um pequeno condado


inglês. A partir da análise do sêmen, foi visto que o estuprador era o mesmo em
ambas as ocorrências e, assim, foi solicitada uma doação de sangue comunitária para
que se pudesse comparar dados e encontrar o agressor. Descobriu-se, então, a partir
da análise do material genético por Jeffreys, que o estuprador não era nenhum dos
moradores do pequeno condado, mas sim um viajante que estava de passagem por lá.

Outros Casos

* (Estados Unidos) Após ter sido acusado e sentenciado por estuprar e matar uma
menina de nove anos de idade, Kirk Bloodsworth recebeu um segundo julgamento,
após um apelo bem sucedido, sob a alegação de que as evidências teriam ficado
retidas no primeiro. Ainda assim, foi sentenciado de novo. Então, após muitos anos de
luta por amostras e testes de DNA com as mesmas, a análise do material genético
proveniente da cena do crime mostrou que o DNA não correspondia com o de
Bloodsworth, fazendo com que ele fosse solto e inocentado. A partir do banco de
dados, concluiu-se que o DNA encontrado era de Kimberly Shay Ruffner, que se
revelou culpado ,sendo preso em 2004, 9 anos após a condenação de Bloodsworth.

* (Inglaterra) Em Leicestershire, nas proximidades do hospital psiquiátrico Carlton


Hayes, uma menina de 15 anos de idade foi estuprada e morta, após ter permanecido
desaparecida. A examinação forense de amostra de sêmen mostrou que era um tipo
encontrado em apenas 10% dos homens, e que pertencia a alguém com sangue tipo
A. Até então, não se achou nenhum suspeito. Certos meses depois, em Enderby, um
abuso sexual semelhante relevou amostras de sêmen do mesmo tipo sanguíneo que
aquele de Leicestershire. Foi então que Richard Buckland, 17 anos, que trabalhava no
Carlton Hayes e que já era suspeito por estar perto da cena do crime que acontecera
em Enderby, confessou o assassinato ocorrido lá, mas não aquele de Leicestershire.
Foi então que o teste de DNA mostrou que ambas as garotas tinham sido abusadas e
mortas pelo mesmo homem, que não era Richard Buckland! Foi o primeiro caso no
qual uma pessoa foi inocentada através da utilização das técnicas da genética forense
(1986).

A partir dessa situação e a fim de que o autor dos crimes fosse descoberto, a polícia e
cientistas forenses passaram a coletar amostras de sangue e saliva de 4000 homens
entre 17 e 34 anos de idade, residentes dos arredores de Leicestershire e Enderby.
Nada foi descoberto. Foi então que, em 1987, uma mulher ouviu um colega, Ian Kelly,
dizer que doou amostras se passando por um amigo, Colin Pitchfork, que alegara que
já tinha concedido uma amostra a um amigo que estava sendo acusado de outro
crime(*). A polícia, então, prendeu Pitchfork e, ao coletar uma amostra com DNA,
provou que o material genético encontrado nas cenas dos crimes era dele. Em 1988,
Colin Pitchfork foi condenado a um mínimo de 30 anos de prisão.

* Outro caso que envolveu a ciência forense foi o dos Romanov, a última dinastia
imperial da Rússia. Em 1917, primeiro ano da Revolução Russa, o Tsar Nicholas II
abdicou e nomeou seu irmão. Ainda assim, o ex-Tsar e sua família continuaram a ser
perseguidos e, em 1918, foram mortos por Bolcheviques, que mantiveram sua morte
em segredo até 1926. Os corpos seriam enterrados em uma mina, mas o caminhão
que os levava quebrou no meio do caminho e, assim, os corpos acabaram sendo
enterrados ao lado da estrada. Em julho de 1991, nove esqueletos foram achados em
uma cova rasa na Rússia e acreditou-se que fossem os corpos dos Romanov.
Cientistas forenses analisaram as ossadas, comparando crânios e dentes,
confirmando a suposição. Entretanto, um time de cientistas americanos chegou a uma
conclusão diferente com relação a quem pertenceria o esqueleto que faltava. Assim, a
genética forense foi utilizada para que as dúvidas fossem esclarecidas. Utilizando
análise de SNTRs e de DNA mitocondrial, além das ossadas, confirmou-se que o
grupo de esqueletos representava uma família, que eram os Romanov e que o
esqueleto que faltava era o de Anastasia, filha do Tsar Nicholas, como os americanos
haviam apontado.

Desde então, muitas outras técnicas foram desenvolvidas e empregadas, além de


critérios éticos e de privacidade, como o direito de saber e até permitir a análise de
material genético próprio.

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