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Histórico
O exame de DNA
Apontada como a maior revolução científica na esfera forense desde o
reconhecimento das impressões digitais como uma característica pessoal, as técnicas
de identificação fundamentadas na análise direta do ácido desoxirribonucléico
(significado da sigla DNA, de Deoxyribonucleic Acid) ostenta pelo menos duas
vantagens sobre os métodos convencionais de identificação: a estabilidade química do
DNA, mesmo após longo período de tempo, e a sua ocorrência em todas as células
nucleadas do organismo humano, o que permite condenar ou absolver um suspeito
com uma única gota de sangue ou através de um único fio de cabelo encontrado na
cena do crime.
Outros Casos
* (Estados Unidos) Após ter sido acusado e sentenciado por estuprar e matar uma
menina de nove anos de idade, Kirk Bloodsworth recebeu um segundo julgamento,
após um apelo bem sucedido, sob a alegação de que as evidências teriam ficado
retidas no primeiro. Ainda assim, foi sentenciado de novo. Então, após muitos anos de
luta por amostras e testes de DNA com as mesmas, a análise do material genético
proveniente da cena do crime mostrou que o DNA não correspondia com o de
Bloodsworth, fazendo com que ele fosse solto e inocentado. A partir do banco de
dados, concluiu-se que o DNA encontrado era de Kimberly Shay Ruffner, que se
revelou culpado ,sendo preso em 2004, 9 anos após a condenação de Bloodsworth.
A partir dessa situação e a fim de que o autor dos crimes fosse descoberto, a polícia e
cientistas forenses passaram a coletar amostras de sangue e saliva de 4000 homens
entre 17 e 34 anos de idade, residentes dos arredores de Leicestershire e Enderby.
Nada foi descoberto. Foi então que, em 1987, uma mulher ouviu um colega, Ian Kelly,
dizer que doou amostras se passando por um amigo, Colin Pitchfork, que alegara que
já tinha concedido uma amostra a um amigo que estava sendo acusado de outro
crime(*). A polícia, então, prendeu Pitchfork e, ao coletar uma amostra com DNA,
provou que o material genético encontrado nas cenas dos crimes era dele. Em 1988,
Colin Pitchfork foi condenado a um mínimo de 30 anos de prisão.
* Outro caso que envolveu a ciência forense foi o dos Romanov, a última dinastia
imperial da Rússia. Em 1917, primeiro ano da Revolução Russa, o Tsar Nicholas II
abdicou e nomeou seu irmão. Ainda assim, o ex-Tsar e sua família continuaram a ser
perseguidos e, em 1918, foram mortos por Bolcheviques, que mantiveram sua morte
em segredo até 1926. Os corpos seriam enterrados em uma mina, mas o caminhão
que os levava quebrou no meio do caminho e, assim, os corpos acabaram sendo
enterrados ao lado da estrada. Em julho de 1991, nove esqueletos foram achados em
uma cova rasa na Rússia e acreditou-se que fossem os corpos dos Romanov.
Cientistas forenses analisaram as ossadas, comparando crânios e dentes,
confirmando a suposição. Entretanto, um time de cientistas americanos chegou a uma
conclusão diferente com relação a quem pertenceria o esqueleto que faltava. Assim, a
genética forense foi utilizada para que as dúvidas fossem esclarecidas. Utilizando
análise de SNTRs e de DNA mitocondrial, além das ossadas, confirmou-se que o
grupo de esqueletos representava uma família, que eram os Romanov e que o
esqueleto que faltava era o de Anastasia, filha do Tsar Nicholas, como os americanos
haviam apontado.