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ÉTICA
Provocações - O que é ética? O que é justiça? Qual das duas viria primeiro? Para que
a ética e para que a justiça? Consensos: a ética é da ordem do filosófico e pertine à
relação entre o eu e o outro. A justiça, entretanto, existe para pacificar, apaziguar o
conflito, isto é, possibilitar o convívio pacífico entre o eu e o outro.
"A desconstrução não pode ser ética, não pode propor uma ética, mas a ética poderia,
ainda assim, fornecer uma pista privilegiada para a desconstrução e a desconstrução
poderia proporcionar uma nova forma de se pensar alguns dos problemas
tradicionalmente propostos pela ética." (p. 20): UMA ABERTURA NÃO ÉTICA DA
ÉTICA.
Um primeiro exemplo de “abertura não ética da ética” seria a leitura do texto, tomada
em sua legibilidade: o que joga na legibilidade? “A ética da leitura consistiria [...] na
negociação da margem aberta pela legibilidade.” (p. 13).
No texto Estrutura, signo e jogo no discurso das ciências humanas, Derrida expõe a
inevitabilidade de uma certa “cumplicidade com a tradição”, como foi no caso de Lévi-
Streuss, o que esclarece o sentido ético de herdar.
Assim, "[...] a leitura-como-herança não é apenas uma relação ética em si mesma, mas
pode ser tomada para exemplificar a relação assimétrica com um outro incontrolável e
inassimilável. Esse outro não é absolutamente outro [...], mas essa alteridade é
irredutível.” (p. 15). Assimétrica, pois o outro tem sempre um primado com relação a
mim, de modo que a existência não seria o produto equivalente de nossa
compenetração, mas o outro seria o responsável por conferir o meu sentido.
Assim, "[...] a leitura-como-herança não é apenas uma relação ética em si mesma, mas
pode ser tomada para exemplificar a relação assimétrica com um outro incontrolável e
inassimilável. Esse outro não é absolutamente outro (como pensava Lévinas) [...], mas
essa alteridade é irredutível.” (p. 18).
"Essa relação face a face com o outro é caracterizada como assimétrica pela
transcendência do outro, o que, nesse contexto, significa que o outro possui um direito
prévio e radical sobre mim, ou mesmo 'me' permite existir, essencialmente, como
responsabilidade para com e pelo outro." (p. 20). Derrida insistirá que essa relação dual
é afetada por um terceira parte (UM OUTRO DO OUTRO, a justiça tomada como direito),
que ronda a relação ética, remediando-a ao tempo que também a corrompe
(FÁRMACO), a bem da Necessidade de se evitar uma violência própria da relação ética.
A terceira parte da relação ética pretende, assim, dar conta da possibilidade da pureza
como da impossibilidade a priori de sua realização.
"Nesse caso, a relação ética do face a face constitui-se como ética somente na medida
em que ela se protege de si mesma na figura da terceira parte; mas essa figura mesma
sempre impedirá o ética de ser a relação pura que se supõe e, dessa forma, lança
dúvidas sobre sua prioridade como algo ético." (p. 22).
*HOBBES - a relação ética mais pura só se concebe como violenta, uma vez não
havendo a Justiça, enquanto mal necessário, o homem se torna o lobo do homem. A
desconstrução, assim, não pode ser concebida como ética. Exprime-se como justiça.
A justiça é como um fármaco.