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Transversal

Saneamento e
Educação Ambiental

Guia do profissional em treinamento Nível 2


Promoção Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental – ReCESA

Realização Núcleo Regional Nordeste – NURENE

Instituições integrantes do NURENE Universidade Federal da Bahia (líder) | Universidade Federal do Ceará |
Universidade Federal da Paraíba | Universidade Federal de Pernambuco

Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia I Fundação Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde I Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades

Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS

Comitê gestor da ReCESA Comitê consultivo da ReCESA


- Ministério das Cidades; - Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC
- Ministério da Ciência e Tecnologia; - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES
- Ministério do Meio Ambiente; - Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH
- Ministério da Educação; - Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP
- Ministério da Integração Nacional; - Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE
- Ministério da Saúde; - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE
- Banco Nacional de Desenvolvimento - Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – CONCEFET
Econômico Social (BNDES); - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA
- Caixa Econômica Federal (CAIXA). - Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE
- Federação Nacional dos Urbanitários – FNU
- Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas – FNCBHS
- Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras
– FORPROEX
- Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&P
- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA
- Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM
- Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS
- Programa Nacional de Conservação de Energia – PROCEL
- Rede Brasileira de Capacitação em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil

Parceiros do NURENE
- ARCE – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará
- Cagece – Companhia de Água e Esgoto do Ceará
- Cagepa – Companhia de Água e Esgotos da Paraíba
- CEFET Cariri – Centro Federal de Educação Tecnológica do Cariri/CE
- CENTEC Cariri – Faculdade de Tecnologia CENTEC do Cariri/CE
- Cerb – Companhia de Engenharia Rural da Bahia
- Compesa – Companhia Pernambucana de Saneamento
- Conder – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
- EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna/BA
- Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento
- Emlur – Empresa Municipal de Limpeza Urbana de João Pessoa
- Emlurb / Fortaleza – Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização de Fortaleza
- Emlurb / Recife – Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife
- Limpurb – Empresa de Limpeza Urbana de Salvador
- SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Município de Alagoinhas/BA
- SECTMA – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco
- SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia
- SEINF – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura de Fortaleza
- SEMAM / Fortaleza – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano
- SEMAM / João Pessoa – Secretaria Executiva de Meio Ambiente
- SENAC / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Pernambuco
- SENAI / CE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará
- SENAI / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco
- SEPLAN – Secretaria de Planejamento de João Pessoa
- SESAN – Secretaria de Saneamento do Recife
- SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado da Paraíba
- UECE – Universidade Estadual do Ceará
- UFMA – Universidade Federal do Maranhão
- UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco
- UPE – Universidade de Pernambuco
Transversal

Saneamento e
Educação Ambiental

Guia do profissional em treinamento Nível 2


EXX Tema Transversais: saneamento e educação ambiental: guia do
profissional em treinamento: nível 2 / Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental (org). – Salvador: ReCESA, 2008. 69 p.

Nota: Realização do NURENE – Núcleo Regional Nordeste;


coordenação de Viviana Maria Zanta, José Fernando Thomé Jucá,
Heber Pimentel Gomes e Marco Aurélio Holanda de Castro.

1. Saneamento – interfaces. 2. Educação ambiental e


saneamento – conceitos, histórico e importância. 3. Programa
de educação ambiental e mobilização social para o
saneamento - PEAMSS. 4. Educação ambiental – método,
estratégias e instrumentos. 5. Plano de trabalho. I. Brasil.
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. Núcleo
Regional Nordeste.

CDD – XXX.X

Catalogação da Fonte:

Coordenação Geral do NURENE


Profª. Drª. Viviana Maria Zanta

Profissionais que participaram da elaboração deste guia

Professora Rosa Maria Cortez de Lima


Consultoras Maria Carmem Arruda Pinho
Hermelinda Maria Rocha Ferreira
Raineldes Agda Alves de Melo

Créditos
Luiz Roberto Santos Moraes
Márcia Mara Marinho
Silvio Romero de Melo Ferreira
NEPHSA (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Habitação e Saneamento – Universidade Federal de
Pernambuco)

Central de Produção de Material Didático


Patrícia Campos Borja | Alessandra Gomes Lopes Sampaio Silva

Projeto Gráfico
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi

É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
Apresentação da ReCESA

A criação do Ministério das Cidades no A ReCESA tem o propósito de reunir um


Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da conjunto de instituições e entidades com
Silva, em 2003, permitiu que os imensos o objetivo de coordenar o
desafios urbanos passassem a ser desenvolvimento de propostas
encarados como política de Estado. Nesse pedagógicas e de material didático, bem
contexto, a Secretaria Nacional de como promover ações de intercâmbio e de
Saneamento Ambiental (SNSA) inaugurou extensão tecnológica que levem em
um paradigma que inscreve o saneamento consideração as peculiaridades regionais e
como política pública, com dimensão as diferentes políticas, técnicas e
urbana e ambiental, promotora de tecnologias visando capacitar
desenvolvimento e redução das profissionais para a operação,
desigualdades sociais. Uma concepção de manutenção e gestão dos sistemas e
saneamento em que a técnica e a serviços de saneamento. Para a
tecnologia são colocadas a favor da estruturação da ReCESA foram formados
prestação de um serviço público e Núcleos Regionais e um Comitê Gestor,
essencial. em nível nacional.

A missão da SNSA ganhou maior


Por fim, cabe destacar que este projeto
relevância e efetividade com a agenda do
tem sido bastante desafiador para todos
saneamento para o quadriênio 2007-
nós: um grupo predominantemente
2010, haja vista a decisão do Governo
formado por profissionais da área de
Federal de destinar, dos recursos
engenharia que compreendeu a
reservados ao Programa de Aceleração do
necessidade de agregar outros olhares e
Crescimento (PAC), 40 bilhões de reais
saberes, ainda que para isso tenha sido
para investimentos em saneamento.
necessário "contornar todos os meandros
do rio, antes de chegar ao seu curso
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações principal".
de capacitação como um dos
instrumentos estratégicos para a
Comitê Gestor da ReCESA
modificação de paradigmas, o alcance de
melhorias de desempenho e da qualidade
na prestação dos serviços e a integração
de políticas setoriais. O projeto de
estruturação da Rede de Capacitação e
Extensão Tecnológica em Saneamento
Ambiental – ReCESA constitui importante
iniciativa nessa direção.
NURENE Os Guias

O Núcleo Regional Nordeste (NURENE) tem A coletânea de materiais didáticos


por objetivo o desenvolvimento de produzidos pelo NURENE é composta de
atividades de capacitação de profissionais 19 guias que serão utilizados nas Oficinas
da área de saneamento, em quatro de Capacitação para profissionais que
estados da região Nordeste do Brasil: atuam na área de saneamento. Quatro
Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. guias tratam de temas transversais,
quatro abordam o manejo das águas
O NURENE é coordenado pela pluviais, três estão relacionados aos
Universidade Federal da Bahia (UFBA), sistemas de abastecimento de água, três
tendo como instituições co-executoras a são sobre esgotamento sanitário e cinco
Universidade Federal do Ceará (UFC), a versam sobre o manejo dos resíduos
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a sólidos e limpeza pública.
Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). O público alvo do NURENE envolve
profissionais que atuam na área dos
O NURENE espera que suas atividades serviços de saneamento e que possuem
possam contribuir para a alteração do um grau de escolaridade que varia do
quadro sanitário do Nordeste e, semi-alfabetizado ao terceiro grau.
consequentemente, para a melhoria da
qualidade de vida da população dessa Os guias representam um esforço do
região marcada pela desigualdade social. NURENE no sentido de abordar as
temáticas de saneamento segundo uma
proposta pedagógica pautada no
Coordenadores Institucionais do NURENE
reconhecimento das práticas atuais e em
uma reflexão crítica sobre essas ações
para a produção de uma nova prática
capaz de contribuir para a promoção de
um saneamento de qualidade para todos.

Equipe da Central de Produção de Material Didático – CPMD


Apresentação da área temática

Tema transversal

A natureza das ações de saneamento


ambiental exige um pensar que ultrapasse a
visão disciplinar e fragmentada, herdada do
pensamento ocidental. Com esse intuito, o
NURENE incorporou a transversalidade às
temáticas das oficinas de capacitação. Desse
modo, busca-se um espaço para a
reintegração de aspectos que ficam isolados
uns dos outros em decorrência do tratamento
disciplinar. Assim, questões como a saúde do
trabalhador, as políticas e os planos de
saneamento, o saneamento integrado, as
tecnologias apropriadas e os projetos de
captação de recursos passam a constituir
temas que possibilitam uma abordagem mais
integral e ampla do saneamento.

Equipe da Central de Produção de Material Didático – CPMD


SUMÁRIO

Apresentação ...................................................................................................................... 09

Dinâmica de interação .............................................................................................. 10

ReCESA, objetivos e estrutura da oficina .................................................................... 11

Introdução .......................................................................................................................... 12

Saneamento e suas interfaces .............................................................................................. 15

Conceito e importância da Educação Ambiental nas ações de saneamento............................. 21

Breve histórico da evolução do conceito de Educação Ambiental................................. 21

Programa de educação ambiental e mobilização social para o saneamento - PEAMSS .. 26

Educação Ambiental e saneamento: conceito, princípios e desafios ............................ 34

Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental para o saneamento .................... 42

Método .................................................................................................................... 42

Atores envolvidos nas ações de educação ambiental para o saneamento ................... 44

Estratégias para educação ambiental ......................................................................... 48

Instrumentos educativos ........................................................................................... 52

Encerramento ...................................................................................................................... 67

Referências ......................................................................................................................... 68
Apresentação

A educação ambiental, por sua natureza diversos atores sociais inseridos nesta
complexa e interdisciplinar, constitui-se em problemática, assim como possibilitar a
uma importante ferramenta para se refletir produção de conhecimentos sustentáveis e
sobre aspectos da vida cotidiana, valores integrados no sentido de contribuir para a
que norteiam práticas coletivas e formas de universalização dos serviços de saneamento
pensar e agir sobre o meio ambiente. com qualidade.

De acordo com a Lei Federal de Educação Este guia é dirigido para profissionais que
Ambiental n°. 9.795/99 é o “[...] processo atuam no planejamento e na execução de
por meio do qual o indivíduo e a ações de educação ambiental voltadas para
coletividade constroem valores sociais, o desenvolvimento de projetos / programas
conhecimentos, habilidades, atitudes e de saneamento. É composto de textos,
competências voltadas para a conservação atividades e informações relevantes que
do meio ambiente, bem de uso comum do pretendem contribuir para a qualificação e a
povo, essencial à sadia qualidade de vida e atualização profissional.
sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999, p.1).
Para este fim, constitui-se em um Espera-se que a sua participação propicie a
instrumento indispensável para o troca de experiências e a compreensão do
planejamento, a execução e a prestação dos papel de educador que cada um de nós,
serviços de saneamento. como profissionais de diversas áreas
técnicas, possuímos, tendo como objetivo
Portanto, a temática desta oficina de contribuir para a construção de ambientes
educação ambiental voltada para o saudáveis.
saneamento está inserida nos temas
transversais definidos pela ReCESA, uma
vez que seus conteúdos devem estar
presentes como uma ferramenta a ser
utilizada em todas as atividades técnicas,
principalmente, naquelas que se encontram
em relação direta com os usuários dos
serviços.

Esse desafio é posto nesse material didático


e traduzido no seu conteúdo, na sua forma
e linguagem, de modo a possibilitar: a
reflexão dos problemas ambientais,
especialmente aqueles vinculados à
problemática dos serviços de saneamento; a
complexidade presente na atuação dos

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 9


DINÂMICA DE INTERAÇÃO
OBJETIVOS

- Apresentação dos 1) Neste primeiro momento vamos conhecer a


participantes.
ReCESA (Rede Nacional de Capacitação e Extensão
- Compartilhar as
Tecnológica em Saneamento Ambiental), seus
expectativas quanto
objetivos e as atividades em desenvolvimento,
à oficina.
como, por exemplo, esta atividade de capacitação.
- Apresentar a
ReCESA.
- Apresentar e
pactuar a dinâmica 2) Também é o momento para conhecermos nosso
da oficina e das grupo e os profissionais envolvidos nesta
atividades. atividade, assim como a expectativa de cada um
de nós quando decidimos participar desta oficina.

3) Solicitamos o preenchimento das informações


Identificação do Participante
contidas no crachá e a apresentação de cada
participante.
Núcleo Regional Nordeste da Rede

Nacional de Capacitação e Extensão

Tecnológica em Saneamento Ambiental


4) Em seguida, o instrutor realizará a exposição
Oficina: Saneamento e Educação dos objetivos e da metodologia proposta para a
Ambiental oficina.
Nome: _________________________________

Município: _____________________________

Instituição em que trabalha:

________________________________________

Função: ________________________________

Realizando minhas atividades

profissionais desempenho papel de

educador quando

________________________________________

________________________________________

________________________________________

Complete a frase a partir da


sua compreensão sobre
educação ambiental na área
do saneamento e vivência
profissional.
Guia do profissional em treinamento – ReCESA 10
ReCESA, objetivos e estrutura da oficina

Assistindo à exposição a ser realizada vamos conhecer o que é a ReCESA, seus objetivos e as
atividades de capacitação em desenvolvimento.

O objetivo da nossa oficina de saneamento e educação ambiental é sensibilizar e qualificar os


profissionais que atuam em serviços, programas e projetos de saneamento, em nível municipal
e estadual. Para esse fim, a compreensão histórica dos problemas ambientais, da complexidade
presente na atuação dos diversos atores sociais e da importância de ações educativas
continuadas como ferramenta indispensável para a sustentabilidade dos serviços de
saneamento, constitui-se um elemento fundamental para o exercício da prática profissional.

Os temas são abordados partindo do conhecimento existente de cada participante, vivenciado a


partir da sua prática profissional e de suas vivências cotidianas como cidadão. Posteriormente,
os participantes, juntamente com o instrutor, revisitarão os conteúdos agregando aos mesmos
os novos conhecimentos adquiridos a partir das exposições dos conteúdos e/ou das discussões
nos grupos de trabalho. Ao final, os grupos formularão um plano de trabalho de Mobilização
Social e Educação Ambiental voltados a uma ação de saneamento.

RESUMO DA PROGRAMAÇÃO DA OFICINA

1º DIA

Apresentação do grupo
Conceitos (saneamento, saúde, meio ambiente, educação ambiental),
legislações e princípios a serem considerados na educação ambiental para o
saneamento.

2º DIA

Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental para o


saneamento.
Elaboração de plano de trabalho.
Encerramento.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 11


Introdução

O conjunto de textos e atividades contidos nesse guia foi concebido no sentido de exercitar,
com os profissionais em treinamento, uma reflexão pedagógica sobre a temática de educação
ambiental para o saneamento.

Para melhor compreensão didática, os textos e as atividades estão organizados em capítulos


que serão trabalhados incorporando os conhecimentos e as experiências trazidos pelos
participantes sobre suas práticas profissionais, intermediados pelo diálogo permanente,
estabelecendo relações entre as teorias propostas e a prática cotidiana dos envolvidos.

Segundo Paulo Freire (2004), “o processo de ensino aprendizagem exige respeito aos saberes
dos educando” (FREIRE, 2004, p.30). Entendemos que esse respeito se materializa no exercício
de uma aprendizagem em que ocorre uma troca de saberes entre o educador e o educando,
através do diálogo permanente: “[...] é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem
que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico necessário à reflexão crítica
tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática.” (FREIRE, 2004, p. 39).

Partindo dessa concepção, a metodologia proposta para essa atividade de capacitação parte do
resgate das experiências de cada participante – como cidadão e profissional –, bem como dos
saberes acumulados compreendidos como importantes referências para a reflexão crítica.

O guia está estruturado em 3 capítulos:

o Capítulo 1 – Saneamento e suas interfaces

o Capítulo 2 - Conceito e importância da Educação Ambiental nas ações de


saneamento

o Capítulo 3 - Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 12


QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Atividade em grupo

Você e seus colegas formarão grupo de 05 pessoas para refletirem e responderem as questões
colocadas abaixo.

Como você define saneamento básico?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

A instituição que você trabalha atua com quais componentes do saneamento?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

No seu trabalho você desenvolve atividades integradas com outras equipes da área do
saneamento ou áreas afins? Se sim, quais? Se não, você considera necessário? Por quê?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Quais são os atores sociais que no seu entendimento podem contribuir para dotar toda a
população com os serviços de saneamento de qualidade na nossa cidade? Por quê?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 13


Cada grupo deverá montar um painel que chamaremos: Estado atual da arte do saneamento.

Para montarmos este painel, os grupos utilizarão tarjetas contendo palavras chave que serão
fixadas obedecendo às colunas propostas abaixo:

Modelo para o painel

Painel: Estado atual da arte do saneamento


Definição de Atores
Grupos Componentes Interfaces Importância
Saneamento Sociais

01

02

03

04

05

06

Agora o instrutor, a partir do painel construído pelos grupos, fará uma síntese das conclusões
expostas.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 14


Saneamento e suas interfaces OBJETIVOS

– Discutir os
conhecimentos prévios
Neste momento o instrutor, utilizando como material didático aula dos profissionais sobre o
expositiva com slides, abordará com vocês algumas questões conceito de saneamento
importantes acerca dos conceitos e da visão integrada dos serviços e suas interfaces com as

de saneamento, considerando os aspectos preconizados nas Leis demais políticas setoriais.


– Refletir sobre as
vigentes em nosso país. Para facilitar nosso debate, ao final da
questões relacionadas ao
exposição, faça suas anotações na sua apostila ao lado de cada
saneamento,
slide apresentado.
contextualizando com o
desenvolvimento das
cidades;
– Conhecer e discutir os
conceitos e as visões
acerca do saneamento e
da educação ambiental a
partir das leis vigentes.

CONCEITO _________________________________________

SAÚDE _________________________________________

_________________________________________
“É a sensação de completo bem-estar físico, mental
e social e não apenas a ausência de doença ou _________________________________________
enfermidade” (OMS).
_________________________________________

CONCEITO _________________________________________

SAÚDE
SAÚDE PÚBLICA _________________________________________

_________________________________________
“Saúde Pública são a ciência e a arte de prevenir a
doença, prolongar a vida e promover saúde e _________________________________________
eficiência física e mental, através esforços
organizados da comunidade para o saneamento do _________________________________________
meio, o controle das doenças infecto-contagiosas,
_________________________________________
a educação do indivíduo em princípios de higiene
pessoal, a organização dos serviços médicos e de _________________________________________
enfermagem para o diagnóstico precoce e
tratamento preventivo das doenças e o _________________________________________
desenvolvimento da maquinaria social de modo a
_________________________________________
assegurar a cada indivíduo da comunidade um
padrão de vida adequado à manutenção da saúde.” _________________________________________
(WINSLOW, 1920).
_________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 15


CONCEITO __________________________________________

__________________________________________
SANEAMENTO
__________________________________________
Controle de todos os fatores do meio físico do Homem
que exercem ou podem exercer efeito deletério, sobre
__________________________________________
o bem-estar físico, mental ou social. (OMS) __________________________________________

CONCEITO __________________________________________

__________________________________________
SANEAMENTO BÁSICO
__________________________________________
Conjunto de serviços e instalações operacionais de:
__________________________________________
• Abastecimento de água potável:
potável constituídos __________________________________________
pelas atividades, infra-estruturas e instalações
necessárias ao abastecimento público de água __________________________________________
potável, desde a captação até as ligações
__________________________________________
prediais e respectivos instrumentos de
medição; __________________________________________
• Esgotamento sanitário:
sanitário constituído pelas
__________________________________________
atividades, infra-estruturas operacionais de
coleta, transporte, tratamento e disposição __________________________________________
final dos esgotos sanitários, desde as ligações
__________________________________________
prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente; __________________________________________
• Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos:
sólidos
__________________________________________
conjunto de atividades, infra-estruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, __________________________________________
transbordo, tratamento e destino final do lixo
__________________________________________
doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas; __________________________________________
• Drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas: conjunto de atividades, infra-
__________________________________________
urbanas
estruturas e instalações operacionais de __________________________________________
drenagem urbana de águas pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para __________________________________________
amortecimento de vazões de cheias, __________________________________________
tratamento e disposição final das águas
pluviais drenadas nas áreas urbanas. __________________________________________
(Lei nº. 11.455/07, Art. 3º, § 1°)
__________________________________________

__________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 16


CONCEITO ________________________________________

________________________________________
SANEAMENTO AMBIENTAL
________________________________________
Conjunto de ações técnicas e socioeconômicas
entendidas fundamentalmente como de saúde ________________________________________
pública, tendo por objetivo alcançar níveis ________________________________________
crescentes de salubridade ambiental
compreendendo: ________________________________________

________________________________________
• O abastecimento de água em quantidade e
dentro dos padrões de potabilidade vigentes; ________________________________________
• O manejo de esgotos sanitários;
________________________________________
• O manejo dos resíduos sólidos e emissões
atmosféricas; ________________________________________
• A drenagem de águas pluviais;
________________________________________
• O controle ambiental de vetores e
reservatórios de doenças; ________________________________________
• A promoção sanitária e o controle ambiental
________________________________________
do uso e ocupação do solo;
• A preservação e controle do excesso de ________________________________________
ruídos, tendo como finalidade promover e
________________________________________
melhorar as condições de vida urbana rural.
________________________________________
Fonte: Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental, 2003.
________________________________________
________________________________________

SANEAMENTO E INTERSETORIALIDADE __________________________________


__________________________________
As ações de saneamento exigem a relação com
__________________________________
vários outros “setores”: o saneamento se relaciona
__________________________________
com a infra-estrutura, com o desenvolvimento
__________________________________
urbano, mas também com a saúde pública e com o
__________________________________
meio ambiente, contribuindo com a qualidade de
__________________________________
vida da população e a proteção ambiental.
__________________________________
__________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 17


QUANDO FALAMOS EM __________________________________________
INTERSETORIALIDADE...
__________________________________________

Estamos falando de justaposição de dois ou mais __________________________________________


setores, característica da multisetorialidade.
__________________________________________
Falamos da conduta institucional que parte da __________________________________________
capacidade dos técnicos, gestores, lideranças e
sociedade de perceber que os problemas que __________________________________________
estão formulados pelas demandas sociais são de
__________________________________________
ordem complexa e precisam ser vistas de forma
integrada, para que haja compreensão de sua __________________________________________
globalidade e efetividade nas ações
__________________________________________
especializadas (OPAS, 2003).
__________________________________________
Preconiza o diálogo. Portanto, a comunicação é
__________________________________________
um importante instrumento.
__________________________________________
__________________________________________

ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA __________________________________________


INTERSETORIALIDADE
__________________________________________

É fundamental para tratar a relação saúde, meio __________________________________________


ambiente e saneamento ambiental, posto que a
realidade em que operam as políticas públicas é
__________________________________________
complexa. __________________________________________

As áreas de atividades (“setores”), instituições e __________________________________________


os arcabouços legais foram historicamente
__________________________________________
constituídos de forma especializada e possuem
códigos/linguagens próprios e herméticos uns __________________________________________
aos outros.
__________________________________________

Planejar e atuar de forma intersetorial pressupõe __________________________________________


a criação de uma nova dinâmica para a execução
__________________________________________
das ações públicas.
__________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 18


OBSTÁCULOS
OBSTÁCULOS PARA A INTERSETORIALIDADE __________________________________________

__________________________________________
• Fragmentação do conhecimento e das
práticas é uma forte limitante da __________________________________________
intersetorialidade.
__________________________________________
• Para Minayo (2002, p.175) uma das __________________________________________
dificuldades para novas abordagens
refere-se a necessidade de “[. . . ]” __________________________________________
“juntar disciplinas e articular teoria e
__________________________________________
prática; e colocar à mesma mesa,
cientistas, atores do mundo da vida, __________________________________________
gestores do Estado”.
__________________________________________

• A complexidade e controvérsias do __________________________________________


enfoque sistêmico, devido a sua
__________________________________________
imprecisão, sua forma difusa e sua
tendência a ser mais uma retórica que __________________________________________
uma ação consciente tanto na teoria
__________________________________________
como na prática.
__________________________________________

A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NA __________________________________________


LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO
__________________________________________
A Lei nº. 10.257/2001
10.257/2001, Art. 2º. Estatuto das
__________________________________________
Cidades. I – garantia do direito a cidades
sustentáveis, entendido como direito à terra __________________________________________
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à
infra-estrutura urbana, ao transporte e aos __________________________________________
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as
__________________________________________
presentes e futuras gerações.
__________________________________________
Lei 8.080, de 19/09/90 (Lei Orgânica da Saúde)
Art.3° – A saúde tem como fatores determinantes __________________________________________
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
__________________________________________
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o __________________________________________
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais;
os níveis de saúde da população expressam a __________________________________________
organização social e econômica do País.
__________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 19


Agora com base nas anotações individuais vamos discutir no grande grupo. Ao final vamos
observar o nosso Painel “Estado atual da arte do saneamento” e complementá-lo a partir das
nossas discussões acerca das novas informações trazidas.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 20


Conceito e importância da educação ambiental nas ações
de saneamento
OBJETIVOS

Breve histórico da evolução do conceito de educação – Refletir sobre a


ambiental importância do processo
educativo nas ações de
saneamento.
– Abordar e Refletir
Abordamos anteriormente o conceito de saneamento e suas
sobre o processo de
interfaces com as demais políticas públicas. Agora vamos ver como a mobilização social como
Educação Ambiental foi conceituada ao longo da história e de que ferramenta indispensável
forma ela se apresenta hoje como instrumento da política de para a mudança coletiva e
saneamento no nosso país. individual de atitudes.
– Analisar um problema
simples do cotidiano
profissional que tenha
Podemos compreender a evolução dos conceitos atribuídos a
relação direta com a
Educação Ambiental a partir da análise dos fatores econômicos, participação do cidadão-
políticos, sociais, culturais, entre outros, e suas inter-relações, as usuário, refletindo sobre
quais em um determinado contexto histórico determinam o modelo os impactos da ação
de desenvolvimento sócio-econômico adotado na sociedade. educativa sobre o
problema.
Portanto, ao longo da história da civilização, a compreensão, a prática
e a ênfase dada às ações de Educação Ambiental sofreram alterações, também observadas em
outros conceitos vigentes como: meio ambiente, saúde, saneamento.

Você Sabia?

De acordo com Borja e Moraes, no que se refere aos conceitos atribuídos ao


saneamento, ora ele se encontra vinculado à infra-estrutura das cidades, voltada
para o mercado e focalizada na alocação de recursos financeiros; ora ele se aproxima
do campo da saúde pública, enquanto política social, a qual preconiza o direito e o
empoderamento dos agentes sociais (Borja e Moraes). Essas diferentes abordagens
também vão refletir sobre a compreensão e o enfoque dado às ações de educação
ambiental, conferindo a ela maior ou menor ênfase nas intervenções em saneamento.

Vamos ver quais forma os principais acontecimentos registrados e quais as premissas e ações
desencadeados por eles, iniciando um pouco antes da década de 70.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 21


1965 - Royal Society of London: o conceito de Educação Ambiental foi associado à
preservação dos sistemas vivos e, posteriormente, na década de 70, a União
Internacional de Conservação da Natureza (UICN) associou o mesmo à conservação da
biodiversidade. A percepção de uma educação baseada no paradigma do
Conservacionismo dos meios naturais considerava o meio ambiente, sobretudo em seus
aspectos biológicos e físicos, assumindo um caráter basicamente Naturalista.
Naturalista Este
enfoque não propunha "[...] apreciar as interdependências, nem a contribuição das
consciências sociais à compreensão e melhoria do meio ambiente humano". (DIAS,
1992, pp. 64,65)

1972 - Estocolmo (Suíça): Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
Humano. A educação ambiental passa a ser considerada um campo de ação pedagógica,
adquirindo relevância e vigência internacional. O debate em torno dos problemas
ambientais no mundo pautou a discussão dos impactos negativos sobre o meio
ambiente ocasionado pelo crescimento econômico. Nesse momento, o tema da
educação ambiental se amplia como uma ferramenta para o esclarecimento da
população mundial acerca dos agravos cometidos contra o meio ambiente, suas causas
e conseqüências. A educação ambiental é entendida como um meio para: “[...] formar
uma população mundial consciente e preocupada com ambiente e problemas com ele
relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação
e o compromisso para colaborar individual e coletivamente na resolução de problemas
atuais e na prevenção de problemas futuros” (UNESCO, 1976, p.2). Observa-se, no
entanto, que o foco das discussões para os países em desenvolvimento encontrava-se
no crescimento econômico – tendo como objetivo a redução da pobreza e distribuição
mais justas dos bens socialmente construídos. (MALHEIROS e PHILLIPPI, 2005). É
também nessa década que surge o Ecodesenvolvimento,
Ecodesenvolvimento propondo um modelo de
desenvolvimento que considere as relações econômicas e o bem-estar das sociedades a
partir da discussão racional do uso dos recursos naturais. Essa discussão se contrapõe
ao discurso desenvolvimentista da época com limites não só econômicos como também
sociais, ambientais e ético-culturais (LIMA, 2003; SORRENTINO, 2003).

1974 - Jammi (Finlândia): Seminário realizado pela Comissão Nacional Finlandesa para a
UNESCO. As discussões em relação à natureza da educação ambiental passaram a ser
desencadeadas e os acordos foram reunidos nos Princípios de Educação Ambiental,
considerando que a Educação Ambiental permite alcançar os objetivos de proteção
ambiental e que não se trata de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos
separada, mas de uma educação integral permanente.

1975 - Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO)
e o Programa das Nações Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): Seminário Internacional
de Educação Ambiental, resultando na Carta de Belgrado. Nessa carta, observa-se que o

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debate holístico em torno da educação ambiental continua presente: “Nós necessitamos
de uma nova ética global - uma ética que promova atitudes e comportamentos para os
indivíduos e sociedades, que sejam consoantes com o lugar da humanidade dentro da
biosfera; que reconheça e responda com sensibilidade às complexas e dinâmicas
relações entre a humanidade e a natureza, e entre os povos. Mudanças significativas
devem ocorrer em todas as nações do mundo para assegurar o tipo de desenvolvimento
racional que será orientado por esta nova idéia global - mudanças que serão
direcionadas para uma distribuição eqüitativa dos recursos da Terra e para atender mais
às necessidades dos povos".

1977 - Tiblisi (URSS): Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação


Ambiental (UNESCO/PNUMA) – Meio Ambiente composto pelo meio físico-
físico-biótico +
meio social e cultural. Relaciona os problemas ambientais com os modelos de
desenvolvimento adotados pelo homem. Porém, é a partir da Conferência de Tiblisi, em
1977 (UNESC0), que se registra um enfoque mais ampliado do conceito de educação
ambiental. Ele passa a incorporar os aspectos econômicos e socioculturais e as
correlações entre todos esses aspectos e os anteriormente enfatizados. Ao adotar um
enfoque mais global e interdisciplinar, a educação ambiental passa a ser compreendida
como um processo alicerçado nas inter-relações entre os seres humanos, suas culturas
e seus meios físicos, buscando não só o desenvolvimento de habilidades como também
a tomada de atitudes necessárias para contribuir positivamente na qualidade de vida, da
saúde e do meio ambiente. O enfoque dado à educação ambiental baseado na
interdisciplinaridade reconhece a existência da interdependência do meio natural com o
meio construído, dos atos presentes com o futuro, bem como a interdependência entre
os povos dos diferentes continentes. Essa compreensão da educação ambiental voltada
aos interesses dos cidadãos, onde o meio ambiente (e sua degradação) é reflexo das
relações históricas e não apenas do aspecto naturalizado lançam as bases para a
reorientação da produção do conhecimento na área, agora preconizada pela
interdisciplinaridade e continuidade.

1987 - Moscou
Moscou (URSS): Congresso Internacional sobre a Educação e Formação relativas
ao Meio Ambiente - gerou o documento Estratégia Internacional em Matéria de
Educação e Formação Ambiental para a Década de 90: Relatório Bruntland (conhecido
como “Nosso futuro comum”)
comum”). Publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, esse relatório apresentava o conceito de Desenvolvimento
Sustentável,
Sustentável reorientando as necessárias relações entre economia, tecnologia, sociedade
e política, reforçando uma nova postura ética em relação à preservação do meio
ambiente, apontando para o desafio do desenvolvimento humano, tanto entre as novas
gerações, quanto entre os integrantes da sociedade da época (JACOBI, 2003; LIMA,
2003; MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; SORRENTINO, 2005). De acordo com LIMA (2003), as
propostas representadas pelo ecodesenvolvimento foram suplantadas pela busca de

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ecologizar a economia, através de um discurso que preconizasse a busca pela harmonia
entre o crescimento econômico e a preservação da natureza, representada pelo termo
Desenvolvimento Sustentável.
Sustentável

1992 - Rio (Brasil): Conferência Mundial sobre Meio Ambiente (Rio 92) – criação da Carta
Brasileira de Educação Ambiental. Esse encontro contou com a participação de vários
países e pautou de forma intensa a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e
alguns compromissos internacionais, entre eles a Declaração do Rio de Janeiro e a
Agenda 21 Global (MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; JACOBI; 2003). Nesse encontro, foi
formulada a Carta da Terra (documento aprovado pelo Fórum Internacional de
Organizações Não-Governamentais), a qual “reconhece o papel central da educação na
formação de valores e na ação social para criar sociedades sustentáveis e eqüitativas
(socialmente justas e ecologicamente equilibradas)” e considera que a educação
ambiental deve se dar através de um processo continuado e permanente, alicerçado na
responsabilidade individual e coletiva de cada região e país. Considera “[...] que a
preparação para as mudanças necessárias depende da compreensão coletiva da
natureza sistêmica das crises que ameaçam o futuro do planeta. As causas primárias de
problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da
violência pode ser identificado no modelo de civilização dominante, que se baseia em
superprodução e superconsumo para uns e em subconsumo por parte de grande
maioria" (OVALLES e VIEZZER, 1995, p. 30). A educação ambiental é direcionada para a
tomada de uma consciência mais abrangente sobre a forma de perceber o que é o meio
ambiente e o que significa educação para preservá-lo. Considera a inter-relação da
ética, da política, da economia, da ciência, da cultura, da tecnologia e da ecologia para
uma prática da educação ambiental voltada para a mudança do comportamento do
indivíduo e da coletividade enquanto agente transformador.

2002 - Joanesburgo (Rio+10):


(Rio+10): Encontro Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável. De acordo com Jacobi (2005), os objetivos preconizados
pelo desenvolvimento sustentável não foram aprofundados e não houve avanços
significativos nem no plano teórico, nem em acordos a nível global.

Percebemos ao longo dos últimos períodos de desenvolvimento das nações que apesar dos
inúmeros avanços registrados - na medicina, indústria, tecnologia, transporte, educação etc. –
a maioria da população encontra-se excluída dos seus benefícios; assim como tais avanços vem
ocasionando seqüelas graves para o meio ambiente. Estes fatos trazem para a ordem do dia o
debate em torno do modelo de desenvolvimento atual e tem exigido a reflexão sobre as
práticas econômicas e sociais que afetam a maioria da população e o meio ambiente. Este
modelo de desenvolvimento é apontado por Guimarães (2001, apud JACOBI 2005) como “[...]
ecologicamente predador, socialmente perverso, politicamente injusto, culturalmente alienado
e eticamente repulsivo” (p. 235).

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O debate proposto para a construção de uma sociedade sustentável propõe referendar como de
fundamental importância as práticas educacionais baseadas na ética e na consciência coletiva
acerca do uso equilibrado dos recursos naturais disponíveis e da inclusão social como
ferramentas indispensáveis para o crescimento comprometido com as gerações futuras.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Atividade em grupo

Vamos formar grupo de cinco pessoas e vamos refletir sobre a questão sugerida abaixo,
podendo o grupo utilizar-se de exemplos para esclarecer suas reflexões.

1. O que é uma visão holística de educação ambiental e de que forma ela orienta o
planejamento e a implantação de ações educativas voltados para o saneamento?

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Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social para o
Saneamento - PEAMSS

A Educação Ambiental voltada para as ações de saneamento estiveram, ao longo da história,


atreladas a um fazer pontual, orientado para Programas e Projetos de saneamento específicos,
desarticulados, fragilizados diante da inexistência de um arcabouço legal e institucional que
promovesse o planejamento, a integração, a continuidade e a orientação conceitual e
programática. Poucas foram às experiências de planejamento e atuação continuada, a exemplo
do Programa de Educação em Saúde (FUNASA) voltado para projetos de saneamento em sua
área específica de atuação.

Com a discussão e posterior aprovação da política de saneamento (2007) para o país, tornou-
se imprescindível a construção de um Programa Nacional de Educação Ambiental com o
objetivo de definir conceitos gerais e propor orientações de uma prática voltada para o
saneamento, tendo como objetivos fortalecer as articulações e a integração das políticas
(principalmente aquelas afins ao saneamento) e fomentar a participação da sociedade na gestão
local e controle social sobre as políticas públicas. Nesse momento histórico, a educação
ambiental torna-se parte constituinte da concepção política federal de saneamento, a qual a
percebe como um importante instrumento de gestão dos programas e investimentos na área,
buscando o envolvimento dos diversos atores sociais para, a partir de uma reflexão crítica e da
construção coletiva de valores e práticas, contribuir para a formação de sociedades mais justas.
Esse esforço é materializado na constituição de um grupo de trabalho interinstitucional
responsável pela condução do processo de construção do PEAMSS e na inclusão do tema na
pauta das atividades de capacitação continuada, a exemplo da ReCESA.

Nesse momento vamos conhecer os fundamentos legais e o que preconiza o PEAMSS. Para isso,
propomos a leitura individual do texto apresentado a seguir e em seguida, a realização de
atividade em grupo.

Marco Legal

“O marco legal do PEAMSS, dado o seu perfil interdisciplinar e caráter de articulação de


diferentes políticas, é representado por seis eixos principais e um transversal. O primeiro eixo,
a Política Ambiental holística, foi instituído pela Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 (PNMA).
O segundo decorre da Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA); outro é representado pela Lei nº. 11.445, de 05 de janeiro de
2007, que instituiu a Política Federal de Saneamento Básico (PFSB), e, além desses, temos a
Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº. 9.433, de 08 de janeiro de 1997), o Estatuto das

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Cidades (Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001) e as políticas públicas para a Saúde. Eles são
ligados transversalmente pela participação da comunidade, devidamente informada e
mobilizada para desempenhar seu papel de ator social consciente.

Desde a instituição da PNMA, a educação ambiental está prevista em todos os níveis de ensino,
bem como a “capacitação” da comunidade “para participação ativa na defesa do meio
ambiente”.

Pensar os direitos fundamentais garantidos pela Constituição de 1988 é primordial para situar
o marco legal do que se denomina “educação ambiental e mobilização social em saneamento”.
O primeiro e mais importante desses direitos é a VIDA, seguido de medidas que garantam a
saúde integral.

As Constituições anteriores disciplinaram a saúde como um direito do trabalhador, num


conceito de assistência sanitária, hospitalar, médico-preventiva e de contraprestação devida
pelo Poder Público para aqueles que contribuíssem para a previdência social.

Esse paradigma mudou em 1988 com a adoção do princípio da dignidade e da promoção do


bem de todos, num conceito muito mais amplo, agora ligado a quaisquer interesses que a
coletividade possa ter em relação ao seu bem-estar. Assim, políticas públicas de saúde e
educação ambiental devem servir de instrumento para que a cidade atinja sua função social e
seja o palco do pleno desenvolvimento humano, fazendo a integração dos eixos do PEAMSS.

A Educação Ambiental é imprescindível para o êxito de uma Política de Meio Ambiente.


Conforme a Lei nº. 9.795/99, esta é “um componente essencial e permanente na educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não formal”.

A Lei nº. 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto nº. 4.281/2002, que definiu, entre outras
coisas, a criação do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, composto pelo
Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério da Educação.

Com base nos princípios da Política Nacional de Educação Ambiental e sintonizado com o
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, em
2003 o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental elaborou o Programa Nacional
de Educação Ambiental (ProNEA), estabelecendo diretrizes, princípios e linhas de ações para
que os projetos de educação ambiental de todos os segmentos da sociedade possam ser

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 27


desenvolvidos de forma coordenada. Esse programa foi submetido a uma consulta pública em
2004 envolvendo mais de 800 educadores ambientais de 22 unidades federativas do país.

Objetivando uma estruturação sistêmica da gestão da PNEA e do ProNEA, desde 2006 vem
sendo construído o Sistema Nacional de Educação Ambiental (SISNEA). A Política Nacional de
Educação Ambiental define um formato de gestão minimamente estruturado, apresentando
uma lógica que pode servir de base para uma proposta mais orgânica e participativa das
competências político-administrativas e das atribuições formadoras dos entes, instituições e
organizações que atuam no caminho da educação ambiental no país.

A Política Federal de Saneamento Básico (PFSB), como um dos eixos do PEAMSS, merece
algumas reflexões. O saneamento deve ser trabalhado de forma holística e global, posto que se
trata de um tema plural conforme a multiplicidade de aspectos que envolve. A PFSB determina
que a União, ao estabelecer sua política de saneamento básico, tenha como diretriz a
necessária articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, habitação,
combate e erradicação da pobreza, proteção ambiental, promoção da saúde e outras, de
relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida. O acesso ao
saneamento básico, sem dúvida, integra a estratégia para atingir a meta da plena cidadania.

O eixo legal do saneamento é preenchido, portanto, pela Lei nº. 11.445/2007, que determina
ainda que o saneamento básico englobe serviços, infra-estruturas e instalações operacionais
de: a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos; e d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

No que diz respeito a recursos hídricos, temos também uma legislação com um perfil altamente
democrático e participativo. A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) estabelece
um marco legal para a gestão compartilhada das coleções hídricas, baseando-se na
descentralização e na participação cidadã, superando a utilização corporativa e particularista da
água, assegurando o seu uso múltiplo e afirmando o preceito constitucional que a define como
bem público.

Com a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), o Brasil


hoje reúne em um mesmo fórum, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os mais diversos
setores da sociedade, representativos de um tripé que incorpora o poder público, os usuários
do setor econômico e a sociedade civil organizada, com a capacidade de dialogar, negociar e
deliberar sobre os rumos da Política de Águas do país. Tal estrutura está reproduzida também
nos conselhos estaduais de recursos hídricos e comitês de bacia, garantindo a descentralização
e participação efetiva.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 28


É necessário mencionar ainda o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que se constitui
em um dos principais instrumentos da Lei das Águas. Ele define como objetivos estratégicos a
melhoria da disponibilidade hídrica em quantidade e qualidade, a redução dos conflitos pelo
uso da água e a percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante. O
PNRH busca difundir uma nova cultura das águas, apregoa e coloca em prática os valores e os
princípios ecológicos, culturais, sociais e econômicos referidos por nossa Lei das Águas e pela
Política Ambiental. Ao tratar de políticas correlatas, o plano alerta como imprescindível que as
políticas públicas específicas do setor saneamento não fiquem restritas aos limites da infra-
estrutura e da visão segmentada e pontual, e que adotem o mesmo modelo de gestão dos
recursos hídricos, do planejamento e da intervenção integrada conforme as bacias
hidrográficas.

Em verdade saneamento e recursos hídricos, com políticas e titularidade distintas, exigem


ações e planejamentos integrados, sendo a bacia hidrográfica a unidade de referência. Também
com impacto importante na definição das políticas públicas para o saneamento, existe a Lei nº.
10.257/2001, conhecida como o Estatuto da Cidade. Ela inova ao falar em “saneamento
ambiental” ao invés do tradicional “saneamento básico”. Nela está instituída a cooperação entre
os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de
planejamento e gestão urbana, em atendimento ao interesse social.

A criação do Ministério das Cidades, em 2002, com o objetivo de articular as políticas públicas
urbanas específicas, que estavam fragmentadas, também é um marco a ser destacado na
questão do saneamento. Visou à melhoria das condições de vida para os menos favorecidos.
Sua função é planejadora, normativa e articuladora, com a formulação de Planos Nacionais e
criação de um sistema permanente de dados sobre a questão urbana e habitacional.

No campo das políticas públicas para saúde, a Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990,
estabelece que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Está incluída ainda,
no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), a participação na formulação da política
e na execução de ações de saneamento básico.

A participação da comunidade constitui uma das diretrizes previstas no artigo 198 da


Constituição Federal para as ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados
contratados ou conveniados que integram o SUS. À direção estadual do SUS compete participar
da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico. A Norma Operacional
Básica do SUS 01/96 prescreve a implementação de mecanismos visando à integração das
políticas e das ações de relevância para a saúde da população, de que são exemplos aquelas
relativas a saneamento, recursos hídricos, habitação e meio ambiente.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 29


Diante disso, saneamento e saúde constituem um binômio de conceitos e ações indissociáveis.

A participação e o controle social funcionam como um eixo transversal ligando a Educação


Ambiental e o Saneamento. A Lei n° 11.445/2007 expressamente previu o controle social
ligando-o às políticas e ações de saneamento. Ela o define como “conjunto de mecanismos e
procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações
nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos
serviços públicos de saneamento básico” (art. 3º, inciso IV). Determina ainda que serviços
públicos de saneamento básico sejam prestados com base, entre outros, no controle social.

O controle social é uma forma de participação que só ocorre mediante o acesso à informação, e
a educação ambiental é um elemento facilitador desse processo. O acesso às informações
relativas ao saneamento é previsto por meio da obrigatoriedade de ampla divulgação dos
editais de licitação e das minutas dos contratos de concessão de serviços, assim como das
propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentam, inclusive com
a realização de audiências ou consultas públicas, amplamente divulgadas.

Além disso, a Lei nº. 11.445/2007 indica como canal para participação e controle social dos
serviços públicos de saneamento básico o Conselho Consultivo, composto por representantes
dos usuários, entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor,
titulares dos serviços, órgãos governamentais relacionados ao setor e prestadores de serviços
públicos de saneamento básico. No entanto, é importante frisar que este não é obrigatório e,
portanto, a mobilização da sociedade é fundamental para que tal instância participativa seja de
fato implementada.

No Estatuto da Cidade, o controle social é previsto de forma mais explícita no Art. 4º, § 3º. Os
instrumentos previstos nesse artigo demandam dispêndio de recursos por parte do Poder
Público municipal e devem ser objeto de controle social, garantida a participação da
comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil. O Estatuto da Cidade ainda estabelece
que, para garantir a gestão democrática da cidade, devem ser utilizados, entre outros: a
participação em colegiados, debates, audiências públicas e consultas públicas; conferências
sobre assuntos de interesse urbano, além da iniciativa popular de projeto de lei e de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano. Esses instrumentos ainda não estão
completamente implementados e coordenados, pois a lei previu o prazo de cinco anos para que
os municípios elaborassem seus planos diretores.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 30


Na construção deste processo, vale ressaltar a elaboração e realização de Campanha dos Planos
Diretores Participativos, que intensificou a efetiva participação da comunidade na gestão da
cidade, extrapolando a simples e formal realização das audiências públicas previstas na lei.
Com estas ações governamentais, a participação na Política Urbana saiu do papel para a
realidade. A Conferência da Cidade, realizada nos níveis municipal, estadual e federal, é um
exemplo do empenho público de tornar reais as previsões legais.

No processo de elaboração ou revisão dos Planos Diretores, os gestores municipais foram


provocados a promover ampla discussão com a comunidade em audiências públicas,
garantindo-lhes a participação. No Estatuto da Cidade é prevista também a gestão
orçamentária participativa, ou seja, a participação da sociedade se inicia desde a discussão do
orçamento.

A consolidação do marco legal, após a promulgação da Lei nº. 11.445/2007, deverá considerar
a contextualização exposta, incluindo obrigatoriamente as ações de Educação Ambiental e
Mobilização Social. O artigo 52 observa que o Ministério das Cidades coordenará a elaboração
do Plano Nacional de Saneamento Básico – PNSB. As Diretrizes, Princípios, Estratégias do
PEAMSS devem contribuir e ser aperfeiçoados no processo de elaboração do Plano.

Desse conjunto de reflexões legais abordadas, podemos concluir que o impulsionamento da


educação ambiental nos programas de saneamento está dado, cabendo apenas a
regulamentação, através de Resolução, Portarias ou Instruções Normativas, para assegurar a
inserção e o aperfeiçoamento das ações de Educação Ambiental e Mobilização Social no âmbito
das políticas públicas do Governo Federal para o saneamento, em consonância com as
diretrizes gerais do PEAMSS.” (Brasília, 2007, pp.7-10. Documento. Versão em consulta).

em: <www.cidades.gov.br/peamss>
* Documento Oficial do PEAMSS, disponível em: www.cidades.gov.br/peamss>.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 31


QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Atividade em grupo

Formando grupos de cinco participantes vamos identificar a partir da leitura do texto realizada
anteriormente:

1. Com quais políticas públicas e seus respectivos marcos legais o PEAMSS se articula?

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2. Nas atividades de educação ambiental desenvolvidas em sua instituição esta articulação


está presente? Em ações práticas? Nos conteúdos abordados?

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3. Quais as leis existentes em seu município que trata da Educação Ambiental? Aborda
especificamente as ações voltadas ao saneamento?

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Nesse momento vamos apresentar nossas reflexões para o grande grupo.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 32


Contribua com a sua experiência.

Individualmente, vamos refletir sobre as questões colocadas abaixo. É importante fazer estas
reflexões para que possamos confrontar, discutir e consolidar valores, uma vez que estes
determinam à forma como vemos, sentimos e atuamos como cidadãos e profissionais.

1. Como você define Educação Ambiental?

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2. Para você a Educação Ambiental é um componente importante para a efetividade das ações
de saneamento? Por quê?

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Guia do profissional em treinamento – ReCESA 33


Educação ambiental e saneamento: conceito, princípios e desafios

Conceito

Os problemas ambientais decorrentes da crise da civilização moderna remetem para a urgente


necessidade de que ao se refletir sobre ela, sejam construídos modelos de intervenção que
possam orientar à prática profissional e social, no sentido de responder ao desafio da
ampliação da cidadania.

No campo do saneamento experimentamos ao longo das últimas décadas a desarticulação das


ações entre os diversos atores institucionais atuando segundo concepções próprias e muitas
vezes contraditórias entre si. Em grande parte esse fato se deu em virtude da inexistência de
uma política de saneamento que orientasse a atuação das instituições através da coordenação
de programas, projetos e investimentos. Essas ações desarticuladas levaram a realização de
ações de saneamento pontuais que não alcançaram seus objetivos de elevar a qualidade de vida
dos sujeitos beneficiados e do seu entorno. Outros fatores também devem ser considerados
para a análise do déficit que o País apresenta: a falta de investimentos em programas e projetos
de saneamento em larga escala; a falta de planejamento; o uso de tecnologias inadequadas;
assim como a falta de uma cultura que considerasse a participação e a educação ambiental
como elementos indispensáveis para a construção e consolidação de ações sustentáveis.

A partir da aprovação da Lei do Estatuto das Cidades – fruto do Movimento Nacional pela
Reforma Urbana que estabeleceu no cenário nacional o conceito de gestão democrática da
cidade –, a integração das políticas urbanas e a instituição de espaços participativos, como as
conferências e os conselhos, passam a constituir um novo arcabouço legal, repercutindo na
ampliação de outros conceitos e novas práticas sociais. Nesse cenário, é criado o Ministério das
Cidades, integrando as políticas de desenvolvimento urbano, e também é iniciada a discussão e
elaboração de um conjunto de normas e leis que vão orientar o novo marco regulatório para o
saneamento básico no Brasil.

Essa concepção da Política de Saneamento defende a promoção de ações permanentes e


continuadas de educação ambiental e mobilização social que visem à adoção de novos valores e
práticas individuais e coletivas; bem como se constitui em uma ferramenta de fortalecimento do
controle social na gestão da política de saneamento. O desafio nesse momento é estabelecer as
bases para o modelo de educação ambiental que pretendemos construir.

A concepção de educação do professor Paulo Freire, nos remete a possibilidade de agregar à


nossa prática profissional e social, ferramentas necessárias para o enfrentamento dessa

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 34


realidade, a exemplo da ética, expressa nas lutas de resistência em favor da causa ambiental e
legitimada a partir do final da década de 90, pela Política Nacional de Educação Ambiental. No
seu artigo 4º Inciso IV aponta como um dos princípios básicos a “vinculação entre ética, a
educação, o trabalho e as práticas sociais” (Lei nº. 9795/99).

Uma das ferramentas igualmente importante na busca de soluções para os problemas


ambientais refere-se à Educação Ambiental, que visa fomentar a mobilização e participação dos
diversos agentes sociais presentes, no sentido de responder aos problemas sanitários e
ambientais vivenciados cotidianamente pelo conjunto da população.

Portanto, a educação ambiental se apresenta como um recurso necessário para a reflexão


crítica do modelo de sociedade em construção e seus rebatimentos no ambiente
ambiente natural
construído. Constitui-
Constitui-se uma ferramenta de sensibilização e empoderamento da população,
população,
que possibilita a construção de valores
valores e práticas individuais e coletivas, visando a mudanças
culturais, políticas e sociais necessárias à construção de uma sociedade mais justa.

Segundo o PEAMSS (2007) – Programa Nacional de Educação Ambiental e Mobilização Social em


Saneamento – destacamos três principais funções da mobilização social e educação ambiental
para o saneamento:

A primeira aponta para a formação de cidadãos conscientes, comprometidos com a vida,


com o bem-estar de cada um e da coletividade, e que comuniquem por meios dos seus
atos e atitudes preocupações com os problemas ambientais, buscando promover a
saúde pública e a salubridade ambiental para a melhoria da qualidade de vida da
população.

A segunda, igualmente importante, é fortalecer e qualificar o exercício do controle


social sobre os serviços de saneamento quanto aos aspectos relacionados à qualidade,
equidade e universalidade dos serviços de saneamento.

E a terceira refere-se ao comprometimento coletivo com os investimentos realizados,


contribuindo com medidas preventivas para conservação e adequado funcionamento
dos sistemas e serviços disponíveis.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 35


Você sabia?

Nos financiamentos e convênios firmados pelo Governo Federal com estados e


municípios são investidos recursos em educação ambiental nas ações de
saneamento. Dessa forma, pode-se dizer que a educação ambiental representa um
instrumento da gestão muito importante para os programas, os projetos e as ações
nessa na área.

A mobilização social,
social por sua vez, se constitui em um movimento organizativo enquanto
agrega, discute coletivamente soluções para os problemas da comunidade, como também
contribui para a formação de sujeitos capazes de interagir, dialogar uns com os outros.
Fortalecer e capacitar os cidadãos possibilita a definição de estratégias eficazes e o controle
social da prestação dos serviços públicos, conferindo as ações de saneamento qualidade.

Nesse sentido, as ações de educação ambiental se apresentam como um instrumento


importante para o fomento à mobilização social e à qualificação da participação social. Essa
participação não deve ser eventual, nem fragmentada. Ao contrário, deve estar alicerçada em
conhecimentos apropriados a partir da reflexão crítica e do embate entre os conflitos
existentes, contribuindo dessa forma para avançar na implementação de direitos sociais, a
exemplo do Estatuto da Cidade.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 36


QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Contribua com a sua experiência.

O ato de mobilizar implica em “envolver” pessoas, “convocar” vontades para desenvolver uma
ação. Você poderia elencar situações em que houve a mobilização de pessoas em torno de um
objetivo comum?

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_____________________________________________________________________________________________

No bairro em que você mora existe uma Associação Comunitária? Você participa? Você tem
conhecimento de alguma ação positiva realizada através dela para a sua comunidade? Qual?

_____________________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________________

A efetividade das políticas públicas depende do envolvimento do usuário – cidadão para o qual
se destinam. Portanto, uma campanha de vacinação, desratização, depende do envolvimento
dos cidadãos-usuários, assim como, a manutenção sustentável dos serviços de saneamento
seja: limpeza de canais e rede de drenagem de águas pluviais, limpeza e desobstrução de rede
de coleta dos esgotos etc., também necessitam da participação dos usuários.

Você poderia elencar uma situação em que a ação do cidadão-usuário pode comprometer ou
contribuir para a sustentabilidade dos serviços de saneamento? Que impacto ações de EA
poderiam ter sobre esta situação?

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 37


Princípios

Os princípios que orientam as ações de educação ambiental para o saneamento encontram-se


em discussão no PEAMSS (2007) e baseiam-se na Política Federal de Saneamento Básico e na
Política Nacional de Educação Ambiental. São eles:

Transversalidade e Intersetorialidade

Para o alcance de suas funções, as ações de Educação Ambiental votadas para o saneamento
necessitam ser planejadas e desenvolvidas de forma transversal, intersetorial e interdisciplinar
através da cooperação e participação conjunta dos vários atores sociais e institucionais
envolvidos nas questões sanitárias e ambientais.

Essa ação intersetorial promove a interlocução entre as políticas públicas afins, no sentido de
gerar um novo fazer coletivo, potencializando as práticas específicas dos atores institucionais e
sociais em resposta à visão fragmentada dos serviços públicos no processo de urbanização.
Portanto, a mobilização social e a educação ambiental, enquanto processos a serem
promovidos, incentivados e valorizados, devem por um lado ser compreendidos como um
processo contínuo, permanente e de longo prazo e, por outro lado, devem abandonar a visão
setorial e fragmentada presente no “fazer saneamento” e atuar intersetorialmente, promovendo
a transdisciplinaridade e buscando incorporar as dimensões presentes na promoção da
qualidade de vida e da saúde da população diante dos problemas sanitário.

Você sabia?

Atualmente nove órgãos desenvolvem ações de saneamento. São eles: Ministério


das Cidades, do Turismo, do Meio Ambiente, da Integração Nacional, da Saúde, da
Defesa e do Desenvolvimento Agrário, a Caixa Econômica Federal e o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Transparência
Transparência e Diálogo

O acesso à informação e a participação na definição de prioridades e rumos na gestão e


aplicação dos recursos são essenciais para a democratização das políticas públicas. Essa
premissa é de fundamental importância, uma vez que contribui para o empoderamento dos
sujeitos sociais no processo de transformação e construção de uma sociedade de direitos,
constituindo-se seu poder emancipatório.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 38


Esse potencial emancipatório está presente atualmente em alguns instrumentos de formulação
e controle social sobre as políticas públicas e que devem se articular, promovendo a
apropriação, por parte dos sujeitos sociais, da totalidade da problemática ambiental e suas
soluções, considerando as especificidades regionais, étnicas, culturais, sociais e econômicas
que promovem a decodificação e a re-significação dos conceitos e práticas sociais coletivas.

Continuidade e Permanência

As ações de educação ambiental voltadas para o saneamento devem ser sistemáticas e


continuadas, buscando imprimir impactos positivos na qualidade e na efetividade do acesso e
do direito aos serviços de saneamento. Precisamos superar a lógica das ações educativas
planejadas e implementadas atreladas a projetos e programas de saneamento pré-concebidos.
Mediante a articulação dos vários segmentos sociais e instituições que atuam na área,
precisamos construir uma ação permanente, que tenha raízes na comunidade e, portanto,
façam parte do seu cotidiano: na escola, no trabalho, nos lares, nos espaços de lazer etc.

Emancipação e Democracia

Como vimos acima à ação educativa deve ser pautada pelo diálogo, estimulando a reflexão
crítica dos sujeitos sociais, fortalecendo sua autonomia, sua liberdade de expressão e
contribuindo para a qualificação e ampliação de sua participação nas decisões políticas. Aqui
também se encontra o caráter emancipatório da educação, enquanto instrumento de
distribuição de poder.

Tolerância e Respeito

A ação educativa deve promover o reconhecimento da pluralidade e da diversidade nos meios


natural, social, econômico e cultural. Nesse sentido, é importante que sejam considerados os
conhecimentos, saberes, ritmos, valores e dinâmicas dos sujeitos sociais envolvidos, buscando
ampliar a participação e o acolhimento das diferenças, a fim de atribuir legitimidade aos
consensos construídos coletivamente.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 39


QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Contribua com sua experiência.

Podemos observar que na maioria dos municípios os serviços de saneamento básico são
prestados por vários órgãos públicos, seja municipais e estaduais. Individualmente, localize
como estão distribuídos os componentes de saneamento básico em seu município.

Serviços de Saneamento Órgãos responsáveis


Manejo de Águas Pluviais
Manejo de Resíduos Sólidos
Drenagem Urbana
Sistema de Abastecimento de Água
Sistema de Esgotamento Sanitário
Limpeza Urbana

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 40


Desafios

Não podemos questionar os avanços obtidos na área da educação ambiental com a criação e a
consolidação dos marcos legais citados anteriormente. Na Política de Saneamento também nos
deparamos atualmente com um grande desafio que se apresenta para os profissionais da área e
que demandam com urgência a apropriação e a sensibilização para um novo fazer. Esses
desafios devem ser apresentados não como barreiras, mas como obstáculos que deverão ser
superados com solidariedade, dedicação e persistência entre aqueles que continuam
acreditando ser possível o diálogo dos saberes e a (re)construção de práticas individuais e
coletivas visando ao bem comum. Nesse sentido, apresentamos abaixo alguns obstáculos já
explicitados em vários momentos quando da construção do PEAMSS:

estágio inicial das ações sistemáticas de educação ambiental no nosso país;

dificuldades ainda presentes na construção de ações intersetoriais;

conflitos presentes entre os saberes técnicos e comunitários;

superar os entraves culturais, sociais e políticos que dificultam a apropriação pela


população do seu protagonismo na condução da implementação dos direitos sociais;

necessidade de investimentos em capacitação continuada para os atores sociais


envolvidos na prática educacional, inserindo também os temas específicos do
saneamento;

ausência de parâmetros e indicadores de acompanhamento e avaliação de projetos de


mobilização social e educação ambiental;

insuficiência de recursos financeiros e de mão-de-obra especializada.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO

Contribua com sua experiência.

E você, que outros desafios se apresentam na sua prática profissional para o desenvolvimento
das práticas de educação ambiental nos projetos / programas de saneamento?
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_____________________________________________________________________________________________

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 41


Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental
para o saneamento
OBJETIVOS
Nesse capítulo vamos discutir os passos metodológicos, as estratégias e
– Apresentar e discutir
os instrumentos de educação ambiental que podemos utilizar para o
metodologias, estratégias
desenvolvimento das ações e atividades educativas, sempre lembrando
e instrumentos de
a importância da adequação à realidade sócio-econômica e cultural da educação ambiental para
população atendida. Como exercício da relação teoria e prática, vamos o saneamento.
construir um plano de trabalho em grupo a partir da reflexão sobre uma – Classificar e discutir
situação-problema escolhida pelos participantes. O exercício é dividido alternativas para
em dois momentos, culminando com a sua apresentação oral. As promover ações de
educação ambiental nas
matrizes serão construídas utilizando papel 40 kg e tarjetas.
ações de saneamento.

Método

Entende-se por método o “caminho” a ser percorrido para se conseguir atingir determinados
objetivos. Todavia, os pressupostos metodológicos atribuídos ao método Paulo Freire ampliam
esta concepção, agregando elementos significativos ao processo educativo. Entre eles
destacamos:

• A leitura do contexto em que o educando vive

Esta forma de abordagem contribui para que o educando se reconheça como ator dessa
realidade, pensando sobre o seu papel na sociedade. Baseia-se na construção e reconstrução
permanente do homem consigo mesmo e com a coletividade, através da reflexão que estimula
a superação da consciência ingênua para a consciência crítica, levando ao discernimento das
possibilidades reais de inferência individual e coletiva.

• A mediação por meio do diálogo

O ato educativo deve se constituir em um encontro de interlocutores que por meio do diálogo
procuram no ato de aprender a significação da realidade e na prática o poder de transformá-la.

Esses pressupostos se materializam a partir dos seguintes passos metodológicos que se


encontram agrupados, para fins didáticos, em momentos que se complementam e realimentam
durante o processo. São eles:

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 42


1° Momento: Investigação diagnóstica

A investigação da realidade ocorre com a construção de um diagnóstico participativo,


participativo
identificando problemas e potencialidades a serem trabalhadas pela educação ambiental. O
conjunto de atores sociais presentes deve ser envolvido; assim, o diagnóstico deve considerar
todos os aspectos relacionados à temática do saneamento ambiental. Os dados coletados
também irão subsidiar a definição de indicadores que possibilitarão avaliar os impactos na
qualidade de vida e saúde da população.

Os instrumentos podem ser: observação direta, entrevistas, aplicação de questionários, registro


de depoimentos (resgate das histórias de vida), oficinas de pintura e desenho.
Fonte: Secretaria de Saneamento da
Prefeitura do Recife.

Figura 1: Entrevistas realizadas Figura 2: Observação direta da Figura 3: Oficina de pintura e desenhos
com a comunidade da Mangueira situação-problema colocada na desenvolvida na comunidade de
(Recife-PE). comunidade da Mangueira (Recife-PE). Jacarezinho (Recife-PE).

2° Momento: Sensibilização

A sensibilização deve se constituir em um movimento permanente e constante. O envolvimento


e a participação da população deverá se dar durante todo o processo educativo, no sentido de
despertar para a co-responsabilidade, na busca de soluções para os problemas identificados.

3° Momento: Tematização

Consiste na definição de temas, com os sujeitos envolvidos, numa ordenação flexível de acordo
com as realidades específicas a serem trabalhadas. Por ser uma construção coletiva, novos
conteúdos surgem a partir das contribuições dos sujeitos que vão sendo envolvidos.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 43


4° Momento: Implementação das ações sistemáticas

As ações devem ser desenvolvidas de forma integrada e permanente, a partir de um


planejamento participativo. São orientadas por um projeto elaborado conjuntamente e
subsidiado pelas contribuições trazidas por cada ator (social e institucional) envolvido, definido
responsabilidades, formas de acompanhamento, divulgação e mobilização para as ações.

5° Momento: Monitoramento e Avaliação

Para o monitoramento e a avaliação deve ser construído, conjuntamente com os participantes,


um instrumento que estabeleça conexão entre as ações desenvolvidas e os resultados obtidos;
a relação entre teoria e prática considerando as experiências dos diferentes atores envolvidos,
bem como a sua interação durante o momento do diagnóstico, coleta de dados, planejamento e
resultados alcançados.

A avaliação requer o desenvolvimento de um processo de análise permanente sobre a prática


cotidiana. Referendada pela ética, valoriza de forma significativa o relacionamento entre
avaliadores e avaliados, princípio que deve nortear as ações intersetoriais de educação sanitária
e ambiental.

É importante que se desenvolva um processo avaliativo multidisciplinar que mostre o impacto


gerado pela intervenção do saneamento básico na comunidade, estabelecendo indicadores de
comparação entre as condições de salubridade antes, durante e depois da intervenção.

Atores envolvidos nas ações de educação ambiental para o saneamento

A diversidade dos componentes do saneamento básico abrange um conjunto de atores


institucionais e sociais de diversas áreas. Para a efetividade das ações é importante promover a
sensibilização junto aos atores, formulação de parcerias e agendas comuns de ações
integradas, considerando as peculiaridades das comunidades beneficiaria e especificidades dos
atores envolvidos, na perspectiva de promover a interação entre os mesmos. Estão relacionados
abaixo relação de atores indicados no PEAMSS a ser adequado a realidade local:

• Poder Público Federal, Estadual e Municipal.

• Conselhos, Fóruns e Colegiados de Educação, Saúde, Maio Ambiente e Saneamento.

• Sindicatos, movimentos e redes sociais.

• Setor Privado.

• Entidades Profissionais, Acadêmicos e de Pesquisa que atuam com saneamento.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 44


• Professores e estudantes dos diversos níveis e modalidades de ensino.

• Organizações Não-Governamentais (ONGs).

• Comitês de Bacia Hidrográfica.

• Associação de moradores e lideranças de comunidades rurais e urbanas.

• Comunidades indígenas e populações tradicionais.

• Grupos em condições de vulnerabilidade social e ambiental.

• Técnicos, Especialistas e Gestores dos diversos níveis de governo e dos órgãos


prestadores de serviço de saneamento público e privado.

• Pessoas e entidades dos diversos segmentos da Sociedade Civil Organizada.

• Agentes comunitários de saúde.

• Educadores Ambientais.

OBJETIVOS
Nesse momento vamos iniciar a construção do nosso PLANO DE
– Escolher um problema
TRABALHO formando grupos de 05 pessoas. Considerando os de saneamento a partir
conteúdos apresentados e discutidos anteriormente, cada grupo irá da vivência profissional.
selecionar uma situação-problema relacionada à questão do – Identificar as relações
saneamento. O instrutor irá sugerir algumas temáticas, porém os de causa-efeito do
problema.
grupos podem eleger a sua própria a partir da vivência profissional dos
– Selecionar ações
seus participantes.
eficientes para a
abordagem do problema.
– Analisar e discriminar
Temáticas sugeridas:
sugeridas as funções dos principais
atores envolvidos.

• Implantação de projeto de saneamento utilizando tecnologias


alternativas de baixo custo (ex: sistemas condominiais de esgotos).

• Alto nível registrado de desperdício de água.

• Alto índice de serviços de manutenção na rede de coleta de esgotos ou limpeza de


canais que poderiam ser evitados com a utilização adequada dos sistemas por parte da
população.

• Ligações domiciliares de esgotos na rede de drenagem de águas pluviais em localidades


que dispõem de rede de coleta de esgotos.

• Alto índice de proliferação de vetores e, consequentemente, epidemias causadas devido


ao mau acondicionamento e disposição do lixo doméstico.

• Outras... (sugestão dos participantes).

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 45


Escolhido o tema, os grupos irão desenvolver um plano de trabalho de mobilização social e
educação ambiental para o saneamento. Para esse fim, é necessário refletir sobre o problema
eleito. A matriz abaixo ajudará na organização das idéias para a compreensão do referido
problema e de seus determinantes, contribuindo, posteriormente, para identificação de ações
estratégicas e instrumentos adequados para a situação-problema.

Matriz 1: Análise do problema

Descrição síntese do problema:

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Grupo de Efeitos do Grau de Limites de


atores Interesses problema sobre influência do ação dos
envolvidos os interesses ator atores

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 46


Estratégias para educação ambiental

Na perspectiva de orientar a prática das ações de educação ambiental para o saneamento,


foram agrupados para fins metodológicos cinco eixos de ação que estão contemplados no
PEAMSS (2007, 12-16 p.p). Vale salientar que em tais eixos as respectivas estratégias não se
constituem como única fonte de referência para o desenvolvimento das ações, posto que as
práticas inseridas em contextos diversos promovem novas necessidades e sua revisão
cotidiana.

1. Formação Continuada

O primeiro eixo de ação agrega estratégias que visam promover processos formativos que
qualifiquem o exercício do controle social nas ações de educação ambiental em saneamento.

Tais processos devem envolver a educação formal e não-formal, assim como, promover ações
de caráter contínuo mediante metodologias participativas.

Estratégias

• “Estimular a elaboração e implementação por parte dos atores institucionais de projetos


políticos pedagógicos participativos que busquem desenvolver processos de formação
continuada e dialógica com foco em saneamento;

• Estimular o diálogo entre as instâncias e coletivos que já atuam com Educação


Ambiental e Saneamento, incentivando a articulação de sujeitos e instituições para o
planejamento, implementação e avaliação coletiva das ações desenvolvidas;

• Promover a utilização orientada e pedagógica das instalações físicas do saneamento


como espaços educadores em processos de educação ambiental;

• Desenvolver ações formativas de educação ambiental com base no conhecimento da


realidade local buscando atender a diversidade de atores sociais existentes;

• Fomentar projetos de extensão técnica e universitária na área de educação ambiental e


saneamento, incentivando que os trabalhos finais de cursos técnicos, graduação e pós-
graduação tenham como foco áreas carentes de infra-estrutura sanitária;

• Desenvolver processo de formação de professores para fazer face ao desafio de


trabalhar de forma articulada e transversal as questões relacionadas a educação

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 47


ambiental, saúde e saneamento nos ensinos fundamental, médio e superior, de modo
que os alunos sejam agentes de transformação da realidade sanitária do país” (PEAMSS,
2007).

2. Abordagem integrada das políticas públicas que tratam do saneamento ambiental

O segundo eixo de ação reúne estratégias que visam promover a universalização do acesso aos
serviços de saneamento básico mediante a mobilização de instituições governamentais, não-
governamentais e da sociedade.

A interdependência dos componentes do saneamento básico (abastecimento de água,


esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem urbana) pressupõe o dialogo e articulação
com as demais políticas públicas como: meio ambiente, saúde, desenvolvimento urbano,
recursos hídricos e educação, demandando a instalação de praticas que promovam uma
abordagem integrada para ações de saneamento ambiental.

Estratégias

• “Estimular o envolvimento de instituições e gestores públicos nos processos formativos,


buscando integrar os instrumentos de gestão desenvolvidos na região como o PDOT (Plano
Diretor de Ordenamento Territorial), Agenda 21 Local, ZEE (Zoneamento Ecológico
Econômico), Plano Municipal de Saneamento Básico e outros;

• Trabalhar a Educação Ambiental em saneamento de forma inter e multidisciplinar por meio


da elaboração de projetos integrados com a perspectiva socioambiental, que promovam o
diálogo e o envolvimento entre as diversas áreas do conhecimento nas ações de educação
ambiental e saneamento;

• Estimular a constituição de Comissões ou Comunidades de Aprendizagem sobre Meio


Ambiente e Qualidade de Vida – Com-Vidas, dentro e fora das escolas e dos ambientes de
trabalho e convivência social do saneamento, que tenham como propósito discutir e
problematizar as questões relacionadas à temática, assim, como desenvolver ações que
visem enfrentar a problemática socioambiental localmente;

• Estimular a inserção das ações desencadeadas pelo PEAMSS nos Planos Municipais de
Saneamento, como forma de garantir a disponibilização de recursos para sua
operacionalização;

• Destinar parte dos recursos investidos em saneamento para ações de educação ambiental;

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 48


• Inserir nos manuais e termos de referencia governo federal a destinação de recursos
específicos para as ações de educação ambiental;

• Estimular a constituição de Fundos Estaduais e Municipais de Financiamento, que


descentralizem os recursos existentes e privilegiem processos de educação ambiental em
saneamento;

• Estimular a atualização das informações sobre instituições, projetos, programas e ações de


educação ambiental e mobilização social em saneamento nos sistemas de informação já
existentes, como o sistema nacional de informações sobre saneamento básico (SNIS),
gerenciado pelo Ministério das Cidades, e o Sistema Brasileiro de Informação em Educação
Ambiental (SIBEA), gerenciado pelo Ministério do Meio Ambiente” (PEAMSS, 2007).

3. Parceria

Para enfrentar o desafio de promover a universalização dos serviços de saneamento básico,


faz-se necessário reunir esforços do conjunto da sociedade na perspectiva de articular ações e
recursos para a educação ambiental.

Nesse sentido, o terceiro eixo de ação elenca estratégias voltadas para o estabelecimento de
parcerias entre os gestores, a comunidade beneficiária, o setor privado e as instituições não-
governamentais, no sentido de potencializar e integrar as ações de mobilização social e
educação ambiental.

Estratégias

• “Apoiar a promoção de parcerias, envolvendo poder público e sociedade civil, para a


realização de ações integradas visando fortalecer as potencialidades locais e contribuir com
a continuidade das ações;

• Buscar parcerias junto ao setor privado (Responsabilidade Social Ambiental)” (PEAMSS,


2007).

4. Incentivo à participação, mobilização social e educomunicação.

O quarto eixo compreende estratégias de incentivo às ações de participação, mobilização social


e educomunicação nas fases de planejamento participativo, execução, monitoramento e
avaliação de programas de educação ambiental para o saneamento.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 49


A interação entre tais ações potencializa os resultados e promove processos mais harmoniosos.

As estratégias de comunicação se configuram como facilitadoras para o desenvolvimento das


ações de participação e mobilização na medida em que podem promover as traduções
necessárias dos discursos técnicos e populares estimulando o exercício da cidadania.

Nesse aspecto, a educomunicação se constitui importante ferramenta metodológica, uma vez


que está fundada na valorização do individuo como sujeito, no respeito ao outro e na tomada
conjunta de decisões. Segundo Patrícia Horta “a proposta da educomunicação é a promoção da
cidadania tendo como ponto de partida o direito à expressão e a comunicação e o
desenvolvimento de ações que potencializem a capacidade de expressão das pessoas, como
indivíduos e como grupo”. 1

Estratégias

• “Garantir que, os processos de mapeamento e intervenções locais sejam participativos e


tenham a atuação pratica como mecanismos de aprendizagem;

• Abordar a necessidade de acompanhamento e controle social na gestão e nos contratos de


concessão dos serviços de saneamento;

• Estimular a constituição de câmaras técnicas de educação ambiental em saneamento nos


fóruns e colegiados existentes (ex. comitês de bacia, conselhos municipais de meio
ambiente, conselhos municipais de saúde, entre outros), que promovam a discussão
qualificada acerca de temática e fortaleçam ações de educação ambiental e mobilização
social em saneamento em sintonia como o ProNEA e o PEAMSS;

• Estimular a difusão de conhecimento em saneamento nos fóruns comunitários existentes;

• Incentivar a utilização dos diferentes instrumentos de comunicação de massa (ex. rádios


comunitárias, jornais de bairro, carros de som, internet, videoconferências, vídeo-reuniões
e encontros telepresenciais);

• Disponibilizar espaços nos canais de comunicação para divulgação de experiências em


educação ambiental e saneamento e seus resultados;

• Incluir a temática Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento como pauta em


Seminários e Congressos das referentes áreas;

1 Citação do texto disponível no site: http://educomunicacao.wordpress.com (acessado em 17/01/08).

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 50


• Estimular que os atores sociais envolvidos elaborem planos de educomunicação
socioambiental visando à promoção de ações comunicativas. Nesse processo, é interessante
que sejam mapeadas as estruturas comunicadoras existentes e que sejam utilizados no
processo educativo os diversos meios de comunicação como rádios comunitárias, jornais,
panfletos, cartilhas, revista em quadrinhos, vídeos, fanzines, entre outros” (PEAMSS, 2007).

5. Valorização das manifestações culturais locais

O quinto eixo de ação compreende estratégias que buscam valorizar a identidade cultural, a
dinâmica e o ritmo próprio das comunidades beneficiárias.

Nesse sentido, é importante o uso das artes inspiradas na cultura popular: música, cordel,
poesia, teatro, dança como instrumentos facilitadores à compreensão dos conteúdos de
educação ambiental. Esses instrumentos promovem a sensibilização dos atores para a efetiva
participação nas ações que possibilitam a tradução dos conteúdos educativos, inspirando
elaboração de novas produções coletivas, sendo disponibilizado para disseminar os
conhecimentos na comunidade.

Estratégias

• “Estruturar os processos formativos a partir de cardápios de aprendizagem que


incorporem saberes populares e acadêmicos como possibilidades de formação;

• Desenvolver programas educativos de radio e televisão voltados para a Educação


Ambiental e Mobilização Social em Saneamento, que respeitem a diversidade cultural de
cada região;
• Incentivar e estimular a produção coletiva de peças de informação e comunicação de
acordo com o contexto e realidade locais;

• Promover a elaboração de materiais pedagógicos em conjunto com a comunidade,


baseados em princípios pedagógicos que propiciem o aprendizado coletivo e a
adequação da linguagem a cada realidade local/regional visando difundir, disponibilizar
e compartilhar informações em saneamento, assim como, desencadear debates e
intervenções sobre a temática” (PEAMSS, 2007).

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 51


Instrumentos educativos

A utilização adequada de ferramentas e estratégias para a apreensão dos conteúdos de


educação ambiental para o saneamento promove a conexão entre as informações técnicas
pertinentes dos sistemas de saneamento com o universo de comunicações e linguagens
existentes no cotidiano do cidadão – usuário.

Para que as informações consigam comunicar o que se deseja é necessário que os instrumentos
educativos utilizados estejam adequados ao tipo da comunicação bem como ao público ao qual
se destinam.

A seleção desses instrumentos pode ser determinante para os resultados que se deseja
alcançar. Assim, é muito importante o cuidado na escolha para a informação que se deseja
transmitir.

Destacamos alguns instrumentos para comunicar os conteúdos de educação ambiental para o


saneamento. Entre outros, destacamos:

• Cartazes

Sendo a mensagem a ser transmitida destinada a um grande público, a utilização do cartaz se


torna um veículo de comunicação adequado.

Considerando que os cartazes serão expostos em lugares públicos, eles devem ser elaborados
contemplando alguns requisitos:
requisitos

o Organização visual atrativa.

o A dimensão adequada ao espaço público a ser exposto.

o Linguagem simples, clara e direta.

o Ilustrações que traduzam a mensagem escrita e facilitem a compreensão do seu

conteúdo.

o A escrita deve se feita de forma horizontal.

o Utilização de no máximo dois tipos de letras.


letras

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 52


• Panfleto

É um recurso na comunicação interpessoal. É uma forma eficaz para o anúncio de uma


intervenção, transmissão de informações sobre as ações que estão acontecendo na
comunidade. Por exemplo: convidar a comunidade para a apresentação e aprovação do projeto
de saneamento; informar a comunidade sobre o dia, hora em que os agentes de saúde estarão
realizando uma desratização;
desratização dia,
dia, hora e local para o mutirão de limpeza, momento em que os
moradores podem descartar os objetos que não são recolhidos pela coleta diária como sofá,
colchões velhos, pneus, entulhos etc.

Requisitos:

o Linguagem simples com frases e parágrafos curtos.

o Informações
Informações gerais sobre reuniões, ações que estarão sendo realizadas.

o Tipo de letra que facilite a leitura.

AÇÃO DE MUTIRÃO DE ENTULHOS DE QUINTAIS

Data:
Data 05/06/07
Hora: Manhã / Tarde
Local: Rua Santo Ângelo, Travessa Bom Jardim, Rua do Lírio e Rua do Cravo da Vila

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.


Santa Bárbara.

PROCEDIMENTOS:

Você deve retirar todos os entulhos (lixo) armazenados em seu quintal, como
sofás velhos, colchões e outros materiais que a coleta domiciliar normal não
recolhe e colocar em frente à sua residência na data e horário indicados, para que
o caminhão da Prefeitura possa removê-los. Desta forma a desratização será
eficaz.

EVITE DOENÇAS, SUA SAÚDE AGRADECE!!!

Figura 4: Exemplo de panfleto.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 53


• Álbum seriado

O Álbum seriado é um instrumento para abordagens das temáticas de educação ambiental para
o saneamento contribuindo para o aprofundamento sobre cada componente do sistema de
saneamento (água, esgoto, manejo dos resíduos sólidos, manejo das águas pluviais). Seus
formatos em folhas seqüenciais e complementares estabelecem uma relação de diálogo durante
as abordagens educativas nos momentos das visitas domiciliares. Ao ser utilizado em reuniões,
facilita à compreensão dos conteúdos, constituindo-se em um instrumento estimulante a
interação durante toda sua apresentação.

Cada folha do álbum seriado deve conter: mensagens escritas com linguagem simples de forma
compacta e ilustrações que revelem o conteúdo a ser trabalhado.

ÁGUA

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.

Figuras 5 e 6: Exemplos de álbum seriado.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 54


• Música

O processo de ensino-aprendizagem requer o uso de instrumentos educativos que facilitem a


transmissão e a compreensão dos conteúdos de forma clara, precisa, direta e consistente.

É importante que nesse processo seja trabalhada o intelecto, a emoção e a vontade dos
indivíduos. Nesse sentido, a música se constitui em um excelente veículo para estimular idéias,
valores, crenças, principalmente, se ligada à cultura da comunidade.

Requisitos:

o Pesquisar letras de música que tenham relação com os componentes do saneamento básico.

o Selecionar músicas conhecidas do público a ser trabalhado para recompor sua letra,
(paródia), orientando para o uso correto dos sistemas de saneamento básico.

o Realizar festival de composição musical com os conteúdos sobre saneamento básico,


utilizando os recursos da cultura local.

RAP DA COMUNIDADE

NA NOSSA COMUNIDADE
É LIXO PRA TODO LADO
MAS SE AGENTE SE UNIR
DEIXAREMOS ORGANIZADO.

O CANAL É POLUIDO
E VEJO LIXO NO CHÃO
EU DIGO PARA MEU AMIGO
NÃO FAÇA ISTO MAIS NÃO.

EU FAÇO A MINHA PARTE


POR FAVOR FAÇA A SUA
COLOQUE O LIXO NO SACO
LIMPE SEMPRE A SUA RUA.

ESTE É O RAP
O MEU RAP DO BEM
COM A COMUNIDADE NOVA
ONDE TEM GENTE DO BEM
EU QUERO MEU BAIRRO LIMPO
SEI QUE VOCÊ QUER TAMBÉM.

Produção de
de ume
ume Oficina de Educação Sanitária e Ambiental realizada em Recife-
Recife-PE.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 55


Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.
Figuras 7 e 8: Apresentação do RAP na comunidade de Santa Luzia Torre (Recife-PE).

• Literatura de Cordel

A literatura de cordel utiliza um tipo e linguagem poética, vinculada às identidades locais, para
expressar sentimentos, sendo muito divulgada em espaços populares. Trata-se de uma
produção literária tipicamente nordestina, que aborda temas vinculados ao cotidiano do povo,
escritos em forma de poesia, rimadas, se constituindo em folhetos rústicos ilustrados em
xilogravura.

Os folhetos são expostos em ruas, feiras, pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem
ao seu nome.

Requisitos:

o Os versos devem apresentar rimas.

o Material rústico.

o Linguagem popular.

o Ilustração em xilogravura.

o Traduzir conteúdos sobre o saneamento básico.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 56


Cordel do Saneamento

PRIMEIRA
PRIMEIRA PARTE SEGUNDA PARTE TERCEIRA PARTE QUARTA PARTE

Meus senhores, minhas senhoras Chegando em nossa casa Por que Estação Elevatória? Com a coleta seletiva
De vocês quero atenção Não podemos desperdiçar Para o esgoto subir O lixo é separado
Pra falar do saneamento No tanque, na pia, chuveiro Pois é por declividade Vidro, Plástico, Alumínio
Na nossa apresentação Atentos devemos ficar Que ele vai seguir Não podem ser misturado
È um quebra cabeça humano Evitando vazamento E na Estação de Tratamento Porque se ganha dinheiro
Que faz a comunicação Pra água não acabar Vai se despoluir Eles sendo reciclados.

A água que vem do rio Toda água que usamos O sólido pode ser aproveitado
Por bombeamento é tirada Em esgoto é transformada Servindo de adubação Meio ambiente saudável
Pra poder ser consumida E pra garantir a saúde O líquido é todo tratado É tudo que quero ter
Precisa também ser tratada De casa deve ser levada Na lagoa de Estabilização Limpeza por toda parte
Cloração decantação Pois pra voltar a natureza Pra matar todos os germes É alegria de viver
Deixam a água purificada Ela deve ser tratada E receber oxigenação Até o sol fica contente
Fazendo a terra aquecer

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.


Chegando no reservatório A caixa de passagem, você Só depois de tudo isso E assim contribuindo
Se dá a distribuição sabe? No canal pode chegar Nossa vida vai mudar
Pras casas é levada Fica do lado de fora Porque com a saúde do povo A saúde é coisa séria
Por grande tubulação Bem no meio da calçada Não se pode vacilar Que devemos desfrutar
Que precisa de cuidado Pro esgoto ir simbora Pois só com saneamento E o planeta agradece
Pra evitar contaminação Depois do poço de visita Nossa vida vai mudar Se o ambiente conservar
Vai pra Estação Elevatória
REFRÃO REFRÃO Obrigado a vocês
Minha gente venha ver REFRÃO Minha gente venha ver Por nos ter dado atenção
Minha gente venha olhar Minha gente venha ver Minha gente venha olhar De ampliar o conhecimento
O saneamento é importante Minha gente venha olhar O saneamento é importante Sobre água, esgoto, educação
Para a vida melhorar O saneamento é importante Para a vida melhorar E com quebra cabeça humano
Para a vida melhorar Fizemos a comunicação

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 57


• Oficina de Teatro de bonecos

O teatro de bonecos é uma atividade lúdica que facilita a interação com o público,
principalmente, crianças.

Figura 9: Oficina para confecção de bonecos.

Figura 10: Teatro de bonecos apresentando peça sobre saneamento.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 58


• Peça de teatro produzida em oficina educativa

Os conteúdos de educação ambiental para o saneamento são apresentados, analisados e


discutidos para elaboração do texto e criação dos personagens. Assim, os participantes
elaboram textos a partir da sua aprendizagem, criando e dando forma com a utilização de
materiais como: tesoura, agulha e linha.

Esse processo criador consegue traduzir o caráter técnico dos conteúdos de educação
ambiental para o saneamento em aprendizagem prazerosa. A apresentação de teatro de
bonecos em escolas, entidades da comunidade produzem efeito multiplicador para a
disseminação das informações necessárias ao funcionamento contínuo dos sistemas de
saneamento.

Narrador: Em uma manhã ensolarada, Maria leva seu filho para escola.
Maria:
Maria Vamos filho, você já está atrasado!
Pedro:
Pedro já vou mãe!
Narrador:
Narrador Então chegaram na escola.
Maria:
Maria Tchau filho.
Pedro:
Pedro Tchau mãe.
Narrador:
Narrador Ela resolve passar no escritório de saneamento para reclamar do seu esgoto que está
entupido e esborrando para dentro da sua casa.
Maria:
Maria Bom dia, meu nome é Maria!
Francisco:
Francisco Bom dia, D. Maria. Meu nome é Francisco!
Maria:
Maria Eu vim aqui reclamar porque minha vizinha, Zezé, jogou lixo na pia e entupiu o esgoto. Agora
está esborrando para dentro de mina casa, colocando a minha saúde e da minha família em risco.
Francisco:
Francisco Está certo D. Maria. Vamos passar em sua casa para verificar.
Maria:
Maria Obrigada, seu Francisco.
Francisco:
Francisco De nada D. Maria
Narrador:
Narrador Enquanto ela voltava para casa passou em frente ao posto de saúde e viu muitas mães

Fonte: Secretaria de Saneamento – Prefeitura do Recife.


desesperadas e resolveu entrar para saber o que estava acontecendo. Perguntou para o atendente,
Carlos, que estava na porta.
Maria:
Maria O que está acontecendo?
Carlos:
Carlos São crianças que estavam andando sobre as águas de esgoto e, no dia seguinte, estavam com
febre alta.
Maria:
Maria Tá vendo. Jogar lixo na pia, no tanque e vaso sanitário entope o sistema de esgoto e esborra
pela caixinha que fica no quintal da sua casa. Daí vai pras ruas e as crianças pisam e dá nisso: muita
doença.
Narrador Depois disso, ela resolveu buscar seu filho. Na volta da escola viu Carlos indo para casa e
resolveu lhe fazer uma pergunta.
Maria:
Maria Ô seu Carlos, já desentupiu as caixas de esgoto?
Carlos:
Carlos Já D. Maria
Maria:
Maria Tá certo, muito obrigada!

Figura 11: Roteiro da peça realizada pelo grupo de adolescentes


da comunidade de Pedra do Fogo (Recife-PE).

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 59


• Cartilha

Amplamente utilizada para fins educativos possibilita a aquisição e disseminação de novos


conhecimentos e valores. O publico alvo define a linguagem levando-se em consideração o
grau de escolaridade. A programação visual deve ser simples e clara e o texto breve e preciso.

A sua criação deve levar em consideração os elementos culturais regionais e locais.

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.


Figura 12: Exemplo de cartilha.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 60


• Calendário

Sua utilização para fins educativos tem demonstrado efetividade. Sua funcionalidade confere
sua aceitação e promove uma interação no ambiente privado e público.
A confecção deve considerar as questões culturais e as datas comemorativas relativas aos
temas de saneamento básico. O uso das imagens, cores, letras e forma devem ser eleitos de
forma equilibrada e clara.

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento

Figura 13: Exemplo de lâmina para calendário.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 61


• Maquete

A maquete se constitui um instrumento importante que promove a visualização das


informações e a tradução dos componentes temáticos do saneamento de alto teor técnico.
Podendo ser confeccionado previamente ou como produto de oficinas de educação ambiental.

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.


Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.

Figuras 14 e 15: Exemplos de maquetes.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 62


• Registro Fotográfico

O registro fotográfico é um importante instrumento de divulgação e avaliação dos resultados e


observação dos impactos no meio. Sua utilização para fins educativos traz autenticidade e
interesse para a comunicação.

A fotografia é um registro histórico das condições do ambiente, da cultura local e dos


costumes. Para sua execução é necessário prestar atenção aos elementos da cena e ter claro o
objetivo.

Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.


Figura 16: Beirinha (Recife-PE) – 2ª Travessa João Correia Filho – ANTES
das intervenções de saneamento.
Fonte: Prefeitura do Recife – Secretaria de Saneamento.

Figura 17: Beirinha (Recife-PE) – 2ª Travessa João Correia Filho – DEPOIS


das intervenções de saneamento.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 63


• Registro de Depoimentos

O registro de depoimentos é um importante recurso para a avaliação das ações, assim como
para o seu efetivo monitoramento.

Devem ser formuladas perguntas de forma clara e objetiva, adequando ao público alvo e sua
faixa etária.

Para o delegado do OP Criança, Danilo de Souza, 13 anos, a atividade é de grande importância.


“É muito bom sabermos de onde vem a água que chega em nossa casa, como devemos utilizá-
la e os cuidados que devemos ter”, afirmou Danilo. Segundo o aluno da Escola Municipal
Antônio Farias e do Com-Vida, Felipe Melo, 15 anos, “tudo o que aprendemos aqui, temos a
oportunidade de passar adiante para as pessoas da nossa comunidade”. Já o representante da
Comissão de Acompanhamento das Obras de Saneamento Integrado da Mangueira, João da Paz
(Joca), acredita que através da ação “com o saneamento e educação, a população aprende mais
e melhora de vida”.

Disponível em: <http://publica.recife.pe.gov.br/pr/secfinancas/emprel/publica/index.php?>

Como forma de incentivar a integração social dos moradores daquela comunidade, o professor
Flávio – como é chamado pelos seus alunos -, acredita no benefício de uma ação que sirva
como fonte de informação para se proteger da dengue. Sem falar da conscientização de
preservar o local onde se vive. “O interesse das pessoas em participar, comparecendo às
assembléias, ouvindo e fazendo propostas no sentido de transformar a realidade é muito
importante. Tivemos dificuldades com o problema do lixo e da falta de higiene aqui em Jardim
Uchôa, mas promover higiene é oferecer qualidade de vida. A comunidade sente que precisa
agir para mudar a situação”.

Disponível em: <http://publica.recife.pe.gov.br/pr/secfinancas/emprel/publica/index.php?>

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 64


• Vídeo Educativo

Neste momento iremos assistir a um vídeo intitulado: “O meio ambiente começa no meio da
gente”. Ele irá relatar um problema de saneamento em uma dada comunidade e as ações
empreendidas por vários atores para sua resolução. Sugerimos que os participantes anotem
suas observações, para enriquecer nossas discussões quando da construção da matriz 2.

Observações relevantes do vídeo:

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Trabalho em grupo

Identificados – na Matriz 1 - os aspectos relevantes para a compreensão da situação-problema,


os grupos irão definir estratégias e propor instrumentos educativos que possam contribuir para
a reflexão crítica dos atores envolvidos sobre a problemática escolhida. O plano de trabalho
será formulado a partir da Matriz 2, sugerida a seguir.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 65


Matriz 2 – Plano de trabalho de educação ambiental para o saneamento

Atores envolvidos Estratégias Instrumentos

Apresentação final

Os grupos deverão indicar um representante para realizar a apresentação das matrizes


construídas.

1. Apresentação do problema

2. Matriz 1 – Análise do problema

3. Matriz 2 – Plano de Trabalho.

Tempo da apresentação:
apresentação 30 minutos para cada grupo.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 66


Encerramento

OBJETIVOS DINÂMICA

- Discutir o papel
social do
Objetivo
profissional de
saneamento.
Socializar sentimentos, emoções e
- Apresentar os expectativas quanto aos conteúdos
temas das demais trabalhados na oficina em relação à prática
oficinas do profissional.
NURENE.

• Duração: 10 minutos
- Entrega dos
certificados. • Material: balões de festas (mesma cor)
e papel.

Metodologia

Entregar um pedaço de papel contendo uma frase a ser complementada por cada participante:
Com os conhecimentos discutidos nessa
nessa oficina minha prática profissional será... (frase
sugerida).

Cada participante, de posse da sua frase, receberá um balão de festa. Nele colocará a frase e
depois deverá enchê-lo e amarrá-lo. Após o enchimento dos balões estes devem ser jogados
para o ar e cada participante apanhará um balão, que ao estourá-lo deve realizar a leitura da
frase contida no mesmo e refletir sobre o significado dela para si próprio.

Guia do profissional em treinamento – ReCESA 67


Referências

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BORJA, P. C.; MORAES, L. R. S. O caráter social do saneamento ambiental. Disponível em:


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http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 15 jan. 2008.

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o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei
nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L9433.htm>. Acesso em: 15 jan. 2008.

BRASIL. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
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BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Temas Transversais.


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