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Fitoplâncton: o elo secreto do

Oceano

Ana Amorim
MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e Departamento Biologia Vegetal
Faculdade Ciências Universidade Lisboa

3ª Conferência de Professores do Mar - “A Escola na Sociedade Azul”, Pavilhão do Conhecimento, Lisboa 5 de Maio
O Fitoplâncton
Tal como as plantas possuem um pigmento central na fotossíntese a Clorofila a
Produtores primários
Setembro 2013 http://oceancolor.gsfc.nasa.gov

Nota histórica:
1978 – ano de lançamento do primeiro satélite com sensor dedicado à medição da cor do oceano - 2
Coastal Zone Color Scanner Experiment (CZCS).
Fitoplâncton
do grego Phyton (planta) e Planktos (errante)
• Colonizam a zona eufótica
• Maioria unicelulares ou coloniais
• Dimensões entre 0,4 µm – 200 µm (1 µm = 1/1000 mm)
• Microplâncton: 20-200 µm
• Nanoplâncton: 2-20 µm
• Picoplâncton: 0,2-2 µm
• Pertencem a grupos evolutivamente muito diversos: Domínios
Bacteria (células procariotas) e Eukarya (células eucariotas)

Célula procariota fotosintética


em microscopia electrónica Esquema de ultraestrutura
de transmissão de uma célula eucariota
(Prochlorococcus sp. www.sb- fotossintética. Graham e
roscoff.fr) Wilcox 2000, fig. 13.43

3
Concentração de clorofila a (mg m-3)

Clorofila a

Setembro 2013

http://oceancolor.gsfc.nasa.gov/cgi/l3
Média global da produção primária liquída (gCm−2 ano−1) estimada a partir de
dados do satélite SeaWiFS.

http://www.globalchange.umich.edu

Jason Holt et al. Phil. Trans. R. Soc. A 2009;367:939-951 Copyright © 2008 The Royal Society
Importância do fitoplâncton para a produção primária global

• Representam <1% da biomassa fotossintética do planeta


• Representam cerca de 50 % da Produção Primária líquida
annual

Produção primária liquída média por unidade de Contribuição de vários ecossistemas para a
área em diferentes ecosistemas produção primária liquída média

http://www.globalchange.umich.edu/globalchange1/current/lectures/kling/energyflow/energyflow.html
50 50
Facto 1 – O oxigénio de uma de cada duas inspirações
teve origem no oceano
Fitoplâncton e a Cronologia da história da Terra
Interação entre biologia, química e geologia

Cenozoico 0 1º Humanos
Extinção dos dinossáurios
Mesozoico
Primeiros répteis
Paleozoico Plantas Terrestres
500
Organismos multicelulares
(fósseis animais mais antigos)
1º fósseis eucariotas
Milhões de anos

1500

Pré-Câmbrico
Grande evento de oxigenação (2,2- 2,4
mil milhões de anos)
2500 Produção de oxigénio por cianobactérias
marinhas (cerca de 2,7 mil milhões de anos)

3500 1º fósseis procariotas


Facto 2 – Permitiu a evolução da vida tal
Origem da Vida?
como a conhecemos
4500 Origem da Terra

Adaptado de Graham et al., 2016, Raven et al. 2005 e Lane, 2010.


Evolução dos conceitos de cadeia trófica

a. 1960-início 70s:
i. Transferência linear de energia;

Retirado de Graham et al. 2016


Evolução dos conceitos de cadeia trófica

a. 1960-início 70s:
i. Transferência linear de energia;

b. Anos 70:
i. O fitoplâncton é consumido por vários
elos -o tamanho é importante!;
ii. A matéria orgânica dissolvida (DOM) é
um compartimento importante;
iii. As bactérias são parte da cadeia
(metabolizam cerca de 50% carbono
fixado pelo produtores primários
marinhos);

Retirado de Graham et al. 2016


Evolução dos conceitos de teia trófica marinha

a. 1960-início 70s:
i. Transferência linear de energia;

b. Anos 70:
i. O fitoplâncton é consumido por
vários elos -o tamanho é importante!;
ii. A matéria orgânica dissolvida (DOM)
é um compartimento importante;
iii. As bactérias são parte da cadeia
(metabolizam cerca de 50% carbono
fixado pelo produtores primários
marinhos);

c. Anos 80:
i. É reconhecida a existência de um
“loop” microbiano (setas a cheio);
ii. A diversidade das ligações tróficas
resulta numa teia de interligações

Retirado de Graham et al. 2016


Facto 3 – Todos (quase) os organismos marinhos dependem
do fitoplâncton

‘The Earth is a microbial planet, on which macro-organisms are recent additions — highly
interesting and extremely complex in ways that most microbes aren’t but in the final analysis
relatively unimportant in a global context.’
11
Mark Wheelis In: Forney et al 2004, Current Opinion in Microbiology 7:210-220
Sequestro do Carbono de longa duração: A Bomba Biológica

Concentração atmosférica de
CO2

Facto 4 – O fitoplâncton contribui para o equilíbrio do


planeta mitigando parteRetirado
do deaumento
Graham et al. 2016
do CO2
1. Transporte de carbono fixado na fotossíntese para os fundos marinhos – cerca de 0,1% do carbono
fixado nos oceanos
2. Deposição de esqueletos carbonatados e de moléculas orgânicas recalcitrantes formadas no “loop”
microbiano

Carbono sequestrado por milhares a milhões de anos em reservas fósseis e


rochas sedimentares
Buchan et al. 2014
Formações fósseis – Recursos Minerais e Energéticos
Diatomite

Retirado de Graham et al. 2016

Carbono sequestrado por milhares a milhões de Petróleo


Cré
anos em reservas fósseis e rochas sedimentares

Facto 5 – O estilo de vida da sociedade pós-industrial


e contemporânea assenta no fitoplâncton
Qua a diversidade do Fitoplâncton?

Diversidade específica << produtores 1os terrestres


Diversidade filogenética elevada – grupo polifilético Adaptado de Raven et al., 2005 e Fehling et al., 2007
Como se explica a fotossíntese em grupos tão diversos?
Teoria endosimbiótica

Linhagem
vermelha
domina nos
oceanos

Falkowski et al. (2004)


Bacteria – Cianobacterias unicelulares

Synechococcus – Descrita em 1979 pela 1ª


vez;
Muito abundante e ubíqua nos oceanos -
0,6 µm à 1,6 µm;.

Prochlorococcus – Descrita em 1985.


Ocorre desde 40 °N a 40 °S em toda a zona
fótica;
Possivelmente o organismo mais abundante
do planeta - 0,6-1,6 µm;
http://planktonnet.awi.de
Nota: As cianobactérias, juntamente com outras bactérias, os únicos organismos capazes de fixar o azoto
atmosférico. Assim conseguem colonizar ambientes onde outros organismos n.o sobrevivem.
Percentagem de procariotas nos oceanos relativamente ao
total de clorofila a no ano 2000

Liu H et al. PNAS 2009;106:12803-12808

17
©2009 by National Academy of Sciences
Principais grupos Eucariotas do
Fitoplâncton

Dinoflagelados

Diatomáceas

Haptófitas

Algas verdes

Outros

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As Haptófitas

Entre as Haptófitas grupo dos Cocolitóforos


Kokkos (esfera, baga) + Lithos (rocha)

• Formas planctónicas, flageladas ( normalmente 2 flagelos) de


vida livre
• Formas fotoautotróficas
•Pigmentos principais: clorofila a, clorofila c e Fucoxantina
•Presença de um prolongamento característico o haptonema
•Unicelulares
• Nanoplâncton (2-20 µm)
• Revestimento celular com placas de carbonato de cálcio - os
cocólitos
•Cocólitos potencial fossilização
19
Ciclo de vida
Calcidiscus leptoporus

Anteriormente considerada
Syracolithus quadriperforatus

Fase Heterococolito Fase Holococolito


• Diploide • Haploide
• Sem flagelos • Flagelada
• Os cocolitos são • Deposição externa de
produzidos internamente calcite
em vesículas • Presença de escamas
orgânicas

Cocosfera combinada
file:///D:/INA%20WebSite/terminology/1general.htm
Imagem de satélite de um “bloom” de Emiliania huxleyi na costa
Sul de Inglaterra

Landsat image from 24th July 1999, courtesy of Steve Groom, Plymouth Marine Laboratories.
http://www.noc.soton.ac.uk/soes/staff/tt/eh/satbloompics.html
Michaelsarsia elegans Periphyllophora mirabilis Syracosphaera nodosa

Watznaueria barnesae

Falésias brancas de Dover, UK


Percentagem de Haptófitas nos oceanos relativamente ao
total de clorofila a no ano 2000

Liu H et al. PNAS 2009;106:12803-12808

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©2009 by National Academy of Sciences
As Diatomáceas

• De vida livre e simbiontes


•Formas maioritariamente fotoautotróficas
•Pigmentos principais: clor a; clor c; Fucoxantina
•Principal característica - parede celular de silica (caixas de vidro)
•Formas unicelulares ou coloniais – grande diversidade – cerca de
40% das espécies de fitoplâncton descritas
•Sem flagelos, salvo as células reprodutoras
•Adaptações morfológicas nas células e colónias para aumentar
flutuabilidade
•A parede celular potencial fossilização

24
Adaptações vida planctónica
Exemplo ciclo de vida de uma diatomácea

http://rbg-web2.rbge.org.uk/algae/auxospores/LifeCycle_vegetative.html
Percentagem de Diatomáceas nos oceanos relativamente
ao total de clorofila a no ano 2000

Liu H et al. PNAS 2009;106:12803-12808 28


©2009 by National Academy of Sciences
Os Dinoflagelados

•De vida livre, simbiontes ou parasitas


•Formas fotoautotróficas, heterotróficas e mixotróficas (50:50)
•Tipicamente com 2 flagelos, um prependicular ao outro
•Revestimento celular característico - o amfiesma - com ou sem
deposições de celulose
•Pigmentos principais: clor a; clor c; Peridina
•Ciclo de vida com diferentes formas
•Nalgumas espécies as estruturas de resistência fossilizam

29
Formas móveis

Dino = rotação

2 Flagelos – mais comum


perpendiculares - nadam e Horas
15:06

migram na coluna de água h


19:20
h
21:35
h

Revestimento celular característico - o


amfiesma - com ou sem deposições de
celulose – natureza ORGÂNICA
Ciclos de Vida - Dinoflagelados

Gametogenesis Planozigoto
Plâncton
Fusão
deGametas

R!
Fase vegetativa (n)
R!

Hipnozigoto (2n) = quisto


MEIOSE
Bentos
Simbiontes

Coral: Simbiose entre dinoflagelado e cnidário 32


Parasitas

e.g. Amoebophrya, papel importante no término de blooms

Chambuovet et al. 2008, Science


33
Mixotrofia em dinoflagelados

http://www.alfskovgaard.dk/photos/index.htm

Park e Kim, 2010


Clepto-cloroplastos

http://www.youtube.com/watch?v=cq3SBoCHPP4
Bioluminiscência
Luciferin + O2 Oxiluciferin + Luz

Luciferase (enzima)
Proliferação de espécies nocivas
(HABs-Harmful Algal Blooms)
Espécies com produção de elevada biomassa

Proliferação de Noctiluca scintilans – 2008, Algarve

Noctiluca scintilans
Proliferação de Lingulodinium polyedrum – 2004 Algarve

Lingulodinium polyedrum

39
Espécies produtoras de toxinas
Vectores para o Homem: organismos filtradores

• As toxinas não conferem cheiro ou sabor


aos alimentos

• Não é possível detectar as toxinas sem


fazer análises-nem pescadores nem
consumidor

• As toxinas não são destruídas ao serem


cozinhadas nem durante outros
processamentos dos alimentos

• A deteção das toxinas só pode ser feita por


análises de química fina ou bioensaio
IOC-FANSA Course, Brasil 2005, J. Larsen
Sindrome de intoxicação paralisante por marisco
PSP – Paralytic Shellfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa

Gymnodinium catenatum Alexandrium minutum

Toxina principal: Sintomatologia: Dormência ou sensação de formigueiro nos lábios e


Saxitoxin (STX) extremidades, falta de ar, ataxia, paralisia respiratória e morte. Os
casos fatais de PSP tem um desenvolvimento rápido, 2-12 h. Os casos
1000 vezes mais menos severos podem começar ao fim de 12 horas e terminar 48 h
potente que o gás depois
sarin
Síndrome de intoxicação diarreica por marisco
DSP – Diarrhetic Shelfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa

Dinophysis acuta Dinophysis acuminata Dinophysis caudata

Toxina principal: Sintomatologia:


Ácido ocadaico (AO) Desarranjos gastrointestinais, náuseas, vómitos e dor
abdominal que geralmente se iniciam entre 30 min e poucas
horas após a ingestão. Os pacientes acabam por recuperar
dentro de três dias e não há registo de casos fatais.
Síndrome de intoxicação amnesica por marisco
ASP – Amnesic Shelfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa

Pseudo-nitzschia multiseries Pseudo-nitzschia australis

Sintomatologia:
Toxina principal:
Problemas gastrointestinais, vertigens,
Ácido domoico (AD)
desorientação, perda da memória recente,
coma e morte.

Provoca lesões cerebrais primordialmente ao


nível do hipocampo que desempenha funções
relevantes no processamento da memória
44
26 de Fevereiro 2014
Chile's stunning fossil whale graveyard explained

Diatomácea ou dinoflagelados?
http://www.bbc.com/news/science-environment-26343894
Vectores para o Homem: Peixes
Síndrome Ciguatera

Gambierdiscus spp. Sintomatologia:


vómitos, diarreia, nauseas ,formigueiro e
Toxina principal: comichão, hipotensão e bradicardia.
Ciguatoxina e Maitotoxina Os sintomas podem surgir, nos casos mais
severos, logo após 30 min depois da
Origem toxicidade: ingestão de peixe contaminado. Os
Dinoflagelados do género sintomas poderão manter-se por vários dias
Gambierdiscus e podem até tornar-se crónicos.
Pode causar a morte.
47
DNOTICIAS.pt - Serviço de documentação e impressão
Mar
Peixe 'envenenado' obriga à interdição das Selvagens PESCADORES VÃO PARAR AO HOSPITAL POR CAUSA DE ALGA
TÓXICA.
Data: 18-07-2008
O caso foi abafado durante 15 dias. E o DIÁRIO quando confrontou as entidades com a informação que tinha
obtido,esta foi negada com veemência. Ontem, uma reunião na Capitania do Porto do Funchal, que juntou
representantes da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, Direcção de Pesca, Parque Natural e
Direcção Regional de Saúde Pública tornou evidente o que o DIÁRIO já sabia.Faz hoje quinze dias que a tripulação do
'Pepe Cumbera' teve de regressar à pressa da faina que fazia nas Selvagens pois a bordo os homens estavam doentes.
Vómitos, diarreias, um suor frio nas mãos deixaram 11 dos 16 pescadores muito debilitados. Atendidos nas Urgências, os
homens foram mandados para casa depois de levarem uma injecção, com a recomendação que procurassem o médico de
família. Entregues à sua sorte, houve quem.....
http://www.dnoticias.pt/Imprimir.aspx?File_Id=dn04010711180708
Dermatites de contato e afeções respiratórias

Ostreopsis sp
Dermatites de contacto – Blooms de Ostreopsis no Mediterrâneo

Aerosol marinho – Blooms de Ostreopsis no Mediterrâneo, e blooms de Karenia


na Florida, USA
Considerações finais

• O fitoplâncton tem uma elevada diversidade


evolutiva e funcional
• Desempenha um papel fundamental no
funcionamento dos ecossistemas marinhos
• Desempenha um papel fundamental na
regulação dos ciclos biogeoquímicos da Terra
• Tem interesse em muitas áreas da Biologia
nomeadamente na compreensão dos
processos evolutivos
Referências
• Buchan, Alison, Gary R LeCleir, Christopher A Gulvik, and José M González. 2014. “Master Recyclers:
Features and Functions of Bacteria Associated with Phytoplankton Blooms.” Nature Publishing Group 12.
doi:10.1038/nrmicro3326..
• Falkowski, P.G., Katz, M.E., Knoll, A.H., Quigg, A., Raven, J.A., Schofield, O., Taylor, F.J.R. (2004). The
evolution of modern eukaryotic phytoplankton. Science 305(5682): 354-360.
• Fehling, J., D. Stoecker, S. L. Baldauf (2007). Photosynthesis and the eukaryotic tree of life. In: Evolution of
Primary Producers in the Sea, Falkowski, P. G.& Knoll, A.H. , Elsevier.
• Forney et al 2004, Current Opinion in Microbiology 7:210-220
• Graham, Linda E., James M. Graham, Lee W. Wilcox, Martha E. Cook.(2016). Algae. www. Ljlmpress.com
• Lane, Nick (2010). Life’s a gas. NewScientist, 6 Fevereiro: 36-39.
• Liu H et al. PNAS 2009;106:12803-12808
• Park, Myung Gil, and Miran Kim. 2010. “Prey Specificity and Feeding of the Thecate Mixotrophic
Dinoflagellate Fragilidium Duplocampanaeforme.” Journal of Phycology 46 (3): 424–32.
doi:10.1111/j.1529-8817.2010.00824.x.
• Raven P.H., Evert R.F. e Eichhorn S.E. (2005). Biology of Plants. W.H. Freeman and Co., New York. 686 pp.
• Simon, N., A.-L. Cras, E. Foulon, R. Lemée (2009). Diversity and evolution of marine phytoplankton. C.R.
Biologies 332: 159-170.
• Soler-Onis, E, J. Fernandez-Zabala, A. Ojeda-Rodríguez & A. Amorim. 2016. Bloom of Gambierdiscus
caribaeus in the temperate-subtropical waters of El Hierro, Canary Islands (North East Atlantic). Harmful
Algae News 55: 14-17. http://www.e-pages.dk/ku/1259/

53
Sítios na Internet com interesse

http://www.alfskovgaard.dk/photos/index.htm (Mixotrofia)
http://fitopasion.blogspot.pt/ (Fitoplâncton geral)
http://protozoa.uga.edu/portal/images/movies/Tillmann/F_subglob
osum.mpg (Videos)
http://www.youtube.com/watch?v=yGcPqi8VuFo (Dinophysis tripos
a comer Myrionecta, IEO)
http://www.youtube.com/watch?v=cq3SBoCHPP4 (Dinophysis e
Myrionecta, Park)
http://siobiolum.ucsd.edu/dino_bl.html (Bioluminiscência)
https://www.youtube.com/watch?v=23mrtGCkAH8

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