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Não poucas vezes Jesus saiu por iniciativa própria ao encontro da dor e da
doença. Quando vê o paralítico da piscina, que carregava a sua doença havia
trinta e oito anos, pergunta-lhe espontaneamente: Queres ficar são?5 Noutra
ocasião, oferece-se para ir à casa em que se encontrava adoentado o servo do
centurião6. Não foge das doenças tidas por contagiosas e mais desagradáveis:
aproximou-se do leproso de Cafarnaum, a quem podia ter curado à distância,
e tocando- o, curou- o7. E, como lemos no Evangelho da Missa de hoje 8,
quando envia os Apóstolos pela primeira vez com a missão de anunciarem a
chegada do Reino, dá-lhes ao mesmo tempo o poder de curar doenças.
A nossa Mãe a Igreja ensina que visitar o doente é visitar Cristo9, servir a
quem sofre é servir o próprio Cristo nos membros enfermos do seu Corpo
Místico. Que alegria podermos ouvir um dia dos lábios do Senhor: Vinde,
benditos de meu Pai, porque estive enfermo e me visitastes...! Ajudastes-me a
enfrentar aquela doença, o cansaço, a solidão, o desamparo...
Por isso, quando visitamos um doente, não estamos como que cumprindo
um dever de cortesia, antes fazemos nossa a sua dor, intimamente
identificados com ela, e por isso surge espontaneamente em nós o desejo de
acompanhar essa pessoa como gostaríamos de ser acompanhados se
fôssemos nós que estivéssemos no seu lugar. Sentimos gosto em prestar-lhe
pequenos serviços, em distraí-la com uma conversa amena e divertida, em
fazê-la falar de assuntos que lhe agradam, em ajudá-la a rezar e a ver a mão
de Deus por trás de tudo o que lhe acontece. Procuramos actuar como Cristo o
faria, porque é em seu nome que prestamos essas pequenas ajudas, e nos
comportamos ao mesmo tempo como se estivéssemos visitando Cristo doente,
que necessita do nosso auxílio e dos nossos desvelos.
“Se amas o Senhor, não haverá criatura que não encontre lugar no teu
coração”20.
Na Liturgia das Horas, lê-se hoje uma súplica ao Senhor que bem podemos
fazer nossa ao terminarmos estes minutos de meditação: Fazei com que
saibamos descobrir- Vos em todos os nossos irmãos, sobretudo nos que
sofrem e nos pobres22. Muito perto dos que sofrem, encontraremos sempre
Maria, Saúde dos enfermos, Consoladora dos aflitos. Ela prepara o nosso
coração para que nunca passemos ao largo de um amigo doente, de quem
padece alguma necessidade da alma ou do corpo.
(1) Paulo VI, Alocução, 24.05.74; (2) ibid.; (3) Act 10, 38; (4) João Paulo II, Carta
Apostólica Salvifici doloris, 11.02.84, 16; (5) Jo 5, 6; (6) cfr. Mt 8, 7; (7) Mt 8, 3; (8) Lc 9, 1-6; (9)
cfr. Mt 25, 36-44 e segs.; (10) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 419; (11) Santo
Agostinho, A cidade de Deus, 9, 5; (12) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 29; (13)
At 20, 35; (14) Santo Agostinho, em Catena Aurea, vol. VI; (15) cfr. 1 Pe 4, 8; (16) Santo
Agostinho, em Catena Aurea; (17) Santo Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João,
17, 8; (18) 1 Jo 3, 14; (19) cfr. São Tomás de Aquino, Suma teológica, I-II, q. 114, a. 4; (20)
São Josemaría Escrivá, Via Sacra, VIIIª est., n. 5; (21) José Orlandis, Las ocho bien-
aventuranzas, EUNSA, Pamplona, 1982, pág. 105; (22) Liturgia das Horas, Preces de Laudes.