Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
A clínica do AT na escola.
A rigor, desde o referencial teórico psicanalítico, nenhuma clínica está
pronta para ser exercida por meio de uma simples aplicação de método. Da
mesma forma, a clínica do AT no campo escolar tampouco está dada de
saída, ela precisa ser constituída. Em psicanálise, o diagnóstico estrutural do
sujeito não é feito fora de um laço transferencial, e não se pauta, portanto,
sobre observações objetivas de fenômenos comportamentais. Por esse
motivo, é necessário inicialmente acolher a demanda escolar para então se
situar em relação ao sujeito que será acompanhado. Não sendo possível ao
acompanhante que se oriente pelo discurso da psicanálise pensar
aprioristicamente em um projeto terapêutico de acompanhamento que não
inclua o sujeito e sua demanda, o que seria o mesmo que toma-lo como
objeto de outro discurso que não o dele.
O campo do AT na escola configura-se como uma prática da psicanálise em
extensão e, enquanto tal, é um campo muito mais complexo do que o de uma
psicanálise em intensão, já queimplica o manejo de muitas demandas que
lhe são endereçadas pelos diversos envolvidos nessa trama: os pais da
criança, os profissionais da equipe de reabilitação que tratam do corpo dessa
criança; os professores, coordenadores, diretores, faxineiros, porteiros,
seguranças da escola em que estuda essa criança; e até mesmo seus pares,
colegas de classe.Além disso, o ‘setting’ onde acontecem os encontros entre o
AT e a criança é repleto de muitos outros e é permeado por regras de conduta
e ideais de adaptação e de desenvolvimento que atravessam qualquer ação
que ali se insinue ou se realize.
É um campo em que o custo é em parte dos pais, pois além de em geral
pagarem o valor cobrado pelo trabalho, precisam se implicar subjetivamente
também para que o tratamento siga adiante; em parte da criança que
precisará a seu modo topar contar com a presença do AT no espaço escolar e,
com ela, se virar a seu modo; mas principalmenteda escola, pois se estiver
comprometida com o a proposta da Educação Inclusiva, terá de se
responsabilizar pela produção de um saber que resulte na criação e
sustentação de ofertas de laço social ao sujeito em questão, contribuindo
para uma educação inclusiva, em distinção à educação especial ou
integrativa[2]. Nesse ponto, vale recorrer ao matema do discurso da
histérica, em que o sujeito barrado ocupa o lugar de agente, à esquerda sobre
a barra e dirige-se ao S1no lugar do outro, fazendo o mestre desejar e
produzir saber.
Vuelvo a Lacan, para quién ya “Freud no los puso, los leyó. Vio que el
enfermo tiene necesidad de crearse un deseo insatisfecho,” (seminario 5, p.
383), si Freud se plantea tantas preguntas respecto al entramado del sueño,
Lacan nos enseña que es porque hay allí siempre una falta que opera para
que algo se estructure. Se podría decir, la inconsistencia del Otro a la que la
demanda siempre apunta, queriendo hacerla presente o ausente, tal vez a
esto se deba el intento de Lacan por explicar la demanda dentro del móvil de
Calder, donde “En esta dialéctica, planteamos el deseo como lo que, en el
pequeño móvil, se encuentra más allá de la demanda. ¿Por qué es preciso un
más allá de la demanda? Es preciso un más allá de la demanda porque la
demanda, por sus necesidades articulatorias, desvía, cambia, traspone la
necesidad. Así, existe la posibilidad de un residuo” (seminario 5, p. 389),
apuntar a ese residuo es apuntar al objeto causa de deseo, a las maneras en
que allí se satisface la demanda, que en sintonía con la postura ética del
acompañamiento terapéutico se ejemplifica con la capacidad de lectura que
el AT tiene de las articulaciones del paciente con el Otro: su familia, las
instituciones, la calle, la vida cotidiana o lo que suele llamarse el tesoro de los
significantes.
No quisiera concluir sin mencionar lo que el AT pone en juego en el
tratamiento. Aquel al que hoy se le llama acompañante terapéutico, en un
tiempo fue designado como “amigo calificado”(Gustavo Rivarola y
otros;2002) dado que en un primer encuentro lo que sucedía con el paciente
era un lazo amistoso, pero como toda amistad los pedidos, las pasiones y las
dificultades de este lazo estaban a la orden del día, requiriendo reformular y
elaborar esa entrada inicial del AT en un caso determinado, la dinámica de la
amistad pone nuevamente en juego el asunto de la demanda, tanto del
paciente como del AT: ser amigos. Si bien la trasferencia producida por el
encuadre del acompañamientoterapéutico lo favorece, cuando el AT
comandado por un furor sanandi busca a toda costa algo en el paciente por
esta vía, una nueva reacción terapéutica negativa se instaura, lo que nos
arroja a nuevas preguntas: ¿Demanda un AT algo particular del paciente ? Y
¿Qué hace el AT con su demanda y deseo de curar?