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Clipping do Dia 19/02/2018

█ Brasil ................................................................................................................................ 2

Intervenção é paliativo com efeito político publicitário, diz sociólogo ........................ 2

O que se sabe sobre a intervenção federal no RJ e quem é quem no comando


militar .................................................................................................................................... 5

█ América Latina e Caribe ............................................................................................... 7

Campanha começa no México em meio a violência recorde ...................................... 7

█ União Europeia .............................................................................................................. 8

Britânicos insistem em novo plebiscito ........................................................................... 8

█ Oriente Médio ............................................................................................................... 10

Tensão aumenta em Gaza com intensos bombardeios após ataque contra


soldados ............................................................................................................................. 10

█ China ............................................................................................................................. 12

Como a China se tornou uma potência militar global ................................................. 12

█ Línguas Estrangeiras .................................................................................................. 15

Russia Isn’t the Only One Meddling in Elections. We Do It, Too. ............................. 15

Brésil : un ministère extraordinaire de la sécurité publique créé .............................. 19

Viaje a las cunetas del franquismo ................................................................................ 20


█ Brasil
Intervenção é paliativo com efeito político
publicitário, diz sociólogo
por: Folha de S.Paulo - leia na íntegra

São Paulo
A intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro é uma aposta
alta do presidente Michel Temer (MDB) em um modelo que traz mais efeitos
políticos que soluções para a violência urbana fluminense.
É o que aponta o sociólogo Michel Misse, 66, coordenador do Núcleo de
Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
“Num momento de crise e de incapacidade das polícias de dar uma resposta
razoável para o medo da população, chamar as Forças Armadas é uma forma
politicamente eficiente de produzir, no curto prazo, uma sensação de
segurança na cidade”, avalia. “Mas, se o critério for o aumento da violência,
tem que intervir no Ceará e em tantos outros Estados com índices mais altos
que os do Rio.”
Para Misse, o emprego das Forças Armadas é velho conhecido do Rio, não
tem substância em termos de política pública nem resolve problemas que são
estruturais. “A militarização da segurança vai no sentido contrário da
modernização desejada para o sistema de Justiça Criminal, que compreende
polícias, Ministério Público, Judiciário e sistema penitenciário”, diz.
Folha - A proposta de intervenção federal na segurança pública é inédita. Quais
seus efeitos práticos e políticos?
Michel Misse - Intervenções anteriores das Forças Armadas foram solicitadas
pelo governador. O caso atual é diferente porque, na prática, [o governador
Luiz Fernando] Pezão (MDB) dividirá o poder com um general do Exército e
ficará submetido a decisões que não dependerão mais dele. Temer está
apostando alto para viabilizar sua candidatura, até aqui considerada inviável
pelas pesquisas. Por que o Rio e não outros Estados onde a violência é maior?
Se o critério adotado foi o aumento da violência, então tem de intervir no
Ceará. É falacioso o argumento de que o crime se espalhou pelo país a partir
do Rio. As dezenas de facções que existem pelo país não vieram do Rio, mas
do sistema penitenciário. Se fosse para falar em metástase do crime, o
adequado seria falar do sistema penitenciário brasileiro. A impressão é de que
se trata de uma forma de passar a ideia de que o governo está resolvendo o
problema.
A proposta responde ao aumento da violência local ou à crise fiscal no Estado?
Um pouco de cada coisa. Houve um grande investimento em segurança
pública durante os dois governos de Sérgio Cabral [MDB] e no início do
governo [Luiz Fernando] Pezão que resultaram em indicadores positivos,
principalmente nas áreas com UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora], onde
houve queda acentuada da taxa de homicídios e nos chamados autos de
resistência [mortes em decorrência de ação policial]. A curva desses índices se
reverteu com o agravamento da crise fiscal. Então existe uma correlação direta
entre investimento e taxas de homicídio.
Como as Forças Armadas podem ajudar nisso?
O [ministro da Defesa] Raul Jungmann tem insistido que a polícia do Rio está
muito corrompida, o que acredito ser esta uma das razões da intervenção
porque a própria polícia não pode dar solução para isso. Então, o argumento é
que talvez uma intervenção federal possa fazer isso. Mas não creio que o
Exército possa resolver um problema dessa magnitude. Para intervir na
corrupção policial, tem de investigar e produzir provas que levem à demissão e
à prisão dos maus policiais.
O Estado do Rio de Janeiro já afastou 400 oficiais da PM em governos
anteriores, mas todos voltaram à corporação por decisão judicial baseada na
falta de provas contra eles. Além disso, as Forças Armadas não foram
preparados para a atividade policial.
Em missões internacionais, soldados estão autorizados a atirar num sujeito
armado. Como manter o respeito a direitos fundamentais e ao devido processo
legal em operações nacionais?
Esse é outro problema. Porque a Polícia Militar já não usa a força de maneira
adequada. As estratégias de segurança têm de levar em consideração que
existe uma interação entre o controle social e os criminosos. Se você exerce a
força de forma arbitrária, os criminosos vão responder da mesma maneira. E aí
terá um aumento do número de policiais mortos e assim por diante.
O que se pode esperar, então, dessa intervenção?
Vivemos intervenções no Rio em 1992, depois em 1994, além de sucessivas
operações. Portanto, não existe novidade. O efeito é sempre o mesmo:
primeiro há um apaziguamento, depois a intervenção começa a se banalizar e,
finalmente, ela acaba e tudo volta ao que era antes. Pode-se entender a
intervenção como um paliativo com efeito político publicitário. Não tem
substância de política pública.
Quais os riscos envolvidos?
O Exército não tem competência para esta atividade de policiamento ostensivo
ou de operações de ocupação, e isso expõe soldados ao mesmo padrão de
propina a que foram expostas as polícias. Isso é um perigo. Uma coisa é um
caso como o da ocupação do Complexo do Alemão, em 2010, que foi pontual.
Outra coisa é ficar meses com ocupação militar em todo Rio de Janeiro.
A Força Nacional de Segurança Pública não seria mais adequada para a
intervenção?
A Força Nacional é formada por policiais militares trazidos de vários Estados e
funciona como uma espécie de polícia militar nacional. Ela tem como função
auxiliar as polícias locais ou desbaratar a corrupção nessas polícias. Mas seu
volume é pequeno. Ela não tem expressão numérica capaz de atender às
demandas dos vários Estados. No caso do Rio de Janeiro, ela foi chamada
para várias operações junto com as Forças Armadas. São paliativos, que não
solucionam os problemas a médio e longo prazo.
Como a violência no Estado voltou a subir?
Em quase todos os casos de mortes de civis, havia um confronto entre policiais
e bandidos e balas perdidas. Tem um dado curioso: se não há intervenção
policial, não há o mesmo volume de mortes.
As UPPs diminuíram esses índices porque os policiais ficavam no local, e as
operações e invasões desses territórios pararam. Quando a UPP entrou em
debacle, voltaram as operações policiais no mesmo padrão anterior e, com
elas, as mortes de policiais e de civis, não importa se bandidos ou não, o que
inclui a morte de crianças por balas perdidas. O atraso dos salários do policiais,
a crise política do país e a crise econômica também ajudaram a diminuir a
confiança nas políticas. O efeito disso é que os criminosos se sentem mais à
vontade para agir e mostrar seu poder de força, o que gera novas operações.
Qual é a dinâmica entre policiais e traficantes?
Os traficantes varejistas se instalaram em comunidades carentes, onde
controlam pontos de vendas com armas para evitar sua tomada por facções
rivais. Vários estudos já demonstraram que a relação do tráfico com a polícia é,
em geral, de propina. Algo que eu chamo de mercadoria política e que surgiu
na repressão ao jogo do bicho. O que o policial oferece ao traficante é proteção
e informação sobre operações na sua área. E, quanto mais repressão, maior o
preço da mercadoria política [da propina].
Essas operações são eficientes para reduzir a criminalidade?
Não. Todos os especialistas têm insistido nisso. As operações têm de ser
realizadas após um trabalho de inteligência e investigação para que tenham um
objetivo muito claro e sejam pontuais e cirúrgicas. Não é o que acontece. Em
um dos casos, por exemplo, policiais fizeram uma operação de vingança de um
suposto sequestro de outros policiais pelos traficantes. Depois, verificou-se que
esse sequestro não havia ocorrido. Então, a situação é de uma polícia sem
controle.
Como solucionar o problema?
Não é preciso criar um ministério, mas modernizar todas as instituições ligadas
a essa área, que seguem as mesmas de antes da redemocratização. A política
militar, por exemplo, era aquartelada, chamada como força auxiliar em
circunstâncias específica. Ela virou uma força de policiamento ostensivo
durante o regime militar. E isso criou uma primeira situação esquizofrênica que
são duas polícias que não têm autoridade uma sobre a outra.
A polícia civil investiga, a militar faz policiamento ostensivo. Elas tem de ser
integradas, se não institucionalmente, ao menos operacionalmente. E o
Ministério Público tem de estar vinculado ao trabalho policial para melhorarmos
as investigações. Quando você não tem capacidade de investigar crimes e
levar criminosos a julgamento, a força e a lógica da guerra se instauram como
forma de combate ao crime. É um ciclo vicioso.
O que se sabe sobre a intervenção federal no RJ
e quem é quem no comando militar
por: EL PAÍS - leia na íntegra

Em uma decisão inédita na nova democracia, o presidente


Michel Temer decidiu decretar intervenção federal na
segurança do Estado do Rio de Janeiro, assolado por grave
crise. Com o decreto, assinado nesta sexta e já em vigor, ainda
que tenha que passar pela sanção do Congresso, sai de cena
no comando das forças segurança o governador do Estado,
Luiz Pezão (PMDB), e entra o general Walter Souza Braga
Netto. O texto dá plenos poderes para o general, que terá
controle de todo o setor de segurança fluminense, incluindo as
polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, o setor
carcerário. Ainda há muitos pontos obscuros, mas aqui vão
perguntas e respostas sobre o que se sabe a intervenção
federal e seus efeitos práticos e políticos.
Como vai funcionar?
Ainda não está claro como a operação vai funcionar em sua integralidade. Na
prática, o que se sabe é que muda o comando das forças de segurança. É o
general Braga Netto quem comandará a PM, a Polícia Civil e os Bombeiros e
ainda a estrutura penitenciária do Estado — central na dinâmica das facções
criminosas —, e não o governador Pezão ou o secretário de Segurança,
Roberto Sá, que inclusive colocou o cargo à disposição. Braga Netto pode
trocar o comando dessas forças, se quiser, ou mesmo implementar mudanças
internas ou remoções. Para os especialistas, um dos problemas é justamente a
infiltração de criminosos nas polícias, ainda que o próprio Exército não esteja
livre de episódios de envolvimento com o narcotráfico. Na entrevista à
imprensa, o general foi vago a respeito dos planos e disse que ainda iria
começar o "planejamento", mas prometeu que o principal efeito deve ser a
maior coordenação entre as forças de segurança já em atuação.
Qual é o histórico do interventor e a quem ele responde?
Braga Netto, mineiro de Belo Horizonte, é o principal nome do Comando Militar
do Leste. Por causa disso, o general controla atividades administrativas e
logísticas do Exército Brasileiro em três Estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais
e Espírito Santo. Na função, ele responde por cerca de 50.000 militares, ou um
quarto do contingente terrestre brasileiro. O general foi um dos responsáveis
pelo plano de segurança para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016. O
interventor do Rio não responderá a Pezão ou mesmo ao Comandante do
Exército Brasileiro, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas - o general, doente,
deve deixar o cargo em março. Pelo decreto assinado, Braga Netto responderá
diretamente a Temer. Presume-se que quem terá influência sobre o presidente
na questão é o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI, órgão
recriado por Temer), o general Sérgio Etchegoyen.
Há divergências dentro das Forças Armadas sobre atuação na segurança
pública?
O comandante-geral do Exército, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas,
criticou em dezembro passado o uso "constante" da tropa em "intervenções"
nos Estados. Ele se disse "preocupado" com o emprego do Exército nas ações
respaldadas pela lei de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). "A segurança
pública precisa ser tratada pelos Estados com prioridade “Zero”. Os números
da violência corroboram as minhas palavras", afirmou o militar em sua conta no
Twitter.
Já o general Sergio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional
de Michel Temer e um dos principais assessores do presidente na área de
segurança pública, é um defensor das ações de GLO. “Somos treinados em
cima de princípios, de conceitos, com alguns fundamentos, com muita
flexibilidade pra dar agilidade mental pra poder resolver o problema. Então, se
der pro militar um problema de segurança pública, ele vai se adaptar e vai
fazer”, afirmou ele a diplomatas, de acordo com o Intercept. Em 2014,
Etchegoyen foi o único militar da ativa a criticar a Comissão Nacional da
Verdade, que investigou os crimes da ditadura militar e apontou um parente
dele como ligado à tortura. Para ele, o relatório da comissão foi "leviano".
Se cometeram homicídio durante o trabalho, os militares respondem em que
tipo de Justiça?
Um projeto de lei aprovado no final do ano passado pelo Congresso Nacional e
sancionado pelo Governo Temer prevê que crimes cometidos por militares
durante operações especiais em território nacional sejam julgados não mais em
um tribunal civil, mas sim em um tribunal militar. Isso significa que eventuais
abusos contra os direitos humanos serão apurados e julgados pelos próprios
militares, enfraquecendo o controle civil sob as Forças Armadas. Entidades
batizaram o projeto de "licença para matar", enquanto que especialistas falam
que a aprovação de projeto demonstra, hoje, que a intervenção federal já vinha
sido cogitada há mais tempo.
█ América Latina e Caribe
Campanha começa no México em meio a
violência recorde
por: Estadão - leia na íntegra

CIDADE DO MÉXICO - A campanha presidencial mexicana


começou oficialmente ontem, quando os três principais nomes
oficializaram suas candidaturas. De agora até a votação, no dia
1.º de julho, a campanha deve girar em torno de um tema
onipresente no México: a violência. Segundo o governo, 29.168
pessoas foram assassinadas em 2017, um recorde. Os
primeiros sinais de que a questão deve dominar o debate foram
vistos no fim de semana.
+ Favorito, esquerdista modera discurso para chegar à presidência do México
Enrique Ochoa, presidente do Partido Revolucionário Institucional (PRI), do
atual presidente Enrique Peña Nieto, disse que a culpa pelo aumento da
explosão de violência é do candidato de esquerda Andrés Manuel López
Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, do Movimento da Regeneração
Nacional (Morena). “A violência aumentou porque AMLO (iniciais de Obrador)
propôs uma anistia para narcotraficantes e criminosos”, disse Ochoa.
Os índices de violência no México começaram a crescer logo após a guerra
aos cartéis declarada pelo então presidente Felipe Calderón, no seu primeiro
ano de mandato, em 2006. O auge ocorreu em 2011, ano que registrou 27.213
assassinatos. As cifras caíram nos primeiros anos de Peña Nieto, mas voltaram
a crescer.
O maior problema doméstico do próximo presidente mexicano será encontrar
uma maneira eficaz de conter a expansão do narcotráfico. Nos últimos dez
anos, a repressão às grandes organizações criminosas, como os cartéis de
Sinaloa e Los Zetas, tem provocado a pulverização do poder em novos grupos
menores, como o Jalisco Nueva Generación.
+ López Obrador usa relação com EUA para reforçar nacionalismo
Assim como em outras partes do mundo, o eleitor mexicano também tem
demonstrado cansaço com os políticos tradicionais. Evidência desta situação é
a impopularidade de Peña Nieto, alvo de numerosas denúncias de corrupção.
“As pessoas estão desesperadas por mudança no México e estão dispostas a
provar qualquer coisa que seja diferente”, disse Duncan Wood, diretor do
Mexico Institute, do Wilson Center, em Washington.
O favorito nas pesquisas é López Obrador, de 64 anos. Ele lidera com cerca de
30% das intenções de voto. Esta será sua terceira candidatura seguida. Pela
primeira vez, porém, ele moderou seu estilo combativo em busca de mais
eleitores.
Logo atrás vem Ricardo Anaya, ex-deputado de 38 anos, militante do
conservador Partido Ação Nacional (PAN), um jovem que promete combater a
corrupção ligada ao PRI. Anaya disputará a presidência em aliança inusitada
com o esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD).
O terceiro nome é José Meade, ex-ministro de 48 anos, do PRI, que carrega
nas costas os seis anos de mandato de Peña Nieto e tenta se livrar deste
passivo apresentando-se como um candidato “cidadão e independente”. Anaya
e Meade têm cerca de 20% das intenções de voto.
+ Escândalos e guinada à direita marcam eleições na América Latina em 2018
No México, não há segundo turno e é comum um presidente ser eleito com
menos de 40% dos votos. Por isso, Anaya e Meade tentam construir uma
candidatura anti-Obrador. O objetivo é explorar a rejeição histórica ao
candidato esquerdista. “Vamos ver se López Obrador consegue manter essa
liderança e se as alianças que ele criou vão render ou tirar votos”, afirma o
analista Fernando Dworak.
Além da violência crescente, o próximo presidente mexicano terá também o
desafio de lidar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que
ataca o México constantemente e ameaça o Tratado de Livre Comércio para a
América do Norte (Nafta). De acordo com analistas, quem souber explorar a
antipatia que os mexicanos têm por Trump poderá ganhar terreno na disputa. /
REUTERS e AFP
█ União Europeia
Britânicos insistem em novo plebiscito
por: Estadão - leia na íntegra
PARIS - Nos próximos 14 meses, negociadores britânicos e
europeus terão de fechar um acordo sobre o divórcio entre
Londres e Bruxelas. De olho nas pesquisas, o diretor da
associação Open Britain, que atua contra o Brexit, espera
convencer a opinião pública a realizar um novo plebiscito que
impeça a ruptura.
+ Governo de May tenta minimizar efeitos de relatório sobre Brexit
Thomas Cole é coordenador de uma das nove entidades britânicas, entre
grupos políticos suprapartidários, associações e ONGs, que uniram forças no
Grupo de Coordenação de Base (GCG, na sigla em inglês), para conscientizar
os britânicos sobre os riscos econômicos do Brexit. “Os resultados foram
conhecidos 20 meses atrás. Se o Brexit ocorrer como programado, estamos
chegando à reta final. É importante levar a mensagem sobre o que isso
significa para os britânicos”, disse ao Estado.
Faltando pouco para o fim das negociações, cresce no Reino Unido a
mobilização desses grupos para um novo plebiscito sobre o Brexit. O GCG é
liderado por entidades que, juntas, dizem representar 500 mil britânicos. A
mobilização pretende impedir que a ala radical do Partido Conservador, que
tem muita influência com a primeira-ministra britânica, Theresa May, leve o
país a um “hard Brexit”, uma separação nos termos mais duros possíveis.
Na pior das hipóteses, eles defendem um “soft Brexit”, ou seja, a mínima
separação possível. O cenário ideal, no entanto, seria o Parlamento convocar
um novo plebiscito para decidir se a saída da União Europeia deve ser
confirmada.
Cole vê com entusiasmo as recentes pesquisas que indicam um apoio de até
60% por um segundo plebiscito, mas reconhece que os britânicos continuam
divididos - as mesmas pesquisas confirmam a tendência de polarização
registrada em junho de 2016, quando o Brexit venceu por 52% a 48%. “Acho
que, nas próximas semanas, a ideia de uma segunda votação sobre o acordo
ganhará terreno, mas não temos como antecipar se alguma coisa vai
acontecer. Estamos vivendo em um tempo de muita incerteza”, afirma Cole.
O grupo de parlamentares pró-Europa é liderado pelo deputado trabalhista
Chuka Umunna, uma das novas estrelas do partido. “Se o povo começou o
processo, ele deve decidir como vai acabar. E se, sim ou não, nós realmente
partiremos”, disse Umunna, em entrevista à France-Presse.
A estratégia de lutar contra o Brexit não é consensual entre os grupos que
debatem o futuro do país. Simon Usherwood, vice-diretor do UK in a Changing
Europe, centro de estudo da universidade King’s College London, acredita que
os grupos envolvidos no GCG não têm, necessariamente, objetivos comuns.
Sua grande força, segundo ele, é a frustração com o resultado da votação de
2016.
+ Reino Unido prevê para março acordo sobre implementação do Brexit
“Esses grupos não foram muito coordenados em seus objetivos até aqui. Há
pessoas mais dedicadas a parar o Brexit no Parlamento. Outras, pedem uma
nova consulta, mas apenas após o acordo com a Europa. E há ainda pessoas
que não querem parar o processo, mas tentam obter uma relação mais próxima
com a UE”, explica Usherwood. “Não temos uma recomendação a dar aos
britânicos. Não somos um grupo de campanha, mas sim um grupo voltado a
fornecer evidências para que eles tomem uma decisão.”
A organização da sociedade civil para lutar contra o Brexit também tem
inspirado militantes a criar novos partidos. Um deles, o Renew, inspirado no
francês En Marche, iniciativa bem-sucedida do presidente Emmanuel Macron,
pretende capturar a fatia do eleitorado inconformada com a saída da UE.
Uma das ambições do movimento é reunir líderes políticos insatisfeitos entre os
partidos Conservador e Trabalhista - como seria o caso de Umunna. No
entanto, para Usherwood, é “improvável” que o GCG se transforme em um rival
direto das legendas tradicionais. Além disso, segundo ele, o grupo acabaria
sendo uma espécie de anti-Ukip, o partido de extrema direita criado com o
único objetivo de obter a ruptura com a UE que praticamente acabou após o
Brexit.
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█ Oriente Médio
Tensão aumenta em Gaza com intensos
bombardeios após ataque contra soldados
por: EL PAÍS - leia na íntegra

A Faixa de Gaza viveu, nas últimas horas, uma escalada de


violência quase sem precedentes desde a guerra de 2014. Dois
adolescentes palestinos morreram numa onda de ataques
israelenses desencadeada após o atentado a bomba que
deixou quatro soldados feridos no sábado, um deles em estado
gravíssimo, na fronteira do enclave. Outros dois palestinos
ficaram feridos na operação militar de represália contra 18
alvos das milícias do Hamas e da Jihad Islâmica. Um foguete
lançado de Gaza atingiu uma casa do distrito limítrofe
israelense de Sderot, sem causar danos pessoais.
O Exército de Israel qualificou de “ação muito grave” o atentado de sábado,
registrado na fronteira da zona de Jan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Após
responderem inicialmente com disparos de um carro de combate, que
destruíram um posto de observação da Jihad Islâmica, os militares lançaram
duas ondas de bombardeios aéreos na noite de sábado contra instalações
militares de Jan Yunis e Deir al-Balah (centro) das brigadas Ezzedine al-
Qassam, braço armado do movimento islamista que controla o enclave costeiro
desde 2007, e contra um túnel de ataque no limite do território israelense em
Zeitoun, no sul da Cidade de Gaza.
Os dois mortos na operação foram identificados pelo Ministério da Saúde
palestino como Salam Sabah e Abdullah Abu Sheikha, ambos de 17 anos.
Perderam a vida devido aos disparos de tanques israelenses quando se
aproximavam da fronteira oriental de Rafah, no sul de Gaza. O Exército
informou à Agência France Presse que abriu fogo “de advertência” contra um
grupo que se aproximou “de maneira suspeita” à cerca de separação.
Os bombardeios israelenses, que estão entre os de maior intensidade dos
últimos três anos, foram ordenados em retaliação a um atentado incomum que
deixou quatro militares feridos. Soldados de uma unidade do Batalhão de
Engenheiros, presumivelmente especialistas em explosivos, e da Brigada de
Infantaria Golani haviam se aproximado de uma bandeira palestina que tinha
sido colocada na fronteira na noite anterior. Quando a inspecionavam, um
artefato explodiu. O Exército investiga se os militares agiram de acordo com o
procedimento de retirada de objetos suspeitos. Israel atribuiu o atentado ao
Comitê de Resistência Popular de Gaza, organização radical surgida durante a
Segunda Intifada (2000-2005) e que engloba diversos grupos armados de
Gaza. As represálias costumam ser contra o Hamas, já que esse grupo exerce
o controle sobre o território. Fontes dos serviços de inteligência egípcios
informaram que nem o Hamas nem a Jihad Islâmica intervieram no atentado,
segundo a rádio das Forças Armadas israelenses. Fawzi Barhoum, porta-voz
do Hamas, acusou Israel de ser o único responsável pela escalada da
violência.
O ministro e membro do Gabinete de Segurança Yoav Galant, que foi general e
chefe da divisão estacionada ao redor de Gaza, declarou-se neste domingo a
favor de “garantir condições razoáveis de vida para os dois milhões de
habitantes de Gaza”, tanto do ponto de vista humanitário como para a
estabilidade do sul de Israel. O chefe do Estado-Maior, general Gadi Eizenkot,
advertiu na semana passada que Gaza está à beira de uma crise econômica, o
que pode desencadear uma explosão de violência. Israel e Hamas se
enfrentaram em três guerras nos últimos 10 anos.
█ China
Como a China se tornou uma potência militar
global
por: Folha de S.Paulo - leia na íntegra

Cada vez mais, dizem observadores do Instituto Internacional


de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), são os
chineses (e não mais a Rússia) que estabelecem o padrão
usado por Washington para avaliar a capacidade de sua
própria máquina de guerra.
E esta constatação é especialmente verdadeira para a Marinha e a
Aeronáutica, que são o foco do esforço de modernização da China. O IISS é
sediado em Londres, no Reino Unido.
O aumento do poder chinês foi discutido na última edição do Balanço Militar,
um relatório publicado anualmente pelo IISS desde o ano de 1959. O estudo é
uma avaliação ampla da capacidade e dos gastos bélicos de cada país.
As mudanças nas forças armadas chinesas já estão em andamento há alguns
anos. Mas agora o país asiático atingiu - ou está muito próximo de atingir - o
ponto no qual se torna um rival sério para os Estados Unidos. Os americanos
continuam sendo a maior potência bélica do mundo.
O aumento do poder chinês foi discutido na última edição do Balanço Militar,
um relatório publicado anualmente pelo IISS desde o ano de 1959. O estudo é
uma avaliação ampla da capacidade e dos gastos bélicos de cada país.
As mudanças nas forças armadas chinesas já estão em andamento há alguns
anos. Mas agora o país asiático atingiu - ou está muito próximo de atingir - o
ponto no qual se torna um rival sério para os Estados Unidos. Os americanos
continuam sendo a maior potência bélica do mundo.
Antes da publicação do Balanço Militar (na última terça-feira), eu me reuni com
pesquisadores do IISS para entender melhor os detalhes desta tendência.
O progresso técnico acumulado pela China é impressionante em várias áreas -
desde mísseis balísticos de longo alcance até caças militares de quinta
geração. No ano passado, por exemplo, a China colocou na água seu último
navio de combate —o cruzador Type 55. O poder de fogo da embarcação não
fica aquém de nenhum equipamento da Otan, a aliança militar ocidental
liderada pelos Estados Unidos.
Neste momento, a China está trabalhando em um segundo navio porta-aviões
(o primeiro, construído totalmente pelo país, foi lançado em abril de 2017).
Também está reformando a estrutura hierárquica do comando de suas forças.
E, em termos de artilharia e defesa anti-aérea, já possui alguns armamentos
mais avançados que os controlados pelos Estados Unidos.
Desde o fim dos anos 1990, a Marinha chinesa passou a receber
transferências de tecnologia russa, e renovou a maior parte de sua frota de
navios e submarinos.
Os chineses também dizem que seu novo jato de combate para um tripulante,
o J-20, já está em operação.
No jargão militar, o J-20 é o que se chama "jato de quinta geração". Significa
que a aeronave traz a tecnologia "stealth" (parcialmente invisível a radares) e
quebra a barreira do som quando está em velocidade de supercruzeiro
(supersônica), entre outras coisas.
Os especialistas da IISS, porém, são céticos quanto às capacidades da
Aeronáutica chinesa.
"A Força Aérea chinesa ainda precisa desenvolver táticas viáveis para operar
com estes aviões de quinta-geração", dizem eles, "e criar doutrinas militares
capazes de mesclar os novos jatos de combate com os modelos de 'quarta
geração' já existentes".
"Apesar disso, o progresso chinês é muito claro", dizem os especialistas do
IISS. "Além dos aviões em si, eles agora têm toda uma linha de mísseis
disparados por aviões que não devem nada aos que existem nos arsenais do
Ocidente", dizem.
Desde o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos e seus aliados usaram ataques
aéreos em várias ocasiões, com um número muito pequeno de baixas. Mas
esse domínio, segundo o IISS, será desafiado cada vez mais nos próximos
anos.
A China está desenvolvendo uma linha de mísseis de longo alcance disparados
por jatos contra outros aviões (no jargão, esses projetos são chamados de
"míssil ar-ar"). O alvo dessas armas são aeronaves de comando e de
abastecimento que hoje estão fora de alcance. Estas últimas são peças-chave -
ainda que muito vulneráveis - de qualquer ataque aéreo.
De acordo com os autores do Balanço Militar, é possível que estes novos
mísseis chineses ar-ar "forcem os Estados Unidos e seus aliados regionais a
rever não só suas táticas, técnicas e procedimentos, mas o próprio
direcionamento de seus programas de combate aeroespacial" nos próximos
anos.
Já em terra, o Exército chinês está ficando para trás no esforço de
modernização, segundo o relatório do IISS. Apenas metade dos equipamentos
estaria atualizada e teria utilidade para o combate, diz o estudo.
Mas, mesmo nesta área, há progresso sendo feito.
A China tem um objetivo estratégico claro por trás do desenvolvimento dos
novos armamentos. A ideia é que, na eventualidade de um conflito armado, o
poder militar dos Estados Unidos seja empurrado o mais longe possível das
fronteiras chinesas. De preferência, para o meio do Oceano Pacífico.
No jargão militar, a estratégia é conhecida como "defesa de território por
negativa de acesso", ou A2AD, na sigla em inglês. A estratégia está por trás da
escolha chinesa de armas aéreas e marítimas de longo alcance, capazes de
colocar em risco destacamentos inteiros da Marinha dos Estados Unidos.
Então, em uma analogia com o futebol, como adversária militar, pode-se dizer
que a China chegou com êxito à Premier League (divisão de elite do
Campeonato Inglês). Mas esse, porém, não é o fim do impacto militar global de
Pequim. O país também está perseguindo uma estratégia ambiciosa de
exportação de armamentos. Com frequência, a China tem tentado vender
tecnologias avançadas para outros países.
O mercado de drones militares é um bom exemplo. Esta é uma tecnologia que
está se expandindo rapidamente e que põe em questão a fronteira entre os
tempos de paz e de guerra.
Os Estados Unidos, que foram pioneiros na área, recusaram-se a vender
certos drones armados mais sofisticados para outros países, com exceção de
aliados tradicionais, como o Reino Unido. A França, que já opera com drones
Reaper, de origem americana, anunciou planos para armar os equipamentos.
Já os chineses nunca tiveram limitações parecidas: exibiram em feiras militares
do mundo todo seus veículos aéreos não-tripulados, junto com os armamentos
que eles podem carregar. Segundo o relatório do IISS, a China já vendeu estes
drones (chamados de UAVs, na sigla em inglês) para vários países, incluindo
Egito, Nigéria, Paquistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Miamar,
entre outros.
Este é um ótimo exemplo de como uma política para a área militar trouxe
resultados imprevistos: a relutância de Washington em vender tecnologia
deixou o caminho aberto para Pequim.
É inegável também que a decisão política dos Estados Unidos acabou
estimulando países que, até então, só usavam drones para fins de inteligência,
a irem atrás da variante de combate.
Exportadores de armas dos Estados Unidos e do resto do Ocidente veem a
China como uma ameaça comercial crescente. Na comparação com o cenário
de dez anos atrás, houve um aumento importante da presença chinesa no
mercado, oferecendo equipamentos de boa qualidade.
O país do extremo Oriente, como mostra o exemplo dos drones, está tentando
entrar em mercados que os fabricantes ocidentais e seus governos consideram
"sensíveis demais".
E, como me disseram os especialistas do IISS, a China tende a levar vantagem
nesta disputa. Geralmente, o armamento chinês oferece algo como 75% da
capacidade do concorrente ocidental, mas por 50% do preço. Uma bela oferta.
Já as exportações de armamentos de solo chinesas são menos
impressionantes. Continuam restritas aos mercados de países como a Rússia e
a Ucrânia.
Mas em 2014, quando o governo ucraniano perdeu o prazo de entrega de uma
remessa de tanques comprados pela Tailândia, os tailandeses recorreram a um
armamento chinês - o tanque VT4. E parecem ter gostado: no ano passado, a
Tailândia encomendou uma nova remessa.
Os especialistas do IISS também dizem que a China está trabalhando em
armas voltadas para mercados específicos - mencionam, por exemplo, um
tanque de guerra leve pensado para países africanos, cujas estradas e
infraestrutura não aguentam os modelos mais pesados desenvolvidos em
outros países.
O papel crescente da China como fonte de armamento sofisticado é algo que
aterroriza vários países e não só os vizinhos do gigante asiático.
As forças aéreas ocidentais tiveram cerca de três décadas de superioridade.
Mas a estratégia de "negativa de acesso" dos chineses acabou dando origem a
armas que podem ser usadas para a mesma finalidade por outros países
também.
Um país da Europa Ocidental pode nunca enfrentar um conflito com a China,
mas pode um dia ter de lidar com armas chineses nas mãos de outros países.
Como diz um pesquisador do IISS, "a percepção de que os riscos serão baixos
ao intervir num território estrangeiro agora precisa ser revista", diz.
█ Línguas Estrangeiras
Russia Isn’t the Only One Meddling in Elections.
We Do It, Too.
por: - leia na íntegra
Bags of cash delivered to a Rome hotel for favored Italian
candidates. Scandalous stories leaked to foreign newspapers to
swing an election in Nicaragua. Millions of pamphlets, posters
and stickers printed to defeat an incumbent in Serbia.
The long arm of Vladimir Putin? No, just a small sample of the United States’
history of intervention in foreign elections.
On Tuesday, American intelligence chiefs warned the Senate Intelligence
Committee that Russia appears to be preparing to repeat in the 2018 midterm
elections the same full-on chicanery it unleashed in 2016: hacking, leaking,
social media manipulation and possibly more. Then on Friday, Robert Mueller,
the special counsel, announced the indictments of 13 Russians and three
companies, run by a businessman with close Kremlin ties, laying out in
astonishing detail a three-year scheme to use social media to attack Hillary
Clinton, boost Donald Trump and sow discord.
Most Americans are understandably shocked by what they view as an
unprecedented attack on our political system. But intelligence veterans, and
scholars who have studied covert operations, have a different, and quite
revealing, view.
“If you ask an intelligence officer, did the Russians break the rules or do
something bizarre, the answer is no, not at all,” said Steven L. Hall, who retired
in 2015 after 30 years at the C.I.A., where he was the chief of Russian
operations. The United States “absolutely” has carried out such election
influence operations historically, he said, “and I hope we keep doing it.”
Loch K. Johnson, the dean of American intelligence scholars, who began his
career in the 1970s investigating the C.I.A. as a staff member of the Senate’s
Church Committee, says Russia’s 2016 operation was simply the cyber-age
version of standard United States practice for decades, whenever American
officials were worried about a foreign vote.
“We’ve been doing this kind of thing since the C.I.A. was created in 1947,” said
Mr. Johnson, now at the University of Georgia. “We’ve used posters, pamphlets,
mailers, banners — you name it. We’ve planted false information in foreign
newspapers. We’ve used what the British call ‘King George’s cavalry’: suitcases
of cash.”
The United States’ departure from democratic ideals sometimes went much
further. The C.I.A. helped overthrow elected leaders in Iran and Guatemala in
the 1950s and backed violent coups in several other countries in the 1960s. It
plotted assassinations and supported brutal anti-Communist governments in
Latin America, Africa and Asia.
But in recent decades, both Mr. Hall and Mr. Johnson argued, Russian and
American interferences in elections have not been morally equivalent. American
interventions have generally been aimed at helping non-authoritarian
candidates challenge dictators or otherwise promoting democracy. Russia has
more often intervened to disrupt democracy or promote authoritarian rule, they
said.
Equating the two, Mr. Hall says, “is like saying cops and bad guys are the same
because they both have guns — the motivation matters.”
This broader history of election meddling has largely been missing from the
flood of reporting on the Russian intervention and the investigation of whether
the Trump campaign was involved. It is a reminder that the Russian campaign
in 2016 was fundamentally old-school espionage, even if it exploited new
technologies. And it illuminates the larger currents of history that drove
American electoral interventions during the Cold War and motivate Russia’s
actions today.
A Carnegie Mellon scholar, Dov H. Levin, has scoured the historical record for
both overt and covert election influence operations. He found 81 by the United
States and 36 by the Soviet Union or Russia between 1946 and 2000, though
the Russian count is undoubtedly incomplete.
“I’m not in any way justifying what the Russians did in 2016,” Mr. Levin said. “It
was completely wrong of Vladimir Putin to intervene in this way. That said, the
methods they used in this election were the digital version of methods used
both by the United States and Russia for decades: breaking into party
headquarters, recruiting secretaries, placing informants in a party, giving
information or disinformation to newspapers.”
His findings underscore how routine election meddling by the United States —
sometimes covert and sometimes quite open — has been.
The precedent was established in Italy with assistance to non-Communist
candidates from the late 1940s to the 1960s. “We had bags of money that we
delivered to selected politicians, to defray their expenses,” said F. Mark Wyatt, a
former C.I.A. officer, in a 1996 interview.
Covert propaganda has also been a mainstay. Richard M. Bissell Jr., who ran
the agency’s operations in the late 1950s and early 1960s, wrote casually in his
autobiography of “exercising control over a newspaper or broadcasting station,
or of securing the desired outcome in an election.” A self-congratulatory
declassified report on the C.I.A.’s work in Chile’s 1964 election boasts of the
“hard work” the agency did supplying “large sums” to its favored candidate and
portraying him as a “wise, sincere and high-minded statesman” while painting
his leftist opponent as a “calculating schemer.”
C.I.A. officials told Mr. Johnson in the late 1980s that “insertions” of information
into foreign news media, mostly accurate but sometimes false, were running at
70 to 80 a day. In the 1990 election in Nicaragua, the C.I.A. planted stories
about corruption in the leftist Sandinista government, Mr. Levin said. The
opposition won.
Over time, more American influence operations have been mounted not secretly
by the C.I.A. but openly by the State Department and its affiliates. For the 2000
election in Serbia, the United States funded a successful effort to defeat
Slobodan Milosevic, the nationalist leader, providing political consultants and
millions of stickers with the opposition’s clenched-fist symbol and “He’s finished”
in Serbian, printed on 80 tons of adhesive paper and delivered by a Washington
contractor.
Vince Houghton, who served in the military in the Balkans at the time and
worked closely with the intelligence agencies, said he saw American efforts
everywhere. “We made it very clear that we had no intention of letting Milosevic
stay in power,” said Mr. Houghton, now the historian at the International Spy
Museum.
Similar efforts were undertaken in elections in wartime Iraq and Afghanistan, not
always with success. After Hamid Karzai was re-elected president of
Afghanistan in 2009, he complained to Robert Gates, then the secretary of
defense, about the United States’ blatant attempt to defeat him, which Mr.
Gates calls in his memoir “our clumsy and failed putsch.”
At least once the hand of the United States reached boldly into a Russian
election. American fears that Boris Yeltsin would be defeated for re-election as
president in 1996 by an old-fashioned Communist led to an overt and covert
effort to help him, urged on by President Bill Clinton. It included an American
push for a $10 billion International Monetary Fund loan to Russia four months
before the voting and a team of American political consultants (though some
Russians scoffed when they took credit for the Yeltsin win).
That heavy-handed intervention made some Americans uneasy. Thomas
Carothers, a scholar at the Carnegie Institute for International Peace, recalls
arguing with a State Department official who told him at the time, “Yeltsin is
democracy in Russia,” to which Mr. Carothers said he replied, “That’s not what
democracy means.”
But what does democracy mean? Can it include secretly undermining an
authoritarian ruler or helping challengers who embrace democratic values? How
about financing civic organizations?
In recent decades, the most visible American presence in foreign politics has
been taxpayer-funded groups like the National Endowment for Democracy, the
National Democratic Institute and the International Republican Institute, which
do not support candidates but teach basic campaign skills, build democratic
institutions and train election monitors.
Most Americans view such efforts as benign — indeed, charitable. But Mr. Putin
sees them as hostile. The National Endowment for Democracy gave grants
years ago to Aleksei Navalny, now Mr. Putin’s main political nemesis. In 2016,
the endowment gave 108 grants totaling $6.8 million to organizations in Russia
for such purposes as “engaging activists” and “fostering civic engagement.” The
endowment no longer names Russian recipients, who, under Russian laws
cracking down on foreign funding, can face harassment or arrest.
It is easy to understand why Mr. Putin sees such American cash as a threat to
his rule, which tolerates no real opposition. But American veterans of
democracy promotion find abhorrent Mr. Putin’s insinuations that their work is
equivalent to what the Russian government is accused of doing in the United
States today.
“It’s not just apples and oranges,” said Kenneth Wollack, president of the
National Democratic Institute. “It’s comparing someone who delivers lifesaving
medicine to someone who brings deadly poison.”
What the C.I.A. may have done in recent years to steer foreign elections is still
secret and may not be known for decades. It may be modest by comparison
with the agency’s Cold War manipulation. But some old-timers aren’t so sure.
“I assume they’re doing a lot of the old stuff, because, you know, it never
changes,” said William J. Daugherty, who worked for the C.I.A. from 1979 to
1996 and at one time had the job of reviewing covert operations. “The
technology may change, but the objectives don’t.”
Brésil : un ministère extraordinaire de la sécurité
publique créé
por: Le Monde.fr - leia na íntegra
L’annonce fait suite au décret présidentiel autorisant une
intervention militaire afin de reprendre le contrôle de la sécurité
de l’Etat de Rio de Janeiro.
ministère extraordinaire de la sécurité publique pour coordonner tous les efforts
».
« Il aurait été intolérable de laisser la situation de Rio telle qu’elle est parce que
cela pose des problèmes dans d’autres Etats. Il faut protéger les plus
vulnérables et pour cela, il faut unir nos efforts », a déclaré M. Temer, qui avait
défini la veille le crime organisé comme une « métastase qui se propage dans
le pays ».
Ce nouveau portefeuille, dont la création était évoquée en coulisses depuis
plusieurs jours, sera une sorte de ministère de l’intérieur. Au Brésil, les forces
de police sont décentralisées, sous l’autorité de chaque Etat du pays.
Décret inédit
Ce nouveau dispositif de sécurité a été annoncé à l’issue d’une réunion à Rio
de Janeiro avec le gouverneur local et plusieurs ministres, au lendemain de la
publication d’un décret qui a confié à l’armée le commandement des forces de
police de cet Etat au sud-est du pays.
Inédit depuis la fin de la dictature militaire (1985), le décret signé vendredi,
intitulé « intervention fédérale », octroie le commandement des forces de
sécurité de Rio au général Walter Souza Braga Netto, directement subordonné
au président Temer et non plus aux autorités locales de Rio.
Le décret est déjà en vigueur, mais il doit encore être validé par le Congrès, la
chambre des députés ayant fixé le vote à lundi soir. La mission des militaires se
poursuivra jusqu’au 31 décembre.
Cette « mesure extrême », comme le chef de l’Etat l’a définie lui-même
vendredi, a été prise au lendemain du carnaval, qui a vu une multiplication des
agressions et vols à main armée, mais les autorités locales sont déjà
dépassées depuis de nombreux mois par la violence au quotidien et la guerre
entre gangs de narcotrafiquants.
Viaje a las cunetas del franquismo
por: EL PAÍS - leia na íntegra
"Qué injusta es la vida... No, qué injustos somos los seres
humanos”. La reflexión surge de la voz ahogada de María
Martín, una anciana que cada cierto tiempo se acercaba a
poner flores a un quitamiedos de la carretera bajo cuyo asfalto
yace, en una fosa común, su madre, Faustina López González.
Fue asesinada el 21 de septiembre de 1936 en Buenaventura
(Toledo). “Al otro lado, en aquellos zarzales, tiraron su ropa”,
recuerda la que entonces era una niña de seis años. Con su
testimonio arranca el documental El silencio de los otros, de
Almudena Carracedo y Robert Bahar, que se estrenó ayer en la
sección Panorama de la 68ª Berlinale.
El filme, producido por El Deseo, es una inmersión al legado del mal de la
dictadura franquista, a través de los desaparecidos de la Guerra Civil (aún hay
100.000 cadáveres en fosas comunes esperando a ser exhumados), los
torturados durante el franquismo y los miles de casos de niños robados,
arrebatados a sus madres con mentiras incluso hasta a inicios de los años
ochenta. A esos crímenes les une que son delitos de lesa humanidad —al
menos así los consideran casi todas las naciones, excepto en España— y que
han sido investigados a través de una querella interpuesta en Argentina y
tramitada por la juez María Servini ante el silencio obtenido por las víctimas en
España, excepción hecha de la investigación del magistrado Baltasar Garzón.
“El documental filma la construcción de la querella argentina”, contaba ayer en
la capital alemana Carracedo, “porque es un caso de justicia universal. Lo
curioso es que España fue pionera en esas resoluciones cuando Garzón
intentó detener al dictador chileno Augusto Pinochet”. Pero, ¿por qué todas las
puertas se cierran en España? “Por el poco conocido pacto del olvido, que se
plasmó en la Ley de Amnistía de 1977 que todavía rige”, recuerda Bahar. “En el
resto del mundo las democracias jóvenes —las sudamericanas, las asiáticas,
las africanas- han eliminado esas legislaciones aprobadas al final de las
dictaduras, algo que no ha hecho España”, rememora la directora. En un
momento de El silencio de los otros, un querellante mira a la cámara y dice: “Es
la primera vez que las víctimas del franquismo vamos a declarar ante un juez y
tenemos que hacerlo a 10.000 kilómetros de nuestro país”. Y rompe a llorar.
“Aun así”, asegura la realizadora, “es una experiencia liberadora”.
A lo largo de su metraje, el filme da voz a esos tres grandes grupos de
víctimas: a los descendientes de los desaparecidos (al fallecer María Martín, su
hija toma el relevo), a los torturados durante la dictadura —encabezados por
José María Galante, quien siendo estudiante fue apalizado durante dos
semanas en la Puerta del Sol por Antonio González Pacheco, policía más
conocido como Billy el Niño, quien hoy vive además a escasos metros de
Galante, ambos en la madrileña calle de General Yagüe, otro nombre que
rememora los peores crímenes del franquismo— y los casos de las decenas de
miles de niños robados durante medio siglo. “Es muy sorprendente para un
estadounidense que una democracia de Europa Occidental nunca haya
arrestado a nadie por esos crímenes, y además que se oponga a su
investigación por jueces de otros países”, confiesa Bahar.
Humanizar los temas
Para ambos directores, el objetivo de su trabajo está en que el público vaya
más allá de procesos jurídicos y de las estadísticas, “que entienda que
hablamos de personas”. Bahar sube la voz: “Si ves a María sentada al lado de
la carretera, ¿cómo es posible que te opongas a investigar el caso?”.
“Queremos humanizar la perspectiva, que piense que podía ser él mismo o sus
padres o su abuela”, remata Carracedo. Curiosamente, la familia de María
Martín es buen ejemplo de las diferentes perspectivas sobre los
acontecimientos. Una de sus hijas hereda su lucha; otro hijo apuesta por
dejarlo como está. “Hablamos mucho de no reabrir heridas por no provocar
rencores... Pues no es así porque para muchos esas heridas no están ni de
lejos cerradas”.
Entre otros momentos sorprendentes del filme, está la declaración de Jaime
Alonso, de la Fundación Francisco Franco, que recuerda una posible semilla
del silencio actual: "Es que los políticos actuales vienen del franquismo". Es
una de las numerosas contradiciones españoles, que llaman más la atención
en su estreno mundial en Alemania, país en donde no hay monumentos o
calles que homenajeen a los dirigentes nazis. "Para nosotros es fundamental
esta proyección para comparar cómo se encara la memoria histórica en dos
países de Europa Occidental.¡Qué diferente es la educación alemana y cómo
asume su pasado esta sociedad!", incide Bahar.
Los directores —ella llevaba la cámara, él grababa el sonido, “para lograr una
filmación íntima”— han rodado casi una década y obtenido 450 horas de
material. Después estuvieron un año catalogando las imágenes y otros 14
meses en su montaje. “Esa inmersión hizo que tuviéramos acceso a los
momentos claves”, recuerda Bahar, como cuando los abogados reciben
buenas noticias un día a las dos de la mañana. Para Carracedo, “la pregunta
final es: en 2018, ¿qué hacemos con estas miles de víctimas? Porque este
problema existe y no vale esconderlo debajo de la alfombra”.

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