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Ação Penal
Proc. nº. 6849-72.2018.811.0002
Código:534434
com fulcro no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e artigo 310, III, e 321do
Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
Ementa do pleito:
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1.Crime sem violência, NÃO caracterizado a hediondez. –
“CUMPRIMENTO ANTECIPADO DE PENA” - Princípio da
homogeneidade, corolário do princípio da proporcionalidade,
mostra-se ilegítima a prisão provisória quando a medida for mais
gravosa que a própria sanção a ser possivelmente aplicada na
hipótese de condenação, pois não se mostraria razoável manter-se
alguém preso cautelarmente em "regime" muito mais rigoroso do
que aquele que ao final eventualmente será imposto - Precedente
STJ HC nº 213.830/RJ Prisão é exceção e NÃO regra.
INTROITO
Destaca-se ainda, que a arma que fora encontradas pelos policiais responsáveis
pela abordagem dos acusados não estava de posse de nenhum dos evolvidos e que em
nenhum momento estaria sob a guarda de quaisquer de um dos outros que foram presos
em flagrante, em especial o Sr. Guilherme.
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Contudo em uma possível condenação do réu, esta será possivelmente cumprida
sob o regime aberto ou semi aberto, ou nem seria considerado culpado, pois não há
indícios de que a arma de fogo estaria em posse do acusado Guilherme, ou que este em
conjunto com os demais estaria se associando para pratica de algum ilícito.
(...)
2) (Roubo duplamente majorado). Guilherme. Tudo isso sopesado,
fixo sua pena base no mínimo legal, ou seja, em 04 (quatro) anos de
reclusão; deixo de diminuí-la ou aumentá-la devido as circunstâncias
legais genéricas reconhecidas se anularem; aumento-a em (1/3) um
terço ante as majorantes reconhecidas, resultando em 05 (cinco) anos
e 04 (quatro) meses de reclusão; cuja pena torno em concreta e
definitiva a míngua de quaisquer outras circunstâncias ou causas
capazes de diminuí-la ou aumentá-la.
Levado pelos mesmos critérios acima mencionados, fixo sua pena
pecuniária em 54 (cinquenta e quatro) dias-multa no valor mínimo
legal, ou seja, em 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos,
com a correção monetária, quando do efetivo pagamento.
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Consoante o art. 33, § 2.o, alínea b, e § 3.º, do Código Penal, o réu
deverá iniciar o cumprimento da pena a si imposta sob a égide do
regime semiaberto.
DISPOSITIVO FINAL
O réu Guilherme foi colocado em liberdade (fl. 154/154v.º). Nesta
oportunidade, foi condenado em regime semiaberto. Solto deve
permanecer.
(...)
Deixo de condená-los ao pagamento das custas e despesas processuais
por terem se revelado pobres na forma da lei.
Deixo de condenar os réus em fazerem reparação por dano material à
vítima (art. 387, IV, do CPP), eis que o bem foi devolvido (fl. 24).
Determino a Sr.ª Gestora que por qualquer meio dê conhecimento à
vítima sobre a situação prisional do réu nos termos da lei (CPP, art.
201, § 2.º).
Transitada em julgado, lance o nome do réu no rol dos culpados,
procedendo às anotações devidas e expedindo-se a Guia de Execução
Definitiva.
Procedam-se as devidas comunicações, inclusive à Justiça Eleitoral.
Em caso de recurso antes da remessa do mesmo ao e. TJMT expeça-se
Guia de Execução Provisória e remeta ao juízo da Segunda VEP de
Cuiabá e encaminhe-se cópia ao Diretor da Unidade Prisional onde se
encontra o réu Eder.
P.R.I.C.
Várzea Grande – MT, em 23 de setembro de 2017.
Dr. Abel Balbino Guimarães
Juiz de Direito
Portanto, verifica-se que o réu é inocente de todas as acusações que lhe foram
imputadas, ante a falta as fragilidades encontradas nos autos de prisão em flagrante.
Não há ofensa à ordem pública, uma vez que o requerente não tem conduta
compatível com ilícito, ou faz qualquer ostentação de pratica assemelhada. Não
ofereceu ou tem qualquer relação com crime organizado.
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Não há ofensa à ordem econômica, quesito fácil de superar, uma vez que não
houve e nem há qualquer relação de impacto financeiro na questão envolta nestes autos.
Não há qualquer ofensa à instrução criminal ou aplicação da lei penal, uma vez
que o mesmo está bem identificado, tem domicílio certo, conforme comprovante de luz,
em anexo.
1
Código de Processo Penal Comentado, ed. RT, 11ª ed, p. 670.
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b) O paciente não apresenta nenhum envolvimento com o crime organizado;
Pela análise acima, resta claro que o paciente não apresenta nenhum risco à
ordem pública. Corrobora este entendimento o julgamento do HC 94404-SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO, DJe-110, divulgado em 17.06.2010 e publicado 18.06.2010, cujo
trecho está abaixo transcrito:
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de qualquer pessoal (...) O CLAMOR PÚBLICO NÃO BASTA
PARA JUSTIFICAR A DECRETAÇÃO DA PRISÃO
CAUTELAR. - O estado de comoção social e de eventual indignação
popular, motivado pela repercussão da prática da infração penal, não
pode justificar, só por si, a decretação da prisão cautelar do suposto
autor do comportamento delituoso, sob pena de completa e grave
aniquilação do postulado fundamental da liberdade (...) O
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA IMPEDE QUE O ESTADO TRATE, COMO SE
CULPADO FOSSE, AQUELE QUE AINDA NÃO SOFREU
CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL. (...) g.n.
Ademais, data máxima vênia, não houve motivação da autoridade policial que
repute adequada sobre as razões pelas quais considera que eventual prisão preventiva
para assegurar a conveniência da instrução criminal.
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva:
(...) Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva
quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando
esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
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preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
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Imperioso, por fim, destacar que a regra é a liberdade provisória, e a prisão é
a exceção, em respeito inclusive ao princípio constitucional da presunção de inocência.
Sobre a premissa, ensina Eugênio Pacelli de Oliveira na obra Curso de Processo Penal
(pág. 471):
Repisando que quando há dúvida pairando esta deve ser interpretada a favor do
réu e não o contrário. Assim a segregação cautelar do requerente não é legal ou
constitucional.
Da Liberdade Provisória:
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desvinculadas de qualquer fator revelador da presença dos requisitos
do art. 312 do CPP. “ (AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo
Penal: esquematizado. 4ª Ed. São Paulo: Método, 2012, p. 964).
No mesmo sentido:
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cautelares alternativas à prisão, menos gravosas, mas, que se mostram
suficientes para a conclusão da persecução penal.
3. Ordem de habeas corpus concedida, confirmando-se a liminar.
(TJDF - Rec 2013.00.2.000016-0; Ac. 652.060; Segunda Turma
Criminal; Rel. Des. João Timóteo; DJDFTE 08/02/2013; Pág. 172)
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Dessa forma, em todas as hipóteses, a natureza cautelar da prisão deve
emergir a partir da realidade objetiva, de forma a evidenciar a imprescindibilidade
da medida extrema.
Sendo assim, é evidente que a suposta reincidência do acusado, por si só, não
pode orientar a decretação da sua prisão preventiva. Nestes termos, o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça:
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Igualmente, Data Máxima Vênia, vem Reiterar o pedido de Liberdade
Provisória, a Vossa Excelência, após a negativa do mesmo. Pondera-se que
exaustivamente, o acusado Guilherme não teria de forma alguma participado do fato,
desta feita, respeitosamente reitera o pedido feito anteriormente a Vossa Excelência.
REQUERIMENTOS
Requer, com abrigo no art. 310, inc. III, art. 322, parágrafo único e art. 350,
todos do CPP, seja-lhe concedida a REVOGAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA/LIBERDADE PROIVISÓRIA, ao SR GUILHERME DE
ALMEIDA CARVALHO sem o pagamento de fiança, mediante termo de
comparecimento a todos os atos do processo (CPP, art. 327 e 328), expedindo-se, para
tanto, o devido ALVARÁ DE SOLTURA, com a entrega do Réu, ora preso na PCE
– Penitenciária Central do Estado – Cuiabá- MT de forma incontinenti, o que de
logo requer.
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Cuiabá, 02 de Maio de 2018.
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