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CURSO DE RADIOLOGIA FORENSE E TÉCNICAS DE

RADIOLOGIA LEGAL
Módulo I
Prof: Dhiego Gumieri

INTRODUÇÃO A MEDICINA LEGAL

A medicina legal existe pela necessidade de manter uma ordem pública e social,
é uma prática que mantém laços fortes com as leis, e com a justiça. A medicina legal se
propõe a estudar casos mortais ou não mortais de origem violenta, diagnosticando a
diferenciação entre uma origem criminosa, natural ou acidental. Para a execução das
tarefas dentro da medicina legal, exige-se conhecimentos técnicos específicos aplicados
de forma permanente, e um elevado grau de imparcialidade, de maneira que não coloque
em risco a correta aplicação da justiça. Podendo assim, aplicar uma sentença de inocência
ou culpa baseada nos resquícios colhidos, através de exames minuciosos. A medicina
legal tem por objetivo contribuir para o auxílio do direito na aplicação da justiça, com a
prestação de serviços.

CONTEXTO HISTÓRICO

História da Medicina Legal A definição de Medicina Legal foi expandida para


incluir a aplicação do conhecimento médico na administração da lei e na aplicação da
Justiça e em adição nas relações médico-legais Evidências da origem da Medicina forense
ou legal podem ser encontradas em civilizações antigas que datam de milhares de anos
atrás, quando ocasionalmente uma lei aparece para influenciar a medicina ou a medicina
vem como uma forma de modificar a lei.(Brogdon, 1998) Há registros de uma relação
íntima entre a Medicina e o Direito desde a Antiguidade. Nesse tempo, o poder era
exercido pela força, e também por líderes que ostentavam poderes especiais – os
sacerdotes. Como eram representantes divinos e agentes de sua vontade, ditavam regras
que deveriam ser respeitadas para que, sobre eles, não recaísse nenhum mal.
Frequentemente eram chamados a intervir quando os membros daquela comunidade
sofriam de alguma doença; então se valia de orações, ofertava sacrifícios e usava o que
tinha para curar – as ervar medicinais. O sacerdote era, ao mesmo tempo, legislador, juiz
e médico. Um faraó egípcio pode ter sido o primeiro a aplicar a medicina em seus
julgamentos. O Código de Hamurabi, da Babilônia, que data de 2200 a.C. também
mostrava aplicações médico-legais, que por sua vez é considerado marco inicial da
relação médico-legal, embora não estipulasse que os juízes teriam de ouvir médicos ao
julgarem os feitos. Também nas leis dos hebreus podem-se encontrar assuntos médico-
legais. Mais tarde, outras civilizações, como as gregas, as indianas e o Império Romano
sempre colocavam as opiniões médicas dentro de seus julgamentos.
Justiniano foi quem reconheceu que os médicos são testemunhas especiais em
juízo. Apesar disso, os juízes não eram obrigados a ouvi-los. A obrigatoriedade só
apareceu na lei dos povos bárbaros germânicos. O primeiro registro de uma obra escrita
de Medicina Legal vem da China, é o Hsi Yuan Lu, um volumoso manual para a aplicação
dos conhecimentos médicos à solução de casos criminais e ao trabalho dos tribunais.

A primeira permissão para realizar necropsias foi dada pelo papa, na França, à
Faculdade de Montpellier, em 1374. Até então, os corpos não eram abertos. No entanto,
somente em 1507 é que foi decretada a necropsia. Por volta do século XVI, uma medicina
separada começou a emergir; os novos códigos civis da época estavam requerendo
médicos peritos para testemunharem em julgamentos e certos tipos de crimes e infrações
civis. Os primeiros livros médico-legais surgiram no fim do séc. XVI e no começo de
XVII, e depois de 1650, palestras sobre a matéria Medicina Legal foram realizadas na
Alemanha e na França. O primeiro livro que falava sobre jurisprudência médica, em
inglês, apareceu em 1788 e, dezenove anos depois, o primeiro mestre em medicina
forense foi reconhecido na Universidade de Edimburgo. O sistema inglês foi importado
para as colônias da América do Norte, em 1607, e só em 1831 que Massachussets e depois
Nova Iorque e outras jurisdições estabeleceram um tipo de sistema médico para poderem
examinar os casos.

Só então durante o século XX é que se pode observar a Medicina forense como é


hoje conhecida, que cobre um setor heterogêneo de numerosas disciplinas e
subespecialidades, todas em favor de um interesse comum. Entre essas especialidades
temos a Radiologia forense, a que usualmente compete o desempenho e interpretação do
diagnóstico de exames radiológicos e procedimentos que possam ter a ver com
julgamentos em questão. A primeira citação do exame médico de uma vítima de
homicídio refere-se à morte de Júlio César, cujo corpo foi examinado por um médico, no
ano 44 a.C. Ele constatou a presença de 23 golpes, dos quais apenas um foi mortal. Esse
exame foi realizado por um médico, que não era considerado como perito, mas sim um
cidadão do Império Romano. (Brogdon, 1998).

MEDICINA LEGAL NO BRASIL

Os estudos médico-legais no Brasil começaram tardiamente, em relação à Europa.


Porém, “seu movimento científico acha-se em condições merecedoras dos maiores
elogios, em face dos progressos realizados”. (GOMES, 2003). Na época do Brasil
colonial, os juízes não eram obrigados a ouvirem peritos antes de proferirem a sentença.
O dever de ouvi-los foi imposto com a edição do primeiro Código Penal brasileiro, em
1830. Em 1832, surgiu o processo penal e regulamentado, estabelecendo-se regras para
os exames de corpo de delito, criando-se assim a perícia profissional, além da criação da
cadeira de Medicina Legal nas Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. Já
em 1877, o ensino da Medicina Legal assumiu caráter prático, e em 1891, já na vigência
do primeiro governo da República, as faculdades de Direito passaram a ter como
obrigatória a disciplina Medicina Legal.

Em 1924, o serviço Médico-Legal passou a constituir o Instituto Médico-legal,


órgão subordinado ao Ministério da Justiça. Porém, a autonomia desse órgão sofreu sério
golpe no fim do governo de Washington Luís, quando voltou a ser subordinado ao chefe
de polícia do Distrito Federal.

Com a edição do novo Código de Processo Penal, em 1941, as perícias passaram


a ser realizadas apenas por peritos oficiais. No entanto, a crise dos serviços de saúde e a
baixa remuneração dos médicos levaram estes a fazerem concurso, e fossem admitidos
como médico legistas, profissionais pouco identificados com a especialidade.

Hoje em dia, devido ao aumento da violência urbana, a significativa falta de


interesse e a redução das verbas destinadas à instituição por sucessivos governos
estaduais, a situação é caótica. A matéria Medicina Legal nasceu da necessidade da
própria lei, e hoje, no Brasil, não recebe muita importância, a não ser em casos que
envolvam grandes personalidades políticas, ou em casos de grande repercussão na
sociedade é que a figura do médico-legista é lembrada. Este tipo de atividade ainda está
para ser peça fundamental na sociedade (Hélcio, 2004).

MEDICINA LEGAL

Existem vários conceitos de Medicina Legal, entre eles está o do professor Hélio
Gomes: A Medicina Legal é, a um só tempo, arte e ciência. É arte porque a realização de
uma perícia requer habilidade na prática do exame e estilo na redação do laudo; é ciência
porque, além de ter um campo próprio de pesquisas, valem-se de todo o conhecimento
oferecido pelas demais especialidades médicas. (GOMES, 2003). Segundo o professor
França (1998), “a Medicina é uma disciplina eminentemente jurídica, mesmo que ela
tenha seus subsídios trazidos da Medicina e das outras ciências biológicas. Ela subsiste
em face da existência e das necessidades do Direito”. E afirma o referido autor que a
Medicina Legal é uma ciência curiosa, vivaz, apaixonante e, por vezes, espetacular, que
cativa e seduz aqueles que por ela começam a se interessar.

INTRODUÇÃO A RADIOLOGIA FORENSE

A radiologia em diagnóstico por imagem é, primeiramente, devotada ao estudo de


imagens das estruturas internas do corpo humano. Hoje em dia, as imagens são adquiridas
por uma vasta gama de modalidades de técnicas de raios X ou raios Roentgen, que é um
tipo de energia formado de radiação ionizante que pode produzir imagens fluorescentes
ou fotográficas.

Radiologia forense, no entanto, até agora depende quase que exclusivamente da


Radiologia Convencional (RC).Os novos métodos ainda não são muito utilizados nesta
espécie, entretanto alguns já estão sendo incorporados e ajudando a descobrir novas
maneiras de diagnóstico médico-legal, como a CT e a IRM.

A Medicina Legal levou de seis ou sete centenas de anos para crescer e se firmar
como uma disciplina de medicina forense. A Radiologia só tem 100 anos. (BROGDON,
1998) O prof. Roentgen (cientista que descobriu os Raios X) ofereceu a ferramenta; Seus
contemporâneos mostraram como utilizá-la. A realização de todo o foco da radiologia
forense está na dependência da imaginação e da capacidade industrial dos cientistas
modernos, e da indulgência ou aprovação dos tribunais.
Como o campo da radiologia teve uma rápida expansão da tecnologia e utilização
nesses últimos 25 anos, é mais do que aceitável que o alcance de suas aplicações forenses
aumente muito num futuro próximo.

Os métodos de diagnóstico por imagem são em geral pouco utilizados na prática


da pesquisa forense. Parte dessa deficiência pode ser atribuída ao custo e à dificuldade de
acesso às novas e modernas modalidades de técnicas. Esses problemas podem diminuir
gradualmente com os equipamentos se tornando mais acessíveis, mais bem distribuídos,
e de uso mais habitual. Algumas das aplicações mais promissoras das modernas técnicas
radiológicas aos tribunais já se iniciaram graças a esforços individuais, inovação e
inspiração.

O CONSELHO NACIONAL DE TÉCNICOS EM RADIOLOGIA no uso de suas


atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela lei no 7.394, de 29 de outubro
de 1985, e pelo Decerto n.°92.790, de 17 de junho de 1986 e o Regimento Interno do
CONTER.

RESOLVE:

Art. 3° – Os procedimentos na área de diagnóstico por imagem na radiologia


veterinária, radiologia odontológica e radiologia forense, ficam também definidos como
radiodiagnóstico.

Necropsia

A necropsia é um exame interno feito no cadáver a fim de constatar a causa mortis feita,
pelo menos, seis horas após o óbito, exceto nos casos de morte violenta, quando será
suficiente um simples exame externo do cadáver, não havendo infração penal a ser
apurada, ou mesmo havendo infração penal a ser apurada, se as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para
verificação de alguma circunstância relevante (art. 162 CPP).

Exumação

A exumação é o procedimento de desenterramento do cadáver para exame cadavérico


interno e externo para constatação da causa mortis. Para tanto, deverá a autoridade tomar
as providências afim de que, em dia e hora prefixados, se realiza a diligência , lavrando-
se, a respeito, o auto consubstanciado (arts. 163/165 CPP). O administrador do cemitério
deverá indicar a sepultura, sob pena de incorrer em crime de desobediência (art. 330 CP).

Exame Complementar

Os peritos não podendo, logo no primeiro exame, classificar a lesão, torna-se


indispensável o exame complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária ou a requerimento do Ministério Público ou das partes, depois de trinta dias
contados da data do crime. A falta deste exame poderá ser suprida por prova testemunhal
(art. 168 CPP).
TANATOLOGIA FORENSE

1. DEFINIÇÃO

A palavra tanatologia origina-se do grego thanatus que quer dizer morte e do sufixo logia
que significa estudo. É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos
fenômenos com ela relacionados.

MORTE:

1.1.- Critério do C.F.M. P/ Definição (Resolução1346/91)

"O Conselho Federal de Medicina, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº
3.268/57, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de
julho de 1958, e

CONSIDERANDO que a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à


morte, conforme já estabelecido pela comunidade científica mundial;

CONSIDERANDO o ônus psicológico e material causado pelo prolongamento do uso de


recursos extraordinários para o suporte das funções vegetativas em pacientes com parada
total e irreversível da atividade encefálica;

CONSIDERANDO a necessidade de judiciosa indicação e interrupção do emprego desses


recursos;

CONSIDERANDO a necessidade de se adotar critérios para constatar, de modo


indiscutível, a ocorrência de morte;

CONSIDERANDO que ainda há consenso sobre a aplicabilidade desses critérios em


crianças menores de 2 anos;

1) Critérios:

Os critérios, no presente momento, para a caracterização da parada total e irreversível das


funções encefálicas em pessoas com mais de 2 anos são, em seu conjunto:

a) Clínicos: coma aperceptivo com arreatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de


causa definida. Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular e do
vômito. Positividade do teste de apnéia. Excluem-se dos critérios acima, os casos de
intoxicações metabólicas, intoxicações por drogas ou hipotermia.

b) Complementares: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da


perfusão encefálica;
2) O período de observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas.

3) A parada total e irreversível das funções encefálicas será constatada através da


observação desses critérios registrados em protocolo devidamente aprovado pela
Comissão de Ética da Instituição Hospitalar.

4) Constatada a parada total e irreversível das funções encefálicas do paciente, o médico,


imediatamente, deverá comunicar tal fato aos seus responsáveis legais, antes de adotar
qualquer medida adicional.

5) Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Brasília - DF, 08 de agosto de 1991.

TANATOGNOSE
É o diagnóstico ou o momento da morte, no qual ocorre parada cardiorrespiratória
irreversível, a morte cerebral ou encefálica. Com a lei nº 8489/94 (Lei dos transplantes e
retirada de órgãos para fins terapêuticos ou científicos) o país entrou a era da
conscientização de que muitas pessoas necessitam de um órgão vital para manterem-se
vivas. Contudo, com a lei nº 9434/97 - art. 4º, a qual caracterizou qualquer indivíduo
como doador presumido em caso de falecimento, houve o pânico em boa parte da
sociedade brasileira, pois havia o receio da captação de órgãos indevidamente.
Nesse aspecto, o cidadão deveria chancelar, em seu documento de identificação
(R.G.) a tarja: Não doador. Contudo, a lei nº 10.211/01 altera a Lei nº 9434/97 e
condicionou a retirada de órgãos à autorização do cônjuge ou parente de maior idade na
linha sucessória reta ou colateral.

CRONOTANATOGNOSE
É o diagnóstico do tempo da morte (também chamado de realidade da morte) pela
observação das evidências ou dos sinais abióticos ou não vitais positivos, que são
divididos em:
1 - Sinais recentes,
2 - Sinais imediatos e;
3 - Sinais tardios (Destrutivos e Conservativos).

SINAIS RECENTES OU IMEDIATOS


O aspecto do corpo apresenta as Fácies Hipocráticas (cadavérica), onde há a perda
da consciência, da sensibilidade e imobilidade (perda do tônus muscular). Ocorre a
arreflexia, que é o relaxamento dos esfíncteres (dilatação das pupilas, abertura dos olhos,
queda do maxilar inferior, eliminação de fezes e urina) e a parada cardíaca, com
consequente ausência de circulação sanguínea. A parada respiratória ocorre com a
cessação da respiração. Quando o indivíduo se encontra sem atendimento hospitalar,
recomenda-se que se faça a prova da vela ou prova do espelho.
No atendimento hospitalar, o “silêncio” dos aparelhos, eletrocardiograma e
eletroencefalograma indicam a cessação da atividade cerebral. Fenômenos da morte - nos
oculares ocorrem a opacificação do cristalino, as pálpebras semicerradas e midríase
(dilatação total das pupilas) e a mancha na esclerótica (sinal de Sommer e Larcher). A
desidratação cutânea e do globo ocular são fenômenos consecutivos pós-morte, onde há
diminuição do volume corporal com consequente “crescimento” de unhas e pelos e
decréscimo de massa (peso). O pergaminhamento da pele, com dessecamento das
mucosas dos lábios e o resfriamento do corpo tem ocorrência de forma lenta nas três
primeiras horas (cerca de 0,5°C/hora), depois passa a ser mais rápido nas seis horas
seguintes (1ºC ou +/hora) e entre as 20 e 24 últimas horas volta a ser mais lento.
É importante notar que se o ambiente estiver quente, em lugar do resfriamento, o
cadáver poderá sofrer um aquecimento, já que a temperatura do corpo tende a se igualar
a do ambiente. O início da rigidez cadavérica tem início imediato e se torna mais evidente
a partir da segunda e terceira hora após o óbito. A fixação se dá entre a sexta e oitava
hora. Inicia-se pela pálpebra e maxilar inferior, seguindo-se a nuca e membros superiores
e, por último, os inferiores. Pode durar de 1 a 2 dias para depois desaparecer na mesma
ordem em que apareceu. Espasmos cadavéricos são muito comuns quando há morte
violenta ou agonizante.
Os livores ou hipóstases (são depósitos ou sedimentos de matéria orgânica) que
ocorrem nas áreas de decúbito, respeitando as áreas de contato, pressão ou dobras
(vísceras ou cutâneos). A mancha verde abdominal é um dos sinais de início da
putrefação, se torna evidente entre as 16 e 18 horas após o óbito e é decorrente da ação
microbiana. É mais precoce nos idosos, fetos e àqueles que vieram a óbito por afogamento
(a mancha surge primeiramente no tórax).
Fenômenos abióticos consecutivos
No sentido de fixação, a sigla LAR se refere a tríade da morte, que significa,
respectivamente aos:
1 - Livor mortis ou manchas hipósticas ou livores cadavéricos;
2 - Algor mortis ou esfriamento cadavérico;
3 - Rigor mortis ou rigidez cadavérica.

SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS


Autólise - rara e típica de terrenos ácidos e úmidos. Trata-se de um processo de
autodestruição, autodigestão, comum em células danificadas (citólise) cujo mecanismo
ocorre com a morte celular (necrose). É a destruição do corpo pela liquidificação ácida,
intra e extracelular. Muito comum nos recém-nascidos ou idosos. A putrefação é o sinal
destrutivo do corpo mais comum. Ele apresenta quatro fases, a primeira é cromática na
qual a tonalidade escurecida da pele (cerca de 20 horas após o óbito) adquire um odoro
característico que advém da transformação da hemoglobina. A segunda fase é a gasosa,
onde há a expansão do cadáver do 2º ao 8º dia, onde ocorre o aumento do volume do
corpo Enfisema cutâneo. A circulação póstuma de Brouardel, um desenho produzido
pelos vasos sanguíneos subcutâneos preenchidos por sulfa-hemoglobina e hematina.
Flictenas são pequenas pústulas em forma de vesículas que auxiliam na eliminação de
gases, tornando o aspecto do corpo gigantesco e deformado.
Putrefação - uma forma de transformação cadavérica destrutiva, que se inicia,
logo após a autólise, pela ação de micróbios aeróbios, anaeróbios e facultativos em geral,
sobre o ceco. O sinal mais precoce da putrefação é a mancha verde abdominal. Tem início
com a fase cromática, como apresentado no parágrafo anterior. A segunda fase,
denominada gasosa ou enfisematosa surge geralmente dias após e é caracterizada pela
produção de gases e de álcool etílico. Os gases mais frequentes são o metano, amônia,
putrescina, cadaverina e hidretos de enxofre, fósforo e flúor. O hidreto de enxofre
determina o odor característico de carne podre. O hidreto de fósforo, quando em
combustão, origina o fenômeno denominado “fogo fátuo”. A formação de gases
determina um aumento de volume cadavérico, com língua protrusa, cabeça grande,
genitais aumentados, olhos abertos e proeminentes, braços e pernas com aspecto
pneumático. Nesse período os cadáveres dos afogados flutuam e ocorre o “parto pré-
mortal” nas grávidas. A terceira fase é a coliquativa, caracterizada pela “liquefação”
tecidual, adquirindo o cadáver um aspecto de pasta. O resultado da putrefação é a redução
das partes moles, restando os ossos, dentes, cabelos, pelos e as partes densas como os
tendões, caracterizando a quarta fase terminal denominada esqueletização. Esse processo
se dá pela ação da fauna e do meio ambiente com destruição dos tecidos, restando apenas
o esqueleto, cabelos e dentes. Caso o cadáver seja inumado na terra, com cerca de três
anos o processo estará concluído.
Maceração - fenômeno de transformação destrutiva em que a pele do cadáver,
que se encontra em meio contaminado, se torna enrugada e amolecida e facilmente
destacável em grandes retalhos, com diminuição de consistência inicial, achatamento do
ventre e liberação dos ossos de suas partes de sustentação, dando a impressão de estarem
soltos; ocorre quando o cadáver ficou imerso em líquido, como os afogados, feto retido
no útero materno.
Mumificação - processo transformativo de conservação pela dessecação, natural
ou artificial, do cadáver. Pode ser natural, quando o cadáver é submetido a evaporação
rápida de seu componente líquido e os tecidos adquirem aspecto de couro curtido, ou seja,
múmia, ocorrendo em local quente e seco. Ou artificial, com um processo que emprega
resinas, formol e outras substâncias conservadoras, ou seja, embalsamamento.
Saponificação - é um processo transformativo de conservação em que o cadáver
adquire consistência untuosa, mole, como sabão ou cera, às vezes quebradiça e tonalidade
amarelo-escura, exalando odor de queijo ordinário e rançoso. As condições exigidas para
o surgimento da saponificação cadavérica são um solo argiloso e úmido, que permite a
embebição e dificulta, sobremaneira, a aeração e um estágio avançado de putrefação.

FAUNA CADAVÉRICA

Quando o cadáver permanece insepulto e abandonado sobre o solo por razoável


tempo, nele se instalam pequenos animais (principalmente insetos) denominados como
fauna cadavérica. Existe uma ordem de instalação destes animais, primeiro as moscas
comuns e verdes, posteriormente os coleópteros, lepidópteros etc. O estudo da fauna
cadavérica pode ser importante para a cronotanatognose, ou seja, definir quando ocorreu
o falecimento e determinados insetos estão relacionados diretamente ao tempo de morte.
Muitas vezes o auxílio da entomologia de Medicina Legal é necessário, pois ele pode
estabelecer as datas de morte de acordo com o apodrecimento do corpo e outras questões
relacionadas às investigações criminais.
Os diferentes tipos de artrópodes que chegam a um cadáver podem ser
classificados da seguinte forma:
Espécies necrófagas - são aquelas que se alimentam do corpo. Inclui moscas
(Calliphoridae e Sarcophagidae) e besouros (Silphidae e Dermestidae).
Predadores e parasitas de Ghouls – formam o segundo grupo mais importante
do corpo. Inclui besouros (Silphidae, Staphylinidae e Histeridae), moscas (Calliphoridae
e Stratiomydae) e parasitas de larvas de dípteros Hymenoptera e pupas.
Espécie onívora - envolve alguns grupos como vespas, formigas e outros
besouros que se alimentam tanto do corpo vomo dos artrópodes associados.
Espécies acidentais - estes incluem as espécies que usam o corpo como uma
extensão do seu habitat normal, como Collembola, aranhas, centopéias. Algumas famílias
de ácaros podem se alimentar de fungos e mofo crescendo no corpo.
Existem dois métodos para determinar o tempo da morte a partir de sua instalação
utilizando-se evidências por meio dos insetos. O primeiro usa a idade das larvas e a taxa
de desenvolvimento. O segundo método usa a sucessão de insetos na decomposição do
corpo. Ambos os métodos podem ser usados separadamente ou em conjunto, dependendo
do tipo que permanece sob exame. Normalmente, nos primeiros estágios de
decomposição, estimativas são baseadas no estudo do crescimento de uma ou duas
espécies de insetos, principalmente moscas, enquanto que nos estágios mais tardios usam
a composição e o grau de crescimento do grupo de artrópodes encontrados no corpo e
comparados com os padrões de sucessão de fauna para o habitat e condições mais
próximas.

NATUREZA JURÍDICA DO CÁDAVER


O destino do cadáver (caro data vermis) não é mais de uma pessoa e passa a se
constituir numa coisa, cuja posse, em sentido estrito, pertencerá definitivamente à família,
após o a posse e devolução do Estado quando forem cumpridas as normas específicas. O
corpo humano é de natureza extra-patrimonial é “res extra commercium”, ou seja,
inacessível aos negócios habituais e o cadáver não fará mais parte de nenhuma sucessão.
O destino do cadáver (caro data vermis). Sobre os aspectos jurídicos e tipos de morte,
temos:
Natural - patológica e etária que pode ser resultante da alteração orgânica ou perturbação
funcional provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interveniência
de fatores mecânicos em sua produção.
Súbita - inesperada ou imprevista, cuja pessoa falecida apresentava boa saúde, mas, na
maioria dos casos, já era portadora de qualquer doença potencialmente fatal e
inesperadamente falece e sem causa manifesta, atingindo pessoas em aparente estado de
boa saúde.
Violenta - é aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou
continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo.
Por exemplo, homicídio, suicídio ou acidente.
Morte agônica - previsível e esperada, porque culmina da evolução de uma doença ou
de um grave estado pós-traumático, sempre dentro do prognóstico do médico.
Fetal - morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do
corpo da mãe independente da duração da gravidez.
Materna - morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42
dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez.
Catastrófica - toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em
que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais.
Presumida - a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa,
depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei.C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P.
Art. 1.161 e 1.163 - Lei nº 6.015/73

CRIMINALÍSTICA

Noções Iniciais: Criminalista, denominado dada aos que seguem a escola alemã,
a disciplina que estuda os elementos materiais do crime, pois esta, para desempenho dos
seus múltiplos encargos socorrem-se de outras disciplinas (todos os ramos humanos) tais
como:
a) Ciências: MatemáticaÉtica, Física, Química, Bioquímica, Biologia, Medicina,
Direito, Contabilidade, Engenharia, Datiloscopia, etc.;
b) Técnicas: desenho, modelagem, pintura, ortografia, escultura, etc.
Conceito: a disciplina que tem por objetivo a aplicação de qualquer ciência ou técnica e
pesquisa e interpretação dos indícios materiais relativos ao crime ou a identidade que
deles tiveram participação. Qualquer área onde se tenha verificado ocorrência de interesse
policial-judiciário.

Local Referido: Quando duas áreas diferentes se associam ou se completam na


configuração do delito, fala-se do local referido.
Importância do Local de Crime: O interesse decorre de ser ele que oferece os primeiros
elementos a polícia, isto é, os elementos essenciais para que as autoridades possam se
orientar com eficácia nos seus trabalhos. Estes primeiros elementos recebem o nome
genérico de provas que são de duas espécies:
a) provas testemunhais: são constituídas pelas testemunhas;
b) provas técnicas: são constituídas pelas peças materiais que podem ser encontradas no
local de crime, o policial de serviço não deve tocar nem remover as peças do lugar,
cabendo tal tarefa ao perito.

Preservação do Local de Crime: Deve ser realizada pelo policial, envolvendo:


a) isolamento: isolamento das áreas envolvidas, não se permitindo a circulação de
pessoas;
b) proteção: visa garantir a inalterabilidade das coisas.

Classificação dos Locais de Crime: O local de crime pode ser classificado:


1) Quanto ao Local em Si:
a) local interno: é toda área compreendida em um ambiente fechado (ex.: sala);
b) local externo: é toda área descobertas (ex.: via pública).
2) Quanto Natureza do Fato:
a) homicídio;
b) suicídio;
c) queda acidental;
d) furto qualificado;
e) roubo;
f) latrocínio;
g) incêndio;
h) explosão;

ANTROPOLOGIA FORENSE

A questão da identificação vem preocupando os seres humanos há muito tempo.


Nas sociedades primitivas, antes da descoberta da impressão digital o reconhecimento era
feito de pessoa para pessoa. Com o evoluir das sociedades tornaram-se maior as
exigências no que diz respeito a identidade individual no indivíduo vivo e principalmente
nos cadáveres decompostos, carbonizados, esqueletos etc. A identidade é o fim de todas
as classificações, pertence a todos os seres e interessa particularmente ao homem.
É o ato mediante o qual se estabelece a identidade de algum ou de alguma coisa.
Considerada apenas a identidade física do homem, identificar consiste em demonstrar que
certo corpo humano, que em dado momento se apresenta a exame, é o mesmo que em
ocasião anterior já havia sido apresentado. Identificar é, pois, reconhecer. O ato de
identificar compõe-se de três partes:
a) um primeiro registro: ou fichamento, de determinado grupo de caracteres permanentes
do indivíduo, capazes de o distinguirem de qualquer outro;
b) um segundo registro: ou mera inspeção do mesmo grupo de caracteres permanentes do
indivíduo é de novo encontrado;
c) um julgamento: mediante comparação entre os dois registros, pelo qual se afirma ou se
nega a identidade.

PRÍNCIPIOS DA IDENTIFCAÇÃO CRIMINAL

1) Unicidade: Cada indivíduo é, com efeito, absolutamente único, distinto dos demais. Os
elementos escolhidos para a composição da ficha sinalética precisam distinguir
efetivamente cada indivíduo de todos os demais.
2) Imutabilidade: Os elementos sinaléticos devem permanecer idênticos a si próprios a
partir do momento em que se constituem: devem resistir a ação da idade, doença e aos
artifícios
3) Praticabilidade: O sistema de identificação há que ser prático, sem dificuldades para
obtenção de um registro, que é muito volumoso hoje em dia.
4) Classificabilidade: mister guardar as fichas de identificação metodicamente, a fim de
que qualquer delas possa ser encontrada sem demora.

TÉCNICAS GERAIS DE IDENTIFICAÇÃO CIENTÍFICA

São técnicas atuais de identificação:


a) antropometria (A. Bertillon, 1879);
b) fotografia comum;
c) fotografia sinalética (A. Bertillon): foto de frente e de perfil esquerdo;
d) retrato falado (A. Bertillon);
e) impressões vocálicas;
f) grafotécnica - escrita manuscrita;
g) poroscopia (E. Locaro);
h) podoscopia;
i) quiroscopia;
j) dactiloscopia (J. Vucetich);
k) DNA.

ANTROPOMETRIA

Espécie:
a) sistema de Harvers: mostra o sistema estrutural do osso de cada espécie;
b) anatomia comparada: o ser humano tem 208 ossos.
Sexo:
a) Corpúsculo de Barr: mostra a cromática sexual, no sexo feminino;
b) esqueleto do homem é mais robusto e rugoso;
c) o índice de Baldoin é maior no crânio do homem;
d) cavidade ocular: o homem tem bordos rombos, a mulher tem bordos afilados.
Idade:
a) vida intra-uterina: peso e estatura, vérnix caloso, pilosidade abundante e ponto de
Beclard no joelho (a idade final gestacional);
b) vida extra-uterina: núcleos de crescimento ósseo, dentição e arco senil (olho).
Raça:
a) pele: melanodermo (negro), leucodermo (branco), facodermo (pardo) e xantodermo
(amarelo);
b) cabelo: lisótrico (escorrido), cimótico (ondulado) e ulótrico (carapinha).

DATILOSCOPIA
Perenidade e Imutabilidade: Os desenhos papilares se apresentam inalterados durante
toda a vida do indivíduo.
Fórmula datiloscópica - Sistema Vucetich: Existem quatro figuras fundamentais:
a) arco: representa a ausência de deltas;
b) presilha interna: representa delta a direita do observador no decalque;
c) presilha externa: representa delta a esquerda do observador no decalque;
d) verticilo: presença de dois deltas.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Sistemas:
a) série vermelha - ABO e RH: conferem certeza na exclusão da paternidade;
b) série branca - HLA;
c) finger print - DNA.
TRAUMATOLOGIA FORENSE

1. CONCEITOS BÁSICOS
A) TRAUMATISMO (trauma): Qualquer lesão, aberta ou fechada, produzida no
organismo pela ação mecânica de um agente exógeno.

B) LESÃO:
a)Medicina Curativa: É a alteração anatômica ou funcional do órgão.
b) Medicina Pericial: Qualquer modificação de normalidade de origem externa, capaz de
provocar dano pessoal em decorrência de culpa, dolo ou acidente.
c) Doutrina Penal: Conseqüência de um ato violento, capaz de produzir direta ou
indiretamente, qualquer dano a integridade ou a saúde de alguém ou responsável pelo
agravamento ou continuidade de uma perturbação já existente.
d) Lesão Corporal: São as que atingem a integridade física e psíquica de alguém.
e) Lesões Pessoais: São as que atingem ao corpo, a saúde e à mente.
f) Classificação das Lesões:
•Quanto a Quantidade:
Leves, Graves, Gravíssimas e Seguida de Morte.

• Quanto a Qualidade:
lª) Ofensa a integridade corporal;
2ª) Incapacidade para as ocupações habituais;
3ª) Incapacidade permanente para o trabalho.

C) VIOLÊNCIA: É toda ação material ou pressão moral exercida contra uma pessoa,
visando submetê-la a vontade de outrem (Física, Moral, Presumida).
D) CAUSA: É o que leva a resultados imediatos e responsáveis por determinada lesão,
suscitando uma relação entre causa e efeito.
E) CONCAUSA: São as causas ou fatores que se associam para o agravamento ou
melhora de uma lesão; geralmente são alegadas quando se produz agravamento.

1. ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE:
Pré-existentes: "A" atira em "B", "B" tomou veneno e morre. Tentativa de Homicídio
Concomitantes: "A" atira em "B", "B" está infartando e morre do infarto. * Tentativa de
Homicídio
Supervenientes: "A" atira em "B","B" entra em casa e o teto cai e o mata. * Tentativa de
Homicídio.
2. RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
Pré-existente:"A" atira em "B", "B" é hemofílico e morre de hemorragia * Homicídio
Concomitante:"A" atira em "B", "B" está infartando e piora (contribui p/ o êxito letal) *
Homicídio
Superveniente: "A" atira em "B", "B" na ambulância sofre colisão e morre. * Tentativa
de Homicídio
Desdobramento físico da ação: "A" atira em "B", "B" complica da cirurgia. Homicídio.
F) FERIDA: É o retrato do ferimento e este é o ato, a ação de ferir. Ex: Pedro foi
atropelado (ferimento) e sofreu as seguintes lesões (feridas).
G) SEDE DAS LESÕES: É a região anatômica da vítima onde foi aplicado o trauma. É
de interesse médico e jurídico.
H) SAÚDE: "É o estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença".
3. AGENTES TRAUMATIZANTES
A) Energia de ordem física
B) Energia de ordem mecânica
C) Energia de ordem química
D) Energia de ordem fisicoquímica
E) Energia de ordem bioquímica
F) Energia de ordem biodinâmica
G) Energia de ordem mista

4. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA


A) TEMPERATURA
a) Calor -Direto - Queimaduras:
1º Grau - eritema;
2º Grau - flictema;
3º Grau - escara;
4º Grau - carbonização
-Difuso -Cósmico - insolação;
- Artificial - intermação - termonoses
b) Frio -Direto -Geladuras:
1º Grau - palidez;
2º Grau - bolhas hemorrágicas
3º Grau - necrose;
4º Grau - gangrena
-Difuso
c) Oscilações
B) PRESSÃO ATMOSFÉRICA (1 ATM = 760 mm Hg)
-Diminuição: "Doença dos aviadores" ou "mal das montanhas".
- Aumento: "Mal dos caixões" ou "mal dos escafrandistas".
C) ELETRICIDADE
-Natural ou Cósmica: - Fulminação - Fulguração (Litchtenberg)
- Artificial: Eletroplessão (Jellineck)
a)Intensidade: quantidade de eletricidade que atravessa o condutor.
b)Tensão: indica o potencial elétrico.
• Baixa: até 120 W. - fibrilação ventricular.
• Média: 120 a 1.200 W. - fibrilação ventricular + tetanização respiratória.
•Alta: 1.200 a 5.000 W. - tetanização respiratória.
•Alta: acima de 5.000 W.- paralisia bulbar, apnéia e parada cardíaca.
c) Freqüência: é a ciclagem.
d) Resistência: é a oposição oferecida a passagem da corrente e é medida em Ohms.
D) RADIOATIVIDADE
- Raio X
- Césio
- Rádio
- Energia Atômica

E) LUZ: Velocidade 300.000 Km/s. Lesões visuais = cegueira.


F) SOM: Velocidade 340 m/s. Ruído permitido 85 db. As lesões provocadas por
explosões, tiros, grandes ruídos são: surdez, ruptura da membrana do tímpano etc.

ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA (INSTRUMENTOS)


I - INSTRUMENTO PERFURANTE
1. DEFINIÇÃO:
É todo instrumento capaz de produzir uma lesão punctória.
2. INSTRUMENTOS:
Esses instrumentos propriamente ditos possuem forma cilíndrica-cônica, são alongados,
finos e pontiagudos, tais como: agulha, estilete, prego, alfinete etc.
3. MECANISMO DE AÇÃO:
Atuam por pressão através da ponta e afastamento das fibras do tecido.
4. LESÕES:
As lesões produzidas por estes instrumentos são soluções de continuidade que se
denominam feridas punctórias.
5. DIAGNÓSTICO:
O tipo de instrumento será diagnosticado pela qualidade das lesões. Mas o diagnóstico da
lesão em si, não permite que para avaliação do seu alcance, se façam sondagens,
desaconselhadas formalmente pela possibilidade de, elas mesmas, produzirem falsos
trajetos ou alterarem os correspondentes ao instrumento empregado.
6. PROGNÓSTICO:
É extremamente variável, pois, o instrumento não contaminado facilitará a recuperação,
mas caso ocorra processo infeccioso tudo se modificará.
7. NATUREZA JURÍDICA:
Geralmente homicídios, principalmente entre detentos. Recém-nascidos também podem
ser vítimas desse tipo de lesão (infanticídio). Não é de se desprezar a possibilidade de
acidente comum ou do trabalho. Como meio de suicídio não é muito freqüente.
8. PERÍCIA:
A perícia envolve sempre o exame das lesões em sua forma, aspecto, dimensões e demais
caracteres que sirvam não só para a determinação diagnóstica, mais ainda para pesquisar
o instrumento que as produziu.
II - INSTRUMENTO CORTANTE
1. DEFINIÇÃO:
É todo instrumento que atuando linearmente sobre a pele ou sobre os órgãos, produz
feridas incisas.
2. INSTRUMENTOS:
Navalha, bisturi, lâmina, canivete, faca de gume cerrado, pedaço de vidro etc.
3. MECANISMO DE AÇÃO:
Agem por pressão e deslizamento produzindo a secção uniforme dos tecidos.
4 .LESÕES:
Possuem bordas nítidas e regulares, há hemorragia geralmente abundante, corte perfeito
dos tecidos moles, ausência de outro trauma em torno da lesão.
5. DIAGNÓSTICO:
É necessário estudar cuidadosamente os caracteres da lesão, não sendo omitido o exame
minucioso das vestes quando a região afetada era coberta por ela.
6. PROGNÓSTICO:
Depende da sede comprometida, da extensão e profundidade do ferimento, são mortais
quando atingem a região do pescoço (denomina-se esgorjamento, se atingir a região
anterior e degolamento, se atingir a região posterior). Não sendo isso, em geral não
assumem essa gravidade extrema, mas podem ser gravíssimas quando situadas no rosto
(cicatriz queloideana - deformidade permanente). No caso de atingir nervos de membros,
podem produzir perturbações motora e sensitiva, e daí debilidade do segmento,
enfermidade incurável que pode impedir o trabalho etc. Não havendo essas
consequências, elas são consideradas leves.
7. NATUREZA JURÍDICA:
Podem variar, é homicida frequentemente, mas pode tratar-se de lesão de defesa
(indicativo de luta) ou mesmo suicida. A lesão acidental pode ocorrer, mas geralmente é
de menor gravidade e não chega ao legista, senão ao clínico.
8. PERÍCIA:
Elemento cortante, número de lesões, sede, direção, características, profundidade,
regularidade, lesões de defesa. O médico legista através de fatos relatados e observados,
poderá prestar esclarecimentos à justiça.

III - INSTRUMENTO CONTUNDENTE


1. DEFINIÇÃO:
É todo instrumento ou objeto rombo capaz de agir traumaticamente sobre o organismo.
2. INSTRUMENTOS:
• Sólido: pau, tijolo, mão de pilão
• Líquido: queda n'água, jato d'água
• Gasoso: jato forte de ar sobre pressão
• Naturais: mãos, pés, cabeça, chifres de boi etc.
• Usuais: bengala, bastão, cacetete etc
• Eventuais: pedra, martelo
3. MECANISMO DE AÇÃO:
• Ativo: quando o objeto possuidor de força viva, choca-se contra o corpo da vítima;
• Passivo: quando o corpo da vítima, sob ação da força viva, choca-se contra o objeto;
• Misto: quando tanto o corpo da vítima, quanto o objeto possuidor de força viva, chocam-
se entre si.
4. LESÕES:
A resultante da ação desses instrumentos depende da intensidade do seu movimento, de
sua dinâmica traumatizante, e, conjugado este fato, a região do corpo atingida e as
condições da próxima ação, as lesões decorrentes poderão ser superficiais ou profundas,
citam-se das mais leves às mais graves:
A) RUBEFAÇÃO: alteração vasomotora da região; dura cerca de duas horas no
máximo;
B) EDEMA: derrame seroso;
C) ESCORIAÇÃO: perda traumática da epiderme (serosidade, gotas de sangue, crosta);
D) EQUIMOSE: derrame hemático que infiltra e coagula nas malhas do tecido. Permite
dizer qual o ponto onde se produziu a violência. Indica a natureza do atentado.

Pode afirmar se o indivíduo achava-se vivo no momento do traumatismo. Indica a data


provável da violência.
Espectro equimótico de LEGRAND DE SAULLE - a equimose superficial é envolvida
por uma sucessão de cores que se inicia pelos bordos. Tem importância pericial para
determinar, em alguns casos, a data provável da agressão:
- 1º dia: lívida ou vermelha - 7º ao 10º dia: esverdeada
- 2º e 3º dia: arroxeada - 10º ao 12º dia: amarela-esverdeada
- 4º e 6º dia: azul - 12º ao 17º dia: amarela

E) HEMATOMA: é uma coleção hemática produzida pelo sangue extravasado de vasos


calibrosos, não capilares, que descola a pele e afasta a trama dos tecidos formando uma
cavidade circunscrita onde se deposita.
F) BOSSA SANGUÍNEA: é um hematoma em que o derrame sanguíneo impossibilitado
de se difundir nos tecidos moles em geral, por planos ósseos subjacentes, coleciona
determinando a formação de verdadeiras bossas.
G) BOSSA LINFÁTICA: são coleções de linfas produzidas por contusões tangenciais,
como acontece nos atropelamentos, em que os pneus, por atrição, deslocam a pele
formando grandes bossas linfáticas, entre o plano ósseo e os tegumentos.
H) LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma das extremidades.
I) FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos submetidos à ação
de instrumentos contundente.
J) FERIDA CONTUSA:
• Forma, fundo e vertentes irregulares;
• Bordas escovadas;
• Ângulos obtusos;
• Derrame hemorrágico externo menos intenso do que na ferida incisa;
• Aspecto tormentoso no seu interior;
• Retalhos conservados em forma de ponte, unindo as margens da lesão, contrastando
com os tecidos mortificados;
• Nervos, vasos ou tendões, conservados no fundo da lesão.

5. DIAGNÓSTICO:
Na apreciação detalhada das equimoses é preciso distingui-las das hipóstases, das
equimoses espontâneas post mortem, das pseudo-equimoses, traumatismos post-mortem,
das doenças como púrpura, escorbuto, hemofilia, intoxicação por arsênio, epilepsia etc.
6. PROGNÓSTICO:
O prognóstico depende da lesão em si, conforme a região, ferida seccionando ou
dilacerando órgãos importantes, e dependendo do peso da arma e força viva com que esta
é acionada, podendo produzir comoções de vulto. Em geral o prognóstico é grave quanto
à vida, ou em hipótese mais benigna, quanto à importância, causando um dano que
incapacite para o trabalho.
7. NATUREZA JURÍDICA:
Do ponto de vista jurídico, essas lesões podem significar dependendo da sede, a natureza
de uma violência: pescoço, rosto, orifícios, região genital etc. A forma caracteriza o
instrumento ou meio que as produziu. As dimensões para identificar o agente produtor,
quando produzidas com vida a existência de reação própria. É finalmente a sede, a forma
e a disposição são elementos que bem estudados podem esclarecer a possibilidade de
simulações, podendo evidenciar se foi homicídio, acidente ou suicídio.
8. PERÍCIA:
A importância de realização de uma perícia bem feita, traduz a possibilidade da
identificação do agente da lesão e também, o tipo ou natureza do crime, através,
evidentemente de pesquisas minuciosas e detalhadas da lesão.
IV - INSTRUMENTO CORTO-CONTUNDENTE

1. DEFINIÇÃO:
São instrumentos que possuem gume rombo, de corte embotado e que agindo sobre o
organismo, rompe a integridade da pele, produzindo feridas irregulares, retraídas e com
bordas muito traumatizadas.
2. INSTRUMENTOS:
Machado, foice, facão, enxada, moto-serra, rodas de trem etc.
3. MECANISMO DE AÇÃO:
Agem por pressão e percussão ou deslizamento. A lesão se faz mais pelo próprio peso e
intensidade de manejo, do que pelo gume de que são dotados.
4. LESÕES:
A forma das feridas varia conforme a região comprometida, a intensidade de manejo, a
inclinação, o peso e o fio do instrumento. São em regra mutilantes, abertas, grandes,
fraturas, contusões nas bordas, perda de substância e cicatrizam por segunda intenção.
5. DIAGNÓSTICO:
Será feito com base no tipo de lesão o diagnóstico depende da lesão em si, depende se na
região atingida havia órgãos importantes, e depende do peso da arma ou da força viva
com que esta é acionada, podendo produzir comoções de vulto.

6. PROGNÓSTICO:
Em geral, o prognóstico é grave quanto à vida ou em hipótese mais benigna, quanto à
importância de um dano, incapacitando para o trabalho, deformando, inutilizando
membro etc.

7.NATUREZA JURÍDICA:
É mais freqüente no homicídio e no acidente, sendo raro no suicídio.

8. PERÍCIA:
Na perícia, o aspecto da escoriação é suficiente para indicar se o ferimento foi feito num
indivíduo vivo ou num cadáver. Permite também conclusões quanto ao objeto usado e a
natureza do atentado. As escoriações produzidas no vivo formam crosta.
No cadáver são lisas e muito semelhantes ao aspecto de couro ou de pergaminho.

V - INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTE
1. DEFINIÇÃO:
São aqueles que além de perfurar o organismo exercem lateralmente uma ação de corte.
2. INSTRUMENTOS:
Facas, punhais, canivetes, baionetas etc.
• Classificação:
A) Instrumento pérfuro-cortante de um só gume ou de um só bordo cortante;
B) Instrumento pérfuro-cortante de dois gumes ou de dois bordos cortantes;
C ) Instrumento pérfuro-cortante de três ou mais gumes ou bordos cortantes.
• Características:
São instrumentos que, além de perfurar, pela sua ponta, ainda exercem lateralmente ação
de corte:
• Monocortante: faca, peixeira, canivete
• Bicortante: punhal
• Tricortante: lima, florete
• Multicortante: apontador de pedreiro, perfuratriz manual.

3. MECANISMO DE AÇÃO:
Perfura = Pressão Corta = Secção
4. LESÕES:
• Instrumento com um gume: ferida ovalar, com um ângulo agudo e um ângulo
arredondado.
• Instrumento com dois gumes: (botoeira) dois ângulos agudos.
• Instrumento com três gumes: feridas de forma triangular.
• Instrumento com muitos gumes: feridas parecidas com as produzidas pelos instrumentos
cônicos.

5. DIAGNÓSTICO:
Genérico
Deve ser orientado no sentido de se caracterizar a natureza da lesão, condicionada ao
instrumento que a produziu.
6. PROGNÓSTICO:
-Dependem do local - Das formações anatômicas atingidas
- Da profundidade e largura - Da possibilidade de produzirem infecções.
7. NATUREZA JURÍDICA:
- Lesão Corporal - Suicídio - Homicídio - Acidente
8. PERÍCIA:
Dificilmente podemos calcular a largura do instrumento pelo tamanho do ferimento.
Contudo o perito pode dar a ideia genérica do elemento cortante, número de lesões, sede,
direção, características, profundidade, regularidade, lesões de defesa etc.

VI - INSTRUMENTO PÉRFURO-CONTUNDENTE
1. DEFINIÇÃO:
É todo agente traumático que ao atuar sobre o corpo, perfura-o e contunde
simultaneamente.
2. INSTRUMENTO:
Os instrumentos desta classe são, na maioria das vezes, os projeteis de arma de fogo.
Arma de Fogo: São as peças constituídas de um ou dois canos, aberto numa das
extremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde se coloca o projétil.
• Classificação:
a) Quanto à dimensão: portáteis, semiportáteis e não portáteis.
b) Quanto ao modo de carregar: Antecarga e Retrocarga.
c) Quanto ao modo de percussão: Perdeneira e Espoleta
d) Quanto ao calibre:

• A munição compõe-se de cinco partes:


a) Estojo ou cápsula: É um receptáculo de latão ou papelão prensado, de forma cilíndrica
contendo os outros elementos da munição;
b) Espoleta: É a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga. É constituído de
fulminato de mercúrio, de sulfeto de antimônio e de nitrato de bário.
c) Bucha: É um disco de feltro, cartão, couro, borracha, cortiça ou metal, que se separa a
pólvora do projétil.
d) Pólvora: É uma substância que explode pela combustão. Há a pólvora negra e a pólvora
branca. Esta última não tem fumaça. Ambas produzem de 800 a 900 cm3 de gases por
grama de peso. Em geral são compostas de carvão pulverizados enxofre e salitre.
e) Projétil: É o verdadeiro instrumento pérfuro contundente, quase sempre de chumbo nu
ou revestido de níquel ou qualquer outra liga metálica. Os mais antigos eram esféricos.
Os mais modernos são cilíndricos-ogivais.
Balística
A Ciência forense é composta de diversos métodos de análise e identificação
criminalística dentre eles encontramos a balística que em sua primeira definição é a parte
da física (mecânica), que estuda o movimento dos projéteis (considera-se como projétil
todo corpo que se desloca livre no espaço em virtude de um impulso recebido), justificada
plenamente como uma disciplina autônoma em seus métodos de pesquisa e aplicação
criminalística. Portanto, balística é a ciência da velocidade dos projéteis.

Balística forense é em suma "uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as


armas de fogo, sua munição e os efeitos dos disparos por elas produzidos, sempre que
tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar
sua ocorrência" por definição de Domingo Tochetto (in Tratado de Perícias
Criminalísticas, Porto Alegre: Sagra-Luzzato, 1995).

Balística forense é universalmente a utilizada para análise e a identificação das armas de


fogo, dos projéteis e dos explosivos, em particular para a criminalística a balística é
importante no conhecimento e reconhecimento das armas de fogo; dos projéteis e dos
cartuchos vazios; dos explosivos, formadores da munição; do confronto do projétil com
a arma que efetuou o disparo.

Anteriormente pertencente aos capítulos da Medicina Legal a Balística Forense era


tratada por peritos médicos, hoje como uma matéria da criminalística e está classificada
em:

Balística Interna
As armas de fogo são criteriosamente analisadas nesse ramo da balística forense, definida
como balística interna ela trata do funcionamento das armas, da sua estrutura e
mecanismos, descrevendo até mesmo as técnicas do tiro.

3. MECANISMO DE AÇÃO:
O projétil desloca-se da arma graças a combustão da pólvora, quando ganha movimento
de rotação propulsão, ao atingir o alvo atuam por pressão, havendo afastamento e
rompimento das fibras. O alvo é também atingido por compressão de gases que
acompanha o projétil.
4. LESÕES:
Uma lesão completa por projétil de arma de fogo é constituída de 03 (três) partes: Orifício
de entrada, Trajeto e Orifício de saída.
A) Orifício de Entrada: (elementos):
a) Zona de Contusão: Deve-se ao arrancamento da epiderme motivado pelo movimento
rotatório do projétil antes de penetrar no corpo, pois sua ação é de início contundente.
b) Aréola Equimótica: É representada por uma zona superficial e relativamente difusa da
hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanças do
ferimento.
c) Orla de Enxugo: É uma zona que se encontra nas proximidades do orifício, de cor quase
sempre escura que se adaptou às faces da bala, limpando-as dos resíduos de pólvora.
d) Zona de Tatuagem: É mais ou menos arredondadas, nos tiros perpendiculares, ou de
formas crescentes nos oblíquos. É resultante da impregnação de partículas de pólvora
incombustas que alcançam o corpo.
e) Zona de Esfumaçamento: É produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do
orifício de entrada.
f) Zona de Chamuscamento ou Queimadura: Tem como responsável a ação super
aquecida dos gases que atingem e queimam o alvo.
g) Zona de Compressão de Gases: Vista apenas nos primeiros instantes no vivo. É
produzida graças a ação mecânica dos gases, que acompanha o projétil quando atingem a
pele.
Tiro Encostado: É aquele dado com a boca da arma apoiada no alvo. Nesse caso todos os
elementos que saem da arma penetram na vítima. A ferida de entrada adquire o aspecto
de buraco de mina (Hoffman), acompanhado de deslocamento trajeto.
OBS 1 - Relação entre o ferimento de entrada e a distância do disparo:

ELEMENTOS LD(>75) MD(30-75) CD(10-30) QR(10)

Zona de Contusão + + + +

Zona Equimótica (projétil) + + + +

Orla de Enxugo (projétil) + + + +

Zona de Tiragem (partículas) + + +

Zona de Esfumaçamento (fuligem) + +

Zona de Chamuscamento (chamas) +

Zona de Compressão de Gases (ar) +

B) Trajeto: É o caminho que o projétil descreve dentro do organismo. É aberto quando


tem orifício de saída e em fundo de saco, quando termina em cavidade fechada. Pode ser
retilíneo ou sofrer desvios.
C) Orifício de Saída: É o orifício produzido pelo projétil isoladamente ou aderido por
corpos ou autor que a ele se juntam no decorrer do trajeto.
OBS. 2 - Relação entre:

FERIMENTO DE ENTRADA ORIFÍCIO DE SAÍDA

Forma Arredondada (regular) Irregular

Borda Invaginadas Invertidas Evertidas

Elementos Orlas e Zonas Sem Orlas e Zonas


Diâmetro Proporcional ao projétil Desproporcional

Sangramento Pouco ou Ausente Mais Sangramentos

5. DIAGNÓSTICO:
Para o diagnóstico das lesões por instrumentos pérfuro-contundente, deve-se estudar
cuidadosamente os caracteres acima registrados, somando-se ao exame das vestes e
objetos e correlacionado com lesões do corpo da vítima. As características envolvidas na
lesão podem fornecer dados para evidenciar a natureza da origem dos ferimentos.
6. PROGNÓSTICO:
Os ferimentos pérfuro-contusos podem causar morte, perda da função de um membro ou
órgão ou prejuízo da função e ou deformidade local. A consequência vai depender: do
tipo de arma, número de tiros, o calibre, a distância, idade e condições de saúde prévia da
vítima, do tempo decorrido entre o recebimento do tiro e os primeiros socorros.
7. NATUREZA JURÍDICA:
A) Suicídio (50%)
- Um ferimento, ponto de eleição (têmporas, boca, pregão precordial).
- Presença da arma na mão da vítima.
- Disparo a curta distância, queima roupa ou com a arma apoiada.
- Mãos escurecidas pela pólvora.
B) Homicídio (35%)
-Existência de impressões digitais do autor na arma ou nas cápsulas.
-Vestígio do uso da arma nas mãos do atirador.
C) Acidente
8. PERÍCIA:
A perícia envolve sempre o exame das lesões, das vestes e da munição. São exames da
alçada do médico; contudo, como complemento, é necessário que ele seja auxiliado por
outros técnicos para o estudo mais especializados. O médico deve ter em mente certas
questões para as quais ele busca resposta. Ex.: Qual o orifício de entrada? Qual a distância
do tiro? Qual a arma usada? A vítima poderia ter realizado certos atos antes da morte? As
lesões foram produzidas em vida ou depois da morte? Qual a causa jurídica da morte?

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