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CABO
DELGADO
NIASSA
NAMPULA
ZAMBÉZIA
1
A interacção entre eleitorado do norte e deputados no
contexto democrático moçambicano
2
FICHA TÉCNICA
TÉCNICA
Direcção
Edição
3
Cidade de Nampula, Nampula, Moçambique
Tel. 258 – 26215048 TeleFax: 258 – 26214552
Email: cepka@tdm.co.mz
Índice
Índice.........................................................................................................(iv)
Agradecimentos..........................................................................................(v)
Abreviaturas..............................................................................................(vi)
Lista de caixas, gráficos e tabelas...........................................................(viii)
Sumário Executivo......................................................................................(x)
Introdução........................................................................................1
Introdução................................................................................. .......1
Objectivo geral........................................................................................2
Objectivos específicos.............................................................................2
Metodologia............................................................................................4
Estrutura do trabalho...........................................................................10
Parte I:
I: Análise de percepções do eleitorado por província........12
província........12
Conclusões e recomendações....................................................113
recomendações....................................................113
Referência bibliográfica..................
bibliográfica................................................
gráfica.............................................................
............................................116
..............116
Anexos.........................................................................................117
Anexos.........................................................................................117
4
Anexo II: Questionário II (Cidadão)......................................................121
Agradecimento
5
mesmas províncias, pelo fato de disponibilizar seu tempo para contribuir
com informações, para efectivamente concretizar a publicação deste livro.
Abreviaturas
AR - Assembleia da República
Lista caixas
Caixa 1.1: Impacto da acção do deputado na vida do cidadão........................................................17
6
Caixa 1.2: O que pensa e espera o cidadão do deputado...............................................................24
Caixa 1.3: AR debate tópicos que reflectem aspirações do eleitorado............................................31
Caixa 2.1: O que espera dos deputados para melhorar a sua vida.................................................35
Caixa 2.2: O que pensa e espera o cidadão da actividade do deputado.........................................43
Caixa 2.3: AR debate tópicos que reflectem aspirações do eleitorado............................................49
Caixa 3.1: O que espera dos deputados para melhorar a sua vida.................................................54
Caixa 3.2: O que pensa e espera o cidadão da actividade do deputado.........................................61
Caixa 3.3: AR debate tópicos que reflectem aspirações do eleitorado............................................67
Caixa 4.1: O que espera dos deputados para melhorar a sua vida.................................................72
Caixa 4.2: O que pensa e espera o cidadão da actividade do deputado.........................................80
Caixa 4.3: AR debate tópicos que reflectem aspirações do eleitorado............................................86
Lista gráficos
Gráfico 1.1: Tem algum interesse pela política?..............................................................................14
Gráfico 1.2: A Assembleia da República tem a função de?............................................................20
Gráfico 1.3: Sabe porque se diz que o Deputado é representante do povo?..................................23
Gráfico 1.4: O carácter dos debates na Assembleia da República..................................................30
7
Gráfico 5.1: Relacionamento institucional entre a FRELIMO e RENAMO-UE.................................95
Gráfico 5.2: A interacção entre deputados e seus círculos eleitorais..............................................97
Gráfico 5.3: O pronunciamento do deputado sobre actos do governo rege-se por......................104
Gráfico 5.4: Factores determinantes nas comissões especializadas.............................................109
Lista de Tabelas
Tabelas
Tabela 0.1: Distribuição da amostra por província.............................................................................6
Tabela 0.2: Distribuição de locais de entrevistas por distrito/província..............................................7
Tabela 0.3 : Entrevistados por sexo e província................................................................................8
Tabela 0.4: Entrevistados por idade e província................................................................................9
Tabela 0.5: Entrevistados por grupos ocupacionais/província.........................................................10
Tabela 5.1: Dificuldades dos deputados durante o exercício das suas actividades........................90
Tabela 5.2: Relacionamento institucional entre a FRELIMO e RENAMO-UE.................................93
Tabela 5.3: A interacção entre deputados e seus círculos eleitorais...............................................98
Tabela 5.4. Relacionamento na AR entre os deputados é moldado por..........................................99
Tabela 5.5. O nível de relacionamento entre os deputados da AR................................................102
Tabela 5.6 As decisões nas bancadas para influenciar o plenário da AR.....................................107
Tabela 5.7. Qual é efeito das decisões tomadas na AR?..............................................................111
8
Sumário Executivo
9
autonomamente, dentro do quadro legal, em nome do povo para o povo.
Assim, o Parlamento moçambicano representa “todos os cidadãos
moçambicanos”, independentemente de terem participado ou não no
“voto geral, directo, livre e secreto” na eleição dos deputados.
Nos últimos tempos tem estado a crescer o sentimento de que existe uma
certa erosão no índice de confiança e decepção do eleitorado
moçambicano em relação ao desempenho do sistema representativo.
Ademais, nota-se a perda de credibilidade e confiança nos actores
políticos, dos quais se destacam o Parlamento e partidos políticos. Este
fenómeno tende a ganhar maior consistência nos últimos tempos, com o
crescimento do índice de abstenção nos pleitos eleitorais.
10
deputados convergem e sublinham que está ainda muito longe de ser o
“ideal ou desejável”. A interacção entre os deputados e o eleitorado
corresponde às condições específicas da democracia em Moçambique,
particularmente devido às dificuldades de ordem material e financeira.
11
Introdução
1
Recorde-se que nas eleições gerais de 2004 a abstenção foi de 63.7%.
12
sentido foi iniciado, pois os dirigentes do Estado e as instituições
democráticas são eleitos democraticamente.
13
Identificar e conhecer as diferentes dimensões da actividade
parlamentar2.
2
Destas actividades se podem destacar, a produção legislativa, disciplina partidária,
relacionamento entre deputados das duas bancadas e trabalho das comissões
permanentes etc.
14
De alguma forma, só o facto de acreditarem que o interesse do eleitorado
é equacionado pode servir como ponto de partida para valorizar o
trabalho desenvolvido pelos deputados moçambicanos.
Por fim, importa salientar que o estudo constata que o desencanto dos
entrevistados para com as instituições democráticas, bem como o seu
distanciamento em relação à política e dos assuntos públicos é evidente.
Igualmente, é inquestionável o fraco sentido de apropriação do processo
por parte dos cidadãos. Estes factores, que de uma forma isolada ou
combinada, podem estar a traduzirem a fragilidade do actual modelo de
governo e democracia representativa em curso no país.
Metodologia do Estudo
15
Para a realização deste estudo, a equipa de trabalho fez recurso a
diversas técnicas e métodos de trabalho usados em ciências sociais. A
recolha de dados foi feita junto dos deputados da Assembleia da
República e dos cidadãos interpelados nas províncias de Cabo Delgado,
Niassa, Nampula e Zambézia.
16
Durante esta fase, o questionário foi adoptado como principal
instrumento de trabalho. Os conhecimentos dos inquiridores foram
consolidados nesta fase através de discussões adicionais realizados sob a
coordenação da equipe técnica de pesquisa dirigida por um supervisor.
Amostra
Esta taxa de resposta de 88.8% traduz uma certa confiança nos dados,
pois apenas 11.2% de inquiridos são que ficaram por entrevistar. No
global, pode-se afirmar que a participação do eleitorado no inquérito foi
positiva.
17
A Tabela 1.2, abaixo, apresenta a distribuição de entrevistados por locais
de entrevistas, nomeadamente por distrito e por província.
18
Baixa renda das famílias e deficiente sanidade nos mercados;
Elevado índice de pessoas vulneráveis e perfil de pobreza aguda
(em alguns distritos); e
Falta de projectos que envolvam organizações não governamentais,
e programa do governo no combate a pobreza absoluta e o
desemprego.
19
Zambézia 76 24 100 248
Total (%) 74.0 26.0 100.0 1134
18-24 24 25 33 32 28.0
25-35 35 44 45 43 42.0
36-50 37 27 18 23 26.0
51-60 7 4 4 3 4.0
Total % 100 100 100 100 100.0
Total de casos 286 297 290 247 1120
20
A maioria de entrevistados tinha as idades compreendidas entre 25 a 30
anos. Importa-se salientar se trata de uma faixa etária cheia de sonhos e
expectativas sobre o seu futuro e apresenta-se como voluntária para
aceitar desafios.
21
A leitura e análise dos dados representados foram feitas em forma de
tabelas e gráficos. A análise desta informação incidiu sobre dados
quantitativos e qualitativos, em que consulta de fontes secundárias foi
importante para consubstanciar as fontes primárias.
Estrutura do trabalho
22
PARTE I
POR PROVÍNCIAS
23
Capítulo I
1. Sumário
1.1
1.1 O cidadão e a política
24
Todavia, a política pode ser entendida como uma das esferas do exercício
do poder político, dentro da qual os processos de governação e eleitoral
ocorrem. Estas actividades são de domínio da maioria dos cidadãos,
alguns dos quais foram inquiridos. Depois, é importante equacionar a
política como o âmbito de governação, sobre a qual o eleitorado
moçambicano é mobilizado e encorajado a participar activamente.
Por último, a política deve também ser analisada e entendida como uma
das actividades normais de interesse e utilidade público em que o povo
deve se envolver em benefício da sua própria família, comunidade e da
sociedade em geral.
1.1.1
1.1.1 Interesse
Interesse do eleitorado pela política
25
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00% Sim
50.00% Não
40.00% Nem s empre
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
Pemba Moc imboa Chiure
1.1
1.1.2 Impacto de eleições sobre a vida do cidadão
26
A análise do impacto de actos eleitorais sobre o dia a dia do cidadão
moçambicano é um exercício de grande utilidade porque permite medir o
grau de legitimidade dos titulares do poder político durante o seu
mandato. Todavia, no presente estudo, fica demonstrado que este
exercício não é uma tarefa fácil tendo em linha de conta que este
processo é relativamente recente na história política de Moçambique.
3
Em relação a esta matéria importa recordar que somente este ano vão ser realizadas as primeiras eleições
provinciais que vão eleger deputados a este nível.
27
projectos de desenvolvimentos turístico que estão sendo implementados
na província.
28
província, particularmente, de Pemba admite que algo tem sido feito que “ajuda a
resolver problemas do povo”.
Assim, tendo em linha de conta os factos acima arrolados é compreensível que seja
reduzido o impacto da acção do deputado no distrito.
1.2.1.
1.2.1. Assembleia da República
29
A Tabela 1.2, abaixo, apresenta o quadro detalhado das percepções dos
cidadãos interpelados em relação ao conhecimento sobre a Assembleia
da República.
1.2.2
1.2.2 As funções da Assembleia da República
30
A estrutura de distribuição do poder político em Moçambique reserva as
competências da área de legislação à Assembleia da República,
definindo-a como o mais alto órgão legislativo com a função de
determinar as normas que regem o funcionamento do Estado e a vida
económica e social através de leis e deliberações de carácter genérico.
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
Pemba Mocímboa Chiúre
Fazer leis 73.0 98.0 78.6
Administrar a Justiça 7.6 0 17.3
Promover o desenvolvimento 19.4 2.0 4.0
Económico
31
O facto de a maior parte dos entrevistados ter dito que a função daquele
órgão de soberania é fazer leis revela, claramente, que as pessoas estão
cientes do trabalho desenvolvido pela Assembleia da República e das
funções a si atribuídas pela Constituição da República.
1.2.
1.2.3.
2.3. Diferenças entre Governo e Assembleia da República
4
Artigo 169 da Constituição da República de Moçambique, 2005.
32
O Chefe de Estado é, simultaneamente, o chefe do Governo. O Presidente
da República é, igualmente, eleito por sufrágio universal directo, igual,
secreto e pessoal, num sistema de maioria em que ganha o candidato
que reuna mais de metade dos votos.
33
diferença entre o Governo e a Assembleia da República. A situação do
Distrito de Chiúre pode ser tolerada, mas o mesmo não se pode dizer em
relação a Pemba, tendo em linha de conta o seu estatuto político e sócio-
económico, já que constitui o centro do poder político provincial.
1.3
1.3 Contornos da democracia representativa
1.3
1.3.1. Noção sobre o papel do deputado
34
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não Outros
Pemba 76% 24% 0.00%
Mocimboa 71% 21% 8%
Chiure 76% 24% 0%
35
Todavia, de um total de 245 entrevistados5, 59.0% referem que a
presença dos deputados na sua zona ou área “Não se faz sentir”, contra
33.0% que acreditam que se fazem sentir. Por esta via, nota-se que, de
um total de 256 casos, 62.0% de entrevistados reafirmam o trabalho do
deputado não produz impacto algum, embora 21.0% de entrevistados
acredite no impacto positivo, sobretudo, na construção e/ou
melhoramento de infra-estruturas económicas e sociais.
Em geral, conclui-se que os deputados têm muito trabalho pela frente para mudar a
imagem negativa que o cidadão tem sobre o seu desempenho, particularmente neste
círculo eleitoral não menos importante para todos actores políticos. O número de
entrevistados que acredita nas suas nobres tarefas é bastante pequeno.
1.4
1.4 Relações intra-
intra-parlamentares
5
Ver mais detalhes nos Anexos sobre Cabo Delgado.
6
Estes partidos também são designados por “extra-parlamentares”.
36
1.4.1
1.4.1 Qualidade de relações de trabalho entre Bancadas
7
As relações inter-bancadas são satisfatória porque resultam do somatório de respostas
com excelente (5.%), boas (31.0%) e razoáveis (42.0%).
37
Os dados da Tabela 1.4 mostram que Chiúre (54.0%) está ligeiramente
adiantado em relação à Pemba (52.2%) quanto as relações de trabalho
entre as duas bancadas. Com efeito, Chiúre é o local onde mais pessoas
acreditam que a relação entre as bancadas da Frelimo e da Renamo na
Assembleia da República sejam, efectivamente, “Razoáveis”. Enquanto
isso, Mocímboa, com 48.0% de entrevistados, assume a dianteira
daqueles que acreditam que a relação entre as duas bancadas é “Boa”.
Esta visão é partilhada por 32.0% dos entrevistados de Chiúre. Por outro
lado, é significativa a percentagem de entrevistados de Mocímboa (30%)
que acreditam que a relação entre as bancadas é “Má”. Os entrevistados
de Mocímboa da Praia (30.0%) e Pemba (28.0%) são os que se salientam
na lista dos que classificam negativamente as relações interbancadas.
1.4.2.
1.4.2. Nível de relacionamento
relacionamento entre bancada
Este cenário cria uma dependência mútua entre as duas partes que, por
outras palavras, significa que as relações entre as duas bancadas têm
38
sido regidas por uma interdependência. Esta situação, segundo 55.0% de
entrevistados, cria um ambiente de trabalho caracterizado por “conflito,
tensão e crise”, contra 45.0% dos que defendem o clima de “cooperação”.
Ademais, importa recordar que as duas bancadas, vias da regra, agem
em bloco quando se trata de assuntos de interesse dos seus respectivos
membros. Este fenómeno tem sido frequente quando se trata de
benesses.
Com efeito, constata-se que, de um total de 267 casos, houve uma ligeira
divisão de opiniões entre os entrevistados, em que nenhuma opção
atingiu os 50.0%. Com efeito, 45.0% dos entrevistados caracterizaram o
relacionamento institucional entre as duas bancadas como sendo de
“Cooperação”, contra 11.0% daqueles que apontaram ser de “Crise”.
Enquanto isso, 31.0% de inquiridos indicaram que se tratava de
“Conflito” e 13.0% disseram que a mesma era de “Tensão”.
39
entrevistados desta urbe (34%) é de opinião que o relacionamento é de
“conflito”. Esta posição de Pemba é partilhada por entrevistados de
Chiúre (33.0%) e de Mocímboa (27.0%).
Em suma, pode dizer-se que, nesta província, a maior parte das pessoas
entrevistadas (55.0%) considera que as relações institucionais das duas
bancadas são regidas por conflito de interesses e duvidam que possam
conviver num clima harmonioso para o bem-estar do povo.
1.4.
1.4.3
4.3 Relações
Relações interpessoais de deputados
40
% em relação ao total 4.0 33.0 44.0 19.0 100.0
O debate sobre os mais diversos assuntos que têm lugar na AR, segundo
um número significativo de entrevistados, é influenciado pela “Disciplina
Partidária”. Esta deve ser uma das causas que influenciou 50.0% de
entrevistados, de um total de 244 casos, a afirmar que os trabalhos dos
deputados “em nenhum aspecto”8 ajudam a melhorar a sua vida.
8
Ver mais detalhe em anexo questionário qualitativo.
41
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Pemba Moc imboa Chiure
Dis c iplina Partidária 63% 56% 26%
Dis c iplina Parlamentar 5% 21% 17%
Interes s es do eleitorado 23% 10% 54%
Outros 9% 13% 3%
Os assuntos que constam da agenda da Assembleia da República (AR) que depois são
objecto de discussão em Sessões da AR foram, igualmente, postos à prova junto do
eleitorado do de Cabo Delgado. Os cidadãos entrevistados convergem nas suas
42
respostas e manifestam a sua satisfação por constatar que a maioria das matérias
discutidas nas Sessões da AR vão de encontro com as suas aspirações. Este cenário
repete-se um pouco por todas restantes províncias onde o estudo foi realizado.
Em suma pode-se afirmar que é salutar constatar que, não obstante a imagem
negativa dos deputados junto da população, os assuntos que debatem na AR
convergem com as aspirações da maioria dos cidadãos entrevistados.
1.6. Considerações
Considerações gerais
43
A maioria de cidadãos entrevistados (73.0%), tem alguma ideia
sobre a composição e papel da AR. Neste contexto, A maioria
esmagadora das pessoas entrevistadas (82.0%) com a capacidade
eleitoral comprovou que conhece a função primordial da
Assembleia da República que é de “Fazer leis”;
Capítulo II
44
2. Sumário
2.1.1
2.1.1 Interesse do eleitorado
eleitorado pela política
Lalaua 70 18 12 93
Cidade de Nampula 70 13 17 100
Angoche 55 35 10 86
Total 189 61 39.0 289
% em relação ao total 65.0 21.0 14.0 100
45
disseram que não têm inclinação pela política e 1 disse que se interessa,
algumas vezes, por esta área de actividade ou do saber.
46
seguidos por Angoche, com 55.0%. No entanto, Angoche (35.0%)
apresenta maior percentagem de entrevistados que deram a conhecer
que não têm qualquer interesse pela política. A cidade de Nampula
(17.0%), que é a terceira maior do país, apresenta o maior índice de
pessoas que “nem sempre se interessam” pela política.
47
0.9
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
Sim Não Não sei
Lalaua 84 16 0
Cidade de Nampula 72.7 20.9 6.3
Angoche 80.4 18.3 1.14
48
informação, entre outras, facilidades que o desenvolvimento pode
oferecer. Assim, os resultados da pesquisa mostram que a maioria
esmagadora dos cidadãos entrevistados tem o domínio sobre aspectos
marcantes deste mais alto órgão do poder legislativo do Estado tais como
a sua composição e funções.
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
Lalaua Cidade de Nampula Angoche
Out r os 5.49% 4% 5%
49
quedou em segundo lugar com 79.0%, e a cidade de Nampula, com
71.0%. Esta posição positiva dos entrevistados em termos de
conhecimento pode estar ligada a factores como acesso à informação e à
divulgação das actividades daquele órgão de soberania. Por exemplo,
Lalaua tem o sinal da TVM desde 2006, o que constitui uma mais valia
para o desenvolvimento do Distrito, particularmente das populações
locais.
50
A Tabela 2.2, abaixo, apresenta o quadro detalhado das percepções dos
cidadãos interpelados em três distritos de Nampula, sobre as funções da
Assembleia da Republica.
2.2.3 Diferenças
Diferenças entre Governo e Assembleia da República
República
51
AR. Nesta província, a margem diferencial entre as correntes de opiniões
entre os que sabem e os que não sabem identificar é de 17.0%, sendo a
maior para os primeiros.
2.3
2.3 Contornos da democracia
democracia representativa
52
2.3.1 Noção sobre papel do deputado
53
Caixa 2.2: O que pensa e espera o cidadão da
da actividade do
do deputado
54
dentro de uma razoabilidade. Com efeito, 51.0% dos inquiridos disseram
que a relação de trabalho na Assembleia da República, entre as
bancadas da Frelimo e da Renamo-EU, era “Razoável”, contra 25.0%
daqueles que afirmaram que era “Má”. Enquanto isso, 20.0% de
entrevistados afirmaram ser “Boa” e, finalmente, apenas 4.0% disseram
que era “Excelente”.
2.4
2.4.2. Nível de relacionamento institucional das bancada
bancada
55
A atmosfera de trabalho na AR resulta da necessidade da “cooperação
institucional” entre as duas bancadas para garantir o funcionamento
institucional.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Cooperação Conflito Tensão Crise
Lalaua 54% 38% 5% 3%
Cidade de Nampula 18% 64% 14% 4%
Angoche 47% 52% 0% 2%
56
Assembleia da República é marcadamente de “Conflito”, seguida por
munícipes de Angoche (52.0%).
2.4.3 Relações
Relações interpessoais de deputados da AR
57
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Lalaua Cidade de Nampula Angoc he
Ex c elente 11% 5% 1%
Boa 31% 26% 32%
Raz oável 46% 46% 42%
Mau 13% 23% 25%
O debate sobre os mais diversos assuntos que têm lugar na AR tem sido,
de certo modo, influenciado por factores de ordem “disciplinar e
58
partidária” (43.0%). Todavia, observa-se uma tendência assinalável de
opiniões que sustentam que os deputados agem em defesa dos
“interesses do eleitorado” (30.0%). Este cenário é ligeiramente diferente
da que se registou em Niassa, onde os entrevistados acham que os
parlamentares de ambas bancadas ainda estão fortemente “amarrados”
aos ditames dos seus respectivos partidos políticos.
Por seu turno, 18.0% e 9.0% de entrevistados disseram que a atitude dos
parlamentares é regida por “Disciplina parlamentar” e por “Outros”
interesses, respectivamente. Deste posicionamento, pode-se afirmar que
em cada 10 entrevistados 4 defendiam a disciplina partidária como factor
determinante, 3 sustentava a defesa de interesses do eleitorado, 2
defendiam a disciplina parlamentar e por último, 1 sustentava outro tipo
de motivação. Este quadro de respostas mostra que havia uma clara
dispersão de pontos de vista em relação ao desempenho da AR e a
atitude dos deputados perante os interesses do eleitorado.
59
os debates na AR procuram salvaguardar os “Interesses do eleitorado”,
apoiados de perto por 35.0% de Angoche.
Caixa 2.3
2.3: AR debate tópicos que reflectem aspirações do eleitorado
2.5
2.5. Considerações gerais
60
A maioria de entrevistados (69.0%) tem o domínio das funções da
AR como órgão mais alto da legislatura moçambicana;
61
Capítulo III
3. Sumário
62
De um total de 281 casos, constata-se que existe uma forte tendência de
equilíbrio entre os admiradores e amantes da política e os seus
detractores. Assim, 45.0% de entrevistados afirmaram que têm forte
interesse pela política, contra 41% daqueles que não se mostram
interessados por esta área de actividade. Por seu turno, 14.0% de
pessoas inquiridas referiram que “Nem sempre” se interessavam pela
política. Isto significa que, no dia da entrevista, havia, em cada 10
entrevistados, 5 amantes da política, 4 detractores e 1 que nem sempre
aprecia a política.
63
inúmeros problemas. Por exemplo, foram realizados 5 pleitos eleitorais,
mas os entrevistados acham que o trabalho dos políticos ainda não tem
um forte impacto nas suas vidas.
80%
60%
Sim
40% Não
Não sei
20%
0%
Cuamba Majune Mavago
64
eventualmente, vir alterar o posicionamento dos entrevistados e da
população em geral.
Finalmente, importa referir que quanto à presença física do deputado nos distritos de
Niassa, não foge muito da situação das outras províncias em que a nota dominante
tem sido a ausência. Com efeito, a esmagadora maioria dos entrevistados em nesta
província, destaca que a presença dos deputados nos seus distritos “não se faz sentir”.
Esta crítica teve maior destaque nos distritos de Mavago e Majune. Enquanto isso,
parte significativa de entrevistados de Majune e do Município de Cuamba defenderam
a posição segundo a qual a presença dos deputados, apesar de tudo “faz-se sentir”.
65
Este cepticismo em relação ao impacto das eleições resulta, também, da
impaciência dos entrevistados de Mavago em relação às mudanças que
tardam a concretizar-se, o que alimenta a descrença que existe quanto a
real capacidade dos políticos em tirá-los da pobreza em que se
encontram mergulhados.
66
Gráfico 3.2: Conhece a Assembleia da República?
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não Não sei
Cuamba 76% 22% 2%
Majune 51% 48% 1%
Mavago 38% 51% 11%
10 Tendo em conta que vai ser instalado o secretariado provincial da AR pode-se esperar
que venha a contribuir a popularização deste órgão de poder do Estado, junto do
eleitorado.
67
entrevistados, assume a dianteira daqueles que ainda não conhecem a
AR, seguidos de Majune com 48.0% de pessoas.
68
A Tabela 3.2 (abaixo) ilustra as percepções dos cidadãos entrevistados
em Cuamba, Majune e Mavago, sobre as funções da Assembleia da
República.
69
O estudo revela que reina, no seio do eleitorado, uma certa confusão
sobre as reais atribuições e vocação específicas do Executivo e do
Parlamento, a partir dos quais se pode encontrar as diferenças
fundamentais entre estes dois órgãos do poder do Estado. Com efeito,
nota-se que, nesta província, há uma clara divisão de opiniões entre dois
grupos de corrente de opiniões que divergem quanto à distinção de cada
um dos órgãos.
70
Em suma, importa salientar que a paridade verificada nas respostas
entre o “Sim” e o “Não” mostra, claramente, que, no seio dos
entrevistados, reinava uma certa confusão sobre as reais atribuições e
vocação específicas do Executivo e do Parlamento. Com efeito, nota-se
que, nesta província, há uma clara divisão de opiniões entre dois grupos
de corrente de opiniões que divergem quanto à distinção de cada um dos
órgãos.
3.3.1 Noção
Noção sobre o papel do deputado
deputado
71
Mavago, por seu turno, com 43.0%, é o distrito onde existe maior
número de pessoas que não afirmaram não saber porque se diz que o
deputado é o representante do povo.
Caixa 3.2
3.2: O que pensa e espera o cidadão
cidadão da actividade do
do deputado
Enquanto isso, das respostas constata-se que existe uma outra franja de cidadãos que
acredita nas potencialidades dos deputados poder influenciar o curso dos
acontecimentos. Eles acham que poderia ser mais activos para “contribuir na
promoção do desenvolvimento do distrito”. Este grupo espera ainda que haja “mais
discussão de assuntos de interesse do povo”.
Em suma, pode-se afirmar que os entrevistados têm os deputados em boa conta, mas
estes têm muito trabalho pela frente para aglutinar as pessoas em torno do projecto
comum que é o desenvolvimento sócio-económico do país.
72
grau das relações de trabalho na AR entre as Bancadas da Frelimo e
RENAMO-UE.
A Tabela 3.5, acima, revela que de um total de 264 casos, 46.0% dos
entrevistados defendem que as relações de trabalho na Assembleia da
República entre as bancadas da Frelimo e da Renamo eram “Razoáveis”,
contra 6.0% daqueles que admitiam ser “Excelentes”. Enquanto isso,
nota-se um facto curioso que tem a ver com a partilha da cifra de 24.0%
de entrevistados entre as opiniões dos que defendiam ser “Boas” e “Más”
relações. Em termos mais simples, isto significa dizer que, em 10
entrevistados, havia 5 que defendiam relações “Razoáveis”, 2 defendiam
ser “Boas”, 2 sustentavam ser “Más” e apenas 1 que defendia ser
“Excelentes”.
73
3.4
3.4.2 Nível de relacionamento institucional entre bancadas
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Cooperação Conflito Tensão Crise
Cuamba 34% 42% 19% 6%
Majune 55% 26% 3% 15%
Mavago 48% 35% 0% 17%
74
seio das bancadas e da AR o sentido patriótico de servir os interesses
nacionais, particularmente do eleitorado. O relacionamento cooperativo
entre as duas bancadas é imprescindível para o funcionamento desta
instituição democrática como agente promotora do equilíbrio e do
consenso nacional dos interesses divergentes e convergentes das duas
bancadas.
75
3.4.3 Relacionamento interpessoais de deputados da AR
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Excelente Boa Razoável Mau
Cuamba 7% 14% 53% 26%
Majune 12% 11% 58% 19%
Mavago 2% 34% 44% 20%
76
Em termos comparativos, os dados mostram que Majune, com 58.0%, é o
distrito onde existe mais pessoas que acreditam que o relacionamento
entre os deputados é “Razoável”, seguido por perto de Cuamba, com
53.0% de entrevistados. Em Mavago, 44.0% dos entrevistados
consideraram que o relacionamento era “Razoável”, ao passo que 34.0%
defenderam que era “Bom”.
O debate sobre os mais diversos assuntos que têm lugar na AR, segundo
os resultados do inquérito, é influenciado e determinado por uma série
de factores, particularmente pelos princípios partidários de “disciplina
partidária”. Esta situação revela que os parlamentares de ambas
bancadas, infelizmente, ainda estão fortemente “amarrados” aos ditames
dos princípios dos seus respectivos partidos políticos, em detrimento dos
princípios da disciplina parlamentar (regimento) ou interesses do
eleitorado.
77
posicionamento dos entrevistados. Nota-se, neste contexto, que
nenhuma das variáveis se aproxima aos 50.0% de respostas.
14
Ver mais detalhes em anexo questionário qualitativo.
78
respectivamente com 37.0% e 36.0%, defendem que os debates são
influenciados por “interesses do eleitorado”.
3.6
3.6 Considerações gerais
79
conheciam a AR, contra 40.0% de entrevistados que
desconheciam;
80
Capítulo IV
4. Sumário
81
descentralização15, contar já com três cidades e uma vila
municipalizadas, o que explica a participação regular da população em
processos eleitorais.
80.00%
60.00%
Sim
40.00% Não
Nem sempre
20.00%
0.00%
Gurue Quelimane Mopeia
82
“em alguns aspectos” para melhorar a sua vida, contra 34.0% daqueles
que disseram o contrário.
Por seu turno, os entrevistados desta província estavam divididos quanto ao impacto
directo do seu trabalho na melhoria das suas vidas. No entanto, nota-se um ligeiro
ascendente, quase na metade, de opiniões que sustentam que reconhecem que a acção
do parlamentar “em alguns aspectos” contribui para criação do bem-estar do cidadão.
Os entrevistados reconhecem a acção positiva dos deputados e apontam, por exemplo,
o simples facto de Aprovar as leis”, que servem de instrumento regulador da sociedade
moçambicana. Este sentimento foi expresso com maior notoriedade nos distritos de
Gúrurè e Mopeia. No entanto, importa sublinhar que um número significativo de
cidadãos entrevistados defendeu, de forma inequívoca, que o trabalho do deputado
“em nenhum aspecto”, ajuda a melhorar a vida da população. Os entrevistados de
todos os distritos, particularmente os de Gúrurè é que se sobressaíram na tomada
desta posição radical em relação aos deputados da AR.
Em suma, estes depoimentos revelam que os desafios para os deputados são enormes
para conseguir inverter o cenário actual junto dos cidadãos que acreditam cada vez
menos no seu trabalho. Com efeito, existe muito por fazer para que as populações
considerem, de forma positiva, o trabalho dignificante desenvolvido pelos
representantes do povo a vários níveis de exercício do poder.
83
No primeiro caso, a apreciação positiva do desempenho dos políticos foi
mais saliente em quase todos os três locais de entrevistas, com Mopeia
(34.0%) e Quelimane (34.0%) a assumirem, conjuntamente, o maior
protagonismo, seguidos de perto por Gúrurè (28.0%). Enquanto isso, no
segundo caso, a crítica ao trabalho dos deputados é mais saliente em
Gúrurè (30.0%). Assim, mais uma vez, nota-se um forte interesse das
pessoas pela esfera política, o que pode estar associado a uma maior
maturidade e politização da maioria das pessoas. O interesse e taxa de
participação nos processos eleitorais podem, igualmente, estar na origem
por este fenómeno.
84
A Tabela 4.1, acima, permite verificar que, de um total de 228 casos,
quase a maioria esmagadora de entrevistados nesta província confirma
que os pleitos eleitorais influenciam para as mudanças na sua vida.
85
4.2.1 Assembleia da República
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
Gurue Quelimane Mopeia
Sim 77.53% 84.29% 68.60%
Não 21.35% 12.86% 31.40%
Não sei 1.12% 2.86% 0.00%
86
constituir uma mais valia em matéria de divulgação deste órgão de
soberania.
16 Tendo em conta que vai ser instalado o secretariado provincial da AR pode-se esperar
que venha a contribuir a popularização deste órgão de poder do Estado, junto do
eleitorado.
87
De um total de 221 casos, 61.0% dos entrevistados disseram que a
Assembleia da República tem a função de “Fazer leis”, contra 29.0%
daqueles que responderam, erradamente, que tem a função de “Promover
o desenvolvimento económico”. Finalmente, 10.0% de entrevistados
disseram, incorrectamente, que a AR tem a vocação de “Administrar a
justiça”. Enquanto isso, nota-se que perto de 30 por cento de outros
entrevistados têm ainda dificuldades de identificar as funções da AR, por
essa razão confundem com a função de “promoção do desenvolvimento
económico”.
88
4.2.3. Diferenças entre Governo e Assembleia da República
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
S im
50.00% Não
40.00% Out r os
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
Gur ue Quelimane Mopeia
89
existente entre o Governo e a Assembleia da República, seguido por
Gúrurè e Mopeia, ambos com 64.0% cada. A concentração de uma série
de facilidades em Quelimane justifica este índice de conhecimento sobre
os órgãos de soberania. Por exemplo, o acesso aos órgãos de
comunicação social, às tecnologias de informação e comunicação, bem
como ao ensino de todos os subsistemas é maior em Quelimane em
relação aos restantes distritos.
90
negativamente. Por outras palavras, isto significa que, em cada 10
entrevistados, no dia da entrevista, 8 sabia dizer o que significa ser
deputado e apenas 2 é que não sabiam.
91
mostram que os entrevistados deste círculo eleitoral foram bastante
críticos em relação às relações de trabalho entre as duas bancadas. O
posicionamento dos entrevistados, em termos gerais, é positivo, embora
haja uma expressiva a cifra daqueles que classificam este relacionamento
de “Mau”.
60%
50%
Excelente
40% Boa
30% Razoável
Má
20%
10%
0%
Gurue Quelimane Mopeia
Excelente 4% 1% 9%
Boa 15% 11% 20%
Razoável 53% 60% 37%
Má 28% 27% 34%
92
Os dados do Gráfico 4.4 mostram que Quelimane e Gúrurè foram os
únicos locais que conseguiram ultrapassar a barreira dos 50 por cento
de opiniões de entrevistados. Assim, 60.0% e 53% de entrevistados de
Quelimane e Gúrurè, respectivamente, admitiram que a relação entre as
bancadas da Frelimo e da RENAMO-UE na Assembleia da República era
“Razoável”. Esta percepção é, igualmente, partilhada por 37.0% de
entrevistados de Mopeia. Todavia, é neste último distrito onde se registou
a maior percentagem de entrevistados que classifica essa a relação como
sendo “Má”.
93
A Tabela 4.4, abaixo, ilustra o índice das percepções de cidadãos
interpelados em Gúrurè, Mopeia e Quelimane sobre o relacionamento
institucional entre as bancadas da Frelimo e RENAMO-UE.
94
por cento de entrevistados defendem relações “Razoáveis”. Os dados
mostram que a dispersão de pontos de vista ocorre na segunda metade
dos inquiridos. De qualquer modo, importa sublinhar que apesar das
suas diferenças ideológicas os deputados conseguem cultivar e manter
relações interpessoais e humanas de bom nível.
95
Em suma, pode concluir-se que a maior parte de entrevistados (51.0%)
considera que o relacionamento interpessoal entre deputados da AR era
“Razoável”. Este posicionamento resulta do facto de existir no seio destes
enormes diferenças de interpretação dos factos e por tomarem posições
antagónicas aos quais nenhuma das partes dá sinais de cedência.
Desta paridade, nota-se que existe uma forte disputa entre os dois
factores, em que a “disciplina partidária” (3.0%) leva vantagem sobre os
“interesses do eleitorado”. A diferença entre as duas correntes de
opiniões é ilustrativa, o que mostra que nem sempre os deputados estão
“amarrados” a disciplina partidária.
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Gurue Quelimane Mopeia
Disciplina Partidária 47% 28% 32%
Disciplina Parlamentar 9% 13% 25%
Interesses do eleitorado 40% 39% 21%
Outros 5% 19% 22%
96
De um total de 236 casos, constata-se que o comportamento dos
entrevistados não foi uniforme. Com efeito, houve uma clara divisão de
opiniões entre eles em que nenhuma das opções conseguiu atingir os 50
por cento. Por exemplo, apenas 36.0% de entrevistados é que disseram
que os debates da Assembleia da República decorrem à luz da “Disciplina
partidária”, enquanto que 33.0% sustentaram que os mesmos são
guiados por “Interesse do eleitorado”.
Caixa 4.3
4.3: AR debate tópicos
tópicos que reflectem aspirações do eleitorado
As questões que têm merecido debates acesos nas Sessões da AR foram, igualmente,
postos à prova junto do segundo círculo eleitoral do país – Zambézia - que se situa
entre as regiões norte e centro. As respostas dos entrevistados zambezianos não fogem
muito da regra. Nesta ordem de ideias, a esmagadora maioria é de opinião que, de
facto, os assuntos discutidos na AR “sim reflectem” os seus reais anseios. Este
posicionamento foi mais saliente, por ordem decrescente, em Gúrurè, Mopeia e
Quelimane. Apesar desta opinião favorável dos entrevistados, é importante referir que
houve um pequenino grupo de cidadãos que defendeu posição contrária. Com efeito,
este grupo minoritário disse que as discussões do parlamento “não reflectem as suas
preocupações”. Por ordem decrescente, figura Quelimane, Mopeia e Gúrurè.
Em síntese pode-se dizer que, um dos poucos aspectos positivos que os cidadãos
abonam favoravelmente aos deputados é aplaudir os conteúdos dos assuntos e
debates que realizam nas sessões da AR. Neste aspecto, os cidadãos convergem em
termos de opiniões porque acham que esses assuntos correspondem com as suas
aspirações.
97
assuntos de interesse nacional. Com efeito, nota-se que cada uma das
bancadas vota quase sempre contra qualquer proposta de lei
apresentada pela outra parte.
98
obstante a maioria absoluta da Frelimo em relação a RENAMO-UE,
na proporção de 160-90 deputados.
99
PARTE II
100
Capítulo V
Percepções de deputados
5. Sumário
Tabela 5.1: Dificuldades dos deputados durante o exercício das suas actividades
Transp/Com
Províncias Financeiro Relacionamento Material Total
unicação
Nampula 25.0 0.0 6.0 69.0 16
Cabo Delgado 11.0 0.0 0.0 89.0 9
Niassa 0.0 0.0 0.0 100.0 5
Zambézia 15.0 5.0 5.0 75.0 20
Total 8 1 2 39 50
% em relação ao total 16.0 2.0 4.0 78.0 100
101
respectivamente. Por outras palavras, em cada 10 deputados
entrevistados, 8 apontaram a dificuldade de transporte e comunicações,
enquanto os restantes 2 ficaram repartidos entre os problemas de
natureza imaterial (relacionamento) e de ordem material (financeiro).
Um deputado do círculo eleitoral do Cabo Delgado disse que tem percorrido cerca de
108 Km a pé, desde Mazeze até a zona de Namugelia, pois naquela zona não circulam
chapas há muito tempo. Para atenuar a situação, os deputados apelaram às entidades
do Governo para alargar a rede de telefonia fixa e móvel, a fim de facilitar o seu
trabalho.
102
mesma é insuficiente, por isso, constitui um dos entraves ao bom
desempenho das actividades do deputado.
103
A Tabela 5.2 mostra o relacionamento institucional entre as bancadas da
Frelimo e da RENAMO-UE.
104
inter-bancadas são más. Para eles, a falta de confiança, as intrigas, as
acusações e divergências de opiniões são os elementos caracterizadores
de tal situação. Assim sendo, reconhecem que estes factores de desunião
minam e enfraquecem a jovem democracia moçambicana.
105
como sendo de “Cooperação” e de “Crise”. Este posicionamento dos
entrevistados, mais uma vez, revela que a maioria esmagadora de
deputados de ambas bancadas, ou seja, 80.0%, sentem que o
relacionamento entre institucional entre a FRELIMO e Renamo-EU não é
dos melhores. Esta posição havia sido, igualmente, manifestada pelos
cidadãos entrevistados em todas Províncias onde o estudo foi conduzido.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Nampula Cabo Delgado Niassa Zambézia
Cooperação 31% 0% 0% 25%
Conflito 38% 44.44% 40% 15%
Tensão 19% 22.22% 60% 35%
Crise 13% 33% 0% 25%
106
tem sido caracterizado por espírito de “cooperação” em defesa do
interesse colectivo.
107
5.4 Interacção entre deputados e círculos eleitorais
108
que a sua interacção com os círculos eleitorais é “Boa”. Esta opção é
saliente com mais de 50 por cento de opiniões em todas as províncias, à
excepção de Nampula, que regista apenas 25.0%.
109
que a interacção era “Normal”, 3 sustentavam que era “Difícil” e 2
apontavam que era “Fácil”.
18
A entrevista foi realizada muito antes do processo de afectação deste tipo de veículo aos deputados
iniciar.
110
rurais comparativamente às urbanas. Lamentaram este facto, já que é
nas zonas rurais onde se localiza a maior parte do eleitorado.
5.5.1
5.5.1 A influência da disciplina partidária
111
relacionamento interpessoal. Com efeito, constata-se que 46.0% dos
entrevistados afirmaram que o relacionamento interpessoal é moldado
pela “Disciplina partidária”, contra apenas 2.0% de deputados que
apontaram “Outros” critérios.
Por seu turno, importa salientar que alguns deputados têm a consciência
de que o seu relacionamento é fortemente motivado pelo “Interesse do
eleitorado”. Deste grupo, destacam-se os entrevistados de Cabo Delgado
(44.0%) e de Zambézia (30.0%). Por outro lado, o “Regimento da AR” é
apontado por alguns deputados de Nampula (38.0%), que está a frente de
Zambézia (25.0%), como sendo outro critério que molda o relacionamento
112
inter-pessoal. Enquanto isso, os deputados de Niassa e de Cabo Delgado
não acreditam que o regimento da AR seja um critério mais influente no
relacionamento interpessoal.
113
defenderam relações razoáveis, enquanto 3 apontaram relacionamento
bom e por último 1 qualificou de “Mau”.
Com efeito, os deputados das duas bancadas reconhecem que a sua pior imagem é
exposta durante as sessões plenárias em que as divergências de opiniões e acusações
sistemáticas e humilhantes ganham maior notoriedade. Estas contrariedades são
protagonizadas pelos deputados dos dois lados.
114
figura a Zambézia (20.0%), cujos deputados se mostram cépticos em
relação a esta matéria.
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Nam pula Cabo Delgado Nias s a Zam béz ia
Dis c iplina P artidária 6% 22% 0% 21%
Regim ento da A r 25% 11% 75% 5%
Interes s e do eleitorado 69% 67% 25% 74%
P ens am ento indenpendente 0% 0% 0% 0%
115
De um total de 50 deputados, 58.7% defenderam que o seu
pronunciamento sobre os actos governativos é guiado pelo critério de
defesa de interesse do eleitorado19, contra o nulo registado na opção
“Pensamento independente”. Em segundo e terceiro lugares, ficaram os
critérios “Regimento da AR” (29.0%) e “Disciplina partidária” (12.25%),
respectivamente. Esta relação, no mínimo, mostra que não há um
pronunciamento que seja livre de pressões ou de orientações partidárias.
Por outro lado, isto significa que, em cada 10 deputados entrevistados, 6
defenderam que agem em defesa dos seus círculos eleitorais, 3
pronunciam-se seguindo o regimento da AR e 1 actuam de acordo com a
disciplina importa pelo seu partido.
Os deputados da oposição garantem que quase sempre “os eleitores nos exigem para
pressionarmos o Governo para dar resposta aos problemas da pobreza absoluta”. Um
deputado do círculo eleitoral de Nampula, disse que, muitas vezes, os eleitores
consideram que o deputado tem uma “varinha mágica” para dar respostas imediatas
aos problemas por eles apontados. Para elucidar a sua experiência, disse que, em
Intheta, testemunhou a morte de cidadãos por consumo de cogumelos devido à fome.
Na sua qualidade de representante do povo, contactou o então governador da
Província, Filipe Paúde que, de imediato, se deslocou ao local para confirmar o facto,
tendo mais tarde enviado produtos alimentares para minimizar a fome naquela zona.
19Este posicionamento não converge com o dos cidadãos entrevistados que consideram
que os deputados fazem-no na escrupulosa obediência das orientações partidárias.
116
No que toca ao “Regimento da AR”, os entrevistados de Niassa são os que
mais acreditam que esta modalidade é a mais dominante quando se faz o
pronunciamento dos actos do Governo. Com efeito, 75.0% dos deputados
entrevistados sustentaram esta opção, contra 5.0% de deputados de
Zambézia. Na zona intermédia situaram-se os deputados de Nampula
(25.0%), e Cabo Delgado (11.0%).
117
capítulos precedentes. Todavia, os deputados entrevistados tendem a
contrariar esta assunção, apresentando quase sempre a retórica de estar
a defender os interesses do eleitorado.
Tabela 5.6 As decisões nas bancadas para influenciar o plenário da AR são tomadas por imperativos de
Disciplina Interesse do Liberdade
Províncias Consenso Outras Total
Partidária eleitorado individual
Nampula 38.0 44.0 6.0 6.0 6.0 16
C. Delgado 44.0 56.0 0 0 0 9
Niassa 40.0 40.0 20.0 0 0 5
Zambézia 36.8 53.0 5.0 5.0 5.0 19
Total 19 24 3 2 1 49
% relação ao
39.0 49.0 6.0 4.0 2.0 100.
total
118
províncias onde o estudo teve lugar. A frente deste processo está a
Província de Cabo Delgado (56.0%), seguida de perto pela Zambézia
(53.0%). Nampula (44.0%) e Niassa (40.0%)% se posicionaram em
terceiro e quarto lugares, respectivamente.
Em relação à pergunta sobre como são tomadas as decisões dentro dos partidos para
influenciar a Plenária da Assembleia da Republica, as respostas dos deputados
entrevistados foram distintas. Por exemplo, os deputados da Frelimo defendem que “as
decisões internas são tomadas em primeiro lugar nas reuniões do Partido”, através da
selecção dos assuntos mais importantes da vida dos eleitores.
Todavia, importa salientar que a maioria de deputados entrevistados acha que este
tipo de questões deveria ser posta à chefia sua respectiva bancada, que, alegadamente,
conhece melhor os contornos do processo.
119
Em suma, importa sublinhar que, à semelhança de outras situações,
mais uma vez, os deputados foram quase unânimes em destacar que no
processo de interno de tomada de decisões não existe espaço para o
“Consenso” e “Liberdade individual”. Na opinião dos deputados, este
processo é dominado, alegadamente, pelo espírito de defesa de
“interesses do eleitorado”.
5.7.2
5.7.2 A toma de decisões nas comissões especializadas da AR
90%
80%
70%
60% Outros
Conc ens o
50%
Regime da Ar
40% Dis c iplina P artidária
30%
20%
10%
0%
Nampula Cabo Nias s a Zambéz ia Total
Delgado
120
De um universo de 45 deputados, que acederam ser entrevistados de
uma amostra de 50, constata-se que a maioria tem a convicção de que o
processo decisório nas comissões especializadas da AR tem sido
fortemente influenciado pela “disciplina partidária”.
121
Enquanto isso, os deputados de Nampula (25.0%) lideram o grupo de
entrevistados que mais acredita no “Consenso” como meio usado. Esta
posição, todavia, não é partilhada pelos entrevistados de Niassa, pois não
foi equacionada. A Zambézia (18.0%) e Nampula (13.0%), de alguma
forma, se referiram ao papel do consenso no processo decisório.
A Tabela 5.7 ilustra o grau de percepção dos deputados sobre o efeito das
suas decisões tomadas na AR.
122
cada 10 deputados entrevistados, 6 defendiam o carácter “Político e
técnico” e os restantes 4 sustentavam apenas carácter “Político”.
123
Neste contexto, os deputados das duas bancadas convergem quanto ao
carácter “Político/técnico” das suas decisões. Os parlamentares
entrevistados reconheceram, igualmente, que, apesar de morosidade,
algumas decisões reflectem e coincidem com as aspirações do eleitorado.
Os deputados destacam a resolução de alguns problemas básicos da
população, tais como a construção de escolas, hospitais, estradas,
abertura de furos de água, entre outros.
124
6. Conclusões
Conclusões e recomendações
recomendações
125
O estudo mostra que a maioria dos entrevistados (72.0%) conhecia
o real significado de ser deputado como representante do povo.
126
outro lado, o cenário do cepticismo em relação ao trabalho dos
deputados e a abstenção eleitoral poderia ganhar outros contornos.
127
7. Referência bibliográfic
bibliográfica
Documentos
128
8. ANEXOS
8.1 Anexo
Anexo I: Questionário 1 (Deputados)
QUANTITATIVO E QUALITATIVO
Província (Círculo Eleitoral) Ocupação Idade Sexo
PARTE I. QUANTITATIVO
d) Transporte/comunicação
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
129
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
130
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
c) Consenso d) outros
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
131
3. Como são tomadas as decisões internas dos partidos para
influenciar na Assembleia da República?
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Comentário____________________________________________________________
________________________________________________________________________
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Comentário
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Observações
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132
8.2 Anexo II: Questionário 2 (Cidadãos comuns)
Quantitativo e qualitativo
Província Distrito Ocupação Idade21 Sexo
PARTE I. QUANTITATIVO
Comente______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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________________________________________________________________________
Comente
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21
As pessoas inquiridas devem ter idade superior a 18 anos
133
5. Conhece a diferença entre o Governo e a Assembleia da
República?
Qual (Comente)________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comentário _______________________________________________________
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Comentário _______________________________________________________
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134
10. O nível de relacionamento entre os Deputados da Assembleia da
República é:
Comentário____________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
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Comente_______________________________________________________________
135
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Observações___________________________________________________________
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