espinhos. Descalços. Homens que não amam a si. E assim que encontram um rastro de afeto o seguem como cães, direto para a armadilha. Lamentável. Gostaria que pensasse nela. Aquela por quem seu coração bate e que abate sua suposta dureza. Gostaria que pensasse em todos os momentos bons. Nos dons sedutores. Na falta de pudores. Nos aromas e sabores que eram só dela e em como jamais achará outra igual. Mas isso não é mal. Veja bem, nada do que foi bom está perdido, tudo foi vivido, mas é isso. Os momentos, bons e ruins, são reféns da inexorabilidade do tempo tanto quanto nós, você nunca viverá algo que já se foi, os sentimentos que sentiu naquele momento também entram nessa perspectiva. Gostaria que pensasse nela. Aquela em quem você gostaria de confiar e estar. Gostaria que lembrasse de todos os momentos ruins. Nas brigas. Birras. Desmerecimentos que ela deu aos seus sentimentos. Existe, em algum lugar, um cara que será exatamente o que ela procura, mas esse cara não é você. Admita isso para si mesmo. Ela é arrogante e o semblante dela, agora, lhe causa repulsa, mas raiva gratuita não é a solução. Encare os fatos ruins como um presente, pois foram eles que lhe impediram de seguir em frente. Lhe impediram de continuar agindo como uma criança birrenta, que vê algo dar errado, mas continua fazendo por achar que sua vontade se sobrepõe aos fatos. Tentar reaver o que passou se apoiando unicamente nas felicidades vividas e ignorando os infortúnios é como atirar uma flecha em um abismo e pular em seguida, apenas por querer atirar aquela flecha mais uma vez. Queime as rosas. Apague o número. Hora de agir com sensatez