Вы находитесь на странице: 1из 69

Gênero Staphylococcus spp

Prof. Marcos JP Gomes


ATUALIDADES
Atualmente (2013), na List of Prokaryotic names with Standing in
Nomenclature, organizada pelo pesquisador J.P. Euzéby há citação de 47 espécies e 24
subespécies incluídas no gênero Staphylococcus spp, conforme o site:
www.bacterio.cict.fr/s/staphylococcus.html

Staphylococcus agnetis (Taponen et al. 2012) e Staphylococcus stepanovicii (Hauschild et al. 2012)
S. arlettae
S. aureus S. aureus subsp aureus S. aureus subsp anaerobius
S. auricularis S. capitis
S. capitis subsp capitis S. capitis subsp urealyticus
S. caprae S. carnosus
S. carnosus subsp carnosus S. carnosus subsp utilis
S. caseolyticus S. chromogenes
S. cohnii S. cohnii subsp cohnii
S. condimenti S. delphini
S. epidermidis S. equorum
S. equorum subsp equorum S. equorum subsp linens
S. felis S. fleurettii
S. gallinarum S. haemolyticus
S. hominis S. hominis subsp hominis
S. hominis subsp novobiosepticus S. hyicus
S. hyicus subsp chromogenes S. hyicus subsp hyicus
S. intermedius S. kloosii
S. lentus S. lugdunensis
S. lutrae S. microti
S. muscae S. nepalensis
S. pasteuri S. pettenkoferi
S. piscifermentans S. pseudintermedius
S. pulvereri S. saccharolyticus
S. saprophyticus S. saprophyticus subsp bovis
S. saprophyticus subsp saprophyticus S. schleiferi
S. schleiferi subsp coagulans S. schleiferi subsp schleiferi
S. sciuri S. sciuri subsp carnaticus
S. sciuri subsp lentus---------------- -------------------> S. lentus
S. sciuri subsp rodentium S. sciuri subsp sciuri
S. simiae S. simulans
S. succinus S. succinus subsp casei
S. succinus subsp succinus S. vitulinus
S. warneri S. xylosus
HISTÓRICO
Em 1878, o estafilococo foi isolado e descrito, pela primeira vez, por Robert
Koch, de um ferimento purulento.
Em 1880, o médico escocês Alexander Ogston adotou o nome do gênero da
palavra grega staphylo que significa cacho de uvas.
Pasteur o multiplicou em meio de cultivo líquido e Ogstron evidenciou sua
patogenicidade para cobaias e camundongos.
Em 1884, Rosenbach admitiu duas espécies que as chamou de “aureus” e
“albus”, relacionando a presença de pigmentos.
Nocard, em 1887, isolou um estafilococo de um caso de mastite ovina.
Guillebeau, em 1890, sugeriu que este organismo era responsável pela mastite em
vacas (Guerreiro, 1984).

GENERALIDADES
O ADN dos estafilococos possui um percentual de citosina e guanina (C+G) de
30-39 mol%. Outros critérios genéticos para incluir uma espécie desconhecida ao
gênero Staphylococcus estão baseadas na árvore filogenética construída pela
comparação das sequencias do 16S ARNr e 23S ARNr. São células esféricas com 0,5 -
1,5 μm de diâmetro; apresentação em arranjos individuais, aos pares e em agrupamentos
irregulares. São Gram positivos; imóveis; não esporulados; aeróbios ou anaeróbios
facultativos; quimiorganotróficos com metabolismo respiratório e fermentativo. As
colônias são geralmente opacas, podendo variar sua coloração (branca, creme, amarela
ou laranja); geralmente catalase positiva com citocromo presente, mas geralmente
oxidase negativa. O teste de nitrato é geralmente reduzido a nitrito. Suscetível à lise
pelo lisostafina, mas não à lisozima; geralmente são halotolerantes (crescem a 10% de
sal). A temperatura ótima varia entre 30ºC a 37ºC.
Estão distribuídos, principalmente na pele e mucosas de vertebrados de sangue
quente, mas isolados de produtos alimentares, pó e água. Algumas espécies são
patógenos oportunistas nos animais e no homem, onde produzem toxinas extracelulares.
Os estafilococos são organismos esféricos e de tamanho geralmente uniforme
(0,8 m). No pus, se apresentam sob a forma de massas agrupadas irregulares,
lembrando a forma de cachos de uva.
A espécie aureus é a espécie típica e principal patógeno dentre as espécies do
gênero.
A capacidade em produzir coagulase classifica as espécies em dois grupos: os
estafilococos coagulase positivos (ECP), incluindo as espécies: S. aureus subsp aureus;
S. aureus subsp anaerobius; S. hyicus; S. lutrae; S. intermedius; S. pseudintermedius; S.
schleiferi subsp coagulans e S. delphini e os estafilococos coagulase negativos (ECN),
incluindo todas as demais espécies. A espécie S. hyicus é variavelmente coagulase
positiva e, frequentemente incluída como coagulase negativa. Podem apresentar cápsula
de polissacarídeos em amostras clínicas. São coráveis pelos corantes comuns quando
recentemente isolados. São Gram positivos. Cultivos velhos podem perder a habilidade
de reter o Gram. As principais espécies do gênero Staphylococcus e as principais
enfermidades animais estão mostradas nos quadros 1 e 2.

CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E RESISTÊNCIA


As colônias dos estafilos podem apresentar diversas colorações, isto é, elas podem
variar desde a coloração branca porcelana até a coloração laranja, quando cultivadas em
meio sólido. O pigmento carotenóide pode ser visualizado, em meios que contenham
amido ou ácido graxo. As colônias crescem (1 a 3 mm) no Agar - sangue, após 18
horas. Os estafilococos estão entre os microrganismos não esporulados mais resistentes.
Resistem à dessecação; são resistentes ao calor e toleram os desinfetantes comuns
melhor que a maioria das bactérias.

TIPAGEM DOS ESTAFILOS


A fagotipagem dos estafilos é aplicada na epidemiologia das infecções humanas.
Existe mais de 22 fagos, distribuídos em quatro grupos (I, II, III e IV) e quatro grupos
não classificados. A maioria das amostras humanas é lisadas por um único grupo.
Algumas amostras de bovinos e de outras espécies, geralmente não podem ser “tipadas”,
segundo os critérios utilizados no esquema desenvolvido para as linhagens humanas.
Cepas de animais possuem um grau de adaptação ao hospedeiro.
Quadro 1. Associação dos ECP, Hospedeiros e Enfermidades Principais.

Espécies coagulase + Hospedeiro Enfermidade Principal


S. aureus subsp aureus Bovinos Mastites, lesões supurativas.
S. aureus subsp anaerobius Ovinos Mastites, piemia.
Suínos Lesões supurativas
Eqüinos Botriomicose, artrites, mastites.
Caninos Piodermites, infecções urinárias e
Discoespondilites
Aves Lesões de pele, artrites,
Bumblefoot
S. pseudintermedius Caninos Otite externa, piodermites,
Lesões supurativas.
Eqüinos Lesões supurativas

S. intermedius Aves Abscessos e artrites


S. schleiferi subsp coagulans Caninos Otite externa

S. delphini Golfinhos Lesões supurativas de pele

S. hyicus Suínos Epidermite exsudativa

S. lutrae Lontras Fígado, Baço, Glândula Mamária.

* Os estafilos do grupo intermedius (EGI) compreende as espécies S. intermedius; S. pseudintermedius e S. delphini, pois não é
possível distingui-los claramente.
Quadro 2. Associação dos ECN, Hospedeiros e Enfermidades Principais.
Espécies coagulase (-) Hospedeiros Enfermidades Principais

S. hyicus Suínos Epidermite exsudativa


Bovinos Mastites
Aves Lesões supurativas

S. chromogenes Bovinos Mastites

S. simulans Bovinos Mastites

S. xylosus Bovinos Mastites

S. epidermidis Bovinos Mastites

S. cohnii Bovinos Mastites

S. sciuri Bovinos Mastites


Ovinos, caprinos Mastites
Eqüinos Mastites

S. gallinarum Aves, bovinos Lesões supurativas de pele.

S. lentus Suínos, ovinos Lesões supurativas de pele.


Caprinos aves Lesões supurativas de pele

S. equorum Eqüinos Infecções do trato genital

S. haemolyticus Bovinos Mastites

S. warneri Bovinos Mastites

S. felis Felinos Otite externa


Staphylococcus aureus
Prof. Marcos Gomes

Foliculites, Furúnculo, Impetigo.


INTRODUÇÃO
A espécie foi chamada de aureus pela coloração da colônia (amarelo-ouro),
entretanto algumas colônias não são pigmentadas ou perderam esta característica,
durante os sucessivos subcultivos.

FATORES DE VIRULÊNCIA
O S. aureus e outros estafilococos coagulase positivos (ECP) produzem muitas
proteínas extracelulares associadas às células do hospedeiro. Essas proteínas são
importantes na colonização e no crescimento dos estafilos nos vários tecidos. A
presença desses organismos e seus produtos extracelulares sobre as superfícies
demonstram como estes agentes estabelecem infecções.
Muitas toxinas citolíticas (hemolisinas); enzimas (proteases, lipases,
hialuronidases) se associam para causar lesão tecidual, fornecendo nutrientes de baixo
peso molecular que são assimilados e utilizados para o seu desenvolvimento. A doença
resulta de um fenômeno complexo entre as várias proteínas de superfície envolvidas na
colonização celular, enzimas, toxinas e o ambiente extracelular.
Nenhum fator de virulência sozinho é responsável pela superação da resposta do
hospedeiro, exceto no caso da toxina exfoliativa e da toxina da síndrome do choque
tóxico (TSST-1) em que o produto bacteriano é responsável primário pelos sinais da
doença. Entretanto, certas hemolisinas e enzimas contribuem com o processo da doença.
Além disso, mutantes podem perder mais de um fator de virulência (alfa toxina e
coagulase). Os fatores de virulência são visualizados no quadro 1 abaixo.
Quadro I. Determinantes de Virulência do S. aureus.
Determinantes Ação Tecidos do Hospedeiro
______________________________________________________________________________________________
1. Polissacarídeo capsular Antifagocítica

2. Composição da parede celular


Peptidoglicano Piogênico, quimioatrativo.
Ácido teicóico Liberado, pode proteger contra o Complemento

3. Proteínas da superfície celular


Proteína A Interage com a região Fc da IgG
Proteína de ligação ao fibrinogênio Liga-se ao fibrinogênio
Proteína de ligação à fibrinonectina Liga-se à fibrinonectina
Proteína de ligação à laminina Liga-se à laminina
Proteína de ligação ao colágeno Liga-se ao colágeno
Proteína de ligação à vitronectina Liga-se à vitronectina

4. Toxinas extracelulares
Alfa, Beta, Gama e Delta toxinas Citotóxica para tecidos e leucócitos.

Leucocidina P-V Destrói leucócitos (leucocida)

Toxina da Síndrome do Choque Tóxico (TSCT) Liga-se às moléculas do MHC da classe ll


induz síntese de citocinas causando múltiplas
disfunções orgânicas

Enterotoxinas Emética e diarréia

Toxina Epidermolítica Lisa a ligação da célula com estrato granuloso

5. Enzimas
Coagulase Catalisa a conversão de fibrinogênio em fibrina

Lipase Degrada os lipídios

Enzima Modificadora de Ácidos Graxos Modifica ácidos graxos liberados na degradação


lipídica e Contribuí com a formação de
Abscessos.

Proteases Degrada proteínas, incluindo proteínas de defesa


hospedeiro.

Fosfolipases Degrada fosfolipídios

Estafiloquinase Converte plasminogênio plasmina fibrinolítica

Hialuronidase Degrada o ácido hialurônico


Nuclease Cliva tanto o DNA quanto o RNA

1. Superfície Celular
11. Peptidoglicano
O principal, polímero da parede celular do S. aureus e dos ECN é o
peptidoglicano (glicopeptídeo ou mureína). Este polímero é liberado em grandes
quantidades no local da infecção (pele, abscesso muscular e articulações). O
peptidoglicano estimula a produção endógena de pirógenos e quimiotaxia para os
leucócitos.
12. Cápsula de polissacarídeo
A cápsula do S. aureus tem sido classificada em muitos imunotipos. A produção
de cápsula verdadeira pode ser visualizada pela microscopia, após a coloração com tinta
Nankin ou da Índia. Ela é rara entre as linhagens do S. aureus, tanto do homem quanto
dos animais. Macrocápsula produzida pela linhagem do sorotipo 1 impede a
opsonização e fagocitose, estando associadas à virulência. Uma fina microcápsula de
polissacarídeo é produzida pela maioria das amostras isoladas de S. aureus. A maioria
delas produz o sorotipo 5 ou 8. Estas linhagens tendem a resistir à fagocitose em
estudos “in vitro”. O papel da cápsula sobre a virulência parece variar, conforme o tipo
de infecção investigada. Cepas mutantes do S. aureus que perderam a habilidade de
produzir cápsula mostram uma perda da virulência no quadro da mastite bovina. Por
outro lado, mutantes (defectivos) quanto à produção de microcápsula, não mostraram
diferenças entre as amostras capsuladas. As amostras mutantes (cápsula negativas) são
50% menos eficazes na produção de endocardite experimental induzida por cateterismo,
em ratos.

13. Ácidos Teicóicos


Esses ácidos são fosfatos de poliribitol e poliglicerol que estão, tanto associados
ao peptidoglicano quanto extracelularmente. Os anticorpos aos ácidos teicóicos estão
presentes no soro de animais hígidos (normais); ácidos teicóicos extracelulares protege
os organismos da opsonização pela ativação do complemento e reduz os componentes
necessários à interação com as bactérias.

2. Proteínas de Ligação
21. Proteína A
A proteína A é a principal proteína de ligação à imunoglobulina. Ela está presente
em mais de 98% das amostras de origem animal e do homem. A proteína A liga-se à
porção Fc das IgGs (IgG1, IgG2 e IgG4), inibindo a opsonização e fagocitose. Estudos
com amostras não produtoras de proteína A resultaram numa redução da virulência na
infecção subcutânea e intraperitoneal, mas não houve diferenças nas mastites.
22. Proteínas de Ligação à Fibrinonectina (Fn-binding Proteins)
As fibrinonectinas estão presentes na maioria das amostras do S. aureus. Os
estudos sobre a ligação da fibrinonectina às proteínas tissulares e soro induzem uma
proteína do hospedeiro que inibe a fagocitose. Recentemente, foi demonstrado que o
pré-tratamento com anticorpo à fibrinonectina estimulou a fagocitose.

23. Proteínas de Ligação ao Fibrinogênio


A maioria dos S. aureus, assim como S. pseudintermedius e, possivelmente o S.
hyicus, aglutina o fibrinogênio extraído de animais e do homem. Há, pelo menos, três
proteínas de superfície já identificadas, sendo provável que o número de proteínas de
ligação ao fibrinogênio aumente. É provável que as linhagens de origem animal ou
humana possuam diferentes proteínas de ligação, visto que têm sido observadas
diferenças entre os S. aureus de vários hospedeiros. Parece lógico definir as enzimas
estafilocócicas que promovem a coagulação sanguínea como as coagulases e aquelas
que ativam a dissolução do coágulo sanguíneo como estafiloquinases.

24. Outras Proteínas de Ligação


Proteína de ligação ao colágeno e à vitronectina são duas proteínas de ligação dos
estafilococos à matriz extracelular que tem sido recentemente descrita; identificada;
purificada e caracterizada. Essas proteínas de ligação foram detectadas no S. aureus e,
em várias linhagens de ECN; são patogênicas para o úbere bovino e para o homem.
Alem disso, outras estruturas de ligação ao plasminogênio, à tromboespondina e à
laminina foram caracterizadas por diferentes laboratórios, mas o seu papel na adesão
tissular ainda não foi bem esclarecido.

25. Fatores de Virulência pouco Definidos


Produção de muco por espécies coagulase negativas (ECN), especialmente
isoladas de infecções causadas pelo S. epidermidis. Após o crescimento, a bactéria
produz grandes quantidades de muco que são predominantemente polissacarídeos
extracelulares e pouco definidos quimicamente, incluindo vários açúcares, tais como,
ácido manurônico e o ácido galacurônico. O muco dos ECN cresce sobre a superfície de
instrumentos intramamários, equipamentos de ordenha e cateteres; tornam-se
misturados as proteínas do hospedeiro, formando um biofilme amorfo. Biofilme e
infecções associadas a este material são difíceis de tratar pela fraca penetração dos
ATMs que, geralmente ligam-se ao polímero do biofilme. Alem disso, os fagócitos não
podem penetrar com eficiência no biofilme. Assim o agente fica protegido. Além disso,
o muco mostrou propriedades imunossupressoras quando inoculadas em animais.

26. Regulação do Ferro e Crescimento “in vivo”


O S. aureus, S. epidermidis e outros ECN crescidos “in vivo” mostraram uma
grande diferença na produção de proteínas de superfície, quando comparadas com a
mesma cepa, crescida em meio convencional de laboratório. Os estafilococos crescidos
em meios sintético “in vitro” suplementados com fluido peritonial, leite bovino ou
frações do leite, tais como lactoferrina, sugeriram que os íons ferrosos (Fe++) e,
possivelmente outros cátions divalentes podem estar envolvidos na regulação de genes
às várias proteínas de superfície, bem como proteínas extracelulares e intracelulares.

3. Toxinas Extracelulares e Enzimas


31. Toxina α (Alfa)
A toxina mais caracterizada é a toxina α (α hemolisina), uma proteína de 34kDa,
produzida pela maioria das amostras de S. aureus. Conhecida como α hemolisina, ela
lisa hemácias de algumas espécies animais. A toxina α liga-se a membrana da célula
alvo (plaquetas e mastócitos), induzindo a formação de poros na membrana. A célula
perde íons rapidamente quando lisada. A morte das células alvo pela toxina formadora
de poros promove a liberação de prostaglandina e outros mediadores de inflamação. Há
evidências que a α toxina altera a função do macrófago, promovendo lesão tecidual no
local do abscesso. A toxina α é dermonecrótica, após a inoculação na derme de coelhos
e de outros animais. Alem disso possui uma poderosa ação sobre a musculatura lisa dos
vasos. A inoculação de pequenas quantidades da toxina α no úbere de caprinos e ovinos
resulta em necrose tecidual. A α toxina detoxicada (α toxóide) induz uma proteção
parcial contra mastite por S. aureus em caprinos, ovinos e no modelo experimental da
mastite, em coelhos. Alguns fatores de virulência estão descritos no Quadro I, abaixo.

32. Toxina β (Beta)


A toxina β induz a clássica “hot cold hemolysis” nas hemácias de ovinos pela
degradação da esfingomielina da membrana. A toxina β é uma enzima tóxica,
denominada de esfingomielinase. A susceptibilidade das células às diferentes espécies
animais depende da quantidade de esfingomielina da membrana celular. Esta enzima
tóxica age sinergicamente com outras toxinas e enzimas destruidoras da membrana,
permitindo a degradação tecidual. Amostras isoladas de bovinos produzem toxina β,
mas dificilmente as linhagens humanas. A β toxina parece ter uma participação
particular na mastite, pois a toxina aumenta o crescimento bacteriano na glândula
mamária. O toxóide beta produziu alguma proteção contra a mastite experimental em
coelhos.

33. Toxina γ (Gama)


Recentemente, a toxina γ tem sido estudada em detalhes e sua importância nas
infecções animais não tem sido muito explorada. A toxina é composta de duas
proteínas, uma delas é uma protease que pode estar encoberta por estruturas de ligação à
membrana celular específica para o segundo componente.

34. Toxina δ (Delta)


A toxina δ comporta-se como um detergente, produzindo lesão em todas as
células do hospedeiro. Entretanto, os lipídios da pele podem rapidamente ligar-se e
neutralizar a toxina delta, especialmente em coelhos e camundongos inoculados
experimentalmente.

35. Leucocidina
Um pequeno número de S. aureus produz leucocidina (Panton-Valentine
leukocidin) que é composta de duas proteínas chamadas de F (Fast) e S (Slow), tendo
com base a sua mobilidade eletroforética em agarose. A toxina liga-se aos
polimorfonucleares (PMN) e, os destrói, após rápida desgranulação. Há evidência de
que linhagens bovinas do S. aureus produzem uma leucocidina que é tóxica para PMN
de bovinos, porém bem menos tóxica para PMN do homem.

36. Toxina da Síndrome do Choque Tóxico 1 (TSCT-1) e


37. Enterotoxinas estafilocócicas (EEs)
A Síndrome do Choque Tóxico (SCT) é uma doença sistêmica causada por
toxinas do S. aureus e descrita, pela primeira vez, em 1978, por Todd e colaboradores.
Ela é uma proteína estafilocócica originalmente conhecida como enterotoxina F e uma
exotoxina C pirogênica.
Mais tarde, ela foi denominada de SCT-1, por Bergdoll e colaboradores, em
1981. Algumas linhagens do S. aureus produzem uma proteína de 22 kDa denominada
em inglês de “Toxic Shock Syndrome Toxin” (TSST) ou toxina da síndrome do choque
tóxico (TSCT); pode ser absorvida pelas mucosas, através da circulação, assim como as
endotoxinas das bactérias Gram negativas.
A TSST-1 pertence à superfamília das enterotoxinas estafilocócicas e toxinas
eritrogênicas dos estreptococos do grupo A.
O S. aureus secretam enterotoxinas/enterotoxina like toxina e a toxina TSS
(TSST-1), que possuem ou podem possuir atividade de superantígeno (SAg).
O termo superantígeno foi denominado, em 1989, por John Kappler, para
descrever a propriedade de estimular um grande número de células T.
Estudos com enterotoxinas estafilocócicas (EEs), exotoxinas pirogenicas
estreptocócicas (EPEs) e TSCT comprovaram que estas exotoxinas compartilhavam
duas funções comuns, incluindo habilidade de ligar-se como molécula completa
diretamente ao MHC classe II e também aos receptores da cadeia β das células T, fora
da interface de ligação normal ao antígeno (Ortega et al. 2010). Esses superantígenos
estimulam inespecificamente às células T sem o reconhecimento antigênico normal. Os
SAgs ligam-se diretamente à região da porção variável dos receptores beta das células T
com moléculas da classe II do principal complexo de histocompatibilidade (MHC),
resultando numa forte estimulação de células T, que responde com a proliferação
exagerada e liberação maciça de citoquinas. Estas toxinas ligam-se às regiões
conservadas do complexo de histocompatibilidade da classe II da célula do hospedeiro,
induzindo uma superprodução de linfocinas, resultando em lesão tecidual. Os
superantígenos ativam 20-30% de todas as células T enquanto que os antígenos
convencionais somente estimulam aproximadamente 0,001% das células T. Assim, a
liberação de quantidades maciças de citocinas desencadeia os sinais da SCT (Grumann
et al. 2008; Fraser et al. 2000). Estas toxinas liberaram o fator de necrose tumoral ou
“Tumor Necrosis Factor” (TNF) e outras citocinas que induzem o choque
cardiovascular associado com a formação de microtrombos nos capilares. Alem disso,
as células ligadas às toxinas são destruídas pelas células T.
O papel destas toxinas ou dos superantígenos nas infecções animais (mastite
bovina) é limitada. As linhagens bovinas do S. aureus que produzem TSST-1 são
idênticas às TSST-1 do homem. As cepas dos ovinos e caprinos produzem uma variante
com massa molecular e antigenicidade semelhante, mas com diferente ponto isoelétrico.
Outras enterotoxinas estafilocócicas (EEA-EEE e EEG-EEJ) e enterotoxinas
estafilocócicas “like toxins” (EElK–EElR e EElU) foram identificadas no S. aureus. As
doenças causadas por estas toxinas tem importância no homem, mas também descritas
em bovinos, caprinos e ovinos (Ho et al. 1989).
Nos cães, as enterotoxinas produzidas pelo S. pseudintermedius foram descritas,
especialmente a enterotoxina estafilocócica tipo C canina (EECcanina) a qual foi
caracterizada biologicamente, imunologicamente e molecularmente (Edwards et al.
1997). As enterotoxinas causam diarreia e vômito quando ingeridas e responsáveis pelo
quadro de intoxicação alimentar. As enterotoxinas podem também causar SCT se
alcançar a corrente circulatória. A SCT pode ocorrer como sequela de qualquer infecção
estafilocócica se a enterotoxina ou TSCT-1 for liberada sistemicamente ou se o
hospedeiro perdeu a capacidade de produzir anticorpos neutralizantes. Valle e
colaboradores em 1991 estudaram a produção da TSCT-1 em amostras isoladas de
diferentes regiões corporais de 133 caprinos saudáveis, detectando a presença de
anticorpos para esta toxina no soro e leite, através do ensaio imunoenzimatico (ELISA).
Das 342 cepas de estafilo, 86 (25,2%) eram produtoras de TSCT-1. Os anticorpos para
TSCT-1 foram detectados no soro de 57 (42,9 %) dos animais e em 63 (47,4%) das
amostras de leite, sugerindo que os caprinos estão em contato com cepas produtoras da
TSCT-1, a mesma responsável pela doença no homem.
Os estudos focados na produção de enterotoxinas pelas linhagens de ECN de
origem animal são raros (Nemati et al. 2008). Valle et al. (1990) identificaram a
produção de enterotoxinas estafilocócicas (EEs) em ECNs. As EEs foram produzidas
por 70 (75%) das cepas de ECPs e por 22% das linhagens ECNs. Algumas espécies
ECNs como S. chromogenes, S. warneri, S. sciuri, S. saprophyticus e S. lentus
produziram EEs identificadas como SEA, SEB, SEC, e SEE, no grupo de ECN, isolados
do leite de caprinos sugeriram que os caprinos são importantes reservatórios de estafilos
enterotoxigênicos. Outros pesquisadores descreveram a presença de enterotoxinas nos
ECN (Orden et al 1992; Cunha et al 2006; Cunha et al 2007).
As lesões causadas pelo ECNs e sua persistência no úbere pode ser provocada
pela produção de exotoxinas. Algumas linhagens isoladas de ovinos, caprinos e bovinos
com mastite produziram a TSCT-1 e enterotoxina estafilocócica (Orden et al 1992).
Entretanto investigações mais profundas, incluindo o numero total de enterotoxinas e os
genes dos superantígenos nas linhagens de ECN isolados do úbere não foram relatadas.
Nemati e colaboradores, em 2012, testaram e detectaram, através da PCR, a presença de
20 exotoxinas, dentre 102 cepas de 10 diferentes espécies de ECNs isoladas de casos de
mastite clinica e subclinica. Os autores analisaram a presença de genes que codificam a
presença de enterotoxinas/enterotoxin-like toxins (sea, seb, sec, sed, see, seg, seh, sei,
sej, selk, sell, selm, seln, selo, selp, selq and selu); a TSCT-1 e a toxina exfoliativa A e
B (TEA e TEB). Nenhuma sequência foi ampliada para o superantígeno nas amostras
testadas de ECNs, indicando que não foram envolvidos das mastites.
Os sinais/sintomas da Síndrome do Choque Tóxico (SCT) variam dependendo
da origem.
A SCT-1 resulta da infecção com o S. aureus, que pode ser caracterizada por
febre alta acompanhada de pressão arterial baixa, fraqueza, confusão mental que
rapidamente progride para estupor, coma e falência de múltiplos órgãos. A lesão de rash
cutâneo é frequentemente observada no início do curso da doença, parecendo
queimadura solar, mas pode envolver qualquer região do corpo, incluindo lábios, boca,
olhos, palma e sola dos pés. O rash cutâneo evolui para descamação e este processo
pode durar 10-14 dias, em pacientes que superam a fase inicial da infecção. A infecção
pelo estreptococo apresenta menor rash cutâneo do que o apresentado pelo S. aureus.
A primeira caracterização da enterotoxina estafilocócica A (SEA) e da
enterotoxina estafilocócica B (SEB) foi realizada por Casman (1959) e Bergdoll (1960).
Posteriormente, foram detectadas outras espécies de estafilococos, produzindo
enterotoxinas relacionadas às proteínas responsáveis às muitas doenças, incluindo a
SCT, septicemia e intoxicação alimentar. Há 23 diferentes tipos de enterotoxinas
identificadas além da TSCT-1, distribuídas entre 5 grupos filogenéticos (Vasconcelos e
Cunha, 2010). As enterotoxinas foram descritas e designadas de SEA até SEV em
ordem cronológica a sua descoberta. Algumas delas foram renomeadas como “SE like
toxins”, pois não causavam vômito nem foram testadas em modelos experimentais. As
Enterotoxinas estafilocócicas são enterotoxinas proteicas de cadeia única e baixo peso
molecular (27.000-34.000D). São produzidas por espécies de estafilococos,
principalmente o S. aureus, S. intermedius, S. hyicus, S. xylosus e S. epidermidis. As
enterotoxinas são produzidas em torno de 30% das linhagens do S. aureus, isoladas de
várias infecções humanas, provenientes de alimentos contaminados. Há muitos tipos
antigênicos destacando-se seis tipos principais de enterotoxinas (A, B, C1, C2, D e E).
As toxinas são semelhantes na estrutura protéica; são termoestáveis, resistindo a 100º C
por minutos.

PATOGENIA
A toxina preformada nos alimentos quando ingerida, microgramas (μg) da toxina
pode causar náusea, vômito e diarreia (todos os sinais de intoxicação alimentar por
estafilococos, no homem). O nome da doença aguda é intoxicação alimentar
estafilocócica ou estafiloenterotoxicose ou estafiloenterotoxemia. Inicialmente, os sinais
são súbitos e agudos, dependendo da suscetibilidade individual à toxina; da quantidade
alimento ingerido com a toxina; da quantidade da toxina presente no alimento ingerido e
na saúde geral do individuo.
Os sinais mais comuns incluem: náusea, vômito, cólica abdominal e prostração.
Alguns indivíduos podem não demonstrar todos os sinais associados à doença. Em
casos mais graves podem ocorrer: dor de cabeça, dores musculares e alterações
transitórias da pressão arterial e frequência cardíaca. A recuperação, geralmente leva de
2-3 dias, exceto nos casos mais graves.
A dose capaz de produzir sinais de intoxicação estafilocócica é menor que 1,0 µg
do alimento contaminado que corresponde a uma população de S. aureus superior a 105
/ grama.
Entrevista com os doentes; colheita de dados e a análise epidemiológica são
essenciais no diagnóstico da intoxicação alimentar estafilocócica. Os alimentos
incriminados devem ser recolhidos e analisados para os estafilococos. A presença de
estafilos enterotoxigênicos é prova circunstancial que o alimento contém toxina. O teste
conclusivo é a ligação da intoxicação com um alimento específico ou nos casos de
vários ingredientes, a detecção da toxina na amostra do alimento(s).
A observação microscópica direta do alimento pode auxiliar o diagnóstico, no
caso em que o alimento foi pasteurizado ou aquecido.
Métodos sorológicos para a determinação do enterotoxinas do S. aureus isoladas
de alimentos, bem como métodos para a separação e detecção de toxinas em alimentos
têm sido desenvolvidos e utilizados como auxílio no diagnóstico da intoxicação.
A fagotipagem pode ser útil quando estafilococos viáveis podem ser isolados dos
alimentos incriminados; da(s) vítima(s) e a suspeita do(s) portador (es) como
manipuladores de alimentos.
Os alimentos incriminados na toxinfecção alimentar incluem: carnes e produtos
derivados; aves e ovos; saladas com ovo, atum, frango; batata; macarrão, produtos de
padaria, como pastéis de nata; torta de creme e chocolate; recheios de sanduíche, leite e
produtos lácteos. Os alimentos que necessitam de tratamento durante a preparação e
mantidos em temperaturas elevadas, após o preparo são frequentemente envolvidos na
toxinfecção alimentar.
Os estafilococos estão presentes no ar, leite em pó, esgoto, água e comida ou de
equipamentos de alimentos, superfícies ambientais, no homem e animais. O homem e os
animais são os reservatórios primários. Os estafilococos estão presentes nas fossas
nasais e garganta; no cabelo e na pele de 50% ou mais dos indivíduos hígidos. Esta
prevalência é ainda maior para aqueles que associam ou que entrem em contacto com
pessoas doentes e ambientes hospitalares. Os manipuladores de alimentos são as
principais fontes de contaminação de alimentos em surtos de intoxicação alimentar. A
intoxicação humana é causada pela ingestão de enterotoxinas em alimentos produzidos
(S. aureus) que não foram mantidos suficientemente quentes (60°C ou acima) ou frio
suficiente (7,2°C ou abaixo).
Todas as pessoas são consideradas suscetíveis a esse tipo de intoxicação
bacteriana, porém, a intensidade dos sinais pode variar. As espécies animais, em sua
maioria, são resistentes às enterotoxinas, exceto macacos e gatinhos.
A verdadeira prevalência/incidência de a intoxicação alimentar estafilocócica é
desconhecida por uma série de razões, incluindo a resposta das vítimas às entrevistas
com os agentes de saúde; diagnóstico errôneo da doença, pois há sinais semelhantes aos
de outros tipos de intoxicação alimentar (como vômitos causados pela toxina do B.
cereus); coleta inadequada para análises laboratoriais e exames laboratoriais impróprios.
Na análise do alimento é necessário detectar vestígio de enterotoxina
estafilocócica nos alimentos incriminados. A toxina deve ser separada dos constituintes
dos alimentos e concentrada por precipitação com antissoro específico
(antienterotoxina). Dois princípios são utilizados para esse fim:
1-Adsorção seletiva da enterotoxina do extrato alimentar para as resinas de troca
iônica e;
2-Utilização de processos físicos e químicos para a remoção seletiva de
componentes alimentares a partir do extrato, deixando a enterotoxina (s) em solução.
A utilização dessas técnicas e da concentração dos produtos resultantes tornou
possível a detecção de pequenas quantidades de enterotoxinas nos alimentos.
Há métodos rápidos baseados em anticorpos monoclonais como ELISA, ou
aglutinação passiva reversa em látex que estão sendo avaliados quanto à sua eficácia na
detecção de enterotoxinas em alimentos. Estes métodos rápidos podem detectar cerca de
1,0 nanograma de toxina / g de alimento.

Surto
Cerca de 1364 crianças adoeceram de um total de 5.824 que tinham comido o
almoço servido em 16 escolas primárias do Texas. Os almoços foram preparados em
uma cozinha central e transportados para as escolas de caminhão. Estudos
epidemiológicos revelam que 95% das crianças que adoeceram tinham comido salada
de frango. Na tarde do dia anterior ao almoço, os frangos congelados foram fervidos por
3 horas. Após o cozimento, os frangos foram desossados, resfriados a temperatura
ambiente com um ventilador; cortados em pequenos pedaços e colocados em panelas de
alumínio com l2 cm de profundidade e armazenados, durante a noite no refrigerador a
8-9°C. Na manhã seguinte, os ingredientes da salada foram adicionados e misturados
em batedeira. A comida foi colocada em caixas térmicas e transportadas para as várias
escolas de 9h30-10h:30, onde foi mantido em temperatura ambiente até servido entre as
11:30 e 12h. O exame bacteriológico da salada de frango revelou presença de grande
número de S. aureus. A contaminação do frango, provavelmente ocorreu quando foi
desossado. A galinha não foi resfriada com rapidez suficiente, porque fora armazenada
em camadas de l2 cm de profundidade. Crescimento do Staphylococcus provavelmente
ocorreu também durante o período em que o alimento foi mantido na sala de aula. A
prevenção deste incidente incluiria: a) Rastreamento dos indivíduos que manipularam o
frango como portadores do Staphylococcus
b) Resfriamento mais rápido do frango;
c) Refrigeração adequada da salada e
d) Tempo de preparação para o seu consumo.

38. Toxinas Exfoliativas (Toxinas Epidermolíticas)


Há dois tipos de toxina exfoliativa; a ETA e a ETB. Elas pertencem ao fago do
grupo II, responsável por lesões vesiculares em crianças e adultos com a ocorrência de
alterações imunológicas posteriores.
ETA é um produto de gene cromossomial e ETB é produto de um gene
plasmídico. As duas toxinas possuem aproximadamente 30k Da, mas diferem
antigenicamente. As duas rompem o encaixe de uma célula à outra, no estrato
granuloso. A inoculação da toxina A ou B em camundongo neonatos induz lesão
vesicular semelhante ao que é visto em pênfigo neonatal ou impetigo, no homem. Surto
da doença envolve geralmente alta percentagem de crianças nas enfermarias.

39. Outras Toxinas


Muitas linhagens de ECNs causam infecções nos animais e no homem. Elas
produzem um polipeptídio, com peso molecular de 12 kDa, que lesiona a membrana
semelhantemente a melitina, veneno encontrado no picada de abelhas.
4. Enzimas
41. Coagulase
O S. aureus produz duas coagulases; uma ligada à célula ou ”clumping factor” e
outra extracelular ou coagulase livre. A proteína de ligação ao fibrinogênio na superfície
dos estafilococos e sem ação enzimática pode converter diretamente fibrinogênio em
fibrina insolúvel, causando “grumos” ou “clumping”. Por outro lado, a exoenzima livre
causa ativação específica da trombina plasmática, levando a conversão de fibrinogênio
em fibrina. A formação de fibrina próxima à infecção estafilocócica localiza o processo,
impedindo a fagocitose. O papel da coagulase na virulência não é muito claro. Quando o
gene para a produção de coagulase foi alterado pela biologia molecular, os organismos
coagulases negativos não demonstraram redução da virulência em modelos
experimentais (camundongos).

42. Lipases, Esterases e Enzima Modificadora de Ácidos Graxos (EMAG).


As linhagens do S. aureus são capazes de multiplicarem-se rapidamente sobre a
pele, produzindo enzimas que degradam lipídios (lipases e esterases) e uma enzima
chamada de “Fatty Acid-Modifying Enzyme” (FAME) ou “Enzima Modificadora de
Ácidos Graxos” (EMAG). Os ácidos graxos bactericidas liberados pela degradação
lipídica são quimicamente modificados pela EMAG, perdendo suas propriedades
bactericidas. Deste modo, essa enzima é importante, especialmente em amostras
capazes de formar abscessos eficientemente.

43. Catalase
A maioria das linhagens do S. aureus produz catalase, enzima que catalisa a
conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. A catalase protege o S.
aureus do peróxido de hidrogênio que se acumula durante o metabolismo bacteriano,
durante a fagocitose.

44. Proteases
O S. aureus produz, pelo menos, 4 proteases e uma enzima de degradação
específica da lesão. Essas proteases, assim como outras exoenzimas hidrolíticas, tais
como a hialuronidase e a nuclease são importantes no início do processo, degradando o
pus no abscesso, permitindo a liberação de nutrientes para a multiplicação das células
jovens, levando a cronificação da infecção. Entretanto, um abscesso local com barreira
de fibrina e microrganismos com pequena produção de estafiloquinase e protease,
frequentemente tornam-se estéreis.

FATORES PREDISPONENTES
Traumas, esmagamentos, estado imune do animal, remoção da flora competitiva,
virose primária, produção de lipases etc.

PATOGENIA
A virulência dos ECP e ECN não pode ser explicada apenas por um único fator
de virulência. Interações complexas ocorrem entre os diversos mecanismos, toxinas
extracelulares, proteínas de superfície, enzimas etc todas contribuem na virulência dos
estafilococos, incluindo:
a) Colonização do S. aureus (pele, nariz, orofaringe).
b) Penetração e infecção.
c) Resistência à fagocitose mediada pela proteína A e ao material capsular.
d) Sobrevivência intracelular em células fagocíticas.
e) Resistência mediada pela coagulase ao fator antibactericida.
f) Produção de hialuronidase.
g) Produção de alfa toxina.
h) Produção de outras leucocidinas.
i) Desenvolvimento de reação de hipersensibilidade retardada.
j) Adesão às células epiteliais.

ENVIO DE AMOSTRAS CLÍNICAS


Amostras clínicas incluindo pus, secreção láctea, sêmen ou tecidos de diversas
origens devem ser enviados em recipientes estéreis (vidro, plástico ou suábios), bem
fechados; dentro de sacos de plástico, em caixa térmica sob-refrigeração. Algumas
vezes, o material pode ser congelado até o envio ao laboratório de diagnóstico. Mesmo
que as espécies do gênero sejam resistentes às condições adversas é boa prática tomar
essas medidas uma vez que outros agentes podem estar associados à causa, porem
menos resistentes. O material deve se possível chegar ao laboratório dentro das
primeiras 24 horas (Guerreiro et al. 1984).
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
O diagnóstico clínico não é difícil e tem como base: a anamnese, a apresentação
e os sinais clínicos. A especialização e experiência do veterinário são importantes na
elaboração da suspeita. O laboratório somente confirma ou refuta o diagnóstico do
veterinário clínico.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico laboratorial é uma tarefa complexa, exigindo do laboratorista,
treinamento especializado, pois há espécies com as mesmas características fenotípicas,
as quais podem variar, conforme as técnicas utilizadas. As características fenotípicas
variam, conforme as técnicas e testes utilizados, todos preconizados pelo subcomitê de
taxonomia de estafilococos e estreptococos. As principais características que permitem
diferenciar os oito ECP estão contidas nos quadro 2 abaixo
Quadro2. Diferenciação entre espécies dos ECP
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
Coagulase* + + + d + + + +
“Clumping + - - - d - - -
factor”
Cresc. -/ +
aerobiose
+ tardio + + + + + +
Cresc. à 15° C + - + +
Cresc. à 45° C - fraco
retardado
+ - + + +
Diâmetro
Colonial
> 5 mm** + - + + + - + d
Pigmentação + - - - - - - -
Colonial
Redução de + - + + + + + +
Nitratos
Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
DNAse + + - + + + + +
termoestável
Hialuronidase + + + - - -
Hemólise + + + - d + + +
(sangue ovino)
VP*** + - - - - - + +
Beta- - - + - + + + d
Galactosidase
Beta- - - geralm + - -
Glucuronidase tardio

Pirrolidonil - - - ?+ ?+
Arilamidase
Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.

Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
DGalactose**** + - + + + + +
m
Maltose**** + + + - - ou fraca + + -
+
Dmanitol**** + - + - + + - d
Sacarose +
Dtrealose**** + - - + + + + -
Dribose**** + - + + + +
Dxilose**** - - - - - +***** - -
Resistência 8 + - - - - - -
µg/mL de
acriflavina
Resistência a + - + - - - -
polimixina B
Testes/espécies 1 2 3 4 5 6 7 8
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
* Plasma de coelho.

** No agar P após 3 dias de incubação a 37 °C. Composição do agar P (g/L) : 15g de agar; 10g de peptona; 5g de NaCl; 5g de
extrato de levedura e 1g de glicose.

*** Técnica derivada daquela de Davis e Hoyling. A cepa estudada é semeada em agar BHI, contendo 1 % de glicose. Após 24 h de
incubação a 37°C, se deposita sobre o agar um disco impregnado de uma solução a 10% de piruvato de sódio. Após 3 h de
incubação, colocar sobre o disco uma gota de solução de potássa a 40%; uma gota de solução de creatinina a 1% e uma gota de
solução alcoólica a 1% de alfa naftol . Esperar 1 hora e se houver o aparecimento de uma coloração rosa ou vermelha o teste é
positivo.

**** Acidificação em aerobiose.

***** Segundo Brun & Bes, a característica de acidificação da xilose não existe quando utilizamos o API Staph.

TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS (TSA)

O teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) é de importância, pois pode


e deve orientar a tomada de decisão quanto ao tratamento medicamentoso. Entretanto, o
comportamento da linhagem isolada frente ao tratamento imposto pode ser diferente,
pois a amostra foi testada “in vitro” e não “in vivo”. As 84 cepas estudadas por La
Fuente e colaboradores, em 1985, foram sensíveis à eritromicina, à vancomicina, à
novobiocina, à penicilina G, à meticilina, às cefalosporinas e às tetraciclinas,

PROFILAXIA
Há vacinas disponíveis, mas a profilaxia é sanitária. Ela baseia-se no isolamento
dos animais infectados; na desinfecção dos locais e dos objetos e nas boas práticas de
criação (higiene e tratamento das feridas etc.).
Animais introduzidos no plantel deve ser objeto de controle restrito e nos
animais gravemente enfermos devem ser sacrificados.
Mastite Estafilocócica

Prof. Marcos Gomes


INTRODUÇÃO
Mastite é a principal inflamação da glândula mamária e o S. aureus, o agente mais
importante como causa de mastites no mundo. Os ECN são considerados patógenos
menores, mas responsáveis por mastites severas. Há diferenças entre os ECN em vários
países. Entretanto, o S. epidermidis, S. chromogenes, S. simulans, S. xylosus, S. hyicus e
S. haemolyticus são as espécies mais comuns. Mastite estafilocócica pode clínica ou
subclínica. O S. aureus é encontrado em lesões supurativas de bovinos, especialmente
nas mastites. Em muitas regiões criatórias do mundo é o principal agente relacionado
com a glândula mamária.
O sistema moderno de ordenha assim como o confinamento favorece a penetração
do agente na glândula pelo canal da glândula. O microrganismo é um ativo colonizador
do canal galactófago.
A transmissão pode ocorrer, através da ordenhadeira e pelas mãos do ordenhador.
Os estafilococos alcançam o tecido mamário, através de lesões ou feridas na superfície
do teto. Após a entrada, há o desenvolvimento de lesões agudas ou crônicas, estando
associadas a diversos fatores, incluindo o fator de aderência à superfície interna do canal
do teto; presença de anticorpo para a alfa toxina; número de neutrófilos na secreção
mamária; produção de beta toxina e coagulase; freqüência de ordenhamento; capacidade
nutricional e multiplicativa da bactéria na utilização de nutrientes dentro da glândula
mamária, entre outros.
A fagocitose e a morte intracelular do S. aureus pelo leucócito no leite é inibida
pela gordura do leite. A caseína inibe a destruição intracelular, pelo bloqueio do efeito
bactericida do sistema de lactoperoxidase e das histonas. Embora a eficiência do sistema
fagocítico de defesa possa ser reduzida, ela é importante na manutenção dos
mecanismos de defesa à infecção subclínica do S. epidermidis, S. agalactiae ou E. coli
pelo aumento no número de células produzidas em resposta a presença de S.
epidermidis.
A mastite pelo S. aureus pode variar de subclínica a gangrenosa. A maioria dos
casos é subclínica e crônica. São formas inaparentes, mas com prejuízo econômico
grande.
A mastite gangrenosa superaguda causada pelo S. aureus ocorre em vacas de
primeira cria (1ª lactação), acarretando perda de grande quantidade de tecido mamário.
A lesão tóxica aos vasos resulta numa necrose coagulativa isquêmica dos tecidos
adjacentes. A pele torna-se púrpura sobre a área afetada, podendo se desprender. Os
animais têm febre alta, podendo morrer por toxemia em 2 a 3 dias. A mastite
estafilocócica crônica resulta no endurecimento do úbere, aumento na contagem celular
e coagulação ocasional do leite. O S. aureus causa mastite em ovelhas, cabras, éguas,
porcas, gatas e martas.
Staphylococcus hyicus

Prof. Marcos JP Gomes

Epidermite Exsudativa
SINONIMIA "Micrococcus hyicus", Staphylococcus hyicus subsp hyicus.
HISTÓRICO
Em 1978, Devriese e colaboradores publicaram um estudo com 168 amostras
identificadas como S. hyicus, isoladas de suínos, bovinos e aves. A homologia de ADN-
ADN, assim como as características fenotípicas permitiu dividir as amostras em dois
grupos como duas subespécies de uma única espécie. Os autores validaram os nomes de
S. hyicus para S. hyicus subsp hyicus (132 linhagens não pigmentadas) e de S. hyicus
subsp chromogenes (36 amostras pigmentadas). Em 1º de janeiro de 1980, essas
denominações foram aceitas no “Approved Lists of Bacterial Names”.

CARACTERPISTICAS GERAIS
O S. hyicus apresenta as características do gênero Staphylococcus spp. As
amostras desta espécie são cocos Gram positivos; possuem 0,6 - 1,3 µm de diâmetro;
agrupados em 2 ou em 4 ou em pequenos grumos; imóveis; não esporulados; aeróbios
ou anaeróbios (o crescimento pode ser melhor em anaerobiose); catalase positivos;
nitrato redutase positivos; oxidase negativos; sensíveis à novobiocina; resistentes à
polimixina B; resistentes à lisozima; sensíveis à lisostafina.

CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS E CULTURAIS


Apresentam resposta positiva para os testes:
ADNase, Termonuclease, Hialuronidase, Gelatinase, Lecitinase, Hidrólise da
caseína, Fosfatase alcalina, Arginina di-hidrolase, Hidrólise do hipurato, Hidrólise de
Tween 80. Acidificação em aerobiose do beta-D-frutose, do D-galactose, da N-
acetilglucosamina, da glicose, do glicerol, da lactose, da D-manose, da D-ribose, da
sacarose e da D-trealose.

Apresentam resposta negativa para os testes:


Produção de VP (acetoína), “clumping factor” Indol, Fenilalanina desaminase,
Ornitina descarboxilase, Beta-galactosidase, Arginine arilamilase, Pirrolidonil
arilamilase, Hidrólise da esculina, redução do telurito, produção de H2S, Acidificação
em anaerobiose do Manitol, Acidificação em aerobiose do Adonitol, Amidalina, L-
arabinose, Arabitol, D-celobiose, Dulcitol, D-fucose, beta-gentiobiose, Lixose, Maltose,
D-manitol, Melibiose, D-melezitose, Rafinose, Ramnose, Salicina, Sorbitol, Sorbose,
Tagatose, D-turanose, Xilitol e D-xilose.

Apresentam resposta variável aos testes:


Coagulase, Urease, Beta-glucosidase e Beta-glucuronidase (resposta, geralmente
positiva). Para as cepas (linhagens) coagulases positivas, a coagulação em tubo
contendo plasma de coelho não é observada antes das 18 a 24 horas de incubação;
menos de 10% delas dão uma resposta positiva em 4 horas.
O S. hyicus é cultivado na presença de 0,5%, 7,5% ou 10% de Sal a 15°C. O
crescimento é fraco na presença de 15% Sal ou a 45°C. A temperatura ótima de
crescimento está entre 30 e 35°C.
As colônias obtidas em gelose possuem um diâmetro superior a 5 mm e não são
pigmentadas. No AS de bovino ou ovino, as colônias não são hemolíticas. No Tripticase
Soy Agar (TSA), as colônias são circulares, com bordos regulares, ligeiramente
convexas, opacas, com superfície brilhante e com diâmetro entre 3 a 5 mm. No caldo, o
crescimento produz um turvamento uniforme e a formação de um sedimento.
Aproximadamente 90% das linhagens do S. hyicus isolados de suínos e bovinos
produzem CAMP positivo com amostra beta hemolítica de S. aureus subsp aureus.
Fagos lisogênicos estão presentes nas amostras de S. hyicus, existindo um sistema
de lisotipia que utilizam mais de 23 fagos, permitindo o rastreamento epidemiológico
das linhagens. As amostras de S. hyicus não são lisadas pelos fagos utilizados na
fagotipagem das amostras do S. aureus subsp aureus.

HABITAT
Nos animais hígidos, o S. hyicus é isolado da pele e cavidades nasais das aves
domésticas ou silvestres; da pele, cavidades nasais, tonsilas e vagina de suínos; da pele
e tonsilas de bovinos; da glândula mamária e leite de cabras e pele de gatos. O S. hyicus
ainda não foi isolado do homem.
PATOGENICIDADE
Este agente é responsável por diversas infecções animais e de numerosos casos de
infecções cutâneas de cavalos, bovinos, suínos; metrite e vaginites em suínos. A doença
pode ser reproduzida experimentalmente. Há duas subespécies do S. hyicus, incluindo o
S. hyicus subsp hyicus, agente da epidermite exsudativa do suíno e o S. hyicus subsp
chromogenes um microrganismo de virulência questionável, geralmente isolado de
mastite bovina.
Epidermite exsudativa é uma infecção aguda e generalizada da derme de leitões.
A doença é caracterizada pelo excesso de secreção sebácea, exfoliação e exsudação.
Essas mudanças resultam em perda da função que, geralmente compromete toda a
superfície do corpo.

INFECÇÃO DOS SUÍNOS


Nos suínos, o S. hyicus é responsável por artrites (idade inferior a 6 semanas),
abortos, metrites e vaginites. É responsável pela epidermite exsudativa (exudative
epidermitis), igualmente chamada de eczema seborréico do suíno (seborrhoic eczema),
doença gordurosa do suíno (“greasy pig disease”) ou impetigo contagiosa suis.
A dermatite exsudativa é uma doença de importância, especialmente nas granjas
com boa sanidade. Os leitões se infectam facilmente, após o nascimento pelo contato
com as mães. Os fatores de risco são constituídos pelos traumatismos resultantes da
manipulação dos animais jovens (castração, corte de dentes, caudectomia, tatuagem) ou
brigas.
As infecções pelo porcine respiratory e reproductive syndrome virus (gênero
Arterivirus, família dos Arteriviridae, ordem dos Nidovirales) ou pelo porcine
circovirus tipo 1 (gênero Circovirus, família dos Circoviridae) ou pelo porcine
parvovirus (gênero Parvovirus, sub-família dos Parvovirinae, família dos Parvoviridae)
predispõem igualmente ao aparecimento da doença.
A forma clássica ocorre principalmente nos leitões. A doença não é pruriginosa,
começando no ventre, orelhas e ao redor dos olhos. A pele aparece gordurosa; os pelos
ficam colados e as pálpebras edemaciadas. A infecção torna-se generalizada, atingindo
os rins, fígado, articulações e sistema nervoso central. A infecção pode atingir de 30-
50% da leitegada. Ela pode tornar-se epidêmica. A infecção é acompanhada pelo
enfraquecimento e mortes. As formas localizadas se manifestam, após o período de
desmama e início da engorda. Elas surgem como crostas circulares, elevadas com 1 a 2
cm de diâmetro, disseminadas por toda a superfície do corpo mesmo que sejam pouco
numerosas, na região da cabeça e pescoço. A doença não é acompanhada de prurido,
evoluindo para a cura mesmo na ausência de tratamento.
O S. hyicus é a espécie mais associada à síndrome da mordedura do flanco (flank
biting syndrome) e "necrose das orelhas" (necrotic ear syndrome). Essas síndromes
resultam de uma superinfecção de feridas causada pelas mordeduras.
Na vaca e na cabra, o S. hyicus é responsável por mastites subclínicas e infecções
subcutâneas.
No gato, a presença do S. hyicus está associada às lesões subcutâneas.
Nas aves, o S. hyicus é responsável por artrites, sinovites, osteomielites e
espondilites.
Nos eqüinos, o S. hyicus á origem de diversas lesões cutâneas, abscessos, podendo
ser isolado de lesões de dermatofilose.

FATORES DE VIRULÊNCIA
Coagulase
Aproximadamente, 24 a 56% das linhagens do S. hyicus produzem coagulase. A
coagulase é uma proteína extracelular que se liga à protrombina para formar um
complexo chamado “estafilotrombina” que transforma o fibrinogênio em fibrina. As
bactérias presentes no interior do coágulo tornam-se protegidas contra as defesas do
hospedeiro. Cerca de 80 % das linhagens do S. hyicus isoladas de suínos possuem uma
proteína comparável à proteína A do S. aureus. Esta proteína é capaz de ligar-se ao
fragmento Fc das imunoglobulinas G e impedir a opsonização dessas imunoglobulinas.
As linhagens de origem bovina ou de origem aviária são desprovidas de proteína A.
As cepas de origem suína, especialmente aquelas isoladas da enfermidade
(aprox. 51 %) produzem estafiloquinase. A estafiloquinase se liga ao plasminogênio,
convertendo-se em plasmina. A plasmina, por sua ação fibrinolítica, desempenha um
papel na disseminação da cepa e, pela ação proteolítica, permite a disponibilização de
aminoácidos úteis em seu crescimento.
O S. hyicus excreta uma lipase, única dentro do mundo bacteriano com atividade
enzimática sobre os lipídios e fosfolipídios. A importância dessa enzima dentro da
patogenia da infecção ainda não é bem conhecida. A lipase pode permitir a persistência
da bactéria dentro da pele em oposição à fagocitose.
O S. hyicus sintetiza duas metaloproteases: a ShpI e ShpII. Seu papel na
patogenicidade é incerto, mas pode ser responsável pela citotoxicidade. A protease
ShpII é mais necessária na maturação extracelular da lipase que é excretada sob a forma
de uma prolipase.
As amostras isoladas de suínos produzem exfoliatinas, com peso molecular entre
27-30 kDa, chamadas ExhA (Ex para exfoliatina e h para hyicus), ExhB e ExhC. A
toxina ExhA é uma metaloproteína com zinco e a toxina ExhB uma metaloproteína
com cobre ou cobalto. Os genes codificadores para a toxina ExhB estão em um
plasmídio de grande tamanho enquanto que a toxina ExhA é codificado em genes
cromossômicos. A inoculação por via SC das toxinas ExhA ou ExhB em leitões ou
pintos de um dia provocaram lesão epidérmicas. Nos leitões, a inoculação de uma cepa
não produtora de exfoliatina não produziu eritema persistente por 48 horas enquanto que
a inoculação de uma cepa produtora provocou exfoliação, exsudação e a formação de
crostas.

ETIOPATOGENIA
O S. hyicus subsp hyicus difunde-se facilmente de um grupo de suínos para outro.
O trânsito de animais tem sido um fator importante na difusão da doença. A doença tem
um período de duas semanas, após a introdução de um animal infectado. Leitões de 1 a
7 semanas são geralmente acometidos. A mortalidade e morbidade são variáveis.
Os microrganismos penetram através de soluções de continuidade na pele
(mordida dos leitões), devido à competição pelo alimento/espaço. A doença pode se
apresentar com o corpo inteiro coberto com exsudato úmido ou sob a forma crônica
onde o começo é lento e a pele enrugada. As lesões surgem poucos dias após a
inoculação experimental. Inicialmente, surgem as vesículas nas regiões da superfície da
pele sem pelos, bandas coronarianas e atrás das orelhas. A doença progride pelo corpo
todo; a pele torna-se espessada e a camada da epiderme pode descamar-se. Os suínos
recuperam-se em duas semanas, após o início da doença, tornando recuperados, após
30-40 dias. O exame histológico da pele revela acúmulo de material protéico, células
inflamatórias e bactérias sobre a camada superficial.
Na necropsia, os ureteres estão aumentados e o rim cístico pelo acúmulo de
detritos e bloqueio do fluxo normal da urina. Surtos podem ocorrer (aproximadamente
50% dos animais) com mortes, após apresentarem anorexia, febre e sinais de intensa
sede. A pele apresenta alopecia, fissura e paraqueratose.
O tratamento com complexo B, nos animais infectados pode contribuir para sua
recuperação, parecendo que as necessidades de biotina nesta doença estão alteradas, ou
seja, a doença pode ser agravada pela carência de biotina.

COLHEITA DE AMOSTRAS
Devemos enviar leitões vivos ou recentemente mortos. Podemos remeter swabs
das lesões cutâneas. As amostras colhidas nas granjas distantes do laboratório devem ser
enviadas em refrigeração em caixa de isopor.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
As amostras colhidas são inoculadas no AS (ovinos ou bovinos). Incubação em
estufa a 37ºC, durante 24 horas. Reconhecimento das colônias de Staphylococcus spp.
Em amostras contaminadas indica-se inoculação em meios seletivos (sais de Manitol,
Columbia CNA agar).
A identificação do agente afora suas características morfológicas e culturais tem
como base, o tipo respiratório e a pesquisa da catalase. As galerias API Staph não
permitem o diagnóstico preciso, a menos, que haja recursos para testes complementares.
A cartela API ID 32 STAPH permite assegurar o diagnóstico, mas caros.
A amplificação do espaço intergênico ARNr 16S-ARNr 23S permite a
diferenciação entre S. hyicus das outras espécies do gênero Staphylococcus isoladas de
mamites de bovinos (com exceção do S. intermedius). A natureza da espécie e
subespécie faz parte do diagnóstico diferencial, levando em consideração a origem da
amostra e eventual produção de coagulase. A identificação das diferentes espécies está
contida no Quadro. 1 abaixo.

TESTE DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA (TSA)


As linhagens isoladas de suínos são geralmente resistentes à penicilina, à
estreptomicina, às tetraciclinas, à trimetoprima, às sulfonamidas, à clindamicina e à
eritromicina. Os antimicrobianos ativos incluem: novobiocina, enrofloxacina,
ampicilina, ceftiofur, associação sulfonamida-trimetoprima e cloranfenicol.

VACINAS
Não há imunógenos disponíveis no comércio para prevenir epidermite exsudativa.
Somente vacinas autógenas são utilizadas nas criações de suínos. Como as linhagens de
S. hyicus avirulentas podem ser isoladas da pele, somente as cepas potencialmente
patogênicas (provindas de casos clínicos) devem ser incluídas na autovacina.

Quadro I. Características bacteriológicas de espécies de Staphylococcus, sensíveis à


novobiocina, coagulase negativas (ou podem ser coagulase negativas), oxidase negativa isoladas
dos animais.

1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;


5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.
Testes / Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Coagulase* - - - - - - - - d - - - -
Ø colonial ≥ 5 mm** - d d + - + + - + + + + d
Pigmento colonial - d - d - - d d - - f - d
Cresc. em 10 % Sal + + f + + f + + + + +
Cresc. em 15 % Sal f -f - + d - -f + + f f
Cresc. à 15°C - + -f +f -f -f + (+) + + d
Cresc. à 45°C + + -f + + + + -f - + + +
Resist. 2U/mL Bacitracina + + - + - - - + + -
Red. Nitratos d + + + +f + d d + + -f
VP d d + - + - d d - - - -f +
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;
5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.
* : Plasma de coelho. ** : No agar P apos 3 dias de incubação a 37 °C.
1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;
5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.
Testes / Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Hialuronidase - - d - +
DNase -f + f -f d -f + - - -f d
Nuclease Termoestável - - - -f -f -f - - + - - -f -
ADH d + + + +f + + d + - - + d
Urease - + + d + + - + d - + + +
Fosfatase alcalina - - + + + + - - + + - f -
Beta-glucosidase - - - d d - d - d + - +
Bêta-glucuronidase - - - - - - d - d + d d
Beta-galactosidase d - - - - + - - - - - + -
Testes / Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;
5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.

1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;


5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.
Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
L-arabinose*** - - - - - - - - - - - - -
D-celobiose*** - - - - - - - - - - - - -
D-fucose*** - - - - - - - - - -
Beta-D-fructose*** + + + + + d + + + + +
D-galactose*** - + + d d d d + - + -f d
Lactose*** - d + + d + d d + - + d
Maltose*** (+) + d d + - + + - - f -f (+)
D-manitol*** - + d d - d d - - - f + d
D-manose*** - + + + (+) + - - + - - d -
Testes/Especies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1) S. auricularis; 2) S. capitis subsp urealyticus; 3) S. caprae; 4) S. chromogenes;
5 ) S. epidermidis; 6 ) S. felis; 7 ) S. haemolyticus; 8) S. hominis subsp hominis; 9) S. hyicus;
10) S. muscae; 11) S. pasteuri; 12) S. simulans; 13) S. warneri.
*** : acidificação em aerobiose

Testes/Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

D-Melezitose*** - - d - - d - - - d
Rafinose*** - - - - - - - - - - - - -
D-Ribose*** - - + d -f d - + - - d d
Sacarose*** d + - + + d + (+) + + + + +
Salicina*** - - - - - - - - - - -
D-Trealose*** (+) - + + - + + d + + + d +
D-Turanose*** d d - - d d d - + - d
Xilitol*** - - - - - - - - - - -
D-Xilose*** - - - - - - - - - + - - -

* : Plasma de coelho (Difco).


** : No agar P apos 3 dias de incubação a 37° C. Composição do agar P (em g/L): agar: 15g; peptona:
10g; NaCl: 5g; extrato de levedura: 5g; glicose: 1g.
*** : acidificação em aerobiose
+ : ao menos 90 % das cepas são positivas.
- : ao menos 90 % das cepas são negativas.
d : 11 a 89 % das cepas são positivas.
( ) : reação tardia.
f : reação fracamente positiva. +f : reação positiva a fracamente positiva. -f : reação negativa a
fracamente positiva.
Staphylococcus pseudintermedius

Prof. Marcos JP Gomes

Dermatites; Otites; Piodermites.

HISTÓRICO

Todas as cepas de estafilococos capazes de produzir coagulase foram colocadas,


antes de 16 de Janeiro de 1985, foram colocadas em subespécies S. aureus subsp
aureus. Desde esta data, os avanços taxonômicos permitiram identificar outras espécies
ou subespécies que produziam ou podiam produzir coagulase, tais como: S. aureus
subsp aureus/anaerobius; S. delphini; S. hyicus; S. intermedius; S. lutrae e S. schleiferi
subsp coagulans. O S. pseudintermedius foi incluído nesta lista em 11 de julho de 2005.
Esta nomenclatura foi validada e publicada para um grupo de quatro linhagens (cepas)
originalmente identificadas com base no perfil de restrição intergênicas dentre os genes
para tRNA. As seqüências dessas quatro linhagens eram idênticas e a análise
filogenética mostrou que as cepas eram aparentadas do S. delphini, S. intermedius e ao
S. schleiferi subsp schleiferi (homologia superior a 99%). Os estudos de hibridização
ADN-ADN realizada com duas dessas cepas, incluindo a linhagem LMG 22219 que
será designada como a cepa típica do S. pseudintermedius revelou que estas duas
linhagens formam um único grupo genômico distinto do S. delphini, S. intermedius e S.
schleiferi subsp schleiferi.

O S. pseudintermedius é um comensal da pele e mucosas e o mais importante


patógeno isolado em amostras clínicas dos cães. Esta bactéria coagulase positiva está
primariamente associada com infecções da pele e ouvido, mas pode estar associado com
todo tipo de infecção comunitária e hospitalar com difusão de amostras resistentes aos
antimicrobianos que deram origem ao termo S. pseudintermedius Resistente à
Meticilina (SPRM) ou sua versão inglesa Methicilin-resistant S. pseudintermedius
(MRSP) as quais tem complicado o tratamento consideravelmente. A introdução de
novos produtos antibacterianos no mercado veterinário foi reduzida, pois a resistência
aos antimicrobianos aumentou assustadoramente entre os animais e no homem. É
necessário que medidas eficazes sejam adotadas na prevenção e controle da infecção
pelo S. pseudintermedius nos cães. A aplicação dessas medidas necessita o
conhecimento da epidemiologia do agente, do hospedeiro e do ambiente, todos
envolvidos na patogenia da infecção pelo S. pseudintermedius.

Taxonomia

As recentes mudanças na taxonomia e o surgimento da resistência à meticilina


renovaram o interesse da veterinária sobre o S. pseudintermedius, resultando no
desenvolvimento e na aplicação de novas ferramentas diagnósticas, incluindo:
tipificação de linhagens e, conseqüentemente obtenção de conhecimento quanto à
ecologia, à epidemiologia, à estrutura populacional e à virulência das espécies.

O S. intermedius, foi descrito foi descrita, pela primeira vez, em 1976, por Hájek
como espécie coagulase positiva, tendo como base o conteúdo C+G e os testes
fenotípicos. O autor isolou amostras de pombos, cães, martas e cavalos. Por mais de 30
anos, o S. intermedius foi considerado a causa mais comum das infecções de pele e
tecidos moles no cão. A cepa típica NCTC 11048 ou ATCC 29663 ou CCM 5739 ou
LMG 13351 isoladas de pombos foram utilizadas como representante do S. intermedius
nos estudos de diferenciação entre as espécies. Entretanto muitos pesquisadores
detectaram uma grande diversidade fenotípica e genotípica entre as amostras, sugerindo
a existência de outras espécies. (2,13-16)

Recentemente, foi demonstrado que as amostras isoladas como S. intermedius,


através dos testes fenotípicos era, na verdade, uma mistura de três espécies diferentes: o
S. intermedius, o S. pseudintermedius e o S. delphini que foram colocados no Grupo do
Staphylococcus intermedius (GSI). Em 1988, o S. delphini foi isolado, pela primeira
vez, de ferida purulenta de golfinhos e raramente registrado desde lá. O tipo S.
intermedius tem origem numa cepa de pombo, possui taxonomia distinta e não
representativa da maioria dos isolados comumente identificados como S. intermedius no
passado. A nova espécie descrita como S. pseudintermedius e não S. intermedius é a
causa mais comum de infecções cutâneas em cães. Desde a reclassificação das espécies,
foi proposto que toda a amostra isolada de cães fosse denominada de S.
pseudintermedius, a menos que seja provado o contrário por métodos moleculares
(Bannoehr et al 2007; Sasaki et al. 2007)
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS

O S. pseudintermedius foi tradicionalmente identificado pela morfologia colonial


e testes fenotípicos padronizados. As colônias são elevadas; de tamanho médio e
despigmentadas; evidencia grande β hemólise e incompleta; completa e pequena δ
hemólise, tanto só como combinadas no agar sangue (hemácias ovinos e bovinos).
Entretanto, uma grande α hemólise completa não é observada nesta espécie e o uso de
sangue eqüino não é recomendado no isolamento inicial, pois não há hemólise nesse
meio. Um olho treinado pode, na maioria das vezes, diferenciar a morfologia colonial
do S pseudintermedius do S. aureus que possui coloração e padrões hemolíticos
variáveis assim como aquelas cepas coagulase negativas as quais são menores e
geralmente não hemolíticas. A diferenciação definitiva das espécies coagulase negativas
requerem o teste da coagulase em tubo. O S. pseudintermedius geralmente é negativo
para o “clumping factor” em lâmina e o teste comercial de aglutinação em látex que
detecta o clumping factor, proteína A e/ou antígeno de superfície do S. aureus.
Consequentemente há o risco do S. pseudinteremdius ser falsamente identificado como
ECN nos laboratório de diagnóstico humano, onde o laboratorista pode não estar
famililiarizado com esta espécie e com os testes comerciais rotineiramente utilizados na
rápida discriminação entre o S. aureus e os ECN. Os testes fenotípicos mais
discriminatórios diferenciando o S. pseudintermedius das outras espécies de
estafilococos isolados de cães incluem: coagulase, produção de acetoína, pirrolidonil
arilamilase, β-galactosidase, resistência à polimixina B e acidificação do D-manitol,
conforme a Quadro 1.

Quadro1. Testes fenotípicos diferenciais entre membros do Grupo Estafilococos intermedius (GEI) e
outras espécies do gênero Staphylococcus isolados de cães.

Staphylococcus Coagulase PYR* ΒGalactosidase** VP Polimixina Prod. D- Manitol


espécies B***

GEI(intermedius) + - + - S (d)
S. aureus + - - + R +
S. schleiferi d + (+) + S -
S. epidermidis - - - + R -
S. haemolyticus - + - + S d
*Pirrolidonil arilamilase foi determinada pelo kit comercial recomendado na identificação de estreptococcus.**Atividade foi
determinada pelos testes comerciais utilizando 2naftol-β-D-galactopiranosídeo como substrato. ***Resistência (R) foi definida
como inibição de um Ø < 10 mm, utilizando disco de polimixina B de 300 Unidades.

A identificação fenotípica do S. pseudintermedius foi complicada pelas recentes


mudanças na taxonomia das espécies bem como pelo reconhecimento do S. schleiferi
subsp. coagulans como patógeno em infecções de cães, especialmente nas otites
externas. Os novos desafios na identificação das espécies foram acompanhados da
necessidade de métodos padronizados de caracterização que torne possível a
investigação epidemiológica e o monitoramento de linhagens resistentes à meticilina ou
SPRM. A consequência foi o desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas na
identificação de amostras e tipificação de linhagens do S. pseudintermedius nos últimos
cinco anos (Tabela 2).

Tabela 2. Métodos genotípicos e genômicos utilizados na identificação do S. pseudintermedius e tipagem


de linhagens.

S pseudintermedius Nome do Método Referências

Espécie PCR-RFLP Bannoehr et al. 2009.

MALDI-TOF MS Decristophoris et al. 2011.

PCR Multiplex Sasaki et al. 2010.

Tipagem linhagens PFGE Perreten et al. 2010.

Ruscher et al. 2010.

Black et al. 2009.

Fazakerley et al. 2010.

Soedarmanto et al. 2011.

Vincze et al. 2010.

Multilocus seq (4genes) Bannoehr et al. 2007.

MLST (8genes) Solyman et al. 2011.

SCCmec Kondo et al. 2007

spa typing Moodley et al. 2009

__________________________________________________________________________________________________________

A identificação fenotípica do S. pseudintermedius não pode ser diferenciada claramente


dos outros membros do GEI. O S. intermedius pode ser diferenciado do S.
pseudintermedius e do S. delphini fenotipicamente pela reação da arginina desidrolase
(S. intermedius é negativo); produção de ácido pela β gentobiose em condições aeróbias
(S. intermedius é positivo) e pelo D-manitol anaerobicamente (S. intermedius é
positivo). O S. pseudintermedius e o S. delphini não podem ser diferenciados pelos
testes fenotípicos pela falta de confiança nos testes comerciais e kits, Assim a
identificação do S. pseudintermedius na rotina dos laboratórios atuais se baseia no fato
de que as espécies do GEI exceto o S. pseudintermedius estão virtualmente ausentes em
cães. Entretanto para a correta identificação das espécies do GEI é necessário métodos
moleculares. O uso de meios cromogênicos (S. aureus Select e o S. aureus ID agar
(SAID)/chrom ID) pode diferenciar o grupo GEI do S. aureus. O meio se cora de azul
ou verde para as espécies do grupo GSI (em oposição aos outros estafilococos
patogênicos) que combinados com a fermentação de açúcares possibilitam a
identificação de espécies do GEI; já que o S. pseudintermedius é manitol negativo e
trealose positivo; o S. delphini é manitol positivo e trealose negativo e o S. intermedius
é manitol e trealose positivos. Um PCR-RFLP foi recentemente desenvolvido tendo
como base um único site de restrição MboI do gene pta do S pseudintermedius que está
ausente no S. intermedius e no S. delphini. Bannoehr e colaboradores examinaram 112
amostras de campo de ECP, incluindo 86 de origem canina foram testadas pelo PCR-
RFLP e todas as cepas caninas, exceto uma foram identificadas como S.
pseudintermedius (Bannoehr et al. 2009). As linhagens remanescentes mostraram um
perfil de restrição do gene pta que indicou identidade com o S. aureus.

Outros ECP alem do GEI podem ser isolados de cães, tais como o S. aureus e S.
schleiferi subsp. coagulans. A identificação correta do S. schleiferi subsp. coagulans é
problemática, pois os meios comerciais disponíveis não são direcionados à identificação
deste patógeno canino. Segundo Chanchaithong e Prapasarakul, em 2011, as espécies
coagulases positivas isoladas de cães podem ser diferenciadas pela PAGE-SDS e por
testes fenotípicos, incluindo VP, fermentação do manitol, assimilação da maltose,
galactose, trealose e lactose, utilizando o meio em caldo. Entretanto, esta abordagem
fenotípica é muito trabalhosa para ser aplicada de maneira rotineira. Os métodos
genotípicos são recomendados para uma apurada identificação dos ECP devido à
ausência de marcadores bioquímicos únicos.
O PCR Multiplex focando o gene da termonuclease (nuc) mostrou-se sensível
(98,8%) e específico (100%) na identificação rotineira das espécies ECP com relevância
na veterinária. A abordagem, através do PCR-RFLP baseado na digestão da
endonuclease TaqI de uma seqüência parcialmente conservada do gene da catalase (kat)
pode ser utilizado para o mesmo propósito (33)Enquanto que outro PCR-RFLP baseado
no 16S ADNr foi desenvolvido na identificação do S. schleiferi subsp. coagulans.

A identificação bacteriana rápida pode ser viável pelos sistemas comerciais


automatizados os quais são utilizados no setor de diagnóstico humano, mas que entrou
recentemente no mercado de veterinário. Esses sistemas detectam mudanças
metabólicas baseadas na fluorescência e por outros métodos, resultando na rápida
identificação bacteriana dentro de poucas horas. Infelizmente, o preço alto limita o uso
deste sistema para os laboratórios de diagnóstico que têm requisitos de grande demanda,
que podem amortizar os custos. Alem da limitação econômica estes sistemas foram
desenvolvidos primariamente na identificação de bactérias patogênicas para o homem e
sua precisão na identificação de patógenos específicos em veterinária, tais como o S.
pseudintermedius não foi ainda avaliado adequadamente por estudos científicos.

Espectrometria de massa proteômica (MALDI-TOF MS) ou matrix assited laser


desorption ionization-time-of-flight mass spectrometry é uma abordagem rápida, de
bom custo-benefício e de alto desempenho que estão sendo introduzidos tanto nos
laboratórios humanos e animais. Os dados obtidos pela espectrometria de massa são
qualificados inicialmente pela identificação das seqüência do 16S e 18S e,
posteriormente servem como substituto para a abordagem seqüencial. Estes dados
requerem uma continua atualização para aumentar o repertório de espécies.
Recentemente, MALDI-TOF MS foi aplicado na diferenciação de espécies entre o GEI,
segundo Decristophoris e colaboradores, em 2011. A sensibilidade e especificidade
estimada para o S. pseudintermedius foi de 78% e 98%, respectivamente, indicando que
esta abordagem poderá ser útil na identificação rápida de espécies.

Tipagem de linhagens

Antes da identificação do GEI várias abordagens baseadas em bandas de ADN,


tais como ribotipagem, eletroforese em campo pulsante (EGCP) ou sua versão em inglês
pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) e análise de polimorfismo pelo espaçador de
ADN ribossomal intergênico 16S-23S ou sua versão em inglês 16S-23S intergenic
ribosomal DNA spacer polymorphism analysis (ITS-PCR) indicou uma diversidade
importante entre os isolados do GEI originários de vários hospedeiros (13, 13,16, 35-
39). PFGE é geralmente tido como um dos métodos mais discriminatórios para a
tipagem de linhagens e particularmente indicado no monitoramento de linhagens
associadas a surtos. Até agora não há um protocolo padronizado para o S
pseudintermedius. O protocolo originalmente desenvolvido para o S. aureus por
Murchan e colaboradores (40) foi adaptado para o S. pseudintermedius num estudo que
investigou a relação clonal entre as linhagens resistentes à meticilina (SPRM) ou sua
versão inglesa MRSP. Outros protocolos, utilizando a restrição da endonucleases pela
SmaI tem sido utilizadas mais recentemente (43-46). Esta situação não facilitou a
comparação de resultados entre estudos e a comunicação entre os laboratórios. O
desenvolvimento de protocolo padronizado para espécies poderia ser extremamente útil
na ausência de métodos alternativos que pudessem trocar o PFGE por um tipagem de
maior poder discriminatório entre os S. pseudintermedius

A tipagem pela proteína A dos estafilococos (spa) está baseada na variação da


sequência da região X do locus spa (47) e ela está gradualmente substituindo a PFGE
na investigação dos surtos causados pelo S aureus, pois ela é mais reproduzível e menos
demorada ou trabalhosa. A tipagem pelo spa espécie-específica foi desenvolvida para o
S pseudintermedius sendo atualmente empregado para a tipagem rápida de SPMR. O
poder discriminatório é semelhante ao PFGE e mais alto que a tipagem por multilocos
ou sua versão inglesa de multilocus sequence typing (MLST) (48). Entretanto essa não é
o método efetivo eficaz na tipagem de cepas multirresistentes quando mais de 50% das
cepas não são tipificáveis, já que os primers atuais não detectam a região alvo ou produz
bandas múltiplas e inespecíficas que torna o sequenciamento impossível. Semelhante ao
MLST e outros métodos sequenciais a tipagem pelo spa aumenta muito a comunicação
entre laboratórios e oferecem a possibilidade de coletar e organizar os dados num banco
de dados online. Este banco de dados ainda não está disponível para o S
pseudintermedius. Até o presente momento, há 53 tipos spa foram atribuídos ao
curador do banco de dados não online (Arshnee Moodley asm@life.ku.dk).

O método de Tipagem Sequencial por Multilocos (TSML) ou sua versão inglesa


Multilocus Sequence Typing (MLST) é uma técnica valiosa e aplicável na
epidemiologia global, seguida da Eletroforese de Enzimas de Multilocos (EEML) ou
sua versão inglesa Multilocus Enzyme Electrophoresis (MLEE). Este último analisa o
comportamento de enzimas selecionadas. Ela foi utilizada por Barrs e colaboradores,
em 2000, na Australia, em um único estudo para determinar a estrutura da população do
S. pseudintermedius.

Barrs, V.R.; Briscoe, D.; Malik, R.; Love, D.N. Use of multilocus enzyme electrophoresis to distinguish
clinically important strains of Staphylococcus intermedius from the skin of dogs. Aust Vet J., v. 78, p.
267-272, 2000.

A MLST analisa a variação de genes envolvidos, oferecendo várias vantagens


comparadas com a MLEE, incluindo grande poder discriminatório e portabilidade dos
dados das sequências de ADN. Este método está baseado na comparação de fragmentos
sequencias com aproximadamente 500 pb do ADN dentro de 7 a 8 genes (housekeeping
genes) resultando em um perfil alélico ou sequencia típica ou sua versão inglesa
sequence type (ST) da linhagem bacteriana analisada. A aplicação da abordagem
sequencial baseada em 4 housekeeping gens foi desenvolvida por Bannoehr e
colaboradores. Esta abordagem possibilitou que os pesquisadores analisassem a
distribuição de clones SPRM, levando a identificação de 2 linhagens genéticas
principais; uma na Europa (ST71) e outra Norte-americana (ST68) (17). Ate agora, há
um total de 155 sequencias típicas atribuídas ao curador do banco de dados o Sr.
Vincent Perreten

Recentemente, um novo esquema MLST o qual incrementou o poder


discriminatório do método pela inclusão de 4 locos adicionais, permitindo a detecção de
várias sequencias típicas dentro da ST68 dos SPRM, revelando a ocorrência de
resistência à meticilina de diferentes origens genéticas. Os resultados da abordagem
expandida do MLST sugere uma lenta evolução entre as linhagens quanto à resistência a
meticilina e a transmissão horizontal da resistência a meticilina dentro das espécies. O
banco de dados referentes ao MLST para o S pseudintermedius não está disponível
online.

A resistência à meticilina é codificada pelo gene mecA e esta observação está


aumentando no S. pseudintermedius. As cepas do S. pseudintermedius resistentes à
meticilia (SPRM) podem ser tipificadas pelo mapeamento do gene mec cromossômico
do cassete estafilocócico, através da PCR ou como se chama a sua versão inglesa
staphylococal cassete chromosome mec (SCCmec), um elemento genético móvel que
contem o gene mecA, o qual confere resistência à meticilina. Ate agora, foram
identificados 10 tipos SCCmec (I-X) tendo como base o alótipo do gene recombinase
(ccr) e na classe do complexo gene MEC, mais uma variedade de subtipos, dependendo
da variação de 3 regiões de junção (J1-J3) (51,51).

Muitas abordagens através da PCR multiplex originalmente desenvolvidas para


SCCmec na tipagem das amostras resistentes à meticilina do S. aureus foram utilizadas
para caracterizar cepas SPRM isoladas de cães. Alguns tipos SCCmec observados em
SPRM correspondem aqueles tipos previamente encontrados em MRSA (SCCmec Vno
ST68), enquanto que outros tipos não são encontrados no S. aureus (SCCmec II-III) ou
não foram tipificados, utilizando o esquema SCCmec desenvolvido para esta espécie
(Black et all. 2009; Ruscher et all. 2010).

Muitos estudos investigaram a diversidade genética do S. pseudintermedius de


diferentes partes do corpo de um animal individualmente. O nível de diversidade
observado depende do poder discriminatório do método utilizado assim como o numero
de amostras colhidas de um local. Entretanto a maioria dos estudos concordou com o
alto nível de diferenças genéticas mesmo quando foi utilizado um método de baixo
poder discriminatório como o MLEE (49). Detectou-se 2 a 4 tipos eletroforéticos
distintos da maioria dos cães. Esse desvio genotípico foi detectado pela PCR em
isolados de S. pseudintermedius de animais persistentemente colonizados e diferenças
fenotípicas da sensibilidade aos antimicrobianos existiram entre as cepas isoladas de
diferentes locais do mesmo cão. (62).

Um estudo dinamarquês através do PFGE mostrou que somente 65% dos cães
positivos em para vários locais carreavam cepas idênticas ou muito próximas em, pelo
menos, 2 locais do corpo (60) Isto está em contradição com a ecologia do S.aureus no
homem onde aproximadamente um terço dos homens são persistentemente colonizados
com uma única linhagem genética.

O nível de diversidade de linhagens parece ser menor em no cão individualmente


sofrendo de dermatite atópica. Nos animais com dermatite atópica os isolados de
diferentes locais do corpo do mesmo animal são frequentemente relacionados ou memso
idênticos quando aplicado se aplica o PFGE. Alem disso, 69% das amostras isoladas das
lesões mostraram proximidade relacionada ou idêntica ao isolado da mucosa do mesmo
cão. Uma associação semelhante entre infecção e colonização foi detectada em cães
com piodermite superficial e otite externa (39 65). Esses dados sugerem uma ligação
entre colonização e infecção. O risco de portador é bem conhecido para o S aureus no
homem. Em média, 80% dos pacientes com infecção de pele é portador nasal e 655
possui o mesmo tipo genético na lesão e no nariz e o portador nasal é reconhecido como
um dos mais importantes fatores de riscos para infecções hospitalares e cirúrgicas (64).

Transmissão

A pele dos filhotes caninos são colonizados pelo S. pseudintermedius logo após
o nascimento como resultado da transferência vertical da mãe (63, 69) O organismo
pode ser isolado da pele e mucosas dos recém-nascidos com 1 dia de idade (63, 91). Foi
relatado um surto fatal do SPRM em uma ninhada de filhotes com o isolamento do
agente do mesmo clone da vagina da cadela e dos filhotes fornecendo evidências
indiretas de que o S pseudintermedius pode causar transmissão vertical perinatal. As
cadelas frequentemente carreiam uma cepa dominante que é passada para sua
descendência quando analisada pela ampliação polimérica ao acaso do ADN PCR-
RAPD ou sua versão inglesa “random amplified polymeric DNA-PCR” (91). Entretanto
este método não é muito discriminatório e estudos posteriores baseados em métodos
mais discriminatórios como PFGE são necessários para avaliar a transmissão vertical
em cães. A transmissão da mãe ao filho do S. aureus foi demonstrado no homem. A
colonização intestinal de crianças pelo S. aureus é fortemente associada com presença
na pele dos pais, sugerindo que o S aureus da pele dos pais pode ser facilmente
estabelecida na microflora intestinal do filho. (94). Há pouca informação disponível na
literatura sobre a transmissão horizontal do S. pseudintermedius entre cães adultos. Os
poucos estudos publicados focaram o risco e as rotas de transmissão de linhagens
SPRM. Se cães e gatos sofrem de infecções causada por linhagens SPRM, os animais
saudáveis mas em contato adquirem alto risco de tornarem-se portadores do organismo
e podem frequentemente ser isolado do ambiente doméstico do infectado (95, 96)

Na Holanda, em um estudo recente detectou amostras do SPRM de 36% de cães


e 31% dos gatos em contato com pets infectados por linhagens SPRM enquanto que
somente 4% das pessoas com contato com animais foram positivas. A transmissão entre
o paciente canino ou cães saudáveis do pessoal da clinica e pacientes em clinicas
veterinárias podem ocorrer (97,98). Na suíça, um estudo mais antigo investigando um
surto de infecção hospitalar em hospital de pequenos animais não identificou cepa
comum do S. pseudintermedius compartilhada entre os pacientes infectados. Os autores
concluíram que aquela infecção era causada por uma cepa residente de um cão
individual e que a transmissão entre pacientes raramente ocorreria um cenário bem
diferente do S aureus no hospital humano.

Normalmente o S. pseudintermedius não coloniza o homem, mas a transmissão


entre o cão e seu proprietário é possível e foi recentemente relatado como frequente.
Uma investigação de infecções pós-cirúrgica com linhagem SPRM em cães e gatos
numa clinica veterinária na Holanda revelou que o pessoal ou staff que trabalhava na
clinica assim como o os donos de outros cães saudáveis eram portadores da linhagem
com o mesmo padrão de resistência e padrão de PFGE, indicando transmissão via staff
hospital, seus animais e/ou ambiente cirúrgico. Donos de cães com pioderma profundo
frequentemente são portadores da mesma linhagem de S. pseudintermedius baseadas no
perfil da PFGE. Vários estudos confirmaram esses achados na qual as linhagens SPRM
se transmitem dos pequenos animais para os seus donos. No nível filogenético o S
pseudintermedius isolados do homem compartilham próxima aos STs aos isolados dos
cães sugerindo a transmissão zoonótica do cão como hospedeiro. Um estudo recente
analisou os isolados felinos do SPRM de origens geográficas diferentes quanto a sua
resistência antimicrobiana e evidenciaram que todas as cepas europeias pertenciam à
linhagem clonal ST71 a qual era dominante na Europa e sugerindo a transmissão
interespécies entre cães e gatos (102). O homem não é permanentemente colonizado
pelo S pseudintermedius e este microrganismo não faz parte da flora nasofaringeana,
mas o homem pode tornar-se portador transitório se tiver contato mais próximo com
cães infectados (58,70, 95,98, 100, 101, 103 104). Uma triagem com 122 famílias para o
S pseudintermedius com um total de 242 pessoas e pelo menos um cão ou gato residente
por família resultou em uma taxa de portador de 4,1% incluindo uma cepa SPRM e
alguns isolados do homem foram idênticas as dos cães na mesma família. Cerca de 50%
dos voluntários humanos era veterinários sugerindo um maior risco de como portador
do S pseudintermedius quanto maior a frequência de exposição.As medidas simples de
higiene como a lavagem das mãos reduzem o risco de isolamento do S
pseudintermedius do homem. A maioria das infecções humanas relatadas até agora os
pacientes tiveram contato próximo com cães.
PATOGENICIDADE

O S. pseudintermedius é um agente oportunista. Ele faz parte da flora normal da


maioria dos cães e não causam doença, a menos que a resistência do hospedeiro seja
diminuída; as barreiras naturais da pele alteradas pelos fatores predisponentes tais
como: dermatite atópica, procedimentos médicos ou cirúrgicos e/ou enfermidades
imunossupressoras. A infecção causada por este microrganismo não é transmissível pelo
contato direto entre cães infectados e saudáveis. Há pouca informação disponível sobre
o papel da colonização do S. pseudintermedius quando comparamos o papel do S.
aureus no homem. A colonização é provavelmente um fator de risco para a infecção e,
na maioria das circunstancias, os cães são infectados com uma linhagem que eles
carreiam em seus corpos. Entretanto, não há associação de certas linhagens do S.
pseudintermedius ou clone com cães atópicos (Fazakerley et al. 2010). Ate agora,
permanece desconhecido se algumas linhagens genéticas podem ser mais virulentas do
que outras. Fatores do hospedeiro são provavelmente cruciais na patogênese da infecção
pelo S pseudintermedius. Os S pseudintermedius adere-se melhor nos corneócitos dos
cães atópicos quando colhidos de uma área inflamada do que com corneócitos de
animais saudáveis (108-111). Isto pode ser devido a diferentes respostas imunes
mudando a expressão de adesinas superficiais ou alteração da envelope cornificado nos
animais atópicos Entretanto somente um pequeno e limitado número d einformação
atualmente disponível há sobre o papel das condições específicas do hospedeiro na
infecção pelo S pseudintermedius.

FATORES DE VIRULÊNCIA

Assim como o S. aureus, o S. pseudintermedius produz uma grande variedade de


fatores de virulência, incluindo enzimas (coagulase termonuclease e proteases),
proteínas de superfície (clumping factor e proteína A), toxinas e enterotoxinas Alem
disso, o S. pseudintermedius também é capaz de formar biofilmes (Futagawa-Saito et
all. 2006). Entretanto o nosso conhecimento sobre a patogênese do S. pseudintermedius
é muito limitada e a maioria dos fatores de virulência não foi caracterizada em detalhes.
Citotoxinas

O S. pseudintermedius produz α-hemolisina e β-hemolisina que causam


hemólise de hemácias ovinas (2,124,126). Assim como o S aureus, a β-hemolisina
possui atividade de esfingomielinase com grande afinidade pela esfingomielina (126).
Produz também como o S aureus a leucocidina Panton-Valentine ou (PV) que produz
leucotoxina bicomposta, a Luk-1 que é codificada por 2 genes cotranscritos chamados
LukS e LukF (125 127). O Luk-1 é leucotóxico para as células polimorfosnucleares, mas
com discreta atividade hemolítica para hemácias de coelhos (127). Conhece-se bem
pouco sobre a atividade da Luk-1 na população dos S. pseudintermedius e seu papel na
patogenia das diferentes infecções. Dados recentes mostraram que a epidemia que as
cepas SPRM ST71 europeia está consistentemente associada com a presença da LUk-1
(71), mas a ocorrência deste fator de virulência nos isolados sensíveis à meticilina são
desconhecidos.

Toxinas exfoliativas

A toxina exfoliativa do S pseudintermedius que ainda tem a sua antiga


denominação inglesa S. intermedius Exfoliative Toxin (SIET) ou na versão brasileira
(TESI). Esta toxina foi testada em modelos animais, por via subcutânea e seus efeitos
(exfoliativos) foram detectados em pintos de um dia, hamster e cães, mas nada
aconteceu em ratos ou camundongos. Os cães inoculados com SIET desenvolveram
sinais clínicos de pioderma, incluindo eritema, exfoliação e crostas que são sinais
similares à síndrome da pele escaldada do homem e da epidermite exsudativa dos
suínos.

Terauchi e colaboradores, em 2003, detectaram a toxina exfoliativa, através do


arredondamento de células cultivadas com o filtrado do cultivo de 60 amostras de S.
intermedius (S. pseudintermedius), isoladas de cães com pioderma. A toxina exfliativa
purificada causou exfoliação em pintos de 1 dia, hamsters e cães, mas não em
camundongos lactantes. Sorologicamente a toxina exfoliativa diferiu da TEA, TEB,
TEC do S. aureus e das toxinas exfoliativas do S. hyicus (TESHA e TESHB).

Lautz e colaboradores, em 2006, A prevalência do gene siet pela PCR de 45


amostras de S pseudintermedius isolados da pele, feridas e otite externa detectou a siet
em quase metade dos isolados (129). Em outro estudo todos os 74 isolados testados
eram portadores do gene siet por PCR. Mais recentemente, entretanto foi relatado que a
inoculação intradérmica testados com SIET recombinante em 3 cães não causou
nenhuma lesão clinica ou histopatológica (131). Uma vez que a relevância biológica
atual da SIET não é clara (122, 130,131). Um segundo gene (exi) que codifica uma
toxina exfoliativa do S pseudintermedius foi identificado em 3 isolados caninos pela
ampliação da PCR, utilizando os primers do S aureus e S hyicus (132). A proteína
prevista (EXI) exibe uma sequencia de identidade de 43-68% com a toxina exfoliativa
dos estafilos e a proteína recombinante causa ou lesões cutâneas no camundongo
neonato (132). Recentemente outra toxina exfoliativa, chamada ExpB foi identificada
no S. pseudintermedius que causou divisão intraepidérmica e degradação da
desmogleina-1 (Dsg-1) em 3 cães Beagle (133). No mesmo estudo o gene expB esteve
presente em em 23% (23 de 99) isolados clínicos de casos de pioderma superficial
canino (133) o autores propuseram renomear a EXI como ExpA de acordo com a
segunda toxina exfoliativa, a ExpB (133). A EXI e a SIET recombinantes foram
testadas no mesmo estudo em 3 cães saudáveis pela injeção intradérmica (131) a EXI
mas não a SIET causaram clinicamente lesões erosivas e divisão epidérmica superficiais
histologicamente na camada granular (131) Alem disso, a EXI possui um efeito sobre a
desmogleina de cães, porcos e uma isoforma de roedores murinos mas não degrada a
Dsg-1 do homem Entretanto a EXI não degrada a Dsg-3 in vivo ou in vitro.
Contrariamente, a SIET não possui influencia visível sobre as desmogleinas e os sutores
concluíram que EXI e não a SIET tem um papel na patogenia do impetigo canino in
vivo (131)

Superantígenos

As enterotoxinas estafilocócicas são membros da família de toxinas piogênicas


(TP) a família inclui várias variantes antigênicas (EEA, EEB, EEC1, EEC2, EEC3,
EECovina, EECbovina, EED, EEE, EED, TSCT-1, TSCTovina, Exotoxina Pirogênica
Estreptocócica A ( (EPEA), EPEB, EPEC e SPEF e superantígeno estreptocócico. As
TP estão associadas aos dois cocos Gram positivos, Staphylococcus aureus e
Streptococcus pyogenes.

Edwards e colaboradores, em 1997, identificaram uma enterotoxina tipo C


denominada EECcanina de isolados de cães com pioderma que era distinto de outras
enterotoxinas estafilocócicas (EEs), mas compartilha sua habilidade em induzir vomito
e proliferação das céluals T.

A prevalência da EECcanina no S. pseudintermedius é variável.

Becker e colabradores, em 2001, testou o S. intermedius de várias origens,


através do PCR multiplex e ELISA objetivando detectar os genes eea, eeb, eec, eed e
eee das enterotoxinas estafilocócicas. Os resultados moleculares foram comparados “in
vitro” para a produção de enterotoxina por dois ensaios imunoenzimáticos. De um total
de 33 (11,3%) amostras de S. intermedius, incluindo 31 (12,6%) cepas caninas, 1 cepa
equina e 1 humana foram positivas para o gene eeccanina. A produção desta enterotoxina
foi detectada em 30 (90,9%) das amostras.
Hendricks e colaboradores, em 2002, investigaram o papel potencial dos
superantígenos no S. pseudintermedius (EEA, EEB, EEC, EED e TSCT-1) de animais
com piodermite canina. Das 96 cepas isoladas, 25 (26%) foram positivas para vários
superantígenos, especialmente SEA e SEC. A estimulação “in vitro” de células
mononucleares caninas e medidas pela citometria de fluxo quantitativa revelou baixa
produção de SEA e SEB, mas potente estímulo à blastogenese de células T. Os autores
demonstraram que essas cepas produzem proteínas que mostram reação cruzada com
anticorpos contra superantígenos estafilocócicos. A estrutura destas proteínas no S.
pseudintermedius e sua possível atividade como superantígeno ainda não foi
investigada.
Futugawa-Saito e colaboradores, em 2004, determinaram a prevalência da
enterotoxinas, através da aglutinação passiva reversa (EEA, EEB, EEC, EED) e
EECcanina pela PCR produzidas pelo S. intermedius (S. pseudintermedius) em 106
amostras isoladas, sendo 44 de cães e 62 de pombos. Somente 1 (2,27%) dentre 44
amostras foi positiva para EEC e EECcanina. A triagem das cepas EECcanina negativas por
nested identificou uma nova enterotoxina relacionada ao gene ee-int ou sua versão
inglesa se-int. A toxina, EE-int evidenciou homologia de identidade com a EEC (59-
61%) e com a EEB (56,6%). As 44 (100%) das amostras de cães e 5 (8,0%) das
amostras de pombos foram positivas para o gene ee-int.
Futugawa-Saito e colaboradores, em 2009, identificaram, pela primeira vez, o
gene (exi), uma toxina exfoliativa no S pseudintermedius, através do PCR com primers
direcionados a região conservadas das toxinas exfoliativas (TEA, TEB e TED) do S.
aureus e a toxina exfoliativa do S. hyicus (TEBSH). A EXI possuía homologia com as
toxinas exfoliativas (43-68%) particularmente com a TEB (67,1%), TED (67,9%) e
TEBSH (65,1%)
Yoon e colaboradores, em 2010, testaram, através da PCR, os genes para a
produção de enterotoxinas do EEA, EEB EEC EED, TSCT-1 e da toxina exfoliativa do
S. intermedius (TESI) ou sua versão inglesa (siet) de um total de 74 amostras de S.
pseudintermedius isoladas de casos clínicos de pioderma e otite crônica em cães em
hospital veterinário. A PCR detectou o gene sec específico em 18 (24,3%) das 74
amostras isoladas as quais foram posteriormente sequenciadas, revelando que todas
pertenciam a EECcanina. Evidenciou também que todas as 74 linhagens isoladas
possuíam o gene da toxina exfoliativa (tesi) ou siet.

Sistema regulador do gene acessório

O sistema regulador do gene acessório (agr) é um sistema quorum-sensing


estafilocócico bem caracterizado no S. aureus que torna-se ativado de maneira
dependente da densidade de população e regula a expressão dos fatores de vurulencia na
facilitação da colonização e infecção bacteriana (137). Ele contem quatro distintos
genes incluindo agrD que codifica um peptídeo autoindutor AIP. No S.
pseudintermedius Sung e colaboradores identificou 3 alelos agr correspondentes
especificamente ao grupo agr que codificava diferentes variantes do AIP dentre 20
cepas isoladas de cães em um único hospital veterinário, no Reino Unido e demonstrou
a atividade biológica para 2 deles. O mesmo 3 AIPs previstos e um novo 4 AIP foi
identificado num estudo mais abrangente (17). Todas as espécies estafilocócicas
examinadas codificava AIPs que eram únicas para cada espécie (139). Entretanto a SIG
compartilham alelos agr entre os três espécies próximas, indicando que uma capacidade
de senso comum foi mantida (17).

Proteínas Ancoradas à Parede Celular

Os dois primeiros sequenciamentos completos e disponíveis até agora do S.


pseudintermedius foi o ED99 e HKU10-03 que proveu um recurso para analises
profunda do potencial virulento e adaptação do nicho deste patógeno versátil e
oportunista. ED99 e o HKU10-03 é portador de uma variedade de fatores de virulência
potencial incluindo superantígenos, leucotoxinas/leucocidinas e toxinas exfoliativa
hemolisinas exotoxinas exoenzimas (lípases, termonucleases thermolisina e proteases)
fatores de aderência e prováveis reguladores globais dos outros espécies de
estafilococos incluindo agr, sar, sae e rot (140,141). A função exata e o papel na
patogênese do S. pseudintermedius permanece pouco conhecido.

A aderência inicial do agente à célula do hospedeiro é uma exigência necessária


á célula epitelial para a colonização e infecção e vários estudos investigaram o potencial
do S pseudintermedius em aderir aos corneócitos de cães e outros hospedeiros (142-
146) As proteínas ancoradas a parede celular ou na versão inglesa “cell wall
anchored”(CWA) proteins como os componentes de superfície reconhecem moléculas
matriz adesiva ou sua versão inglesa “microbial surface components recognizing
adhesive matrix molecules” (MSCRAMMs) desempenham um papel importante na
aderência à matriz extracelular do hospedeiro. Todas as espécies de estafilococos
sequenciada possuem seu particular e único repertório de MSCRAMMs que deve
contribuir com a especialização bacteriana pelo nicho, hospedeiro e ambiente (147).
Análise “in silico” do genoma resultou num total de 18 open frame (ORFs) do ED99
que codifica as prováveis proteínas ancoradas na parede celular e representando os
possíveis fatores de virulência As proteínas foram denominadas de proteínas de
superfície do Staphylococcus pseudintermedius (Sps) ou sua versão inglesa
Staphylococcus pseudintermedius surface (Sps) proteins seguidas por uma letra
maiúscula (SpsA até SpsR) (148). Essas proteínas previsíveis são proteínas típicas da
CWA e característica MSRAMM respectivamente tais como LPX (TSA)/GANS motif
uma sequência sinal, repetições ao acaso 8/18 ORFs e Ig like folds (4/18 ORFs (148-
150). A analise proteômica revelou que 10 proteínas associadas à superfície, incluindo 6
Sps e sete proteínas secretoras são expressas pelo ED99 em diferentes fases de
crescimento (148).

A interação do S. pseudintermedius com a matriz extracelular do hospedeiro é


ainda muito limitada, mas foi relatado que algumas cepas aderem-se ao fibrinogênio,
fibronectina, citoqueratina 10, elastina, colágeno tipo I, vitronectina e laminina (151,
152). Tres Sps expressa no ED99 na superfície celular (SpsS, SpsL, SpsO) foi
caracterizada posteriormente. Tanto a SpsD e SpsL media a aderência às proteínas da
matriz extracelular do hospedeiro tais como fibrinogênio, fibronectina e citoqueratina
10 e ainda mostrou uma afinidade específica ao fibrinogênio canino (148). Tanto a
SpsD e SpsO mediam a aderência ao corneócitos caninos em ensaios “in vitro”

CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS

Resposta positiva aos testes de:

Redução de nitratos, VP, beta galactosidase, beta-glicosidase, arginina


dihidrolase, urease, pirrolidonil arilamidase, acidificação do D-frutose, da galactose, da
N-acetilglicosamina, da D-glicose, do glicerol (reação lenta fracamente positiva), da
lactose, da maltose, da D-manose, do manitol (reação lente e fracamente positiva), da
ribose, da sacarose, da trealose e da D-turanose (reação lenta e fracamente positiva).

Resposta negativa aos testes de:

Beta-glicuronidase, acidificação d-adonitol, do amido, da amigdalina, da D-


arabinose, do L-arabitol, da arbutina, do 2-cetogliconato, do 5-cetogliconato, da
celobiose, do dulcitol, do eritritol, da esculina, da D-fucose, da L-fucose, do gliconato,
do glicogênio, do metil-alpha-D-glicosídeo, da inulina, do inositol, da D-xilose, da
melobiose, da melezitose, da D-rafinose, da rhamnose, da salicina, do sorbitol, da L-
sorbose, da D-tagatose, do xilitol, da D-xilose, da L-xilose, da metil-alpha-D-xilosidio e
da metil-beta-D-xilosidio. A resposta do teste da fosfatase alcalina é positiva de quem
utiliza a galeria STAPH-ZYM e negativa com as galerias API STAPH. Com exceção do
S. intermedius, o S. pseudintermedius facilmente se distingue de outras espécies do
gênero Staphylococcus que produzem coagulase (ver quadro I).
Quadro. 1 Características diferenciais entre espécies/subsp do gênero Staphylococcus isoladas
em Medicina veterinária produtora/podem produzir catalase.

1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;


5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies
Coagulase* + + + d + + + +
Clumping + - - - - - d -
factor
Cresc. + -/+tardio + + + + + +
aerobiose
Cresc à 15° C + - + +
Cresc à 45° C + - + -/+ fraco + +
retardado
Ø > 5 mm** + - + + + - + d
Pigm colônial + - - - - - - -
Red. nitratos + - + + + + + +
1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies

1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;


5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.

1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies
DNase + + - + + + + +
termoestável
Hialuronidase + + + - - -
Hemólise + + + - d + + +
(sangue ovino)
VP*** + - - - - - + +
Beta- - - - + + + d
galactosidase
Beta- - - d, muito - -
glicuronidase provável
+
PYR - - - + +
1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.
1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies
Dgalactose**** + - + + + + +
Maltose**** + + + - - ou + + -
fraco +
Dmanitol**** + - + fraco - d + lento e d
fraco +
Sacarose +
Dtrealose**** + - - + + + + -
Dribose**** + - + + + +
Dxilose**** - - - - - +***** - -
Resistência a 8 + - - - - - -
µg/mL de
acriflavina
Resistência a + - + - - - -
polimixina B
1 2 3 4 5 6 7 8
Testes/Espécies
1) S. aureus subsp aureus; 2) S. aureus subsp anaerobius; 3) S. delphini; 4) S. hyicus;
5) S. intermedius; 6) S. lutrae; 7) S. pseudintermedius; 8) S. schleiferi subsp coagulans.

*Plasma de coelho (Difco).

**No Agar P após três dias de incubação a 37°C. Composição (em g/L) do agar P : agar 15g ;
peptona 10g ; NaCl 5g ; extrato de levedura 5 g e glicose 1 g.

*** A técnica VP é derivada daquela de Davis e Hoyling. A linhagem a ser estudada é semeada em agar
cérebro-coração, contendo 1% de glicose. Após 24 h de incubação a 37° C, depositamos um disco como
aquele utilizado para TSA impregnado com uma solução de piruvato de sódio a 10%. Após 3 h de
incubação, colocar sobre o disco uma gota de hidróxido de potássio a 40% ; uma gota de uma solução de
creatinina a 1% e uma gota de solução alcoólica a 1% de alfa-naftol. O aparecimento da cor rosa ou
vermelha dentro de um prazo de uma hora significa reação positiva.

**** Acidificação em aerobiose.

***** A acidificação da xilose não é recuperada, utilizando a galeria API Staph, segundo Brown e Bes.

Segundo Devriese e colaboradores, a identificação de S. pseudintermedius


deverá ser confirmada por técnicas moleculares. As quatro cepas foram isoladas em
amostras de: pulmão de gato; lesão cutânea de cavalo; otite externa em um cão e de
fígado de um papagaio cinzento Timneh (Psittacus erithacus timneh **).
As amostras do S. pseudintermedius foram isoladas de lesões que apresentam
características típicas dos estafilos patogênicos como: produção de coagulase, síntese de
uma DNAse e produção uma beta-hemolisina. No entanto, a patogenicidade do S.
pseudintermedius é ainda incerta.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PARA O GÊNERO Staphylococcus spp


Aarestrup, FM.; Wegener, HC. Association between production of fibrinolysin and
virulence of Staphylococcus hyicus in relation to exudative epidermitis in pigs.
Acta. Vet. Scand., v. 38, p. 295-297, 1997.
Alhendi, AB.; El-Sanhousi, SM.; Al-Ghasnawi, YA.; Madawi, M. An outbreak of
abscess disease in goats in Saudi Arabia. J. Vet. Med. A, v. 40, p. 646-651, 1993.
Allaker, RP.; Jensen, L.; Lloyd, DH. Lamport, AI. Colonization of neonatal puppies by
staphylococci. Br. Vet. J., v. 148, p. 523-528, 1992.
Allaker, RP.; Lloyd, DH.; Bailey, RM.; Population sizes and frequency of staphylococci
at mucocutaneous sites on healthy dogs. Vet. Rec., v. 130, p. 303-304, 1992.
Allaker, RP.; Lloyd, DH.; Simpson, AI. Occurrence of Staphylococcus intermedius on
the hair and skin of normal dogs. Res. Vet. Sci., v. 52, p. 174-176, 1992.
Allaker, RP.; Whitlock, M.; Lloyd, DH. Cytotoxic activity of Staphylococcus
hyicus.Vet. Microbiol., v. 26, p. 161-166, 1991.
Almazan, J.; De La Fuente, R.; Gomez-Lucia, E.; Suarez, G. Enterotoxin production by
strains of Staphylococcus intermedius and Staphylococcus aureus isolated from dog
infections. Zentralbl. Bakteriol. Mikrobiol. Hyg. A, v. 264, p. 29-32, 1987.
Andersen, LO. Development and evaluation of an indirect ELISA for detection of
exfoliative toxin ExhA, ExhB or ExhC produced by Staphylococcus hyicus. Vet.
Microbiol., v. 68, p. 285-292, 1999.
Andersen, LO. Differentiation and distribution of three types of exfoliative toxin
produced by Staphylococcus hyicus from pigs with exudative epidermitis. FEMS
Immunol. Med. Microbiol., v. 20, p. 301-310, 1998.
Andersen, LO. Studies on the effect of divalent metal ions on exfoliative toxins from
Staphylococcus hyicus: indications of ExhA and ExhB being metalloproteins.
FEMS Immunol. Med. Microbiol., v. 23, p. 295-301, 1999.
Andersen, LO.; Wegener, HC.; Bille-Hansen, V. Staphylococcus hyicus-skin reactions
in piglets caused by crude extracellular products and by partially purified exfoliative
toxin. Microb. Pathog., v. 15, p. 217-225, 1993.
Ayora, S.; Lindgren, PE.; Götz, F. Biochemical properties of a novel metalloprotease
from Staphylococcus hyicus subsp. hyicus involved in extracellular lipase
processing. J. Bacteriol., v. 176, p. 3218-3223, 1994.
Baele, M.; Chiers, K.; Devriese, LA.; Smith, HE.; Wisselink, HJ.; Vaneechoutte, M. &
Haesebrouck, F. The Gram-positive tonsillar and nasal flora of piglets before and
after weaning. J. Appl. Microbiol., v. 91, p. 997-1003, 2001.
Bannoehr, J.; Ben Zakour, N.L.; Waller, A.S.; Guardabassi, L.; Thoday, K.L.; van den
Broek, A.H.M.; Fitzgerald, J.R. Population Genetic Structure of the Staphylococcus
intermedius Group: Insights into agr Diversification and the Emergence of
Methicillin-Resistant Strains. J. Bacteriol., v. 189, p. 8685-8692, 2007.
Barnham, M.; Holmes, B. Isolation of CDC group M-5 and Staphylococcus intermedius
from infected dog bites. J. Infect., v. 25, p. 332-334, 1992.
Barrs, V.R.; Briscoe, D.; Malik, R.; Love, D.N. Use of multilocus enzyme
electrophoresis to distinguish clinically important strains of Staphylococcus
intermedius from the skin of dogs. Aust Vet J., v. 78, p. 267-272, 2000.
Becker, K.; Keller, B.; Von Eiff, C.; Bruck, M.; Lubritz, G.; Etienne, J.; Peters, G.
Enterotoxigenic potential of Staphylococcus intermedius. Appl. Environ.
Microbiol., v. 67, p. 5551-5557, 2001.
Bennett, RW. Atypical toxigenic Staphylococcus and non-Staphylococcus aureus
species on the horizon? An update. J. Food Protect., v. 59, p. 1123-1126, 1996.
Bergdoll, M.S.; Crass, B.A.; Reiser, R.F.; R. N. Robbins, R.N.; Davis, J.P. A new
staphylococcal enterotoxin, enterotoxin F, associated with toxic shock syndrome
Staphylococcus aureus isolates. Lancet v. i, p. 1017-1021, 1981.
Bes, M.; Saidi Slim, L.; Becharnia, F.; Meugnier, H.; Vandenesch, F.; Etienne, J.;
Freney, J. Population diversity of Staphylococcus intermedius isolates from various
host species: typing by 16S-23S intergenic ribosomal DNA spacer polymorphism
analysis. J. Clin. Microbiol., v. 40, p. 2275-7227, 2002.
Biberstein, EL.; Jang, SS.; Hirsh, DC. Species distribution of coagulase-positive
staphylococci in animals. J. Clin. Microbiol., v. 19, p. 610-615, 1984.

Black, C.C.; Solyman, S.M.; Eberlein, L.C.; Bemis, D.A.; Woron, A.M.; Kania, S.A.
Identification of a predominant multilocus sequence type, pulsed-field gel
electrophoresis cluster, and novel staphylococcal chromosomal cassette in clinical
isolates of mecA-containing, methicillin-resistant Staphylococcus pseudintermedius.
Vet Microbiol., v. 139, p. 333-338, 2009.

Blaiotta, G.; Fusco, V.; Ercolini, D.; Pepe, O.; Coppola, S. Diversity of Staphylococcus
Species Strains Based on Partial kat (Catalase) Gene Sequences and Design of a
PCR-Restriction Fragment Length Polymorphism Assay for Identification and
Differentiation of Coagulase-Positive Species (S. aureus, S. delphini, S. hyicus, S.
intermedius, S. pseudintermedius, and S. schleiferi subsp. coagulans). J. Clin.
Microbiol., v. 48, p. 192-201, 2010.

Boerlin, P.; Burnens, A.P.; Frey, J.; Kuhnert, P.; Nicolet, J. Molecular epidemiology
and genetic linkage of macrolide and aminoglycoside resistance in Staphylococcus
intermedius of canine origin. Vet. Microbiol. v. 79, p. 155-169, 2001.
Boerlin, P.; Eugster, S.; Gaschen, F.; Straub, R.; Schawalder, P. Transmission of
opportunistic pathogens in a veterinary teaching hospital. Vet. Microbiol., v. 82, p.
347-359, 2001.
Bornstein, N.; Fleurette, J. Acetoin production in the identification of isolates as
members of Staphylococcus intermedius Hájek. Int. J. Syst. Bacteriol., v. 31, p.
232-235, 1981.
Boukerrou, A.; Ganiere, JP. ; El Solh, N. ; Andre, G. ; Garros, D. Analyse
bactériologique d'un coque à Gram positif (microcoque de Morel) isolé chez des
ovins atteints de la maladie des abcès. Revue Méd. Vét., v. 136, 391-397, 1985.

Brun, Y.; Bes, M. Staphylococcus. In : J. FRENEY, F. RENAUD, W. HANSEN et C.


BOLLET : Précis de bactériologie clinique, Editions ESKA, Paris, pp. 783-834,
2000.

Burkett, G.; Frank, LA. Comparison of production of Staphylococcus intermedius


exotoxin among clinically normal dogs, atopic dogs with recurrent pyoderma, and
dogs with a single episode of pyoderma. J. Am. Vet. Med. Assoc., v. 213, p. 232-
234, 1998.
Chanchaithong, P.; Prapasarakul, N. Biochemical markers and protein pattern analysis
for canine coagulase-positive staphylococci and their distribution on dog skin. J.
Microbiol. Methods, v. 86, p. 175-181, 2011.
Chesneau, O.; Morvan, A.; Aubert, S.; El Solh, N. The value of rRNA gene restriction
site polymorphism analysis for delineating taxa in the genus Staphylococcus. Int. J.
Syst. Evol. Microbiol., v. 50, p. 689-697, 2000.
Chirino-Trejo, M.; Wheler, C. Conjunctivitis associated with Staphylococcus hyicus
subsp. hyicus in an ostrich. Can. Vet. J., v. 30, n. 9, p.759, 1989.
Cohn, LA.; Gary, AT.; Fales, WH.; Madsen, RW. Trends in fluoroquinolone resistance
of bacteria isolated from canine urinary tracts. J. Vet. Diagn. Invest., v. 15, p. 338-
343, 2003.
Cox, HU.; Hoskins, JD.; Newman, SS.; Foil, CS.; Turnwald, GH.; Roy, AF. Temporal
study of staphylococcal species on healthy dogs. Am. J. Vet. Res., v. 49, p. 747-
751, 1988.
Cox, HU.; Hoskins, JD.; Newman, SS.; Foil, CS.; Turnwald, GH.; Roy, AF.; Kearney,
MT. Distribution of staphylococcal species on clinically healthy cats. Am. J. Vet.
Res., v. 46, p. 1824-1828, 1985.
Cree, RG.; Noble, WC. In vitro indices of tissue adherence in Staphylococcus
intermedius. Lett. Appl. Microbiol., v. 20, p. 168-170, 1995.
Cunha, M.L.R.S.; Calsolari, R.A.; Araújo Jr, J.P. Detection of enterotoxin and toxic
shock syndrome toxin 1 genes in Staphylococcus, with emphasis on coagulase-
negative staphylococci. Microb. Immun., v. 51, p. 381-390, 2007.
Cunha, M.L.R.S.; Peresi, E.; Calsolari, R.A.O.; Araújo Jr, J.P. Detection of
Enterotoxins genes in coagulase-negative Staphylococci isolated from foods. Braz.
J. Microbiol., v. 37, p. 64-69, 2006.
De La Fuente, R.; Ruiz-Santa Quiteria, JA.; Cid, D. Experimental intramammary
infection of ewes with Staphylococcus aureus subsp. anaerobius. Res. Vet. Sci., v.
54, 221-226, 1993.
De La Fuente, R.; Suarez, G.; Schleifer, KH. Staphylococcus aureus subsp. anaerobius
subsp. nov., the causal agent of abscess disease of sheep. Int. J. Syst. Bacteriol., v.
35, 99-102, 1985.
De Rosa, DC.; Veenhuizen, MF.; Bade, DJ.; Shryock, TR. In vitro susceptibility of
porcine respiratory pathogens to tilmicosin. J. Vet. Diagn. Invest., v. 12, p. 541-
546, 2000.
De Winter, PJJ.; Verdonck, M.; De Kruif, A.; Devriese, LA. ; Haesebrouck, F. Bacterial
endometritis and vaginal discharge in the sow: prevalence of different bacterial
species and experimental reproduction of the syndrome. Anim. Reprod. Sci., v. 37,
p. 325-335, 1995.
Deinhofer, M.; Pernthaner, A. Staphylococcus spp. as mastitis-related pathogens in goat
milk. Vet. Microbiol., v. 43, p. 161-166, 1995.

Devriese, L.A.; Vancanneyt, M.; Baele, M.; Vaneechoutte, M.; De Graef, E.;
Snauwaert, C.; Cleenwerck, I.; Dawyndt, P.; Swings, J.; Decostere, A.;
Haesebrouck F. Staphylococcus pseudintermedius sp. nov., a coagulase-positive
species from animals. Int. J. Syst. Evol. Microbiol., v. 55, p. 1569-1573, 2005.

Devriese, LA. Staphylococci in healthy and diseased animals. J. Appl. Bacteriol.


(Symposium Supplement), v. 19, n. 19, p. 71S-80S, 1990.
Devriese, LA.; De Herdt, P.; Desmidt, M.; Dom, P.; Ducatelle, R.; Godard, C.;
Haesebrouck, F.; Uyttebroek, E. Pathogenic stapylococci and staphylococcal
infections in canaries. Avian Pathol., v. 23, p. 159-162, 1994.
Devriese, LA.; De Herdt, P.; Desmidt, M.; Dom, P.; Ducatelle, R.; Godard, C.;
Haesebrouck, F.; Uyttebroek, E. Pathogenic stapylococci and staphylococcal
infections in canaries. Avian Pathol., v. 23, p. 159-162, 1994.
Devriese, LA.; Derycke, J. Staphylococcus hyicus in cattle. Research. Vet. Sci., v. 26,
p. 356-358, 1979.
Devriese, LA.; Hájek, V. Identification of pathogenic staphylococci isolated from
animals and foods derived from animals. J. Appl. Bacteriol., v. 49, p. 1-11, 1980.
Devriese, LA.; Hájek, V.; Oeding, P.; Meyer, SA.; Schleifer, K.H. Staphylococcus
hyicus (Sompolinsky 1953) comb. nov. and Staphylococcus hyicus subsp.
chromogenes subsp. nov. Int. J. Syst. Bacteriol., v. 28, p. 482-490, 1978.
Devriese, LA.; Nzuambe, D.; Godard, C. Identification and characterization of
staphylococci isolated from cats. Vet. Microbiol., v. 9, p. 279-285, 1984.
Devriese, LA.; Nzuambe, D.; Godard, C. Identification and characteristics of
staphylococci isolated from lesions and normal skin of horses. Vet. Microbiol., v.
10, p. 269-277, 1985.
Devriese, LA.; Van de Kerchove, A. A comparison of methods and the validity of
deoxyribonuclease tests for characterization of staphylococci isolated from animals.
J. Appl. Bacteriol., v. 46, p. 385-393, 1979.
Devriese, LA.; Vancanneyt, M.; Baele, M.; Vaneechoutte, M.; De Graef, E.; Snauwaert,
C.; Cleenwerck, I.; Dawyndt, P.; Swings, J.; Decostere, A.; Haesebrouck, F.
Staphylococcus pseudintermedius sp. nov., a coagulase-positive species from
animals. Int. J. Syst. Evol. Microbiol., v. 55, p. 1569-1573, 2005.

Devriese, LA.; Vlaminck, K.; Nuytten, J.; De Keersmaecker, P. Staphylococcus hyicus


in skin lesions of horses. Equine Vet. J., v. 15, p. 263-265, 1983.

Dexristophoris, P.; Fasola, A.; Benagli, C.; Tonolla, M.; Petrini, O. Identification
of Staphylococcus intermedius Group by MALDI-TOF MS. Syst. Appl. Microbiol.,
v. 34, p. 45-51, 2011.

Donné, E.; Devriese, L.; Haesebrouck, F. Antimicrobila resistance of Staphylococcus


intermedius strains isolated from dogs in Belgium (article en flamand, résumé en
anglais). Vlaams Diergeneeskundig Tijdschrift, v. 69, p. 431-434, 2000.
Drancourt, M.; Raoult, D. rpoB gene sequence-based identification of Staphylococcus
species. J. Clin. Microbiol., v. 40, p. 1333-1338, 2002.
Duncan, M.; Smith, D. Isolation of Staphylococcus hyicus from aborted piglets. Can.
Vet. J., v. 33, p. 75-76, 1992.
Dziewanowska, K.; Edwards, VM.; Deringer, JR.; Bohach, GA.; Guerra, DJ.
Comparison of the beta-toxins from Staphylococcus aureus and Staphylococcus
intermedius. Arch. Biochem. Biophys., v. 335, p. 102-108, 1996.
Edwards, V. M.; Deringer, J.R.; Callantine, S.D.; Deobald, C.F.; Berger, P.H.; Kapur,
V.; Stauffacher, C.V.; Bohach, G.A. Characterization of the canine type C
enterotoxin produced by Staphylococcus intermedius pyoderma isolates. Infect.
Immun., v. 65, p. 2346-2352, 1997.
Edwards, VM.; Deringer, JR.; Callantine, SD.; Deobald, CF.; Berger, PH.; Kapur, V.;
Stauffacher, CV.; Bohach, GA. Characterization of the canine type C enterotoxin
produced by Staphylococcus intermedius pyoderma isolates. Infect. Immun., v. 65,
p. 2346-2352, 1997.
Faller, A.; Schleifer, KH. Modified oxidase and benzidine tests for separation of
staphylococci from micrococci. J. Clin. Microbiol., v. 13, p. 1031-1035, 1981.
Forsman, P.; Tilsala-Timisjarvi, A.; Alatossava, T. Identification of staphylococcal and
streptococcal causes of bovine mastitis using 16S-23S rRNA spacer regions.
Microbiology, v. 143, p. 3491-3500, 1997.
Foster, G.; Ross, HM.; Hutson, RA.; Collins, MD. Staphylococcus lutrae sp. nov., a
new coagulase-positive species isolated from otters. Int. J. Syst. Bacteriol., v. 47,
p. 724-726,
Fraser, J.; Arcus, V.; Kong, P.; Baker, E.; Proft, T. Superantigens-powerful modifiers of
the immune system. Mol. Med. Today. v. 6, p. 125-132, 2000.
Freney, J.; Kloos, W.E.; Hajek, V.; Webster, J.A.; Bes, M.; Brun, Y.; Vernozy-Rozand,
C. Recommended minimal standards for description of new staphylococcal species.
Int. J. Syst. Bacteriol., v. 49, p. 489-502, 1999.
Freney, J.; Kloos, WE.; Hajek, V.; Webster, JA.; Bes, M.; Brun, Y.; Vernozy-Rozand,
C. Recommended minimal standards for description of new staphylococcal species.
Int. J. Syst. Bacteriol., v. 49, p. 489-502, 1999.
Freney, J.; Kloos, WE.; Hajek, V.; Webster, JA.; Bes, M.; Brun, Y.; Vernozy-Rozand,
C. Recommended minimal standards for description of new staphylococcal species.
Int. J. Syst. Bacteriol., v. 49, 489-502, 1999.
Fukuda, S.; Tokuno, H.; Ogawa, H.; Sasaki, M.; Kishimoto, T.; Kawano, J.; Shimizu,
A.; Kimura, S. Enterotoxigenicity of Staphylococcus intermedius strains isolated
from dogs. Zentralbl. Bakteriol. Mikrobiol. Hyg. A, v. 258, p. 360-367, 1984.

Futugawa-Saito, K.; Makino, S.; Sunaga, F.; Kato, Y.; Sakurai-Komada, N.; Ba-Thein,
W.; Fukuyasu, T. Identification of first exfoliative toxins in Staphylococcus
pseudintermedius. FEMS Microbiol. Letters. V. 301, p. 176-180, 2009.

Futugawa-Saito, K.; Suzuki, M.; Ohsawa, M.; Ohshima, S.; Sakurai, N.; Ba-Thein, W.;
Fukuyasu, T. Identification and Prevalence of an enterotoxina-related gene se-int
in Staphylococcus intermedius isolates from dogs and pigeons. J. Appl. Microbiol.,
v. 96, p. 1361-1366, 2004.

Gerstadt, K.; Daly, JS.; Mitchell, M.; Wessolossky, M.; Cheeseman, SH. Methicillin-
resistant Staphylococcus intermedius pneumonia following coronary artery bypass
grafting. Clin. Infect. Dis., v. 29, p. 218–219, 1999.
Goh, SH.; Santucci, Z.; Kloos, WE.; Faltyn, M.; George, C.G.; Driedger, D. &
Hemmingsen, S.M. Identification of Staphylococcus species and subspecies by the
chaperonin 60 gene identification method and reverse checkerboard hybridization.
J. Clin. Microbiol., v. 35, p. 3116-3121, 1997.
Gortel, K.; Campbell, KL.; Kakoma, I.; Whittem, T.; Schaeffer, DJ.; Weisiger, RM.
Methicillin resistance among staphylococci isolated from dogs. Am. J. Vet. Res., v.
60, p. 1526-1530, 1999.
Götz, F.; Verheij, HM.; Rosenstein, R. Staphylococcal lipases: molecular
characterisation, secretion, and processing. Chem. Phys. Lipids., v. 93, p. 15-25,
1998.
Goyache, J.; Ruiz-Santa Quiteria, JA.; Orden, JA.; Hernandez, FJ.; Gómez-Lucia, E.;
De La Fuente, R.; Bergdoll, MS.; Suarez, G. TSST-1 production by Staphylococcus
aureus subsp. anaerobius. Res. Microbiol., v. 141, 1073-1076, 1990.
Greene, RT.; Lämmler, C. Isolation and characterization of immunoglobulin binding
proteins from Staphylococcus intermedius and Staphylococcus hyicus. J. Vet. Med.
B., v. 39, p. 519-525, 1992.
Greene, RT.; Lämmler, C. Isolation and characterization of immunoglobulin binding
proteins from Staphylococcus intermedius and Staphylococcus hyicus. J. Vet. Med.
B., v. 39, p. 519-525, 1992.
Greene, RT.; Låmmler, C. Staphylococcus intermedius: current knowledge on a
pathogen of veterinary importance. Zentralbl. Veterinarmed. B., v. 40, p. 206-214,
1993.
Greene, RT.; Schwarz, S. Small antibiotic resistance plasmids in Staphylococcus
intermedius. Zentralbl. Bakteriol., v. 276, p. 380-389, 1992.
Grumann, D.; Scharf, S.S.; Holtfreter, S.; Kohler, C.; Steil, L.; Engelmann, S.; Hecker,
M.; Völker, U.; Bröker, B. Immune cell activation by enterotoxin gene cluster ( egc
) -encoded and non - egc superantigens from Staphylococcus aureus . J. Immunol.,
v. 181, p. 5054 – 5061, 2008.
Guardati, MC.; Guzman, CA.; Piatti, G.; Pruzzo, C. Rapid methods for identification of
Staphylococcus aureus when both human and animal staphylococci are tested:
comparison with a new immunoenzymatic assay. J. Clin. Microbiol., v. 31, p.
1606-1608, 1993.
Hájek, V. Staphylococcus intermedius, a new species isolated from animals. Int. J.
Syst. Bacteriol., v. 26, p. 401-408, 1976.
Hájek, V.; Devriese, LA.; Mordarski, M.; Goodfellow, M.; Pulverer, G.; Varaldo, PE.
Elevation of Staphylococcus hyicus subsp. chromogenes (Devriese et al. 1978) to
species status: Staphylococcus chromogenes (Devriese et al. 1978) comb. nov. Syst.
Appl. Microbiol., v. 8, p. 169-173, 1986.
Harvey, J. & Gilmour, A. The inhibition of Staphylococcus hyicus on a selective
medium for staphylococci. J. Appl. Bacteriol., v. 63, p. 435-441, 1987.
Harvey, RG.; Marples, RR.; Noble, WC. Nasal carriage of Staphylococcus intermedius
in humans in contact with dogs. Microb. Ecol. Health Dis., v. 7, p. 225-227, 1994.
Harvey, RG.; Noble, WC. Aspects of nasal, oropharyngeal and anal carriage of
Staphylococcus intermedius in normal dogs and dogs with pyoderma. Vet.
Dermatol., v. 9, p. 99-104, 1998.
Hazarika, RA.; Mahanta, PN.; Dutta, GN.; Devriese, LA. Cutaneous infection
associated with Staphylococcus hyicus in cattle. Res. Vet. Sci., v. 50, p. 374-375,
1991.
Hendricks, A.; Schuberth, HJ.; Schueler, K.; Lloyd, DH. Frequency of superantigen-
producing Staphylococcus intermedius isolates from canine pyoderma and
proliferation-inducing potential of superantigens in dogs. Res. Vet. Sci., v. 73, p.
273-277, 2002.
Hesselbarth, J.; Flachsbarth, MF.; Amtsberg, G. Studies on the production of an
exfoliative toxin by Staphylococcus intermedius. J. Vet. Med. B., v. 41, p. 411-416,
1994.
Hesselbarth, J.; Schwarz, S. Comparative ribotyping of Staphylococcus intermedius
from dogs, pigeons, horses and mink. Vet. Microbiol., v. 45, p. 11-17, 1995.
Hesselbarth, J.; Witte, W.; Cuny, C.; Rohde, R.; Amtsberg, G. Characterization of
Staphylococcus intermedius from healthy dogs and cases of superficial pyoderma by
DNA restriction endonuclease patterns. Vet. Microbiol., v. 41, p. 259-266, 1994.
Hill, BD.; Corney, BG.; Wagner, TM. Importance of Staphylococcus hyicus ssp. hyicus
as a cause of arthritis in pigs up to 12 weeks of age. Aust. Vet. J., v. 73, p. 179-181,
1996.
Ho, G.; Campbell, W.H.; Bergdoll, M.S.; Carlson, E. Production of a toxic shock
syndrome variant by Staphylococcus aureus strains associated with sheep, goats and
cows. J. Clin. Microbiol., v. 27, p. 1946-1948, 1989.
Hoekstra, KA.; Paulton, RJ. Clinical prevalence and antimicrobial susceptibility of
Staphylococcus aureus and Staph. intermedius in dogs. J. Appl. Microbiol., v. 93,
p. 406-413, 2002.
Hogg, JC.; Lehane, MJ. Identification of bacterial species associated with the sheep
scab mite (Psoroptes ovis) by using amplified genes coding for 16S rRNA. Appl.
Environ. Microbiol., v. 65, p. 4227-4229, 1999.
Høie, S.; Fossum, K. Antibodies to staphylococcal DNases in sera from different animal
species, including humans. J. Clin. Microbiol., v. 27, p. 2444-2447, 1989.
Holme, IJ.; Rosef, O.; Ewald, S. Comparison of three commercial rapid agglutination
test kits for identification of coagulase positive staphylococci from foods and
animals. Acta. Vet. Scand., v. 32, p. 155-161, 1991.
Igimi, S.; Atobe, H.; Tohya, Y.; Inoue, A.; Takahashi, E.; Konishi, S. Characterization
of the most frequently encountered Staphylococcus sp. in cats. Vet. Microbiol. v.
39, p. 255-260, 1994.
Igimi, S.; Takahashi, E.; Mitsuoka, T. Staphylococcus schleiferi subsp. coagulans
subsp. nov., isolated from the external auditory meatus of dogs with external ear
otitis. Int. J. Syst. Bacteriol., v. 40, p. 409-411, 1990.
Janda, WM.; Ristow, K.; Novak, D. Evaluation of RapiDEC Staph for identification of
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, and Staphylococcus
saprophyticus. J. Clin. Microbiol., v. 32, p. 2056-2059, 1994.
Jasper, DE.; Infante, F.; Dellinger, JD. Relationships among the results of coagulase,
staphylococcal toxin, and thermonuclease tests on staphylococci from cow milk. J.
Clin. Microbiol., v. 21, p. 582-584, 1985.

Jousson, O.; Di Bello, D.; Vanni, M.; Cardini, G.; Soldani, G.; Pretti, C.; Intorre, L.
Genotypic versus phenotypic identification of staphylococcal. Vet. Microbiol., v.
123, p. 238-244, 2007.

Kalogridou-Vassiliadou, D. Mastitis-related pathogens in goat milk. Small Ruminants


Research, v. 4, p. 203-212, 1991.
Khambaty, FM.; Bennett, RW.; Shah, DB. Application of pulsed-field gel
electrophoresis to the epidemiological characterization of Staphylococcus
intermedius implicated in a food-related outbreak. Epidemiol. Infect., v. 113, p. 75-
81, 1994.
Kim, J.; Chae, C. Concurrent presence of porcine circovirus type 2 and porcine
parvovirus in retrospective cases of exudative epidermitis in pigs. Vet. J., v. 167, p.
104-106, 2004.
Kloos, WE.; Bannerman, TL. Staphylococcus and Micrococcus. In : P.R. MURRAY,
E.J. BARON, M.A. PFALLER, F.C. TENOVER et R.H. YOLKEN (éds) : Manual
of clinical microbiology, 7th edition, ASM Press, Washington, D.C., 1999, p. 264-
282..
Kloos, WE.; Schleifer, K.H. Genus IV. Staphylococcus Rosenbach 1884, 18AL (Nom.
Cons. Opin. 17 Jud. Com. 1958, 153). In: P.H.A. SNEATH, N.S. MAIR, M.E.
SHARPE and J.G. HOLT (ed.) Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology, vol. 2,
The Williams & Wilkins Co., Baltimore, 1986. p.1013-1035.
Kruse, H.; Hofshagen, M.; Thoresen, SI.; Bredal, WP.; Vollset, I.; Søli, NE. The
antimicrobial susceptibility of Staphylococcus species isolated from canine
dermatitis. Vet. Res. Commun., v. 20, p. 205-214, 1996.
Kwok, AY.; Su, SC.; Reynolds, RP.; Bay, SJ.; Av-Gay, Y.; Dovichi, NJ.; Chow, AW.
Species identification and phylogenetic relationships based on partial HSP60 gene
sequences within the genus Staphylococcus. Int. J. Syst. Bacteriol., v. 49, p. 1181-
1192, 1999.
Laffan, JJ. ; Petras, P.; Ferguson, KP. ; Lambe Jr, DW. A high molecular weight protein
from Staphylococcus intermedius cross-reacts with Staphylococcus aureus
enterotoxin antibodies. Microbios, v. 88, p. 237-251, 1996.
Lämmler, C. Characteristic bacteriolytic activities of Staphylococcus hyicus. J. Clin.
Microbiol., v. 27, p. 1682-1683, 1989.
Lämmler, C. Characteristic bacteriolytic activities of Staphylococcus hyicus. J. Clin.
Microbiol., v. 27, p. 1682-1683, 1989.
Lämmler, C. Characterization of Staphylococcus hyicus with the ATB 32 Staph system
and with conventional tests. J. Clin. Microbiol., v. 29, p. 1221-1224, 1991.
Låmmler, C. Evaluation of the Staph-Zym-System for identification of Staphylococcus
hyicus and Staphylococcus intermedius. J. Vet. Med. B., v. 36, p. 180-184, 1989.
Lee, J. Staphylococcus intermedius isolated from dog-bite wounds. J. Infect., v. 29, p.
105-118, 1994.
Li, H.; Duncan, C.; Townend, J.; Killham, K.; Smith, LM.; Johnston, P.; Dykhuizen, R.;
Kelly, D.; Golden, M.; Benjamin, N.; Leifert, C. Nitrate-reducing bacteria on rat
tongues. Appl. Environ. Microbiol., v. 63, p. 924-930, 1997.
Love, DN. Antimicrobial susceptibility of staphylococci isolated from dogs. Aust. Vet.
Practit., v. 19, p.196-200, 1989.
MacPherson, GC. Abdominal presentation in two dogs asociated with colic
lymphadenitis due to Staphylococcus intermedius. Aust. Vet. Practit., v. 22, p. 106-
110, 1992.
Mahoudeau, I.; Delabranche, X.; Prevost, G.; Monteil, H.; Piemont, Y. Frequency of
isolation of Staphylococcus intermedius from humans. J. Clin. Microbiol., 1997, v.
5, p. 2153-2154.
Maisi, P.; Riipinen, I. Pathogenicity of different species of staphylococci in caprine
udder. Br. Vet. J., v. 147, p. 126-132, 1991.
Medleau, L.; Blue, J.L. Frequency and antimicrobial susceptibility of Staphylococcus
spp isolated from feline skin lesions. J. Am. Vet. Med. Assoc., v. 193, p. 1080-
1081, 1988.
Mendoza, M.; Meugnier, H.; Bes, M.; Etienne, J.; Freney, J. Identification of
Staphylococcus species by 16S-23S rDNA intergenic spacer PCR analysis. Int. J.
Syst. Bacteriol., v. 48, p. 1049-1055, 1998.
Mirt, D. Lesions of so-called flank biting and necrotic ear syndrome in pigs. Vet. Rec.,
v. 144, p. 92-96, 1999.
Mueller, RS.; Bettenay, SV.; Lording, P.; Dell'osa, D. Antibiotic sensitivity of
Staphylococcus intermedius isolated from canine pyoderma. Aust. Vet. Practit., v.
28, p. 10-13, 1998.
Myllys, V. Staphylococci in heifer mastitis before and after parturition. J. Dairy. Res.,
v. 62, p. 51-60, 1995.
Nemati, M.; Hermans, K.; Vancraeynest, D.; De Vliegher, S.; Sampimon, O.C.; Baele,
M. De Graef, E.M.; Pasmans, F.; Haesebrouck, F. Screening of bovine coagulase-
negative staphylococci from milk for superantigen encoding genes. Vet. Rec., v.
163, p. 740-743, 2008.
Nickerson, SC.; Owens, WE.; Boddie, RL. Mastitis in dairy heifers: initial studies on
prevalence and control. J. Dairy Sci., v. 78, p. 1607-1618, 1995.
Nishiyama, A.; Guerra, MA.; Sugawara, N.; Yokota, K.; Kaneko, J.; Kamio, Y.
Identification of serine138 residue in the 4-residue segment K135K1361137S138 of
LukS-I component of Staphylococcus intermedius leukocidin crucial for the LukS-I-
specific function of staphylococcal leukocidin. Biosci. Biotechnol. Biochem., v. 66,
p. 328-335, 2002.
Onet, GE.; Pommer, JL. Staphylococcus hyicus abortion in a sow. J. Am. Vet. Med.
Assoc., v. 199, p. 362-363, 1991.
Orden, J.A.; Goyache, J.; Hernandez, J.; Domenech, A.; Suarez, G.; Gomez-Lucia, E.
Production of staphylococcal enterotoxins and TSST-1 by coagulase-negative
staphylococci isolated from ruminant mastitis. J. Vet. Med. B Infect. Dis. Vet.
Public Health. v. 39, p. 144-148, 1992.
Ortega, E.; Abriouel, H.; Lucas, R.; Gálvez, A. Multiple Roles of Staphylococcus
aureus Enterotoxins: Pathogenicity, Superantigenic Activity, and Correlation to
Antibiotic Resistance. Toxins, v. 2, p. 2117-2131, 2010.
Overturf, GD.; Talan, DA.; Singer, K.; Anderson, N.; Miller, JI.; Greene, RT.; Froman,
S. Phage typing of Staphylococcus intermedius. J. Clin. Microbiol., v. 29, p. 373-
375, 1991.
Pantucek, R.; Götz, F.; Doskar, J.; Rosypal, S. Genomic variability of Staphylococcus
aureus and the other coagulase-positive Staphylococcus species estimated by
macrorestriction analysis using pulsed-field gel electrophoresis. Int. J. Syst.
Bacteriol., v. 46, p. 216-222, 1996.
Pantucek, R.; Götz, F.; Doskar, J.; Rosypal, S. Genomic variability of Staphylococcus
aureus and the other coagulase-positive Staphylococcus species estimated by
macrorestriction analysis using pulsed-field gel electrophoresis. Int. J. Syst.
Bacteriol., v. 46, 216-222, 1996.
Pedersen, K.; Wegener, HC. Antimicrobial susceptibility and rRNA gene restriction
patterns among Staphylococcus intermedius from healthy dogs and from dogs
suffering from pyoderma or otitis externa. Acta. Vet. Scand., v. 36, p. 335-342,
1995.
Phillips Jr, WE.; Kloos, WE. Identification of coagulase-positive Staphylococcus
intermedius and Staphylococcus hyicus subsp. hyicus isolates from veterinary
clinical specimens. J. Clin. Microbiol., v. 14, p. 671-673, 1981.
Piriz, S.; De La Fuente, R.; Valle, J.; Mateos, E.; Hurtado, MA.; Cid, D.; Ruiz-
Santaquiteria, JA.; Vadillo, S. Comparative in vitro activity of 11 beta-lactam
antibiotics against 91 Staphylococcus intermedius strains isolated from
staphylococcal dermatitis in dogs. Zentralbl. Veterinarmed. B., v. 42, p. 293-300,
1995.
Piriz, S.; Valle, J.; Mateos, EM.; De La Fuente. R.; Cid, D.; Ruiz-Santaquiteria, JA.;
Vadillo, S. In vitro activity of fifteen antimicrobial agents against methicillin-
resistant and methicillin-susceptible Staphylococcus intermedius. J. Vet.
Pharmacol. Ther., v. 19, p. 118-123, 1996.
Poutrel, B.; Sutra, L. Type 5 and 8 capsular polysaccharides are expressed by
Staphylococcus aureus isolates from rabbits, poultry, pigs, and horses. J. Clin.
Microbiol., v. 31, p. 467-469, 1993.
Prevost, G.; Bouakham, T.; Piemont, Y.; Monteil, H. Characterisation of a
synergohymenotropic toxin produced by Staphylococcus intermedius. FEBS Lett.,
v. 376, n. 3, p. 135-140, 1995.
Raus, J.; Love, DN. Characterization of coagulase-positive Staphylococcus intermedius
and Staphylococcus aureus isolated from veterinary clinical specimens. J. Clin.
Microbiol., v. 18, p. 789-792, 1983.
Raus, J.; Love, DN. Comparison of the affinities to bovine and human prothrombin of
the staphylocoagulases from Staphylococcus intermedius and Staphylococcus
aureus of animal origin. J. Clin. Microbiol., v. 29, p. 570-572, 1991.
Raus, J.; Love, DN. Comparison of the staphylocoagulase activities of Staphylococcus
aureus and Staphylococcus intermedius on Chromozym-TH. J. Clin. Microbiol., v.
28, p. 207-210, 1990.
Rhoden, DL.; Miller, J.M. Four-year prospective study of STAPH-IDENT system and
conventional method for reference identification of Staphylococcus, Stomatococcus,
and Micrococcus spp. J. Clin. Microbiol., v. 33, p. 96-98, 1995.
Roberson, JR.; Fox, LK.; Hancock, DD.; Besser, TE. Evaluation of methods for
differentiation of coagulase-positive staphylococci. J. Clin. Microbiol., v. 30, p.
3217-3219, 1992.
Roberson, JR.; Fox, LK.; Hancock, DD.; Gay, JM.; Besser, TE. Prevalence of
coagulase-positive staphylococci, other than Staphylococcus aureus, in bovine
mastitis. Am. J. Vet. Res., v. 57, p. 54-58, 1996.
Roberson, JR.; Fox, LK.; Hancock, DD.; Gay, JM.; Besser, TE. Prevalence of
coagulase-positive staphylococci, other than Staphylococcus aureus, in bovine
mastitis. Am. J. Vet. Res., v. 57, p. 54-58, 1996.
Rosenstein, R.; Götz, R. Staphylococcal lipases: Biochemical and molecular
characterization. Biochimie, v. 82, p. 1005-1014, 2000.

Ruscher, C.; Lubke-Becker, A.; Semmler, T.; Wleklinski, C-G.; Paasch, A.; Soba, A.;
Stamm, I.; Kopp, P.; Wieler, L.H.; Walther, B. Widespread rapid emergence of a
distinct methicillin- and multidrug-resistant Staphylococcus pseudintermedius
(MRSP) genetic lineage in Europe. Vet Microbiol., v. 144, p. 340-346, 2010.
Saijonmaa-Koulumies, LE.; Myllys, V.; Lloyd, DH. Diversity and stability of the
Staphylococcus intermedius flora in three bitches and their puppies. Epidemiol.
Infect., v. 131, p. 931-937, 2003.

Saito, K.; Higuchi, T.; Kurata, A.; Fukuyasu, T.; Ashida, K. Characterization of non-
pigmented Staphylococcus chromogenes. J. Vet. Med. Sci., v. 58, p. 711-713, 1996.

Sasaki, T.; Kikuchi, K.; Tanaka, Y.; Takahashi, N.; Kamata, S.; Hiramatsu, K.
Reclassification of Phenotypically Identified Staphylococcus intermedius Strains. J.
Clin. Microbiol., v. 45, p. 2770-2778, 2007.

Sato, H.; Kuramoto, M.; Tanabe, T.; Saito, H. Susceptibility of various animals and
cultured cells to exfoliative toxin produced by Staphylococcus hyicus subsp. hyicus.
Vet. Microbiol., v. 28, p. 157-169, 1991.
Sato, H.; Tanabe, T.; Kuramoto, M.; Tanaka, K.; Hashimoto, T. Saito, H. Isolation of
exfoliative toxin from Staphylococcus hyicus subsp. hyicus and its exfoliative
activity in the piglet. Vet. Microbiol., v. 27, p. 263-275, 1991.
Sato, H.; Watanabe, T.; Murata, Y.; Ohtake, A.; Nakamura, M.; Aizawa, C.; Saito, H.;
Maehara, N. New exfoliative toxin produced by a plasmid-carrying strain of
Staphylococcus hyicus. Infect. Immun., v. 67, p. 4014-4018, 1999.
Schäfer-Somi, S.; Spergser, J.; Breitenfellner, J.; Aurich, JE. Bacteriological status of
canine milk and septicaemia in neonatal puppies-a retrospective study. J. Vet. Med.
B., v. 50, p. 343-346, 2003.
Schamber, G.; Alstad, A.D. Isolation of Staphylococcus hyicus from seborrheic
dermatitis in a pygmy goat. J. Vet. Diagn. Invest., v. 1, p. 276-277, 1989.
Schleifer, K.H.; Kroppenstedt, R.M. Chemical and molecular classification of
staphylococci. J. Appl. Bacteriol. Symp. Suppl., v. 69, p. 9-24, 1990.
Schwarz, S.; Wang, Z. Tetracycline resistance in Staphylococcus intermedius. Lett.
Appl. Microbiol., v. 17, p. 88-91, 1993.
Schwarz, S.; Werckenthin, C.; Pinter, L.; Kent, LE.; Noble, WC. Chloramphenicol
resistance in Staphylococcus intermedius from a single veterinary centre: evidence
for plasmid and chromosomal location of the resistance genes. Vet. Microbiol., v.
43, p. 151-159, 1995.
Shearer, DH.; Day, MJ. Aspects of the humoral immune response to Staphylococcus
intermedius in dogs with superficial pyoderma, deep pyoderma and anal
furunculosis. Vet. Immunol. Immunopathol., v. 58, p. 107-120, 1997.
Shimizu, A.; Kawano, J.; Fujinami, T.; Ozaki, J.; Kimura, S.; Sugihara, K. Isolation of
Staphylococcus species from the tonsils of healthy cattle and phage patterns of
isolates. Jpn. J. Vet. Sci., v. 52, p. 963-968, 1990.
Shimizu, A.; Kloos, WE.; Berkhoof, HA.; George, CG.; Ballard, DN. Pulsed-field gel
electrophoresis of Staphylococcus hyicus and Staphylococcus chromogenes genomic
DNA and its taxonomic, epidemiologic and ecologic applications in veterinary
medicine. J. Vet. Med. Sci., v. 59, p. 443-450, 1997.
Shimizu, A.; Ozaki, J.; Kawano, J.; Saitoh, Y.; Kimura, S. Distribution of
Staphylococcus species on animal skin. J. Vet. Med. Sci., v. 54, p. 355-357, 1992.
Shimizu, A.; Ozaki, J.; Kawano, J.; Saitoh, Y.; Kimura, S. Distribution of
Staphylococcus species on animal skin. J. Vet. Med. Sci., v. 54, p. 355-357, 1992.
Shimizu, A.; Wakita, Y.; Nagase, S.; Okabe, M.; Koji, T.; Hayashi, T.; Nagase, N.;
Sasaki, A.; Kawano, J.; Yamashita, K.; Takagi, M. Antimicrobial susceptibility of
Staphylococcus intermedius isolated from healthy and diseased dogs. J. Vet. Med.
Sci., v. 63, p. 357-360, 2001.
Silvanose, CD.; Bailey, TA.; Naldo, JL.; Howlett, JC. Bacterial flora of the conjunctiva
and nasal cavity in normal and diseased captive bustards. Avian Dis., v. 45, p. 447-
451, 2001.
Simons, JW.; Götz, F.; Egmond, MR.; Verheij, HM. Biochemical properties of
staphylococcal (phospho)lipases. Chem. Phys. Lipids., v. 93, p. 27-37, 1998.
Styriak, I.; Laukova, A.; Fallgren, C.; Wadstrom, T. Binding of extracellular matrix
proteins by animal strains of staphylococcal species. Vet. Microbiol., v. 67, p. 99-
112,1999.
Takahashi, T.; Kaneko, M.; Mori, Y.; Tsuji, M.; Kikuchi, N.; Hiramune, T.
Phylogenetic analyses of Staphylococcus based on the 16S rDNA sequence and
assignment of clinical isolates from animals. J. Vet. Med. Sci., v. 59, p. 775-783,
1997.
Takahashi, T.; Kaneko, M.; Mori, Y.; Tsuji, M.; Kikuchi, N.; Hiramune, T.
Phylogenetic analyses of Staphylococcus based on the 16S rDNA sequence and
assignment of clinical isolates from animals. J. Vet. Med. Sci., v. 59, 775-783,
1997.
Takahashi, T.; Satoh, I.; Kikuchi, N. Phylogenetic relationships of 38 taxa of the genus
Staphylococcus based on 16S rRNA gene sequence analysis. Int. J. Syst.
Bacteriol., v. 49, p. 725-728, 1999.
Takahashi, T.; Satoh, I.; Kikuchi, N. Phylogenetic relationships of 38 taxa of the genus
Staphylococcus based on 16S rRNA gene sequence analysis. Int. J. Syst.
Bacteriol., v. 49, 725-728, 1999.
Takeuchi, S.; Kobayashi, Y.; Morozumi, T.; Mori, Y. Protein A in Staphylococcus
hyicus subsp. hyicus isolates from pigs, chickens and cows. Jpn. Vet. Sci., v. 50, p.
153-157, 1988.
Takeuchi, S.; Murase, K.; Kaidoh, T.; Maeda, T. A metalloprotease is common to
swine, avian and bovine isolates of Staphylococcus hyicus. Vet. Microbiol., v. 71,
p. 169-174, 2000.
Talan, DA.; Staatz, D.; Staatz, A.; Goldstein, EJ.; Singer, K.; Overturf, GD.
Staphylococcus intermedius in canine gingiva and canine-inflicted human wound
infections: laboratory characterization of a newly recognized zoonotic pathogen. J.
Clin. Microbiol., v. 27, n. 1, p. 78-81, 1989.
Talan, DA.; Staatz, D.; Staatz, A.; Overturf, GD. Frequency of Staphylococcus
intermedius as human nasopharyngeal flora. J. Clin. Microbiol., v. 27, n.10, p.
2393, 1989.
Tanabe, T.; Sato, H.; Kuramoto, M.; Saito, H. Purification of exfoliative toxin produced
by Staphylococcus hyicus and its antigenicity. Infect. Immun., v. 61, p. 2973-2977,
1993.
Tanabe, T.; Sato, H.; Sato, H.; Watanabe, K.; Hirano, M.; Hirose, K.; Kurokawa, S.;
Nakano, K.; Saito, H.; Maehara, N. Correlation between occurrence of exudative
epidermitis and exfoliative toxin-producing ability of Staphylococcus hyicus. Vet.
Microbiol., v. 48, p. 9-17, 1996.
Tanabe, T.; Sato, H.; Ueda, K.; Chihara, H.; Watanabe, T.; Nakano, K.; Saito, H.;
Maehara, N. Possible receptor for exfoliative toxins produced by Staphylococcus
hyicus and Staphylococcus aureus. Infect. Immun., v. 63, p.1591-1594, 1995.
Tanner, MA.; Everett, CL.; Youvan, DC. Molecular phylogenetic evidence for
noninvasive zoonotic transmission of Staphylococcus intermedius from a canine pet
to a human. J. Clin. Microbiol., v. 38, p. 1628-1631, 2000.
Tate, C.R.; Mitchell, W.C.; Miller, R.G. Staphylococcus hyicus associated with turkey
stifle joint osteomyelitis. Avian Dis., v. 37, p. 905-907, 1993.
Teranishi, H.; Shimizu, A.; Kawano, J.; Kimura, S. Antibiotic resistance of
Staphylococcus hyicus subsp. hyicus strains isolated from pigs, cattle and chickens.
Jpn. J. Vet. Sci., v. 49, p. 427-432, 1987.
Terauchi, R.; Sato, H.; Endo, Y.; Aizawa, C.; Maehara, N. Cloning of the gene coding
for Staphylococcus intermedius exfoliative toxin and its expression in Escherichia
coli. Vet. Microbiol., v. 94, p. 31-38, 2003.
Terauchi, R.; Sato, H.; Hasegawa, T.; Yamaguchi, T.; Aizawa, C.; Maehara, N.
Isolation of exfoliative toxin from Staphylococcus intermedius and its local toxicity
in dogs. Vet. Microbiol., v. 94, p. 19-29, 2003.
Todd, J.; Fishaut, M.; Kapral, F.; Welch, T. Toxic shock syndrome associated with
phage group-I staphylococci. Lancet v. ii, p. 1116-1119, 1978.
Valle, J.; Gomez-Lucia, E.; Piriz, S.; Goyache, J.; Orden, J.A.; Valdillo, S. Enterotoxin
production by staphylococci isolated from healthy goats. Appl. Environ.
Microbiol., v. 56, p. 1323-1326, 1990.
Valle, J.; Piriz, S.; De La Fuente, R.; Vadillo, S. Staphylococci isolated from healthy
goats. J. Vet. Med. B., v. 38, p. 81-89, 1991.
Valle, J.; Vadillo, S.; Piriz, S.; Gomez-Lucia, E. Toxic shock syndrome toxin 1 (TSST-
1) production by staphylococci isolated from goats and presence of specifi c
antibodies to TSST-1 in serum and milk. Appl. Environm. Microbiol., v. 57, p.
889-891, 1991.
Vandenesch, F.; Celard, M.; Arpin, D.; Bes, M.; Greenland, T.; Etienne, J. Catheter-
related bacteremia associated with coagulase-positive Staphylococcus intermedius.
J. Clin. Microbiol., v. 33, p. 2508-2510, 1995
Vasconcelos, N.G.; Cunha, M.L.R.S. Staphylococcal enterotoxins: Molecular aspects
and detection methods. Journal of Public Health and Epidemiology. v. 2, n. 3, p.
29-42, 2010.
Waage, S.; Mork, T.; Roros, A.; Aasland, D.; Hunshamar, A.; Odegaard, S.A. Bacteria
associated with clinical mastitis in dairy heifers. J. Dairy. Sci., v. 82, p. 712-719,
1999.
Wakita, Y.; Kawano, J.; Shimizu, A.; Hájek, V.; Tomisaka, E.; Yasuda, R.; Matsuo, E.
Development of a PCR test for the identification of Staphylococcus intermedius
based on the 16S rDNA sequence. J. Vet. Med. Sci., 2002, 64, 603-605.
Wakita, Y.; Shimizu, A.; Hájek, V.; Kawano, J.; Yamashita, K. Characterization of
Staphylococcus intermedius from pigeons, dogs, foxes, mink, and horses by pulsed-
field gel electrophoresis. J. Vet. Med. Sci., 2002, 64, 237-243.
Watanabe, T.; Sato, H.; Hatakeyama, Y.; Matsuzawa, T.; Kawai, M.; Aizawa, C.;
Danbara, H.; Maehara, N. Cloning of the gene coding for Staphylococcus hyicus
exfoliative toxin B and its expression in Escherichia coli. J. Bacteriol., , v. 182, p.
4101-4103, 2000.
Wattrang, E.; McNeilly, F.; Allan, G.M.; Greko, C.; Fossum, C.; Wallgren, P.
Exudative epidermitis and porcine circovirus-2 infection in a Swedish SPF-herd.
Vet. Microbiol., 2002, v. 86, p. 281-293, 2002.
Watts, JL.; Owens, WE. Prevalence of staphylococcal species in four dairy herds. Res.
Vet. Sci., v. 46, p. 1-4, 1989.
Watts, JL.; Washburn, PJ. Evaluation of the Staph-Zym system with staphylococci
isolated from bovine intramammary infections. J. Clin. Microbiol., 1991, 29, 59-
61.

Weese, J.S.; van Duijkeren, E. Methicilin-resistant Staphylococcus aureus and


Staphylococcus pseudintermedius in veterinary medicine. Vet Microbiol., v. 140, p.
418-429, 2010.

Wegener, HC. Development of a phage typing system for Staphylococus hyicus. Res.
Microbiol., v. 144, p. 237-244, 1993.

Wegener, HC.; Andresen, LO.; Billle-Hansen, V. Staphylococcus hyicus virulence in


relation to exudative epidermitis in pigs. Can. J. Vet. Res., v. 57, p. 119-125, 1993.

Wegener, HC.; Skov-Jensen, EW. A longitudinal study of Staphylococcus hyicus


colonization of vagina of gilts and transmission to piglets. Epidemiol. Infect., v.
109, p. 433-444, 1992.
Werckenthin, C.; Cardoso, M.; Martel, JL.; Schwarz, S. Antimicrobial resistance in
staphylococci from animals with particular reference to bovine Staphylococcus
aureus, porcine Staphylococcus hyicus, and canine Staphylococcus intermedius.
Vet. Res., v. 32, p. 341-362, 2001.
Woldehiwet, Z.; Jones, JJ. Species distribution of coagulase-positive staphylococci
isolated from dogs. Vet. Rec., v. 126, p. 485, 1990.
Yoon, J.W.; Lee, G.J.; Lee, S.Y.; Park, C.; Yoo, JH.; Park, H.M. Prevalence of genes
for enterotoxins, toxic shock syndrome toxin 1 and exfoliative toxin among clinical
isolates of Staphylococcus pseudintermedius from canine origin. Vet. Dermatol., v.
21, p. 484–489, 2010.
Zdovc, I.; Ocepek, M.; Pirs, T.; Krt, B.; Pinter, L. Microbiological Features of
Staphylococcus schleiferi subsp. coagulans, Isolated from Dogs and Possible
Misidentification with Other Canine Coagulase-positive Staphylococci. J. Vet.
Med. B., v. 51, p. 449-454, 2004.

Вам также может понравиться