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70 Seminário regional de Manutenção

VI Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial


01 a 03 de Junho de 2006 - Fortaleza - Ceará

Balanceamento de ventiladores industriais através


do posicionamento ótimo das placas de desgastes

André Gustavo Resende Lima (UFSJ) - andregrl@yahoo.com.br


Prof.: Dr. Jorge Nei Brito (UFSJ) - brito@ufsj.edu.br

Resumo. Um dos problemas críticos de desbalanceamento apresenta-se nos ventiladores


industriais de grande porte. O desbalanceamento implica na destruição dos mancais, danos nas
fundações e vibração excessiva em algumas máquinas da planta industrial. Neste trabalho,
apresenta-se uma metodologia para o posicionamento "ótimo" das placas de desgastes nos rotores
dos ventiladores industriais, permitindo que o nível de desbalanceamento fique dentro dos limites
toleráveis por normas técnicas. Isto possibilita à equipe de manutenção proceder a troca das
placas de desgastes de forma mais rápida, ao mesmo tempo em que realizará o balanceamento do
rotor. Este procedimento é possível através do programa Balance Service, desenvolvido em
linguagem C++ Builder, orientado a objeto. Para realizar o balanceamento, deve ser fornecido ao
programa o número de placas e seus respectivos pesos. Inicialmente, o programa calcula o nível de
desbalanceamento para a seqüência inicial. Em seguida, fornece a melhor seqüência para o
posicionamento das placas e seu respectivo nível de desbalanceamento. Tem-se, também, a opção
de refinar o balanceamento através de uma massa de correção. Essa metodologia foi comprovada
através testes experimentais, utilizando-se a técnica de análise de vibração. Os sinais foram
coletados através do coletor/analisador de dados UltraSpec 8000.

Palavras-chave: Desbalanceamento; Placas de desgastes; Ventiladores industriais.

1 - INTRODUÇÃO

Com o avanço tecnológico, em todas as áreas, a engenharia passou a ter altos níveis de
desenvolvimento em equipamentos e técnicas de acompanhamento de seu desempenho no campo,
Brito (2002).
Paralelamente às técnicas de projeto, fabricação, controle, entre outras, tem-se as técnicas de
balanceamento que são responsáveis pelas sutilezas nos requisitos de montagens e manutenção de
máquinas de alto desempenho.
A boa qualidade do balanceamento assegura vibrações mínimas das peças móveis,
especialmente dos rotores. Isto implica em níveis mais baixos de esforços dinâmicos,
principalmente sobre os mancais, Brito (2002).
Como resultado geral, além do desempenho superior, as máquinas balanceadas exigem menor
número de paradas para manutenção. Este fato, sob todos os pontos de vistas, é de grande vantagem
econômica, justificando plenamente os investimentos necessários para o balanceamento das
máquinas, Almeilda (1994).
Segundo Hartog (1989) desde a fase de concepção do projeto de uma máquina, devem-se
considerar seu balanceamento reduzindo, significativamente, suas fontes de desbalanceamento.
Desta forma, busca-se determinar a locação dos pontos de balanceamento, facilitando as correções
com um mínimo de tempo. Apesar de todas as precauções, sempre existirá algum
desbalanceamento. Ele provocará vibrações, que tendem a deteriorar as estruturas de suporte,
rotores, mancais, etc.
Um dos problemas críticos de desbalanceamento apresenta-se nos ventiladores industriais de
grande porte, Figura (1). O desbalanceamento implica, além dos itens já citados, na destruição dos
mancais, danos nas fundações e vibração excessiva em algumas máquinas da planta industrial.
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Figura 1 - Rotor de um ventilador industrial.


Os rotores dos ventiladores industriais, de aproximadamente seis metros de diâmetro, possuem
de 5 a 11 hélices. Em cada hélice, coloca-se uma placa de desgaste.
As placas de desgastes são substituídas, pelo menos, duas vezes por ano e pesam,
aproximadamente, 50 kg cada. As placas são entregues para montagem com significativa variação
de pesos e, conseqüentemente, provocam o desbalanceamento do ventilador. Para agilizar a
manutenção, evita-se de fazer o balanceamento dinâmico em campo. Isto significa que, se as placas
de desgastes forem posicionadas corretamente, ter-se-á o balanceamento estático do ventilador. Isto
é possível através do posicionamento "ótimo" das placas de desgastes nos rotores dos ventiladores
industriais.
Atualmente, o balanceamento do rotor dos ventiladores industriais é realizado a partir da
distribuição das hélices. Procura-se colocar, distante 180º, as placas de desgaste de igual peso de
forma a distribuí-las uniformemente. Quando se tem número ímpar de hélices, este procedimento
torna-se ainda mais difícil. Neste caso, o procedimento é realizado quase que empiricamente. Em
termos estatísticos, pode-se estimar em 1, em 1050, a possibilidade de acerto de uma distribuição
adequada ao balanceamento.
As forças geradas no desbalanceamento, mesmo que pequenas, aumentam em muito o trabalho
das partes da máquina. Isto ocasionará, no mínimo, uma redução de sua vida útil. O balanceamento
é o toque final de todo bom projeto, indispensável ao bom funcionamento das máquinas rotativas,
Thonson (1978).

2 - METODOLOGIA UTILIZADA

Um rotor é considerado rígido quando ele não se deforma na velocidade de operação. Na


Figura 2, tem-se um rotor rígido desbalanceado.

Centro de massa = do centro de rotação

Massa desbalanceadora Centro do rotor

Centro de massa

Rotação
Figura 2 - Rotor Rígido desbalanceado.
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Em um rotor desbalanceado, o eixo de rotação não coincide com um dos eixos de inércia
(centro de massa, por exemplo). Com isto, aparecerá uma força centrípeta no local onde estiver a
massa desbalanceadora. Também, sabe-se que, se uma massa se move em uma circunferência de
raio R com velocidade escalar uniforme (considera-se que a rotação do motor seja constante), ela
será acelerada na direção do centro da circunferência.
Para provocar esta aceleração, a resultante das forças que atuam sobre a massa deve estar
dirigida para o centro da circunferência. Portanto, tem-se que a força centrípeta que atua na massa
colocado no rotor é dada pela Equação (1).
F = m rw 2 (1)
Sabe-se que esta força centrípeta, juntamente com a força peso, provoca reações alternadas nos
apoios, ou seja, vibrações. O processo de controle destas forças é conhecido como balanceamento,
Halliday e Resnick (1994).
Para se efetuar o balanceamento do rotor, basta que o centro de gravidade ou um dos eixos
principais de inércia volte a coincidir com o eixo de rotação.
Isto é possível quando todas as reações dos eixos X e Y, proveniente das resultantes que atuam
no rotor, sejam anuladas ou minimizadas ao máximo entre si. Dessa forma o centro de gravidade
ficará bem próximo do eixo de rotação.
De acordo com a lei dos co-senos obtém-se assim o valor da resultante das massas localizadas
no primeiro, segundo, terceiro e quarto quadrante; dada pela equação (2), onde R é a força
resultante, P a força peso, F a força centrípeta e β é o ângulo onde se encontra a massa.

R 2 = P 2 + F2 - 2 P F cos β (2)

2.1 - Definição do melhor posicionamento das placas

Calculadas as reações Rx e Ry, faz-se com que o somatório das reações se anule ou se
minimizem ao máximo. Isto é possível quando as placas modificam-se de lugar até encontrar o
menor valor possível. Este procedimento é realizado através de um algoritmo, desenvolvido em
linguagem C++ que retorna a vibração do motor antes e após o balanceamento, a posição que as
placas devem ficar no rotor e a massa de correção devido ao desbalanceamento residual (quando
necessário).

2.2 - Definição da massa de correção

Com a resultante das forças que ainda atuam no rotor e com as placas já na melhor posição
calculada, a massa de correção é definida como mostra a Equação (3).

R 2 = (m g )2 + (m r ω 2 ) - 2 (m r ω 2 )(m g )cos(θ)
2
(3)

Isolando-se a massa na Equação (3) obtém-se a equação que retorna o valor da massa de
correção. O ângulo θ é a posição, em graus, onde a massa deverá ficar, ou seja, a 180º em relação à
massa desbalanceadora.

3 - ALGORITMO PARA LOCALIZAÇÃO DA MELHOR POSIÇÃO DAS MASSAS

Na Figura (3), tem-se o algoritmo para localização da melhor posição das massas no rotor. O
programa foi desenvolvido utilizando-se linguagem C++ orientada a objeto.
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E n tr a d a d e Q u a n tid a d e d e
D ados p la c a s d e d e s g a s te s

V a lo re s d a s
R o ta ç ã o d o m o to r m a s s a s d a s p la c a s

A lg o ritim o u tiliz a n d o a n o v a
m e to d o lo g ia p a r a c a lc u la r
a s re a ç õ e s

A lg o ritim o p a ra
p re e n c h im e n to
d a m a triz d a s
re a ç õ e s
Rx e Ry

A lg o rtim o
q u e re to rn a
o m e n o r v a lo r
de Rxy

V a lo r m u ito N ão
S im
a lto !

L o c a liz a ç ã o d o C o n ta d o r
c e n tro d e m a s s a
d o ro to r

R e s p o s ta R e s p o s ta d a m e lh o r
d a m assa R e s p o s ta d a
p o s iç ã o d a s m a s s a s
de v ib ra ç ã o
n o ro to r
c o rre ç ã o

Figura 3 - Esquema do algoritmo usado.

O programa Balance Service possui três partes distintas.


ƒ Na primeira parte, entra-se com o valor da rotação do motor, com a quantidade de
placas de desgastes e suas respectivas massas.
ƒ Na segunda calcula-se as reações Rx e Ry que atuam no rotor devido a colocação das
massas.
ƒ Na terceira parte tem-se as respostas, ou seja: melhor posição para as massas de
balanceamento; vibração do motor antes e depois de ser balanceado; a massa de
correção e sua respectiva posição (caso haja necessidade de diminuir mais ainda a
vibração).

Nas Figuras (4) a (9), tem-se as telas da versão atual do programa. Na Figura (4), tem-se as
opções de entrar com "Dados da Máquina", "Quantidade de Massas", "Balancear" e "Massa de
Correção". Na Figura (5), tem-se as opções de entrar com a rotação em RPM ou Hz.
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Figura 4 - Tela principal do programa Balance Service

Figura 5 - Tela para entrada de dados

Na Figura (6), tem-se as opções de entrar com "Quantidade de Placas de Desgaste e suas
respectivas massas em quilogramas ou gramas. Esta versão está implementada para até doze placas
de desgastes, visando atender os casos reais das indústrias (ventiladores industriais).

Figura 6 - Tela para entrada de dados


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Na Figura (7), tem-se a tela do estado inicial da máquina. Mostra as reações Rx e Ry, a vibração
da máquina e a posição do centro de massa.

Figura 7 - Tela do estado inicial da máquina

Na Figura (8), tem-se a tela do início do balanceamento. Mostra as melhores posições para
colocação das massas (placas de desgaste) as forças residuais o novo nível de vibração e a nova
posição do centro de massa.

Figura 8 - Tela principal para o balanceamento


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Finalmente, na Figura (9), tem-se o valor da massa de correção e sua respectiva posição.

Figura 9 - Tela para a massa de correção

4 - RESULTADOS
Realizou-se diversas simulações no Laboratório de Sistemas Dinâmicos (LASID), utilizando-se
a metodologia para melhor posicionamento das placas de desgastes, onde os resultados obtidos
foram plenamente satisfatórios.
A seguir, apresenta-se uma das simulações feita com nove massas diferentes. Na Figura (10),
tem-se a bancada experimental. As massas de desbalanceamento foram introduzidas nos discos,
simulando o rotor do ventilador industrial.

Figura 10 - Bancada de teste.

Para coleta dos sinais de vibração, usou-se o equipamento UltraSpec 8000. Trata-se de um
coletor e analisador de sinais da CSI, que digitaliza e memoriza os sinais e as informações neles
contidas. Essas informações podem ser analisadas diretamente no próprio equipamento, ou então
transferidas para o computador através do software de apoio UltraManager. Nesta opção, tem-se
um ambiente mais confortável de trabalho, permitindo análises detalhadas, geração de relatórios
técnicos e montagem dos bancos de dados, Brito (2002).
Colocou-se nove massas de pesos diferentes aleatoriamente eqüidistantes de 40º cada. Os
valores das massas são: 12,45 g; 12,59 g; 12,96 g; 12,95 g; 12,02 g; 12,41 g; 12,44 g; 11,69 g; 13,15
g. Na Figura (11), tem-se o espectro de vibração do motor desbalanceado após a colocação aleatória
das massa (simulação das placas de desgastes - A = 9,621 mm/s).
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BaSe - BANCADA DE TESTE
ESMERIL -111 BALANCE SERVICE
10
JOB ID: TEN/COR
09-OCT-77 00:00

PK VELOCITY IN MM/SEC
6

ORDR: 1.967
0
FREQ: 59.00
0 100 200 300 400 500 600 SPEC: 9.621
FREQUENCY IN Hz

Figura 11 – Espectro do motor desbalanceado com as massa aleatórias

Na Figura (12), tem-se o novo espectro de vibração do motor com as massas colocadas nas suas
melhores posições (A = 1,190 mm/s), utilizando-se a metodologia desenvolvida neste projeto.
BaSe - BANCADA DE TESTE
ESMERIL -222 BALANCE SERVICE1
10
JOB ID: TEN/COR
26-SEP-85 00:00

8
PK VELOCITY IN MM/SEC

ORDR: 2.000
0
FREQ: 60.00
0 100 200 300 400 500 600 SPEC: 1.190
FREQUENCY IN Hz

Figura 12 - Espectro do motor com as massas nas melhores posições

Após inserir as nove massas aleatoriamente, o nível de vibração coletado foi de 9,621 mm/s
Figura (11), o que já era esperado. Utilizando-se a metodologia desenvolvida neste projeto,
reordenou-se as massas nas melhores posições, e o nível de vibração caiu para 1,190 mm/s, Figura
(12), ou seja, houve uma redução significativa do nível de vibração.

5 - CONCLUSÃO
Com esta nova metodologia haverá uma grande redução no tempo de troca das placas de
desgastes dos ventiladores. Dessa forma, a equipe de manutenção terá condições de proceder a troca
das placas de desgastes de forma mais precisa, ao mesmo tempo em que realizará o balanceamento
do rotor.
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6 - AGRADECIMENTOS

Os autores expressam sinceros agradecimentos a FAPEMIG (Fundação de Amparo a pesquisa


do estado de Minas Gerais) e ao CREA-MG (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia de Minas Gerais).

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, M. T., Góz, R. D. S., 1994. “Curso de Vibrações em Motores”. FUPAI, Itajubá, MG.

Brito, J. N., 2002. “Desenvolvimento de um sistema inteligente híbrido para diagnóstico de falhas
em motores de indução trifásicos”. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 214p. Tese
(Doutorado).

CSI User’s Manual, 1997. UltraSpec Balance. Computational Systems, Incorporated

CSI User’s Manual, 1996. UltraMar for Windows. Computational Systems, Incorporated.

Hartog , J. P., 1985. Mechanical Vibrations - New York : Dover Publications, Inc.

Halliday e Resnick, 1994. “Fundamentos de Física”, Vol.I - Mecânica. 3a Edição. Editora LTC.

Thonson, W. T., 1978. “Teoria da Vibração com Aplicações”. Rio de Janeiro: Interciência.

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