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1 - INTRODUÇÃO
Com o avanço tecnológico, em todas as áreas, a engenharia passou a ter altos níveis de
desenvolvimento em equipamentos e técnicas de acompanhamento de seu desempenho no campo,
Brito (2002).
Paralelamente às técnicas de projeto, fabricação, controle, entre outras, tem-se as técnicas de
balanceamento que são responsáveis pelas sutilezas nos requisitos de montagens e manutenção de
máquinas de alto desempenho.
A boa qualidade do balanceamento assegura vibrações mínimas das peças móveis,
especialmente dos rotores. Isto implica em níveis mais baixos de esforços dinâmicos,
principalmente sobre os mancais, Brito (2002).
Como resultado geral, além do desempenho superior, as máquinas balanceadas exigem menor
número de paradas para manutenção. Este fato, sob todos os pontos de vistas, é de grande vantagem
econômica, justificando plenamente os investimentos necessários para o balanceamento das
máquinas, Almeilda (1994).
Segundo Hartog (1989) desde a fase de concepção do projeto de uma máquina, devem-se
considerar seu balanceamento reduzindo, significativamente, suas fontes de desbalanceamento.
Desta forma, busca-se determinar a locação dos pontos de balanceamento, facilitando as correções
com um mínimo de tempo. Apesar de todas as precauções, sempre existirá algum
desbalanceamento. Ele provocará vibrações, que tendem a deteriorar as estruturas de suporte,
rotores, mancais, etc.
Um dos problemas críticos de desbalanceamento apresenta-se nos ventiladores industriais de
grande porte, Figura (1). O desbalanceamento implica, além dos itens já citados, na destruição dos
mancais, danos nas fundações e vibração excessiva em algumas máquinas da planta industrial.
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2 - METODOLOGIA UTILIZADA
Centro de massa
Rotação
Figura 2 - Rotor Rígido desbalanceado.
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Em um rotor desbalanceado, o eixo de rotação não coincide com um dos eixos de inércia
(centro de massa, por exemplo). Com isto, aparecerá uma força centrípeta no local onde estiver a
massa desbalanceadora. Também, sabe-se que, se uma massa se move em uma circunferência de
raio R com velocidade escalar uniforme (considera-se que a rotação do motor seja constante), ela
será acelerada na direção do centro da circunferência.
Para provocar esta aceleração, a resultante das forças que atuam sobre a massa deve estar
dirigida para o centro da circunferência. Portanto, tem-se que a força centrípeta que atua na massa
colocado no rotor é dada pela Equação (1).
F = m rw 2 (1)
Sabe-se que esta força centrípeta, juntamente com a força peso, provoca reações alternadas nos
apoios, ou seja, vibrações. O processo de controle destas forças é conhecido como balanceamento,
Halliday e Resnick (1994).
Para se efetuar o balanceamento do rotor, basta que o centro de gravidade ou um dos eixos
principais de inércia volte a coincidir com o eixo de rotação.
Isto é possível quando todas as reações dos eixos X e Y, proveniente das resultantes que atuam
no rotor, sejam anuladas ou minimizadas ao máximo entre si. Dessa forma o centro de gravidade
ficará bem próximo do eixo de rotação.
De acordo com a lei dos co-senos obtém-se assim o valor da resultante das massas localizadas
no primeiro, segundo, terceiro e quarto quadrante; dada pela equação (2), onde R é a força
resultante, P a força peso, F a força centrípeta e β é o ângulo onde se encontra a massa.
R 2 = P 2 + F2 - 2 P F cos β (2)
Calculadas as reações Rx e Ry, faz-se com que o somatório das reações se anule ou se
minimizem ao máximo. Isto é possível quando as placas modificam-se de lugar até encontrar o
menor valor possível. Este procedimento é realizado através de um algoritmo, desenvolvido em
linguagem C++ que retorna a vibração do motor antes e após o balanceamento, a posição que as
placas devem ficar no rotor e a massa de correção devido ao desbalanceamento residual (quando
necessário).
Com a resultante das forças que ainda atuam no rotor e com as placas já na melhor posição
calculada, a massa de correção é definida como mostra a Equação (3).
R 2 = (m g )2 + (m r ω 2 ) - 2 (m r ω 2 )(m g )cos(θ)
2
(3)
Isolando-se a massa na Equação (3) obtém-se a equação que retorna o valor da massa de
correção. O ângulo θ é a posição, em graus, onde a massa deverá ficar, ou seja, a 180º em relação à
massa desbalanceadora.
Na Figura (3), tem-se o algoritmo para localização da melhor posição das massas no rotor. O
programa foi desenvolvido utilizando-se linguagem C++ orientada a objeto.
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E n tr a d a d e Q u a n tid a d e d e
D ados p la c a s d e d e s g a s te s
V a lo re s d a s
R o ta ç ã o d o m o to r m a s s a s d a s p la c a s
A lg o ritim o u tiliz a n d o a n o v a
m e to d o lo g ia p a r a c a lc u la r
a s re a ç õ e s
A lg o ritim o p a ra
p re e n c h im e n to
d a m a triz d a s
re a ç õ e s
Rx e Ry
A lg o rtim o
q u e re to rn a
o m e n o r v a lo r
de Rxy
V a lo r m u ito N ão
S im
a lto !
L o c a liz a ç ã o d o C o n ta d o r
c e n tro d e m a s s a
d o ro to r
R e s p o s ta R e s p o s ta d a m e lh o r
d a m assa R e s p o s ta d a
p o s iç ã o d a s m a s s a s
de v ib ra ç ã o
n o ro to r
c o rre ç ã o
Nas Figuras (4) a (9), tem-se as telas da versão atual do programa. Na Figura (4), tem-se as
opções de entrar com "Dados da Máquina", "Quantidade de Massas", "Balancear" e "Massa de
Correção". Na Figura (5), tem-se as opções de entrar com a rotação em RPM ou Hz.
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Na Figura (6), tem-se as opções de entrar com "Quantidade de Placas de Desgaste e suas
respectivas massas em quilogramas ou gramas. Esta versão está implementada para até doze placas
de desgastes, visando atender os casos reais das indústrias (ventiladores industriais).
Na Figura (7), tem-se a tela do estado inicial da máquina. Mostra as reações Rx e Ry, a vibração
da máquina e a posição do centro de massa.
Na Figura (8), tem-se a tela do início do balanceamento. Mostra as melhores posições para
colocação das massas (placas de desgaste) as forças residuais o novo nível de vibração e a nova
posição do centro de massa.
Finalmente, na Figura (9), tem-se o valor da massa de correção e sua respectiva posição.
4 - RESULTADOS
Realizou-se diversas simulações no Laboratório de Sistemas Dinâmicos (LASID), utilizando-se
a metodologia para melhor posicionamento das placas de desgastes, onde os resultados obtidos
foram plenamente satisfatórios.
A seguir, apresenta-se uma das simulações feita com nove massas diferentes. Na Figura (10),
tem-se a bancada experimental. As massas de desbalanceamento foram introduzidas nos discos,
simulando o rotor do ventilador industrial.
Para coleta dos sinais de vibração, usou-se o equipamento UltraSpec 8000. Trata-se de um
coletor e analisador de sinais da CSI, que digitaliza e memoriza os sinais e as informações neles
contidas. Essas informações podem ser analisadas diretamente no próprio equipamento, ou então
transferidas para o computador através do software de apoio UltraManager. Nesta opção, tem-se
um ambiente mais confortável de trabalho, permitindo análises detalhadas, geração de relatórios
técnicos e montagem dos bancos de dados, Brito (2002).
Colocou-se nove massas de pesos diferentes aleatoriamente eqüidistantes de 40º cada. Os
valores das massas são: 12,45 g; 12,59 g; 12,96 g; 12,95 g; 12,02 g; 12,41 g; 12,44 g; 11,69 g; 13,15
g. Na Figura (11), tem-se o espectro de vibração do motor desbalanceado após a colocação aleatória
das massa (simulação das placas de desgastes - A = 9,621 mm/s).
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BaSe - BANCADA DE TESTE
ESMERIL -111 BALANCE SERVICE
10
JOB ID: TEN/COR
09-OCT-77 00:00
PK VELOCITY IN MM/SEC
6
ORDR: 1.967
0
FREQ: 59.00
0 100 200 300 400 500 600 SPEC: 9.621
FREQUENCY IN Hz
Na Figura (12), tem-se o novo espectro de vibração do motor com as massas colocadas nas suas
melhores posições (A = 1,190 mm/s), utilizando-se a metodologia desenvolvida neste projeto.
BaSe - BANCADA DE TESTE
ESMERIL -222 BALANCE SERVICE1
10
JOB ID: TEN/COR
26-SEP-85 00:00
8
PK VELOCITY IN MM/SEC
ORDR: 2.000
0
FREQ: 60.00
0 100 200 300 400 500 600 SPEC: 1.190
FREQUENCY IN Hz
Após inserir as nove massas aleatoriamente, o nível de vibração coletado foi de 9,621 mm/s
Figura (11), o que já era esperado. Utilizando-se a metodologia desenvolvida neste projeto,
reordenou-se as massas nas melhores posições, e o nível de vibração caiu para 1,190 mm/s, Figura
(12), ou seja, houve uma redução significativa do nível de vibração.
5 - CONCLUSÃO
Com esta nova metodologia haverá uma grande redução no tempo de troca das placas de
desgastes dos ventiladores. Dessa forma, a equipe de manutenção terá condições de proceder a troca
das placas de desgastes de forma mais precisa, ao mesmo tempo em que realizará o balanceamento
do rotor.
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6 - AGRADECIMENTOS
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, M. T., Góz, R. D. S., 1994. “Curso de Vibrações em Motores”. FUPAI, Itajubá, MG.
Brito, J. N., 2002. “Desenvolvimento de um sistema inteligente híbrido para diagnóstico de falhas
em motores de indução trifásicos”. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 214p. Tese
(Doutorado).
CSI User’s Manual, 1996. UltraMar for Windows. Computational Systems, Incorporated.
Hartog , J. P., 1985. Mechanical Vibrations - New York : Dover Publications, Inc.
Halliday e Resnick, 1994. “Fundamentos de Física”, Vol.I - Mecânica. 3a Edição. Editora LTC.
Thonson, W. T., 1978. “Teoria da Vibração com Aplicações”. Rio de Janeiro: Interciência.