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Qual a melhor estratégia para iniciar bem o ano letivo?

Ou, mais especificamente, o que


trabalhar com os alunos no primeiro dia de aula? O primeiro dia do ano letivo não pode
ser encarado como uma mera formalidade. Trata-se de um momento essencial que não
deve ser desperdiçado. É o momento de estabelecer regras de convívio, de estabelecer
objetivos.

Não dar especial atenção a esse dia de aula talvez signifique incorrer em dois erros
graves:

1) Subestimar a inteligência dos alunos, pois eles percebem quando um professor está
passando um conteúdo ou atividade à qual nem ele mesmo dá importância. Subestimar a
inteligência dos alunos prejudica o relacionamento entre o docente e a turma - uma
relação que deve ser baseada na confiança e no respeito mútuos.

2) Deixar os alunos ficarem "mal acostumados": é natural que, tanto professores quanto
alunos, ao voltarem das férias, demorem um pouco para recobrar o ritmo natural da
rotina das aulas. Porém, se faltar seriedade no início, vai ficar mais difícil cobrar
compromisso dos alunos depois.

Variantes

Por outro lado, é inegável que o dia da volta às aulas é um dia atípico. Entre outros
motivos, pelo fato de que - especialmente nas escolas das redes estaduais e municipais -
o início do ano letivo pode ocorrer antes mesmo de os professores entregarem os planos
de ensino de suas respectivas disciplinas. Além disso, há variantes de contexto e
circunstâncias que podem afetar o desenrolar das aulas no primeiro dia:

 quando o professor e a turma se conhecem de anos anteriores, apresentações são


dispensadas, podendo-se dar continuidade aos conteúdos a partir do ponto de onde se
parou. Provavelmente, o professor espera que o novo ano letivo seja melhor que o
anterior: para isso, pretende aperfeiçoar ou aplicar novamente aquilo que funcionou no
ano anterior e não repetir os erros eventuais. Nesse caso, o professor pode aproveitar o
fato de que já conhece a turma para fazer, junto com os alunos, um balanço do ano
passado. Por exemplo: "Nessa parte, nós nos saímos bem..." ou "Poderíamos ter feito
bem melhor...".

 o professor já lecionou naquela escola em anos anteriores, mas a aula é para uma
turma nova (exemplo: primeiro dia de aula de uma primeira série do Ensino Médio, que
acaba de deixar o Ensino Fundamental). Nesse caso, o professor pode estar lecionando
para uma turma que, embora formalmente já seja do Ensino Médio, em termos
psicológicos ou emocionais pode diferir muito pouco de uma turma do Fundamental.

 o professor está lecionando naquela escola pela primeira vez. Os alunos não o
conhecem, por isso irão "testá-lo", colocando sua paciência e autoridade à prova. Se o
professor já possui experiência profissional adquirida em outros estabelecimentos de
ensino, a situação fica mais fácil. Se estiver iniciando sua carreira profissional ou tiver
experiência apenas como eventual ou substituto, pode enfrentar dificuldades maiores.
Isso é normal e o professor não pode se sentir culpado por não ter experiência.

Um bom começo
O apoio da direção e da coordenação pedagógica pode ajudar muito a vencer as
dificuldades iniciais e naturais que costumam marcar o relacionamento entre professores
e alunos que iniciam um ciclo.

Muitas escolas adotam a prática bastante recomendável de apresentar a equipe escolar


para os alunos no primeiro dia de aula, o que promove uma convivência saudável entre
todos.

Convém evitar os extremos (nem omissão e nem autoritarismo): respeito e sinceridade


com os alunos são sempre um bom começo. Talvez pareça bobagem, mas é importante
que o professor iniciante evite gestos como sentar-se ao entrar na sala: os alunos podem
pensar que o professor é "folgado". Além disso, estando de pé, o professor não perde a
visão de conjunto da sala e pode perceber logo qualquer coisa errada que está
acontecendo.

Cuidado ao fazer a chamada: alguns podem aproveitar o fato de o professor estar


distraído fazendo o registro no diário para fazer brincadeiras.

Uma grande dificuldade é o professor estar substituindo outro que era extremamente
querido pelos alunos. Nesse caso, vale a pena realizar uma dinâmica de grupo para
"quebrar o gelo". Essa dinâmica também pode servir de ponto de partida para discutir as
expectativas dos alunos.

A volta às aulas é uma oportunidade para os professores, de preferência num trabalho


coletivo (o que deve incluir também a direção e a coordenação pedagógica),
esclarecerem quais são os objetivos da escola. O ideal é que esses objetivos sejam
discutidos democraticamente com a comunidade (alunos, pais).

Estudar é algo que também se ensina

Antes mesmo da apresentação dos conteúdos a serem trabalhados, o professor pode


aproveitar o primeiro dia de aula para ensinar os alunos a estudarem. Orientações sobre
métodos de estudo podem tornar o trabalho do professor bem menos difícil e mais
eficiente.

Explicar aos alunos como fazer anotações durante as explicações, como organizar o
tempo para fazer as lições de casa ou como se preparar para as provas pode contribuir
para eles terem melhor aproveitamento das aulas.

Não é raro que os alunos encontrem dificuldades para realizar tarefas simples como
consultar um dicionário para descobrir o significado (ou um dos significados) de uma
palavra. Ensinar a usar o dicionário e chamar a atenção do aluno para o fato de que uma
mesma palavra pode ter significados diferentes conforme o contexto é útil em
praticamente todas as disciplinas.

Por exemplo, a palavra "sedentário", num texto sobre a Pré-História que descreve como
grupos humanos deixaram a vida nômade, tem um significado muito diferente do que é
empregado na aula de Educação Física.
Nos trabalhos em grupo, são úteis orientações sobre divisão de tarefas ou sobre como
organizar reuniões. Essa orientação pode ajudar também na preparação de seminários,
evitando-se situações comuns, como apenas um membro do grupo conhecer mesmo o
assunto do seminário.

Métodos de estudo são de grande utilidade. As informações e os conteúdos apresentados


na escola podem ficar desatualizados ou mesmo ser esquecidos. Mas ensinar o aluno a
lidar com novas informações é algo que sempre vai permanecer atual. É algo que será
útil a ele em qualquer atividade profissional. Enfim, algo que permitirá a seus alunos
que eles venham a se tornar indivíduos aptos a exercerem plenamente a cidadania.
*Túlio Vilela, formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de
São Paulo e um dos autores de "Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de
Aula" (Editora Contexto).

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