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POLÍTICAEXTERNA
VOL 3 N.o 2 SETEMBRO 1994

o Japão contra si mesmo Ian Buruma 5


Quem pode policiar o mundo? Brian Urquhart 21
Cláusula social e comércio internacional:
uma antiga questão sob nova roupagem Paulo Nogueira Batista 36

Argumentos para uma Europa política Alvaro de Vasconcelos 55


Direitos humanos e democracia no
plano interno e internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Celso Laftr 68
A oposição norte-americana ao NAFTA. fames K Galbraith 77
Apoio e oposição ao NAFTA no México. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Luis Ruhio 84
A revolução na política de comércio exterior
no México e a política partidária . . . . . . . . . . . . . . . . .. Gustavo Véga-Cànovas 90

Documentos
A Cúpula de Miami. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Luiz Indcio Lula da Silva 109
Uma nova rota para as Américas Fernando Henrique Càrdoso 111 1_K',"

Material de Pesquisa
MERCOSUL 113
ESTADOS UNIDOS.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 115
ALEMANHNEUROPA 117
JAPÃO/ÁSIA 118
ANALISE DE NOTíCIAS 121

LEITURA DINÂMICA 124


DOCUMENTOS

Uma nova rota para as Américas·


Fernando Henrique Cardoso

O presidente Itamar Franco não me anteci- Isto não impede a cooperação, mas exige cui-
pou nenhum convite para a Cúpula das Américas dado na consideração das diferenças.
se eu for eleito seu sucessor. Afinal, ele será o pre- • Os países da região não devem esperar dos
sidente da República até o último dia do seu EUA soluções como a Aliança para o Pro-
mandato e s6 ele decidirá quem vai compor a de- gresso. Ao contrário, propostas legítimas e
legação brasileira. efetivas devem partir de trabalho conjunto.
~ no contexto amplo dos processos globais • Porque somos diferentes e, ao mesmo tempo,
de transição do sistema internacional e na pers- comungamos valores comuns, devemos to-
pectiva da criação de uma ordem internacional dos, cada qual de sua perspectiva, apresentar
que devemos examinar a iniciativa do presidente in iciativas pr6prias e visões nacionais do
Clinton de propor uma cúpula que vai reunir os mundo e das Américas. A conjunção equili-
presidentes americanos. brada dessas visões é que dará densidade polfti-
O hemisfério tem uma tradição importan- ca aos projetos que surjam na Cúpula.
te de trabalho conjunto e está na hora de renová-
Mais especificamente, gostaria de fazer uns
la. A Cúpula das Américas pode ser uma oportu-
comentários. necessariamente gerais, sobre a
nidade para isso desde que partamos das
agenda da Cúpula, que está centrada em quatro
perguntas certas: de que maneira o momento de
temas: comércio. investimento, desenvolvimento
transição afeta o sistema interamericano? Que te-
sustentável e "bom governo".
mas unem as Américas hoje? Como podemos tra-
Em matéria de comércio, o esforço deve
balhar juntos para influir na articulação de uma ser no sentido de examinar as formas de aproxi-
ordem global estável? Quais são os caminhos para mação entre os mecanismos de integração, repre-
obter mais prosperidade e consolidar a democra- sentados pelo NAFTA. Mercosul e, mais adiante,
cia em nosso continente? pela ALCSA (Associação de Livre Comércio Sul-
O exame dessas questões deve, no meu en- Americana) e sugerir formas para que se fertili-
tendimento, levar em conta algumas premissas: zem mutuamente. O tema de acesso ao mercado,
com estabilidade, sem imposições unilaterais,
• Os países americanos são diferentes, encon- deve ser considerado no marco regional. Outro
tram-se em estágios diferentes de desenvolvi- ponto: devemos examinar linhas de ação conjun-
mento, tem modos diversos de inserção inter- ta na implementação da Rodada Uruguai.
nacional. Convivem, no continente, uma O tema de investimentos sugere a necessi-
superpotência e países em desenvolvimento. dade de que concebamos formas mais ágeis para

Fernando Henrique Cardoso é o candidato da coligação PSDB-PFL-ITB à presidência da República.


* Este artigo foi publicado em Carta Internacional, n.O 18. ago. 1994.
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.(
112 POLíTICA EXTERNA ,\ .~
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entrada do capital externo que sirvam, efetiva'- tante, o de compartilharmos nas Américas, valo- ..~:~
mente, ao desenvolvimento e modernização de res comuns, e o objetivo é como apoiá-los. .}~
nossos países. Dar estabilidade e previsibilidade Ao lançar a proposta da Cúpula os EUA .. ~
ao fluxo da poupança externa é objetivo comum. lançaram, também, um novo conceito ao debate,· .: 1
Investimento, comércio e acesso desimpe- o de "prosperidade compartilhada". Como aper- .. ~~
dido aos frutos da ciência e tecnologia combi- feiçoá-Io, dar-lhe conteúdo concreto, combinan- ·;A
nam-se quando se consideram relações econÔmicas do interesses diversos, é talvez o maior desafio da , .. j
modernas e a Cúpula deve refletir, especificamente, região. Um dos desafios do nosso tempo é dos·. :,~
sobre a vinculação entre as três pontas do proces- conceitos renovadores. Vejamos se a proposta .. -]
so de intercâmbio. norte americana serve ou não de p610 comercial. ...::·l
O Brasil tem contribuição significativa nos A Cúpula das Américas é, na minha visão, ... :~
problemas de desenvolvimento sustentável. A um campo de diálogo e de busca de trabalho co- / ~
questão aberta é como levar adiante, com equilf- mum. Não devemos ter expectativas exageradas. <. ~
brio nas responsabilidades, a agenda aberta pela A realidade internacional é "dura" e não se trans- .. ?~
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Rio-92. forma por atos de vontade. Mas, sem que exista . i h

O tema do "bom governo" é amplo e com- vontade e sintonia de objetivos, nada se faz. O /j
plexo. Envolve as questões da democracia, dos di- Brasil deve discutir sem preconceitos os temas da
reitos humanos, da corrupção e equilrbrio, ás ve- Cúpula e com base em prop6sitos claros do que
zes delicado, entre ação internacional e problemas queremos nas Américas e no mundo. Há aproxi-
internos dos países, entre objetivos políticos e mações possíveis entre os povos americanos e o
realidade sociol6gica. Refletir essas questões é dever dos presidentes é transformá-las em pro-
I
oportuno. O ponto de partida é um fato impor- postas viáveis de ação comum. ~

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