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GIL, Antônio Carlos. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 2011.

CAPÍTULO 5. CULTURA

Na linguagem do cotidiano, cultura é um termo frequentemente utilizado para


expressar o desenvolvimento das pessoas por meio da educação. Por
consequência, considera-se que uma pessoa é culta quando dispõe de amplos
conhecimentos no campo científico ou artístico. Seria, portanto, “inculta”, a
pessoa que não tem instrução (p. 50).

A sociedade é constituída pela interação entre as pessoas que residem numa


mesma área. A cultura é constituída pelas entidades abstratas que influenciam
as pessoas, como as ideias, e os objetos tangíveis construídos pelas pessoas
que refletem as ideias (p. 50).

Os componentes tangíveis da cultura formam a denominada cultura material,


que abrange toda a sorte de objetos produzidos pelo ser humano, desde
tacapes a panelas de barro até discos compactos e chips de computadores (p.
51).

Os sociólogos, no entanto, ao estudarem as sociedades contemporâneas


conferem muito mais importância à cultura não material, que é constituída por
componentes intangíveis, que incluem conhecimento, crenças, valores,
normas, símbolos e linguagem (p. 51).

Um símbolo constitui sempre a representação de alguma coisa. Uma cruz, por


exemplo, embora possa ser constituída por apenas dois traços sobre uma folha
de papel, representa muito mais do que os nossos olhos podem ver. Os
cristãos têm grande reverência por ela a utilizam nas vestimentas, no interior
de seus lares, nas portas das igrejas, nas paredes das escolas, dos hospitais e
dos tribunais e sobre seus túmulos (p. 51).

Os gestos também são símbolos, já que são ações que podem ser utilizadas
para demonstrar significados. Piscar os olhos, mostrar a língua, estalar os
dedos e cruzar os braços são ações que apresentam significados específicos
num determinado contexto cultural (p. 52).

Todas as sociedades têm linguagens. Embora haja centenas de línguas


diferentes, o comportamento linguístico é universal. Existem sociedades sem
escrita, mas todas possuem algum tipo de linguagem falada. Como qualquer
outro símbolo, a linguagem é unicamente humana, sendo considerada como
uma das principais diferenças entre os seres humanos e os outros animais (p.
52).

Crenças são afirmações que as pessoas fazem acerca do que admitem ser
verdadeiro. Sua origem pode ser encontrada no senso comum, nas tradições,
na autoridade e em muitas outras fontes. Algumas dessas crenças são
constituídas por fatos relativamente objetivos acerca do mundo real. São
designadas como conhecimentos e são muito importantes porque podem ser
transformadas em tecnologia e utilizadas para controlar a natureza e solucionar
problemas da sociedade (p. 53).

Tendemos a admitir que nossas ideias a respeito do mundo e da sociedade


são verdadeiras. Muitas delas provavelmente são, mas a maioria passou a ser
aceita por cada um de nós não em virtude de investigação minuciosa, mas
graças à interação (p. 53).

Nossas crenças têm a função de manter a estrutura da sociedade. Elas ajudam


a manter o sistema econômico e também a desigualdade social decorrente. É
fácil constatar a opinião generalizada de que no Brasil á muitas oportunidades
para quem é competente e trabalha. Independentemente de ser verdadeira,
essa opinião contribui para encorajar os brasileiros a aceitar o sistema
econômico em que vivem e a procurar melhorar de vida (p. 54).

Muitos de nossos valores básicos são aprendidos bem cedo, por intermédio de
nossa família, de nossos amigos, dos meios de comunicação de massa e de
outras fontes na sociedade. Estes valores tornam-se parte de nossa
personalidade. São geralmente compartilhados e reforçados pelas pessoas
com quem interagimos (p. 54).

Uma sociedade pode valorizar o sucesso individual, outra pode atribuir maior
valor à unidade familiar. Uma sociedade pode valorizar o investimento, outra
pode valorizar a poupança. Uma sociedade pode valorizar o trabalho, outra
pode conferir mais valor ou tempo livre (p. 54).

Enquanto valores são concepções abstratas acerca do que é bom ou mau, do


que é justo ou injusto ou do que vale a pena fazer, as normas são padrões,
regras, guias e expectativas para o comportamento atual. As normas é que
estabelecem relações entre os valores e os acontecimentos atuais. Fidelidade,
por exemplo, é um valor; já a expectativa de que um homem casado não se
relacione sexualmente com outra mulher é um norma (p. 54-55).

Folkways são costumes ou convenções. São normas que preveem regras de


conduta, mas cuja violação não leva mais do que à simples censura. Espera-
se, por exemplo, que as pessoas à mesa comam arroz com garfo e que
estudantes frequentem as aulas vestindo camisas com mangas. Se alguém, no
entanto, decidir comer arroz com uma colher ou vir às aulas com uma camiseta
do tipo regata provavelmente não sofrerá impedimento (p. 55).

Mores são normas que refletem profundamente os ideais sustentados por uma
cultura acerca da maneira como as pessoas devem se comportar. Enquanto os
folkways distinguem entre categorias pouco importantes, como polido e
impolido, limpo e sujo, sofisticado e vulgar, os mores fazem importantes
distinções, como entre o que é bom ou mau, moral ou imoral, virtuoso ou
pecaminoso (p. 55).

A cultura material é constituída pelo conjunto de objetos – tecidos, utensílios,


ferramentas, adornos, meios de transporte, moradias, armas etc. – que formam
o ambiente concreto de determinada sociedade (p. 55).
A despeito de suas diferenças, todas as sociedades desenvolvem certas
práticas e crenças que são compartilhadas por seus membros. Isto porque
todos os indivíduos apresentam as mesmas necessidades básicas (p. 56).

As culturas apresentam elementos compartilhados pelos membros de certas


categorias socialmente conhecidas de indivíduos, mas não compartilhados pela
população total. Esses elementos constituem as especialidades. Sob este
título colocam-se os padrões de todas as atividades variadas, mas
reciprocamente independentes, que em decorrência da divisão do trabalho
foram atribuídas a segmentos da sociedade (p. 56).

Existem traços que são partilhados por certos indivíduos, mas não são comuns
a todos os membros da sociedade, nem mesmo a todos os membros de
determinada categoria social. Esses elementos constituem as alternativas (p.
57).

As alternativas têm em comum o fato de representarem diferentes reações às


mesmas situações ou diferentes técnicas para alcançar os mesmos fins (p. 57).

Subculturas se desenvolvem em torno de uma ocupação profissional, como a


dos militares, pescadores e atletas. Grupos religiosos, como os mórmons e as
testemunhas de Jeová, também formam subculturas. Existem, ainda,
subculturas que se formam em função de fatores geográficos, como a dos
gaúchos e a dos nordestinos. Podem também ser identificadas subculturas
baseadas na faixa etária, como a dos jovens; na preferência sexual, como a
dos homossexuais; nas preferências musicais, como a dos roqueiros etc. (p.
57).

O conceito de contracultura difundiu-se na década de 1960, com o crescimento


dos movimentos juvenis que manifestavam repúdio às instituições, valores,
hierarquias e tradições da sociedade ocidental. Esses movimentos eram
constituídos principalmente por jovens que acreditavam na paz e no amor,
opunham-se ao militarismo, à competição e ao interesse pessoal (p. 58).

Etnocentrismo: atitude para admitir que nossa cultura é superior às outras e


consequentemente nossas crenças, valores e comportamentos são os mais
corretos. Dessa forma as outras pessoas e as outras culturas são avaliadas em
termos de nossa própria cultura (p. 56).

Grupos religiosos tendem a admitir que unicamente sua fé verdadeira e sua


conduta é mais moral que a dos outros. Adeptos do capitalismo defendem o
sistema, acreditando que é mais eficiente do que o socialismo. Muitos
brasileiros creem que o casamento monogâmico é o mais próprio do que a
poligamia e que o homem é naturalmente o “cabeça do casal”. A maioria dos
ocidentais admite comer carne bovina e acha repugnante comer carne de
cobra (p. 59).

O etnocentrismo ajuda a manter a lealdade, a coesão e a unidade dos grupos.


E também serve para reforçar sentimentos patrióticos e nacionalistas. Mas
pode também apresentar consequências negativas. Pode incrementar a
resistência à mudança e encorajar a exclusão de elementos que poderiam
contribuir para o seu desenvolvimento. Também pode incentivar o racismo e
fomentar conflitos entre grupos (p. 59).

O etnocentrismo pode ser superado pelo relativismo cultural, que consiste na


suposição de que os elementos culturais devem ser julgados dentro de seus
contextos e não pelos padrões de outra cultura. De acordo com essa
perspectiva, hábitos alimentares, costumes sexuais, maneira de vestir e outras
manifestações culturais não são inerentemente certas ou erradas, corretas ou
incorretas. Devem ser julgadas unicamente no contexto em que ocorrem.
Assim, o que é apropriado numa cultura pode não ser noutra (p. 59).

A mudança cultural decorre de dois processos: inovação e difusão. Inovação é


o processo de introdução de uma nova ideia ou objeto numa cultura. Existem
duas formas de inovação: descoberta e invenção. Invenção é o processo de
criação de novos elementos culturais. Objetos como telefone, o automóvel, a
televisão são invenções (p. 60).

Diferentemente da invenção, que implica a criação de novos elementos, a


descoberta trata do reconhecimento o do melhor conhecimento de alguma
coisa existente, como a identificação de uma nova estrela, o contato com a
culinária de outra cultura ou a descoberta da estrutura do DNA (p. 60).

No mundo contemporâneo, caracterizado pela ampla utilização dos meios de


comunicação, verifica-se – mais que em qualquer outra época – a difusão de
elementos culturais de uma sociedade para outra (p. 60).

A perspectiva funcionalista sugere que a crença de que a vaca é animal


sagrado desempenha diversas funções sociais. As vacas geram bois, que são
necessários para arar os campos e puxar os carros. Quando as vacas morrem
naturalmente, sua carne é consumida pelos integrantes das castas mais pobres
e seu couro é utilizado por não hinduístas, que mantém algumas das maiores
indústrias do mundo (p. 61).

De acordo com o pensamento de Marx, as ideias dominantes da sociedade são


as ideias da classe dominante. Assim, a cultura reflete os interesses das
camadas mais ricas e mais poderosas da sociedade e contribui para que
alguns membros da sociedade se beneficiem em detrimento de outros (p. 61).

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