O TEXUGO

Estatuto
• Quanto à sua protecção legal, a sua caça é
proibida pela lei 274-A/88 (alterada pelo
Decreto-Lei nº 43/90) e está protegido pelo
anexo III da Convenção de Berna

• As ameaças a que está sujeito são sobretudo

os atropelamentos nas estradas, a fragmenta-
ção do seu habitat, envenenamento acidental
ou propositado e caça ilegal.

Curiosidades
• Há registos de que os texugos enterram os
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“seus” mortos. Há casos de Texugos que

morreram dentro das tocas e que foram
enterrados dentro destas pelos restantes
membros da sua comunidade.
• Há também registos de uma observação
feita de um Texugo que morreu perto de um
edifício e que foi arrastado por outros da
sua comunidade, que escavaram um buraco
e depois o enterraram.

CORPO NACIONAL DE ESCUTAS - REGIÃO DE SETÚBAL

 O Texugo ou Meles meles (nome cientifico)
é um mamífero da família dos mustelídeos.
Apesar de terem uma personalidade tímida
e desconfiada são animais tranquilos.
O TEXUGO • Meles meles
Características
A sua pelagem de cores contrastantes onde se
mistura o preto e o branco conferem-lhe uma
originalidade que o torna difícil confundir com
qualquer outro mamífero. A cabeça apresenta-
lateralmente duas faixas pretas que englobam os
olhos e orelhas.
O corpo é um pouco alon-
gado, a cabeça pequena com
orelhas pouco evidentes e
o focinho pontiagudo. Nas
patas anteriores são visíveis
garras potentes que utiliza
na escavação das tocas. É um
animal corpulento podendo
o seu peso atingir valores
entre os 11 e os 12 kg.
Habitat
Habita paisagens muito heterogéneas e com
flora variada, sendo exemplo disso matagais,
sebes, terrenos agrícolas e margens de ribeiros.
Vivem em tocas que são compostas por siste-
mas de túneis e câmaras que podem ser simples
ou complexos, com várias entradas, por vezes
mais de 50, e que partilham com os elementos
do seu grupo social.
Alimentação
Sendo omnívoro, alimenta-se de tudo um pouco
embora varie a sua dieta em função da área geo-
gráfica e da estação. Em zonas de clima como o
português, a sua dieta é muito variada, incluído
frutos, raízes, bolbos, minhocas, répteis, insectos,
anfíbios e pequenos mamíferos.
Hábitos
O texugo é um animail nocturno saindo nor-
malmente um pouco antes do pôr-do-sol.
Devido ao seu olfacto extremamente desen-
volvido, basta sentir um odor estranho para
voltarem à toca. Mas quando saem, efectuam
pequenas brincadeiras, que desempenham um
papel muito importante na aprendizagem das
crias, ao nível da caça e de fuga dos inimigos.
Nestas alturas também costumam marcar-se
uns aos outros, esfregando a região anal num
dos flancos de outro indivíduo sendo este o
modo de reconhecimento que usam entre si.
No Inverno, quando o frio aperta, podem passar
dias seguidos sem sair das tocas, subsistem ao
utilizarem as reservas de gordura acumuladas
no corpo durante as estações anteriores.
Vida Social
Vive em grupos sociais que são constituídos
por um número variável de machos, fêmeas
e crias, podendo ter entre 3 a 30 indivíduos.
Geralmente estes grupos possuem mais fêmeas
do que machos.
Os texugos dominantes patrulham o seu
território e afastam dele os machos de outros
grupos, podendo mesmo ocorrer lutas.
Para evitarem intrusos no seu território, mar-
cam as suas fronteiras com latrinas (locais de
deposição de excrementos) com cerca de
10 cm de profundidade.
Reprodução
As fêmeas apresentam um fenómeno interessante
ao nível da reprodução, que se chama ovo-implan-
tação retardada. Isto é, o ovo já fecundado desen-
volve-se numa estrutura globular chamada blasto-
cisto que fica suspensa no útero e só se implanta
meses depois.
A implantação dá-se sempre numa altura específi-
ca do ano, independentemente da altura da fecun-
dação. Esta situação permite que as crias nasçam
numa época rica em recursos alimentares. Se não
houver alimento suficiente, não se dá a gestação,
impedindo o nascimento da ninhada que não teria
grandes possibilidades de sobreviver.
A época do cio ocorre normalmente na Primavera
e os nascimentos verificam-se no Verão, tendo a
gestação uma duração aproximada de dois meses.
As ninhadas, apenas uma por ano, são geralmente
compostas por 3 a 6 indivíduos. Os casais repro-
dutores mantêm-se juntos todo o ano.
Distribuição em Portugal
• Parque Nacional da Peneda-Gerês
• Parque Natural da Arrábida
• Parque Natural da Serra da Estrela
• Parque Natural da Serra de S. Mamede
• Parque Natural das Serras de Aire
e Candeeiros
• Parque Natural de Montesinho
• Parque Natural de Sintra-Cascais
• Parque Natural do Alvão
• Parque Natural do Douro Internacional
• Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina
• Parque Natural do Vale do Guadiana
• Reserva Natural da Serra da Malcata
• Reserva Natural do Estuário do Tejo
• Reserva Natural do Paul de Arzila
• Reserva Natural do Paul do Boquilobo
• Área de Paisagem Protegida da Serra
do Açor
e Ambie
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