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Unidade Operacional

(CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “PEDRO MARTINS GUERRA”)

SISTEMAS
ELÉTRICOS
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Unidade Operacional

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “PEDRO MARTINS GUERRA”


Sumário

PRESIDENTE DA FIEMG ....................................................................................................................2

APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................8

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................9

GRANDEZAS ELÉTRICAS ................................................................................................................9

CARGA E MATÉRIA .............................................................................................................................9


CARGA ELÉTRICA ............................................................................................................................10
CORRENTE ELÉTRICA ......................................................................................................................11
TENSÃO ELÉTRICA ...........................................................................................................................11
CONDUTORES, SEMICONDUTORES E ISOLANTES ...............................................................................14
RESISTÊNCIA ELÉTRICA ...................................................................................................................14
TIPOS DE RESISTORES.....................................................................................................................16

CIRCUITO ELÉTRICO ......................................................................................................................20

LEI DE OHM ....................................................................................................................................21


POTÊNCIA ELÉTRICA E ENERGIA .......................................................................................................23

ANÁLISE DE CIRCUITOS - APLICAÇÕES DAS LEIS DE KIRCHHOFF ......................................24

LEIS DE KIRCHHOFF ........................................................................................................................24


CIRCUITO SÉRIE ..............................................................................................................................26
CIRCUITO PARALELO .......................................................................................................................28
DIVISORES DE TENSÃO E CORRENTE ................................................................................................31
CIRCUITO MISTO..............................................................................................................................32
FONTE DE TENSÃO ..........................................................................................................................35
FONTE DE CORRENTES ....................................................................................................................36
DIFERENÇA DE POTENCIAL E NOMENCLATURA DE DUPLO ÍNDICE .........................................................39

ANÁLISE DE CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA.............................................................40

TENSÃO ALTERNADA........................................................................................................................41
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE UMA FORMA DE ONDA SENOIDAL ........................................................45
CIRCUITO RESISTIVO PURO ..............................................................................................................48
CIRCUITO INDUTIVO PURO ................................................................................................................48
CIRCUITO CAPACITIVO PURO ............................................................................................................50

CIRCUITOS TRIFÁSICOS................................................................................................................51

IDENTIFICAÇÃO DAS FASES DO GERADOR TRIFÁSICO..........................................................................52


CONEXÃO DO GERADOR EM ESTRELA (Y) ..........................................................................................53
DIAGRAMA FASORIAL .......................................................................................................................54
ACIONAMENTOS ELÉTRICOS .......................................................................................................66

FUSÍVEIS ..........................................................................................................................................66

SIMBOLOGIA ...................................................................................................................................66
CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................66
FUNCIONAMENTO ............................................................................................................................68
CARACTERÍSTICAS DOS FUSÍVEIS QUANTO AO TIPO DE AÇÃO..............................................................69
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS FUSÍVEIS ....................................................................................69

BOTÕES DE COMANDO .................................................................................................................72

SIMBOLOGIA ...................................................................................................................................72
BLOCO DE CONTATOS ......................................................................................................................72
BOTOEIRA COM TRAVAMENTO ..........................................................................................................73

CHAVE AUXILIAR TIPO FIM DE CURSO .......................................................................................73

SIMBOLOGIA ...................................................................................................................................73
CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................73

CONTATORES .................................................................................................................................76

CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................76
FUNCIONAMENTO ............................................................................................................................79
TIPOS DE CONTATORES ...................................................................................................................79
VANTAGENS DO EMPREGO DE CONTATORES .....................................................................................80
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS .........................................................................................................80
TECNOLOGIA DOS CONTATORES.......................................................................................................82
CONTATOS E TERMINAIS DE LIGAÇÕES PRINCIPAIS DOS CONTATORES ................................................82
CONTROLE DO ESTADO DOS CONTATOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ..................................................84
IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS ........................................................................................................85
INTERTRAVAMENTO DE CONTATORES ...............................................................................................85

RELÉS DE PROTEÇÃO ...................................................................................................................85

RELÉS TÉRMICOS DE SOBRECARGA ..................................................................................................85


FUNCIONAMENTO ............................................................................................................................86
TIPOS DE RELÉS ELETROMAGNÉTICOS ..............................................................................................87

DISJUNTOR INDUSTRIAL ...............................................................................................................87

SIMBOLOGIA ...................................................................................................................................88
CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................88

SINALIZAÇÃO ..................................................................................................................................89

SÍMBOLOS ......................................................................................................................................89

RELÉS DE TEMPO ..........................................................................................................................90


TIPOS DE RELÉS DE TEMPO QUANTO À AÇÃO DOS CONTATOS .............................................................90
FUNCIONAMENTO ............................................................................................................................92

SISTEMA DE PARTIDA DIRETA DE MOTORES TRIFÁSICOS ....................................................92

PARTIDA DIRETA COM REVERSÃO .....................................................................................................95


CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL ......................................................................................................97
SISTEMA DE PARTIDA COM AUTOTRANSFORMADOR (COMPENSADORA) DE MOTORES TRIFÁSICOS .......101

CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS.......................................................................104

1.1 - OPERAÇÃO BÁSICA DO CLP ..................................................................................................105


1.2 - HISTÓRICO............................................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

2 - ARQUITETURA DO CLP ..........................................................................................................106

2.1 - CPU - UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO.....................................................................106


2.2 - PROCESSADOR .....................................................................................................................106
2.3 - SISTEMA DE MEMÓRIA ...........................................................................................................107
2.4 - MEMÓRIA DO SISTEMA DE OPERAÇÃO ....................................................................................107
2.5 - MEMÓRIA DE APLICAÇÃO OU MEMÓRIA DO USUÁRIO ...............................................................107
2.6 - CIRCUITOS/MÓDULOS DE I/O .................................................................................................109
2.7 - MÓDULOS DISCRETOS DE ENTRADA ........................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
2.8 - MÓDULOS DISCRETOS DE SAÍDA ............................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
2.8 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO .......................................................................................................110
2.9 - BASE OU RACK .....................................................................................................................111
2.10 - CLASSIFICAÇÃO DOS PLCS..................................................................................................112

3 - PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO DO CLP ......................................................................................113

3.1 - CICLO DE EXECUÇÃO DO PLC ...............................................................................................113


3.2 - ATUALIZAÇÃO DAS ENTRADAS - LEITURA DAS ENTRADAS ........................................................113
3.3 - EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE APLICAÇÃO .............................................................................114
3.4 - ATUALIZAÇÃO DAS SAÍDAS - ESCRITA DAS SAÍDAS ..................................................................114
3.5 - REALIZAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS .............................................................................................114
3.6 - CONSIDERAÇÕES RELACIONADAS AO SCAN TIME ....................................................................115

4 - LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO ......................................................................................115

4.1 - LINGUAGEM_LADDER (LD - LADDER DIAGRAM).......................................................................116


4.2 - LINGUAGEM DE LISTA DE INSTRUÇÕES (IL - INSTRUCTION LIST) ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.3 - FERRAMENTAS PARA PROGRAMAÇÃO DE PLCS ....................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
PROGRAMADOR MANUAL (HANDHELD PROGRAMMER) ..................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

5 - SOFT RSLOGIX 500 .................................................................................................................116

5.1 - CLP SLC-500 DA ALLEN BRADLEY ........................................................................................116


5.1 - RSLOGIX 500 .......................................................................................................................117
5.2 - NAVEGANDO NO RSLOGIX 500 ............................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.3 - A ÁRVORE DO PROJETO ......................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.4 - O MENU FILE ......................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.5 - O MENU EDIT......................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.6 - O MENU VIEW ........................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.7 - O MENU SEARCH ................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.8 - O MENU COMMS .................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.8_ O MENU TOOLS ..................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.9 - O MENU W INDOW .................................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.10 - O MENU HELP...................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5.11 - PASSOS PARA ABRIR UM PROGRAMA ....................................................................................117
5.12 - PASSOS PARA EDITAR UM PROGRAMA ..................................................................................118
5.13 - PASSOS PARA SALVAR UM PROGRAMA .................................................................................119
5.14 - PASSOS PARA FAZER DOWNLOAD ........................................................................................119
5.15 - PASSOS PARA FAZER UPLOAD..............................................................................................119
5.16 - PASSOS PARA FAZER FORCE ...............................................................................................120
5.17 - PASSOS PARA ALTERAR O MODO DE OPERAÇÃO ...................................................................120
5.18 - PASSOS PA ADICIONAR SÍMBOLOS E COMENTÁRIOS NO PROGRAMA ........................................121
5.18 - PASSOS PARA CRIAR UMA NOVA APLICAÇÃO..........................................................................123
5.19 - CONFIGURAÇÃO DO DRIVER NO RS LINX ..............................................................................123
5.20 - CONFIGURAÇÃO DO DRIVER NO RS LOGIX 500 .....................................................................125
5.21 - PASSOS PARA CRIAR UM PROGRAMA LADDER .......................................................................126

6 - INSTRUÇÕES PARA PROGRAMAÇÃO EM LADDER ...........................................................129

6.1 - INSTRUÇÕES BÁSICAS ............................................................................................................129


6.2 - INSTRUÇÕES DE COMPARAÇÃO ............................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
6.3 - INSTRUÇÕES MATEMÁTICAS .................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
6.4 - INSTRUÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO............................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

7 – EXEMPLOS DE PROGRAMAS ...............................................................................................132

7.1 – PROGRAMA 1 .......................................................................................................................132


7.2 – PROGRAMA 2 .......................................................................................................................133
7.3 – PROGRAMA 3 .......................................................................................................................134
7.4 – PROGRAMA 4 .......................................................................................................................135
7.5 – PROGRAMA 5 .......................................................................................................................136
7.6 – PROGRAMA 6 .......................................................................................................................137
7.7 – PROGRAMA 7 .......................................................................................................................138
7.8 – PROGRAMA 8 .......................................................................................................................139
7.9 – PROGRAMA 9 .......................................................................................................................140
7.10 – PROGRAMA 10 ...................................................................................................................141

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................142


Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: ”formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada”.

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações - internet - é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia


9

Introdução

O objetivo deste material é atender, de forma abrangente, à disciplina


Eletrotécnica Geral em nível dos cursos técnicos realizados no SENAI. Adapta-se
bem aos planos de curso da disciplina, seja nos nossos cursos técnicos de
Eletrônica e Informática, seja para qualquer outro curso técnico ligado à área ou
programas de aperfeiçoamento e qualificação dentro do Sistema FIEMG ou de
outras entidades de ensino. Temos a convicção que será de grande utilidade para
todos que necessitam dos conhecimentos básicos na área de análise de corrente
contínua, magnetismo e análise de corrente alternada.

Tentamos ser objetivos, com explicações detalhadas, exemplos e


ilustrações. Nossa preocupação é apresentar resolução de circuitos elétricos com
técnicas de fácil compreensão e realizá-los de forma mais clara possível, sem
abusar de artifícios matemáticos complicados.

Deve-se ressaltar que este material visa dar embasamento necessário para
outras disciplinas, podendo ser facilmente entendido por alunos que estejam se
iniciando nessa área de conhecimento.

Grandezas elétricas
Carga e matéria
Três espécies de partículas elementares constituem a matéria, que é tudo
aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. Estas partículas elementares
denominam-se, prótons, elétrons e nêutrons, cujas cargas e massas estão
relacionadas a seguir.

Partícula Carga Massa


Próton (p) +e (1.60210 x 10-19 C) 1.67252 x 10-27 kg
Elétrons (e-) -e (1 .60210 x 10-19 C) 9.1091 x 10-31 kg
Nêutron (n) 0 1.67482 x 10-27 kg

A matéria, no estado natural, tem o número de prótons igual ao de elétrons


sendo eletricamente neutra. A disposição das partículas subatômicas no átomo,
de acordo com o modelo de Bohr, pode ser vista na figura 1.1.
10

Fig. 1.1

Assim, o átomo apresenta um núcleo contendo prótons e nêutrons e uma


eletrosfera contendo os elétrons.

Os elétrons, na eletrosfera, são dispostos em órbitas conforme a energia


dos mesmos, de forma que a eletrosfera é dividida em camadas (ou órbitas)
denominadas pelas letras K, L, M, N, O, P e O, a partir da camada mais interna.
No caso do cobre, as camadas apresentam as seguintes quantidades de
elétrons:

Camadas Quantidade de elétrons

K 2
L 8
M 18
N 1

Observa-se que o átomo do cobre possui 29 elétrons em sua eletrosfera.

A camada mais externa da eletrosfera é onde se realizam as reações


químicas e elétricas; denominada camada de valência, pode possuir até 8
elétrons.

Carga elétrica
Um corpo que, por qualquer processo, venha a perder elétrons da última
camada, fica eletricamente positivo. Quando ganha elétrons fica eletricamente
negativo. Este processo chama-se eletrização.

O termo carga foi introduzido para significar a quantidade de elétrons


ganhos ou pedidos na eletrização.

A unidade de carga no sistema MKS é o coulombs [C]. A Carga elétrica do


elétron e do próton tem o mesmo valor (1,6 . 10-19 C), porém, sinais contrários.

As experiências deixaram as seguintes afirmações:


11

 quando a eletrização é provocada, cargas positivas e negativas iguais


são produzidas simultaneamente;
 cargas de sinais contrários se atraem e cargas de mesmo sinal se
repelem.

Corrente elétrica
Quando as extremidades de um fio longo são ligadas aos terminais de uma
bateria, é um fato conhecido o aparecimento de uma corrente elétrica (símbolo i)
no fio. Esta corrente pode ser visualizada como sendo um fluxo de carga. (Fig.
1.2)

Fig 1.2

 O movimento dos elétrons é direcionado no sentido do pólo positivo;


 O fluxo de elétrons ou cargas que atravessam a secção transversal do
material por um intervalo de tempo é definido como corrente elétrica.
 O fluxo de elétrons pode ser contínuo ou alternado. O fluxo contínuo é o
que se movimenta somente em um sentido, e o fluxo alternado é o que
ora se movimenta em um sentido ora em sentido contrário.
 No sistema MKS a unidade de corrente elétrica é o ampère (símbolo A).
 Dois sentidos são definidos para a corrente elétrica: o sentido de
movimento dos elétrons, e o sentido convencional, sentido das cargas
positivas, contrárias ao movimento dos elétrons.

O sentido do movimento dos elétrons é o fluxo do negativo para o positivo


da bateria. O sentido convencional é o sentido historicamente conhecido como
sendo o fluxo do pólo positivo para negativo, ou seja, é o sentido contrário ao
fluxo dos elétrons e que é o mais adotado em análise de circuitos.

O Coulomb é a quantidade de carga que atravessa, em um segundo, a


seção reta de um fio percorrido por uma corrente constante de um ampère.

q=ixt

onde q é dado em coulomb, i em ampère e t em segundo.

A carga transportada por 6,24 x 1018 elétrons equivale a 1 coulomb.

Tensão elétrica
Uma carga puntiforme (corpo eletrizado cujas dimensões são muito
menores do que as dos outros corpos eletrizados analisados) positiva
aproximada, de um corpo eletrizado negativamente ou positivamente, será atraída
ou repetida por este corpo, respectivamente. A energia para efetuar este trabalho
é denominada energia potencial elétrica. Quanto maior a eletrização do corpo,
12

maior a força de atração ou repulsão.

Dois corpos com diferentes forças sobre a carga puntiforme apresentam


diferentes energias potenciais elétricas. Esta diferença de energia é chamada
diferença de potencial (ddp) e também conhecida como tensão elétrica.

A unidade da tensão elétrica no sistema MKS é o Volt, representado pela


letra V, e simbolizado pelas letras V ou E.

Fonte de tensão
Fontes de tensão são dispositivos que convertem outra forma de energia
em energia potencial elétrica; são conhecidas como fontes de força eletromotriz
(fem).

As tensões medidas nessas fontes de fem são geralmente simbolizadas


pela letra E.

Alguns tipos de dispositivos que convertem outras energias em energia


elétrica (potencial elétrica) estão listadas na tabela abaixo.

Fontes de fem

Fontes de energia Dispositivo típico

Química Célula combustível, bateria (célula voltaica), pilha


Mecânica Gerador, alternador
Térmica Termo acoplador
Fotoelétrica (luz) Célula solar, fotocélula
Piezoelétrica (pressão) Cristal

A célula química ou voltaica é a unidade básica para converter energia


química em energia elétrica. Ela consiste em um par de metais diferentes imersos
em um líquido ou pasta de solução de material iônico chamado eletrólito. O
eletrólito é ionizado ou dissociado na solução. Os íons positivos entram em
reação química com um condutor metálico, ou eletrodo, e os íons negativos com o
outro eletrodo. Os eletrodos então adquirem carga líquida, positiva, e o outro,
negativa. Novos compostos se formam na superfície do eletrodo, quando os íons
do eletrólito se combinam quimicamente com os materiais do eletrodo, e esses
novos compostos eventualmente retardam a nova ação química. (Fig. 1.3)
13

Dependendo do material da célula em uso, fems da ordem de 1 a 2 V


podem ser geradas. Alguns exemplos são dados na tabela a seguir.

Eletrodos Eletrólitos (V) fem nominal (V)


Zinco e cobre Ácido sulfúrico 1,0
Níquel e cádmio Hidróxido de potássio 1,2
Zinco e dióxido de Cloreto de amônia 1,5(célula de luz de
manganês flash)
Magnésio e dióxido de Brometo de magnésio 1,5(célula de magnésio)
manganês
Zinco e dióxido de Hidróxido de potássio 1,5 (célula alcalina)
manganês
Chumbo e peróxido de Ácido sulfúrico 2,0 (célula automotiva)
chumbo

Células semelhantes são associadas para aumentar a capacidade de fem.


Essas associações são chamadas baterias.

O gerador converte energia mecânica em energia elétrica pelo movimento


de um condutor em um campo magnético.

Um tipo de dispositivo que converte energia térmica em energia elétrica é o


termo acoplador mostrado na figura 1.4. Formado por duas junções metálicas, e
se t1 é mantida fria enquanto t2 é aquecida, uma pequena fem da ordem de (10-4)
V é desenvolvida para cada 1 C de diferença de temperatura entre as junções.
Como a fem gerada é muito pequena, estas são comumente usados para
medição de temperatura.

Fig.1.4
14

Um tipo de geração fotoelétrica de fem é baseado no princípio de que,


quando raios de luz atingem uma junção semicondutora, o número de elétrons
livres e lacunas na junção aumenta.

Quando certos materiais cristalinos (como um cristal de quartzo) são


submetidos a um esforço mecânico, uma fem aparece nas extremidades do
cristal.

Condutores, semicondutores e isolantes

Condutores - São materiais que, com uma pequena diferença de


potencial,deixam passar uma pequena corrente. Esta característica do material
resulta da concentração de elétrons livres (elétrons na camada de condução) por
cm3, que para materiais tais como cobre, prata e a maioria dos metais, está em
cerca de 1023 elétrons por cm3.

Isolantes - Os materiais considerados isolantes são aqueles que, para serem


percorridos por uma pequena corrente, necessitam de uma grande diferença de
potencial. Possuem cerca de 106 elétrons livres por cm3, tais como o ar, o teflon, a
porcelana etc.

Semicondutores - Os materiais que se encontram entre estes são denominados


semicondutores e possuem cerca de 1012 elétrons livres. Os materiais
semicondutores possuem quatro elétrons na camada de valência e necessitam de
quatro átomos para completar uma combinação de subníveis, tais como o
carbono, silício e germânio.

Resistência elétrica

Resistência elétrica é a oposição que um material apresenta à passagem


da corrente elétrica. Esta característica depende da estrutura atômica do material.
Os materiais que apresentam muitos elétrons livres têm baixa resistência elétrica
(condutores), e os que têm poucos elétrons livres apresentam uma alta
resistência elétrica (isolantes).

A unidade de resistência elétrica é o ohm, representada por Ω e


simbolizada pela letra R.

Um componente especificamente designado para possuir a resistência


elétrica é chamado resistor. Dependendo do material utilizado, e de suas
características físicas e construtivas, os resistores podem ser de carbono, de
filme, de fio ou de semicondutores.

O inverso da resistência é a condutância, que pode ser definida como a


“facilidade” que o corpo apresenta à passagem da corrente elétrica, identificada
pela letra S. A unidade da condutância é o siemens, representada pela letra S, ou
mho, representada pelo símbolo Ω-1.

1
G (s)
R
15

Resistividade

Não apenas o tipo de material (característica atômica) determina a


resistência de um condutor; mas também o comprimento, a área da seção
transversal e a temperatura. Desconsiderando o efeito da temperatura, a
resistência é encontrada em uma relação direta do comprimento do condutor, e
inversamente proporcional à área da seção transversal do condutor, isto é:


R
A

Onde

R - resistência elétrica
 - o comprimento do condutor
A - área da seção transversal

A equação a seguir relaciona a equação anterior com o tipo de material do


condutor.


R 
A
Onde
 - em metros (m)
A - em metros quadrados (m2)
R - em ohms ()

A constante de proporcionalidade na equação é chamada de resistividade


e tem o símbolo  (letra grega rô). A resistividade depende do tipo de material
condutor e é definida como resistência por unidade de comprimento e área da
seção transversal do material.

Sendo a unidade de comprimento em metros e de área da seção


transversal metros quadrados e de resistência ohm, a resistividade é a resistência
da face de um cubo do material condutor de 1 metro de lado.

A resolução da equação acima fornece a unidade para a resistividade:

R A  m2
    m  ohm . metro
L m

A unidade da resistividade também é encontrada em ohm.milímetro


quadrado / metro.

A unidade de resistividade é definida para uma temperatura de 20C, pois,


à medida que a temperatura aumenta, os átomos de um material tendem a se
afastar, o que dificulta a passagem dos elétrons de um átomo para outro, na
16

maioria dos condutores.

A resistividade de alguns materiais condutores mais comuns pode ser vista


na tabela a seguir.

Tabela de resistividade

Materiais condutores Resistividade (. m)


Alumínio 2,38 . 10-8
Latão 7. 10-8
Cobre recozido 1,72. 10-8
Cobre duro 1,78. 10-8
Ouro 2,45. 10-8
Platina 10. 10-8
Prata 1,64. 10-8
Estanho 11,50. 10-8
Zinco 6,23.10-8

O inverso da resistividade é a condutividade, que pode ser definida como a


"facilidade" que o cubo de 1 m de lado de um corpo apresenta à passagem da
corrente elétrica, representada pela letra S. A unidade da condutividade é o
(siemens. metro)-1, 1/(S.m) ou o 1/(mho.m).

[ 1/ mho .m ]
1


onde mho = -1

Tipos de resistores

Os tipos de resistores são classificados conforme o material utilizado e o


aspecto construtivo. Alguns tipos de resistores são apresentados a seguir:
 resistores de carbono;
 resistores de fio;
 resistores de filme.

Resistores de carbono

São resistores constituídos de uma mistura de carbono e ligas aplicados


como uma capa em tubo de vidro ou moldada em uma estrutura densa, como
mostra a figura 1.5.
Os valores são apresentados em código de cores, que será abordado mais
à frente.
17

Resistores de fio

São resistores constituídos de fio de área transversal desejada, enrolados


em um tubo de cerâmica e protegidos contra problemas mecânicos por uma capa
de silicone ou esmalte. São usados geralmente para dissipar grandes
quantidades de potência (watts), o que será abordado mais tarde.

Resistores de filme

São resistores constituídos de um núcleo cilíndrico de cerâmica ou epóxi,


sendo depositada sobre este, por meio de um processo químico, uma camada de
filme de carbono ou filme metálico. São feitos cortes helicoidais nos filmes, cujo
ângulo determina o valor de sua resistência. A cobertura de esmalte é para
proteção de problemas mecânicos. O valor da resistência é apresentado em
código de cores, aplicado sobre a tinta de proteção. A figura 1.6 exemplifica os
resistores de filme.

Fig. 1.6
Código de cores

Valores das cores

Conforme mencionado nos itens anteriores, o código de cores é para


fornecer o valor da resistência do resistor. São colocadas no resistor listas com
cores, em que cada lista representa um valor numérico, conforme tabela.

Valor Cores Valor Cores


numérico numérico
0 Preta 5 Verde
1 Marrom 6 Azul
2 Vermelha 7 Violeta
3 Laranja 8 Cinza
4 Amarela 9 Branca
18

Tolerância

O código pode ser de 4 ou 5 cores, conforme o valor da tolerância do valor


da resistência do resistor.

A tolerância do resistor determina a faixa de valores que a sua resistência


pode assumir. É determinada em percentual do valor nominal do resistor, que
pode ser de 20,10 ou 5%, para resistores considerados comuns, e 1 ou 2% para
os considerados de precisão.

O valor nominal do resistor é o determinado pelo código de cores impresso


no seu corpo.

A tolerância apresenta as seguintes cores, conforme tabela:


Tolerância% Cores
20 Sem cor
10 Prata
5 Ouro
2 Vermelha
1 Marrom
Disposição das cores no resistor

As cores são dispostas no corpo do resistor indicando os algarismos


significativos e a potência de dez, sendo este um fator multiplicativo.
Para resistores com 4 cores a disposição é a seguinte: (Fig. 1.7)

Observe que o primeiro algarismo está mais ao extremo do corpo do


resistor.
19

 Exemplo

Suponha que um resistor tenha as seguintes cores: marrom, preta,


vermelha e ouro. O valor da resistência desse resistor será:

 1ª cor (marrom) - equivale a 1;


 2ª cor (preta) - equivale a O;
 3ª cor (vermelha) - equivale a 2.

Logo, o valor nominal da resistência será: 10.102 = 1000 Ω = 1 K Ω

A cor da tolerância é ouro, que equivale a 5%; então, o valor da resistência


está entre:

1 K Ω ±5% = 1 K Ω ± 50 Ω, ou seja, o valor da resistência está entre 950 Ω e 1050


Ω. Para resistores com 5 cores, a disposição é a seguinte: (Fig. 1.8)

O valor da resistência é obtido de forma idêntica à anterior.

Exemplo

Suponha que um resistor tenha as seguintes cores: vermelha, violeta,


vermelha, vermelha e marrom.

O valor da resistência desse resistor será:

 1ª cor (vermelha) – equivale a 2;


 2ª cor (violeta) - equivale a 7;
 3ª cor (vermelha) - equivale a 2;
 4ª cor (vermelha) - equivale a 2.

Logo, o valor nominal da resistência será: 272.102 = 27200 Ω = 27,2 K Ω.

A cor da tolerância é marrom, que equivale a 1%; então, o valor da


resistência está entre:
20

27200 Ω + 1% = 27200 Ω + 272 Ω e


27200 Ω - 1% = 27200 Ω - 272 Ω

ou seja, o valor da resistência está entre 269280 e 274720.

Observação

Para valores de resistência menores que 10 Ω o valor da potência de 10


deve ser menor do que 1; então para este caso, são encontrados os valores :
ouro, que equivale a -1, e prata, que equivale a -2.

 Exemplo

Suponha que um resistor tenha as seguintes cores: vermelha, violeta, ouro


e ouro.

O valor da resistência desse resistor será:

 1ª cor (vermelha) - equivale a 2;


 2ª cor (violeta) - equivale a 7;
 3ª cor (ouro) - equivale a-1.

Logo, o valor nominal da resistência será: 27x10-1 = 2,7 Ω

A 4ª cor da tolerância é ouro, que equivale a 5%; então, o valor da


resistência está entre:

2,7 Ω - 5% = 2,7 Ω + 0,135 Ω e 2,7 Ω - 5% = 2,7 Ω - 0,135 Ω, ou seja, o


valor da resistência está entre 2,565 Ω e 2,835 Ω.

Circuito elétrico

É formado quando se tem um “caminho” fechado por onde circula uma


corrente elétrica. Para que seja possível esta circulação são necessários uma
fonte de tensão, uma resistência e um caminho fechado, que é formado por
condutores. A figura 2.1 exemplifica um circuito elétrico.
21

A fonte de tensão é representada por uma bateria, a resistência por uma


lâmpada e o caminho fechado por fios condutores. Na presença de um interruptor,
haverá circulação de corrente somente quando o interruptor estiver fechado, ou
seja, seus contatos estiverem fechados.

Note que a corrente elétrica percorre todos os condutores do circuito; se


em algum ponto o condutor partir a corrente será interrompida.

A figura 2.1 é representada em eletricidade conforme a figura 2.2.

Lei de Ohm
A Lei de Ohm é a lei básica da eletricidade e eletrônica, fundamental para
o estudo e compreensão dos circuitos elétricos.

Nos meados de 1800, Georg Simon Ohm pesquisou a relação entre a


tensão existente sobre um simples circuito elétrico e a corrente através do
circuito. Ele descobriu que, em circuito onde a resistência não variava com a
temperatura, à medida que aumentava a tensão, a corrente aumentava na
proporção direta.

A constante de proporcionalidade é conhecida como “resistência elétrica”.


Esta relação pode ser escrita como:

V = R. I (Lei de Ohm)

Onde
22

V - tensão elétrica em volts (V)


R - resistência elétrica em ohms (Ω)
I - corrente elétrica em ampères (A)

Esboçando um gráfico da tensão em função da corrente, observa-se uma


relação linear, onde o coeficiente angular é o valor da resistência. (Gráf. 1)

Gráf. 1

Resistências lineares e não lineares

As resistências que acompanham a lei de Ohm para qualquer valor de


tensão são chamadas resistências lineares ou resistências ôhmicas; ou seja, o
valor da resistência é sempre constante, independente da tensão.

As resistências que não acompanham a lei de Ohm são chamadas


resistências não lineares. São resistências cujo valor varia em função da tensão
aplicada em seus terminais. A curva a seguir exemplifica uma relação tensão x
corrente para uma resistência não linear comparada com uma resistência linear.
(Gráf. 2)

V2 V1
As relações entre as tensões na resistência não linear e são
I2 I1
diferentes para cada valor de tensão V2 e V1; ou seja, o valor da resistência varia
conforme a tensão aplicada.

Para pequenas variações da tensão e da corrente é possível determinar o


23

valor da resistência dinâmica dada em ohms por:

V2  V1
R 
I 2  I1

Potência elétrica e energia


É a capacidade de realização de trabalho por unidade de tempo, ou seja, a
transformação da energia elétrica em outro tipo de energia, como energia
calorífica (forno), energia mecânica (motor), energia luminosa (lâmpada) etc.

Em um resistor, quanto maior a tensão elétrica aplicada, mais o resistor


tende a se aquecer, pois pela Lei de Ohm será maior a corrente que circulará por
ele.

A potência é proporcional à tensão e corrente aplicada a um resistor; logo,


pode-se escrever que:

Potência = tensão . corrente

A unidade da potência no sistema MKS é joules por segundo ou watts. Na


forma matemática, tem-se:

P=V.I

Onde
P - potência em watts (W)
V - tensão elétrica em volts (V)
I - corrente elétrica em ampère (A)

A partir da Lei de Ohm podemos escrever:


 a potência em função da resistência e corrente:

P = R . I2

 a potência em função da resistência e tensão

V2
P
R

sendo a unidade da resistência dada em ohms (Ω).

A potência elétrica determina a energia dissipada por um resistor em um


determinado tempo. Para se calcular a energia gasta durante este intervalo de
tempo basta multiplicar a potência dissipada durante este tempo pelo intervalo de
tempo.

Energia = potência . tempo


24

Onde

 energia - é dada em joule;


 potência - é dada em watts;
 tempo - em segundos.

Como esta unidade de energia é muito pequena, a unidade mais utilizada


na prática é o quilowatt - hora (kWh); note que a unidade de potência é dada em
quilowatt e o tempo em hora.

Análise de circuitos - aplicações das leis de Kirchhoff

Leis de Kirchhoff

As leis de Kirchhoff estabelecem regras para análise de circuitos. Entre


elas, a lei da conservação da energia, define que toda energia elétrica entregue
ao circuito deve ser transformada em corrente nos resistores do circuito.

1ª lei de Kirchhoff

Em um circuito elétrico típico a corrente tem vários caminhos a percorrer.

A junção de dois ou mais condutores em um circuito é chamado de nó.

O enunciado da 1ª lei de Kirchhoff é:

“A soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes


que saem deste mesmo nó”.

Expressando matematicamente: Σ I = 0

Compreende-se que as correntes que entram no nó foram consideradas


positivas, e as correntes que saem do nó são consideradas negativas.

A figura 3.1 exemplifica esta lei. Observe que o ponto marcado no circuito é
um nó, pois é o ponto onde a corrente encontra dois caminhos.

Aplicando a lei de Kirchhoff tem-se:

I – I1 – I2 = 0
25

logo

I = I1 + I2

2ª lei de Kirchhoff

O circuito mais simples é o que contém uma fonte de força eletromotriz


conectada a uma resistência.

A energia gerada pela fonte é igual à energia consumida pela resistência.

A idéia foi desenvolvida pelo físico alemão Gustav Robert Kirchhoff, e é


formalmente escrita como:

“Em uma malha ou caminho elétrico fechado, a soma das quedas de


tensão deve ser igual à soma das elevações de tensão”.

Uma malha é um caminho fechado para circular corrente. Escrita


matematicamente: Σ V = 0.

Compreende-se que é uma soma algébrica: se as elevações forem


consideradas positivas, as quedas serão consideradas negativas.

Seja o circuito da figura 3.2, composto de uma malha:

Observação

A fem E da fonte é a elevação de tensão.

A tensão V no resistor R é a queda de tensão.

Considerando a malha M no sentido horário positivo, as tensões que estão


no mesmo sentido da malha são positivas, e no sentido contrário, anti-horário,
negativas.

Observação

Na elevação de tensão a corrente sai pelo pólo positivo da diferença de potencial.

Na queda de tensão a corrente sai pelo pólo negativo da diferença de potencial.


26

Aplicando a 2a lei de Kirchhoff, tem-se:

+E–V=O

logo

E=V

Circuito série
Um circuito série é uma associação de resistores ligados em sequência, de
tal forma que a corrente que circula por um dos resistores é a mesma que circula
em todos os resistores da associação.

Para que isto ocorra é necessário que se forme somente um caminho para
a corrente do circuito.

Desta forma, os resistores devem ser ligados com o um terminal do resistor


ao terminal do outro, e assim sucessivamente. A figura 3.3 apresenta uma ligação
de circuito ligado em série.

No circuito da fig. 3.3 há somente um caminho para circular corrente, de


forma que:

I = I1 = I2 = I3

A corrente que circula por R1, R2 e R3 é a mesma corrente que circula pela
fonte E. Aplicando a 2ª lei de Kirchhoff, tem-se:

+ E - V1 - V2 – V3 = O

logo

E = V1 + V2 + V 3

multiplicando a equação acima por I, vem:


27

E . I = V1 . I + V2 . I + V3 . I

Mas tensão x corrente é igual à potência, daí:

Pfonte = PR1 + PR2 + PR3

Onde

Pfonte - potência fornecida pela fonte


PR1 - potência dissipada por R1
PR2 - potência dissipada por R2
PR3 - potência dissipada por R3

A potência fornecida pela fonte é igual à soma das potências dissipadas


pelos resistores do circuito, o que satisfaz a lei da conservação da energia.

Resistência equivalente de associação série

Resistência equivalente de um circuito de associação série é o valor da


resistência que, ligada à mesma diferença de potencial que a associação,
circulará à mesma corrente que circula na associação.

Ou seja, tomando a equação deduzida anteriormente, tem-se:

E = V1 +V2 +V3

aplicando a lei de Ohm, onde:

V1 = R1 . I1
V2 = R2 . I2
V3 = R3 . I3

e sabendo que: I = I1 = I2 = I3, vem,

E = R1 . I1 + R2. I2 + R3 . I3

ou:

E = (R1 + R2 + R3) . I

Dividindo por I, vem:

E
 R1  R 2  R 3
I

Note que o valor de E dividido por I é o de uma de resistência, que


relaciona a tensão da fonte com a corrente total do circuito série.

Logo, uma resistência cujo valor seja a soma das resistências associadas
28

em série no circuito será percorrida por uma corrente de mesmo valor que a
associação. Esta é a resistência equivalente Rs do circuito série.

Rs = R1 + R2 + R3

A idéia pode ser estendida para qualquer quantidade de resistores. No


caso de uma associação de n resistores a resistência equivalente é:
Rs = R1 + R2 + .... + Rn-2 +Rn-1 + Rn

Observação

O valor da resistência equivalente série Rs será sempre maior que o valor


da maior da resistência da associação.

Circuito paralelo
Um circuito paralelo é uma associação de resistores ligados de tal forma
que a tensão elétrica sobre um dos resistores é a mesma em todos os resistores
da associação.

Para que isto ocorra é necessário que se conecte os terminais dos


resistores ao mesmo potencial.
A figura 3.4 apresenta uma ligação de circuito ligado em paralelo.

No circuito da figura 3.4 os resistores estão ligados à mesma diferença de


potencial. Logo:

E = V1 = V2 = V 3

Ou seja, a tensão elétrica em Ri, Ra e a mesma tensão da fonte E.


Aplicando a lei de Kirchhoff, tem-se:

No nó A: +IA – I1 – IB = 0

No nó B: +IB – I2 – I3 = 0

IB = I 2 + I 3

Substituindo no nó A: +IA – I1 – I2 – I3 = 0
29

Fazendo IA = I, que é a corrente na fonte, tem:

I – I1 – I2 – I3 = 0
ou:

I = I1 + I2 + I 3

Note que a soma das correntes que circulam pelos resistores é igual à
corrente da fonte.

Multiplicando a equação acima por E, vem:

E . I = I1 . E + I 2 . E + I 3 . E

Mas, tensão x corrente é igual a potência, daí:

Pfonte = PR1 + PR2 + PR3

Onde
Pfonte - potência fornecida pela fonte
PR1 - potência dissipada por R1
PR2 - potência dissipada por R2
PR3 - potência dissipada por R3

A potência fornecida pela fonte é igual à soma das potências dissipadas


pelos resistores do circuito, o que satisfaz a lei da conservação da energia.

Resistência equivalente de associação paralela

Resistência equivalente de um circuito de associação paralelo é o valor da


resistência que, ligada à mesma diferença de potencial que a associação,
circulará à mesma corrente que circula na associação.

Ou seja, tomando a equação deduzida anteriormente, tem-se:

I = I1 + I2 + I 3

aplicando a Lei de Ohm, onde:

I1 = V1 / R1
I2 = V2 / R2
I3 = V3 / R3

Vem
I = V1 / R1 + V2 / R2 + V3 / R3

mas
30

E = V 1 = V 2 = V3

então

E E E
I  
R1 R2 R3

Passando E para o primeiro membro da equação, tem-se:

I 1 1 1
  
E R1 R2 R3

Note que o valor de I dividido por E é a soma do inverso das resistências, a


condutância, que relaciona a corrente total do circuito paralelo e a tensão da
fonte.

Esta é a condutância equivalente do circuito paralelo. Para determinar a


resistência equivalente Rp do circuito paralelo basta calcular o inverso da
condutância equivalente.

1 1 1 1
G   
Rp R1 R 2 R3

Logo uma condutância cujo valor é igual à soma das condutâncias


associadas em paralelo em um circuito será percorrida por uma corrente de
mesmo valor da corrente da associação.

A resistência equivalente Rp do circuito paralelo, será:

A idéia pode ser estendida para qualquer quantidade de resistores. No


caso de uma associação de n resistores, a resistência equivalente é:

1
Rp 
1 1 1
 
R1 R 2 R 3

Casos particulares

Associação paralela de resistores de mesmo valor - No caso de associação


paralela de resistores com resistência de mesmo valor, o valor da resistência
equivalente Rp da associação será o valor de uma das resistências dividido pelo
número de resistores da associação, ou seja, o valor da resistência equivalente Rp
de uma associação de n resistores de valor R será:

R
Rp 
n
31

Associação paralela de dois resistores - O valor da resistência equivalente Rp


de uma associação paralela de dois resistores é igual ao produto dos valores dos
resistores dividido pela soma dos valores dos resistores. Esta forma é conhecida
como produto pela soma.

Em associação paralela com R1 e R2, a associação equivalente Rp será:

R1 . R 2
Rp 
R1  R 2

Observação

O valor da resistência equivalente Rp de uma associação paralela deve ser


sempre menor que o valor da menor resistência da associação.

Divisores de tensão e corrente


Divisores de tensão

Seja o circuito da figura 3.5:

O valor da tensão V2, será:


V 2 = R2 . I

E
Mas: I 
R1  R2
Logo

R2 E
V2 
R1  R 2

Note que:

 a tensão sobre um resistor em uma associação série é igual ao valor da


resistência, dividido pela resistência equivalente da associação,
multiplicado pela tensão total da associação. Note que o valor de E é a
tensão nos terminais da associação série;
 o valor da tensão E pode ser dividido por um fator K, manipulando os
valores das resistências da associação;
 a fórmula acima, denominada divisor de tensão, pode ser estendida para
associação série de n resistores.
32

Divisor de corrente

Seja o circuito da figura 3.6.

O valor da corrente I2 será:


E
I2 
R2
R1 . R 2
Mas: E  R p  I T e Rp 
R1  R 2

R1 . R2 . I T
então: E
R1  R2

R1 . R2 1
Dai, I2 fica: I2  . IT .
R1  R2 R2

Simplificando:

R1
I2  . IT
R1  R2

Note que:

 a corrente sobre um resistor, em uma associação paralela, é igual ao


valor da outra resistência, dividido pela soma do valor das resistências da
associação, multiplicado pela corrente total da associação. Note que o
valor de Ir é a corrente nos terminais da associação paralela;
 o valor da corrente Ir pode ser dividido por um fator K, manipulando os
valores das resistências da associação;
 a fórmula acima é utilizada em associação paralela de dois resistores.

Circuito misto
E o circuito mais comumente encontrado, porque tem os dois tipos de
associações, série e paralela. Para determinar a resistência equivalente de um
circuito misto, deve-se identificar os tipos de associações e resolver em partes até
obter o valor de somente urna resistência, que, ligada à mesma fonte do circuito
misto, fornecerá a mesma corrente que circula no circuito.
33

Seja o circuito da figura 3.7.

Os resistores R2 e R3 estão em paralelo, pois os terminais desses


resistores estão ligados juntos, de forma que se tem a mesma diferença de
potencial.

Então, pode-se calcular uma resistência Rp, que equivale a esta


associação, e substitui-la no circuito. Tem-se o seguinte circuito equivalente ao
anterior (Fig. 3.8):

Onde

Rp é igual a R2 paralelo com R3

O novo circuito apresenta uma associação série com R1 e Rp. Calcula-se o


valor de uma resistência equivalente desta associação, que será o valor da
resistência equivalente RM de todo o circuito.

O circuito equivalente do circuito total será: (Fig. 3.9)

O valor de RM é: RM = R1 + Rp
34

Observação

Este circuito apresenta uma associação paralela (R2 e R3) e uma


associação série (R1 + Rp), logo denomina-se circuito misto.

 Exemplo

Calcular o valor da resistência equivalente para o circuito da figura 3.10.

Dados: R1 = 270 Ω; R2 = 470 Ω; R3 = 330 Ω

Solução

Fazendo o paralelo entre R2 e R3, tem-se:

470. 330
Rp   193,9 
470  330

O circuito fica: (Figura 3.11)

Tem-se uma associação série com R1 e Rp calculando a resistência


equivalente dessa associação:

RM = 270 + 193,9 = 463,9 Ω

O circuito equivalente fica: (Figura 3.12)


35

Onde

RM é o valor da resistência equivalente do circuito misto.

Fontes de energia

As fontes de energia apresentadas anteriormente são fontes de energia


ideal. Na prática, as fontes de energia consomem parte da energia gerada em
circuitos internos tais como, contatos, circuitos internos etc.

Esta energia consumida pelas fontes pode ser representada por uma
resistência Ri, denominada resistência interna da fonte.

Fonte de tensão

Em uma fonte de tensão ideal, a tensão em seus terminais se mantém


constante, independente da corrente solicitada a esta fonte. Em uma fonte real, à
medida que se solicita mais corrente a tensão em seus terminais tende a diminuir.

Uma fonte real é representada por uma fonte ideal em série com uma
resistência interna, conforme a figura 3.13:

Onde

E - tensão gerada
IF - corrente solicitada da fonte
Ri - resistência interna
Rext - resistência externa à fonte
Eext - tensão nos terminais da fonte

À medida que a resistência Rext diminui, a corrente IF que circula pelo


circuito aumenta, logo, a queda de tensão em Ri aumenta, diminuindo a queda de
tensão Eext sobre a resistência externa.

Em uma fonte ideal a resistência Ri é igual a zero. Então, para qualquer de


valor de Rext a tensão Eext será sempre igual a E.
36

Pode-se, então, escrever:

Eext = E - Ri x IF

que é a equação geral da fonte de tensão, quanto menor a resistência R i,


menores as perdas de energia pela fonte.

Fonte de tensão real x fonte de tensão ideal - A seguir é apresentado um


gráfico tensão x corrente comparativo das duas fontes. (Gráf. 3)

Gráf. 3

O gráfico apresentado tem um comportamento linear, equação do tipo y =


Ax + B onde A é o coeficiente angular (tangente do ângulo de inclinação da reta) e
B o coeficiente escalar (o valor da ordenada para X= O).

Comparando com a equação da fonte de tensão notamos que: R i


determina a inclinação da reta, sendo, portanto o coeficiente angular tg θ e B é o
valor E.

Para fonte ideal Ri é igual a zero, visto que não há inclinação da reta:
Eext = E, e para a fonte real:

variação da tensão E
Ri  
variação da corrente I

Fonte de correntes

Em uma fonte de corrente ideal, a corrente em seus terminais se mantém


constante, independente da tensão solicitada a esta fonte. Em uma fonte real, à
medida que se solicita mais tensão em seus terminais a corrente fornecida pela
fonte tende a diminuir.

Uma fonte real é representada por uma fonte ideal em paralelo com uma
resistência interna. A figura 3.14 apresenta o símbolo de uma fonte de corrente
para uma fonte ideal e uma fonte real.
37

SÍMBOLO DE FONTE FONTE DE CORRENTE


DE CORRENTE REAL COM CARGA
Fig. 3.14

Onde

I - corrente gerada pela fonte


Ri - resistência interna
Rext - resistência externa à fonte
Iext - corrente nos terminais da fonte

À medida que a resistência Rext diminui, a corrente Iext que circula pelo
circuito aumenta; logo, a corrente em Ri diminui. À medida que a Rext aumenta, a
corrente Iext diminui; logo, a corrente sobre a resistência interna aumenta,
alterando assim a tensão sobre a resistência externa Rext.

Em uma fonte ideal a resistência Ri é igual a infinito. Então, para qualquer


valor de Rext a corrente Iext será sempre igual a 1.
Pode-se, então escrever:

1
I ext  I V .
Ri
que é a equação geral da fonte de corrente. Quanto maior o valor da resistência
Ri, menores as perdas de energia pela fonte.

Fonte de corrente real x fonte de corrente ideal - A seguir é apresentado um


gráfico corrente x tensão comparativo das duas fontes. (Gráf. 4)

O gráfico apresentado tem um comportamento linear, equação do tipo y =


Ax + B, onde A é o coeficiente angular (tangente do ângulo de inclinação da reta)
e B o coeficiente escalar (o valor da ordenada para X= O).
38
39

Comparando com a equação da fonte de corrente notamos que: 1/R i


determina a inclinação da reta, sendo, portanto o coeficiente angular tg θ , e B é o
valor I.
Para fonte ideal Ri é igual a infinito, visto que não há inclinação da reta:
Iext = I , e para a fonte real:

1 variação da corrente  I
 
Ri variação da tensão V

Diferença de potencial e nomenclatura de duplo índice


A diferença de potencial, como o próprio nome diz, é uma subtração do
valor de potencial elétrico entre dois pontos no circuito.
Seja o circuito da figura 3.15:

A tensão V1 é a tensão sobre o resistor R1; no circuito observa-se que a


tensão V1 é a tensão entre os pontos “a” e o ponto “b”. Para medir a tensão V 1,
deve-se colocar os terminais do voltímetro nesses pontos. Nota-se que a tensão
no ponto “a” é maior que a tensão no ponto “b”, pois V 1 é uma queda de tensão.
De forma que a diferença de potencial V1 é o potencial em “a” menos o potencial
em “b”, ou seja:

V1 = Va – Vb = Vab

Onde

Vab é a nomenclatura de duplo índice, sendo o “a” o primeiro índice e o “b”


o segundo índice, neste caso.

Assim:
V2 = Vb – Vc = Vbc
V3 = Vc – Vd = Vcd

A soma das tensões V1 e V2, é:


V1 + V2 = Va - Vb + Vb - Vc = Va - Vc = Vac
40

A soma total das quedas de tensões do circuito V1, V2 e V3, é:

V1 + V2 + V3 = (V1 + V2) + V3 = Va - Vc + Vc - Vd = Va - Vd = Vab

Pela lei de Kirchhoff, a soma das quedas é igual à soma das elevações das
tensões; então, a soma de V1, V2 e V3 é igual à tensão E. Assim E = Vad, observa-
se que os terminais da fonte são os pontos “a’ e “d”.
Sendo a diferença de potencial uma subtração de potencial nos pontos, o
valor da diferença será positivo se o subtraendo for maior que o subtrator e vice-
versa. No caso da queda de tensão Vab, é positivo pois o potencial em “a” é maior
que o potencial em “b”.
Os terminais do voltímetro são um terminal positivo e o outro negativo;
então, a diferença de potencial será positiva se colocar o terminal positivo no
potencial maior e, consequentemente, o terminal negativo no potencial menor.
Caso contrário, negativo.
Se invertermos a posição dos terminais teremos uma medida de diferença
de potencial negativa.
Ou seja, no circuito, se medirmos a tensão V 1 sobre o resistor R1 com os
terminais invertidos, a leitura será negativa. Pois medir-se-á:

- V1 = Vb - Va = Vba = - (Va – Vb) = - Vab

Logo

Vab = - Vba

Pois o potencial no ponto “a” é maior que o potencial no ponto “b”.


A diferença de potencial é indicada no circuito por “flechas” onde a seta
aponta para o potencial que leva o primeiro índice e o fim do segundo índice.
Observa-se no circuito que as tensões indicadas nele são Vab, Vbc e Vcd; como são
quedas tornam-se positivos.

Análise de circuitos de corrente alternada

Chama-se corrente ou tensão alternada aquela cuja intensidade e direção


variam periodicamente, sendo o valor médio da intensidade durante um período
igual a zero.

As centrais elétricas produzem e os consumidores (residenciais e


industriais) consomem a corrente alternada, pois é esta corrente utilizada por
transformadores que irá compatibilizar os níveis de tensão para o trabalho. Além
disto, nas industrias principalmente, os motores mais utilizados são os de corrente
alternada, mais simples, resistentes e de baixo custo comparados com os
motores de corrente continua.

É de suma importância a possibilidade de transfornar a energia elétrica. A


corrente alternada de pequena intensidade e alta tensão pode ser transformada
de uma maneira simples, e com pequenas perdas, em correntes de alta
intensidade e baixa tensão e vice-versa.
41

Tensão alternada

A tensão alternada é obtida através do 3° fenômeno do eletromagnetismo,


que diz:

“Se um condutor estiver imerso num campo magnético, desde que haja
movimento relativo entre eles, surgirá entre seus terminais uma fem induzida.”

De forma bem simplificada, o enunciado da Lei de Faraday pode ser


visualizado através da figura a seguir, que apresenta um gerador de uma
hidrelétrica. É a forma mais utilizada para a geração de energia elétrica no nosso
país em virtude do aproveitamento da energia mecânica das águas para a
conversão de energia.

A usina hidrelétrica e constituída basicamente de uma turbina (conjunto de


pás ligadas a um eixo) e um rotor, que vai movimentar as espiras que estão
imersas num campo magnético.
A energia das águas move a turbina, que por sua vez aciona o rotor, tendo
como consequência uma variação de fluxo magnético sobre suas espiras, devido
a variação do ângulo θ, isto é, variação da área projetada das espiras, na direção
perpendicular ao campo magnético. Dessa forma, de acordo coei a Lei de
Faraday.


E surge uma fem induzida.
t

A representação de tensão e, por sua vez, da corrente alternada gerada,


poderá ser analisada a partir da figura do gerador elementar. (Fig. 7.2)
42

A representação mostra apenas as partes responsáveis pela conversão de


energia: o campo magnético bipolar e uma espira. Nos terminais desta espira
existem dois anéis coletores, um em cada extremidade. A tensão e, por sua vez, a
corrente gerada serão coletadas através do contato deslizante entre os anéis
coletores e a escova.

A corrente alternada é um processo periódico: os valores instantâneos da


corrente alternada são senoidais (variam em função do seno do ângulo formado
entre as linhas de indução e os condutores da espira) e podem ser demonstrados
pela seguinte expressão matemática:

i = Im sen (ωt + θ)

Onde

i - é a corrente instantânea
Im - é o valor máximo da corrente senoidal
ω - é a velocidade angular da corrente alternada
t - é o tempo (define o valor da corrente naquele instante)
θ - é o ângulo de fase em relação origem 0°
é, no momento que começa a contagem do tempo, conforme a figura 7.3.

O método da construção da curva senoidal é obtido da seguinte forma:

 a posição da espira mostrada na figura anterior será determinada por um


vetor que é perpendicular ao seu plano:
 a explicação para a construção da curva senoidal será definida através do
vetor que determina a posição da espira dentro do campo magnético:
 o segmento Im, é o valor máximo da corrente e representa o vetor da
intensidade da corrente que é um valor senoidal. No plano ortogonal (eixo da
corrente Y e tempo X) o vetor da intensidade da corrente está orientado, no inicio,
paralelamente ao eixo horizontal (eixo X). É esta a sua posição quando t = 0, isto
é, no momento que começa a contagem do tempo, conforme a figura 7.3.
43

Por convenção o sentido da velocidade angular ω é anti-horário (contrário


aos movimentos dos ponteiros do relógio).
O vetor gira com velocidade angular constante (ω) e durante um período
percorre 2π (radianos), logo a velocidade angular do gerador é:

2
 
T

como o inverso do período é a frequência, tem-se:

1
f
T

Então:

  2 f

Durante o intervalo t1, a partir do momento em que começa a geração, o


vetor Im roda formando o ângulo ωt1. A projeção obtida a partir do eixo horizontal
(0°) será, nestas condições, Im sen ωt1.

Para o tempo t2, a partir do momento que começa a geração. o


comprimento da projeção, da mesma forma será Im sen ωt2. E finalmente, no
T
intervalo t 3  , isto é a um quarto do período depois, o vetor Im , ocupa uma
4
posição perpendicular em relação ao eixo horizontal e o comprimento da projeção

será Im sen  Im
2

Na base destes cálculos, conforme a figura 7.2, constrói-se uma curva


senoidal. No eixo das abscissas são marcados os instantes t1,t2,t3..., e no eixo das
ordenadas, as projeções ou segmentos Im sen ωt1 , Im sen ωt2 , Im sen ωt3 ...

Para o tempo t4 a projeção da perpendicular diminui daquele valor de t 3. No


T
momento t 5  o vetor Im ocupa uma posição horizontal, isto é, Im sen ωt5 = Im
2
44

sen 0 = 0.

O valor senoidal passa por zero e a curva atravessa o eixo das abscissas.

Continuando a análise, a rotação do vetor desce abaixo do eixo horizontal


que seria os instantes t6, e t7. A projeção Im sen ωt torna-se um valor negativo e o
semiciclo curva senoidal fica abaixo do eixo das abscissas.

Durante o intervalo t = T o vetor Im faz uma volta completa, percorrendo 2π


(radianos) e o período do valor senoidaL termina. No próximo período todas as
sua variações devem repetir-se. Assim se constrói a curva senoidal que mostra a
variação instantânea da corrente senoidal.

De uma maneira geral, o


momento inicial do tempo não
coincide com o valor da onda
senoidal por zero; por isto,
pode existir um certo ângulo θ
do tempo. Pela figura 7.4, nota-
se que no momento em que se
inicia a contagem de tempo a
grandeza já tem o valor Im sen
(ωt + θ). O ângulo θ determina
o ângulo inicial de fase.

Como se pode observar, no momento inicial a curva senoidal tem uma


intensidade, para este caso positiva, o a expressão da forma de onda senoidal
será i = Im sen (ωt + θ)

A corrente senoidal (i), que tem como expressão i = Im sen (ωt + θ), é
gerada por uma fonte cuja tensão (e) tem como expressão e = E sen (ωt + β)
(Fig. 7.5)
45

Onde

β - ângulo inicial de fase da tensão


θ - ângulo inicial da corrente

Conceitos fundamentais de uma forma de onda senoidal

Forma de onda - E a representação gráfica de um parâmetro elétrico (V, I,


P) em função do tempo ou ângulo, por exemplo: é comum dizer que forma de
onda é um gráfico V x t, I x t, P x t. Geralmente para sinais elétricos, a forma de
onda segue uma função matemática, sendo sua variação dada em função do
tempo, ângulos (graus ou radianos)

Tensão e corrente alternada - E aquela que varia sua intensidade e polaridade


em intervalos regulares de tempo.

Ciclo - E a menor porção não repetitiva de uma forma de onda periódica, ou seja,
é a sucessão de valores de uma forma de onda sem que ocorra a repetição do
processo.

Período - T - É o intervalo de tempo para que um ciclo se complete. Sua unidade


é o segundo (S).
46

O gráfico 11 apresenta algumas de ondas indicando período e ciclo.

Frequência f - É o número de ciclos que a forma de onda descreve durante


tempo de 1 segundo.

Sua unidade é o hertz, Hz. Uma forma de onda tem a frequência de 1 Hz,
quando completa um ciclo em 1 segundo.

Então: 1 ciclo / s = 1Hz

Sabendo-se o valor do período da forma de onda T calcula-se a frequência


1
f  .
T

Onde

F - é a frequência da grandeza I ou V
T - é o período da forma de onda

Velocidade angular ω - É a razão entre o ângulo descrito pela espira e o


tempo gasto em descrevê-lo ou seja,



t

Onde

ω - é a velocidade angular
θ - é o ângulo descrito pela espira
t - é o tempo

Em uma volta completa, o ângulo θ vale 2π (rd) e o tempo gasto para


descrevê-lo é igual ao período T em segundos. Portanto, pode-se deduzir que:
47

2
 (rd / s)
T

1
Como  f
T

ω = 2πf (rd/s)

• Exemplo

Dada uma tensão senoidal: V = 100 sem (1000t + 45°), determine:

a) a frequência e o período da forma de onda;


b) o primeiro instante que a forma da onda da tensão passa por zero

a) Como a velocidade angular, ω = 1000 rad/seg, e como:

 1000
  2 f → f  → f  → f  159,16 Hz
2 2

Como o período T é o inverso da frequência, temos

1
T  → T  6,28 ms , ou seja, 1 ciclo é completado a cada 6,28 ms.
f

b) Como a expressão está adiantada da referência 0° de 45° determina-se



o primeiro instante que a forma de onda passa por zero. Como 45° = , temos:
4
 3 3
1000t  rad   rad → 1000t  rad →  0,002356
4 4 4000

e então:

t = 2,36 ms.
48

Circuito resistivo puro

Como a resistência de um material só varia em função da natureza do


material da seção transversal, do comprimento e da temperatura, pode ser
considerada constante, nesse caso.

A corrente, então, surge devido à tensão da fonte a da resistência do


resistor:

Vm sen  t
i → i  Im sen  t
R

A corrente no circuito que contêm apenas a resistência R coincide, quanto


à fase, com a tensão, ou seja:

• no circuito resistivo puro a tensão e a corrente estão em fase. (Graf. 12)

Gráf. 12

Circuito indutivo puro

A indutância em um circuito que tem o elemento indutor puro surge devido


a:

L  .
i

Se existisse esse indutor puro, a corrente neste circuito seria devida à ação
da força eletromotriz da auto-indução e a Lei da Lenz.
49

A tensão de auto-indução surge em função de:

di
VL   L
dt

d(I m sen  t )
VL   L
dt

Como a derivada de sen u’ = (cos u) . u’

Então: d (sen ωt) = cos ωt . ω

A tensão no indutor passa e ser: VL = ω . L . Im cos ωt

O sinal negativo surge devido á Lei de Lenz.

Para se converter uma forma de onda cossenoidal para senoidal basta



adicionar a forma de onda senoidal 90° ou . Então:
2


VL   . L . I m . cos  t   . L . I m . sen ( t  )
2

A corrente num circuito indutivo puro está atrasada da tensão de 90°.

Onde

ω. L = XL - (XL é a reatância indutiva)

XL = 2 π f L

A unidade da reatância indutiva é o ohm (Ω).

Reatância indutiva XL é a oposição que a corrente alternada encontra ao


passar por um indutor.
50

Circuito capacitivo puro

A corrente surge somente quando o capacitor é submetido á tensão e


desaparece quando a carga deste se iguala á tensão da fonte.

Quando ligado a uma tensão alternada senoidal v = V m sen ωt varia


periodicamente e faz variar da mesma forma a carga do capacitor, pois Q = v . C
= Vm . C sen ωt.

As variações da carga originam a corrente alternada no circuito, pois


quando a carga aumenta os elétrons nos fios irão deslocar-se numa direção, e
quando a carga diminui os elétrons deslocam-se em sentido contrário. Se a
variação da carga fosse uniforme:

Q
i 
t

dQ
Porém, a carga não varia uniformemente. Por isso, i 
dt

A capacitância C é um valor constante, por isso dQ = C dv, e uma vez que


a tensão é v = Vm sen ωt, tem-se:

dQ C dv d (sen  t )
i  → i  Vm . C
dt dt dt

Como

d(sen ωt) = cos ωt . ω

 
i  C. Vm . cos  t → i   C . Vm . sen   t  
 2

No circuito capacitivo puro a corrente está adiantada da tensão de 90°.

Para tornar a expressão coerente com a Lei de Ohm, a corrente é expressa


da seguinte forma:

 
Vm sen   t  
Onde: i   2
1
C
51

1
é a reatância capacitiva Xc
C

Então

1 1
XC  
 C 2 f C

A unidade da reatância capacitiva é o ohm (Ω).

Reatância capacitiva é a oposição que a corrente alternada encontra ao


passar por um capacitor. (Gráf. 14)

Circuitos trifásicos

Tensões e correntes trifásicas são geradas da mesma forma que as


monofásicas. Um sistema trifásico é constituído da três sistemas monofásicos,
defasados entre si de 120°. No sistema trifásico, as tensões geradas terão
normalmente o mesmo módulo e a mesma frequência.

O gerador monofásico tem apenas uma bobina e nela é induzida uma fem.
Se em vez de uma bobina, forem usadas três bobinas deslocadas ou defasadas
geometricamente de 120° uma da outra ocorrerá uma distribuição simétrica das
bobinas, obtendo-se aí um gerador trifásico.

Como já foi estudado anteriormente, as fems induzidas dependem da


posição das bobinas que se encontram com relação ao campo magnético, onde,
por meio da regra da mão direita de Fleming convenciona-se o seu sentido.

Devido às bobinas estarem defasadas uma das outras de I20° surge,


então, uma tensão e por sua vez uma corrente elétrica defasadas de 120°
elétricos, conforme a figura 8.1.
52

Fig. 8.1

Observando-se as formas de ondas obtidas, verifica-se que a sequência de


geração das tensões foi ABC, ou seja, o rotor gira num sentido tal que a fase B
está atrasada de 120° da fase A, assim como a fase C está adiantada de 120° da
mesma fase A.

Identificação das fases do gerador trifásico

A tensão e a corrente elétrica podem ser representadas por fasores, que


determinam o módulo e as relações de tempo das fases.

É comum representar as bobinas do gerador trifásico com sequência de


letras, que podem ser ABC e RST, originando os terminais das bobinas com a
mesma identificação conforme a figura 8.2.

É de fundamental importância que as tensões e correntes sejam


identificadas adequadamente. Para isto é comum utilizar a notação duplo índice,
usada anteriormente em circuitos monofásicos.

Daí identificar as tensões, como por exemplo:

VAA’ , VBB’ , VCC’

Estes índices mostram que a tensão é medida a partir do primeiro índice


para o segundo, onde cada um se refere a um ponto no circuito, de acordo com a
figura a seguir:
53

Então a identificação VAA’ representa a tensão do ponto A em relação ao


ponto A’.

Estas tensões podem ser representadas pelos fasores (Fig. 8.3), não
esquecendo de tomar como referência o sentido da velocidade angular (anti-
horário).
Conexão do gerador em estrela (Y)
A ligação estrela é obtida através da interligação dos terminais A’, B’ e C’
por exemplo. Esta conexão é chamada estrela, pois as bobinas podem ser
dispostas de tal forma que representam a figura Y (estrela) conforme a figura 8.4.

A interligação dos condutores A’, B’ e C’ originou Um ponto comum ás três


bobinas denominado neutro.

A sequência de fase do sistema utilizado determina o sentido da rotação


dos geradores trifásicos, dar obter dois sistemas distintos, o ABC ou CBA (RST
ou TSR).
54

O sistema ABC é o mais utilizado. Por isto será a sequência utilizada neste
trabalho.

Através da conexão estrela do gerador obtém-se dois valores de tensão


trifásica: uma tensão é medida na fase do gerador (nos terminais de cada bobina),
denominada tensão de fase; outra tensão é medida entre os terminais que
formam a estrela do gerador. Para identificar estas tensões do gerador será
usada a letra V, conforme a figura 8.5.

Diagrama fasorial

O diagrama fasorial ou das tensões para a conexão estudada pode ser


visto em duas etapas. de acordo com as tensões verificadas na ligação estrela,
conforme a figura 8.6.

Pode-se observar que as três tensões do diagrama fasorial são as tensões


55

medidas em cada bobina do gerador. denominadas tensões de fase.

A tensão nos terminais externos do gerador, isto é, a tensão de linha, é a


soma fasorial das tensões de fase da seguinte forma:

EAB = EAN – EBN → EAB = EAN + ENB


EBC = EBN – ECN → EBC = EBN + ENC
ECA = ECN – EAN → ECA = ECN + ENA

As expressões podem ser demonstradas no diagrama fasorial (Fig. 8.7)

Pode-se perceber que a tensão de linha é maior que a tensão de fase, e


que está defasada, adiantada de 30°.
Estas relações existentes entre as tensões de linha e de fase podem ser
comprovadas matematicamente da seguinte forma:

E AB  E AN  0  E BN  60
56

1 3 
E AB  E AN 1 j0   E BN   j
2 2 

Como E AN  E BN

Tem-se

 1 3 
E AB  E AN 1 j0   j
 2 2 

3 3 
E AB  E AN   j
2 2 

Convertendo para a forma polar, tem-se:

2
 3   3 
2
3 /2
E AB  E AN     arc tg
 2   2  3/2

9 3 3
E AB  E AN   arc tg
4 4 3

E AB  E AN 3  30

Conclui-se que a tensão de linha EAB é √3 vezes maior que a tensão de


fase EAN, está adiantada de um ângulo de 30°.
Da mesma forma que foi realizada a soma fasorial para obter a tensão de
linha EAB, pode-se determinar também as tensões EAB e ECA e conclui-se que a
tensão de linha é maior que tensão de fase √3 vezes e está adiantada de 30°.

Cargas equilibradas conectadas em estrela

Cargas equilibradas são cargas que possuem a mesma


característica e mesmo valor, ou seja, são impedâncias que possuem o mesmo
módulo, conforme a figura 8.8.
57

Conforme a figura 8.8 tem-se

VAN VBN VCN


IA  IB  IC 
ZA ZB ZC

Como: ZA = ZB = ZC → IA  IB  IC

As correntes IA, IB e IC estão defasadas de 120°, independente das


características (resistivas, indutivas ou capacitivas) das impedâncias, como por
exemplo um circuito de característica indutiva. (Fig 8.9)

Conforme o diagrama elétrico da conexão estrela, o fio neutro é ligado no


ponto comum da ligação das três cargas. A intensidade da corrente, nesse
58

condutor, é determinada da seguinte forma:

   
I N  IA  IB  IC

Considerando uma carga com as mesmas características do diagrama


fasorial anterior, onde o ângulo θ da impedância vale por exemplo 30°, tem-se:

I N  I A   30  I B   150  I C  90

I N  I A (0,86  j0,5)  I B (0,86  j0,5)  I C (0  j1)

IN  0 A
59

Conclui-se então que cargas equilibradas, quando conectadas em estrela,


a corrente no condutor neutro será 0 A. Matematicamente, o cálculo das
grandezas deste circuito independe do circuito estar ou não com o fio neutro
conectado.

Recomenda-se sempre ligar o fio neutro, no ponto comum das cargas


trifásicas conectadas em estrela, pois se ocorrer um desequilíbrio casual de
carga, o neutro será a proteção para o circuito, não deixando variar a tensão nas
demais cargas.

Cálculo da potência para cargas equilibradas conectadas em estrela

A potência no circuito trifásico em estrela é determinada através da


potência de fase, isto é, da potência individual das cargas que constituem o
circuito, e através da potência total, que é a soma das potências individuais.

Considerando as seguintes grandezas

VF - tensão de fase
IF - corrente de fase
θ - o ângulo da impedância (ou ângulo de defasagem entre V e I)
PF - a potência de fase
PT – a potência total

A potência individual ou a potência de fase será

PF = VF . IF cos θ

A potência total da conexão estrela será

PT = 3 VF . IF cos θ

Uma outra expressão para a potência total pode ser deduzida da seguinte
forma:

PT = 3 VF . IF cos θ

VL
PT  3 . I F . cos 
3

PT  3 . VL . I cos 

Da mesma forma que foi demonstrada a potência efetiva de fase (P F) e


total (PT), pode-se determinar as potências reativas (QF e QT) e aparentes (SF e
ST ).

Potências de fase

QF = VF I sen θ
60

SF = V F I

Potências totais

QT = 3 QF = 3 VF . I sen θ
ST = 3 SF = 3 VF . I

O fator de potência do circuito será:

P
cos  
Q

Ligação do gerador em triângulo

O gerador trifásico também pode ser conectado em triângulo, de forma que


o início da primeira bobina seja ligado com o final da última bobina, originando a
fase A; o início da segunda bobina seja ligado como final da primeira, originando a
fase B; e o início da terceira bobina seja ligado como final da segunda bobina,
originando a fase C, por exemplo, como mostra a figura 8.10.
61

Pode-se observar que, na ligação triângulo, não existe o fio neutro, o que é
desvantagem em determinados casos.

A conexão triângulo é assim chamada porque os seus terminais podem ser


dispostos geometricamente, de tal forma que se apresente a figura triângulo Δ
como mostra a figura 8.11.

A figura mostra que a tensão nos terminais da bobina do gerador, ou seja,


a tensão de fase é igual à tensão nos vértices da conexão deIta, que é a tensão
de linha, ou melhor:

VF = V L

Percebe-se, também, que existem duas correntes nesta conexão: uma em


cada bobina do gerador denominada de corrente de fase; e a outra corrente, que
é a soma das duas, denominada corrente de linha.

Os sentidos das setas colocadas no interior da conexão triângulo estão em


forma didática, com o objetivo de facilitar a interpretação dos cálculos das
correntes de fase e de linha.

Para análise das correntes no gerador, será demonstrado, primeiramente,


o diagrama fasorial das correntes de fase, tomando a corrente IAB na referencia 0°
conforme a figura 8.12.
62

A corrente de linha é a soma fasorial das correntes de fase da seguinte


forma:

     
I A  I AB  I CA  IA  I AB  I AC

     
I B  I BC  I AB  IB  I BC  I BA

     
I C  I CA  I BC  IC  I CA  I CB

O diagrama fasorial da figura 8.13 mostra as correntes de fase e de linha.

Pode-se observar que a corrente de linha é maior que a corrente de fase. A


relação que existe pode ser analisada, por exemplo, IAB + IAC = IA.

I A  I AB  0  I AC   60

1 3 
I A  I AB 1 j0   I AC   j
2 2 
63

Como

I AB  I AC

Tem-se

 1 3 
I A  I AB 1 j0   j
 2 2 

3 3 
I A  I AB   j
 2 2 

2
 3
2
 3
I A  I AB     

 2  2 

I A  I AB 3

X 3 /2
  arc tg  arc tg    30
R 3/2

I A  I AB 3   30

Conclusão:

A corrente de linha IA é maior que a corrente de fase √3 vezes, e está


atrasada de 30° ou seja

IL  IF . 3   30

Cargas equilibradas conectadas em triângulo

A análise de cargas equilibradas, ligadas em triângulo, deve ser feita


conforme a figura 8.14.
64

As correntes de fase podem ser calculadas da seguinte forma:

VAB VBC VCA


I AB  I BC  I CA 
ZA ZB ZC

Considerando a tensão VAB na referência 0° e considerando uma carga


com características capacitivas, por exemplo, com uma impedância
Z  Z   30  . Obtêm-se o seguinte diagrama fasorial das correntes e tensão.

Matematicamente, a corrente de linha pode ser calculada como a relação


entre IL e IF e é a mesma para qualquer fase. Como exemplo calcularemos a
corrente IA.

I A  I AB  30  I AC   30
65

 3 1  3 1 
I A  I AB   j   I AC 
 2  j
 2 2  2 

Como I AB  I AC , tem-se:

 3 1 3 1  3 
I A  I AB   j   j   I A  I AB  2  j0 
 2 2 2 2  2 

I A  I AB 3

X
  arc tg  arc tg 0  0
R

I A  I AB 3  0 , ou seja, I L  I F 3   30

Conclusão

A corrente de linha é maior que a corrente de fase √3 vezes e está


atrasada de 30° em relação a ela (fase).

Cálculo da potência

Da mesma forma que na ligação estrela, o cálculo da potência no circuito


triângulo pode ser determinado a partir das potências de fase, ou seja, da
potência individual de cada impedância. De maneira resumida pode-se verificar as
três potências:

PF = VF IF cos θ
QF = VF I sen θ
SF = V F I

As potências totais podem ser expressas por:

PT = 3 VF IF cos θ
QT = 3 VF I sen θ
ST = 3 VF I

As potências totais podem ser expressas por:

IL
PT  3 V I F cos   PT  3 V cos   PT  3 V I L cos 
3

Q T  3 V I F sen   Q T  3 V I L cos 

ST  3 V I F  ST  3 V IL
66

O fator de potência pode ser determinado da seguinte forma.

P
cos  
S

Portanto, o fator de potência resultante de um circuito com cargas trifásicas


equilibradas é o cosseno do ângulo da impedância.

Acionamentos Elétricos

Este estudo tem como objetivo apresentar alguns dos mais variados tipos
de dispositivos elétricos utilizado na montagem de comandos elétricos, apontando
características físicas e construtivas dos mesmos. Analisaremos também o
funcionamento elétrico destes, a fim de que possamos entender com mais clareza
e objetividade, o seu princípio de funcionamento e a sua aplicabilidade, como
também, alguns dos sistemas de partida utilizados para motores.

Fusíveis
São dispositivos usados nas instalações elétricas com a função de
proteger os circuitos contra os efeitos de curto-circuito ou sobrecargas.

Simbologia

Constituição

São partes da constituição dos fusíveis: o contato, o corpo isolante, o elo


de fusão e o indicador de queima. (Fig. 1.2)
67

Contatos
Servem para fazer a conexão dos fusíveis com os componentes das
instalações elétricas. Feitos de latão ou cobre prateado, para evitar oxidação e
mau contato.
Corpo isolante

É feito de material isolante de boa resistência mecânica, que não absorve


umidade. Geralmente de cerâmica, porcelana ou esteatita. Dentro do corpo
isolante se alojam o elo fusível e, em alguns casos, o elo indicador de queima,
imersos por completo em material granulado extintor - areia de quartzo de
granulometria adequada de (acordo com a corrente máxima circulante).

Elo de fusão- Material condutor de corrente elétrica e baixo ponto de


fusão, feito em forma de fios ou lâminas.

Em forma de fio- A fusão pode ocorrer em qualquer ponto do elo (fio).

Em forma de lâmina - Assumem diversas formas de seção, conforme


descrito a seguir.

Elo fusível com seção constante - A fusão pode ocorrer em qualquer


ponto do elo. (Fig. 1.4)

Elo fusível com seção reduzida normal - A fusão sempre ocorre na parte
onde a seção é reduzida. (Fig. 1.5)
68

Elo fusível com seção reduzida por janelas - A fusão sempre ocorre na
parte entre as janelas de maior seção. (Fig. 1.6)

Elo fusível com seção reduzida por janelas e um acréscimo de massa no


centro - A fusão ocorre sempre entre as janelas. (Fig. 1.7)

Elo indicador de queima - É constituído de um fio muito fino, que está


ligado em paralelo com o elo fusível. No caso de fusão do elo fusível, o fio do
indicador de queima também se fundirá, provocando o desprendimento da
espoleta. (Fig. 1.8)

Indicador de queima
Facilita a identificação do fusível queimado. Desprende-se em caso de
queima do fusível.

Funcionamento
O funcionamento dos fusíveis é baseado na fusão do elo fusível, condutor
de pequena seção transversal que sofre um aquecimento maior que o dos outros
condutores à passagem da corrente. Para uma relação adequada entre seção do
elo fusível e o condutor protegido, ocorrerá a fusão do metal do elo quando o
condutor atingir uma temperatura próxima da máxima admissível (especificada
para cada fusível, de acordo com sua aplicação e corrente nominal).
69

Características dos fusíveis quanto ao tipo de ação


Os fusíveis podem ser de:

 ação rápida ou normal;


 ação ultra-rápida;
 ação retardada.
Fusíveis de ação rápida ou normal
Neste caso a fusão do elo ocorre após alguns instantes da sobrecarga.
Os elos podem ser de fios com seção constante ou de láminas com seção
reduzida por janeIas. São próprios para proteger circuitos com cargas resistivas.

Exemplo
Proteção de circuitos com lâmpadas incandescentes e resistores em geral.

Fusíveis de ação ultra-rápida


Neste caso a fusão do elo é imediata, quando recebem uma sobrecarga,
mesmc sendo de curta duração. São próprios para proteger circuitos eletrônicos,
quando o dispositivos são semicondutores. Os semicondutores são mais
sensíveis e precisam de proteção mais eficaz contra sobrecarga, mesmo sendo
de curta duração.

Fusíveis de ação retardada


A fusão do elo na ação retardada só acontece quando há sobrecargas de
longa duração ou curto-circuito.

São próprios para proteger circuitos com cargas indutivas e/ou capacitivas
(motores, trafos, capacitores e indutores em geral).

Características elétricas dos fusíveis


 Corrente nominal (In).
 Tensão nominal (Vn).
 Resistência de contatos.
 Limitação de corrente.
 Capacidade de ruptura.
 Característica tempo x corrente.
 Influência da temperatura ambiente.

Corrente nominal (In)


Especifica a máxima corrente que o fusível suporta continuamente sem se
queimar. Geralmente vem escrita no corpo do componente.
Existe um código de cores padronizado para cada valor da corrente
nominal. As cores estão numa espoleta indicadora de queima, que se encontra
presa pelo elo indicador de queima.
70

Corrente
Cor
nominal(A)
Rosa 2
Marrom 4
Verde 6
Vermelho 10
Cinza 16
Azul 20
Amarelo 25
Preto 35
Branco 50
Laranja 63
Tensão nominal (Vn)
Especifica o valor da máxima tensão de isolamento do fusível. É uma
característica relacionada com o corpo isolante do dispositivo.

Exemplo de leitura para fusível rápido

Um fusível de 10A não se funde com a corrente de 10A, pois a reta


vertical correspondente a 10A não cruza a curva correspondente. Com uma
71

corrente de 20A, o fusível se fundirá em aproximadamente 0,2 segundos. (Gráf. 3)

Para dimensionar um fusível deve-se levar em consideração as seguintes


grandezas elétricas:

 corrente nominal do circuito;


 corrente de curto-circuito; tensão nominal.
72

BOTÕES DE COMANDO
São dispositivos com a finalidade de interromper ou estabelecer
momentaneamente, por impulso, um circuito de comando, para iniciar,
interromper ou continuar um processo de automação. (Fig. 2.1)

Simbologia

Bloco de contatos
Elemento constituído de um corpo isolante, contatos móveis, fixos e
bornes para conexões. (Fig. 2.10)

Observação
Atualmente, os botões de comando são fabricados de forma que
podemos inserir mais blocos de contatos NA e NF de acordo com as necessi-
dades do circuito. Os blocos de contatos são acessórios disponíveis no mercado
de componentes elétricos.

Botão de comando de impulsão - É aquele no qual o acionamento é


obtido pela pressão do dedo do operador no cabeçote de comando. A impulsão
pode ser:
 livre, sem retenção;
 com retenção.

Livre, sem retenção - Quando o operador cessa a força externa, o botão


retorna à posição desligada ou de repouso.

Com retenção - Quando pressionado, mantém-se na posição até um


novo acionamento.
73

Botoeira com travamento


 Travamento elétrico.
 Travamento mecânico.

CHAVE AUXILIAR TIPO FIM DE CURSO

Chave que opere em função de posições predeterminadas, atingidas por


uma ou mais partes móveis do equipamento controlado (NBR 5459). (Fig. 3.1)

Simbologia

Constituição
É basicamente composta por um corpo (carcaça), bloco de contatos e um
elemento de acionamento (cabeçote).

Corpo
Elemento responsável pela proteção mecânica dos contatos e bornes.
Serve como suporte de fixação do elemento de acionamento. É fabricado por
diferentes tipos de materiais, de modo que possa oferecer elevada resistência
mecânica, e trabalha em temperaturas variadas. (Fig. 3.3)
74

Bloco de contato
Responsável pelo acionamento elétrico do circuito de comando, quando
acionado mecanicamente pelo cabeçote.

As chaves fim de curso admitem uma grande variedade de contatos NA e


NF, de acordo com o sistema de acionamento elétrico.

Grau de proteção - O grau de proteção é expresso em código,


devidamente normalizado, que classifica, para determinado equipamento, sua
proteção contra choques, penetração de corpos estranhos e líquidos.

Exemplo
lP 65

Onde:
lP - significa grau de proteção

Primeiro algarismo (6) - penetração total contra o contato com partes


sob tensão ou em movimento. Proteção total contra penetração de pó.

Segundo algarismo (5) - proteção contra jatos de água, provenientes de


qualquer direção.A tabela, a seguir, mostra as diversas classificações a que estão
sujeitos os invólucros dos aparelhos elétricos no que diz respeito ao grau de
Proteção.
75
76

Contatores
São dispositivos de manobra mecânicos, acionados
eletromagneticamente, operados à distância com força de retrocesso.

Construídos para uma elevada freqúência de operações e cujo arco é


extinto no ar.

Os contatores sâo usados para manobra de circuitos auxiliares de vários


tipos, execução de motores e outras cargas, tanto de corrente contínua como
alternada. (Fig. 4.1)

Constituição
O contator é dividido em sistema de acionamento (núcleo móvel, núcleo
fixo e bobi na) e sistema de manobra de carga (contatos móveis e fixos e/ou
câmara de faísca).

Contatos
Parte do contator por meio do qual um circuito é estabelecido ou
interrompido, Existem contatos fixos e móveis e, de acordo com a utilização,
contatos principais e auxiliares.
77

Contatos fixos
Parte de um elemento de contato fixado à carcaça do contator. Na
extremidade oposta ao corpo onde estão montados os contatos fixos são
colocados os bornes para conexões, destinados à interligação do contator com
outros dispositivos.

Contatos móveis
Normalmente feitos de cobre, têm dois pontos de contatos de prata nas
extremidades, movidos quando acionamos a bobina do contator.

Câmara de extinção do arco elétrico


É um compartimento do contator que envolve os seus contatos principais.
Seu principal objetivo é a extinção da faísca ou arco voltaico, que surge quando
se interrompe ou fecha-se um circuito elétrico.
O arco orienta-se em virtude da ação da força do campo magnético
próprio, dirigido do ponto de contato para fora (sopro dinâmico).

Terminais de conexão
Destinam-se à interligação do contator com outros dispositivos do circuito.

Carcaça
E a parte que aloja e sustenta todos os componentes do contator; feita de
material isolante, que oferece resistência elétrica e mecânica.

Bloco de contatos auxiliares


Compartimento onde se encontram os contatos auxiliares fixos e móveis
(NA e NF).

Suporte dos contatos móveis


Sustenta mecanicamente os contatos móveis e se encontra preso ao
núcleo móvel; feito de material isolante de alta resistência mecânica.

Núcleo móvel, Elemento feito de lâminas de ferro sobrepostas, isoladas


entre si, que diminuem as perdas no ferro; acoplado mecanicamente ao suporte
dos contatos móveis.
78

Bobina
É o elemento responsável pela criação de um campo magnético, que faz
movimentar eletromecanicamente o sistema móvel do contator. É constituída por
várias espiras de fio esmaltado, enroladas num carretel isolante. Quando a bobina
é percorrida por uma corrente elétrica, produz um campo magnético.

Núcleo fixo
Elemento responsável pela concentração das linhas de força do campo
magnético criado pela bobina, evitando que elas se dispersem.

É feito de lâminas de ferro sobrepostas, isoladas entre si. Nos contatores


com acionamento em corrente alternada é inserido ao núcleo fixo um anel me-
tálico nos pólos magnéticos, denominado anel de defasagem (anel de curto-
circuito). Este anel fica sob a ação do campo magnético, proveniente de uma
corrente alternada, e sua função é evitar que ocorram ruídos e trepidações. Já
que, com a passagem da corrente alternada por zero, a força magnética desa-
parece, o anel que está sob a ação do campo magnético sofre indução, dando
origem a um campo magnético próprio do original. Com isto, a força magnética
atuante nunca atinge o valor zero. (Fig. 4.3)

Observação
Acessório - supressor de sobretensão: utilizado no amortecimento das
sobretensões provocadas por conta tores durante as operações de abertura.
Estas sobretensões podem colocar em risco de dano componentes sensíveis à
variação de tensão, ligados paralelamente com a bobina do contator.

Tais acessórios são usados como amortecedores,circuitos RC ou


Varistores. (Fig. 4.4)
79

Funcionamento
Quando a bobina do contator é alimentada por um dispositivo de
comando (botoeiras, fins de curso etc.), cria-se um campo magnético no núcleo
fixo, que atrai o núcleo móvel. Estando os contatos móveis acoplados
mecanicamente ao núcleo móvel, deslocam-se ao encontro dos contatos fixos,
fechando o circuito.

Para desligamento dos contatores, interrompe-se a alimentação da


bobina, desaparecendo, então, o campo magnético, provocando por molas o
retorno do núcleo móvel e, assim, separando os contatos que automaticamente
desligam o circuito.

Tipos de contatores
De acordo com as características elétricas e as condições de serviço, os
contatores podem ser classificados em: contatores tripolares de potência e
contatores auxiliares.
80

Contatar tripolar - Destina-se a efetuar o acionamento de diversos tipos


de cargas das instalações industriais, como motores elétricos, capacitores,
resistências de aquecimento etc.
Suas principais características são:

 podem possuir contatos principais e auxiliares;


 maior robustez de construção;
 facilidade de associação a relés;
 tamanho físico de acordo com a potência da carga;
 a potência da bobina do eletroimã varia de acordo com o tipo de
contator;
 geralmente tem cãmara de extinção de arco;
 podemos inserir blocos de contatos auxiliares fornecidos pelo
fabricante.

Contator auxiliar - Destina-se a efetuar o comando de pequenas cargas.


É utilizado no comando de sinalizações, eletroválvulas, bobinas de contatores
tripolares etc.

Normalmente, os contatores auxiliares são utilizados para aumentar o


número d4 contatos auxiliares dos contatores tripolares.
Suas principais características são:

 tamanho físico variável conforme o número de contatos;


 corrente nominal de carga máxima igual a 1 QA para todos os
contatos;
 câmara de extinção praticamente inexistente.

Vantagens do emprego de contatores


 Comando à distância.
 Facilidade de instalação.
 Elevado número de manobras (elevada durabilidade).
 Fácil substituição de peças danificadas.
 Tensão de operação de 85% a 110% da tensão nominal prevista para
o contato
 Facilidade de associação a relés, fusíveis e chaves especiais para
proteger automatizar os circuitos.

Atualmente, os fabricantes fornecem peças de reposição originais como


bobinas, jogos de contatos, câmara de faísca (arco), blocos de contatos auxiliares
etc.
Características elétricas
O contator é um dos dispositivos de seccionamento mais usado nas
instalações elétricas.

Para fazermos a escolha de um contator, devemos conhecer suas


característi cas elétricas, que são informações padronizadas e estão contidas nos
selos de iden tificação do contator e catálogos de fabricantes.
81

As principais características de um contator são:


 tensão nominal de isolação;
 tensão nominal de serviço;
 potência nominal elétrica e mecânica;
 corrente nominal de serviço;
 freqúência de manobras;
 categorias de emprego;
 tensão nominal de comando;
 número de contatos auxiliares.
Tensão nominal de isolação
É o valor da tensão que caracteriza a resistência de isolamento do
contator (propriedade do material isolante, que evita que este se torne condutor,
devido âs correntes de descarga).

Tensão nominal de serviço


É o valor eficaz da tensão, pelo qual um dispositivo de manobra é
designado e ao qual são referidos outros valores nominais.

Poderá vir expressa em valores diferentes, dependendo da tensão de


trabalho ou do local onde estiver instalado o dispositivo.

Exemplo
220V - 240V - 380V

Potência nominal elétrica e mecânica – é a potência real consumida


por um equipamento elétrico, expressa em watts (W).

Observação
Normalmente, nas placas de identificação dos contatores, vem expressa a
potência mecânica em CV ou HP, correspondente à potência elétrica.

Ex.: Potência nominal elétrica de 7,5kW e potência mecânica de 1OHR

Corrente nominal de serviço (‘th) - É a corrente máxima que os


contatos de um dispositivo suportam, sem danificar as suas partes isolantes;
indicada pelo fabricante, depende normalmente da tensão nominal de serviço, da
freqüência e da categoria de emprego.

Frequência de manobras - Número de manobras por hora que o contator


deve realizar. Quanto maior for este valor, menor será a vida dos contatos.

Categorias de emprego - Determinam as condições para ligação e


interrupção da corrente nominal de serviço e tensão nominal de serviço
correspondente, para utilização normal do contator nos mais diversos tipos de
aplicação para CA e CC. Veja a tabela a seguir.
82

Corrente Alternada
A Cargas resistivas ou pouco indutivas
C-1
A Manobra de motores com anéis coletores,freio por cntra corrente,
C-2 reversão
A Manobra de motores com rotor gaiola, desligamento em regime
C-3
A Manobra de motores com rotot gaiola, serviço intermitente,
C-4 pulsatório e reversão a plena marcha

Corrente Continua
D Cargas resistivas ou pouco indutivas
C-1
D Motores em derivação, desligamento em regime
C-2
D Motores em derivação, freio pro contra corrente, reversão
C-3
D Motores com exitação série, desligamento em regime
C-4
D Motores com exitação série, freio por contra corrente, reversão
C-5

Tensão nominal de comando - É a tensão de alimentação da bobina do


contator. Para essa especificação deve-se observar a tensão do circuito de
comando e a freqúência da rede. De acordo com as normas, os contatores devem
operar perfeitamente com até 85% da tensão nominal de comando.

Número de contatos auxiliares - Definidos de acordo com a


necessidade do circuito.

Tecnologia dos contatores


Devido à tendência constante para uma crescente automação, os
dispositivos de manobra sofrem constantes modificações nas suas características
físicas e construtivas para adequação às atuais necessidades, como:
 redução do espaço necessário;
 maior facilidade na montagem e conexão
 facilidade de inspeção;
 etc.

Esta modificações, geralmente, não alteram o princípio de funcionamento


dos dispositivos. O técnico deve observar atentamente estas adequações dos
dispositivos, consultando manuais fornecidos pelos fabricantes, para estar apto a
fazer inspeções nos elementos que constituem dispositivos e montagens de
circuitos.

Contatos e terminais de ligações principais dos contatores


Os contatos são as únicas peças de um contator sujeitas a um desgaste
apreciável. Sua vida útil depende do valor da corrente de desligamento e da
freqüência de manobra.
83

Os contatos devem, portanto, ser verif icados regularmente e, quando


necessário, substituidos para aproveitamento total da vida útil mecânica do
contator. Somente em alguns poucos casos é justificável, devido a razões
econômicas e técnicas, o projeto de um contator de maneira que sua vida útil
elétricá seja igual à sua vida útil mecânica. Estes componentes poderão,
entretanto, necessitar substituição resultante de um curto-circuito (geralmente ao
iniciar a operação) ou devido a uma alta freqúência de manobra.

Os contatos são construídos para interrupção dupla ou em ponte de


circuito de corrente, técnica atualmente muito empregada em aparelhos modernos
e de alta qualidade. A interrupção em ponte visa reduzir os efeitos destrutivos do
arco voltaico, que se forma no instante em que os contatos se separam. Esta
divisão em dois arcos de menor intensidade, por isso mesmo mais fracos e de
mais fácil extinção, protege as peças de contato. Acrescentando-se uma câmara
de extinção do arco, obtém-se uma extinção rápida do arco voltaico. (Fig. 4.7)

Em contatos destinados a interromper altas capacidades de corrente é


possível reduzir o efeito do arco voltaico mediante a interrupção múltipla do
circuito de corrente, dispondo de diversos contatos de ponte em série. Ao aplicar
essa técnica, não se esquecer de que pontos de contato são lugares onde se
desenvolve calor, em virtude da maior resistência à passagem da corrente entre
os contatos móveis e os fixos.

Na ação da câmara de extinção, o arco se move sobre as peças fixas de


contato, que se prolongam até perto das lâminas para sua extinção. Chegando
junto à extremidade externa do contato, o arco é atraído pelas lâminas de aço da
câmara de extinção. Passando para estas, penetra entre as lâminas, sendo
subdividido em uma série de pequenos arcos. Com este método obtém-se,
principalmente, o rápido afastamento do arco das peças de contato e,
subseqúentemente, a subdivisão do arco, permitindo a desejada extinção rápida.
Praticamente não aparecem faíscas do lado exterior da câmara; o aquecimento
desta também é mínimo, mesmo com alto número de interrupções consecutivas.

Ao ligar o contator poderão surgir faíscas de curta intensidade, quando há


um ricochete entre as peças de contato. Este ricochete é causado pelo impacto
84

entre a peça fixa de contato e a móvel, no instante de ser ligado o contator. O


tempo de duração do ricochete depende das massas dos contatos, sendo tanto
menor quanto menores forem estas.

A grandeza de corrente no instante de ligação, por vezes bem superior á


nominal, como no caso de motores, não influi na vida dos contatos.

Controle do estado dos contatos e critérios de avaliação


A durabilidade dos contatos dos contatores, em meses e anos, pode ser
estimada a partir de condições de aplicação especificadas por meio de um
monograma. No entanto, deve-se inspecionar regularmente os contatos, porque
sua vida útil, por diversos motivos, poderá ser maior ou menor do que a
teoricamente esperada.

Tais motivos podem ser não apenas tolerância de fabricação, mas


igualmente o fato de que, muitas vezes, é impossível prever todas as condições
de serviço que determinam a durabilidade dos contatos.

Inspeções podem ser feitas nos intervalos de funcionamento. Elas


contribuem para a confiabilidade de uma instalação e evitam interrupções durante
o serviço. Por outro lado, é necessária uma inspeção visual após uma
perturbação, como um curto-circuito. Note-se que, segundo as normas, é
permitido, após um curto-circuito, que os contatos de um contator venham a
fundir-se.

Na inspeção visual, deve-se saber avaliar a necessidade de reposição


dos contatos. É supérfluo, por exemplo, substitui-los porque tornaram-se ásperos
e chamuscados devido aos arcos voltaicos. Essas ocorrências são perfeitamente
normais e não interferem no seu funcionamento.

Se um jogo de contatos ainda pode ser utilizado ou não, depende


praticamente só do volume de material remanescente nas pastilhas de contato.

Quando não for possível a inspeção visual, por impossibilidade de


desativar o sistema, sugere-se o acompanhamento da evolução da temperatura
de cada contato (pólo) mediante os terminais de conexão do contator.

Constatada a evolução diferenciada muito rápida da temperatura,


desativar o sistema e verificar vísualmente a situação dos contatos do contator.
85

Identificação dos terminais


A normalização na identificação de terminais dos contatores e demais
dispositivos de manobra de baixa tensão é o meio utilizado para tornar mais
uniforme a execução de projetos de comandos e facilitar a localização e a função
desses elementos na instalação.

Essas normalizações são necessárias, principalmente, devido à crescente


automatização industrial.

Contatos principais - Os terminais de entrada (da fonte) são


identificados com algarismos 1, 3 e 5 e os de saída (do lado da carga), 2,4 e 6.
Além disso, são identificados igualmente com as seguintes designações: L1 e/ou
1; T1 e/ou 2; L2 e/ou 3; T2 e/ou 4; L3 e/ou e/ou 6.

Contatos auxiliares - São identificados por números de dois dígitos,


sendo que o primeiro dígito indica a posição ocupada pelo contato a partir da
esquerda, e o segundo indica a função do contato.

Intertravamento de contatores
É um sistema elétrico ou mecânico destinado a evitar que dois ou mais
contatores se fechem, acidentalmente, ao mesmo tempo, provocando curto-
circuito ou mudança da seqúéncia de funcionamento de um determinado circuito.

Relés de proteção

Dispositivos de proteção cujos contatos auxiliares comandam, de acordo


com a variação de certas grandezas (corrente, tensão), outros dispositivos de um
comando elétrico. Os relés de proteção são integrantes de um disjuntor industrial.

Relés térmicos de sobrecarga


Dispositivos que atuam pelo efeito térmico provocado pela corrente
elétrica, protegendo componentes de uma instalação quando as sobrecorrentes
que ocorrem durante o seu funcionamento permanecem por tempo excessivo, ou
quando tais componentes de sobrecarga aquecem as bobinas dos motores e os
cabos a níveis inadmissíveis, reduzindo a vida útil de sua isolação. (Fig. 5.1)
86

Fig. 5.2
Funcionamento
Os relés de sobrecarga foram desenvolvidos para operar baseados no
princípio de pares termoelétricos. O princípio de operação do relé está
fundamentado nas diferentes dilatações que apresentam os metais, quando
submetidos a uma variação de temperatura. Duas ou mais lâminas de metais
diferentes (normalmente ferro e níquel) são ligadas por soldas, sob pressão ou
eletroliticamente. Quando aquecidas elas se dilatam diferentemente e se curvam.
Esta mudança de posição é usada para comutação de um contato. Durante o
esfriamento, as lâminas voltam à posição inicial.

O relé está, então, novamente pronto para operar, desde que não exista
no conjunto um dispositivo mecânico de bloqueio. O relé permite que o seu ponto
de atuação, ou seja, o alongamento ou a curvatura das lâminas, para o qual
ocorre o desligamento, possa ser ajustado com o auxílio de um dial. Isto
possibilita ajustar o valor de corrente que promoverá a atuação do relé.
Deve-se calibrar a corrente de ajuste do relé em função da corrente
nominal do componente a ser protegido (por exemplo, um motor). (Fig. 5.5)

Proteção contra falta de fase - A curva característica de disparo de um


relé de sobrecarga trifásico é dada na condição de que todas as três lâminas são
percorridas por correntes equilibradas. No caso de falta de fase, apenas duas
lâminas são aquecidas e devem produzir, sozinhas, o deslocamento/força
necessária para atuação do mecanismo de disparo. (Fig. 5.10)

Relés de sobrecarga trifásicos, com proteção contra falta de fase,


oferecem a vantagem de atuação mais rápida quando sob carga bifásica, ou seja,
falta de uma fase.

Causas de sobrecargas em motores:

 Conjugado resistente muito alto em regime contínuo.


87

 Fator de marcha muito alto em regime não-contínuo.


 Tempos de partida e de frenagem muito longos.
 Bloqueio do rotor.
 Desvios excessivos da tensão e da freqüência da rede e Interrupção
de um condutor de alimentação (falta de fase).

Tipos de relés eletromagnéticos


Os relés eletromagnéticos mais comuns são:

 relé de subtensão;
 relé de sobrecorrente.

Relé de subtensão - O relé de subtensão recebe regulagem para uma


tensão mínima (aproximadamente 20% menor que a tensão nominal do
dispositivo a ser protegido). Se esta baixar a um valor prejudicial, o relé atua
interrompendo o circuito de comando das chaves principais e, conseqúentemente,
abrindo seus contatos principais.

Estes relés são aplicados, principalmente, em contatores e disjuntores.

Relé sobrecorrente - Quando um relé for regulado para proteger um


circuito contra excesso de corrente, ele abrirá o circuito principal indiretamente
assim que ela atingir o limite estabelecido pela regulagem.

DISJUNTOR INDUSTRIAL
Disjuntor industrial é um dispositivo de manobra mecânico, utilizado para
estabelecer, conduzir e interromper correntes sob condições normais do circuito,
e interromper correntes sob condições anormais do circuito, como: curto-circuito,
sobrecarga ou subtensão. E, normalmente, usado para comandar motores
trifásicos (Fig. 6.1)

.
88

Simbologia

Constituição
O disjuntor industrial é composto, basicamente, de:

 contatos principais;
 câmara de extinção do arco;
 transformador de corrente dos relés de proteção;
 mecanismo de acionamento;
 manopla de acionamento.

Funcionamento

Os disjuntores industriais são dispositivos que associam as características


dos relés térmicos e eletromagnéticos, surgindo então, por esta combinação, um
sistema de proteção contra subtensão, curto-circuito e sobrecarga.

Como já conhecemos o principio de funcionamento de cada elemento que


compõe este sistema de proteção, basta salientar que, quando associados,
deverão ser regulados de acordo com a característica de funcionamento de cada
um.
A tabela a seguir mostra a relação entre os tipos de disparadores
existentes no disjuntor e suas funções. No caso de carga motora, os disparadores
de sobrecarga são ajustáveis, e o de sobrecorrente, instantâneo.
O gráfico 5 ilustra a curva característica tempo-corrente de um disjuntor
para proteção de motores com disparadores de sobrecarga e de curto-circuito.
89

Características elétricas do disjuntor industrial

As principais características elétricas do disjuntor industrial, e que devem


serobservadas pelo técnico tanto na instalação como na substituição, são:

 tensão nominal;
 corrente nominal;
 freqüência.

As características acima citadas são fornecidas, pelo fabricante, em


manuais técnicos ou no elo de identificação do dispositivo.

SINALIZAÇÃO

Sinalização é uma forma visual ou sonora de indicar determinada


operação em um circuito, máquina ou conjunto de máquinas.

A sinalização pode ser feita por buzinas, campainhas, sinaleiros


luminosos ou sinalizadores audiovisuais.

Símbolos

Sinaleiros luminosos
São sinaleiros usados para indicar as condições de operação de um
circuito por meio de um visor com cores padronizadas. (Fig. 8.1)

Constituição
São constituídos de um elemento frontal de sinalização e um elemento
soquete.

Elemento frontal de sinalização - Tem um visor com cores


estabelecidas por normas (Fig. 8.2) para as principais aplicações.
90

Em alguns casos usa-se um tipo de sinaleiro com visor translúcido, que


possibilita a inserção de dizeres, números ou símbolos em suas lentes.

A lente do sinalizador deve propiciar bom brilho e apresentar-se


completamente opaca em relação à luz ambiente, quando a luz está apagada.

Elemento soquete - Acoplável aos elementos frontais de comando. São


projetados para permitir a utilização das lâmpadas incandescentes - soquetes E-
14 e BA9S. O elemento soquete pode ser acoplado a um transformador, resistor,
conversor ou pisca-pisca, de acordo com as características elétricas da lâmpada
usada e do tipo de sinalização. (Fig. 8.3)

Especificação - É feito de acordo com o tipo de lâmpada a


ser usada, tensão, potência e temperatura.
Exemplo
• Soquete 6A95 - Carga admissível 6 - 380 V/2W (T=
850C) ou 1W (T = 1000C)
• Soquete E-14 - Carga admissível 6 - 380V (T = 850C)

RELÉS DE TEMPO
Os relés de tempo são dispositivos empregados em todos os processos
de temporização de manobras, em circuitos auxiliares de comando, regulação,
proteção etc., dentro do limite de suas características elétricas.

Tipos de relés de tempo quanto à ação dos contatos


Instantâneo à energizaçâo
Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), a contagem do
tempo é iniciada e, simultaneamente, os contatos são ativados. Transcorrido o
tempo programado, os contatos são desativados. Interrompendo-se a alimentação
durante a contagem do tempo, o mesmo é anulado e os contatos são igualmente
desativados. (Fig. 9.1)

Com retardo à energização

Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), inicia-se a


contagem do tempo. Transcorrido o tempo programado, os contatos são ativados
e só serão desativados ao desligar-se a alimentação, Interrompendo-se a
91

alimentação durante a contagem do tempo, anula-se o tempo transcorrido. (Fig.


9.2)

Com retardo a desenergizaçâo

Alimentando-se o dispositivo (terminais a - b da figura 9.5), os contatos


são ativados instantaneamente. Ao cortar a alimentação inicia-se a contagem do
tempo. Transcorrido o tempo programado, os contatos são desativados. (Fig. 9.3)

Tipos de relés de tempo quanto ao princípio de funcionamento e às


características físicas e construtivas

Os temporizadores podem ser:


 eletrônicos (analógico e digital);
 pneumáticos;
 eletromecânicos (motorizados);
 térmicos.

Daremos ênfase ao estudo dos temporizadores eletrônicos e


pneumáticos, uma vez que os temporizadores térmicos e eletromecânicos
apresentam algumas deficiências, como: variações da precisão de acordo com a
temperatura ambiente, desgastes de peças mecânicas, ocupação de espaço
físico para montagem.
Temporizadores eletrônicos
São relés temporizados usados para processar a temporização de
manobras em um circuito mediante dispositivos eletrônicos. (Fig. 9.4)

Simbologia
92

Funcionamento

Quando os bornes a - b forem energizados, o circuito eletrônico entrará


em operação, realizando a temporização pré-selecionada pelo botão seletor. Uma
vez vencido este tempo, aciona-se o relé magnético, que computará os seus
contatos. Abre 15-16, fecha 15-18.
Os contatos do relé magnético voltarão à posição de repouso quando os
bornes a - b forem desenergizados.
Características elétricas
Suas principais características são:

 tensão de acionamento - normalmente de 127V ou 220V;


 tensão máxima de serviço - normalmente de 250V;
 corrente nominal - corrente dos contatos do relé magnético,
normalmente 5A;
 faixa de ajuste - é a faixa de tempo a ser ajustada no botão seletor.
Ex: 0 - 30s, O -60s.

SISTEMA DE PARTIDA DIRETA DE MOTORES TRIFÁSICOS

A figura 1.19 ilustra o diagrama principal (força ou potência).

A seguir serão apresentadas, em seqüência, as etapas a serem seguidas


para elaboração do circuito de comando. É importante ressaltar que o processo
descrito para elaboração de circuitos simples é também utilizado para circuitos
complexos, ficando claro que, uma vez entendida a aplicação de tal processo,
torna-se extremamente fácil a compreensão de qualquer circuito de comando.
93

Necessitamos alimentar a bobina do contator (C1) a fim de que ela possa


acionar os contatos, colocando em funcionamento o motor Para isso, é importante
observar o valor da tensão de alimentação da bobina. Caso seja do mesmo valor
da tensão da rede, podemos obter as linhas de alimentação do circuito de
comando a partir da própria rede, conforme mostrado a seguir. Em caso de valor
diferente da rede, devemos utilizar um transformador para obter o valor de tensão
necessário. Acompanhe os passos.
A partir de duas linhas de alimentação, protegidas por fusíveis, fazer a
conexão dos terminais da bobina. (Fig. 1.20)

Podemos observar que, ao ser energizada a rede trifásica (R, 3 e 1),


teremos tensão nas linhas de comando (R e S), e através dos fusíveis de
proteção (e21 e e22) será feita a alimentação instantânea da bobina (C1). A fim
de que possamos ter controle sobre os atos de ligar e desligar o motor,
acrescentaremos ao circuito um botão de comando, com trava, ligado em série
com a bobina, desencadeando tais efeitos, como é mostrado na figura 1.21.

Podemos utilizar, também, botões de comando sem trava, bastando para


isso acrescentar dois elementos, que são, um botão para desligar (b0) e um
contato (NA) do contator, o qual terá a função de selo ou retenção, em paralelo
com o botão liga (para obtermos a condição de, ao desacionar o botão liga (b1), a
bobina permanecer ligada através do selo (contato NA de C1). (Fig. 1.22)
94

Descrição funcional
Podemos observar que, ao ser energizada a rede trifásica (R, 3 e 1),
teremos tensão nas linhas de comando (R e S), e através dos fusíveis de
proteção (e2, e e22) será feita a alimentação dos pontos superior do botão de
comando desliga (b0) e inferior da bobina O, (lado b). Estando b0 no repouso, seu
contato está fechado, mantendo energizados os pontos superiores do botão liga
(b1) e do contato normalmente aberto de C1,. Ao ser acionado o botão liga (b1),
seu contato se fecha, energizando o ponto superior da bobina C1, (lado a). Então,
a bobina (C1) fica sujeita à tensão da rede em seus terminais (a e b), acionando
seus contatos e fechando-os tanto no circuito de força quanto no de comando.
Assim, podemos desacionar b1 visto que a corrente elétrica, que alimenta a
bobina, fluirá através do contato C1 agora fechado. Nessas condições, o motor
parte e permanece ligado até que seja acionado o botão desliga (b0). Quando
isso acontece, é interrompido o percurso da corrente, que fluía pelo contato C1,
desenergizando a bobina (C1) e, em conseqüência disso, interrompendo a
alimentação do motor até a sua paralisação, O contato de C, aberto e b,
desacionado recolocam o circuito na condição de ser dada nova partida. Com a
finalidade de proteger o motor contra sobrecargas, inserimos o contato
normalmente fechado (NF) do relé térmico de sobrecarga em série com o botão
desliga (b), passando o circuito de comando a ser o ilustrado na figura 1.23.
95

Finalmente, são numerados os contatos e apresentada a conclusão do


circuito de comando, que é ilustrada na figura 1.24.

A partir desse ponto, passaremos a analisar outros tipos de diagramas de


sistemas de partida de motor elétrico, sem no entanto enumerar passos para
confecção do circuito de comando. Devemos ter em mente o seguinte: sempre
que quisermos impor ao circuito uma determinada condição de funcionamento,
deveremos definir inicialmente qual o tipo de efeito que esperamos obter. Assim,
caso queiramos que o efeito seja de acionamento, devemos inserir ao circuito, ou
aos pontos onde desejamos que isso ocorra, contatos normalmente abertos (NA)
ligados em paralelo a esses pontos ou em série, caso pretendamos introduzir uma
seqüência de operações.

Caso o efeito esperado seja de bloqueio (desligamento), devemos inserir


contatos normalmente fechados ligados em série com tais pontos.

Partida direta com reversão


Sabemos que, para um motor trifásico sofrer inversão no seu sentido de
giro, devemos inverter duas de suas fases de alimentação. Isso às vezes é
necessário para que uma máquina ou equipamento complete o seu ciclo de
96

funcionamento. Podemos citar como exemplos portões de garagem, plataformas


elevatórias de automóveis, tornos mecânicos etc.

Abaixo são sugeridos os diagramas de força (Fig. 1.29) e comando (Fig.


1.30).
97

Sistema de partida estrela-triângulo de motores trifásicos Condições


essenciais:
 o motor não pode partir sob carga. Sua partida deve se dar a vazio ou
com conjugado resistente baixo e praticamente constante.
 o motor deve possuir, no mínimo, seis (6) terminais e permitir a
ligação em dupla tensão, sendo que a tensão da rede deve coincidir
com a tensão do motor ligado em triângulo.
 a curva de conjugados do motor deverá ser suficientemente grande
para poder garantir a aceleração da máquina de até,
aproximadamente, 95% da rotação nominal, com a corrente de
partida.

Característica fundamental
Na partida, ligação estrela, a corrente fica reduzida a aproximadamente
33% do valor da corrente de partida direta, reduzindo-se também o conjugado na
mesma proporção. Por esta razão, sempre que for necessária uma partida
estrela-triângulo, deverá ser usado um motor com curva de conjugado elevado, O
conjugado resistente da carga não pode ser maior que o conjugado de partida do
motor, nem a corrente no instante de comutação de estrela para triângulo poderá
ser de valor inaceitável. Por essa razão, o instante de comutação deve ser
criteriosamente determinado, para que esse sistema de partida seja vantajoso nas
situações onde o sistema de partida direta não é possível. Na página seguinte,
são ilustradas duas situações de partida estrela-triângulo de motor trifásico. Uma,
com alto conjugado resistente de carga (situação A), onde o sistema de partida
não se mostra eficaz, pois perceba que o salto da corrente, no instante da
comutação (85% da velocidade), é elevado representando cerca de 320% de
aumento no seu valor, que era de aproximadamente 100%. Como na partida a
corrente era de aproximadamente 190%, isso não é nenhuma vantagem.

Outra, com conjugado resistente de carga bem menor (situação B), onde
o sistema se mostra eficiente, pois o salto de corrente, no instante da comutação
(95% da velocidade), não é significativo, passando de aproximadamente 50%
para 170%, valor praticamente igual ao da partida. Isso é uma vantagem, se
considerarmos que o motor absorveria da rede aproximadamente 600% da
corrente nominal, caso a partida fosse direta. (Gráf.1)
98

Onde:
 C – conjugado
 Cn – Conj. Nominal
 I - Corrente em triângulo
 Iy – Corrente em estrela
 I – Corrente
 In – Corrente Nominal
99

A seguir são mostrados os diagramas de força (Fig. 1.32) e comando (Fig.


1.33) de um sistema de partida estrela-triângulo, bem como sua análise funcional.
100

Análise funcional.
Estando energizada a rede trifásica (R, S T), estaremos energizando o
borne 95 do relé térmico de sobrecarga, e os pontos inferiores (lado b) das
bobinas C1, C2 C3 e d1 através dos fusíveis e21 e e22. O contato NF (95, 96) do
relé térmico de sobrecarga, ligado em série como contato NF (1,2) do botão
desliga (b0), proporciona a energização dos bornes superiores do botão liga (b) e
dos contatos NA de C1 (13 e 43). Acionando b1, são energizadas as bobinas de
02 e d1, através dos contatos NF de C1 (21,22) e d1 (15, 16). O relé de tempo
(d1) inicia a contagem, tendo como referência o período pré-ajustado, para operar
seu contato NF (d1 - 15,16). C2 por sua vez, abre o contato NF (21, 22), fechando
os contatos NA (13,14 e 43, 44), cujas respectivas funções são garantir o bloqueio
de C3 enquanto o motor estiver em regime de partida (estrela), fazer o selo da
bobina C2 e energizar a bobina C1. Sendo a bobina 0, energizada, através do
contato NA de C2(43,44), são acionados os contatos NF (21,22) e NA (13, 14 e
43, 44), cujas respectivas funções são impossibilitar o acionamento de 02 após a
comutação de estrela para triânguro, a menos que seja acionado o botão desliga
(b), selo da bobina Q e condição de acionamento para C1 logo após a
desenergização de C2 (comutação de estrela para triângulo).

No circuito de força, estando energizados C2 e C1 o motor encontra-se


em regime de partida (ligação estrela), recebendo em cada grupo de bobina
aproximadamente 58% da tensão da rede. Com a redução no valor da tensão
aplicada, a corrente e o conjugado são também reduzidos à mesma proporção.

Decorrido o tempo pré-ajustado em d1, seu contato NF (15,16) é


acionado (abre), sendo desenergizadas as bobinas C2 e d1. C2 abre os contatos
NA (13,14 e 43, 44) e fecha o contato NF (21, 22), oportunidade na qual C3 é
energizado, visto que o contato NA de C1 (43, 44) permanece fechado. Uma vez
desenergizada a bobina d1, seu contato NF (15,16) retorna à posição de repouso
(fecha); porém, o contato NF de 03 (21, 22) impede o seu religamento bem como
o de C2. Caso ocorra uma sobrecarga, tanto na partida quanto em funcionamento
normal, o relé térmico de sobrecarga aciona seu contato NF (95, 96),
desenergizando qualquer bobina que esteja ligada (C1, C2, C3 ou d1). Se for
necessário desligar o motor em qualquer instante, podemos fazê-lo através do
botão desliga (b0).

No circuito de força, estando energizados C1 e C3, O motor encontra-se


em regime de marcha (triângulo), com os seus grupos de bobina sendo
alimentados diretamente pela tensão da rede e os valores de corrente e
conjugado próximos do nominal. O ajuste do relé térmico de sobrecarga é feito a
58% do valor da corrente nominal do motor e do relé de tempo, um valor
suficiente para a partida (próximo de 90% da velocidade).
101

Sistema de partida com autotransformador (compensadora) de motores trifásicos


A chave compensadora pode ser usada para partida de motores sob
carga. Com ela, podemos reduzir a corrente de partida, evitando sobrecarga na
rede de alimentação, deixando, porém, o motor com um conjugado suficiente para
a partida e aceleração. A redução da tensão é conseguida a partir de um
autotransformador, que possui normalmente tap’s de 50%, 65% e 80%. Para os
motores que partirem com tensão reduzida, a corrente e o conjugado de partida
devem ser multiplicados pelos fatores K, (fator de multiplicação da corrente) e K2
(fator de multiplicação do conjugado) obtidos no gráfico abaixo. (Gráf. 2)

Exemplo
Para 85% da tensão nominal:

Ip = .85% = K1 . IP . 100% = 0,8 . IP . 100%


In In In

C . 85% = K2 . C . 100% = 0,64 . C . 100%


Cn Cn Cn

Gráf. 3 ilustra as características de desempenho de um motor de 4250V,


6 pólos, 4160V, quando parte com 85% da tensão.
102

A seguir, são apresentados e feita a análise dos circuitos de força (Fig.


1.36) e comando (Fig. 1.37) para partida compensada automática de um motor

trifásico.
103

Análise funcional
Estando energizada a rede trifãsica (R, S e T), estaremos energizando o
borne 95 do relé térmico de sobrecarga, e os pontos inferiores (lado b) das
bobinas C1, C2, C3 e d1 através dos fusíveis e21 e e22. O contato NF (95, 96) do
relé térmico de sobrecarga, ligado em série com o contato NF (1,2) do botão
desliga (b0), proporciona a energização dos bornes superiores do botão liga (b1)
e dos contatos NA de C1, C2 e C3 (13). Acionandob1, são energizadas as
bobinas de d1 e C1 através dos contatos NF de C2(61, 62), d1 (15, 16) e 02 (21,
22).

O relé de tempo (d1) inicia a contagem, tendo como referência o período


pré-ajustado, para operar seu contato NF (d1 -15,16). C por sua vez, abre o
contato NF (21,22), fazendo o bloqueio de C2 e fecha os contatos NA (13, 14 e
43, 44), tendo como respectivas funções selo de C1 d1 e energização de C3.
Uma vez ligado, C3 seus contatos NA (13,14 e 43,44), que têm ambos a função de
selo, isto é, manter C3 ligado independentemente da desenergização de C1.

No circuito de força, com C1 e C3 ligados, o motor encontra-se em regime


de partida compensada, com Calimentando o autotransformador trifásico, com a
tensão da rede, e este fornecendo tensão reduzida ao motor através de seus tap’s
(derivações).

Decorrido o tempo pré-ajustado em d1, seu contato reversível (15,16) é


acionado(abre), sendo desenergizada a bobina C e fecha (15, 18) energizando a
bobina 02 através do contato NF de C1 (21, 22). C2 abre os seus contatos NF
(21, 22 - 31, 32 – e 61, 62) fazendo, respectivamente, o bloqueio da bobina C2,
desligamento da bobina C3 e desligamento da bobina d1, e fecha os contatos NA
104

(13,14 e 43, 44) que têm a função de selo, ou seja, manter C2 ligado. Perceba
que, no instante da comutação, o relé de tempo desliga apenas a bobina C1
ficando energizada a bobina C3 mantendo assim o motor sob tensão através dos
enrolamentos de cada coluna do autotransformador. Isso faz com que seja
reduzido o pico de corrente no instante da comutação (inserção da bobina C2),
pois o motor não é desligado.

No circuito de força, com C2 ligado, o motor encontra-se em regime de


marcha, isto é, com os valores de corrente e conjugado nominais.

Controladores Lógicos Programáveis

O Controlador Lógico Programável, ou simplesmente PLC


(Programmable Logic Controller), pode ser definido como um dispositivo de
estado sólido - um Computador Industrial, capaz de armazenar instruções para
implementação de funções de controle (seqüência lógica, temporização e
contagem, por exemplo), além de realizar operações lógicas e aritméticas,
manipulação de dados e comunicação em rede, sendo utilizado no controle de
Sistemas Automatizados

Os principais blocos que compõem um PLC são:

 CPU (Central Processing Unit - Unidade Central de Processamento):


compreende o processador ( microprocessador, microcontrolador ou processador
dedicado), o sistema de memória (ROM e RAM) e os circuitos auxiliares de
controle;

 Circuitos/Módulos de I/O ( lnputlOutput — Entrada/Saída): podem


ser discretos (sinais digitais: 12VDC, 127 VAC, contatos normalmente abertos,
contatos normalmente fechados) ou analógicos (sinais analógicos: 4-20mA, 0-
10VDC, termopar);

 Fonte de Alimentação: responsável pela tensão de alimentação


fornecida à CPU e aos Circuitos/Módulos de I/O. Em alguns casos, proporciona
saída auxiliar (baixa corrente).

 Base ou Rack: proporciona conexão mecânica e elétrica entre a


CPU, os Módulos de I/O e a Fonte de Alimentação. Contém o barramento de
comunicação entre eles, no qual os sinais de dados, endereço, controle e tensão
de alimentação estão presentes.

Pode ainda ser composto por Circuitos/Módulos Especiais: contador


rápido (5kHz, 10kHz, 100kHz, ou mais), interrupção por hardware, controlador de
temperatura, controlador PID, co-processadores (transmissão via rádio,
posicionamento de eixos, programação BASIC, sintetizador de voz, entre outros)
e comunicação em rede, por exemplo.
105

A figura a seguir mostra um PLC comercial.

1.1 - Operação Básica do CLP


A CPU executa a leitura dos status (condições, estados) dos
dispositivos de entrada meio dos Circuitos/Módulos de I/O. Esses status são
armazenados na memória (RAM) para serem processados pelo Programa de
Aplicação (desenvolvido pelo usuário e armazenado em memória RAM, EPROM
ou EEPROM no PLC). Após a execução do Programa de Aplicação, o
processador atualiza os status dos dispositivos de saída por meio dos
Circuitos/Módulos de I/O, realizando a lógica de controle.

A programação do PLC é feita por meio de uma Ferramenta de


Programação que pode ser um Programador Manual (Terminal de Programação,
Handheld Programmer), ou um PC com Software de Programação específico
(ambiente DOS® ou Windows® ). A Linguagem Ladder (RLL - Relay Ladder
Logic, Lógica de Contatos de Relê), muito popular entre os usuários dos antigos
sistemas de controle a relês, é a mais utilizada. Esta linguagem é a representação
lógica da seqüência elétrica de operação, como ilustrado nas figuras a seguir.
106

A lógica implementada pelo PLC é muito similar à convencional, sendo


que os dispositivos de entrada (elementos B0 e B1) são conectados ao
Circuito/Módulo de Entrada e o dispositivo de saída (elemento L0), ao
Circuito/Módulo de Saída. O Programa de Aplicação determina o acionamento da
saída em função das entradas (B0 . B1 = L0). Qualquer alteração desejada nesta
lógica é realizada por meio de alterações no programa, permanecendo as
mesmas ligações (conexões) nos Circuitos/Módulos de I/O.

2 - Arquitetura do CLP
Conhecer a estrutura básica de cada Bloco que compõe o PLC, com
suas particularidades e funções desempenhadas, auxilia na configuração e
escolha do equipamento mais adequado à implementação de determinado
Sistema Automatizado. De certa forma, influencia também no desenvolvimento do
Programa de Aplicação.

2.1 - CPU - Unidade Central de Processamento


A CPU de um PLC compreende os elementos que formam a
‘inteligência’ do sistema: o Processador e o Sistema de Memória, além dos
circuitos auxiliares de controle. O Processador interage continuamente com o
Sistema de Memória por meio do Programa de Execução (desenvolvido pelo
fabricante), interpreta e executa o Programa de Aplicação (desenvolvido pelo
usuário), e gerência todo o sistema. Os circuitos auxiliares de controle atuam
sobre os barramentos de dados (data bus), de endereços (address bus) e de
controle (control bus), conforme solicitado pelo processador, de forma similar a
um sistema convencional baseado em microprocessador.

2.2 - Processador
O desenvolvimento tecnológico de um PLC depende principalmente do
Processador utilizado, que pode ser desde um microprocessador/controlada
convencional - 80286, 80386, 8051, até um processador dedicado - DSP (Digital
Signa Processor — Processador Digital de Sinais), por exemplo.

Atualmente, os Processadores utilizados em PLCs são dotados de alta


capacidade computacional. Há CPUs que possuem processamento paralelo
(sistema de redundância), no qual dois ou mais processadores executam o
Programa de Aplicação, confrontando o resultados obtidas após o término de
cada execução. Algumas Famílias de PLCs possuem Módulos Co-processadores,
que auxiliam o Processador da CPU na execução de funções específicas
(operações complexas).

Independente de sua tecnologia, o Processador é responsável pelo


gerenciamento total do sistema, controlando os barramentos de endereços, de
dados e de controle. Conforme determinado pelo Programa de Execução,
interpreta e executa as instruções do Programa de Aplicação, controla a
comunicação com dispositivos externos e verifica integridade de todo o sistema
(diagnósticos). Pode operar com registros e palavras d instrução, ou de dados, de
diferentes tamanhos (8, 16 ou 32 bits), determinado pelo tamanho de seu
acumulador e pela lista de instruções disponíveis para cada CPU.
107

2.3 - Sistema de Memória


O Sistema de Memória da CPU é composto pela Memória do Sistema
de Operação (Programa de Execução ou Firmware, e Rascunho do Sistema) e
pela Memória de Aplicação (Programa de Aplicação e Tabela de Dados),
conforme a figura a seguir.

2.4 - Memória do Sistema de Operação

 Programa de Execução (Firmware): Constitui o programa


desenvolvido pelo fabricante do PLC, o qual determina como o sistema deve
operar, incluindo a execução do Programa de Aplicação, controle de serviços
periféricos, atualização dos Módulos de I/O, etc. O Programa de Execução é
responsável pela ‘tradução’ do Programa de Aplicação desenvolvido pelo usuário
— em linguagem de alto nível, para instruções que o Processador da CPU possa
executar — em linguagem de máquina. E armazenado em memória não volátil —
tipo ROM, normalmente EPROM.
 Rascunho do Sistema: Trata-se de uma área de memória reservada
para o armazenamento temporário de uma quantidade pequena de dados,
utilizados pelo Sistema de Operação para cálculos ou controle (calendário e
relógio internos, sinalizadores — flags — de alarmes e erros). Uma característica
dessa área de memória é o acesso rápido, sendo do tipo RAM.
2.5 - Memória de Aplicação ou Memória do Usuário

 Programa de Aplicação: Nessa área é armazenado o programa


desenvolvido pelo usuário para execução do controle desejado. Trata-se
normalmente de memória EEPROM, podendo ser também EPROM, ou ainda
RAM com bateria de segurança.

 Tabela de Dados: Essa área armazena dados que são utilizados pelo
Programa de Aplicação, como valores atuais e de preset (pré-configurado) de
temporizadores! Contadores e variáveis do programa, além dos status dos Pontos
de Entrada e de Saída (Tabela de Imagem das Entradas e Tabela de Imagem das
Saídas), que são lidas e escritas pelo Programa de Aplicação, respectivamente. A
atualização desse status é realizada constantemente, refletindo as mudanças
ocorridas nos Pontos de Entrada, e as atualizações das saídas são efetuadas
pelo Programa de Aplicação. Cada Ponto de Entrada e de Saída, conectado aos
Módulos de I/O, tem um endereço específico na Tabela de Dados, o qual é
108

acessado pelo Programa de Aplicação. Essa memória é do tipo RAM, podendo


ser alimentada com bateria de lítio (memória retentiva).

Cada instrução que a CPU pode executar consome uma quantidade


predeterminada de memória, expressa em bytes (8 bits) ou words (16 bits).
Normalmente, as especificações técnicas de uma CPU indicam a quantidade de
memória disponível para o usuário (memória variável - RAM, e memória de
programação — EPROM, EEPROM ou RAM com bateria), podendo ser expressa
em Kbytes (‘capacidade física’ de armazenamento da memória) ou em Kwords -
palavras de programação (‘capacidade lógica’ de armazenamento da memória).
No entanto, durante a configuração de um PLC, deve ser considerada a
quantidade de palavras de programação, uma vez que nem sempre há relação
direta entre a capacidade física (Kbytes) e a capacidade lógica (Kwords).

Conforme o fabricante e a Família (ou modelo) de PLC, a quantidade


de memória destinada ao Programa de Aplicação pode ser configurada pelo
usuário, ou seja, uma mesma CPU pode ser configurada para aceitar até 2Kwords
de instruções, como até 4Kwords, por exemplo. Normalmente, quando existe esta
possibilidade, a memória se apresenta na forma de cartuchos que são inseridos
na CPU. Existem casos em que a CPU é fornecida com uma quantidade básica
de memória, a qual pode ser expandida por meio desses “cartuchos”.

Além da quantidade de memória, pode haver diferenças na forma de


armazenamento dos dados. As características normalmente apresentadas nas
especificações técnicas de unia CPU e que devem ser consideradas durante a
sua configuração são:

 Capacidade de memória: quantidade máxima de memória que a CPU


pode conter, sendo indicadas separadamente: Memória total para programa de
aplicação e memória total para tabela de dados ou variáveis.

 Tipo de memória: forma de armazenamento do Programa de


Aplicação. Algumas CPUs possibilitam a escolha do tipo de memória (EPROM ou
EEPROM, por exemplo) para este fim.

 Bateria de backup: indica se a CPU permite utilização de bateria (de


lítio) para manutenção da Tabela de Dados (Dados Retentivos), mesmo sem
alimentação.

 Pontos de I/O total: quantidade máxima de Pontos de I/O que a CPU


pode controlar. Conforme o caso, há limites para Pontos de Entrada e Pontos de
Saída separadamente. Por exemplo, uma CPU pode controlar 640 Pontos de I/O,
tendo no máximo 320 Pontos de Entrada e 320 Pontos de Saída.

 Tempo de processamento ou tempo de execução: tempo necessário


para a CPU executar uma instrução booleana (contato ou bobina). Algumas CPUs
podem apresentar tempo de execução para instruções booleanas relativamente
alto, por serem indicadas ao processamento de operações mais complexas
(operações aritméticas e trigonométricas). Pode ser expresso em 1 k de
109

instruções booleanas, incluindo, ou não, tempo de overhead (processamento


executado pela CPU independente do Programa de Aplicação).

 Linguagem de programação: indica a(s) Linguagem(s) de


Programação que pode ser utilizada. Apresenta o sistema operacional necessário
para o Software de Programação para PC (DOS® ou Windows®, normalmente).

 Recursos de programação: indica os principais recursos disponíveis


na CPU que podem ser utilizados. Por exemplo, pode apresentar a quantidade de
temporizadores e contadores, operação com números inteiros ou números reais
(ponto flutuante), rotinas internas para controle PID, existência de
calendário/relógio internos, proteção por meio de senha (para acesso ao
programa armazenado na memória) e sistema de diagnósticos, entre outros.

 Portas de comunicação: quantidade de portas de comunicação


existentes na CPU, indicando tipo (RS-232 e/ou RS-422, por exemplo) e
protocolos suportados.

Para casos em que a CPU apresenta-se como um módulo


independente, deve-se considerar também o item potência consumida da base, o
qual especifica a corrente que a CPU consome da Fonte de Alimentação, por
meio do barramento da Base, para poder operar. Este valor é utilizado no Cálculo
de Consumo de Potência durante a configuração do PLC.
2.6 - Circuitos/Módulos de I/O
A diferenciação de nomenclatura, Circuitos de I/O ou Módulos de I/O,
deve-se ao tipo de PLC. No caso de PLCs Compactos — CPU e I/O alojados em
um único invólucro, usa-se Circuitos de I/O. Para PLCs Modulares — CPU e I/O
disponíveis de forma independente, usa-se Módulos de I/O. A partir deste ponto, é
usado o termo Módulos de I/O indistintamente.

Os Módulos de I/O fazem a comunicação entre a CPU e o meio externo


(por meio dos Dispositivos de Entrada e Saída), além de garantir isolação e
proteção à CPU. De forma genérica, são divididos em Módulos de Entrada e
Módulos de Saída. Para os PLCs modulares, há também os Módulos Combinados
(Pontos de Entrada e de Saída no mesmo Módulo).

 Módulos de Entrada (lnput Modules): recebem os sinais dos


dispositivos de entrada, tais como: sensores, chaves e transdutores, e os
convertem em níveis adequados para serem processados pela CPU.

 Módulos de Saída (Output Modules): enviam os sinais aos


dispositivos de saída, tais como: motores, atuadores e sinalizadores. Esses sinais
podem ser resultantes da lógica de controle, pela execução do Programa de
Aplicação, ou podem ser ‘forçados’ pelo usuário, independente da lógica de
controle.
110

Normalmente, os Módulos de I/O são dotados de:

 Isolação Óptica para proteção da CPU, Fonte de Alimentação e


demais Módulos de I/O. Neste caso, não há conexão elétrica entre os dispositivos
de entrada (chaves, sensores) ou de saída (atuadores, motores) e o barramento
de comunicação da CPU.

 Indicadores de Status para auxílio durante a manutenção. Trata-se de


LEDs (Ligth Emitting Diodes - Diodos Emissores de Luz) presentes na parte
frontal dos Módulos de I/O que indicam quais Pontos de Entrada estão recebendo
sinal dos dispositivos externos, e quais Pontos de Saída estão sendo atuados
pela CPU. Há também a possibilidade de existirem indicadores de falhas, como,
por exemplo, falta de alimentação externa, bloco de terminais desconectado, ou
fusível interno queimado.

2.8 - Fonte de Alimentação


A Fonte de Alimentação desempenha importante papel na operação do
sistema de um PLC. Além de fornecer todos os níveis de tensão para alimentação
da CPU e dos Módulos de I/O, funciona como um dispositivo de proteção.
Garante a segurança e a integridade da tensão de alimentação para todo o
sistema, por meio do monitoramento constante dos níveis de tensão e de corrente
fornecidos. Se esses níveis excederem os valores máximo ou mínimo permitidos,
além do tempo especificado pelo fabricante, a fonte interage diretamente com o
processador, gerando uma interrupção (por meio de uma seqüência de
comandos) e fazendo com que a CPU pare a execução do Programa de
Aplicação.

Atualmente, as Fontes de Alimentação dos PLCs utilizam tecnologia de


chaveamento de freqüência (fontes chaveadas). Em alguns casos, a tensão de
entrada não é fixa e nem selecionável pelo usuário, possuindo ajuste automático,
proporcionando maior versatilidade e qualidade ao sistema. Há, também, Fontes
de Alimentação com tensão de entrada DC (12V, 24Vou 125V) para aplicações
específicas (automotivas, por exemplo).

As proteções externas recomendadas para a Fonte de Alimentação dos


PLCs variam conforme o fabricante, mas basicamente consistem em
transformadores de isolação ou supressores de ruídos para rede, aterramento
adequado e conformidade com as normas técnicas locais.
Em alguns casos, os Módulos de I/O necessitam, além das tensões
fornecidas pela Fonte do PLC, de alimentação externa. A Fonte do PLC é
responsável pela alimentação do circuito lógico dos Módulos de I/O, sendo que a
fonte externa alimenta os circuitos de potência, ou circuitos externos - entrada ou
saída (Módulos Discretos e Analógicos) ou ainda fornece um nível de tensão com
maior capacidade de corrente para os Módulos Especiais.

Normalmente, as Fontes dos PLCs proporcionam saída auxiliar de


tensão em 24VDC, com limite reduzido de corrente (na faixa de 300mA a 800mA).
Essa saída pode ser utilizada para alimentação dos Módulos de I/O, desde que
respeitado o limite de corrente.
111

A Fonte de Alimentação tem aspectos variados, conforme o fabricante


e a Família de PLC. Pode apresentar-se em conjunto com a CPU, ou como um
Módulo independente para ser conectado à Base, ou ainda ser parte integrante da
própria Base.

As características normalmente apresentadas nas especificações


técnicas de uma Fonte de Alimentação e que devem ser consideradas durante a
sua configuração são:

 Faixa da tensão de entrada: AC (85-132V, 170-264V, 85-264V, por


exemplo), DC (12V, 24V, 10-28V, 125V, por exemplo). Para as faixas de entrada
em tensão DC observar também o ripple máximo permitido, geralmente menor
que 10%.

 Seleção da faixa de entrada: automática, por jumpers, ou por


terminais de conexão.

 Potência fornecida: máxima corrente fornecida ao barramento da


Base, normalmente relacionada à tensão de 5VDC, para alimentação dos
Módulos de I/O e da CPU, se for o caso (CPU como módulo independente). Este
valor é utilizado no Cálculo de Consumo de Potência durante a configuração do
PLC.

 Saída auxiliar de 24VDC: apresenta as características (tensão,


corrente e ripple) da saída auxiliar de 24VDC. Apenas para fontes com
alimentação AC.

2.9 - Base ou Rack


A Base, ou Rack, é responsável pela sustentação mecânica dos
elementos que compõem o PLC. Contém o barramento que faz a conexão elétrica
entre eles, no qual estão presentes os sinais de dados, endereço e controle -
necessários para comunicação entre a CPU e os Módulos de I/O, além dos níveis
de tensão fornecidos pela Fonte de Alimentação - necessários para que a CPU e
os Módulos de I/O possam operar.

Cada posição da Base, possível de receber um Módulo de I/O ou a


CPU - quando esta se apresentar como módulo independente, é denominada de
slot (ranhura, abertura), e cada slot da Base tem uma identificação própria,
conforme o fabricante. Por exemplo, a Automationdirect.com utiliza a seguinte
nomenclatura para os slots da Base:

Nas Famílias em que a CPU apresenta-se como um módulo


independente (Famílias DL205 e DL305), o primeiro slot ao lado da Fonte de
Alimentação, denomina-se slot da CPU, não podendo ser ocupado por Módulos
de I/O. Em casos específicos de Controle Baseado em PC, pode ser ocupado por
Módulos Especiais de Comunicação (Módulo para Comunicação Ethernet, por
exemplo). O primeiro slot ao lado da CPU denomina-se slot 0, o seguinte slot 1, e
assim sucessivamente, conforme apresenta a figura a seguir.
112

Alguns Módulos de I/O ou Especiais podem ter restrições quanto ao


posicionamento nos slots da Base. Porém, de forma geral, os Módulos Discretos
e Analógicos podem ser posicionados livremente pelo usuário. As possíveis
restrições de posicionamento são indicadas nos respectivos manuais técnicos.
Na maioria dos casos, uma mesma Família de PLC possui Bases com
diferentes quantidades de slots, com o objetivo de atender às necessidades
específicas de cada

2.10 - Classificação dos PLCs


Embora existam algumas divergências entre autores e fabricantes
quanto aos critérios de classificação, os PLCs podem ser divididos em grupos
específicos de acordo com a estrutura que apresentem (especificamente
relacionada à quantidade de Pontos de I/O que a CPU pode controlar e a
quantidade de memória de programação disponível):

 Micros PLCs (até 64 Pontos de I/O e até 2Kwords de memória)

 Pequenos PLCs (de 64 a 512 Pontos de I/O e até 4Kwords de


memória)

 PLCs Médios (de 256 a 2048 Pontos de I/O e dezenas de Kwords de


memória)

 PLCs Grandes (acima de 2048 Pontos de I/O e centenas de Kwords


de memória)

Em 1997, PLCs com até 14 Pontos de I/O e tamanho muito reduzido


foram lançados no mercado, tendo sido denominados pelos fabricantes de Nanos
PLCs.

Entre os Micros e Pequenos PLCs, ainda é possível encontrar outra


divisão:

 PLCs Compactos: que têm quantidade fixa de Pontos de I/O.


113

 PLCs Modulares: que permitem a configuração, por parte do usuário,


da quantidade e combinação dos Pontos de I/O.

Em alguns PLCs Compactos, é possível a adição de Pontos de I/O por


meio de ‘blocos’ de expansão, com limite determinado pelo fabricante, porém
apresentam poucas opções de configuração (quantidade e tipo dos Pontos de I/O
para cada bloco de expansão).
3 - Princípio de operação do CLP
3.1 - Ciclo de Execução do PLC
O Scan, que é o tempo de execução de um ciclo do PLC em modo de
execução, pode ser descrito resumidamente pelo fluxograma apresentado na
figura a seguir. Estes segmentos estão presentes em todos os PLCs disponíveis
no mercado e definem o tratamento da informação durante a execução do
Programa de Aplicação.

A seguir, são descritos com mais detalhes os principais segmentos do


fluxograma do sistema de operação do PLC.

3.2 - Atualização das Entradas - Leitura das Entradas


A CPU realiza a leitura de todos os pontos de entrada e armazena-os
na tabela de imagem das entradas. Cada ponto de entrada corresponde a uma
posição de memória específica (um bit de uma determinada word).

A tabela de imagem das entradas é acessada pela CPU durante a


execução do programa de aplicação.

Após a execução deste segmento em um determinado scan, a Leitura


das entradas será realizada apenas no scan seguinte, ou seja, se o status
(condição) de um determinado ponto de entrada mudar após a leitura das
entradas, ele só terá influência na execução do programa de aplicação no scan
seguinte, quando será percebida tal alteração.

Se uma determinada aplicação não puder ‘esperar’ este tempo


114

(normalmente, da ordem de milisegundos) para reconhecimento da alteração dos


pontos de entrada, utilizam-se instruções imediatas para construção da lógica de
controle no programa de aplicação. Essas instruções acessam diretamente os
pontos de entrada no momento em que são executadas. Há também as
instruções imediatas de saída que, ao serem executadas, atualizam os pontos de
saída e a tabela de imagem das saídas simultaneamente. A utilização de
instruções imediatas aumenta o Scan Time (tempo de varredura, ou de
execução) da CPU, pois além das operações de atualização das entradas e
atualização das saídas, os módulos de I/O são acessados a cada execução de
uma instrução imediata.

3.3 - Execução do Programa de Aplicação


Neste segmento, a CPU executa as instruções do Programa de
aplicação, que definem a relação entre a condição das entradas e a atuação das
saídas, ou seja, definem a lógica de controle a ser realizada.
A CPU inicia a execução do programa de aplicação a partir do
primeiro degrau (Lógica de controle da linguagem ladder), executando-o da
esquerda para a direita, e de cima para baixo, rung a rung, até encontrar a
instrução END (FIM). Constrói, assim, uma nova tabela de imagem das saídas,
gerada a partir da lógica executada.

3.4 - Atualização das Saídas - Escrita das Saídas


Após a execução do programa de aplicação, o conteúdo da Tabela de
imagem das saídas, construída de acordo com a lógica executada, é enviado aos
pontos de saída correspondentes.
3.5 - Realização de Diagnósticos
Neste segmento, a CPU realiza todos os diagnósticos do sistema,
além de calcular o Scan Time (Tempo de varredura), atualizar Relês Especiais
correspondentes e reinicializar o Watchdog Timer (Temporizador ‘Cão-de-
Guarda’).
Entre os diagnósticos realizados, os mais importantes são o cálculo do
Scan Time e o controle do Watchdog Timer. O Scan Time compreende o tempo
consumido pela CPU para realizar todas as tarefas em cada scan, desde o início
(atualização das entradas) até o término do ciclo (atualização das saídas). O
Watchdog Timer armazena o tempo máximo permitido para execução de cada
scan (normalmente definido pelo usuário). Se, em determinado scan, esse tempo
for excedido (Erro Fatal), a CPU é forçada ao modo de programação e todas as
saídas são desligadas. Caso contrário, o valor do Scan Time é armazenado em
uma variável apropriada (para realização de estatísticas: Scan Time máximo e
mínimo, por exemplo) e juntamente com o Watchdog Timer é reinicializado,
sendo controlados a cada scan.

Todos os erros diagnosticados, Fatais ou não Fatais, são indicados


por flags (bits internos à CPU, que podem ser usados no programa de aplicação),
e em alguns casos por LEDs externos (normalmente localizados na parte frontal
da CPU e dos Módulos de I/O). Algumas CPUs dispõem, também, de uma
variável destinada ao armazenamento do código de erro ocorrido durante a
115

execução do último scan.

3.6 - Considerações Relacionadas ao Scan Time


Como apresentado, o scan do PLC é composto por diversos
segmentos nos quais são realizadas tarefas específicas (determinadas pelo
firmware). Para execução de cada segmento é consumida uma certa
quantidade tempo, sendo que o somatório dos tempos determina o Scan Time
(Tempo de varredura) o qual pode variar de um scan para outro.

Os fatores que têm influência direta sobre o Scan Time são:

 Quantidade de módulos e pontos de entrada (‘atualização das entradas’);

 Conexão de dispositivos(s) periférico(s) (‘atendimento a serviço periférico’);

 Tamanho do programa de aplicação e tipo das instruções utilizadas (‘execução


do programa de aplicação’);

 Quantidade de módulos e pontos de saída (‘atualização das saídas’).

Independente da complexidade do programa de aplicação, há certos


fundamentos da programação em linguagem Ladder que são imprescindíveis para
um desenvolvimento adequado, os quais são válidos genericamente a todos os
PLCs.

4 - Linguagens de Programação

A primeira linguagem criada para programação de PLCs foi a


Linguagem Ladder.
O fato de ser uma linguagem gráfica, baseada em símbolos
semelhantes aos encontrados nos esquemas elétricos - contatos e bobinas, foi
determinante para aceitação do PLC por técnicos e engenheiros acostumados
com os sistemas de controle a relês. Provavelmente é ainda a mais utilizada.
Enquanto a Linguagem Ladder conquistava os Estados Unidos, a
Linguagem de Lista de Instruções era amplamente difundida na Europa. Esta, por
sua vez, é uma linguagem textual semelhante ao Assemble, e faz parte das
linguagens básicas normalmente disponíveis em um PLC.
As Linguagens de Programação não se limitam apenas a estas duas.
Atualmente, são encontrados no mercado PLCs que proporcionam programação
por meio de Linguagem ‘C’ e BASIC, por exemplo. A Norma IEC 61131-3 define
cinco Linguagens de Programação, entre as quais estão a Linguagem Ladder e a
Linguagem de Lista de Instruções.
116

4.1 - Linguagem_Ladder (LD - Ladder Diagram)


O nome Ladder deve-se ã representação da linguagem se parecer com
uma escada (Iadder), na qual duas barras verticais paralelas são interligadas pela
lógica de controle (rung), formando os degraus da escada. A figura a seguir
apresenta um exemplo simples de programação em Linguagem Ladder.

Atualmente, os PLCs apresentam instruções sofisticadas. Além de


simples contatos e bobinas, dispõem de contatos para detecção de borda de
subida/descida (one shot —‘disparo’), contatos de comparação, temporizadores,
contadores, blocos de processamento (operações lógicas e aritméticas,
manipulação de dados), controle total do fluxo de execução do programa (foops
For/Next, Goto, Stop, sub-rotinas), interrupções (por hardware e por software) e
blocos para manipulação de mensagens (ASCII, rede), por exemplo.

5 - Soft RSLogix 500


5.1 - CLP SLC-500 da Allen Bradley
O SLC-500 é um controlador de estrutura modular básico, consiste de
um chassi, fonte de alimentação, processador (CPU), Entrada/Saída (Módulos
E/S). Possui características que anteriormente, só poderiam ser encontradas em
controladores de grande porte. Possui a flexibilidade e a potência de um
controlador de grande porte com o tamanho e a simplicidade de um de pequeno
porte. O SLC-500 oferece mais opções de controle do que qualquer outro
controlador programável de sua classe.

O chassi armazena o controlador e os módulos de E/S. A fonte de


alimentação localiza-se no lado esquerdo do chassi. Todos os componentes se
deslizam facilmente para dentro do chassi ao longo das guias. Não é necessário o
uso de ferramentas para inserir ou remover o controlador ou os módulos de E/S.
Podem ser conectados em um SLC até três chassis (30 ranhuras de E/S).
Existem quatro tamanhos de chassis: 4 ranhuras, 7 ranhuras, 10 ranhuras e 13
ranhuras.

Os controladores de estrutura modular SLC-500 são projetados para


atender desde aplicações independentes até grandes sistemas distribuídos e de
aplicações simples até as mais complexas.

Recursos do controlador
Tamanho da memória – A memória do controlador de estrutura
modular SLC-500 pode ser configurada tanto para armazenamento de dados
117

quanto para armazenamento de programa. O tamanho da memória varia de 1K a


64K.

Pontos de E/S – O controlador SLC 5/01 suporta o endereçamento de


até 3940 pontos de E/S. Os SLC 5/02, SLC 5/03, SLC 5/04 e SLC 5/05 suportam
um endereçamento de 4096 pontos de E/S. Os controladores de estrutura
modular SLC-500 são suportador por mais de 60 módulos de E/S diferentes,
incluindo E/S digital e E/S inteligente.

Performance – Os controladores de estrutura modular SLC-500 são


projetados tendo em vista o rendimento. O tempo de varredura do programa, para
uma mistura típica de instruções, varia de 0,9 ms/K a 8,0 ms/K, dependendo do
controlador. O tempo de varredura da E/S varia de 0,25ms a 2,6ms, dependendo
do controlador.
5.1 - RSLogix 500
O software RSLogix 500 é um programa desenvolvido pela Rockwell
Software para editar programas de aplicação dos CLPs da família SLC-500.
Através dele é possível:

- Criar novos programas offline ou online.


- Enviar programas para o CLP (download).
- Ler programas do CLP (upload).
- Salvar as aplicações em disquete.
- Editar programas offline ou online.
- Imprimir programas.
- Impor condições de forçamento (forces) em E/S.
- Monitorar estados de programa online, verificando ou alterando
parâmetros.

Requisitos de sistema
Este software foi desenvolvido para plataformas Windows 98, 2000 e
XP. O Hardware mínimo é um microprocessador Pentium ou compatível com
16MB de RAM e 8MB disponível em disco rígido e uma porta serial RS232.

5.11 - Passos para abrir um programa


1 - Dê um click na opção Open... do menu ou use o botão da barra de
ferramentas. A caixa de diálogo abaixo será aberta:
118

2 - Escolha um tipo de arquivo, onde este pode ser vindo do RS Logix


500 ou de qualquer software anterior a ele. Pôr exemplo do APS.
3 - Depois clique em 0K para abri-lo.

5.12 - Passos para Editar um Programa


As Edições são feitas toda vez que estamos fazendo adequações do
programa para que ele funcione de maneira a atender os requisitos que a
produção estipulou. E certo que os ajustes as vezes são demorados e a melhor
maneira de fazê-los é deixando a CPU em modo PROG (programação).
Há situações entretanto, em que não é possível parar o processo,
assim as modificações deverão ser feitas em modo RUN, com o PLC Online.
CUIDADO: Observe que os modelos de CPU 5/01 e 5/02 não aceitam
modificações online.
ATENÇÃO: Sempre que fizer edições Online, deve-se ter cuidado
redobrada, pois qualquer descuido pode ser fatal para os equipamentos, ou para
as pessoas envolvidas no processo.
Os passos para a edição online ou offline serão descritos a seguir, mas
note que em modo RUN aumenta o número de passos para uma maior
segurança.
1 -Entre na aplicação a ser editado pelo RS Logix 500. Siga os passos
do item Como abrir um arquivo.
2 - Acesse o arquivo Ladder a ser editado dando um clique sobre o
item definido para ele na pasta Program Files. Pôr exemplo LAD 3.
3 - Localize a linha no arquivo deslocando o cursor sobre o programa,
ou utilizando o search para levá-lo a instrução pretendida.
4 - Clique duas vezes na borda lateral esquerda da linha, se quiser
modificar a linha como um todo (Online serão necessários mais dois cliques).
Aparecerá então toda a linha, pôr extenso. Modifique sobre o que você quiser e
de <ENTER>.
119

5 – Em edição Offline para verificar se as alterações não possuem


erros, e também sair do modo de edição, clique no botão: . Em edição Online,
clique no botão:

ATENÇÂO
1 - Deve-se testar a linha editada, para ter certeza que ela esta
funcionando dentro da lógica prevista. Assim clique em: e confirme com yes a
pergunta.
2 - Se a lógica estiver ok, confirme as modificações com: em
seguida yes para confirmar. Dessa forma você estará saindo do modo de edição
em definitivo.

5.13 - Passos para Salvar um programa


Para salvar a arquivo com o mesmo nome e no mesmo diretório, use a
opção Sane do menu ou use o botão da barra de ferramentas. Será mostrada
então a janela a seguir onde podemos optar pôr uma nova revisão e até fazer
comentários da mesma.

5.14 - Passos para fazer Download


Quase sempre é preciso enviar o programa para a CPU, por causa de
alguma falha, ou por alguma modificação mais radical que foi feita Offline. Para
isso temos que fazer o Download. Faça então assim:
1 - Entre Offline no programa a ser enviado para a CPU.
2 - Na Barra Online abra a caixa de mudança de modo e clique no item
Dowload (Vide figura).
ATENÇÃO: O Download deve ser feito sempre com a CPU no modo
PROG, porque não é possível se transferir um programa com outro rodando no
mesmo PLC.

5.15 - Passos para fazer Upload


Assim como é preciso fazer modificações na própria CPU, enquanto
ela está trabalhando. Não se pode esquecer que uma cópia deste programa deve
120

estar sempre na memória do micro, de forma que numa eventual perda do


mesmo, possamos ter um back-up. Por isso devemos sempre fazer um Upload do
programa para o micro. Veja como se faz:
1 - Entre Online, se já não estiver.
2 - Na Barra Online abra a caixa de mudança de modo e clique no item
Upload (Vide figura).

5.16 - Passos para fazer Force


O Force é a maneira de obter um estado num endereço independente
de qualquer outra condição. Os Forces só podem ser feitos para endereços de
entrada e saída físicos (sempre Online), sendo assim é impossível forçar
endereços lógicos. É o caso de bits auxiliares e bits com endereços de saídas.
Os Forces são muito perigosos, porque se implementados sem um
prévio estudo de seus efeitos, podem ocasionar danos pessoais ou ao
equipamento. Por isso saiba bem os seus efeitos.
Um Force de entrada é feito desconsiderando-se qualquer mudança no
estado do campo. Portanto, se uma entrada é forçada para ON, não importa o
que ocorra no campo, que ela manterá seu estado. Com relação a uma saída,
acontece o mesmo, mas neste caso ela independe dos estados da lógica do
programa.
Siga os passo abaixo para a perfeita implementação do Force.
1 - Acesse a linha de programa onde o Force será feito.
2 - Clique com o botão direto do mouse sobre a instrução a ser forçada.
Nas opções que aparecerem escolha Force ON, ou Force 0FF.
3 - Para que o Force tenha efeito deve-se alterar na Barra Online a
caixa que informa Forces Disable para Enable All Forces. Em seguida confirme
com yes.

No caso de remoção dos forces retome a Barra Online, e altere do


modo Forces Intalled para Remove All Forces.
Se você só quiser retirar um único Force, clique com o botão direito do
mouse sobre a instrução e escolha a opção Remove Force.

5.17 - Passos para alterar o Modo de Operação


Os Modos de Operação são a maneira com que o PLC deve trabalhar.
Existem três Modos: PROG, RUN e TEST. Sempre que quiser alterar o Modo pelo
programa deve-se manter a chave frontal do PLC em REM.
 Modo PROG tem como finalidade podermos alterar o programa ou
qualquer um de seus arquivos. Pode-se até mesmo fazer um Download. As
saídas são totalmente desenergizadas, e o programa não executa o Scan.
121

 Modo RUN roda o programa e são limitadas as alterações no que diz


respeito a arquivos. Não podemos fazer Download, mas o Upload é possível.
 Modo TEST o PLC roda o programa, sem entretanto energizar as
saídas. Para arquivos, Upload e Download, valem as mesmas considerações que
no modo RUN.
Deve-se seguir os passos:
1 - Estando no programa Online, clique na caixa seletora de Modo na
Bana Online.
2 - Selecione o Modo desejado: PROG, RUN ou TEST.
3 - Em seguida confirme com Yes.

5.18 - Passos pa adicionar símbolos e comentários no programa


Os símbolos podem ter até 20 caracteres. Os caracteres podem ser as
letras de A a Z e números de 0 a 9. O símbolo não pode começar com um
caractere numérico. Os espaços não são permitidos.

É possível utilizar vários métodos para adicionar símbolos e descrições


aos endereços no banco de dados.

1) É possível abrir o arquivo de programa e adicionar a documentação


diretamente à instrução endereçada.
 Clique na instrução dentro do arquivo do programa que você deseja
documentar.
 Clique com botão direito do mouse e selecione Editar Símbolo ou
Editar descrição.
 No caso de Editar símbolo digite símbolo de sua escolha e pressione
[ENTER], no caso de descrição digite a descrição e dique em 0K.
122

2) É possível modificar a documentação atribuída ao endereço no


arquivo de dados.

3) É possível modificar o banco de dados através de editor de banco de


dados.
4) Os símbolos podem ser digitados sem precisar definir suas
designações de endereços primeiro. Apenas dique em uma instrução e digite em
uma instrução e digite um nome de símbolo em vez de um endereço. Em seguida,
será possível atribuir endereços aos símbolos utilizados no programa no Editor de
Banco de Dados. dique no ícone Endereço/Símbolo da pasta Banco de Dados da
árvore de projetos para acessar o Editor de Banco de Dados.
123

5.18 - Passos para criar uma nova aplicação


1 - Para criar uma nova aplicação dê um dique na opção New... do
menu ou use o botão da barra de ferramentas. A caixa de diálogo abaixo será
aberta.

2 - A opção Processor Name deve ser preenchida com o nome


sugerido para o projeto.
3 - Escolha a CPU que você irá trabalhar, assim como a série/revisão e
tamanho da memoria.
4 - Se necessário, escolha o Driver e o nó de rede (Processor node)
que será usado para comunicação. Vide informações abaixo para informar-se de
como configurar o driver no RS Linx.
5 - Clique em 0K para que o novo arquivo seja aberto

5.19 - Configuração do driver no RS Linx


Para salvar uma aplicação do RS Logix no PLC, e imprescindível que
se configure antes o driver no RS Linx. Para isso faça o seguinte:
124

1 - Abra o Software RS Linx.

2 - Clique no botão e escolha um dos drivers disponíveis (Avaliable


Drivers Types). Pôr exemplo RS-232 DF1 Devices. Vide figura na seqüência.

3 - Adicione-o na lista de drivers configurados (Configured Drivers) com


o botão Add New e OK na sequência.

4 - Aparecerá uma nova janela onde selecionaremos pôr exemplo a


porta de comunicação (COM1, COM2,...) e o tipo de conexão fisica (Placa KT/KE,
Canal 0 do PLC, etc...). Um exemplo está mostrado na figura a seguir.
125

5 - Configure em Comm. Port a porta de comunicação do Micro (COM1


ou COM2) e em Device a opção SLC-CH0/Micro/Panelview. Em seguida clique no
botão Auto-configure, caso o cabo de comunicação da CPU esteja ligado ao
micro. Isto fará com que as outras informações da janela sejam automaticamente
lidas do PLC.

6 - Clique em 0K e retome a tela inicial do RS Linx.

7 - Minimize o software RS Linx, para que você possa comunicar no


futuro com a CPU via RS Logix.

OBS: Caso você não tenha uma CPU na hora da configuração, você
não deverá apertar Auto-configure

5.20 - Configuração do Driver no RS Logix 500


Abra o menu Tools, e clique na opção Options- system comms.
Selecione o Driver da lista de drivers, e o número do nó da rede que se quer
comunicar. A partir dai o seu micro está pronto para comunicar com o SLC-500.
126

5.21 - Passos para criar um Programa Ladder


Após ter criado uma nova aplicação siga os seguintes passos:
1 - Na Barra de Instruções clique em inserir degrau.
2 - Insira uma instrução da Barra de Instruções, escolhendo a categoria
e a instrução que você precisar. Na categoria são abertas uma série de opções,
basta clicar nas abas inferiores da Barra.

3 - Digite o endereço ou os parâmetros da instrução e dê <ENTER>.


4 - Repita os passos 2 e 3 até que a linha seja completada, não
esquecendo que a edição deve ser feita sempre da esquerda para a direita. No
caso de paralelos na linha, vide as informações a seguir.
5 - Se quiser uma nova linha, repita os passos 2, 3 e 4.
6 - Para verificar se o seu programa não possui erros, e também sair
do modo de edição, dique no botão verificador de erros.

Criação de Paralelos
O paralelo deve ser feito depois que a parte linear da linha é editada.
Siga os seguintes passos:
1 - Posicione o cursor no lado esquerdo de onde o paralelo deverá
aparecer.
2 - Na Barra de Instruções dique no botão:
3 - Em seguida clique e arraste com o mouse o lado direito do paralelo,
envolvendo assim as instruções que ficarão dentro do paralelo (só solte quando a
caixa vermelha ficar verde).
4 - Insira uma instrução da Barra de Instruções, escolhendo a categoria
e a instrução que você precisar. Na categoria são abertas uma série de opções,
basta clicar nas abas inferiores da Barra.
5 - Digite o endereço ou os parâmetros da instrução e dê <ENTER>.
127

Para salvar o arquivo com outro nome ou em um diretório diferente use


a opção Save As... do menu file. Opere essa caixa de diálogo como em qualquer
outro programa para Windows.

Passos para Imprimir um Projeto

1- Clique no comando Report options onde se terá acesso a tela das


opções de impressão, e poderemos selecionar o que será impresso. Não
pressione o botão ao lado antes de selecionar.

Dentre as opções as mais importantes está a pasta Program Files,


onde podemos escolher a lista de programas, e a faixa do programa a ser
impressa. Se quisermos todo o programa, basta manter em Program Files Range
a seleção All Files. Há também os campos Reports (seleção geral), Title, Header
and Footer (cabeçalho e rodapé), Data Files (arquivo de dados), Data Monitor
(Tabela de monitoração) e Cross Reference (Referência Cruzada).
128

2 - Após selecionado dê um clique no botão Print ou vá até o comando


Print Reports. Em seguida, como é de costume no windows ele mostrará a janela
de configuração da impressora. Configure-a de acordo com a conveniência.
129

6 - Instruções para programação em Ladder


O conjunto de instruções do soft RSLogix 500 é muito completo,
podendo encontrar as mais diversas instruções necessárias para uma aplicação
de grande porte. A seguir será apresentado as principais instruções, caso
necessite de informação sobre alguma outra instrução você encontrará no menu
Help.
6.1 - Instruções básicas
Examinar se Energizado (XIC)
Examina o bit da tabela de dados I:1/0, o
qual corresponde ao terminal 0 de um
módulo de entrada localizado no cartão
E/S 1. Se este bit da tabela de dados
estiver energizado (1), a instrução é
verdadeira.
Examinar se Desenergizado (XIO)
Examina o bit da tabela de dados I:1/1, o
qual corresponde ao terminal 1 de um
módulo de entrada localizado no cartão
E/S 1. Se este bit da tabela de dados
estiver desenergizado (0), a instrução é
verdadeira.
Energizar Saída (OTE)
Se as instruções de entrada que
antecedem esta instrução de saída na
mesma linha passam a verdadeira, o bit
0:2/0 é energizado, o qual corresponde
ao terminal 0 de um módulo de saída
localizado no cartão E/S 2.
Energizar Saída com Retenção (OTL)
Se as condições de entrada anteriores a
esta instrução de saída na mesma linha
passam a verdadeira, o bit 0:2/12 é
energizado, o qual corresponde ao
terminal 12 de um módulo de saída
localizado no cartão E/S 2.
Desernergizar Saída com Retenção (OTU)
Se as condições de entrada anteriores a
esta instrução de saída na mesma linha
passam a verdadeira, o bit 0:2/9 é
desenergizado, o qual corresponde ao
terminal 9 de um módulo de saída
localizado no cartão E/S 2. Isto é
necessário para desenergizar um bit que
foi energizado com retenção (OTL).
130

Temporizador na Energização (TON)


Se a condição de entrada se toma verdadeira,
o temporizador começa a incrementar em
intervalos selecionados (Time Base). Quando
o valor acumulado (ACC) é maior ou igual ao
valor pré-selecionado (Preset), o
temporizador pára e energiza o bit de
executado do temporizador (DN).

Temporizador na Desenergização (TOF)


Se a condição de entrada é falsa, o
temporizador começa a incrementar em
intervalos selecionados (Time Base). Quando
o valor acumulado (ACC) é maior ou igual ao
valor pré-selecionado (Preset), o
temporizador pára e energiza o bit de
executado do temporizador (DN).

Temporizador Retentivo (RTO)


Se a condição de entrada se toma
verdadeira, o temporizador começa a
incrementar em intervalos selecionados
(Time Base). Quando a linha passa a falsa, o
temporizador pausa a temporização e
retorna somente quando a linha for
verdadeira. Quando o valor acumulado
(ACC) é maior ou igual ao valor pré-
selecionado (Preset), o temporizador pára e
energiza o bit de executado do temporizador
(DN).

Nos temporizadores existem os bit EN, DN e TT, o bit EN é verdadeiro


quando a linha for verdadeira, o bit DN é verdadeiro quando o valor acumulado for
igual ao pré-selecionado e o bit TT é verdadeiro durante a contagem de tempo.

Quando for necessário usar o valor acumulado durante o programa


deve se usar o seu endereço, como por exemplo: T4:0.ACC
131

Contador Crescente (CTU)


Se a condição de entrada se toma verdadeira,
o contador inicia a contagem incrementando
em 1 sempre que a linha passa de falsa para
verdadeira. Quando o valor acumulado é
maior ou igual ao valor pré-selecionado
(Preset), o contador energiza o bit de
executado (DN).

Contador Decrescente (CTD)


Se a condição de entrada se toma verdadeira,
o contador inicia a contagem decrementando
em 1 sempre que a linha passa de falsa para
verdadeira. Quando o valor acumulado é
maior ou igual ao valor pré-selecionado
(Preset), o contador energiza o bit de
executado (DN).

Rearme do Temporizador ou Contador (RES)


Se a condição de entrada se toma verdadeira,
o valor acumulado (ACC) do temporizador ou
contador é ressetado (=0).

Nos contadores existem os bit CU, CD e DN, os bits CU e CD são


verdadeiros quando a linha for verdadeira, o bit DN é verdadeiro quando o valor
acumulado for maior ou igual ao pré-selecionado no contador.

Quando for necessário usar o valor acumulado durante o programa


deve se usar o seu endereço, como por exemplo: C5:0.ACC.

Para se obter um contador crescente e decrescente (UP-DOW) usa-se


dois contadores, um UP e um DOW, com o mesmo endereço.
132

7 – Exemplos de programas
Os exemplos a seguir foram implementados em uma estrutura de
hardware seguindo os endereços apontados na figura a seguir:

7.1 – Programa 1

O programa 1 visa nos mostrar a diferença entre as instruções


Examine ON e Examine OFF. No primeiro degrau uma instrução Examine ON
no endereço I:1/0 comanda o endereço de saída O:2/1. A saída será verdadeira
quando a entrada for nível lógico 1, ou seja, receber tensão. Se a chave ligada
na entrada for NA a saída será verdadeira quando a chave estiver acionada,
mas se for NF a saída será verdadeira quando a chave não estiver acionada.

No segundo degrau uma instrução Examine OFF no endereço I:1/0


comanda o endereço de saída O:2/2. A saída será verdadeira quando a entrada
for nível lógico 0, ou seja, não receber tensão. Se a chave ligada na entrada for
NF a saída será verdadeira quando a chave estiver acionada, mas se for NA a
saída será verdadeira quando a chave não estiver acionada.
133

7.2 – Programa 2

O programa 2 visa nos mostrar o funcionamento da lógica seqüencial,


onde os endereços de saída serão comandados por uma seqüência de sinais de
entrada. Considerando que todas as chaves são NA (I:1/0 = CH1, I:1/1 = CH2 e
I:1/2 = CH3) teremos as seguintes condições para cada endereço de saída:

Para que o endereço O:2/1 seja verdadeiro é necessário que as chaves


CH1 e CH3 estejam acionadas e a chave CH2 não esteja acionada.

Para que o endereço O:2/2 seja verdadeiro é necessário que as chaves


CH2 e CH3 estejam acionadas e a chave CH1 não esteja acionada.

Para que o endereço O:2/0 seja verdadeiro é necessário que as chaves


CH1, CH2 e CH3 não estejam acionadas.
134

7.3 – Programa 3

O programa 3 visa nos mostrar o funcionamento do comando por selo.

No primeiro degrau a chave de ligar (I:1/1) é NA e a chave de desligar


(I:1/0) é NF. Para que o endereço de saída (O:2/0) mude de falso para verdadeiro
é necessário que se pulse a chave de ligar, tornando a entrada I:1/1 verdadeira,
enquanto a chave de desligar deverá estar sem acionamento. Sendo a chave de
desligar NF o endereço I:1/0 será verdadeiro tornando verdadeiro o endereço
O:2/0 que irá selar a saída, pois está em paralelo com o endereço da chave de
ligar. Mesmo que a chave de ligar esteja sem acionamento, a saída será
verdadeira até que se acione a chave de desligar, tornando falsa a saída.

No segundo degrau a chave de ligar (I:1/1) e a chave de desligar


(I:1/0) são NA. Para que o endereço de saída (O:2/0) mude de falso para
verdadeiro é necessário que se pulse a chave de ligar, tornando a entrada I:1/1
verdadeira, enquanto a chave de desligar deverá estar sem acionamento. Sendo
a chave de desligar NA o endereço I:1/0 será verdadeiro tornando verdadeiro o
endereço O:2/0 que irá selar a saída, pois está em paralelo com o endereço da
chave de ligar. Mesmo que a chave de ligar esteja sem acionamento, a saída será
verdadeira até que se acione a chave de desligar, tornando falsa a saída.
135

7.4 – Programa 4

O programa 4 visa nos mostrar o funcionamento das instruções de


retenção (L e U). Quando as condições que precedem a instrução liga (L) mudam
de falso para verdadeiro o endereço desta se torna verdadeiro e permanece
verdadeiro até que a instrução desliga (U) mude de falso para verdadeiro, as
ações de ligar e desligar são executadas apenas com pulso, não necessita de
retenção. A vantagem no uso desta instrução é que não é necessário o uso do
contato de selo, porém é necessário duas lógicas para comandar um único
endereço, uma lógica para ligar e uma para desligar.
136

7.5 – Programa 5

O programa 5 é um modelo de comprovação de funcionamento do


temporizador para ligar (TON), onde se pode observar o funcionamento dos seus
endereços auxiliares (EN, DN e TT) e da bobina reset (RES).
Quando as condições que precedem a instrução TON mudarem de
falso para verdadeiro, o valor acumulado será incrementado a cada intervalo de
tempo definido em time base. Quando o valor acumulado for igual ao valor do
preset o bit DN será verdadeiro. Durante a contagem de tempo o bit TT é
verdadeiro. O bit EN é verdadeiro quando as condições que precedem a instrução
TON forem verdadeiras.
Se durante a contagem de tempo, as condições que precedem a
instrução TON mudarem de verdadeiro para falso, o valor acumulado será
ressetado. A instrução RES também pode ser usada para ressetar o valor
acumulado.
Caso seja necessário o uso do valor acumulado em outra parte do
programa seu endereço é o seguinte: T4:0.acc
137

7.6 – Programa 6

O programa 6 é um modelo de comprovação de funcionamento do


temporizador para ligar (TON), onde se pode observar o funcionamento dos seus
endereços auxiliares (EN, DN e TT) e da bobina reset (RES).
Quando as condições que precedem a instrução TOF mudarem de
verdadeiro para falso, o valor acumulado será incrementado a cada intervalo de
tempo definido em time base. Quando o valor acumulado for igual ao valor do
preset o bit DN será verdadeiro. Durante a contagem de tempo o bit TT é
verdadeiro. O bit EN é verdadeiro quando as condições que precedem a instrução
TOF forem verdadeiras.
Se durante a contagem de tempo, as condições que precedem a
instrução TOF mudarem de falso para verdadeiro, o valor acumulado será
ressetado. A instrução RES também pode ser usada para ressetar o valor
acumulado.
Caso seja necessário o uso do valor acumulado em outra parte do
programa seu endereço é o seguinte: T4:0.acc
138

7.7 – Programa 7

O programa 7 é um modelo de comprovação de funcionamento do


Contador crescente (CTU), onde se pode observar o funcionamento dos seus
endereços auxiliares (DN e CU) e da bobina reset (RES).
Quando as condições que precedem a instrução CTU mudarem de
falso para verdadeiro, o valor acumulado será incrementado. Quando o valor
acumulado for igual ou superior ao valor do preset o bit DN será verdadeiro. O bit
CU é verdadeiro quando as condições que precedem a instrução TOF forem
verdadeiras.
A instrução RES pode ser usada para ressetar o valor acumulado.
Caso seja necessário o uso do valor acumulado em outra parte do
programa seu endereço é o seguinte: C5:0.acc
139

7.8 – Programa 8

O programa 8 é um modelo de comprovação de funcionamento do


Contador decrescente (CTD), onde se pode observar o funcionamento dos seus
endereços auxiliares (DN e CD) e da bobina reset (RES).
Quando as condições que precedem a instrução CTD mudarem de
falso para verdadeiro, o valor acumulado será decrementado. Enquanto o valor
acumulado for igual ou superior ao valor do preset o bit DN será verdadeiro. O bit
CD é verdadeiro quando as condições que precedem a instrução TOF forem
verdadeiras.
A instrução RES pode ser usada para ressetar o valor acumulado.
Caso seja necessário o uso do valor acumulado em outra parte do
programa seu endereço é o seguinte: C5:0.acc
140

7.9 – Programa 9

O programa 9 é um modelo de comprovação de funcionamento do


Contador crescente e decrescente (CTUD), que é formado a partir de dois
contadores com o mesmo endereço um CTU e um CTD, onde se pode observar o
funcionamento dos seus endereços auxiliares (DN e CU) e da bobina reset (RES).

Devido ao fato dos dois contadores possuírem o mesmo endereço


(C5:0), eles compartilham os valores preset e acumulado. O contador crescente
(CTU) é responsável pelo incremento do valor acumulado e o contador
decrescente (CTD) é responsável pelo decremento. Quando o valor acumulado
for maior ou igual ao valor do preset o bit DN será verdadeiro.
141

7.10 – Programa 10

O programa 10 é um exemplo de aplicação onde uma chave NA ligada


no endereço I:1/1 ligará o motor para direita (O:2/5) e este irá girar até o limite
direito (I:1/5) quando desligará o motor e o ligará para esquerda (O:2/6) até que
chegue ao limite esquerdo (I:1/6) que fará o motor parar. A qualquer momento é
possível parar o motor através da chave de desligar (I:1/0) que é NF.
142

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