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jusbrasil.com.br
17 de Abril de 2018
A Definição de crime, vista sob uma ótica superficial, aparenta não ter o potencial
de gerar grandes discussões e complexidades. Isso porque, em seu aspecto formal,
o crime nada mais é do que o resultado da mera subsunção da conduta ao tipo legal
e, portanto, considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever
como tal, pouco importando o seu conteúdo.
Assim, podemos definir crime como a conduta que vai de encontro à normal penal
imposta pelo Estado, ou seja, a ação ou omissão proibida pela lei.
Nesse diapasão, importa divagar de forma mais profunda, embora sem a pretensão
de esgotar o tema, acerca do aspecto analítico do delito, definido por Capez[2]
como “aquele que busca, sob um prisma jurídico, estabelecer os elementos
estruturais do crime. “
Crime, em seu aspecto analítico, pode ser definido como toda conduta típica, ilícita
e culpável. Não haverá infração penal, portanto, se a situação concreta carecer de
uma dessas condições sine qua non, cujo conjunto convencionou-se denominar
Teoria Geral do Crime.
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17/04/2018 A fim de resumir de forma breve As
as excludentes
principiaisnocaracterísticas
Direito Penal Brasileiro
dos elementos
estruturais, transcrever-se as didáticas explicações contidas na obra de Francisco
de Assis Toledo[3]:
Claus Roxin[5] interliga tais elementos, concluindo que “típica é a ação que
coincide com uma das descrições de delito; antijurídica é a conduta típica não
amparada por causa de justificação; e culpável é a ação típica e antijurídica
praticada de modo reprovável por um sujeito imputável.”
EXCLUDENTES DA CONDUTA
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17/04/2018 Asomissão
Define-se conduta como a ação ou excludentes no Direitoconsciente
humana Penal Brasileiro
e dirigida a uma
determinada finalidade, segundo autores como Damásio E. De Jesus, Rogério
Greco, e Francisco Munhoz Conde. É a partir da conduta humana que se inicia o
conceito analítico de crime. Sua importância é revelada por César Roberto
Bitencourt[6]:
No Brasil, a conduta precisa ser praticada por pessoa física uma vez que pessoa
jurídica não pode ser sujeito ativo de crime, salvo em delitos ambientais. A conduta
humana deve ser voluntária, isto é, o indivíduo deve pensar em realizar um
movimento corporal, um ato executado dirigido a uma finalidade específica. Deve-
se atentar para não confundir com a intenção de cometer o delito, que atina com o
aspecto da tipicidade uma vez que trata-se de dolo.
De acordo com Bittencourt, “os movimentos reflexos são atos reflexos, puramente
somáticos, aqueles em que o movimento corpóreo ou sua ausência é determinado
por estímulos dirigidos diretamente ao sistema nervoso. Nestes casos, o estímulo
exterior é recebido pelos centros sensores, que o transmitem diretamente aos
centros motores, sem intervenção da vontade, como ocorre, por exemplo, em um
ataque epilético. Com efeito, os atos reflexos não dependem da vontade". (...)
No caso do estrito cumprimento do dever legal, não praticará o crime o agente que
fere um bem jurídico tutelado pela norma penal, de acordo com a norma
permissiva do Art. 23, III, CP. Assim, será lícita (embora não atípica) a conduta
dos agentes do Poder Público que efetuam prisões, busca e apreensões,
arrombamentos quando tais práticas estiverem de acordo com os trâmites legais
(ex: autorização e mandato judicial).
Assim também devem ser tratados os atos lesivos na prática de esportes como
boxe, luta livre, futebol. A ilicitude ou antijuridicidade se exclui pois a prática é
autorizada pelo Estado, não é ilegal. O exercício regular do direito se faz presente.
Uma conduta permitida no universo jurídico não pode ser concomitantemente
proibida em direito. Em relação ao consentimento do titular do bem jurídico,
entende-se que a lesão não poderá ser consentida de forma válida quando se
coloque em perigo a vida pois a ausência de interesse do agente pela própria vida
não elimina esta da tutela penal, uma vez que ela deve ser protegida como valor
social, superior ao interesse particular. Não é a mesma situação da permissão de
um dano. De acordo com Francisco Assis de Toledo[8], considera-se como causa
supralegal de justificação o consentimento do ofendido, impondo-se a exclusão de
ilicitude. Nelson Hungria, no entanto, não concorda com esse ponto.
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17/04/2018 As excludentes
Art. 24 - Considera-se em estado no Direito
de necessidade Penalpratica
quem Brasileiro o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
Na hipótese o titular do bem seja aquele que deu causa ao perigo, haverá estado de
necessidade defensivo. Em caso contrário, entende-se que há estado de
necessidade ofensivo.
Esta última teoria é defendida por Heleno Cláudio Fragoso[11]. Para melhor
elucidação sobre o tema, transcreve-se trecho de sua obra:
EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
Esse entendimento foi superado por Hans Welzel, que transpôs o dolo e culpa para
a própria tipicidade penal. Hoje consideramos o dolo como elemento subjetivo do
tipo, conforme se verá em tópico adiante, e não como elemento da culpabilidade. O
dolo, nesse sentido, não pode ser confundido como consciência potencial da
ilicitude.
“o que desde logo deve entender-se por coação irresistível é a que resulta do
emprego da violência física, a vis corporalis. Na hipótese, não deve, porém,
compreender-se a força absoluta, aquela em que o coato não participa da ação
nem com seu gesto, nem sequer com a vontade, mesmo imperfeita, como
acontece, por exemplo, quando alguém segura e move a mão de outrem para
que desfira o golpe ou destrua a coisa. Aquele que se encontra sob essa coação
absoluta, tolhido no seu movimento e no seu querer, não atua, e então, em
relação a ele, não é só a culpabilidade que está ausente, é a própria ação, que
não é coisa sua em nenhum dos seus elementos. A sua função é a de simples
instrumento nas mãos do coagente, sem vontade e sem atividade própria, e a
este é que caberá responder penalmente pelo fato, como o seu verdadeiro e
exclusivo autor”
II- No caso em tela, a intenção de não se apropriar da quantia ficou clara pelas
declarações dos réus, corroboradas não só pelos testemunhos de defesa, como
também pelos documentos juntados aos autos, demonstrando a existência de
diversos pedidos de falência e execuções fiscais contra a empresa.
(...)
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17/04/2018 As excludentes no DireitoNÃO
“APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. PenalRECOLHIMENTO
Brasileiro DE
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DIFICULDADES FINANCEIRAS
COMPROVADAS. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. ABSOLVIÇÃO
MANTIDA.
EXCLUDENTES DE TIPICIDADE
O denominado ‘tipo’ é a descrição jurídica de uma conduta que a lei proíbe ou
obriga. O acoplamento ou a subsunção da conduta à definição em sua totalidade
caracterizará a existência de um fato típico, e, portanto, de um crime, caso não
estejam presentes a outras excludentes já analisadas. Assim, o tipo comporta a
vedação da ação ou omissão mencionada; e a descrição da prática vedada. Dessa
maneira, pode-se dizer que a tipicidade comporta elementos objetivos (validade
externa), normativos e descritivos. Há também elementos subjetivos do tipo penal,
sendo o dolo o exemplo clássico, que comporta diversas modalidades.
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17/04/2018 As excludentes no
“Com efeito, o princípio da insignificância Direito
é um Penal Brasileiro
princípio geral e ordenador do
Direito Penal incidindo sobre todas as normas de cunho penal, e não somente
sobre aquelas com características patrimoniais. Cunhá-lo, com base na
patrimonialidade, é amputar uma grande parcela de sua aplicabilidade
esvaziando-o quase que por completo.”
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17/04/2018 As excludentes
condutas formalmente típicas, mas no Direito
materialmente Penal Brasileiro
atípicas porque socialmente
adequadas, como a circuncisão praticada na religião judaica aos meninos recém
nascidos.
Por sua vez, a tipicidade conglobante, em teoria proposta por Eugenio Raúl
Zaffaroni, entende que o Estado não pode considerar típica uma conduta que é
fomentada ou tolerada pelo Estado. O que é permitido, fomentado por uma norma,
não pode estar proibido por outra.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. 6. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal, 7ª edição, São Paulo, Atlas,
volume I, pág. 171.
https://rivkaajzental.jusbrasil.com.br/artigos/240202133/as-excludentes-no-direito-penal-brasileiro 13/15
17/04/2018 AsLazzari.
PRESTES, Cássio Vinicius D. C. V. excludentes
O no Direito Penal
princípio Brasileiro
da insignificância como
causa excludente da tipicidade no Direito Penal. São Paulo: Memória Jurídica,
2003
ROXIN, Claus. Derecho Penal - Parte General. Madrid: Civitas, 1997, p. 195.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de Direito Penal. 5ed. São Paulo:
Saraiva, 1999
WEZEL, Hans. Derecho Penal Aleman, parte general. Traducción del alemán por
los profesores Juan Bustos Ramírez y Sergio Yáñez Perez. Santiago: Editora
Juridica de Chile: 1993, p. 57.
[1] MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal, 7ª edição, São Paulo,
Atlas, volume I, pág. 171.
[2] CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. 6. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
[3] TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal. São Paulo:
Saraiva. 1994.
[4] WEZEL, Hans. Derecho Penal Aleman, parte general. Traducción del alemán
por los profesores Juan Bustos Ramírez y Sergio Yáñez Perez. Santiago: Editora
Juridica de Chile: 1993, p. 57.
[5] ROXIN, Claus. Derecho Penal - Parte General. Madrid: Civitas, 1997, p. 195.
[9] BRUNO, Aníbal. Direito Penal, 3ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 1967.
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17/04/2018 As excludentes
[11] FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições no Direito
de direito Penal
penal, Brasileiro
parte geral, 4º edição
[12] Artigo255,CPP
[13] REALE Jr, Miguel. Teoria do delito, São Paulo, RT, 1988.
[20] TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de Direito Penal. 5ed. São
Paulo: Saraiva, 1999
https://rivkaajzental.jusbrasil.com.br/artigos/240202133/as-excludentes-no-direito-penal-brasileiro 15/15