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Ensaio de modelo utilizando simulador RTDS


para validação dos ajustes das proteções das LIs
de 500kV entre a Usina Hidrelétrica de Itaipu e
a Subestação Foz do Iguaçu devido a alteração
de configuração na Subestação de Foz do
Iguaçu
J. L. J. Silva, Engenheiro Eletricista, ITAI, S.M.Carvalho, Engenheira Eletricista, ITAI, L. R. S.
Colman, Engenheiro Eletricista, ITAI, J. B. M. Junior, Engenheiro Eletricista, ITAIPU, and E.
Nyznyk, Engenheiro Eletricista, ITAIPU

RTDS®. Sistemas de proteção e controle associados a


Resumo--Com a entrada em serviço do barramento de 500kV e sistemas elétricos de potência são projetados de forma a
da linha Foz do Iguaçu – Cascavel Oeste na subestação de Foz do garantir a confiabilidade, qualidade e disponibilidade aos seus
Iguaçu 60Hz, foi necessário fazer os estudos para definição dos consumidores[1,3,4]. Para atingir este objetivo, antes da
novos ajustes das proteções das linhas de interligação em 500kV, entrada em operação, equipamentos relacionados a sistemas de
setor de 60Hz, entre a Usina Hidrelétrica de Itaipu (SE ITAIPU proteção e controle são ajustados e parametrizados de acordo
60Hz) e Foz do Iguaçu (SE-FI) e executar o ensaio de modelo
com as condições e características operacionais do sistema
utilizando o RTDS® para validação dos ajustes adotados. O
ensaio de modelo se iniciou com a modelagem no software elétrico onde será inserido, e partir daí, são submetidos a uma
Programa de Transitórios Alternativos - ATP contemplando a bateria de testes de modo a comprovar o seu desempenho
topologia atual do sistema, sem o barramento de 500kV e a linha frente a eventos transitórios ocorridos no sistema elétrico de
Foz do Iguaçu - Cascavel Oeste. Foram estabelecidas duas potência. Normalmente estes equipamentos são testados por
configurações básicas, sendo carga máxima com 10 máquinas da meio da recepção de sinais analógicos de tensão e corrente
Usina Hidrelétrica de Itaipu sincronizadas ao Sistema Interligado amplificados e injetados por uma caixa de testes via módulo de
Nacional através dos quatro circuitos de 500kV e com condicionamento de sinais. Este tipo de teste, por ser em
equivalentes de curto-circuito dos subsistemas Sul e Sudeste malha aberta, não permite inserir o equipamento em um
conectados na Subestação de Ivaiporã (SE-IV) através dos três
sistema elétrico via modelo computacional de modo a avaliar o
circuitos em 765kV. A configuração de carga mínima contempla
duas máquinas na Usina Hidrelétrica de Itaipu, interligadas ao desempenho deste frente a inúmeros eventos transitórios
equivalente do SIN em Ivaiporã através de quatro circuitos de simulados aplicados a este modelo em tempo real. Com o
500kV, entre a SE ITAIPU e a SE Foz do Iguaçu - Furnas, e um advento tecnológico dos simuladores digitais em tempo real é
circuito em 765kV. possível modelar computacionalmente sistemas elétricos reais
e submeter o equipamento de proteção e controle ao ensaio de
modelo em tempo real e em malha fechada [2].
Palavras-chave— Ensaio de modelo, proteção, RTDS®, Este artigo mostra um estudo de caso do ensaio de modelo
simulação, ATP, Itaipu realizado nos dispositivos eletrônicos inteligentes de proteção
diferencial das linhas de interligação de 500kV - 60Hz entre a
I. INTRODUÇÃO Usina Hidrelétrica de Itaipu e a Subestação de Furnas em Foz
do Iguaçu (SE-FI) com a entrada em serviço do barramento de
O BJETIVO deste trabalho é apresentar a experiência do
Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação por meio do
Laboratório de Simulação de Sistemas Elétricos - LASSE na
500kV e a linha de transmissão Foz do Iguaçu- Cascavel Oeste
na SE-FI.
implementação do modelo do sistema elétrico de potência
Itaipu 60Hz em um simulador digital em tempo real – II. SISTEMA ELÉTRICO
A primeira etapa na realização de um ensaio de modelo é a
J. L. J Silva do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação – ITAI, Foz definição da topologia do sistema elétrico a ser implementado.
do Iguaçu, Paraná, Brasil (e-mail: jorge@itai.org.br). Para análise de desempenho de um equipamento de proteção, é
S. M. Carvalho do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação - ITAI,
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil (e-mail: suzana@itai.org.br).
razoável assumir que o sistema a ser implementado deve
L. R. S. Colman do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação - ITAI, detalhar a região na qual o equipamento será instalado e o
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil (e-mail: luiz@itai.org.br). restante do sistema possa ser representado através de
J. B. M. Junior da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Foz do Iguaçu, Paraná, equivalentes de curto-circuito ou quando de uma necessidade
Brasil (e-mail: mota@itaipu.gov.br).
específica através de equivalentes dinâmicos. Para este estudo
E. Nyznyk da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Foz do Iguaçu, Paraná,
Brasil (e-mail: nyznyk@itaipu.gov.br). de caso, a implementação se iniciou com o sistema na
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configuração original, ou seja, sem o barramento de 500kV e a o Regulador de velocidade modelo para
Linha de Transmissão Cascavel Oeste na Subestação de Foz turbinas hidráulicas parametrizado conforme
do Iguaçu – Furnas, sendo os quatro circuitos de 500kV das dados de Itaipu;
linhas de interligação entre a Itaipu e a SE-FI ligadas em série
com os autotransformadores 500/765kV na subestação de o Em série com cada unidade geradora foram
Furnas. A Figura 1 mostra a configuração do sistema na representados os transformadores elevadores
topologia original. 18/500kV, ligação triângulo/estrela aterrada
Este sistema é composto pelas máquinas da Usina com potência nominal respectiva ao número
Hidrelétrica de Itaipu representadas pelo modelo de máquina de máquinas;
síncrona acoplada ao regulador de velocidade e de tensão. As
o 3 circuitos em 500kV que interligam Itaipu à
unidades geradoras de 60Hz foram representadas através de
subestação em Foz do Iguaçu, com
duas máquinas equivalentes. Em série com as máquinas
acoplamento mútuo;
síncronas são conectados os transformadores elevadores
18/500kV os quais fazem a conexão das unidades geradoras o 1 circuito em 500kV que interliga Itaipu à
com os quatro circuitos de 500kV que interligam a Usina subestação em Foz do Iguaçu, sem
Hidroelétrica de Itaipu a SE-FI. O dispositivo eletrônico acoplamento mútuo com os demais circuitos
inteligente de proteção sob teste faz a proteção diferencial devido à limitação de software;
destes circuitos. Esta linha de interligação foi representada
através de parâmetros geométricos utilizando uma ferramenta o 4 autotransformadores 525/13,8/765 kV
auxiliar do Simulador Digital de Sistemas Elétricos em Tempo conectados às saídas de cada um dos 4
Real - RTDS® denominado T-line o qual permite a circuitos das linhas de 500kV;
representação de linhas de transmissão por parâmetros
geométricos, valores de impedância de seqüência positiva e o 3 circuitos em 765kV que interligam a
zero, modelo de Bergeron, modelo PI e com parâmetros subestação elevadora de Furnas, em Foz do
variáveis com a frequência [2]. Em série com os quatro Iguaçu à subestação de Ivaiporã (Furnas);
circuitos de 500kV são representados os autotransformadores
500/765/69kV que escoam a potência gerada em Itaipu para o o Reatores shunt de linha e compensações
Sudeste através de três circuitos de 765kV. Para este ensaio de série nos 3 circuitos de 765kV;
modelo o equivalente do sistema interligado nacional - SIN foi o Equivalente do Sistema Interligado Nacional
representado através dos equivalentes de curto-circuito do representando o Sudeste conectado na barra
sistema Sul e Sudeste conectados na barra de 765kV na de Ivaiporã;
Subestação de Ivaiporã.
o Equivalente do Sistema Interligado Nacional
representando o Sul conectado na barra de
Ivaiporã;

o Transformadores de potencial capacitivo em


ambos os extremos da linha protegida;

o Transformadores de corrente em ambos os


extremos da linha protegida.
A configuração de carga mínima apresentada na Figura 2, é
similar à configuração de carga máxima exceto pelo número
Figura 1 - Sistema de potência representado no software RSCAD proprietário
RTDS® - configuração carga máxima de unidades geradoras que passa a ser 2(duas) e a retirada de
dois circuitos de 765kV, sendo um único equivalente de curto-
A. Configurações circuito representando o SIN na barra de Ivaiporã.
Foram estabelecidas duas configurações para o sistema
original, sendo carga máxima e carga mínima. De acordo com
os dados repassados foram implementadas estas duas
configurações da seguinte forma:
• Carga máxima:

o 10 unidades geradoras sendo representadas


por uma máquina equivalente de nove
unidades em paralelo com uma unidade;

o Regulador de tensão modelo IEEE Type 1


ajustado via simulação; Figura 2 - Sistema de potência representado no software RSCAD proprietário
RTDS® - configuração carga mínima
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B. Modelagem, Validação e ajuste ultra-rápidos testes de dispositivos


Após a definição das topologias dos sistemas e as - SW de domínio de proteção.
configurações de carga máxima e carga mínima, os sistemas público.
elétricos são implementados computacionalmente por meio da - Permite realizar - Possui limitação de
ferramenta ATP (Programa de Transitórios Alternativos), ensaios de modelo nós para
software amplamente utilizado por profissionais do setor com dispositivos de representação de um
elétrico e acadêmicos dos cursos de Engenharia Elétrica para proteção em malha sistema elétrico de
desenvolvimento de atividades relacionados a estudos de fechada; potência;
sistemas elétricos [5]. Como pré-requisito para elaboração das - permite interface - possui limitação
modelagens dos sistemas elétricos em análise, foi necessário direta com quanto ao passo de
obter os dados e parâmetros referente aos componentes equipamentos de testes integração (50us)
informados no item A-“Configurações”, como dados de de dispositivos de para cálculos de
RSCAD
impedâncias de linhas de transmissão de 500kV e 765kV, proteção. equações
RTDS®
impedâncias de equivalentes de curto circuito (sudeste, sul, matemáticas;
SIN), potência nominal, tensão nominal, reatâncias, constantes - software
de tempo e momento de inércia da massa das unidades proprietário;
geradoras de Itaipu – 60Hz, curvas de saturação e relação de - não permite
transformadores de corrente (TCs) e tensão capacitivo (TPCs), representar
potência nominal, tensão nominal, e impedâncias e curvas de fenômenos
saturação dos transformadores de potência 18kV/500kV - transitórios ultra-
60Hz da SE ITAIPU, e 525kV/13,8kV/765kV - 60Hz da SE- rápidos
FI, e reatâncias dos compensadores shunt e série das linhas de Tabela 1 – Vantagens e Desvantagens na utilização dos softwares ATP e
RSCAD RTDS®
transmissão 765kV de Furnas. Após a implementação dos
Na etapa seguinte implementou-se as lógicas de falta e os
modelos computacionais em ATP, efetuou-se a validação dos
scripts (roteiros - permite realizar automaticamente a
modelos com o auxílio do software ASPEN ONELINER por
configuração de cada caso, a execução do caso e a obtenção
meio de simulações de fluxo de potência e aplicação de curtos-
dos resultados) nos modelos de carga máxima e carga mínima
circuitos em alguns pontos do sistema, e a partir de então, no
para execução dos casos. Em seguida, montou-se o cenário de
modelo implementado em ATP foram realizados ajustes do
testes em malha fechada na plataforma de simulação em tempo
fluxo de carga e simulações de alguns casos a partir de
real, e as interfaces analógicas e digitais do simulador RTDS®
oscilografias reais para validação do sistema implementado.
foram configuradas junto aos dispositivos eletrônicos
Em seguida, os sistemas elétricos foram implementados
inteligentes de proteção sob teste. A parametrização destes
computacionalmente no RSCAD, software de modelagem do
dispositivos, desde os ajustes e as lógicas foram
simulador RTDS®[2]. Os modelos em RSCAD uma vez
implementadas pela ITAIPU.
concluídos, foram comparados e validados com o auxílio de
O cenário de testes consistiu de 3 interfaces:
oscilografias reais, e com os modelos desenvolvidos no ATP.
• Injeção dos sinais de tensão e corrente dos modelos nos
Fez-se esta comparação, selecionando alguns casos e
dispositivos eletrônicos inteligentes de proteção sob
executando-os em ambos os softwares para comparação da
teste;
forma de onda e do nível de corrente de curto-circuito
• Injeção dos sinais binários dos modelos nos dispositivos
apresentados. Os resultados foram satisfatórios e os modelos
eletrônicos inteligentes de proteção sob teste;
implementados no RSCAD validados.
Cabe citar também neste artigo, as vantagens e • Leitura das saídas binárias dos dispositivos eletrônicos
desvantagens neste tipo de simulação utilizando os softwares inteligentes de proteção sob teste.
ATP e RSCAD RTDS® [2,5], vide Tabela 1. Os sinais de tensão e corrente injetados nos dispositivos
eletrônicos inteligentes de proteção sob teste foram:
Software Vantagens Desvantagens
• Correntes secundárias do TC lado ITAPU;
- Não possui limitação - Não permite realizar
de nós para ensaio de modelo • Tensões secundárias do TPC lado ITAIPU;
representação de um com dispositivo de • Correntes secundárias do TC lado SE-FI;
sistema elétrico de proteção em malha • Tensões secundárias do TPC lado SE-FI;
potência; fechada; O desempenho dos dispositivos eletrônicos inteligentes de
ATP - Não possui limitação - Não realiza proteção sob teste foi registrado com a leitura dos tempos de
de passo de integração simulações em tempo atuação de cada função de proteção desejada através das
para cálculos das real ; entradas binárias do simulador RTDS®. Estes tempos foram
equações matemáticas; - Não permite lidos e planificados para cada caso da lista de casos.
- Representa interface direta com Considerando os modelos de carga máxima e mínima foram
fenômenos transitórios equipamentos de simulados um número total de 700 casos e os resultados
obtidos puderam ser avaliados pelos especialistas de ITAIPU.
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C. Nova configuração com entrada em operação do potência com até 264 nós monofásicos, sendo que os 264 nós
barramento de 500kV e linha de transmissão Foz do Iguaçu- encontram-se distribuídos em 4 racks perfazendo um número
Cascavel Oeste na SE-FI de 66 nós monofásicos por rack. Desta forma, dependendo do
Com a expansão e melhorias realizadas no SIN como a tamanho do sistema elétrico de potência, têm-se a
inserção do novo barramento de 500kV/60Hz na SE-FI e a possibilidade de implementá-lo em um ou mais racks [2].
nova linha de transmissão interligando este barramento com a Neste ensaio de modelo, a solução adotada foi subdividir o
SE Cascavel Oeste 500kV/60Hz, tornou-se necessário rever os modelo em subsistemas de modo a utilizar 2 racks de
ajustes do sistema de proteção das linhas de transmissão simulação simultaneamente. O modelo de Itaipu adotado neste
500kV/60Hz-ITAIPU devido as alterações do nível de curto- ensaio permite esta solução, uma vez que as linhas de
circuito em torno do novo sistema e submeter os dispositivos transmissão de 765kV podem ser representadas pelo modelo
eletrônicos inteligentes de proteção a um novo ensaio de por parâmetros distribuídos, modelo de Bergeron. O modelo
modelo por meio do simulador RTDS®. A partir das computacional para este modelo é inerentemente desacoplado
topologias dos sistemas e configurações originais apresentados [1,2] entre seus terminais emissor e receptor, e o simulador
nos itens II –“Sistema Elétrico” e A–“Configurações”, os RTDS® se utiliza desta vantagem para poder separar um
modelos implementados foram alterados inserindo o grande sistema em subsistemas menores, de forma que uma
barramento de 500kV/60Hz e a linha de transmissão Cascavel parte pode ser resolvida em um rack e o restante do sistema
Oeste, interligando com o sistema da Copel. Na Figura 3 é pode ser solucionado em outro rack de forma simultânea.
apresentado o sistema a partir da nova topologia. Outra limitação do software RSCAD é o número máximo
de conexões por componente [2]. Segundo o manual, são
permitidas 18 conexões monofásicas num mesmo componente.
As linhas de 500kV de Itaipu, quando se deseja simular faltas
internas a ela, necessitam de 24 conexões por trecho, uma vez
que a linha é representada em 2 trechos complementares de
forma poder variar a posição da falta ao longo da mesma. A
solução adotada foi desacoplar o 4º circuito, denominado L8,
de forma que não houvesse acoplamento mútuo entre este e os
demais 3 circuitos. Com isso, é possível simular faltas internas
à linha.
Os instrumentos de medição, TPCs e TCs foram
representados no 2º circuito, denominado L6. Os sinais
secundários destes instrumentos são injetados nos dispositivos
eletrônicos inteligentes de proteção através das interfaces
analógicas do simulador, após serem amplificados a níveis de
subestação. Os amplificadores de tensão possuem capacidade
Figura 3 – Sistema na nova topologia de 300V de pico e os amplificadores de corrente de 90A pico.
Para faltas internas à linha protegida, porém próximas à barra
D. Alterações no modelo de Itaipu, a corrente de pico excede os 90A pico dos
Além da inserção do novo barramento de 500kV/60Hz da amplificadores, não permitindo a execução destes casos. No
SE-FI, da nova linha de transmissão e da SE Cascavel Oeste, entanto, estes são casos críticos que devem ser avaliados, uma
também foram inseridos no modelo o equivalente de curto- vez que devido à alta componente DC do sistema naquele
circuito representado na barra Cascavel Oeste. Como a barra ponto e a forte contribuição da usina de Itaipu, a saturação do
de Cascavel Oeste opera na tensão e frequência de TC do lado de Itaipu se torna um ponto fundamental no
500kV/60Hz e a barra de Ivaiporã opera na tensão e desempenho do dispositivo eletrônico inteligente de proteção.
frequência de 765kV/60Hz, faz-se necessário realizar o Com a finalidade de permitir a execução destes casos sem a
acoplamento por impedância de transferência através de um inserção de artifícios como resistência de falta para limitar a
transformador ideal, e neste caso, a impedância foi inserida no corrente de curto, foi realizado um escalonamento entre os
lado de 765kV. cartões de saídas analógicas do RTDS® e a relação de
E. Dificuldades encontradas e soluções adotadas para o transformação de corrente do dispositivo eletrônico inteligente
ensaio de modelo de proteção. O objetivo era fazer com que o sinal secundário
injetado pelo amplificador de corrente ficasse limitado a 90A,
A implementação do sistema Itaipu em um simulador
e a forma de onda permanecesse tal qual a simulação, ou seja,
RTDS® impõe alguns desafios, dada a sua complexidade em
com as características de saturação e componente DC, e que
relação a número de nós (barras) e número de conexões por
os dispositivos eletrônicos inteligentes de proteção
componente a ser representado.
“enxergassem” os mesmo valores primários, os quais são
O simulador RTDS® utilizado para este ensaio de modelo
comparados aos ajustes.
possui capacidade para representar um sistema elétrico de
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F. Lista de faltas e script para execução dos casos H. Resultados


A lista de faltas executada neste ensaio de modelo Na elaboração dos scripts foi implementado também a
compreende os tipos de faltas relacionados abaixo. Para cada obtenção dos resultados que é feito de duas maneiras. A
tipo é possível variar a resistência de falta, a localização da primeira na forma gráfica exportando em formato PDF e
falta tanto ao longo das linhas quanto nas barras, ângulo de COMTRADE (define um formato comum para arquivos de
incidência da falta, tipo de falta (monofásicas, bifásicas com dados digitais e mídias, necessários para troca de vários tipos
ou sem terra, e trifásicas) e as fases envolvidas em cada caso. de dados de perturbações, ensaios e simulação) dos sinais
secundários e primários de ambos os terminais da linha
• Faltas internas; protegida. A segunda maneira é na forma de tabela contendo o
• Faltas internas com alta resistência de falta; descritivo de cada caso executado e os tempos de atuação de
• Faltas externas nas barras e nas linhas adjacentes; cada saída binária monitorada no ensaio de modelo.
• Faltas evolutivas; Quanto a montagem do cenário de ensaio para o sistema
• Switch on to fault – Manobra sob falta; com a nova topologia, adotou-se o mesmo procedimento
• Faltas com variação da frequência; mencionado no Item B – “Modelagem, Validação e Ajuste”
• Crosscountry; aplicado ao ensaio de modelo para o sistema com topologias e
• Sensibilidade em relação à variação da resistência de configurações originais, ou seja, desconsiderando o
falta; barramento de 500KV na SE-FI, a linha de transmissão entre a
barra de 500KV (SE-FI) e a barra da SE Cascavel Oeste e a
• Sensibilidade em relação à variação do local da falta
barra SE Cascavel Oeste e o equivalente do SIN.
na linha L5;
Para fins ilustrativos, são apresentados nas Figuras 4 e 5
• Sem comunicação entre os dispositivos eletrônicos
um dos casos executados, salientado que estes gráficos foram
inteligentes;
gerados a partir do ambiente RUNTIME do software RSCAD.
• Transient Block.
I. Falta AN (Fase Terra) a 0% da L6 em 0º - lado SE ITAIPU
A localização das faltas nas linhas compreende a variação
da incidência da falta no comprimento da linha. Esta variação
foi realizada nas faltas internas (L6), faltas externas nas linhas
paralelas (L5 e L7), faltas externas nas linhas de transmissão
entre a SE-FI e SE-IV, e faltas externas nas linhas de
transmissão entre a SE-FI e SE-Cascavel Oeste.
Para a execução de todos estes casos foram elaborados
scripts de forma a evitar que erros humanos na execução dos
casos levassem a interpretações errôneas, além disso, esta
forma automática de execução otimizou o tempo de realização
do ensaio.
G. Topologias implementadas para adequação aos scripts
Para cada tipo de falta em específico o modelo deve ser
alterado para se adequar ao tipo de falta a ser simulada. Isto
porque dependendo do caso é necessário detalhar determinada
região do modelo e isto implica em rever as limitações
impostas pelo simulador RTDS® principalmente com relação
ao número de nós. Para resolver esta situação foram criados
scripts separados para cada tipo de falta e cada script foi
associado a um modelo que atende ao caso a ser simulado e às Figura 4 – Lado SE ITAIPU – Falta AN, 0º, 0% da L6
restrições do simulador.
Para isso foi necessário a criação de 5 submodelos, As Figuras 4 e 5 apresentam os sinais de tensão e corrente
denominados 5 topologias, que variam basicamente entre do lado da SE ITAIPU e da SE-FI após a aplicação da falta
carga máxima, mínima e condições de energização do sistema, AN (fase terra) a 0% da L6 em 0º, além do status das saídas
ora Itaipu energizando o lado Cascavel Oeste com o tronco de binárias monitoradas dos dispositivos eletrônicos inteligentes
765kV retirado do sistema, ora Itaipu energizando o tronco de de proteção situados em cada extremidade da linha de
765kV com o lado Cascavel Oeste fora de serviço. Além transmissão de 500kV, ou seja, extremidade SE ITAIPU e
disso, para adequação aos scripts, estas 5 topologias foram extremidade SE-FI. Na Figura 4, sob condição de falta,
subdivididas em 3 submodelos, ou seja, no total foi necessário percebe-se a atuação da proteção 87L-TRP caracterizando a
implementar 15 modelos em RSCAD para um único ensaio de atuação do dispositivo eletrônico inteligente de proteção na
modelo. abertura do disjuntor situado no terminal da SE ITAIPU.
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J. Falta AN a 0% da L6 em 0º - lado SE-FI realização deste ensaio de modelo o que proporcionou a


execução de exaustivos testes em malha fechada com as mais
diversas variações a fim de avaliar o comportamento dos
dispositivos eletrônicos inteligentes de proteção para possíveis
tipos de faltas. Com isso foi possível avaliar e validar os
ajustes adotados frente à alteração na topologia do sistema
devido à entrada em operação do barramento de 500kV e da
linha de transmissão Cascavel Oeste. Este tipo de ensaio em
malha fechada realizado em ambiente controlado de
laboratório através de simulação e interação do modelo
simulado com o equipamento real, permite uma maior
confiabilidade no desempenho dos dispositivos eletrônicos
inteligentes de proteção quando instalados no sistema físico
real uma vez que é possível mitigar possíveis falhas, corrigi-las
e melhorar os ajustes de forma a obter o melhor desempenho
para o sistema de proteção.

III. REFERÊNCIAS
[1] J. Arrigala, Power system electromagnetic transients
simulation, Volume 39, United Kingdom, 2003, p. 123.
Figura 5 - Lado SE-FOZ - Falta AN, 0º, 0% da L6 [2] RTDS, Users Manual, Canadá, 2004, p. 2.1.
[3] Kundur, Prabha. 1994. Power System Stability and
Na Figura 5, na atuação das saídas binárias do dispositivo Control.. : McGraw-Hill, Inc., 1994.
eletrônico inteligente de proteção situado no terminal da SE- [4] FURNAS. Transitórios Elétricos e Coordenação de
FI, é possível observar o recebimento do esquema de Isolamento – Aplicação em Sistemas Elétricos de Alta Tensão.
teleproteção (RX POTT 21) vindo do dispositivo eletrônico Rio de Janeiro: UFF, 1987.
inteligente de proteção situado no terminal da SE ITAIPU, e a [5] Leuven EMTP Center – “Alternative Transient Program
atuação da saída binária 67N ST FW indicando que o Rule Book”, 1987.
dispositivo eletrônico inteligente de proteção está
“enxergando” a falta à frente. IV. BIOGRAFIAS
O total de casos deste ensaio de modelo somou-se Jorge Luiz Jacopetti e Silva nasceu em 1985 na cidade de Itararé - SP
aproximadamente 3000 casos considerando todas as (Brasil). Em 2008 se formou em Engenharia Elétrica com ênfase em sistemas
de potência pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
topologias e submodelos adotados. (Foz do Iguaçu-PR). Fez pós graduação em sistemas elétricos com ênfase em
transmissão na Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI (Itajubá-MG) em
K. Considerações finais
2010. Atualmente trabalha no Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação –
Foi apresentado neste artigo a implementação do modelo do ITAI (Foz do Iguaçu-PR) na área de simulação de sistemas elétricos.
sistema elétrico de potência Itaipu 60Hz em um simulador Suzana Mensch de Carvalho nasceu em 1984 na cidade de Foz do Iguaçu -
PR (Brasil). Em 2006 se formou em Engenharia Elétrica com ênfase em
digital em tempo real – RTDS®, partindo da elaboração de sistemas de controle pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
modelos e simulações com topologias e configurações UNIOESTE (Foz do Iguaçu-PR). Fez pós graduação em proteção de sistemas
originais até as novas modelagens e simulações considerando a elétricos na Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI (Itajubá-MG) em
2010. Atualmente trabalha no Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação –
entrada em operação da barra de 500kV na SE-FI, e a linha de ITAI (Foz do Iguaçu-PR) na área de simulação de sistemas elétricos.
transmissão interligando a barra de 500KV na SE-FI com a José Benedito Mota Júnior nasceu na cidade de Cristina - MG (Brasil).
barra 500kV na SE Cascavel Oeste. Para efeitos de validação Engenheiro eletricista e Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade
Federal de Itajubá – UNIFEI (Itajubá – MG) respectivamente em 1988 e
das modelagens no RTDS®, modelos foram desenvolvidos no
2002. Atualmente trabalha na Usina Hidrelétrica de Itaipu na Divisão de
software ATP, nível de curto-circuito e formas de onda foram Estudos Elétricos e Normas.
comparados, e utilizou-se também registros de oscilografias Eron Marcio Nyznyk nasceu em 1977 na cidade de Curitiba - PR (Brasil ).
reais para comparação. Durante a implementação dos modelos Em 2001 se formou em Engenharia Elétrica com ênfase em controle e
proteção de sistemas elétricos de potência pela Universidade Tecnológica
e realização dos ensaios no simulador RTDS®, observou-se Federal do Paraná. Atualmente trabalha no departamento de manutenção
algumas dificuldades impostas pela limitação deste elétrica da Itaipu com equipamentos de sistemas de controle e proteção de:
equipamento quanto ao limite máximo de números de nós, hidrogeradores, linhas de transmissão, barramento e transformadores de
potência.
limite máximo de conexões por componente e limite máximo Luiz Ricardo Sanches Colman nasceu em 1979 na cidade de Dracena - SP
de injeção de sinal de corrente nos dispositivos eletrônicos (Brasil). Em 2002 se formou em Engenharia Elétrica com ênfase em
inteligentes de proteção. Tais situações foram contornadas Eletrônica pela Escola de Engenharia de Lins - EEL (Lins-SP). Fez mestrado
em engenharia elétrica com ênfase em Estabilidade Dinâmica em Sistemas
utilizando-se técnicas de modelagem e parametrização da
Elétricos de Potência na Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho
placa de saída de sinais analógicos do simulador RTDS®. - UNESP (Ilha Solteira) em 2003. Atualmente trabalha no Instituto de
Apresentou-se também os tipos de faltas considerados para Tecnologia Aplicada e Inovação - ITAI (Foz do Iguaçu-PR) na coordenação
da área de simulação de sistemas elétricos.

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